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Título: Em busca da liberdade nas universidades: para que serve a pesquisa em educação?

Por Rodrigo M.Lehnemann


Autor:
• António Nóvoa: Doutor em História Moderna e Contemporânea pela Universidade Paris-
Sobornne e Ciências da Educação pela Universite de Geneve, Mestre em Ciências da
Educação Universite de Geneve, graduado em Ciências da Educação pela Universidade de
Lisboa. Atualmente, é professor catedrático do Instituto de Educação da Universidade de
Lisboa e reitor honorário da mesma universidade. É autor de mais de 150 publicações, entre
livros, capítulos e artigos, editadas em 12 países. As suas investigações e interesses incidem
sobre história e psicologia da educação, educação comparada e formação de professores. Entre
seus trabalhos mais conhecidos pode-se citar Profissão Professor e Vidas de Professores,
ambos publicados na década de 1990.

Argumento do texto.

• Qual a temática central? A temática central do texto gira em torno da problematização das
influências externas neoliberais que estão a adentrar o âmbito acadêmico, fazendo emergir
uma tóxica cultura produtivista, utilitarista e quantitativa.

• Destacar os objetivos. O principal objetivo do texto é buscar caminhos alternativos aos hoje
vivenciados no âmbito acadêmico, sob a influência neoliberal dos assim determinados três
‘E’s mais um: Excelência, Empreendedorismo, Empregabilidade e Europeização, todos frutos
do movimento constante de empresariamento da acadêmia.

• O que o autor problematiza? Ao longo do texto o autor busca problematizar os quatro


aspectos impostos a acadêmia, imposições estas oriundas do argumento da performance e da
produtividade dos movimentos neoliberais.
O primeiro deles é e excelência, que sob o argumento de uma produção científica
melhor, acaba se trazendo para dentro do âmbito acadêmico as métricas quantitativas, que
muitas vezes acabam por sufocar tanto pesquisadores quando universidades, seja em virtude
de análises e avaliações desalinhadas com a realidade acadêmica a exigência contínua de
produções textuais publicadas em revistas de referência.
O segundo conceito problematizado pelo autor é o empreendedorismo, que neste contexto
toma forma através do distanciamento entre a equipe diretiva e o corpo docente, onde os
primeiros passam a enxergar a instituição como uma empresa, sujeita as mesmas regras de
competitividade e concorrência do mercado com as demais instituições, onde se busca acelerar
os tempos da pesquisa e por consequência acelerar os resultados, fazendo emergir um
sentimento de competitividade frente as demais.
O terceiro conceito é referente da empregabilidade, onde a acadêmia abre mão de sua
missão educacional, em virtude de processos formativos que visam a empregabilidade dos
conhecimentos desenvolvidos, passando a pensar menos nas descobertas do futuro e mais nos
empregos do futuro e nas profissões que ainda não inventadas.
O último ‘E’ problematizado pelo autor vem de europeização, que sobe a visão
contextualizada do autor, nato português, critica o direcionamento das verbas de pesquisa da
união europeia. Apontando que em virtude de métricas de avaliação não alinhadas com sua
realidade nacional, levaram seu país a se tornar um contribuinte líquido no que refere aos
fundos de destinados a pesquisa científicas, ou seja, o valor contribuído é maior do que o seu
retorno.

• Justificativa: por que o autor escreveu o texto? Inicialmente o autor trás quatro relatos, que
visam justificar o texto, nestes relatos ele expõe o produtivismo acadêmico, ineficácia das
métricas de avaliação e a subjetividade imposta pelas revistas acadêmicas aos pesquisadores, e
universidades. Todos estes, que emergem dos quatro conceitos abordados e problematizados
pelo autor ao longo do texto.
Referenciais teóricos:

• Destaque os conceitos centrais do texto. Além dos quatro conceitos descritos e


problematizados anteriormente o autor busca construir ao longo de todo o texto o conceito de
liberdade, liberdade está que fora retirada do meio acadêmico em virtude dos posicionamentos
neoliberais anteriormente descritos.

• Que teorias a sustentam o texto? (Críticas ou Pós críticas) Mesmo em suas soluções o
autor ainda se posiciona abertamente em uma fala de resistência e libertação, trazendo
repetidamente frases como “é tempo de dizer não”, esses elementos por sua vez se alinham
com a ideia de um posicionamento teórico crítico.

• Que considerações finais o autor aponta. Em suas considerações finais o autor faz
uma costura dos conceitos abordados ao longo do texto para a construção do conceito
de liberdade, anteriormente mencionado. Buscando evidenciar a importância de uma
produção acadêmica livre, livres dos tempos e das imposições neoliberais, que
distorcem a missão cultural das instituições tornando-as centros de formação
profissional, conduzidas por um corpo docente subjetivado à métricas produtivistas e
quantitativas por uma direção empresariada, que mais se preocupa com a empresa
acadêmica do que com a produção do conhecimento científico.

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