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CENTRO

SEBRAE DE
SUSTENTABILIDADE
TéCNICAS CONSTRUTIvAS
SUSTENTávEIS
SEBRAE NACIONAL
Presidente do Conselho Deliberativo: Robson Braga de Andrade
Diretor-Presidente: Guilherme Afif Domingos
Diretora Técnica: Heloísa Regina Guimarães de Menezes
Diretor de Administração e Finanças: Vinícius Nobre Lages

Unidade de Acesso à Inovação, Tecnologia


e Sustentabilidade do Sebrae Nacional
Gerente: Célio Cabral de Sousa Júnior
Técnico: Alexandre de Oliveira Ambrosini

SEBRAE EM MATO GROSSO


Presidente do Conselho Deliberativo: Hermes Martins da Cunha
Diretor-Superintendente: José Guilherme Barbosa Ribeiro
Diretora Técnica: Leide Garcia Novaes Katayama
Diretora Administrativo Financeira: Eneida Maria de Oliveira

CENTRO SEBRAE DE SUSTENTABILIDADE


Gerente: Suenia Sousa
Equipe: Elton Menezes, Isabela Rios, Jéssica Ferrari, José Santiago, Luanna Duarte, Nager
Amui, Raquel Apolônio, Renata Taques e Rogério Sousa
Revisão de conteúdo: Luanna Duarte, Jéssica Ferrari e Renata Taques

EDIÇÃO: IABS – INSTITUTO BRASILEIRO DE DESENvOLvIMENTO E SUSTENTABILIDADE


Direção técnica: Luís Tadeu Assad e Paulo Sandoval Jr.
Redação: Ana Carolina Propato, Raquel Attiê e Raquel Apolônio
Coordenação editorial: Flávio Silva Ramos
Revisão textual: Stela Máris Zica
Diagramação e infografia: Editora IABS
Foto de capa: Centro Sebrae de Sustentabilidade

Centro Sebrae de Sustentabilidade: técnicas construtivas sustentáveis. / Cuiabá, MT:


Sebrae, 2017.
54p.:Il. Color.

1.Inovação; 2. Sustentabilidade; 3. Edificações; 4. Pequenos negócios I. Titulo

ISBN: 978-85-7361-097-0
CDU: 502.131.1:721
Centro
Sebrae de
Sustentabilidade
técnicas construtivas
sustentáveis

cuiabá/mt • 2017 • 1ª edição


SUMÁRIO

CENTRO SEBRAE DE SUSTENTABILIDADE........................................................................5

CENTRO SEBRAE DE SUSTENTABILIDADE – técnicas construtivas sustentáveis


ESPAÇO INTERATIVO.......................................................................................................................................................7

A EDIFICAÇÃO E SUAS TÉCNICAS CONSTRUTIVAS........................................9


CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL........................................................................................................................................ 11
ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA......................................................................................................................................... 14
Iluminação Natural...................................................................................................................................................................... 15
Proteções Solares........................................................................................................................................................................... 16
Conforto térmico e redução da carga térmica..................................................................... 17
Eficiência Energética................................................................................................................................................................. 19
Geração de Energia Fotovoltaica................................................................................................................. 21
Micro usina.................................................................................................................................................................................................. 23
Edifício Zero Energy Building................................................................................................................................... 25

EFICIÊNCIA HÍDRICA E APROVEITAMENTO DE ÁGUA DA CHUVA................................... 26


Bacias e metais com baixa vazão................................................................................................................. 26
Coleta e armazenamento da água de chuva......................................................................... 28

PROTEÇÃO E AUMENTO DA BIODIVERSIDADE.................................................................................... 31


MATERIAIS AMBIENTALMENTE PREFERÍVEIS............................................................................................... 34
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS E COMPOSTAGEM............................................................... 36
Gestão sustentável interna.............................................................................................................................. 41

SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DE
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E CERTIFICAÇÃO
AMBIENTAL DE EDIFICAÇÕES............................................................................................................... 43
ETIQUETA PBE EDIFICA................................................................................................................................................................ 43
CERTIFICAÇÃO INTERNACIONAL BREEAM IN USE ....................................................................... 47

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CENTRO SEBRAE DE
SUSTENTABILIDADE

CENTRO SEBRAE DE SUSTENTABILIDADE – técnicas construtivas sustentáveis


O SEBRAE é responsável por promover a competitividade
e o desenvolvimento sustentável das micro e pequenas
empresas e fomentar o empreendedorismo no Brasil. Presente
em todo o país, possui uma extensa rede de atendimento e
apoio aos micro empreendedores. Para alimentar esta rede
com conhecimentos na área de sustentabilidade, foi criado o
Centro SEBRAE de Sustentabilidade (CSS), localizado na cidade
de Cuiabá – Mato Grosso e inaugurado em 2010.
O conceito de sustentabilidade pode ser definido como
a capacidade da economia humana em atender à demanda
das gerações presentes sem comprometer as necessidades das
gerações futuras. Destaca-se, no que tange ao meio ambiente,
que a sustentabilidade está relacionada ao ecologicamente
correto, ou seja, refere-se às condutas que provoquem, direta
ou indiretamente, algum impacto na natureza.
Negócios sustentáveis fazem parte de um novo modelo
empresarial, onde produtos e serviços se baseiam no equilíbrio
da integração entre aspectos sociais, econômicos e ambientais
e os resultados das empresas precisam refletir este equilíbrio.
Suas estratégias devem ir além da tecnologia e abranger todo
o ciclo de vida do produto, da matéria prima à eliminação,
através das dimensões da sustentabilidade.

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Conheça as principais dimensões da sustentabilidade mapeadas
pelo CSS

Assim, a sustentabilidade se alcança através de um


trabalho contínuo desenvolvido por toda a sociedade, indivíduos,
empresas, comunidade, sendo considerado sustentável um
determinado empreendimento que possa ser definido como
ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente
justo e culturalmente diverso.
Atualmente, o desafio das pequenas empresas é saber
como incorporar e adaptar os conceitos de sustentabilidade ao
dia a dia corporativo. O Centro SEBRAE de Sustentabilidade
atua na área de geração, prospecção e disseminação de técnicas
e práticas sustentáveis aplicadas aos pequenos negócios. É um
laboratório ativo para empresários, estudantes e instituições
públicas que desejam conhecer sua aplicação e verificar sua
viabilidade no cotidiano. Sua missão é realizar pesquisas,
mapeamentos e diagnósticos e fornecer conteúdo através de
sites especializados, boletins, cartilhas, apresentações e outros
materiais de apoio. O CSS mantém parcerias com imprensa,
fornecedores, órgãos públicos e instituições empresariais para
reforçar sua rede de contatos em todas as esferas da sociedade,
estabelecendo uma comunicação direta, presente e efetiva
com todo o SEBRAE.

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CENTRO SEBRAE DE SUSTENTABILIDADE – técnicas construtivas sustentáveis
Os resultados obtidos nos negócios com as construções
sustentáveis são maior competitividade, rentabilidade e
desenvolvimento, aliados à redução de custos e do impacto
sobre o meio ambiente. Assim, com sua atuação ativa e proativa,
o Centro SEBRAE tornou-se referência nacional sobre o tema
da sustentabilidade.

ESPAÇO INTERATIVO

Dentro de sua estratégia de consolidação como centro de


referência nacional no âmbito da sustentabilidade, o Centro
Sebrae de Sustentabilidade apostou também na criação de
um espaço expositivo permanente, com o objetivo de promover
experiências e conhecimentos práticos sobre sustentabilidade,
aplicado à vida e aos negócios.
Por meio de jogos, aplicativos, mesas e terminais interativos,
produções audiovisuais e painéis informativos disponíveis no

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salão principal, no auditório e nos jardins, o visitante percorre
uma trilha de dados e informações, práticas sustentáveis,
vantagens e oportunidades para incorporar a temática no
dia a dia das empresas.

Sua missão é motivar o interesse pelo conhecimento


das vantagens e oportunidades de incorporar a temática da
sustentabilidade na criação, no desenvolvimento e na expansão
empresarial no Brasil.
Este espaço recebe em torno de 12 mil visitas por ano e
é um ponto de referência estratégico para pessoas, empresas
ou instituições que desejam conhecer como inovar e ser mais
competitivo, respeitando o meio ambiente e contribuindo para
o desenvolvimento social.
Desde 2015, o CSS passou a investir também em um
espaço itinerante, que pode ser montado em feiras, congressos,
empresas e universidades. A ideia é aumentar a repercussão
nacional e internacional do Centro Sebrae de Sustentabilidade,
disseminando seu espaço interativo e promovendo oficinas,
seminários e formações.

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Para mais
informações
Todo o conteúdo apresentado no
espaço interativo também encontra-
se disponível no site do CSS.

CENTRO SEBRAE DE SUSTENTABILIDADE – técnicas construtivas sustentáveis


goo.gl/vqc8d0

A EDIFICAÇÃO E SUAS
TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

O edifício do Centro SEBRAE de Sustentabilidade foi


desenvolvido pelo arquiteto mato-grossense José Afonso Botura
Portocarrero. O partido do projeto foi inspirado na cultura
indígena e cada aspecto construtivo foi considerado de forma
a otimizar recursos naturais e minimizar o impacto ambiental
do edifício sobre o meio ambiente e seus habitantes.
A edificação possui proporções próximas as casas
xinguanas, entre as quais se destacam a Yawalapiti e
Kamairurá, com seus quase 30 metros de comprimento por 11
de largura e pé direto elevado. A cobertura do CSS possui
forma aerodinâmica das casas xinguanas, com duas camadas
de concreto, permitindo a formação de um colchão de ar entre
elas, por onde escorre a água das chuvas que posteriormente
são armazenadas e reaproveitadas. Com a separação entre as
duas camadas de concreto, baseadas nas camadas de palmas
das coberturas das casas indígenaspor onde o ar é filtrado, é

9
possível manter a laje inferior com uma temperatura menor,
reduzindo a demanda do ar condicionado e consequentemente,
o consumo de energia elétrica.

A luminosidade natural bastante explorada, foi tratada


de forma a possibilitar o seu controle, através de brises móveis
que estão dispostos nas quatro faces do prédio.

Princípios projetuais considerados na concepção do CSS

• Resgate da cultura indígena;


• Proporções xinguanas;
• Uso comunitário do espaço interior (sem paredes);
• Cobertura em duas camadas;
• Pé-direito elevado;
• Iluminação natural;
• Controle da luminosidade por meio de brises;
• Sombreamento das aberturas;
• Redução da carga térmica;
• Conforto ambiental.

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A edificação foi assentada no terreno natural, fazendo
uso do desnível existente, o que reduziu a movimentação de
terra. A implantação levou em consideração a orientação
do sol (nascente-poente). A edificação está dividida em dois
pavimentos. O térreo, onde está o salão de trabalho, encontra-se
nivelado com a rua e ocupa uma área aproximada de 350m².
O aproveitamento do desnível possibilitou a existência de um
pilotis no nível inferior, de mesma área do pavimento térreo,
onde foi criado um auditório com capacidade para 100 pessoas.

CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

Uma construção sustentável deve ser ecologicamente


correta, socialmente justa e economicamente viável, envolvendo
com isto muitas variáveis. Ela pode incorporar uma vasta gama
de práticas e técnicas para reduzir ou eliminar o impacto dos
edifícios ao meio ambiente.

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12
ao CSS
Faça uma
visita virtual
goo.gl/9Ujexr

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No CSS, as principais práticas sustentáveis adotadas foram:

Práticas sustentáveis adotadas na construção do CSS

• Arquitetura bioclimática;
• Eficiência energética;
• Geração de energia renovável in loco;
• Eficiência hídrica;
• Aproveitamento da água de chuva;
• Proteção e aumento da biodiversidade;
• Materiais ambientalmente preferíveis;
• Gerenciamento dos resíduos;
• Compostagem;
• Gestão Sustentável Interna.

ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA

O projeto arquitetônico bioclimático deve ser elaborado tendo


como referência tudo o que acontece no meio ambiente externo.
O objetivo da arquitetura bioclimática é prover um ambiente com
conforto físico, saudável e agradável, adaptado ao clima local,
que minimize o consumo de energia e demande menor potência
elétrica possível, o que leva a mínima geração de poluição.

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Para a elaboração do projeto do CSS foram observadas
as variáveis climáticas locais: radiação solar direta, luz natural,
temperatura, vento e umidade.

Iluminação Natural

Em locais com alto índice de radiação solar, é fundamental

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priorizar a iluminação natural. Essa prática consiste em utilizar a
luz do sol para iluminar os ambientes internos, aproveitando ao
máximo as condições naturais na região. Como benefícios obtidos,
podemos citar maior conforto visual, maior produtividade, maior
bem-estar e maior economia de energia elétrica.
Para fazer um bom uso da iluminação natural, é necessário
analisar a orientação da edificação e projetar elementos de
sombreamento. Além disso, é importante fazer uso de estratégias
que beneficiem a entrada de luz natural nos ambientes, como
brises e aberturas zenitais. Atingidos os níveis satisfatórios
de iluminação, podem ser estabelecidas as estratégias de
sombreamento e o sistema de integração entre luz natural e
artificial.

Considerando as vantagens da iluminação natural, toda


a fachada do CSS foi projetada com vidro, que permite a
entrada de luz natural abundante e evita que seja necessário

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acionar a iluminação artificial durante a maior parte do dia.
Para evitar a entrada de radiação solar direta juntamente com
a iluminação natural, cada fachada apresenta elementos de
sombreamento distintos, uma vez que cada uma se comporta
de forma diferente com relação à insolação.
Mais do que uma questão de economia de energia, o uso
da iluminação natural está diretamente ligado à saúde, bem-
estar e produtividade dos usuários.

Proteções Solares

Um problema muito comum em países de altas temperaturas,


como o Brasil, é o superaquecimento de ambientes internos
devido à incidência do sol nas fachadas da edificação. Este
calor elevado pode provocar extremo desconforto, além
de determinar gastos maiores com estratégias artificiais de
resfriamento, como o ar condicionado.
Buscando proporcionar conforto térmico ao interior do
edifício do CSS, as fachadas possuem proteções solares que
garantem a permeabilidade visual do interior para o exterior

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e ao mesmo tempo protegem o vidro contra a incidência da
radiação solar direta. Essas proteções são brises metálicos
móveis que podem ser posicionados de forma a possibilitar a
entrada de luz, mas evitar a entrada de calor excessivo.

Conforto térmico e redução da carga térmica

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O cuidado com a orientação e com a insolação, o
sombreamento de fachadas, o bom aproveitamento de recursos
como iluminação e ventilação naturais e a especificação
criteriosa de materiais são algumas das soluções que, inseridas
globalmente em um projeto, podem contribuir para garantir
boas condições de climatização a um edifício. Prover conforto
térmico ao usuário para que ele possa desempenhar plenamente
suas atividades é uma condição inerente à boa arquitetura,
independentemente do tipo de construção ou do local onde
se situa.

FRESTAS NA
COBERTURA

BRISE MÓVEL
METÁLICO

BRISE MÓVEL
FACHADA DE MADEIRA
DE VIDRO

No CSS, as grandes fachadas de vidro aliadas aos brises


externos e à cobertura de camada dupla proporcionam uma
temperatura interna sempre mais amena em relação à externa,
contribuindo para a criação de um ambiente de trabalho mais
agradável e produtivo.
A cobertura projetada e construída em duas cascas de
concreto, espaçadas 40cm entre si, possui frestas superiores que
permitem a entrada de água da chuva. Desse modo, o escoamento

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da água entre essas camadas proporciona a diminuição da
temperatura da cobertura, o que auxilia a reduzir a carga térmica
do edifício e minimiza a necessidade de uso do ar condicionado.
Ainda entre as camadas da cobertura, ocorre o insuflamento de
ar, que atua como isolante térmico, minimizando a transferência
de calor para o interior da edificação e tornando o ambiente
interno até 5 graus mais fresco em relação à temperatura externa.

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No Brasil, a referência normativa técnica sobre conforto
térmico é a NBR 15220:2005 - Desempenho Térmico de Edificações.
Apresentando um método simplificado de avaliação do desempenho
térmico de componentes construtivos, a norma funciona como apoio
à elaboração de projetos bem resolvidos termicamente.

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Iluminação artificial em complementação à


iluminação natural

Eficiência energética é produzir a maior quantidade de


produtos ou serviços utilizando a menor quantidade de energia
possível, sem comprometer a qualidade do que está sendo
oferecido. Segundo a doutora em Tecnologias Energéticas e
Ambientais, Claudia Amorim, a energia elétrica usada em edifícios
corresponde a 45% do consumo total de energia elétrica do Brasil.
Portanto, a substituição das lâmpadas pela iluminação natural
pode ter um impacto significativo nas contas no final do mês.
Buscando reduzir sua carga térmica, o edifício do CSS faz
uso abundante da luz solar. No centro da cúpula da cobertura,
foram instaladas lâmpadas solares altamente eficientes com o
objetivo de corrigir a iluminação central da edificação. Essas
lâmpadas possuem formato de bulbo e funcionam capturando
a luz solar externa e, através de espelhos, distribuindo fluxo
luminoso externo para o interior do ambiente.

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Lâmpadas eficientes e luz de tarefa

Para complementar a iluminação natural, quando


necessário, foi implantado um sistema de iluminação artificial,
composto por lâmpadas fluorescentes e de alta eficiência
energética (LED), além de luminárias individuais nas estações
de trabalho (iluminação de tarefa).
A iluminação de tarefa complementa a iluminação natural
quando esta for insuficiente no plano de trabalho e permite o
controle local das condições de iluminação. É uma estratégia
que auxilia na redução do consumo de energia com iluminação
geral, que pode ser acionada somente quando a luz natural
não estiver mais disponível.

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Para MAIS
informações
sobre Eficiência Energética,
consulte o infográfico

CENTRO SEBRAE DE SUSTENTABILIDADE – técnicas construtivas sustentáveis


goo.gl/sXwcb5

GERAÇÃO DE ENERGIA FOTOVOLTAICA

As fontes de energia renováveis são, conceitualmente,


inesgotáveis, mas a produção potencial de materiais renováveis
tal como a madeira é limitada. As principais fontes renováveis
são:
• Solar;
• Eólica;
• Biomassa;
• Hidrelétrica;
• Geotérmica.

Algumas fontes renováveis que podem ser usadas em


edifícios para gerar energia. Entre os benefícios estão a redução
na demanda de energia da rede pública e uso de recursos
energéticos renováveis.
A seleção da melhor estratégia para a geração in loco
dependerá de fatores como o tipo e a localização do projeto, clima
e microclima, o preço da energia elétrica e os possíveis incentivos
fiscais e financeiros para energias limpas e/ou renováveis.
Na escala da edificação, o método mais comum de geração
de energia elétrica in loco tem sido a solar, fazendo uso de
células fotovoltaicas.

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Os sistemas fotovoltaicos produzem eletricidade por meio
da conversão da insolação (radiação solar incidente). A célula
fotovoltaica gera energia em corrente contínua, utilizada para
abastecer diretamente cargas em corrente contínua, armazená-la
em um sistema de baterias ou convertê-la em corrente alternada
para abastecimento de cargas em corrente alternada ou seja
para ser enviada para uma rede elétrica pública.
A célula fotovoltaica é um dispositivo fabricado com
material semicondutor e é a unidade fundamental do processo
de conversão da luz solar em eletricidade. Quando a luz solar
incide sobre uma célula fotovoltaica, os elétrons do material
semicondutor são colocados em movimento, gerando eletricidade.
Essa eletricidade, captada pelo painel fotovoltaico, é
conduzida ao inversor que faz a conversão e direciona a energia
à sua destinação de consumo. Em caso de excedente de energia,
o relógio bidirecional se encarrega de devolver à rede elétrica.
Os sistemas conectados a rede elétrica local utilizam a rede
como suprimento de energia de apoio e local para armazenar
a capacidade de geração em excesso.

Primeiramente, deve-se fazer todo tipo de esforço para dimi-


nuir a demanda de energia na edificação. A redução da de-
manda diminuirá o tamanho do sistema de geração de energia
in loco ou permitirá que determinado sistema atenda a uma
maior porcentagem de energia da edificação.

No caso de uma edificação eficiente, a geração de energia in


loco é capaz de reduzir ainda mais o impacto ambiental.

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CENTRO SEBRAE DE SUSTENTABILIDADE – técnicas construtivas sustentáveis
Para mais
informações
sobre Energia Solar, consulte
a cartilha Energia Solar
goo.gl/u2QT99

Micro usina

Em abril de 2016, uma micro usina de geração de energia


fotovoltaica foi instalada no Centro SEBRAE de Sustentabilidade.
A micro usina possui potência de 45 kWp (quilowatt-pico),
sendo composta por 180 painéis fotovoltaicos instalados como
cobertura do estacionamento. O sistema está conectado a rede
pública e atende as exigências da ANEEL – Associação Nacional

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de Energia Elétrica para geração distribuída. (Resolução
Normativa Nº 687/2015).
Implantou-se um sistema de supervisão, controle e aquisição
de dados do tipo SCADA para monitorar o desempenho e o
funcionamento dos equipamentos da micro usina. O sistema
apresenta entre outras funcionalidades registro de potência
instantânea e energia gerada/acumulada, registro de condições
meteorológicas e registro solarimétrico.
A geração dos painéis supre 100% da demanda de
energia elétrica do CSS, o que reduziu aproximadamente 98%
o valor da conta de energia. O CSS paga hoje à concessionária
apenas a taxa de disponibilidade da rede. A previsão é que
o retorno do investimento aconteça em até 6 anos.
O excedente gerado é injetado na rede e o crédito
referente é disponibilizado pela concessionária, podendo
ser utilizado em até cinco anos, de acordo com a norma da
Associação Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) de micro
geração distribuída (Resolução Normativa Nº 687/2015).
A micro usina ainda funciona como unidade demonstrativa
para empresários que desejam aprender mais sobre o assunto
e também como fontes de pesquisas sobre as variáveis que
influenciam a geração de energia solar, tais como temperatura,
umidade, insolação, indicadores de rendimento mensal, custos,
entre outras.

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Aliado às questões de competitividade e sobrevivência no
mercado, está o marco regulatório aprovado por meio da Resolução
Normativa da ANEEL nº 687/2015, que é uma medida estratégica
para impulsionar o mercado de energia fotovoltaica no Brasil.

Edifício Zero Energy Building

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Os chamados ZEBs - Zero Energy Buildings são classificados
como edificações que geram toda a energia necessária para
abastecê-las.
A edificação deve possuir a menor demanda de energia
possível, em função da eficientização de seus sistemas construtivos e
tecnológicos, e a demanda remanescente deve ser suprida através
de fontes renováveis de energia instaladas no próprio local.
O Centro Sebrae de Sustentabilidade é um dos poucos
edifícios zero energia existentes no Brasil.

Para mais
informações
sobre Energia Fotovoltaica,
consulte o infográfico
goo.gl/PR4YaU

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EFICIÊNCIA HÍDRICA E APROVEITAMENTO
DE ÁGUA DA CHUVA

Bacias e metais com baixa vazão

Os equipamentos instalados no CSS foram especificados


para minimizar o consumo de água. Esses equipamentos, que
reduzem a demanda de água, são chamados de economizadores.
Nas bacias sanitárias, são utilizadas válvulas com duplo
acionamento, que possuem botões de 3 litros para líquidos e
de 6 litros para sólidos.
As torneiras dos sanitários apresentam temporizador,
sendo possível assim, regular o tempo de vazão da água
imediatamente após a saída do usuário.

Além das opções utilizadas no CSS, existem no mercado


vários outros equipamentos que auxiliam na redução do consumo
de água, como arejadores, sensores para torneiras, mictórios
e outros.
A mesma tecnologia de arejadores e temporizadores
aplicada a torneiras já é utilizada em chuveiros.

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O uso consciente é fundamental para a redução do con-
sumo de água. Ao se escovar os dentes com a torneira
aberta, por exemplo, o consumo é de aproximadamente
12 litros de água. Fechando a torneira o gasto passa a ser
de apenas 3 litros. Com o mesmo equipamento é possível
controlar o consumo de água através do uso consciente.

CENTRO SEBRAE DE SUSTENTABILIDADE – técnicas construtivas sustentáveis


Uma válvula de descarga convencional acionada por seis
segundos consome em média 10 litros de água, já com a
válvula economizadora, o consumo passa a ser de 6 litros,
40% a menos.

Opte sempre por equipamentos


economizadores!

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Coleta e armazenamento da água de chuva

A captação da água pluvial é uma técnica simples com


inúmeros benefícios. Ela pode ser utilizada para reduzir o
consumo da água da concessionária ou complementar as fontes
de água potável em momentos de maior necessidade ou de
redução de recursos. Do ponto de vista econômico, a captação
de água pode resultar em menos gastos com o abastecimento
e maior disponibilidade de recursos.
No CSS, a coleta da água de chuva é feita por meio
da cobertura do prédio, que apresenta forma arquitetônica
aerodinâmica em duas cascas, permitindo que a água da chuva
permeie o seu interior através de frestas na casca externa.

A água da chuva, além de resfriar o material da cobertura,


auxiliando na redução da carga térmica do prédio, é coletada
e armazenada em reservatório com capacidade de 16 mil
litros para seu posterior aproveitamento nas bacias sanitárias,
irrigação e manutenção do prédio.

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CENTRO SEBRAE DE SUSTENTABILIDADE – técnicas construtivas sustentáveis
A água da concessionária é utilizada apenas quando o
nível do reservatório não é suficiente para a demanda do prédio.

O ciclo natural é a água pluvial escoar superficialmente


e ser absorvida pelo solo, recarregando os aquíferos. Com a
crescente impermeabilização do solo nas cidades, a coleta e o
armazenamento de água pluvial ajudam a diminuir o volume de
água superficial que, manejada incorretamente, pode ocasionar
os alagamentos urbanos.

29
Observação: Esse sistema foi projetado para atender
a estratégia do CSS, bem como atender a demanda de
aproveitamento no prédio. É válido ressaltar que cada
sistema precisa ser dimensionado e projetado de acordo com
as características regionais como índices pluviométricos, os
objetivos de uso pretendido e a infraestrutura disponível (área
de cobertura e área para reserva).
É fundamental que no projeto sejam atendidas as normas
aplicáveis e obedecida a legislação local. Pode ser que o seu
negócio precise de um mais simplificado ou mais complexo.
Por isso é recomendado que um profissional habilitado seja
consultado.

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Para mais
informações
sobre Como Fazer Captação
da Água de Chuva,
consulte o infográfico goo.gl/PJGLfs

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PROTEÇÃO E AUMENTO DA BIODIVERSIDADE

O Brasil lidera a lista entre os países considerados, pela


ONU, megadiversos em relação à biodiversidade. Empresas que
respeitam essa biodiversidade, além de preservarem a riqueza
natural, conquistam cada vez mais consumidores. O entorno das
instalações das empresas deve receber a mesma atenção que é
dispendida ao processo produtivo e ao abastecimento de matérias
primas.
Baseando-se nisso, a implantação do edifício do CSS no
terreno foi projetada de forma a manter a topografia original,
com desnível de seis metros entre as extremidades, evitando
uma grande movimentação de terra e preservando a vegetação
natural existente.

31
O projeto de paisagismo foi elaborado por engenheiro
florestal e é composto por espécies nativas dos três biomas do
cerrado presentes na região: Amazônia, Cerrado e Pantanal.
Utilizando plantas de espécies nativas, o jardim tem baixo custo
de manutenção e maior durabilidade, já que está adaptado ao
clima local. Além de auxiliar no sombreamento das aberturas
do prédio, ameniza o microclima e reduz o efeito ilha de calor.

O terreno do Centro SEBRAE de Sustentabilidade tem


2.060,72m² onde 1.580m² foram destinados à área verde
permeável, o que corresponde a 76,6% de área verde.
Existem 72 espécies ornamentais diferentes, além de árvores,
palmeiras e frutíferas do Cerrado. O agrupamento de espécies
favorece a conservação do paisagismo, que ocorre de forma
individualizada conforme as necessidades das espécies e do
bioma em questão, reduzindo as despesas com água e energia. A
rotina de cuidados envolve regar com a água captada da chuva
e adubação com húmus produzido através da compostagem
local. O CSS implantou também um viveiro como meio de
atuação na preservação de indivíduos arbóreos e replantio
de espécies. Nele são produzidas diversas mudas, utilizadas
para manutenção do paisagismo.

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Foram construídos ninhos e abrigos com o objetivo de atrair
a fauna do entorno e contribuir para a preservação de espécies
animais e vegetais naturalmente presentes no local. Assim, o
habitat e as condições de vida da fauna são reconstituídos no
terreno, aprimorando a biodiversidade da região. É válido
ressaltar que o próprio prédio, pelo microclima, atrai a fauna.
A fauna local pertence basicamente a espécimes

CENTRO SEBRAE DE SUSTENTABILIDADE – técnicas construtivas sustentáveis


sinantrópicos e vive em função do abrigo. São identificados
exemplares de avifauna, herpetofauna, mastofauna e insetos.

Para valorizar ainda mais esta biodiversidade, o CSS


propõe o contato entre os visitantes e a natureza, através de
trilhas para visitação e observação da fauna e da flora.
Com o intuito de estabelecer ações coordenadas de gestão
da paisagem e do habitat local, o SEBRAE firmou acordo com
a Federação Nacional da Indústria, localizada em terreno
vizinho, no qual as duas instituições se comprometem a preservar
os indivíduos arbóreos de suas áreas e executar o replantio

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de espécies para manutenção da diversificação florística,
mitigar as ameaças para a fauna permanente ou em trânsito
nas áreas e promover ações de educação ambiental para
colaboradores e comunidade que evidenciem a importância das
áreas circundantes para a biodiversidade e qualidade urbana.

MATERIAIS AMBIENTALMENTE PREFERÍVEIS

De acordo com a Associação Brasileira para Reciclagem


de Resíduos de Construção Civil e Demolição (Abrecon), 60%
do que é gerado nas cidades vêm da construção civil, e 70%
desse total poderia ser reutilizado. São cerca de oito bilhões
de reais desperdiçados por ano. A problemática da geração
desses resíduos se agrava ainda mais quando a ela se soma
outro fator preocupante: grande parte não recebe a destinação
correta e acaba por ser deixada clandestinamente em terrenos
baldios, áreas de preservação permanente, vias e logradouros
públicos. Neste quadro, a disseminação de uma cultura de
tratamento, reciclagem e reutilização no setor se apresenta
como uma questão cada vez mais urgente dos nossos tempos,
em que a sustentabilidade ambiental deve ser encarada como
aliada indispensável do desenvolvimento econômico.

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As obras para construção do Centro Sebrae de
Sustentabilidade começaram em 2008 e sua inauguração
ocorreu em outubro de 2010. Do projeto à construção, a
edificação foi desenvolvida de forma a minimizar a utilização
de matérias primas e o impacto ambiental, além de promover
a integração com a natureza.

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Para sua execução, foram utilizados materiais


ambientalmente preferíveis selecionados pelo seu potencial
sustentável, gerando economia na construção e no consumo de
energia. Estes materiais atendem a requisitos como produzir
baixas emissões durante a fabricação ou uso, energicamente
eficiente, de produção local e de baixo impacto, pouco

35
geradores de resíduos, de alta durabilidade e com certificações
de procedência. O CSS possui um guia de diretrizes para a
especificação de materiais com menor impacto ambiental como
produtos de limpeza, tintas, vernizes, selantes.
Ao longo da obra, os materiais foram reutilizados em
diversas etapas, como o piso de madeira construído com resíduos
de marcenaria, tubulação de esgoto feita de material reciclado
e pufes feitos com câmara de pneu. Até mesmo na decoração
são encontrados objetos reutilizados como latas, garrafas e
pneus, demonstrando que o reaproveitamento é possível de
forma bonita e criativa.

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS E COMPOSTAGEM

A coleta seletiva dos resíduos é de extrema importância


para a sociedade. Além de gerar renda para milhões de
pessoas e economia para as empresas, também significa uma
grande vantagem para o meio ambiente uma vez que diminui
a poluição dos solos e rios. Este tipo de coleta é essencial para
o desenvolvimento sustentável do planeta.
A implantação do sistema de coleta seletiva nas empresas
está relacionada ao segmento de atuação e depende de
algumas etapas para que cada resíduo receba a destinação

36
apropriada. Primeiramente, é necessário implantar um plano
de gerenciamento de resíduos que vai mapear as atividades
de sua empresa, diagnosticar e classificar os resíduos gerados
e realizar o encaminhamento correto. É importante também
disponibilizar coletores em locais de fácil acesso e alto fluxo
de pessoas e realizar campanhas educativas para o público,
promovendo a conscientização da importância da separação

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de resíduos. Por fim, estabelecer parcerias com as cooperativas
da região que garantam a destinação final adequada e a
reciclagem.
Desde 2010, o Brasil possui uma Política Nacional de
Resíduos Sólidos – PNRS. De acordo com essa política, até o
ano de 2020, o país deverá dispor da infraestrutura necessária
para destinar corretamente todo e qualquer resíduo sólido
produzido. A PNRS determina a prevenção e a redução da
geração de resíduos, propondo hábitos saudáveis e aumentando
a reciclagem.

Em grande parte dos escritórios comerciais ou de prestação


de serviços, como o Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS),
esta geração envolve resíduos comerciais, ou seja, aqueles
constituídos por materiais recicláveis, principalmente papel/
papelão, embalagens e plásticos, além de resíduos orgânicos.
Sua destinação final (envio aos aterros) é efetuada pelo órgão
municipal encarregado da limpeza pública.

37
Para implantação da coleta seletiva no CSS, foram seguidas
as seguintes etapas:

• Diagnóstico e classificação dos resíduos gerados;


• Escolha de um local específico (seco, limpo e arejado)
para acondicionamento e armazenamento temporário
dos resíduos até a coleta;
• Disponibilização de coletores em locais de fácil acesso
e com alto fluxo de pessoas;
• Estabelecimento de parcerias com cooperativas da
região;
• Campanhas de conscientização/educativas para
colaboradores e clientes, explicando a importância
da separação de resíduos.

Em parceria com empresas, o CSS possui um ponto de coleta


de resíduos eletrônicos e os materiais passam por uma triagem
para verificar as condições de uso e reaproveitamento. Se
estiverem em boas condições, são recuperados e encaminhados
para doação. Caso não estejam adequados para uso, são
recolhidos pela empresa e recebem a destinação adequada.

38
Existe também um ponto de coleta para resíduos de
difícil reciclagem (embalegens de pasta de dente, shampoos,
condicionadores, maquiagens, esmaltes, entre outros) que são
recebidos e encaminhados corretamente, gerando créditos de
doação a entidades beneficentes.
Já o descarte de resíduos orgânicos, como sobras de
alimentos e podas de árvores e plantas, é destinado às

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composteiras locais e transformado em húmus através do
processo de vermicompostagem. De fácil instalação e baixo
investimento, a compostagem é uma alternativa viável para os
pequenos negócios que desejam aproveitar os resíduos gerados
em suas instalações. No CSS, a compostagem eliminou o descarte
de resíduos orgânicos em aterros e o húmus gerado no processo
é utilizado no paisagismo das instalações.

A vermicompostagem tem capacidade para 2.400 litros


e ocupa uma área de 5m². A construção é de alvenaria e
reaproveitamento de bambu, mostrando que é uma iniciativa
acessível a qualquer empresa, pois é possível utilizar materiais
diversos. Em geral, as minhocas mais utilizadas são a Vermelha
da Califórnia e a Gigante Africana, pois convertem com maior
rapidez o composto em húmus, e o número ideal é de meio litro de
minhocas por metro quadrado. O ciclo completo da compostagem,

39
de acordo com dados da Embrapa, depende da origem e tamanho
dos resíduos orgânicos, além da instalação e composição das
pilhas do composto, podendo chegar de 45 a 60 dias. Quando o
composto está pronto para ser retirado dos canteiros, o material
apresenta cor escura uniforme, consistência leve e aroma neutro.
Esta é uma alternativa de fácil instalação e baixo investimento,
tornando-se viável para os pequenos negócios.
É importante lembrar que o local da instalação da
compostagem deve ser de fácil acesso e o solo deve possuir boa
drenagem. Também é desejável mantê-la em espaço sombreados
e protegido de ventos intensos. Além disso, os materiais utilizados
não devem conter vidros, plásticos, tintas, óleos, metais, pedras,
excesso de gorduras ou ossos inteiros (apenas moídos). A carne
deve ser evitada, uma vez que atraem insetos, e o papel pode
ser utilizado em até 10% do total de materiais.

Para mais
informações
Para maiores informações
sobre Compostagem,
consulte o infográfico goo.gl/RGUELC

40
Gestão sustentável interna

O programa de Gestão Sustentável foi construído com o


propósito de agregar todas as ações em sustentabilidade que
são executadas pela Instituição e servir como referência para
implantação por parte das empresas e instituições interessadas.
Sua estrutura contempla as dimensões da sustentabilidade

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(econômica, ambiental e social) considerando os eixos e seus
respectivos elementos.
O programa objetiva consolidar todas as ações de
sustentabilidade que são desenvolvidas pelo Sebrae em Mato
Grosso e servir de referência para unidades do Sebrae de outros
Estados e empresas que estejam implementando uma gestão
sustentável interna. Dentre os objetivos do programa estão:

• Implantar boas práticas de gestão sustentável interna


no Sebrae em Mato Grosso;
• Promover a conscientização e sensibilização dos
colaboradores da instituição por meio da educação
ambiental;
• Diminuir custos de manutenção e operação do prédio;
• Implantar ações para o uso eficiente do consumo de
energia elétrica nas unidades da instituição;
• Implantar práticas que permitam a redução do uso do
papel nos processos da empresa;
• Promover a redução e destinação final adequada dos
resíduos sólidos gerados nas atividades.

A Dimensão Ambiental, eixo Ecoeficiência, tem como um


dos seus elementos a gestão da energia na busca constante da
eficiência energética das unidades do SEBRAE em Mato Grosso
que participam desta ação.

41
Cabe a diretoria executiva aprovar as diretrizes da política
e incorporá-las nas decisões estratégicas, zelar e dar condições
para sua aplicabilidade. Cabe ainda aos colaboradores e
fornecedores promover, implantar e respeitar as diretrizes nos
processos cotidianos.
Atualmente os dados referentes ao consumo de energia
elétrica do Centro Sebrae de Sustentabilidade são registrados
mensalmente pela equipe da Gestão Sustentável Interna.
Além do consumo mensal de energia, a equipe monitora
as seguintes ações:

• Desligamentos das luzes e luminárias;


• Desligamento dos monitores;
• Desligamento dos no-breaks;
• Desligamento do ar condicionado;
• Descarte correto dos resíduos nos coletores seletivos
(Lixeiras).

O monitoramento tem como objetivo garantir que todas as


atividades compreendidas no Programa de Gestão Sustentável
do CSS sejam executadas corretamente pelos colaboradores.
Esse processo permite uma avaliação sistemática de cada
equipe de acordo com seu desempenho perante a gestão.

42
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO
DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
E CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL
DE EDIFICAÇÕES

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A construção civil é um grande gerador de resíduos e
emissor de gases de efeito estufa. Nesse contexto, organizações
públicas e privadas criaram normas e referencias para reduzir
os impactos gerados pela mesma.
Os sistemas de certificação proporcionam uma escala para
se avaliar a incorporação de estratégias sustentáveis a uma
edificação em comparação com prédios mais convencionais. Existem
atualmente vários tipos de sistemas de classificação de eficiência
energética e certificações no mercado brasileiro, dentre elas
estão: Procel Edifica, BREEAM, LEED, AQUA, entre outras. Trata-se
de avaliações feitas por uma terceira parte independente que
atestam a qualidade ambiental de um empreendimento.
Apesar de não ter sido projetado e construído visando as
certificações ambientais, o CSS obteve duas etiquetas Nível A
do Procel Edifica e um selo BREEAM In Use, nível Excellent, em
função dos princípios que norteiam a criação do CSS.

ETIQUETA PBE EDIFICA

A Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE)


é um documento concedito pela Eletrobras e pelo Prograna
Nacional de Conservação de Energia (Procel) em parceria com
o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE). A ENCE, também
chamada de Etiqueta PBE Edifica é regulamentada e fiscalizada

43
pelo Inmetro e informa a eficiência energética de edificações
numa escala que vai de A (mais eficiente) a E (menos eficiente).

Tabela 1 – Escopo Procel Edifica

Sistema Itens analisados

• Desempenho térmico da cobertura,


paredes e janelas levando-se em
consideração a zona bioclimática;
• Características dos materiais
construtivos;
Envoltória • Cores e Absortância térmica;
• Transmitância térmica;
• Percentual de abertura na fachada;
• Ângulos de sombreamento;
• Iluminação zenital;
• Ventilação natural;

• Densidade de potência instalada


de iluminação (DPI);
• Divisão dos circuitos;
Iluminação
• Consideração da iluminação
natural e desligamento automático
para o sistema de iluminação

• Capacidade dos equipamentos;


Condicionamento
• Isolamento dos dutos;
de ar
• Eficiência dos equipamentos;

• Eficiencia dos elevadores


• Sistemas para uso racional da água
• Sistemas ou fontes de energia
Bonificações
renovável,
• sistema de cogeração e inovações
técnicas ou sistemas;

44
Nos edifícios comerciais, de serviços e públicos são
avaliados três sistemas: envoltória, iluminação e condicionamento
de ar, além de alguns itens contabilizados como bonificações. 
Em 2013, o prédio do CSS conquistou duas etiquetas, uma
na categoria Projeto e outra na categoria Edificação Construída,
ambas com o Nível A de classificação. Além dos sistemas, envoltória,
iluminação e condicionamento de ar, foram analisadas as medidas

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de racionalização do consumo de água, item das bonificações,
contabilizando assim, 5,6 pontos de um total de 6 pontos possíveis.
Estas etiquetas destacam o CSS como exemplo em eficiência
energética, tornando-o a primeira edificação mato-grossense
etiquetada pelo Procel Edifica.

(A) (B)

Figura 1 - Etiqueta PBE Edifica do CSS. (a) Projeto e


(b) Edificação Construída.

45
Vantagens da etiquetagem:

• Possibilita o conhecimento da classe de eficiência


energética das edificações;
• Seu uso auxilia na busca de edificações mais
eficientes, possibilitando o controle do crescimento
do consumo de energia;
• Para consumidores, é uma ferramenta importante
na tomada de decisão, pois permite comparar as
classes de eficiência entre uma edificação e outra;
• Para instituições, proporciona mecanismos para a
contratação de projetos de novas edificações e a
definição de requisitos de eficiência em processos
licitatórios.

O processo de etiquetagem de edifícios se tornará com-


pulsório. De acordo com o Plano Nacional de Eficiência
Energética (PNEf), a compulsoriedade deverá ser aplica-
da para edificações públicas até 2020, comerciais e de
serviços até 2025 e residenciais até 2030.

Para mais
informações
sobre como obter a
certificação, acessar
o infográfico goo.gl/IKJ0pb

46
CERTIFICAÇÃO INTERNACIONAL BREEAM IN USE

O BREEAM (Building Research Establishment’s Environmental


Assessment Method) é um dos sistemas de certificação mais
antigos e amplamente adotados no mundo para projetos de
planejamento, infra-estrutura e edifícações. Foi desenvolvido
no Reino Unido em 1990 pelo Building Research Establishment

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Ltd. (BRE).
A certificação apresenta diferentes modalidades, dentre as
quais estão: New Construction (Nova Construção), Refurbishment
(Remodelação e Adaptação) e In-Use (Em Operação).
Em 2016, o Centro Sebrae de Sustentabilidade obteve
a certificação Breeam In-Use, nível Excelente, sendo até
então o mais alto nível concedido na América Latina. Nesta
modalidade, o impacto da edificação é analisado sob três
aspectos: desempenho, gestão da edificação e gestão do
uso. Cada aspecto é analisado de acordo com as seguintes
categorias:

Energia Saúde e bem-estar Inovação Uso da terra Materiais

Gestão Poluição Transporte Resíduos Água

Cada categoria possui requisitos e créditos. Quanto mais


créditos forem atendidos, maior será o nível de certificação
obtido.

47
Tabela 2 – Nível de certificação BREEAM In Use

Nível de certificação Pontuação


EXCEPCIONAL ≥ 70 ATÉ ♦♦♦♦♦♦ CSS

EXCELENTE ≥ 70 ATÉ < 85 ♦♦♦♦♦


MUITO BOM ≥ 55 ATÉ < 70 ♦♦♦♦
BOM ≥ 40 ATÉ < 55 ♦♦♦
ATENDE ≥ 25 ATÉ < 40 ♦♦
ACEITÁVEL ≥ 10 ATÉ < 25 ♦
NÃO CLASSIFICADO <10 -

Figura 2 – Selo BREEAM In Use – CSS

48
Tabela 3 – Características do CSS que auxiliaram
na obtenção da pontuação

• O projeto inicial do edificio


considera flexibilidade dos espaços,
onde a adaptaçao para outros usos
pode ser feita com facilidade.

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• Elementos de sombreamento foram
implantados de acordo com a
orientação do edificio para evitar
ofuscamento interno.
• É realizada a manutenção
preventiva de acordo com
Gestão Manual de Uso e Operação da
edificação, revisado pelo menos
uma vez ao ano.
• Procedimentos para informar
os usuarios dos edificios ficam
disponiveis na intranet.

• A acessibildade foi incoporada no


projeto do edifício.
• Há um plano abrangente para
evitar especificacões de materiais
tóxicos;
• Há mecanismos de
desenvolvimento profissional
continuo;
• Temperatura interna, CO2 e ruído
Saúde e são constantemente monitorados;
Bem-estar • Pesquisas feitas com os
colaboradores atestam o bem-
estar dos ocupantes;
• Há espaço dedicado aos
funcionários para convivência e
descanso.

49
• Paineis fotovoltaicos foram
instalados nas áreas de
estacionamento. Estes paineis
suprem 100% da demanda de
energia do edifício.
• O edificio possui a etiqueta
Energia PBE Edifica, o que comprova o
comprometimento com as normas e
regulamentos locais.

• O impacto por tranporte aborda


o deslocamento dos funcionarios e
viagens a negocios.
• O edificio é equipado com mesas de
reuniões e equipamentos de tele e
video conferência, diminuindo assim
a necessidade de deslocamento.
Transporte • A localização do edifício permite
acesso às amenidades locais por
rotas acessiveis. Informações são
disponíveis para os visitantes.

• O edifício é cercado de áreas


verdes que apresenta fauna e flora
locais. Há um plano de manutenção
para manter e melhorar a
biodiversidade local.
• o terreno foram instalados viveiros
de pássaros e ninhos, com suas
Uso da terra devidas proteções.
• Informações sobre a fauna e flora
são disseminadas através da
intranet.

50
• Analises sobre o Risco de
desastres naturais foram feitas
para o contexto do edifício.
• Mecanismos de levantamento
sobre as condições do edificio
conta com profissionais
capacitados e acoes mitigatorias

CENTRO SEBRAE DE SUSTENTABILIDADE – técnicas construtivas sustentáveis


sao conduzidas.
Materiais • Politica de compra de materiais
prioriza fornecedores locais, em
especiais aqueles que incorporam
sustenttabilidade em suas
operações.

• O consumo de água é monitoriado


constantemente e comparado com
os as metas de redução estipuladas
internamente.
• Foram especificados metais e
válvulas economizadoras.
• O aproveitamento da água de
chuva reduz aproximadamente
Água 78% o uso de água potável.
• O paisagismo é composto por
espécies nativas e adaptadas, que
exigem menos água e manutenção.

• Tanque de armazenamento de água


de chuva, superfiicies permeáveis
e drenagem superficial mitigam os
efeitos de cursos de água.
• Os produtos de limpeza nao são
nocivos ao meio ambiente.
Poluição • Existem politicas de aquisicao
responsáveis, revisadas anualmente.

51
• Existe uma política de resíduos
na qual o armazenamento e
a destinação dos resíduos são
monitorados mensalmente.
• Os residuos sao segregados
em coletores e containers com
facilidade de acesso.
• Os residuos orgânicos são
Resíduos utizados na compostagem e
vermicompostagem gerando húmus
que posteriormente são utilizados
nas áreas vegetadas como adubo
orgânico.

• Os painéis de célula fotovoltaica


suprem 100% da demanda
energética.
• Aproveitamento da água de chuva
reduz em 78% o consumo de água
Inovação potável.

Os benefícios com a certificação são muitos, dentre eles:

• Diminuição dos custos operacionais;


• Valorização do imóvel para revenda ou arrendamento;
• Melhora na segurança e priorização da saúde dos
trabalhadores e ocupantes;
• Conscientização dos colaboradores;
• Aumento da produtividade do funcionário;
• Incentivo a fornecedores com maiores responsabilidades
socioambientais

52
• Aumento da satisfação e bem estar dos ocupantes;
• Uso racional e redução da extração dos recursos naturais
• Redução do consumo de água e energia
• Uso de materiais e tecnologias de baixo impacto ambiental
• Redução, tratamento e reuso dos resíduos da construção

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e operação.

Hoje há mais de 556.043 empreendimentos com selo BRE-


EAM e aproximadamente 2.259.200 edifícios registrados
para avaliação desde que a certificação foi lançada, dis-
tribuídos em 78 países.

PARA SABER MAIS

SEBRAE - MT: www.sustentabilidade.sebrae.com.br


Diretrizes de gerenciamento de resíduos da cons-
trução: Resolução nº 307 do Conselho Nacio-
nal do Meio Ambiente – CONAMA, de 5 de
julho de 2002
LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F. Eficiência Energé-
tica na Arquitetura. São Paulo: PW, 1997. 192 p.
PORTOCARRERO, J. A. Tecnologia indígena em
Mato Grosso: habitação. Cuiabá, MT: Entre-
linhas, 2010.

53
PARA SABER MAIS

Normas e Certificações
ISO 9000, ISO 14001 e ISO 26000

PROCEL EDIFICA
www.procelinfo.com.br

BREEAM
www.breeam.com

INSTITUTO ETHOS
www.ethos.org.br

INSTITUTO AKATU
www.akatu.org.br

PACTO GLOBAL DAS NAÇÕES UNIDAS


www.pacto-global.org.br

INSTITUTO ENVOLVERDE
www.envolverde.org.br

54
 Esta cartilha compõe uma série de oito
volumes com temas fundamentais para você
aprimorar seus conhecimentos. Boa leitura!

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