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Paraiso Perdido - John Milton PDF
Paraiso Perdido - John Milton PDF
Sobre a obra:
Sobre nós:
Tradução
António José de Lima Leitão
(1787-1856)
Fonte Digital
Digitalização do livro em papel
Volume XIII
Clássicos Jackson
W. M. Jackson Inc., Rio, 1956
O Autor
O Tradutor
O PARAÍSO PERDIDO
Canto I
Canto II
Canto III
Canto IV
Canto V
Canto VI
Canto VII
Canto VIII
Canto IX
Canto X
Canto XI
Canto XII
Índice Remissivo
ARGUMENTO DO CANTO I
Chega a manhã. Eva relata a Adão o seu perturbado sonho: ele não
o aprova mas anima e consola a esposa inocente. Vão-se entregar a seus
trabalhos quotidianos: seu “Hino da Manhã” à porta do aposento. Deus,
para fazer indesculpável o homem, envia Rafael a admoestá-lo a que
permaneça obediente, — e a declarar-lhe que seu estado é livre, que seu
inimigo está perto, quem ele seja, e o mais que a Adão convém saber.
Rafael desce ao Paraíso; descreve-se o seu porte; Adão percebe-o de
mui longe, estando assentado à porta do seu aposento, adianta-se para
recebê-lo, acompanha-o até ali, e oferece-lhe os melhores frutos do
Paraíso colhidos então por Eva: seus discursos à mesa. Rafael propõe a
sua mensagem, e avisa Adão do seu estado e de seu inimigo; relata
(respondendo a perguntas do primeiro homem) quem seja este seu
inimigo, o modo e razões por que ele o é, — começando desde a
primeira revolta no Céu, narrando o que deu ocasião a ela, como o
inimigo arrastou consigo para as regiões do norte as suas legiões, e ali as
incita a rebelarem-se com ele persuadindo todos, exceto o serafim
Abdiel, que por argumentos pretende dissuadi-lo e se lhe opõe, e depois o
abandona.
CANTO V
Rafael, a pedido de Adão, relata como e por que foi formado este
Mundo; que Deus, depois da expulsão de Satã e de seus anjos para fora
do Céu, declarara ser seu gosto criar outro Mundo e outras criaturas que
nela habitassem; então manda seu Filho, cheio de glória e no meio de
corte de anjos, formar a obra da Criação em seis dias. Os anjos
celebram com hinos o Mundo já feito, e a ascensão do Criador ao Céu.
CANTO VII
FIM
O Autor
Tendo desistido de tomar votos, foi viver com seu abastado pai em Horton,
Buckinghamshire, período em que a leitura de Dante, Petrarca, Tasso e outros
clássicos foi de notável importância para seu crescimento cultural.
Mais ainda porque à leitura dos clássicos acrescentou o estudo de
matemática, de música e de composição poética.
Entre 1638 e 1639, viajou pela Itália, França e Suíça. Voltou à Inglaterra
frente à ameaça da guerra civil.
Em 1649, apesar sério distúrbio visual que em três anos o levaria à completa
cegueira, Milton aceitou encargos públicos. Dedicou-se à defesa de Cromwell e
do puritanismo, compondo diversos escritos polêmicos.
Quando foi declarada a paz em 1814, viajou para o Rio de Janeiro, onde a
Corte o nomeou cirurgião chefe em Moçambique, em 1816 e inspetor agrícola
na Índia Portuguesa em 1819.
O que acima está são apenas traços de sua profícua vida, como médico,
servidor público, político e escritor.
Sobre ele, José Salgado Abílio escreveu António José de Lima Leitão (1787-
1856): sua obra e seu posicionamento político, Lisboa, Centro de História da
Cultura, 1986, 32 pp., infelizmente, pelo que eu saiba, só disponível em cola e
papel.
Teotonio Simões
inverno de 2006
ÍNDICE EXPLICATIVO E REMISSIVO
ABANA — Rio que nascia na falda do monte Amana, e que, deslizando junto de
Damasco, quase paralelo ao rio Farfar, desembocava no mar da Síria. Está hoje
reduzido a um riacho insignificante.
ABDIEL — Assim denomina Milton o único anjo que se conservou fiel a Deus
dentre as coortes seduzidas pelo rebelde Satã. Foi ele o primeiro que travou
combate contra o príncipe das trevas.
ADES — Nume infernal, que alguns confundem com o próprio Plutão. Milton
representa-o nos degraus do trono do Caos.
AGRA — Esta cidade, que se gloriou por ser a corte do Grão-Mogol, e que
constituiu uma das mais notáveis povoações da Índia, era situada à beira do rio
Djemac. Logo, porém, que a sede do império foi transferida para Deli, descaiu
Agra da sua prístina grandeza
AIALON — Também se lhe chama Helon. Era uma cidade na tribo de Dã.
ALCÍNOO — Rei dos Feacos, afamadíssimo pelos pomares e jardins que possuía
na ilha de Naxos. Deu hospedagem a Ulisses.
ALMANSOR — Aquele de quem Milton faz menção é Jacob Almansor, que foi
rei de Marrocos, e que possuiu Fez, Tremecém, Túnis e muitas outras povoações.
ALPES — (Montes) — Cordilheira que, desde a Ligúria até à Ístria, alteia a parte
setentrional da Itália; é nos Alpes que existem os mais altos picos da Europa.
AMARA — Montanha da Abissínia, onde alguns têm suposto que fora situado o
Paraíso terreal.
AMÉRICA — Uma das cinco partes do globo terrestre. Por antonomásia lhe
chamam Novo-Mundo.
ÁMON — Cognome com que Júpiter era adorado em Tebas (do Egito) e em toda
a Líbia. Ámon se chamava também um filho de Loth, e dele provieram os
amonitas.
ANGOLA — Uma das riquíssimas províncias que Portugal conta nas suas
colônias da África ocidental. Esta vasta e ubérrima região estende-se entre os
rios Danda e Cuanza.
ANJO — Por este nome se designa genericamente qualquer dos espíritos que
Deus criou para o servirem e povoarem o Céu. Os anjos distinguem-se em anjos
bons e anjos maus: anjo bom se diz todo aquele que não acompanhou Satã em sua
rebeldia; de anjo mau compete a qualificação ao próprio Satã como a qualquer
dos outros que o acompanharam na sua revolta contra Deus, e que por isso foram
com ele precipitados no Inferno.
ARGOBE — Por este nome se designa na Bíblia uma cidade e o seu adjacente
terreno, que demorava ao sul do rio Jordão.
ÁRNON — Rio da Síria, entre o país dos moabitas e o dos amorreus; nascia de
um monte que tinha igual nome, e desembocava no lago Asfaltite ou mar Morto.
AROAR — Cidade da Palestina, banhada pelo rio Árnon; pertenceu primeiro aos
amorreus, e depois à tribo de Rubem.
ARQU’INIMIGO — Nome com que Milton exclusivamente designa Satã, por ser
o chefe de todos os maus anjos (inimigos de Deus).
ÁSIA — Constitui uma das cinco partes do mundo, e talvez o berço da espécie
humana.
CABO — Entende-se aqui por este vocábulo o cabo Tormentório ou cabo da Boa
Esperança.
CAM — Um dos filhos de Noé, o povoador do Egito. Foi o tronco da raça camita.
CARLOS MAGNO — Filho de Pepino, o Breve, foi rei dos francos e imperador
do Ocidente. Floresceu entre os séculos VIII e IX. Os largos horizontes do seu
espírito, como conquistador e como político, marcam-lhe um lugar
preeminentíssimo na História, e justamente o qualificam entre os mais notáveis
monarcas do mundo. Foi todavia derrotado pelos árabes.
CERES — Foi filha de Saturno e de Cibele (ou Réia). De Ceres e de Júpiter (seu
irmão) nasceu Prosérpina, que Plutão raptou nas planícies de Ena.
CILA — Filha de Forco, monstro femíneo, que foi transformado num cachopo
fronteiro a Caribde.
CILÊNIO — Por este cognome se entende Mercúrio (que nasceu numa caverna
do monte Cilene).
CIPIÃO — Públio Cornélio Cipião, por cognome o Africano, foi o mais notável
dos heróis romanos na guerra contra Cartago.
CIRCE — Filha do Sol e da ninfa Perse (ou Persa); tinha o poder mágico de
transformar homens em brutos irracionais.
COROS — Por este nome vai designada no poema uma das jerarquias angélicas.
DÃ — Por este nome se designava uma das doze tribos israelitas (nome
proveniente de Dã, um dos filhos de Jacob). No canto I parece que Milton quis
indicar uma determinada povoação da Palestina.
DAGON — Ídolo dos filisteus; a sua estátua fez-se em pedaços diante da Arca
Santa. Milton escolheu-lhe o nome para com ele designar um dos chefes da
milícia infernal.
DÁRIEN — Por este nome se designa aqui o istmo de Panamá, que unia as duas
partes da América (setentrional e meridional).
DELOS — A mais pequena das Cícladas, e entre elas a central, com uma
formosa cidade do mesmo nome; ilha e cidade eram consagradas a Apolo e a
Diana.
DÍCTEU — Cognome de Jove por ter sido criado na montanha Dicte (em Creta).
DISCÓRDIA — Divindade que tem seu lugar junto ao trono do Caos; Milton em
seu poema supõe-na filha do Pecado.
ÉDEN — Por este nome se entende o Paraíso ou uma determinada parte dele.
ENA — Antiga cidade da Sicília; perto dela havia uma caverna por onde se dizia
que Plutão levara raptada para ao Inferno sua sobrinha Prosérpina.
EUFRATES — Rio da Ásia, que nasce nas montanhas da Armênia e que se junta
com o Tigre.
EVA — Foi a primeira mulher que existiu e que Deus deu por companheira ao
primeiro homem (Adão).
FÉSOLO — Foi outrora uma importante povoação; hoje não passa de uma
pequena aldeia na Toscana (Fiezoli). Milton alude a observações astronômicas de
Galileu nessa localidade.
FILISTÉIA — Assim se diz de Dalila por ser ela do povo filisteu (um dos da
Palestina).
GATH — Cidade da Palestina; foi (segundo a Escritura Santa) habitada por uma
taça de gigantes.
GAZA — Cidade da Palestina, ao sul de Ascalon, mui célebre por suas riquezas e
infortúnios.
GÊMEOS — Entende-se aqui por esta expressão Castor e Pólux (filhos de Leda e
de Júpiter), que a mitologia greco-romana comemorou numa constelação.
GÓRGONA — Nome dado por excelência a Medusa (uma das três Górgonas).
GRÉCIA — País que foi na Europa o berço das artes, das letras, e das ciências, e
que tanto por elas, como pelas armas, adquiriu na Antiguidade um nome glorioso.
O que hoje forma o reino da Grécia, representa apenas uma parte da Grécia
antiga.
GUIANA — País da América Meridional (ao norte do Brasil); teve por capital a
cidade de Manoa.
H
HISPAÃ — Célebre cidade que foi outrora capital de toda a Pérsia e uma das
mais formosas do Oriente.
IDA — Monte na ilha de Creta; foi lá que Vênus pleiteou contra Minerva e Juno o
célebre “pomo da beleza”.
INDO — Grande rio da Ásia; ele e o Ganges formam os dois principais da Índia
ou Industão.
ISRAEL — Nome que Deus pôs a Jacob; povo de Israel é o povo hebreu.
ITURIEL — Nome com que Milton designa um dos anjos que descobriram Satã
no Paraíso.
JACOB — Filho de Isaac, e neto de Abraão; irmão de Esaú; apesar de ser Esaú o
primogênito, coube a Jacob a glória de continuar o tronco genealógico
principiado em Abraão como chefe do povo eleito.
JESUS — O Filho de Deus, Redentor do Mundo. Houve quem desse este nome a
Josué ou Josuá.
JOSUÁ ou JOSUÉ — Foi ele quem à frente do povo de Israel entrou na “terra da
Promissão”.
L
LÁCTEA — (Via) — Assim se chama no firmamento uma das mais notáveis
constelações; dela faz parte o nosso sistema planetário.
LETES — Um dos rios do Inferno pagão. Quem bebia de suas águas esquecia-se
do passado.
LUZ — Emanação do Sol e das estrelas, criada por Deus (segundo a Bíblia) antes
mesmo de haver criado aqueles corpos.
MAIA — Filha de Atlante e de Plêione, foi amada por Júpiter, de quem houve
Mercúrio.
MANON — Com este nome, que em siríaco significa “o deus das riquezas“,
designa Milton um dos generais de Satã.
MEDUSA — Foi a mais notável das Górgonas; Minerva lhe impôs o nefasto
condão de petrificar quantos para ela (Medusa) olhassem.
MELIBÉIA — Cidade na Tessália, célebre assaz pela cor da púrpura que nela
fabricavam.
MUNDO — Designa-se por este termo ora o globo terrestre, ora o sistema solar,
ora finalmente o complexo da Criação.
PATMOS — Ilha no mar Egeu, onde o evangelista São João escreveu as páginas
do Apocalipse.
PERU — Rico país da América Meridional; Cusco era a sua antiga capital.
PIOR — Um dos nomes por que também foi conhecido o ídolo Gamos.
PIRRA — A esposa de Deucálio.
PODER — Por Poder, grão Poder, Poder supremo, ou Poder excelso, entende-se
Deus.
POMONA — Divindade romana, protetora dos jardins e das frutas, amada por
Vertuno.
PRINCIPADOS — Designa-se por este vocábulo uma das jerarquias dos anjos.
SATURNO — Filho do Céu e da Terra, irmão de Titã, sucedeu no trono a seu pai,
mas foi depois destronado por seu filho Júpiter.
TIGRE — Rio da Ásia, que se junta com o Eufrates; depois de reunidos ambos,
desembocam no Golfo Pérsico.
TIRÉSIAS — Adivinho célebre, a quem Minerva cegou.
TOBIAS — Varão virtuoso, cujo filho (igualmente chamado Tobias) casou com
Sara. V. Asmodeu.
TRÊICIO — Natural da Trácia. Trêicio bardo é o poeta Orfeu, tão afamado pela
maviosidade da sua lira como célebre pelas desventuras da sua existência e pelo
seu fim trágico.
TURNO — Rei dos Rútulos, e noivo de Lavínia, morto em duelo por seu rival
Enéias. V. Laurentina.
VALDARNO — Território da Itália, banhado pelo Arno; é à beira deste rio que
assenta Florença, a formosa capital da Toscana.
X
XERXES — Célebre rei da Pérsia, que, lançando uma ponte no Bósforo,
atravessou da Ásia para a Europa no intuito de subjugar a Grécia. Dele se diz
que, para simbolicamente deixar bem acentuado o seu domínio sobre o mar,
fustigara com vergastas a superfície das vagas.
ZODÍACO — Círculo que o Sol parece percorrer em seu giro anual pelo
firmamento; é dividido em doze partes ou signos, correspondentes aos doze
meses do ano.