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- Sorologia: não se relaciona com padrão Th1 ou Th2, indica apenas a presença de anticorpos frente a um
determinado antígeno. Não se trata anticorpos, mas sim as infecções.
Positiva: há o estímulo antigênico (parasito) no organismo
Negativo: estímulo antigênico foi eliminado ou nunca existiu.
- Sorologia – Comportamento
Cut-off Geralmente = fase aguda
1:2 1:4 1:8 1:16 1:32 1:64 1:128 1:256 1:512 1:1024 1:2048 1:4096 etc
Variações de 1 titulo para mais ou para menos, não têm significado clínico, pode ser considerado normal.
LEISHMANIOSE
PARASITOLÓGICO
CASO CULTURA IDR SOROLOGIA
DIRETO (ED)
1:64
- - -
1 1:128
- - +
1:64
Caso 1: Senhor com úlcera no MS, 20 dias de evolução. Relata ser pescador.
Indica-se o tratamento (Glucantine), onde só haveria fechamento da ferida após a quarta repetição do tratamento.
Após 6 meses, repete-se a sorologia:
Método IFI: IgG 1:128 = indica que o parasito não desapareceu
Embora o parasito não tenha desaparecido não se faz o tratamento, porque não há sintomatologia. Embora seja
importante orientar o paciente para que caso surja qualquer sintoma relacionado com LMC (secreção amarelada do
nariz, ou coceira no nariz, por exemplo) ele deve procurar atendimento para iniciar tratamento para leishmaniose muco
cutânea.
PARASITOLÓGICO
CASO CULTURA IDR SOROLOGIA
DIRETO (ED)
1:128
2 + Não feita (NF) + 1:32
Negativa
Caso 2: Paciente de Paracatú-MG (onde há surto de leishmaniose por L (L) amazonensis!). Evolução de 4 a 5 meses.
PARASITOLÓGICO
CASO CULTURA IDR SOROLOGIA
DIRETO (ED)
+ - 1:1024
NF 1:1024
3
NF 1:256
+ 1:32
Após o tratamento por 1 ano (intercalado devido à toxicidade do medicamento) foram realizados novos exames, como
critério de cura:
IgG 1:256
Após 2 anos:
IgG 1:32
IDR + = Resposta Th1
Os resultados após os 2 anos de acompanhamento indicam que o paciente respondeu bem ao tratamento.
No caso da leishmaniose cutâneo difusa: em fase aguda a IDR é negativa, porque o padrão de resposta é Th2 (a
imunidade mediada por céls (Th1) não está presente). Com o padrão Th2, esperam-se títulos de anticorpos altos
(1:1024).
Após o tratamento eficiente, espera-se que o paciente tenha desenvolvido anticorpos de memória contra o parasito
(justificando a sorologia positiva, embora mais baixa), e que também tenha capacidade de responder ao estímulo
antigênico (resposta Th1 = IDR positivo).
A inversão do resultado da IDR é esperada nesses casos.
PARASITOLÓGICO
CASO CULTURA IDR SOROLOGIA
DIRETO (ED)
4 - - +
Como o parasitológico e a cultura foram negativos, indica que o parasito não está presente.
A IDR está positiva porque houve reação cruzada.
Não há necessidade de se fazer sorologia nesses casos.
DOENÇA DE CHAGAS
ROMPIMENTO DO NIVEL
SUBPATENTE
Parasito volta a ser
detectado
FASE AGUDA
Nível da parasitemia
determina quadro crônico
NÍVEL SUBPATENTE
do paciente.
Presença do ciclo
(tripomastigota ↔
amastigota)
Caso 1. Paciente de 3 anos, de Água Comprida, mãe relata que criança foi picada por barbeiro há 15 dias, muitas vezes.
Exames solicitados: resultado Análise
mHTO: negativo
HC: negativo Ausência do parasito ou parasitemia muito baixa
XD: negativo
Negativo porque ainda não houve tempo para montar resposta
Sorologia: negativo
imune. IgM só aparece de 1 a 2 semanas após a infecção.
Repetição dos exames após 15 dias (quadro já está com 1 mês de evolução):
Exames solicitados: resultado Análise
Presença do parasito. Só seria falso positivo se fosse T. rangeli
(nesse caso já se inicia o tratamento, que é efetivo tanto para T.
mHTO: positivo
cruzi (patogênico) quanto para T. rangeli (não patogênico para
humanos).
HC: negativo Espera-se que HC e XD sejam positivos, já que mHTO indica
presença do parasito, mas esses casos com resultados negativo,
XD: negativo devem-se às cepas que podem não crescer em determinados
meios/organismos
Demonstra presença do parasito e que foi montada uma resposta
IgM 1:32
imune.
Repetição dos exames (aos 4 meses de evolução) = paciente em fase crônica da doença.
Como o paciente continua com a doença, torna-se necessário prolongar o tratamento (como é em crianças, a droga
apresenta menos efeitos colaterais). Após 120 dias, repetem-se os exames:
Se o XD fosse negativo, poderíamos supor que o paciente estivesse curado. Para isso, repetem-se os exames. Com XD
positivo, é certeza que não houve cura. Com o LMC maior que 20%, é certeza que há parasitos.
Deve-se analisar cuidadosamente e ser criterioso ao fazer a escolha do laboratório para laudar LMC, porque erros são
frequentes.
TOXOPLASMOSE
IgM
- Começa a ser produzido entre 1ª e 2ª semanas;
- Pico até 1:512 (menor que IgG), relativamente
baixo.
- Fica 4 semanas em platô, depois cai
- 16 semanas após, desaparece.
- IgM = fase aguda
- Pode haver acs residuais (linha tracejada) que
desaparecem em até 2 anos após a infecção.
IgG
- Começa a ser produzido entre 2ª e 3ª semanas;
- Pico na 10ª semana (títulos maiores que 1:2000)
- Depois há decaimento lento
- Titulo permanece durante toda a vida do paciente,
porque há células de memória e o parasito
permanece no organismo.
- Esses acs não são erráticos.
CASO ANTES 2 MESES 4 MESES 6 MESES
1 - - - -
2 1:64 -
1:64
3 - - -
1:1024
4 - - -
5 - - -
1:32
6 -
IgM 1:32
7 - - 1:64
8 - - 1:64
Caso 1. Senhora que chega ao consultório para fazer controle pré-natal. Resultados indicam que não tem
toxoplasmose.
Caso 2. Senhora que chega ao consultório, com teste já positivo (titulação IgG = 1:64). Não há necessidade de repetir o
exame, a paciente já está protegida, não há riscos na gravidez.
Resultado = 1:1024
Avaliação: houve aumento de 4 vezes o título original, indica fase aguda da toxoplasmose.
Conduta: Tratamento durante 8 a 10 semanas (ou até dar a luz).
Resultado = 1:512
Avaliação: toxoplasmose aguda
Conduta: repetir o exame após o parto.
Resultado:
Mae: 1:1024
Filho: 1:1024
Avaliação: dúvida se houve transmissão passiva de anticorpos ou se houve toxoplasmose congênita
Conduta: acompanhamento da criança. Se houver aumento dos títulos = criança infectada. Se houver diminuição dos
títulos = transmissão passiva
Resultados:
1º mês: 1:512
2º mês: 1:1024
3º mês: 1:2048
4º mês: 1:1024
Avaliação: houve infecção da criança, porque títulos mantiveram-se altos.
Caso 5. Mãe com sorologia 1:64 ao 8º mês. Repetiu-se o exame e o resultado foi 1:1024.
Ao nascimento:
Mãe: 1:1024
Criança: 1:4096
Avaliação: título3 vezes superior ao da mãe, confirma toxoplasmose congênita
Caso 6.
Ao 2º mês IgG 1:32
Para confirmar, analisa-se IgM (também deve estar baixo, para indicar inicio da infecção), que resulta em 1:32.
Análise: o teste confirmatório comprova que houve infecção por T gondii. Como foi no primeiro trimestre, o
prognóstico para o bebê não é o ideal.
Confirmação:
IgM 1:32
Análise: significa que a gestante tem toxoplasmose e que o segundo resultado de IgG (1:32) foi erro laboratorial, esse
resultado deveria estar aumentado.
Caso 9. Mãe controlada (sorologia sempre negativa). Criança nasce normal, mas aos 15 dias de vida aparecem sintomas
inespecíficos. O clínico pede então sorologia para diversas doenças. Todas são negativas, exceto a sorologia para
toxoplasmose:
IgM 1:32
Avaliação: o último exame da mãe foi aos 8 meses de gestação. Houve a possibilidade dela ter se infectado até o 9º
mês. Para a criança, as possibilidades de infecção são: 1) ingesta de taquizoítos do líquido amniótico (ao romper a bolsa
é mais frequente que isso ocorra, e é a possibilidade mais plausível). 2) ingesta de água contaminada misturada com o
leite.
Conduta: fazer a sorologia da mãe, para verificar se houve toxoplasmose congênita. Espera-se que ela seja
sorologicamente positiva.
Caso 10. Paciente que nunca foi ao consultório deste clínico: grávida de 6 meses, deseja fazer o controle pré-natal.
Reclama que há poucos dias teve febre, coriza e mal-estar geral.
Exames solicitados:
IgM 1:32
IgG 1:128
Avaliação: é difícil. É um quadro característico de início de fase aguda.
Conduta: repetir exames.
Resultado:
IgM 1:128
IgG 1:1024
Teste de avidez* IgG < 30 U
Avaliação: confirma-se que é início de fase aguda.
* Teste da avidez: mede a capacidade ao anticorpo se ligar ao antígeno. Sabe-se que no início da infecção ela se liga
com menor avidez. Portanto, os resultados são interpretados da seguinte maneira:
< 30% = indica menos de quatro meses de infecção e, portanto, inicio/fase aguda.
> 60% = indica infecção com mais de quatro meses de duração e, portanto, fase crônica.
Entre 30 e 60% = indeterminado. É de difícil interpretação e indica-se realizar outro teste.
Se:
Filho 1:8192
Análise: toxoplasmose congênita na fase aguda
Se
Filho 1:1024
Análise: diferença de um título = similaridade
Conduta: tratamento e repetir o teste sorológico
Resultado 1:512
Conduta: continuar tratamento e repetir exames
Resultado: 1:1024
Análise: confirma-se toxoplasmose congênita (fase crônica). Se fosse transferência de acs, os títulos cairiam
progressivamente.