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Série de Mensagens: “Em busca do pleno avivamento”

Estudo 5 – Do individualismo para a vida


comunitária

Texto base: Atos 2.42-47


Na Idade Média, as pessoas deveriam pensar conforme a igreja da
época determinava. Se a pessoa quisesse pensar fora da caixa, era condenada
à morte. Porém, a partir do século XII cada vez mais buscou-se com que as
pessoas pudessem pensar por si mesmas. Com isso começou a surgir a era da
Modernidade, que conquistou sua individualidade.
Porém juntamente com a individualidade, cada vez mais as pessoas
passaram a ser estimuladas a viver para si mesmas. O prazer se tornou o centro
da vida. Vemos hoje políticos que pensam muito mais no dinheiro que
receberão, do que nos benefícios para o povo que o elegeu. Além disso, vemos
pessoas que vivem dificuldades nos relacionamentos, por verem o outro como
alguém para satisfazer o que desejam.
Zigmund Bauman trata disso em seu livro “Modernidade Líquida”.
Falando sobre os relacionamentos, Bauman diz em vídeo que existem dois tipos
de relacionamentos: de comunidade e de redes. A comunidade precede a
pessoa. Esta nasce na comunidade. A pessoa não escolhe estar ali e é
constituída pela comunidade. Já nas redes, o relacionamento se constitui de
duas formas: conectar-se ou desconectar-se, tudo isso com grande facilidade.
Os relacionamentos se tornam fúteis. Temos 500 amigos e podemos deixar de
tê-los do dia para a noite. Tudo isso é a marca do individualismo atual.
Essa tendência individualista, no entanto, não é algo novo. No Éden
(Gn 3) vemos os nossos primeiros pais escolhendo sua autonomia, priorizando o
que EU quero. Logo a seguir, Caim (Gn 4) mata seu próprio irmão, para que se
EU seja percebido. Pouco depois vemos a corrupção da humanidade que leva
ao dilúvio (Gn 6), onde as pessoas viviam o que seu EU desejava. Por fim, em
Babel (Gn 11), o povo constrói uma torre para seu EU fosse conhecido por todos.
Porém Deus não deixa que as coisas continuassem com essa
tendência individualista. Deus chama Abraão para que dele fosse formada
“uma grande nação” Gn 12.2 e para que “todas as famílias da terra” fossem
abençoadas (Gn 12.3). Porém Israel não vive da forma como deveria. Ela é
chamada a viver em uma comunidade reunida ao redor de Deus, porém busca
a autonomia de se separar dEle, além de viver em conflitos uns com os outros,
dividindo as tribos e em guerras entre si.
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Mas Deus se faz homem em Cristo. Chama 12 discípulos para formar


o que seria o novo Israel. Deus sempre quis reunir os israelitas (Mt 23.37), mas isso
não aconteceu, pois eles sempre resistiram. Então, Jesus vive essa missão (Mt
15.24). Ele reúne uma comunidade unida em Cristo para seja o novo Israel.
Através da sua morte, Jesus toma para si a condenação dada ao povo. E por
sua ressurreição, Jesus dá nova vida, não apenas para indivíduos, mas para essa
nova comunidade viver o que Israel não viveu.
Então, logo depois de Jesus voltar ao céu, 120 pessoas estão reunidas
e recebem poder do Espírito Santo para torná-la essa comunidade
transformada, que passa a viver a promessa dada a Abraão dessa comunidade
mundial, começando por 3 mil, 5 mil e muitos convertidos, chegando a nós hoje.
Logo depois da primeira pregação, vemos como essa nova
comunidade vivia. Viviam uma vida do individualismo para uma vida
comunitária.
No texto em destaque, vemos que esse povo se dedicava (davam
grande empenho) em 4 áreas principais: ensino dos apóstolos, comunhão, partir
do pão e orações. O ensino dos apóstolos diz respeito ao que o próprio Cristo
ensinou. É uma comunidade que busca aprender mais a respeito das Palavras
de Jesus. E se é formada por Jesus, essa comunidade é formada pelo perdão
dado por Cristo. Essa é comunidade do perdão, que além de receber o perdão
de forma totalmente imerecida (graça), estende esse perdão aos outros. Assim
como Deus pode perdoar qualquer dívida nossa por pior que seja, somos
chamados ao perdão, por mais difícil que sejam, por sermos discípulos de Jesus.
A segunda área é a comunhão. A palavra grega para comunhão
(koynonia) diz respeito a “uma associação que envolva estreitas relações e
envolvimento mútuo – associação próxima, comunhão”. Havia um desejo das
pessoas viverem sua vida com os outros (At 2.46). Eles viviam um cuidado
especial “uns com os outros”, algo bastante repetido nas cartas de Paulo; além
de dividirem recursos com outros (At 2.44, 4.32).
A terceira área é o partir do pão. Sentar a mesa para comer mostra
intimidade. Deus, como Pai, nos chama para a sentar a mesa juntos, como
irmãos, tendo o corpo e o sangue de Cristo como o que nos une (não nossas
obras). Através da Ceia, nós celebramos juntos o que Cristo nos fez tanto
pessoalmente, como também como igreja. Através desse ato, vemos Deus
como um ser totalmente justo, mas que aplica sua justiça sobre Ele mesmo.
Quem somos nós para querer aplicar a justiça no outro?
Por fim, a oração é retratada na oração que Jesus nos ensinou: “Pai
NOSSO”, “perdoa os NOSSOS pecados”. Em 2 Crônicas 7.14, vemos que Deus
chama um POVO para a oração por perdão e transformação da sua realidade.
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Uma das evidências do avivamento é que as reuniões de oração deixam de ser


frias e frequentadas por poucos.
Podemos ver na oração sacerdotal de Jesus em João 17 que a
unidade faz com que “o mundo creia” que Deus enviou Cristo ao mundo (Jo
17.20-21). Assim, uma das finalidades da vida comunitária é a missão de levar
Jesus ao mundo.
Na Coréia do Sul, um dos grandes exemplos de um avivamento
genuíno, vemos um desejo pela vida comunitária. Eles são grandes mestres do
trabalho com pequenos grupos, onde há maior intimidade. Vemos nas igrejas
um anseio em ir aos cultos comunitários, além das orações não serem algo
isolado, mas eles se reúnem em diversos horários para orar.

Para refletir e praticar


• Será que estamos dispostos a deixar o individualismo do nosso conforto
para desejarmos estar com outro?
• Será que estamos dispostos a abrir mão do individualismo do nosso
dinheiro para compartilhar com os que nos cercam?
• Será que estamos dispostos a mostrarmos ao mundo que em vez de uma
sermos uma comunidade dividida, que somos unidos através do perdão?

Trecho: Confissão de fé “O nosso mundo pertence a Deus”


Entristecemo-nos porque a igreja, que compartilha do mesmo
Espírito, da mesma fé, da mesma esperança, e que abarca todo o tempo e
lugar, toda raça e língua, se tornou uma comunhão despedaçada em um
mundo quebrado. Quando nos esforçamos em favor da verdade do evangelho
e da justiça que Deus nos ordena, oramos por sabedoria e coragem. Quando
nosso orgulho e cegueira impedem a unidade da família de Deus, buscamos o
perdão. Ficamos maravilhados porque o Senhor ajunta os pedaços quebrados
para fazer a sua obra, e porque ele ainda nos abençoa com alegria, com novos
membros e com evidências surpreendentes de unidade. Comprometendo-nos
a expressar a unidade de todos os que seguem a Jesus.

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