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Introdução
Formação humana
3. O sacerdócio é um chamado a seguir Cristo que "sendo rico, por nós se fez
pobre para enriquecer-nos com sua pobreza" (2 Cor 8, 9). A fidelidade ao
ministério requer aquelas virtudes que são mais altamente consideradas entre
os homens, virtudes que educam o sacerdote para a renúncia e para a
superação das ambições, de tal maneira que este não se afaste da imitação de
Cristo, virtudes "como são a sinceridade de alma, o diligente cuidado pela
justiça, a fidelidade às promessas, a polidez no agir e uma linguagem sóbria e
pautada pela caridade" [4].
5. O sacerdócio exige a educação para uma vida ascética que capacite para a
disciplina, a renúncia, a mortificação e o domínio dos sentidos. A formação
deve ajudar a alcançar uma liberdade interior que disponha os candidatos para
o seguimento de total doação a Cristo e ao serviço dos homens.
Formação espiritual
14. A vida no Seminário deve ter como objetivo formar no futuro sacerdote
um profundo amor pelo sacramento da Eucaristia, que há de constituir-se
sempre o centro e o eixo de toda a sua vida e sua atividade sacerdotal, e a
fonte da qual brota a sua força de discípulo missionário [7]. Por isso, o
ambiente formativo deve fomentar no seminarista uma atitude de grande amor
e reverência para com o Santíssimo Sacramento, que constitua um testemunho
vivo da sua vida interior.
22. Contemplando Maria, a perfeita discípula que com um "sim" total a Deus
em todo momento esteve disposta a cumprir a vontade divina, o Seminário
deve impulsionar um amor profundo e uma devoção especial à Santíssima
Virgem que conduza ao encontro vivo com o Senhor. Ela, a mãe de Jesus e
nossa mãe, tutela a fidelidade à vocação sacerdotal. Por isso os seminaristas
hão de aprender a invocar a proteção de Maria e de habituar-se a rezar o santo
rosário.
a. A consciência de ter sido chamado pelo Pai e impulsionado pelo Espírito
Santo para uma configuração com Cristo Bom Pastor, Sumo e Eterno
Sacerdote.
Formação intelectual
26. A formação intelectual dos jovens que aspiram ao sacerdócio visa oferecer
sólidos fundamentos doutrinais, que capacitem o sacerdote para anunciar com
competência o Evangelho e para responder aos grandes desafios que lhe
apresenta o mundo atual. Por esta razão é necessário que os estudos do
Seminário e dos centros de formação religiosa mirem oferecer bases firmes, a
partir da Revelação e do magistério da Igreja, que devem ser acolhidos com a
obediência da fé[14], de tal maneira que os sacerdotes quando ordenados
possam imediatamente possuir critérios seguros na pregação e na ação
evangelizadora.
27. Ao estruturar os estudos filosóficos e teológicos é necessário articular
adequadamente estas duas disciplinas, as quais devem levar "a abrir, sempre
mais, às mentes dos alunos o Mistério de Cristo, que afeta toda a história do
gênero humano, influi continuamente na Igreja e opera sobretudo através do
ministério sacerdotal" [15].
33. Posto que a formação intelectual tem como objetivo formar bons pastores
que comuniquem a vida plena de Jesus Cristo aos nossos povos, é importante
que os professores e formadores sejam modelos do que ensinam, e exerçam a
sua função como quem pastoreia, ensinando de tal modo que selecionem o
que alimenta os formandos e descarte aquilo que lhes é nocivo.
Formação pastoral
38. Para dar uma resposta à convocação feita pela Assembléia de Aparecida
para que sejamos discípulos-missionários, os centros de formação ao
sacerdócio hão de converter-se em "casa e escola" de discipulado, na qual a
espiritualidade que se promove corresponda à identidade da própria vocação,
seja diocesana que religiosa [20] e, ao mesmo tempo, conduza os formandos a
um encontro permanente com Cristo vivo.
Conclusão
53. Na América Latina há dioceses onde florescem abundantes vocações
sacerdotais e religiosas. Sem dúvida, por causa do ambiente secularizado e da
realidade familiar, em outras dioceses se nota uma diminuição sensível no
campo vocacional. Constitui um dever prioritário para os bispos, promover e
apoiar uma pastoral vocacional que desperte o interesse e o compromisso dos
jovens para chegar a entregar a sua vida ao serviço ministerial. Por essa razão
é urgente envolver todo o presbitério, os próprios seminaristas e a comunidade
eclesial em geral neste campo da pastoral vocacional e rezar incessantemente
ao Senhor, Dono da messe, para que suscite estas vocações ao serviço da
Igreja.
54. Compete aos bispos cultivar com seus seminaristas e presbíteros um estilo
de relação fundamentada na fé, na sinceridade, na proximidade, na abertura e
em confiança, dentro de um espírito de paternidade e amizade, superando uma
comunicação puramente funcional e esporádica. É, portanto, muito importante
que o bispo tenha um conhecimento pessoal e profundo dos candidatos ao
presbiterado na própria Igreja particular; "Baseado em tais contatos diretos se
fará esforço para que nos Seminários se forme uma personalidade madura e
equilibrada, capaz de estabelecer relações humanas e pastorais sólidas,
teologicamente competentes, com profunda vida espiritual e amante da
Igreja" [27].
Notas
[15] Optatam totius, 14.
[16] Congregação para a Educação Católica, "A formação teológica dos
futuros sacerdotes"(Roma, 1976), n. 21.