Resenha do artigo : A pesquisa educacional entre conhecimentos, políticas e práticas: especificidades e desafios de uma área de saber
CHARLOT, Bernard. A pesquisa educacional entre conhecimentos, políticas e práticas: especificidades e desafios de uma área de saber. Revista Brasileira de educação, v. 11, n. 31, p. 7-18, 2006.
Título original
A pesquisa educacional entre conhecimentos, políticas e práticas: especificidades e desafios de uma área de saber
Resenha do artigo : A pesquisa educacional entre conhecimentos, políticas e práticas: especificidades e desafios de uma área de saber
CHARLOT, Bernard. A pesquisa educacional entre conhecimentos, políticas e práticas: especificidades e desafios de uma área de saber. Revista Brasileira de educação, v. 11, n. 31, p. 7-18, 2006.
Resenha do artigo : A pesquisa educacional entre conhecimentos, políticas e práticas: especificidades e desafios de uma área de saber
CHARLOT, Bernard. A pesquisa educacional entre conhecimentos, políticas e práticas: especificidades e desafios de uma área de saber. Revista Brasileira de educação, v. 11, n. 31, p. 7-18, 2006.
A pesquisa educacional entre conhecimentos, políticas e práticas:
especificidades e desafios de uma área de saber. Revista Brasileira de educação, v. 11, n. 31, p. 7-18, 2006.
Alunos: Alex Rodrigues da Silva
Disciplina: Metodologia da Pesquisa em Ensino de Ciências: Aspectos Qualitativos Prof.º Dr. Roberto Nardi
Resenha: A pesquisa educacional entre conhecimentos, políticas e práticas:
especificidades e desafios de uma área de saber
O texto A pesquisa educacional entre conhecimentos, políticas e práticas:
especificidades e desafios de uma área de saber, escrito por Charlot e publicado na Revista Brasileira de educação no ano de 2006, surgiu da seguinte questão: Existe uma área de saber chamada educação, ou será que a educação é uma área de prática e de políticas sobre as quais diferentes ciências humanas e sociais produzem seu conhecimento? Para responder a esta questão o pesquisador a borda o tema em três frentes, buscando a visão dos pesquisadores sobre a questão, quais os atuais discursos produzidos em educação e suas características e qual seria a singularidade de uma pesquisa em educação e seus desdobramentos. Do ponto de vista dos pesquisadores não existe uma disciplina ciências da educação ou educação, podendo ser salientados três posições possíveis segundo Charlot : 1) Os departamentos e faculdades são apenas espaços institucionais, nos quais colaboram especialistas de diferentes áreas. Neste pressuposto as ciências da educação possuem uma realidade institucional, administrativa, organizacional, mas não tem existência epistemológica especifica; 2) A existência da ideia de uma cultura comum da educação de cunho fortemente Inter ou transdisciplinar , onde se produzem pesquisas em diversas áreas focadas nas especificidades da educação, estabelecendo relação entre as práticas e políticas educacionais; 3) A definição suscetível de obter largo consenso entre pesquisadores que trabalham juntos em cursos de pós graduação de educação, e de reforçar sua identidade comum, o que acarretaria consequências concretas, modos de organização e objetivos a serem alcançados. Referente aos discursos atuais na área de educação, o pesquisador elenca: a) negam o interesse ou a legitimidade de um discurso cientifico sobre a educação: aqui nos deparamos com os discursos espontâneos que é baseado na opinião pessoal de cada um referente a sua vivência (não cientifico), o discurso prático, daquele que acredita saber por que possui uma prática em detrimento do conhecimento cientifico e o dos “antipedagogos” que acreditam que a pedagogia oferece um desserviço a educação uma vez que não possibilita que os alunos enfrentem seus próprios desafios ; b) trata especificamente da educação e pode ser confundido com o discurso das ciências da educação: é o discurso pedagógico: unem diretamente os fins e as práticas, possuem sempre um lado prático e militante, a pedagogia é objeto de experimentações, debates, de pesquisa-ação e produz mais convicções, instrumentos e inovações do que conhecimentos demostrados; c) discursos que podemos denominar os discursos “dos outros”: são os discursos sobre a educação produzidos por disciplinas e ciências humanas, principalmente a psicologia e a sociologia, muitos valiosos pois agregam conhecimentos e novos conceitos a área da educação, porém o produzir em educação é fundamental; e d) discursos políticos sobre educação: aqui se encontram dois discursos sendo o primeiro a militante que com frequência se apoia na sociologia da reprodução e na critica da globalização neoliberal, com forte tendência a utilização explicações “macros” em detrimento da seguridade do “micro”, e o segundo gerado pelas instituições internacionais, como a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Banco Mundial, que se difundem pouco a pouco nos círculos dirigentes, nos jornalistas e na opinião pública, implantando os discurso sociomidiático do domínio e da transparência por meio das palavras-chave “qualidade”, “eficácia” e “avaliação” e fomentando pesquisas campos que lhes são convenientes, como fracasso escolar, violência na escola, a cidadania, a parceria educativa, a qualidade da educação, a avaliação e a formação de professores. Tratando da fomentação de uma possível disciplina especifica em educação, Charlot pontua que um possível caminho seria a adoção de assumir a educação como um triplo processo de humanização, socialização e entrada numa cultura, singularização-subjetivação, uma vez que não podemos deixar de educar, ao mesmo tempo, um membro de uma sociedade e de uma cultura e um sujeito singular. Neste contexto a função do professor não é especificamente ensinar, mas sim fazer algo para que o aluno aprenda. Devem ser destacadas também neste processo a tripla articulação entre as atividades do professos, do aluno e das políticas de forma consciente a atenta às contradições, às tensões, às defasagens e à heterogeneidade das lógicas. Entretanto para que possa ser de fato criada um disciplina em educação, é necessário solucionar o problema dos pontos de partida da memória. Encontrando os pontos de partida e tendo em mente o que já foi produzido, o que está sendo produzido e como, alicerçados no triplo processo e na tripla articulação defendida por Charlot juntamente com um arquivo coletivo da pesquisa em educação para que possam ser definidas novas frentes de estudo, segundo o autor, seria possível a criação de tal disciplina.