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CONSELHO MUNICIPAL DE POLÍTICAS CULTURAIS

FÓRUM SETORIAL DE ARTES VISUAIS E ARTESANATO


RELATORIO DO ii FORUM

Guarulhos, 03 de setembro de 2018.

“Agradeço primeiramente á todos os presentes deste forum, as


participação e as voz de todos que contribuirão para esse
trabalho.”

O relator.

Estiveram Presentes, O Conselheiro Titular da cadeira de Artes


Visuais e Artesanato, Srº Antonio Edson, Conselheiro Adjunto,
Srº Rafael Ferro. Outros membros do Conselho Municipal de
Politicas Culturais, Presidente do Conselho, Srª Josefa Leônicio,
Tambem, Srª Débora Abdala, Conselheira Titular da cadeira de
Artes Cenicas, Srº Fabu Valente, Conselheiro Adjunto da cadeira
de Cultura Popular, como Servidor Publico da Divisão de Artes
Visuais, tivemos a colaboração da Srª Adriana Lins e a presença
da Conselheira Srª Maria Catia COMTUR – Conselho Municipal
de Turismo.

Realizado no Centro Educacional Adamastor a reunião, auditorio


3B

1 - A ABERTURA

Sr. Tony tomou a palavra e juntamente do Sr Rafael Ferro passou a


apresentar, via recurso multimídia, a composição e atribuições do CMPC, bem
como os canais de comunicação dos fazedores de cultura com o conselho,
destacando a plataforma de mapeamento cultural GruCultura. Srta Adriana Lins
enalteceu a plataforma como meio para publicização de trabalhos e até mesmo
como ferramenta para comércio virtual, assunto de interesse tendo em vista o
público presente. Sra Josefa Leôncio sugeriu a criação de oficina para orientar
os fazedores de cultura quanto as ferramentas e usos do GruCultura, ficando a
cabo da gestão e dos membros do CMPC sua promoção.

2 - DISCUÇÔES

2.1 Terminadas as falas iniciais, foram aberturas as falas e manifestação dando


origem ao debate e apresentação de demandas. A primeira fala versou sobre
abaixo assinado dos artesãos buscando melhorias para a Feira de Artes do
Calçadão (Centro de Guarulhos), ficando clara a necessidade de legitimar e
empoderar mais os artesãos enquanto movimento social e artístico.

2.2 Manifestação do Sr. Antonio, servidor da divisão de Artes Visuais, sobre


verba específica direcionada a Feiras de Artes e Artesanato, fruto de convênio
com governo do estado. Ficou determinado aos conselheiros buscar junto ao
poder público via Departamento de Ações Culturais informações a este
respeito, bem como, a possibilidade de captar recursos complementares ao
artesanato via convênios com o governo estadual e federal.

2.3 Manifestação da Sra Josefa Leôncio sobre os tramites burocráticos ligados


a verbas públicas (LOA e PPA), destacando as verbas destinadas para a
Cultura (0,67% do erário público municipal), a partir da sua fala o grupo
percebeu a necessidade de aumento dos recursos destinados à Cultura para
ao menos 1%, bem como, a necessidade de alocação de recursos específicos
para contemplar políticas públicas em cada uma das linguagens e segmentos.

2.4 A artesã Sra Maria Cátia trouxe importante consideração sobre a SUTACO
– Superintendência do Trabalho Artesanal das Comunidades, autarquia ligada
ao governo estadual que ordena e disciplina a comercialização do artesanato
em espaços públicos dentro do estado de São Paulo. Kátia deixou claro que,
devido as mudanças de regulamentação do artesanato, muitas técnicas
deixaram de ser reconhecidas inviabilizando o trabalho de muitos artesãos,
pedindo o apoio do CMPC para a resolução desta demanda.

2.5 Todos os presentes apontaram os problemas decorrentes desta mudança,


inclusive no contexto da cidade de Guarulhos. Junto a isso, manifestações de
repúdio ao fato do artesanato na atual gestão ter sido delegado à Secretaria do
Trabalho, gerando rupturas e delimitação de grupos distintos o que outrora não
existia: grupo de artesãos vinculados à pasta da Cultura (Feira de Artes) e
grupo vinculado a pasta Trabalho (Feira de Economia Solidária).

2.6 Sr. Fabú Valente, conselheiro do CMPC pela cadeira de Cultura Popular e
membro do Fórum Municipal de Economia Solidária, fez uma intervenção no
sentido de informar que o registro junto a SUTACO é opcional, tendo em vista a
existência de legislação federal que ampara o artesão quanto ao direito de
comercializar nos espaços públicos, ficando a cargo das estâncias de governo
estadual e municipal, regulamentar os artesãos e determinar os locais
adequados para a comercialização. Neste sentido, seria de fundamental
importância diálogo mais estreito entre as pastas Cultura e Trabalho.

2.7 Sr. Tony fez menção a reunião realizada anteriormente nas dependências
da Secretaria do Trabalho, tendo por presentes a Sra Secretaria Telma Cardia,
Srta Kátia, responsável pela Divisão de Microcrédito e Feira de Economia
Solidária, entre outros técnicos. Bem como, membros do CMPC (linguagens
Artes Visuais e Cultura Popular). Na reunião foram apresentadas e discutidas
as seguintes demandas:

- Criação de cadastro único de artesãos, não havendo a obrigatoriedade


de vínculo ao formato da Economia Solidária, mas sim ficará de livre
escolha dos empreendimentos sua tipificação e vínculo junto ao poder
público, sendo este: autônomo / independente; autônomo vinculado a
grupo, arranjo produtivo, MEI, Economia Solidária, entre outros.

- Ficará sob a alçada da Secretaria de Cultura, via Divisão de Artes


Visuais, a curadoria dos processos produtivos e peças artesanais, bem
como, a promoção de oficina voltadas a apropriação de temas
específicos, a exemplo de história e identidades locais.

- Ficará sob a alçada da Secretaria do Trabalho, via Divisão de


Microcrédito, facilitar formações com temas ligados a noções de
Marketing, E-Comercy, Contabilidade, no sentido de qualificar a gestão
dos empreendimentos / técnicas.

- Abertura de novos espaços de comercialização via diálogo com a SDU


– Secretaria de Desenvolvimento Urbano, possibilitando via rodízio a
participação em diferentes locais.

Todas as pautas foram discutidas havendo o pleno aceite por parte dos
presentes. O CMPC virá cobrar as pautas e cobrar diálogo mais articulado
entre as pastas Cultura e Trabalho.

2.8 Ainda no tocante a reunião, Srta Adriana Lins sugeriu a criação de selos de
qualificação dos artesãos de modo a dar clareza quanto a participação em
processos de formação, bem como, fomentar a participação nos mesmos. Os
selos serviriam como critérios para possíveis chamamentos de artesãos a
participarem de eventos específicos. Para exemplificar, citou o Revelando São
Paulo, evento no qual o artesão a ser chamado deverá ter realizado
anteriormente capacitação em história local. O fornecimento dos certificados de
participação nos processos de capacitação, ficarão a cargo das secretarias de
Cultura e Trabalho.

2.9 Sra Maria Cátia fez importante comentário sobre a relevância do COMTUR
– Conselho Municipal de Turismo no sentido de fomentar o artesanato. Porém,
apontou que não se sentia plenamente representada enquanto membro da
sociedade civil. Como encaminhamento foi sugerido diálogo com o Sr. Danilo
Duarte, atual presidente do COMTUR, tendo a participação do Sr. Ricardo
Balcone, Diretor de Turismo de Guarulhos – SDECET, para a resolução do
caso e discussão de mecanismos de inclusão do artesanato no tocante ao
Turismo local. Sra Maria Cátia, a título de informe, disse a todos os presentes
que a reunião do COMTUR ocorre periodicamente todas as segundas quartas-
feiras de cada mês, fazendo o convite a participação de todos.

2.10 Ainda em sua fala, Sr Maria Cátia faz sugestão de ocupação da “rua” do
lago dos Patos com a feira de Artes e Artesanato, em caráter quinzenal, como
já vem sendo feito pontualmente em alguns eventos promovidos no local. Sr.
Carlos Borges, artesão, trouxe a demanda de ocupação positiva por meio das
Artes e Artesanato da Praça Getúlio Vargas, como encaminhamento foi
sugerida reunião junto a SDU na pessoa do Sr Secretário Jorge Taiar.

2.11 Ainda no tocante ao Lago dos Patos, Sr Marcos, servidor público da


Divisão de Artes Visuais da Secretaria de Cultura, fez menção a tentativa
recorrente de secretarias como Administração, Defesa Civil, Obras e Trabalho
de se apoderarem do Centro de Exposições José Ismael, alegando a
subutilização do espaço. Todos os presentes repudiaram este procedimento,
reconhecendo a importância do espaço no contexto da cidade. Sr Fabú,
relembrou o fato do uso e ocupação do espaço ser resguardado por lei de
tombamento, visto ser o único espaço de exposição de artes do município. Foi
encaminhada a necessidade de reunião com as pastas citadas, juntamente de
membro da Secretaria de Governo, no sentido de resolver o assunto,
pleiteando inclusive a retirada da Regional de Obras, hoje ocupante de uma
das salas do Centro de Exposições.

2.12 Sra Maria Kátia se manifestou sobre a ausência da representatividade da


Feira de Artes e Artesanato nas festividades da Festa de Bonsucesso,
ocorridas no mês de agosto, Sra Adriana Lins apontou que houve falta de
diálogo entre as pastas Cultura e Trabalho, reforçando a necessidade de
política pública integrada e principalmente respeito para com os artesãos da
cidade. A Festa de Bonsucesso é uma das maiores manifestações da
identidade local, e o artesanato é um dos meios de se materializar e difundir
esta identidade.
2.13 Sr. Carlos Borges, artesão, fez sugestão sobre peças de arte em datas
específicas nos pontos de destaque da nossa cidade, e exemplo de árvore de
natal concebida com material reciclado. Sr. Fabú fez lembrar da cidade de
Guararema, notória por trabalhos de artesanato nas festividades natalinas.
Ficou encaminhado a discussão desta demanda como pauta para a reunião
com a SDECET.

2.14 Sr. Marcos trouxe a pauta das Artes Visuais, apontando a necessidade de
implementarmos uma reserva técnica, no sentido de armazenar e salvaguardar
adequadamente o acervo de mais de mil obras disponibilizado sob a guarda da
Divisão de Artes Visuais de Guarulhos, destaque para a obra de Tarsila do
Amaral, indisponível para exposição por conta da falta de espaço adequado.

2.15 No correr do debate ficou evidente a necessidade de implementação de


museu de artes no município, vindo a dar publicidade às peças e trabalhos. Sr.
Antônio fez lembrar de parceria anterior com a UNIFESP no sentido de
implementar museu na cidade, ficou determinado que os Conselheiros
acionariam o Depto de Ações Culturais acerca desta demanda.

2.16 Ainda neste tocante, Sra Adriana Lins fez menção a ausência do Salão
de Artes Visuais no município, neste momento Sra Maria Cátia fez
apontamento sobre os casos de censura de obras ocorrido em exposições
recentes, evidenciando ainda mais a necessidade de espaço adequado para as
artes de nossa cidade para além do CE Adamastor.

2.17 Sr. Francisco fez sugestão de criação de Associação de Artesãos local,


vindo a potencializar o diálogo entre os fazedores de cultura da linguagem,
bem como, ao poder público e setor privado.

2.18 Por fim, foi registrado manifesto por parte dos artesãos, a ser
encaminhado para apreciação da mesa do CMPC: O Fórum de Artes Visuais
faz menção a filtragem de informações e demandas encaminhadas no último
Fórum, realizado no mês de julho. Repudiando o fato das 11 demandas
elencadas não terem obtido resposta, vemos isso como um profundo
desrespeito para com os fazedores de cultura das Artes Visuais.

Dado o avançado das horas, Sr Rafael Ferro tomou a palavra, consensuou o


encerramento, agradeceu a presença de todos, dando por encerrada a reunião.

3 - ENCAMINHAMENTOS

3.1 É solicitado a Secretaria de Cultura:

 - Respostas das demandas do Fórum Anterior;


 - Facilitar formação para orientar quanto ao cadastro na plataforma
GruCultura;

 - Informações sobre verbas e convênios (estadual, federal ou setor


privado) disponíveis para o artesanato;

 - Construir junto a Secretaria do Trabalho: cadastro único de artesãos,


processos de capacitação (artística e de gestão), determinação de
pontos para comercialização;

 - Abertura de espaço de comercialização no Lago dos Patos,


quinzenalmente, bem como, na praça Getúlio Vargas em datas pré-
definidas;

 - Garantia de espaço de comercialização nas Festividades da Carpição


(Bonsucesso);

 - Implementação do Museu / Pinacoteca municipal;

 - Retorno e ampliação do Salão de Artes Visuais;

 - Criação de reserva técnica, espaço adequado para salvaguardar as


obras de arte da nossa cidade.

3.2 Solicitado ao CMPC:

 - Solicitar reunião com: SDECET e COMTUR, para tratar do artesanato


no tocante ao turismo; Reunião com Secretaria de Obras, Defesa Civil,
Trabalho, Administração e Governo para resguardar o Centro de
Exposições José Ismael; Reunião com SDU para tratar dos espaços de
comercialização do artesanato.

 - Maior clareza nos encaminhamentos das demandas pontuadas nos


fóruns.

Desde já Agradeço os esclarecimentos.

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