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A Estupidez (além da Maldade) do Preconceito, Inclusive – e

Talvez Ainda mais Ridículo – na Fonética.

O Espírito Eugênia, apesar das fabulosas provas que nos


concede, a cada incorporação, de Sua autonomia em relação à
mente mediúnica, como apresentar dados que o médium
desconhece sobre os interlocutores a quem Ela se dirige,
como pela distinta personalidade que revela (em relação à de
Benjamin Teixeira), em todos os sentidos, utiliza, mesmo
assim, o cérebro do médium, em sistema de incorporação
consciente (Benjamin assiste à incorporação como outra
pessoa da platéia), de modo que, de certa maneira (como em
todo transe mediúnico, mesmo aqueles em que o médium fica
inconsciente), um pouco do tônus mental do porta-voz, como
traços dos seu sotaque nordestino, inexoravelmente
aparecem. A Mestra da Espiritualidade diz que Ela mesma
apresenta esta “forma nordestina da fonética lusofônica”
(nos dizeres d’Ela), por conviver, continuamente, há muitas
décadas, com Espíritos desta região do Brasil que ainda não
dispensam o uso da linguagem. Mas nossa Equipe aqui
atende, com este intróito, a expressa determinação do
médium (sob condição de não dar publicidade às magníficas
falas da sábia do Plano Sublime). Apesar desta declaração
categórica de Eugênia sobre sua pronúncia do Português,
reiteradas diversas vezes, Benjamin, por um rigor agudo na
condição de estudioso do fenômeno, prefere atribuir a si, na
condição de filtro psíquico, esta característica na fala da
grande sábia e santa da Espiritualidade, para que, como disse
ele, preferindo deixar aqui registrado:

“Evitem0s, por uma tolice


inteiramente secundária do fenômeno, um quesito de
aparência e não de essência, em vista do forte preconceito
havido em certos trechos da geografia pátria, em torno da
fonética de nossa região, associada a pessoas incultas e
intelectualmente despreparadas – o que é um lamentável
equívoco, mas generalizado no Sul e Sudeste brasileiros,
apesar do – perder-se ou permitir que se desdoure a atenção
e a receptividade que merecem a sabedoria ímpar da grande
mestra da Espiritualidade Excelsa.

“Curioso este preconceito que nos afeta os Nordestinos,


porque nosso Português é mais puro, livre do percentual
imenso de corruptelas que a imigração mais farta gerou em
nosso idioma nas regiões Sul e Sudeste. Também se esquece
que a massa dos desfavorecidos que procura as regiões mais
ricas economicamente, como acontece aos próprios
brasileiros que vão para o exterior, não contempla as elites
culturais do Nordeste, em patamar de igualdade com as de
qualquer outra secção nacional. Evidência muito óbvia disso é
o percentual expressivo de grandes gênios, na história pátria,
em todas as áreas do saber e atuação humanos, da Literatura
clássica à Ciência de ponta, que provêm de nossa região e
que, eventualmente, por circunstâncias socioeconômicas, vão
fazer vida n’outra região do país. Os que se esquecem deste
pormenor fundamental de análise correta dos fatos, olvidam
que, em chegando nos Estados Unidos ou na Europa, somos
todos igualmente discriminados, sejamos do Norte-Nordeste
ou do Sul-Sudeste, como (usando palavras que deem o tom
emocional ao que ocorre:) uma ralé latina de origem lusitana,
com o mesmo sotaque ‘primitivo’ de povos
subdesenvolvidos).

“Em suma, a estupidez e a falta de bom senso estão no


preconceito em si, e não na pretensa superioridade de quem
quer que seja sobre quem quer que seja – o que, por sinal, é
dos itens mais basilares de nossa Escola de Pensamento. Ser
preconceituoso é provinciano, mesquinho, medíocre e denota
baixo grau de maturidade psicológica e evolução espiritual.
Em considerando isso, os que nos deixarem de ouvir por
causa de uma questiúncula patética, quanto chiar ou não nas
consoantes “t” e “d” ou abrir ou não a pronúncia das vogais,
poupam-nos trabalho, porque são sumamente limitados
intelecto-moralmente para poderem acompanhar a
profundidade, complexidade e interdisciplinaridade do
pensamento da Mestra do Domínio Excelso de vida.

“Certa vez, em visita a certo Estado brasileiro ‘lá de baixo’,


depois de sofrer terríveis atentados ao idioma , onde quer
que fosse (daqueles de doerem os ouvidos), nas regências e
concordâncias de praticamente todas as frases ouvidas (nós,
nordestinos alfabetizados abominamos esta grossura
idiomática do Sul-Sudeste brasileiros, por exemplo, mas
somos educados o bastante para, normalmente, não revelá-lo
abertamente, como aqui faço, por razões óbvias), e concluí
meu período de exercício de humildade, ouvindo, nos
altofalantes do aeroporto internacional de grande porte, um
inacreditável: ‘now bordjjing gatcchhe eitcchhe’. Não
agüentei, e me ouvi dizer em voz alta: ‘Ela realmente acha
muito elegante pronunciar o Inglês errado, para não parecer
que fala Português do Nordeste... que falta de ridiculômetro,
meu Deus!’

“Pois é: se somos cidadãos de segunda classe no Nordeste


por apresentar determinada pronúncia do Português,
merecemos também ser destratados nos EUA e na Europa, por
apresentamos o sotaque latino, e, igualmente, ser vistos
como ‘pessoas de segunda classe’ no exterior também...

“Now bording”, amigos, para um patamar de ideias mais


inteligente e maduro, que não avalie aprioristicamente
pessoas, por sua origem e sim por seus valores, idéias,
contribuições ao bem comum e comportamento
individualmente considerados...”

Bem, o recado foi dado do porta-voz da Mestra Eugênia foi


dado.

Equipe Salto Quântico.


Aracaju, 25 de julho de 2009.

(Colocar a imagem que se segue ao lado dos dois últimos parágrafos,


à esquerda. E a das mãos masculinas dadas, na direita da página, dos
parágrafos que iniciam a minha fala – entre aspas)

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