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ANÁLISE TÉCNICA

COM
FERNANDO GÓES
PARTE 1 - APRENDENDO OS CONCEITOS E TEORIAS DA ANÁLISE
TÉCNICA BASEADO NO GRÁFICO NOMINAL DO IBOVESPA DESDE O PLANO
REAL.

1.1 - Introdução a análise técnica

• Investimento VS Trade, Principais diferenças, Aprendendo a fazer corretamente as duas


coisas;
• Como nasceram os gráficos e porque eles funcionam como previsibilidade e disciplina;
gap entre prever e ganhar dinheiro, Introdução a psicologia do mercado;

1.2 - Suportes e Resistências

• Topos e fundos isolados no tempo, a importância da linha horizontal do cursor;


• A memória dos preços;
• Canais de alta e queda; LTA e LTB; qual sua funcionalidade na prática e onde
atrapalham;

1.3 - Candles

• Entendo os principais candles de fundo e de topo;


• Porque entendê-los é muito mais importante em relação à nomenclatura;
• Os candles de indecisão e os candles que indicam mais força.
• Antecipar ou esperar a confirmação.

1.4 - Figuras de Impulsão e Pivots (Introdução)

• Porque acredito ser a parte mais rentável e importante da Analise Gráfica;


• A diferença entre Pivot e figura de impulsão;
• Entendendo as figuras o que sempre é mais importante que os nomes;
• A importância da simetria nas figuras.

1.5 - Indicadores e Osciladores

• Entendendo o que são os Indicadores/Osciladores;


• Porque funcionam; no que ajuda; no que pode atrapalhar;
• Porque quantidade não é sinônimo de qualidade quando falamos deles;
• Médias móveis, Agulhadas e IFR, qual momento usar cada um.

1.6 - Aprofundamentos em Figuras de impulsão e Pivots, Introduzindo o


Fibonacci

• Como projetar os objetivos das Figuras com o Fibonacci;


• As três projeções de Fibonacci, características de cada uma delas;
• A importância da simetria, entendendo o que está por traz dessa importância.

PARTE 2 - APLICANDO OS CONCEITOS E TEORIAS NA PRÁTICA,


BASEADO NOS GRÁFCOS REAIS DE VÁRIOS PAPEIS ESCOLHIDO PELOS
PRÓPRIOS ALUNOS.

2.1 - Tipos de operações

• A favor da tendência, Figuras e médias móveis;


• Contra tendência - Candles e IFR;
• KaiuKomprou e Jogo de Volley - A favor da tendência macro e contra a tendência micro.

2.2 - Psicologia do Mercado

• Porque prever é mais fácil que operar e fazer dinheiro;


• Como usar o mínimo de emocional possível nas suas decisões;
• Como o EGO engana sua mente;
• Aprendendo a importância do "caderno de anotações" nas operações;
• Teoria dos Jogos - Operar corretamente sempre vem na frente do ganhar dinheiro.

2.3 - Reconhecendo o Mercado de agora

• Características do Mercado de Alta (bull market);


• Características do Mercado de Queda (bear market);
• Características do Mercado Lateral;
• Saber quando ficar fora é a melhor decisão, saber quando redobrar a atenção e pensar em
se alavancar.

2.4 - Relação de Risco/Retorno

• Qual é o segredo do vencedor?;


• Stop de Perda VS Potencial de Lucro;
• Como melhorar a relação de Stop VS Potencial (andando com o Stop a seu favor).

“Pretendo nesse curso não só mostrar todo o método de análise técnica que uso
como também provar matematicamente que a junção dos padrões gráficos com a análise de
risco e retorno ou stop VS potencial de lucro deixará qualquer um vencedor de longo prazo,
basta aplicar a disciplina e estratégia e não emoção operando o que vê e não o que acha.
Dedico metade deste curso para o ensinamento da técnica e métodos. A outra
metade para aplicação dos conceitos na prática utilizando exemplos reais (parte 1 e parte
2).”
PARTE 1 - APRENDENDO OS CONCEITOS E TEORIAS DA ANÁLISE
TÉCNICA BASEADO NO GRÁFICO NOMINAL DO IBOVESPA DESDE O PLANO
REAL.

1.1 - Investimentos VS Trade

A primeira coisa a esclarecer para todo participante do mercado é que existem duas
formas distintas de se proceder: como investidor e como trader. O investidor não visa
comprar barato e vender caro ganhando com a oscilação dos preços. Ele visa acumular mais
bens ou ações trocando seu dinheiro por bens, pensando em isolar e não aproveitar a
volatilidade. Você pode agir assim sendo um eterno comprador, como uma previdência
privada ou até usando derivativos e opções nas posições. Mas o ponto principal aqui é que
o trader quer aproveitar as oscilações enquanto o investidor quer isolar.
É claro que a análise gráfica é muito mais indicada como forma de trade do que
investimento, já que ela é uma ferramenta de previsibilidade e disciplina como ficará mais
claro ao longo do curso.

1.1.1 - Introdução a análise técnica e como nasceram os gráficos.

A análise técnica trata de como utilizar ferramentas gráficas geradas pelas


oscilações dos ativos e com isso ter a capacidade de previsibilidade da direção dos
movimentos assim como de disciplinar e definir objetivos e stops para suas operações.
A análise técnica é muito mais antiga do que parece. Os primeiros relatos
remontam há 500 anos quando na cidade de Sakata (Japão); um comerciante começou a
desenhar as variações do preço do arroz (ativo de alta liquidez e aquecido com preços
voláteis na época) em formato de velas, inventando assim a análise de Candles que é usada
até hoje como padrões de fundo e topo, ainda nessa época já se percebiam movimentos
como Ombro Cabeça Ombro que era chamado de Tri-buda Devido à silhueta do BUDA.
A análise Gráfica ganhou fama e entrou na cultura ocidental depois que Charles H
Dow (criador da agência de noticias Dow Jones) fez sua teoria chamada “Teoria de Dow”,
que definiu padrões importantes como suportes, resistências, figuras de impulsão, Linhas de
tendência de alta/baixa e até o Ombro Cabeça Ombro que já tinha sido observado muito
antes. Provou assim, que o gráfico funciona porque existem realmente padrões lógicos de
distribuições, acumulações e tendências que já podiam ser notados há muito tempo.
Desde então essa análise vem crescendo. Temos hoje várias vertentes de análise
além do clássico padrão de Dow como é o caso das “ondas de Elliot”.
As “Ondas de Elliot” defendem que o mercado segue um padrão de cinco ondas de
subida e três ondas de quedas (ou vice versa) para completar um ciclo, sempre obedecendo
aos padrões de Fibonacci.
O crescimento da análise junto com a evolução tecnológica criou também uma
grande quantidade de indicadores e osciladores técnicos que através de cálculos estatísticos
tentam ler e captar os movimentos do mercado.
O mais importante de tudo isso é que o gráfico sempre irá refletir a psicologia em
massa do mercado que oscila entre o pessimismo e o otimismo em movimentos que tendem
a se repetir. Este gráfico nada mais é que uma leitura desses fluxos e busca de padrões que
aumentam a probabilidade de prever esses movimentos aumentando expressivamente a
capacidade de se prever os movimentos futuros, ajudando os participantes a tomarem a
decisão correta, aumentando as chances de acerto no direcional bem como ajudando a
definir e transformar em números sua estratégia.
Assim fica mais fácil achar operações com risco/retorno a seu favor; o que na
prática pode se definir como stop de perda VS potencial de lucro.

1.1.2 - Gap entre prever e ganhar dinheiro e Introdução a Psicologia do


mercado.

Com toda essa evolução e quantidade de vertentes da análise, dois fatores serão
essenciais para o sucesso na utilização desse método. Em primeiro lugar a importância de
encontrar um método simples e objetivo de análise que funcione, já que com uma
infinidade de indicadores e análises diferentes é bem provável que as pessoas se percam
sem saber o que exatamente funciona mais, ou o que deveremos usar. Particularmente, no
inicio, utilizava vários indicadores como MACD, Mov. Direcional, Trix e outros; que com
o tempo passei a achar redundante. Hoje utilizo muito menos; praticamente só médias
móveis e IFR em alguns momentos, mas sempre usando na frente à configuração suportes e
resistências; mesmo porque só a partir daí podemos traçar estratégias bem definidas
utilizando o cálculo de risco/retorno a nosso favor. Os indicadores ajudam, mas é
importante entender bem o porquê para não cair em armadilhas, confusão, ou acreditar que
são infalíveis, já que na verdade quem faz os indicadores de compra e venda é o mercado e
nunca na ordem contrária (voltaremos com esse assunto mais pra frente).

Mais importante ainda é saber criar estratégias bem definidas em cima dos gráficos
e ter bastante disciplina na hora de executar as operações. Prever sem operar é muito mais
fácil do que ganhar dinheiro pelo simples fato de estarmos operando. O fator emocional de
ganhar ou perder dinheiro é muito forte e capaz de levar qualquer um a cometer erros,
quando traçamos estratégias com antecedência e conseguimos responder perguntas como
qual é meu stop, que objetivo defende se for a favor e etc. Se minimizarmos o fator
emocional ou psicológico fica mais fácil operar corretamente.
Ser um vencedor em longo prazo será uma conseqüência dessas atitudes. Perder
dinheiro faz parte do jogo, só não perde quem não opera ou mente. O importante na
verdade é saber o que e porque está fazendo cada movimento; operando corretamente
mesmo na hora da perda e stop, lembre-se sempre dessa frase: “O importante não é ganhar
ou perder e sim QUANTO se ganhou na vitória; QUANTO se perdeu na derrota”. Por isso
operar corretamente e buscar stops de perda sempre menores que o objetivo de lucro é
essencial para ser um trader de sucesso.

1.2 - Suportes e Resistência.


Quando um ativo tem dificuldade para ultrapassar certo ponto, dizemos que este
número é um suporte ou resistência. Os suportes são sempre números abaixo do preço
praticado e as resistências, acima.
Topos e fundos – Essa é maneira mais simples e consistente de se ver os suportes e
resistências. Todo preço que se torna um topo ou fundo isolado no tempo e bem
pronunciado nos gráficos é um suporte e resistência. Quanto mais vezes ele for respeitado
mais forte pode se tornar. Para achar esses pontos só precisamos de um cursor na horizontal
(maioria dos softwares o disponibilizam) e um gráfico limpo, para podermos procurar onde
o mercado deixou esses pontos mais pronunciados de topos e fundos e com isso conseguir
mapear os números de força; podendo afirmar que se vencer a resistência X terá próximas
resistências em Y ou vice versa. No caso de perda de suporte, dando também peso e força a
cada ponto e observando o quanto é pronunciado e quantas vezes já foi testado, muitos
stops e objetivos assim como a análise objetivas podem surgir. É simples, mas muito
importante.

Sempre que um ponto fica isolado no tempo como um topo e fundo, é criada uma
memória forte desse preço no mercado. Então, quando testado novamente, o mesmo ponto
parece se lembrar e respeitar o número como suporte ou resistência.

1.2.1 - Linhas de Tendências (canais).

Sempre que ligamos um fundo a outro, ou mesmo um topo a outro e encontramos


uma faixa de preços em que o mercado está respeitando encontramos as Linhas de
Tendências. E quando refletidas com uma linha paralela também podem ser chamadas de
CANAIS.
Chamamos de LTA (linha de tendência de alta) ou simplesmente canal de alta
quando a inclinação da linha é ascendente. Agora, quando temos topos e fundos
decrescentes, chamadas de LTB ou canal de baixa, é quando a linha é descendente e
inclinada para baixo.
As linhas de tendências ou canais, não têm tanta precisão nem uma explicação clara
de memória como os topos e fundos isolados no tempo, pois como são linhas inclinadas, os
números variam conforme o tempo e então precisamos ter cuidado e esperar que fique bem
definido o canal, sem tentar forçar a barra retraçando canais diferentes a cada momento que
o mercado desrespeita as linhas (que é bem comum).
“O mercado precisa respeitar o canal e não o canal respeitar o mercado”. Operar os
canais não é tão fácil quanto parece, existem muitos falsos rompimentos nesses números, é
preferível estar sempre a favor da tendência comprando nos suportes das LTAS e vendendo
nas resistências das LTBS que usar o rompimento delas nas operações ou ao menos só por
isso.

1.3 - Candles

Podemos ver o gráfico de várias maneiras como: gráfico de barras, de linhas e


candles.
Particularmente prefiro Candles por dois motivos: primeiro é mais fácil visualizar os
gráficos e movimentos neles, e em segundo e mais importante porque muitas vezes temos
padrões importantes principalmente de topos e fundos neles. Principalmente em operações
contra tendência e na hora das entradas, os padrões de Candle são muito úteis para se
comprar em suporte e vender em resistência, pois eles significam algum sinal de fluxo a
favor da sua operação aumentando a chance de acerto direcional e também porque
disciplina sua operação em termos de stop para compararmos com os objetivos e avaliar se
vale a pena.
Todo Candle vai mostrar quatro informações de preços do período que estamos
vendo, abertura máxima, mínima e fechamento. No caso do diário, seriam essas as
informações do dia ou pregão, semanal da semana, 60min de uma hora e por aí vai. O
Candle é composto pelo corpo onde está a abertura e o fechamento e pelos pavios ou
sombras que é onde está a máxima e mínima. Quando o corpo estiver vazado ou sem cor
por dentro é porque tivemos um dia de alta onde a abertura foi na parte de baixo do corpo e
o fechamento na parte de cima. Quando o corpo estiver cheio ou colorido um dia de queda
onde a abertura foi na parte de cima e o fechamento na parte de baixo, as linhas acima e
abaixo são os pavios ou sombras máximas e mínimas que tivemos.

1.3.1 - Principais Candles

Nos livros específicos sobre o assunto existe uma gama bem alta de padrões de
Candles diferentes principalmente com a combinação de uma ou mais figura, mas o que
quero aqui não é dominar toda a teoria e sim conhecer e entender os principais candles, já
que acho isso o bastante para usar com eficiência na prática essa análise. Então vou citar os
principais e suas características:
1.3.2 - O martelo e o Shooting star

Um dos candles de mais força que temos é o martelo no fundo ou exatamente ao


contrário, o shooting no topo. A característica desse candle é que os corpos são pequenos
em relação à sombra e sempre estão nos extremos do candle. Teoricamente a sombra tem
que ter duas vezes o tamanho do corpo, ou seja, o corpo precisa ter no máximo 1/3 do
tamanho do candle inteiro.
Quando a sombra está na parte de baixo e o corpo na parte de cima, temos um
martelo e o inverso (a sombra maior na parte de cima e o corpo menor na parte de baixo é
chamado de shooting star ou estrela cadente). O corpo dos martelos geralmente são as
máximas, mas é possível ter uma sombra acima deles desde que seja bem pequena para não
alterar o padrão, exatamente o inverso no caso do shooting(podemos ter uma sombra de
mín mas precisa ser bem pequena).

1.3.3 - Engulfing

Sempre que uma barra “engole” (por isso o nome engulfing) o corpo e barra anterior
temos um engulfing nos candles, quando a barra que está engolindo é de queda e o mercado
está nos topos o engulfing é de queda, e quando no fundo a um candle de alta “engole” ou
“engolfa” o candle anterior temos um engulfing de alta. Quanto mais candles anteriores
estiverem sendo engolidos, mais forte é o padrão.
Este padrão existe também em casos mais raros os “engulfing de continuação” a
leitura na prática é a mesma, mas nesse caso é quando o padrão aparece a favor da
tendência, ou seja o ativo que já está subindo plota um candle engolindo o anterior e vice
versa quando está caindo.

1.3.4 - Dark cloud cover & Piercing line

Quando um ativo está em alta, abre com gap de alta e acaba plotando um candle de
queda, penetrando até mais ou menos a região da metade do candle anterior. Chamamos
isso de dark cloud cover.
Quando o movimento é contrário e após um movimento de gap de queda, vamos ter
um candle de alta penetrando o candle anterior - chama-se Piercing Line.
1.3.5 - DOJI e SPINNING

A principal característica dos dojis é a abertura e fechamento no mesmo preço. No


desenho de uma cruz, quando temos uma cruz perfeita e o corpo é um traço no candle,
chamamos de doji.
Quando temos um pequeno corpo de alta ou queda, mas também pequenos em
relação às sombras têm-se o spinning. Na prática os dois candles dizem a mesma coisa:
indecisão, mostrando que a força de compra e venda se equilibraram naquele candle e por
isso o nome é o mesmo tanto no topo quanto no fundo.
O que pode variar principalmente no doji é aonde a “cruzeta” do candle está. Se
essa “cruzeta” está na parte de baixo do candle esse doji passa a ter o mesmo valor de um
shooting. Ao contrário no fundo, quando a “cruzeta” está bem na parte de cima do candle
passa a ter o mesmo valor de martelo.
Entretanto, no geral doji/spinning tem o corpo (“ou cruzeta”) no meio e por isso
indicam indecisão.
1.3.6 - Harami Cross

Outro candle de indecisão que pode aparecer com mesmo nome e padrão no topo e
no fundo chama-se harami cross (ou traduzindo mulher Grávida). Esse padrão se dá quando
em um movimento de alta temos uma barra grande de queda seguido de um candle pequeno
no meio do grande (muitas vezes esse candle é um doji ou spinning), por isso chamado de
mulher grávida, como se o candle grande fosse a mulher e o candle pequeno no meio, o
filho na barriga.
Como veremos, mais importante do que decorar o nome das figuras é entender o
que está por traz e porque indicam padrões de entrada. Vamos ver, por exemplo, que
existem os candles que indicam mais força de alta ou queda, e os candles que indicam
indecisão. Quando separados, a explicação para eles são bem semelhantes, e na prática os
candles de indecisão necessitam muito mais de uma confirmação que os que indicam força.
A confirmação de fundos e topos nos sinais de candle se dará na barra seguinte, os candles
de fundo confirmam com barras de alta vencendo a máxima anterior, os candles de topo
com barras de queda perdendo a mínima anterior.

Então podemos dividir assim:

• Candles de indecisão – Doji, spinning e Harami. Aconselhável a


espera de uma confirmação antes da entrada.

• Candles de força – Martelos/shooting, Dark Cloud/Piercing line e


Engulfing. São mais corretos de entradas se antecipando a uma confirmação.

Para finalizar essa parte é bom destacar que para se operacionalizar melhor os
candles, é bom combiná-los principalmente com suporte e resistência, e às vezes com IFR
(veremos adiante) e que no geral são muito mais para uma entrada contra tendência do que
para saídas e zeradas a favor da tendência, onde podem até ajudar, mas por não ser a função
principal deles muitas vezes atrapalham.

1.4 - Pivots e Figuras de impulsão

Considero esta a parte mais rentável da análise técnica, já que como o nome diz as
“figuras de impulsão” tem como característica impulsionar os ativos para um movimento
forte e rápido e não tem nada mais fácil para ganhar muito em pouco espaço de tempo do
que quando uma figura clara funciona. Além disso, veremos mais adiante que diferente dos
candles ou mesmo indicadores e osciladores, as figuras podem ser projetadas com
Fibonacci e por isso temos a possibilidade de antever seus possíveis objetivos.
Antes de tudo vamos entender a diferença entre Pivot e Figuras de impulsão; na
verdade toda figura de impulsão é um pivot, mas nem todo pivot é uma figura de impulsão.
O pivot é qualquer zig-zag que o mercado faz, os pivots de alta apresentam-se quando
temos uma realização da alta deixando um topo e sem perder o fundo anterior o ativo volta
para romper esse topo (dizemos que o mercado rompeu um pivot de alta). O contrário com
pivot de queda, quando o mercado caindo faz um movimento de alta sem vencer o topo e
volta a cair perdendo o último fundo.
Já a figura de impulsão é mais trabalhada e principalmente tem uma simetria de
movimentos quase que espelhando o movimento da direita na parte esquerda. Mostrarei
exaustivamente várias figuras de impulsão, mostrando que o importante não é o nome delas
e sim o quão simétrica e bem configurada ela está. Existem muitos nomes de figuras, mas
prefiro me apegar em apenas alguns para simplificar, já que no final das contas o que
vamos ter são variações dessas mesmas figuras principais.

Ombro Cabeça Ombro & Ombro Cabeça Ombro invertido (OCO & OCOI)
Essa é minha figura preferida. Muito simétrica, ela tem uma característica a mais
que as outras que é a possibilidade de ver com antecedência que ela pode ser configurada, e
com isso, trazer a possibilidade de antecipação entrando comprado no fundo do segundo
ombro do OCOI ou vendido no topo do segundo ombro do OCO. Além dessa enorme
vantagem, é difícil que ela falhe quando bem configurada, e na maioria das vezes traz
movimentos fortes e rápidos.
3 Montanhas e 3 Rios

Esta figura na prática nada mais é que um OCO & OCOI só que a montanha central
não é maior, isso dificulta a antecipação que é vantagem no OCO. Mas na prática acaba
sendo bem parecida; é simétrica, funciona bem, mas talvez seja dentre as figuras a que mais
tem variações, assim como é muito comum terem outros nomes, como “mastro bandeira”,
“triângulos” e etc, mas estou citando isso não porque acho errado chamar de nomes
diferentes e sim para vermos como é muito mais importante entender o porquê as figuras
funcionam do que simplesmente denominar.
W e M - Os W de alta e M de quedas são as figuras que mais se assemelham com os
simples pivots, sendo a diferença apenas que os W e M perfeito são fundos duplos(W) ou
topos duplos(M), mas assim como não é errado chamar um pivot de queda de M ou de alta
um W na maioria das vezes, também não é errado dizer que tais figuras são apenas pivot.
Na verdade acabam tendo a mesma funcionalidade na prática apesar de quando temos topo
ou fundo duplo acabam sendo figuras mais simétricas.

1.5 - Indicadores e Osciladores

Com a evolução da análise técnica, muitos cálculos estatísticos que procuram


rastrear tendências (indicadores) ou tentar achar topos e fundos (osciladores) foram criados.
Entre vários nomes e tipos diferentes, alguns mais rápidos outros mais lentos. Cada
um com uma característica diferente e em uma quantidade, sendo impossível usar todos
disponíveis ou escolher os melhores; até porque cada um funciona melhor em um tipo ou
característica diferente de mercado.
Na verdade é mais importante entender o que está por traz desse tipo de análise do
que usar vários ao mesmo tempo, que pode até atrapalhar. A primeira importância é saber
que eles vêm em um segundo plano, ou seja, não é o indicador na compra que faz o
mercado subir e sim o mercado subir que dá compra no indicador. Todos eles acabam
sendo atrasados em relação ao mercado e nenhum deles vai precificar o risco/retorno da sua
operação o que é muito mais importante. Então na verdade uso eles muito mais como uma
confirmação do que vejo na configuração dos gráficos do que como a principal ferramenta
de entrada e saída. Desde que comecei a analisar gráficos, venho diminuindo esta
quantidade na minha tela, e hoje uso só as médias móveis como indicador de tendência e só
o IFR (índice de força relativa) como oscilador para ajudar a confirmar topos e fundos.

1.5.1 - Médias móveis

Exponenciais períodos 9, 21, 40 e 200.


Utilizo essas médias móveis como principais indicadores de tendência. Sempre que
a média 9 cruza com a 21 temos um alerta e quando a 21 cruza com a 40 uma confirmação
que pode ser tanto de alta quando elas se cruzam para cima e se alinham com as mm
maiores por baixo e as menores por cima, e vice-versa para venda quando o cruzamento é
de baixa com as maiores por cima e menores por baixo. É importante ressaltar que quanto
mais próximo está esse alerta da confirmação, mais contundente é o movimento, daí nasceu
o termo “agulhada”; quando as mm se cruzam no mesmo ponto e saem alinhadas para
compra ou venda.
Na verdade a de 200 é bem lenta e dá poucos sinais. Na maioria das vezes a utilizo
somente para uma base para longo prazo, confiando mais em cruzamentos de alta quando a
de 200 está por baixo, já que são cruzamentos a favor da tendência macro, assim como
confio mais nos cruzamentos de venda quando a de 200 está por cima.

1.5.2 - Médias móveis Simples & Indicador do Didi

O termo agulhada foi inventado pelo grafista Didi que criou um indicador para
facilitar a visualização delas, ele usa as mm simples de 3,8 e 21, que são mais curtas e
difíceis de visualizar no gráfico. Assim, cirou-se a idéia de dividir todas as mm pela média
central (no caso a 8) e como 8 dividido por 8 dá 1, a média central fica linearizada na
horizontal enquanto as outras variam em cima dela, e quando temos o cruzamento das duas
em cima dessa média horizontal fica fácil de perceber uma agulhada; quando a média maior
sai por cima temos uma agulhada de venda e vice versa.
Uso o indicador do Didi tanto com as mm indicadas por ele (3,8 e 21), que é mais
de curto prazo, como também com as mesmas (9, 21 e 40), que nesse caso são mm simples
e não exponenciais.
1.5.3 - IFR Índice de força relativa

Diferente dos indicadores de tendência, o IFR é um oscilador. Ao invés de tentar


rastrear a tendência principal do mercado, os osciladores procuram achar topos e fundos no
mercado, na leitura mais clássica dessa ferramenta quando ele sobe muito e chega em
níveis de 80, dizemos que o mercado está sobre-comprado e tende a realizar, assim como
quando ele chega a níveis baixos como 20, dizemos que está sobre vendido e tende a subir.
Essa forma de analisar não é errada, mas quando o mercado entra em uma tendência muito
forte de alta ou queda ela pode falhar. Como acredito que nas tendências fortes estão as
melhores oportunidades de ganhar dinheiro, prefiro usar o IFR para procurar divergências e
não momentos sobre-comprado ou sobre-vendido, quando as linhas do IFR divergem do
mercado nos fundos equivalentes, temos um sinal de alta e recuperação mais consistentes
que só o valor do IFR e o inverso quando temos divergência de topo, como um sinal mais
consistente de alta.
Como é um oscilador que procura topos e fundos aconselho a combinar ele com os
candles que também procuram esses momentos contra-tendência.
1.6 - Figuras de impulsão com projeções de Fibonacci

Além das figuras de impulsão apresentarem um ótimo momento para se operar a


favor da tendência por indicar que o mercado tem tudo para andar forte e rápido na direção
indicada, existe outra grande vantagem: a possibilidade de se projetar até onde o ativo
deverá ir com o Fibonacci.
É possível traçar objetivos de Fibonacci em qualquer que seja o pivot ou figura de
impulsão, o que é muito bom para saber até aonde o mercado deverá ir, e termos a
possibilidade de calcular mais precisamente se o risco/retorno da operação vale a pena.
As projeções de Fibonacci derivam do tamanho das figuras e tem três projeções
com características próprias. Por isso, o primeiro passo é reconhecer qual a figura e qual o
range entre o suporte e sua resistência para depois traçar as projeções. A primeira projeção
equivale a 61,8%(na prática podemos dizer 60%) do tamanho da figura, essa projeção é a
mais fácil e provável do ativo atingir e normalmente a parte mais fácil de se ganhar com o
movimento.
Já a segunda projeção é 100% do tamanho da figura, por exemplo, se a figura tem
um range entre suporte e res de R$ 5,00, e ela rompe em 15,00, basta somar esse 5,00 e
chegar a uma projeção de 20,00. A primeira característica dela é que o movimento não é tão
fácil e tende a ter mais volatilidade até chegar nela, porém como uma resistência e ponto de
venda ela tem mais força que a primeira.
A terceira projeção é de 130% do tamanho da figura e já é bem raro do ativo chegar
de uma vez até ela. Na grande maioria das vezes, antes de atingi-la, ele vai acabar
desenhando um novo pivot ou figura, o que pode mudar os números dela. Mas, é
interessante observar que quando traçamos a terceira projeção, a primeira vai aparecer
naturalmente e com isso dá traçar todas as projeções sabendo quais as características de
cada uma.
Uma vez traçada a terceira projeção e com a segunda já aparecendo naturalmente,
basta voltar com o Fibonacci da terceira até o rompimento da figura que teremos todas as
três projeções das figuras traçadas, cada uma com sua característica.
Projeção 1 – Movimento mais provável e mais fácil de pegar. Projeção 2 – melhor
como ponto de venda. Projeção 3 – Já temos uma nova figura desenhada e por isso, novas
projeções de Fibonacci.
Neste curso veremos que o mais difícil é idenitficar a figura principal. Uma vez
visualizada fica fácil ver o tamanho da mesma e traçar os objetivos, uma conta simples até
na calculadora. Mas a idéia é trabalhar bastante a visão para as figuras de impulsão, com
vários exemplos e entendendo que mais que desenhar “bonecos”, é preciso encontrar
congestões simétricas onde o mercado acumula (para alta) ou distribui (para queda), nessa
hora nascem as figuras. Depois é só pegar o movimento quando são rompidas, já sabendo
as projeções e características.
PARTE 2 - APLICANDO OS CONCEITOS NOS ATIVOS, JUNTANDO TUDO
E OPRERANDO. PSICOLOGIA DO TRADE.

2.1 - Tipos de operação

No geral poderíamos dividir as operações de mercado em dois tipos bem distintos,


cada um com suas características. Mais para frente também podemos misturar esses dois
tipos de operação como será apresentado.
Primeiramente vamos separar as operações em:

2.1.1 - A Favor da tendência

Será onde vamos usar as figuras de impulsão e pivot operando os rompimentos ou


até antecipando quando temos motivos claros para isso, mas estaremos sempre a favor do
movimento e da tendência. Vamos pedir ajuda para as médias móveis e agulhadas, mas
principalmente temos que reconhecer a figura principal, projetar para achar os objetivos e
assim operar. Normalmente tem a característica de ser um movimento rápido e forte,
principalmente quando a figura que achamos está simétrica e bem configurada.

2.1.2 - Contra a tendência

Será onde vamos usar os suportes e resistências, os padrões de fundo e topos nos
candles e vamos pedir ajuda ao IFR na busca principalmente de divergências. Aqui a
operação tende a ser um pouco mais lenta para se concretizar, os objetivos não são tão
claros, mas na maioria das vezes temos uma grande vantagem no stop curto, já que estamos
comprando em suporte com sinal de fundo ou vendendo em resistência com sinais de topo e
já sabendo com antecedência qual é o stop curto a utilizar.
A favor da tendência macro e contra tendência micro – É sempre bom ficar claro
que a tendência é o mais importante e ela é sua amiga no mercado. Porém, quando temos
um mercado com uma tendência muito bem definida, um canal ou LTA/B também claro, às
vezes o rompimento no qual foi iniciado já passou bem antes. Mas nem por isso o ativo
deixa de estar forte, nessas horas é que acaba sendo melhor esperar realizações dentro da
tendência de alta e assim aplicar o que chamo de KaiuKomprou (KK), o que em uma
tendência de queda chamaria de VOLLEY (levantou, cortou) quando a tendência está bem
definida na queda e esperamos repiques de alta para vender. Os canais de LTA/B são bem
utilizados aqui, comprando nos suportes do canal de alta (LTA) ou vendendo na resistência.
No caso do canal de baixa (LTB), as próprias médias móveis exponenciais que uso,
também podem servir como os canais para achar suportes / resistências e aplicar esse tipo
de entrada, quando elas estão alinhadas (para alta ou queda) e o mercado realiza até o teste
das médias sem fazer elas se cruzarem.
2.2 - Psicologia de Mercado I

Prever o que vai acontecer para os outros, operar na ficção ou em simulados é


muito mais fácil do que quando realmente entramos valendo dinheiro. Isso tem um motivo
puramente emocional, na verdade o trader parece estar sempre frustrado, quando perde e é
stopado, quando acerta sai e o papel segue andando mais para o lado que ele estava, e até
em uma improvável operação perfeita de compra no fundo e venda no topo fica reclamando
que o tamanho do lote foi pequeno, que devia ter entrado melhor e etc. Outra coisa comum
é a sensação de que quando achamos que algo vai acontecer e não operamos tudo acontece
perfeitamente, mas quando entramos no mercado tudo parece ser mais difícil dando uma
sensação que o mercado está perseguindo você! Não se engane, não tem nada disso, a
verdade é que quando achamos algo que não acontece nosso EGO faz com que esqueçamos
que achamos aquilo. É esse mesmo EGO que quando acha alguma coisa correta vem na sua
cabeça falando “eu sabia e por que não entrei?”, qualquer um que abre o HB e acompanha o
mercado vai ter sensações e “achismos” de queda ou alta. Então cuidado porque seu EGO
vai querer mostrar a você só quando acha o correto, e esconder quando seu “achismo”
falhou.
A boa notícia é que podemos minimizar isso quando começamos a se acostumar a
traçar as estratégias com antecedência e antes de entrar em uma operação já saber o motivo
gráfico da entrada, qual é seu stop se der errado e qual seu objetivo. Assim, além de ajudar
na escolha das operações com risco/retorno favorável, você vai começar a pensar em operar
corretamente os padrões sem misturar a emoção nas operações.
Caderno de Anotações...
Temos que pensar sempre que o dinheiro é uma conseqüência de operar
corretamente e não operar para ganhar dinheiro. Imagine que um médico ao fazer uma
cirurgia ficasse pensando só em quanto ia lucrar, e não em fazer o seu trabalho bem feito,
com certeza seria um péssimo profissional concordam?
Aqui é a mesma coisa, como na “teoria dos jogos” opere corretamente os padrões
pensando no risco retorno e saiba que perder ou executar um stop faz parte do mercado.
Não é um erro e nem pode ser evitado, por isso criem um diário de operações e anotem nele
os motivos pelo qual você está entrando (quais padrões gráficos, se a favor ou contra da
tendência), qual é seu stop de perda se der errado, quais seus objetivos se derem certo,
aonde você pode andar com stop se a operação for a seu favor de modo a melhorar ainda
mais o risco/retorno da operação e etc. Quando se faz isso tudo fica mais fácil e você pode
dar certo no caderno ganhando ou perdendo dinheiro, já que o certo está no operar
corretamente, e quando você faz tudo correto e o mercado te stopa faz parte. Errado aqui é
fugir do pré-estabelecido por motivos emocionais, ou porque você “acha” isso ou aquilo.
Além de ser bem mais fácil ser disciplinado e operar corretamente quando anotamos tudo
com antecedência, esse diário passa a ser um ótimo lugar para você ir se aperfeiçoando
vendo onde você está errando mais, onde está acertando, se é melhor operar mais curto ou
mais longo e etc. É importante ressaltar aqui a importância de se conhecer, cada um tem
suas características e enquanto uns preferem operar mais o curto prazo outros operam mais
longo, alguns preferem proteger a operação mais rapidamente, outros de uma maneira mais
lenta, não existe o certo ou o errado, mas sim a maneira que deixa você mais a vontade e te
faz ter resultados melhores. Com certeza esse diário também vai te ajudar a descobrir qual o
seu estilo e onde você tem melhores resultados.

2.3 - Reconhecendo o mercado

O mercado está sempre em mutação, variando de tendências de altas para


tendências de queda, momentos de lateralidade, momentos mais fáceis e mais difíceis. Cada
um desses mercados tendem a ter características diferentes.

2.3.1 - Bull Markets ou tendência de alta

Bull Markets é onde o mercado está claramente em alta, seja com figuras altistas
rompidas, seja trabalhando em LTAs com topos e fundos ascendentes. Ele estará no curto
prazo gerando riqueza, ou seja, as empresas estão se valorizando e temos entradas de
dinheiro no mercado. Isso traz mais facilidade para ganharmos a nossa parte, o mercado se
torna menos volátil e as configurações mais claras, os suportes e resistências melhores
respeitados e etc. O principal motivo é a geração de riqueza que está acontecendo, e
também um motivo emocional já que a ambição é um sentimento mais fraco que o medo.

2.3.2 - Bear Markets (tendência de queda)

Bear Markets é onde o mercado está destruindo riqueza no curto prazo, as empresas
perdendo valor e o dinheiro saindo. Dá para ganhar para quem opera vendido e quando
pegamos um bom ponto de venda é provável que você ganhe bem rápido. Não é por acaso
que existe uma clássica frase que diz que o “mercado sobe de escada e desce de elevador”.
A verdade é que o medo é a emoção mais forte humana e as quedas tendem a ser mais
fortes e fulminantes mesmo, mas não ache que é mais fácil de operar. Os mercados de
venda tem muito mais volatilidade, as quedas fortes se misturam com pull bvacks
inesperados e é mais provável os falsos rompimentos e violinos. Então no geral é um
mercado mais difícil, na destruição de riqueza certamente fica mais difícil tirar sua parte de
dinheiro, mas quando se opera com disciplina e padrões corretos é ao menos mais fácil que
um mercado totalmente sem tendência e lateral.

2.3.3 - Mercado Laterais

Existem momentos que o mercado fica mesmo indeciso. Abrimos os gráficos para
ver a leitura dos fluxos e percebemos que nada está claro, pode desenhar para cima, pode
desenhar para quedas, mas no geral está “flat” congestionado e sem direção clara e bem
difícil de se ganhar dinheiro. Normalmente é nesse momento que o mercado vem a
desenhar as figuras de impulsão. É quando ele está sem tendência e congestionado que
podemos distribuir para entrar em queda ou acumulando para entrar em alta, mas enquanto
está indefinido talvez seja o mercado mais difícil de ganhar dinheiro. Muitas vezes é bom
até ficar de fora olhando, para quando ficar claro a sua direção estarmos preparados para
aproveitar o máximo.

2.4 - Relação de risco e retorno

Já citei isso varias vezes ao longo da apostila e mais ainda do curso, mas é uma
parte tão importante que fiz um tópico só para isso. Esse é o maior segredo dos vencedores,
mesmo para aqueles que usam outros métodos, só existe trader vencedor quem tem isso em
mente. É importantíssimo ver qual é o stop e quanto vamos perder se der errado VS qual o
objetivo e quanto vamos ganhar se der certo. O ideal é que essa proporção seja pelo menos
de 2 para 1, não importa o quanto de percentual é seu stop, pode ser de 15% contando que
você visualize uma chance de ganhar 30% ou mais. Pode ser de 2% contanto que você
visualize ganhar 4% ou mais, quanto maior é essa proporção melhor é a sua operação.

2.4.1 - Segredo do vencedor

Existe uma frase que fala “deixem os lucros correr e corte suas perdas o mais rápido
possível”. Isso é uma verdade e talvez o maior segredo de ser vencedor no longo prazo, o
trader de sucesso pode em 10 operações ter errado 7 e acertado 3, mas quando você vai ver
o saldo dele está muito vencedor, com certeza ele sabe fazer isso bem. Enquanto outros em
10 operações acertaram 7 e erraram 3 mas estão perdendo dinheiro no saldo, isso também
tem a ver com a emoção humana, que na hora do lucro tem pressa para sair e botar no
bolso, na hora do prejuízo não querem aceitar e não conseguem sair. Operar assim é fatal,
quando ganha é pouco quando perde é muito. Tentem sempre fazer o contrário, ganhar mais
até que o seu objetivo, mas na hora do stop não hesitem em sair, mais importante é ficar
vivo para quando os melhores movimentos aparecerem você conseguir ganhar. Encarem a
gordura de lucro que você tem como um incentivo de ganhar mais, afinal é possível ter
stops no lucro e é muito difícil voltar a entrar em um ativo quando você sai antes do tempo.

Concluímos, contudo, um fator matemático: os padrões gráficos aumentam a


probabilidade de acertar o movimento. Juntar isso com um bom gerenciamento de
risco/retorno com disciplina e estratégia e evitando ao máximo cair em armadilhas
emocionais, não tem como, você pode perder e na verdade vai perder, mas quando tudo isso
que ensinei estiver presente no longo prazo você será um vencedor assim como 2+2 = 4. É
matematicamente impossível usar tudo o que mostrei aqui de forma certa e não ser
ganhador no longo prazo. É claro que vai variar de pessoa para pessoa as aptidões tanto de
ver gráfico bem como de gerenciar a disciplina, mas a junção desses dois fatores é infalível
a longo prazo.

2.5 – Psicologia do Mercado II


Introdução

O Maior problema para um trader é o fato que a dor da perda é sempre bem maior
que o prazer do ganho, na prática isso resulta na atitude da pessoa sempre que está
perdendo ficar bem mais corajoso tentando evitar a dor da perda a qualquer preço e quando
está ganhando ficar medroso tentando garantir o lucro a qualquer preço, e esse
definitivamente é a pior maneira de se comportar como trader.
Vamos agora entender as principais caracteristicas psicológicas que nos fazem agir
assim, o poder da negatividade no cérebro e poque isso acontece e como criar mais
positividade e com isso aderencia as variações psicológicas do trade, e como evitar decisões
emocionais e ser o mais disciplinado possível.

2.5.1 – Caracteristicas Psicológicas

Embora a vida tenha muitos prazeres e alegrias, há também inúmeras preocupações


e tristezas, pois os animais para sobreviverem e passar seus genes adiante precisaram
evoluir características como quando uma estratégia encontra um problema disparar sinais
de alarme desagradáveis- as vezes até agonizantes - no sistema nervoso para manter o
animal em seu caminho, ou seja, evitar as ameaças(predadores) e aproximar-se das
oportunidades(caça e alimento).
A maioria dos animais não tem o sistema nervoso complexo o suficiente para
permitir que esses alarmes se tornem verdadeiros infortúnios. No entanto, nosso cérebro é
bem mais desenvolvido, somente o homem, se preocupa com o futuro, arrepende-se do
passado e culpa a si mesmo pelo presente. Ficamos frustrados quando não não conseguímos
algo que queremos e desapontados quando algo que gostamos chegam ao fim e então
simplesmente “ficamos sofrendo aquilo que já sofremos”; e este tipo de sofrimento- que
acompanha muito de nossa infelicidade e descontentamento- é o cérebro que constrói é ele
que inventa.

Aí me vem a mente, “Afinal, se o cérebro é causa do sofrimento ele deve ser


também a cura¨.
Todos essas características inerentes ao ser humano são amplificadas na vida de um
trader, já que a sua função principal é ficar o tempo todo buscando sempre “evitar as
ameaças(loss) e aproximar-se das oportunidades(gain).”

2.5.2 – Caracteristicas Negativas do Cerebro

Já sabemos do poder que o sofrimento e o prazer causam no cérebro, e por nossa


incessante busca por prazer imediato e afastamento das ameaças, mas na verdade os
obstáculos em geral tem muito mais valor já que o cérebro e construído mais para recuar do
que ir para frente, isso porque são as experiencias negativas tem mais impacto na
sobrevivência, o que é fácil de entender sabendo que nopssos ancestrais eram tanto presas
como predadores.
A característica principal do cérebro é detectar mais rápido as mensagens negativas
do que as positivas e assim o cérebro acaba como velcro para experiencias ruins e como
teflon para as boas, mesmo que a maior parte das experiencias sejam neutras.
As pessoas se esforção mais para evitar uma perda do que para obter um ganho.
Como podemos ver, o cérebro já vem propensão ao negativismo integrada e isso
gera inúmeras formas de sofrimento, como por exemplo ansiedade, raiva, culpa e vergonha.
No final das contas enfatizamos as falhas e perdas passadas subestimamos nossas
habilidades atuais e exacerbamos os futuros obstáculos.
Outro problema são as simulações que o cérebro cria aumentando ainda mais o
sofrimento, é comum ficarmos repassando na cabeça o trade que não fizemos, ou como
seria se agido de forma perfeita, mesmo sabendo que isso nunca seria a realidade, isso
acaba causando frustração, pois até pequenos acertos que poderiam ser um prazer podem
acabar registrados na mente como dor e problemas(não satisfazem), quanto mais simulamos
estes sentimentos negativos, mais distantes ficamos da realidade e do momento presente do
mercado.

2.5.3 -1ª Flecha Gera as Próximas Flechas

O desconforto físico é inevitável; é um sinal crucial para se tomar uma atitude de


preservação a vida, como a dor que nos faz tirar subitamente a mão de um forno quente.
Tormentos físicos e mentais são a “primeira flecha” da existência, enquanto você viver
haverá flechas atravessando o seu caminho, dores a sentr e etc... O grande problema não é a
1ºflecha e sim as nossas reações a ela, ou seja as flechas secundárias aquelas que a atiramos
em nós mesmo e que são as grandes responsáveis no nosso sofirmento.
Errar um trade e ser stopado é uma 1ºflecha, nos culpar ou mesmo pensar o que poderiamos
ter feito para ter evitado o stop são fechas secundárias que vão desencadeando uma após
outra criando um círculo vicioso até que essas reações aconteçam quando nem foi lançada
ainda a primeira flecha, e pior ainda quando a situações que na verdade são boas, viram
flechas secundarias como aquele trade que deu certo, mas o preço andou mais que o nosso
objetivo.
É natural que o trader experimente reações cronicas de flechas secundarias sucessivas com
inúmeras consequências ruins emocionais que nos tiram do foco presente do mercado,
atrapalhando o nosso rendimento.
Para nosso melhor desempenho precisamos evitar ao máximo as flechas secundarias e
tentar criar positividade até no que pode ser negativo, por exemplo um stop loss pode
encarado como um acerto estratégico ao invés de uma perda finaceira evitando flechas
secundárias e gerando espaço para criar novas estratégias de uma maneira equilibrada.
No final das contas precisamos evitar o máximo as emoções operacionais e respeitar
somente as estratégias pré definidas, ficando satisfeito em segui-las, independente se foi o
loss ou gain.
Caderno de anotações e foco

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