Você está na página 1de 2

Análise: A pesquisa educacional entre conhecimentos, políticas e práticas: especificidades e desafios de

uma área de saber

Por Rodrigo M.Lehnemann


Autor/a:
• Bernard Charlot: Doutor em Educação - Universidade de Paris X Nanterre. Professor
Titular Emérito da Universidade Paris 8. Atualmente, é Professor Voluntário na
Universidade Federal de Sergipe onde é membro do curso de Pós-Graduação em Educação
(PPGED) e co-líder do Grupo de pesquisa CNPq Educação e Contemporaneidade
(EDUCON). Principal tema de pesquisa nos últimos anos: a relação dos alunos com o saber
e a escola. Publicou ou organizou 22 livros, sendo um deles: O último, Relação com o saber,
formação dos professores e globalização: questões para a educação hoje, foi publicado
diretamente no Brasil, pela editora Artes Médicas, em 2005, também publicou numerosos
capítulos, artigos, relatórios, publicados ou traduzidos em 18 países. Já orientou dezenas de
mestrados e doutorados (na França, no Brasil, na Argentina) e supervisionou vários pós-
doutorados (na França e no Brasil). Foi Professor Assistente da Universidade de Tunes
(Tunísia), Professor Titular da Universidade Paris 8, Professor-Visitante da Universidade
Federal de Sergipe (Brasil), Professor Visitante Catedrático da Universidade de Porto
(Portugal). Doutor Honoris Causa da Universidade de Patras (Grécia). Realizou para o
governo de Sergipe, uma pesquisa intitulada Juventudes sergipanas”, financiada pela
UNESCO.

Argumento do texto.

• Qual a temática central? A temática central do texto gira em torno do questionamento acerca
da existência de uma área do saber denominada educação, ou se seria esta, a área onde
diferentes prática e políticas sobre as quais diferentes ciências humanas e sociais convergem
para a produção do conhecimento?

• Destacar os objetivos. O texto tem como objetivo através das reflexões sobre os
apontamentos problematizados, pensar em alternativas e soluções, buscando traçar uma ideia
do que deveria ser uma área de conhecimento denominada educação, ou dos movimentos que
deveríamos realizar para que esta possa ser reconhecida como tal.

• O que o autor problematiza? O autor problematiza o conceito do que há de ser uma área de
saber intitulada de educação, trazendo para a discussão desde a percepção de outros indivíduos
sobre o que é educação a questões como a dicotomia que certos pesquisadores usam para
apresentar a uma cisão entre teoria e prática. O autor problematiza também a forma como a
qual se elaboram as perguntas de pesquisa, muitas das quais, previamente já respondidas, ou a
forma com qual as pesquisas em educação parecem não apresentar uma memória, não
buscando compreender o que já foi pesquisado e descoberto no passado.

• Justificativa: por que o autor escreveu o texto? Várias das questões apontados pelo autor
em suas problematizações, provavelmente já foram testemunhadas ou vívidas por um
pesquisador em educação que em algum momento de sua carreira. Trazer tais temas para a
discussão torna-se evidentemente importante se quisermos pensar em um dia perceber a
educação como uma área de saber, com seus entornos definidos e seu valor devidamente
reconhecido no sentido mais narciso da afirmação.

Referenciais teóricos:

• Destaque os conceitos centrais do texto. O autor apresenta ao longo do texto conceitos como
os departamentos da educação, que seria uma maneira de observa a educação como um
agrupamento administrativo de matérias interessadas a educação. O agrupamento das
especificidades das pesquisas de natureza prática e políticas, disciplinarização da educação, no
sentido de passar a perceber a área de saber da educação como uma disciplina em si. Assim
como a definição das diferentes percepções acerca do que seria educação, espontâneos,
práticos, antipedagógicos, da pedagogia, das ciências humanas, dos militantes e das
instituições internacionais.

• Que teorias a sustentam o texto? (Críticas ou Pós críticas): Embora o texto levante uma,
até certo ponto uma crítica a natureza do que seria uma área de saber educação, ele não possuí
os posicionamentos e tensionalidades de um texto crítico, buscando tratar através da análise
das diferenças e das identidades das áreas do saber o delineamento da educação, outro ponto
marcante a apresentação de uma abordagem sobre a subjetividade neoliberal, que embora seja
pequena, quando somada as outras características torna-se evidente o posicionamento teórico
pós-crítico do texto.

• Que considerações finais o autor aponta: Em suas considerações finais o autor problematiza
a questão de como fazer, de como podemos pôr em práticas ações necessárias para que
possamos caracterizar e definir a educação como área do saber, problematização
especialmente a questão da memória da pesquisa, da necessidade buscarmos no passado as
descobertas e os resultados já obtidos para que a cada nova pesquisa possa também ter um
novo ponto partida, gerando assim um desenvolvimento continuado. A necessidade de haver
uma memória acadêmica do que já foi produzido, da mesma forma como já existe em outras
áreas especialmente nas ciências duras, objetivando assim um ciclo desenvolvimento
continuado e não marcado por grandes cisões como é hoje.

Você também pode gostar