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clarividência retroativa

Alguns, como Joel Barker em seu vídeo "O Negócio dos Paradigmas," usam paradigma e
mudança de paradigma para explicar por que algumas pessoas ou empresas fracassam e
outras têm sucesso. As que têm sucesso são aquelas dispostas a mudar para um novo
paradigma; as que falham são as que permanecem inflexíveis e fixadas em idéias
tradicionais porque elas se mostraram bem sucedidas no passado, ou porque as empresas
não conseguem enxergar a utilidade de alguma nova idéia. Os suíços falharam por não
patentear ou comercializar os relógios a quartzo, embora os tenham inventado, porque não
souberam mudar paradigmas. Eles não souberam mudar os paradigmas porque não
enxergaram que existiria um mercado para outro tipo de relógios além do tipo que eles
vinham fabricando e comercializando há gerações. Os japoneses ganharam tanto dinheiro
com os relógios a quartzo porque não tinham um velho paradigma, prendendo-os a um
modo de pensar, que os impedisse de patentear e comercializar relógios a quartzo.

Este modelo poderia ser chamado de clarividência retroativa porque ele enxerga, sempre e
somente após o ocorrido, quem deixou de fazer uma mudança de paradigma e quem se
beneficiou por ter tido a perspicácia de tirar vantagem das criações de outras pessoas. Este
modelo é inútil para prever quais criações se mostrarão lucrativas e úteis, mas é excelente
para retrospectivas. Ele infalivelmente vê que a Xerox não fez uma mudança de paradigma
e se deu mal por não dar ênfase ao Ethernet, ou à interface gráfica de usuário ou à
impressora a laser, e que a IBM se deu mal quando inicialmente rejeitou a noção de
computador pessoal.

Barker foi mais além e agora afirma ser capaz de reconhecer quando paradigmas irão
mudar no futuro, e ele também ensina como fazê-lo em seu novo livro Paradigmas: O
Negócio da Descoberta do Futuro.

relativismo

Provavelmente a mais séria má aplicação do conceito de Kuhn é a noção de que tudo o que
compõe um paradigma é relativo e subjetivo, e logo puramente pessoal, sem nenhuma
conexão ou comprovação na realidade. Alguns dos que pensam que o criacionismo e a
evolução são paradigmas ou teorias concorrentes cometem este erro. Pode ser verdadeiro
que todas as teorias e crenças sejam "subjetivas" mas isto não significa que elas sejam todas
igualmente úteis ou prováveis, ou mesmo do mesmo tipo. O fato de que o vermelho e todas
as cores sejam "subjetivas" não impediu o desenvolvimento da decoração de interiores,
pintura, indústria do vestuário, etc. Ninguém hesita em comprar um carro vermelho com
base em que o vermelho e todas as cores são puramente subjetivas. A maioria de nós é
capaz de diferenciar o vermelho do azul, mesmo sabendo que nenhum deles existe exceto
em nossas mentes, ou na interação subjetiva dos nossos sentidos com os objetos, sob
determinadas condições. E a maioria de nós sabe que não há nenhuma comparação e
nenhuma competição entre entender o vermelho em termos de comprimento de onda da luz
ou entender o vermelho como um símbolo para o amor ou a paixão, ou a crença de que
todas as coisas vermelhas são infundidas com o amor divino, e dignas de veneração.

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