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VIº DOMINGO DO TEMPO COMUM

Lv 13, 1- 2. 44-46 1Cor 10, 31-11,1 Mc 1, 40-45

Prezados irmãos e Irmãs, caríssimos jovens, paz e bem em Jesus Cristo, O Libertadora da pessoa
humana.
Hoje celebramos o VIº Domingo do Tempo Comum. No Domingo passado reflectimos sobre o
tema da a nossa Missão evangelizadora. Todo o cristão deve tomar consciência do seu dever de evangelizar;
deve sentir a alegria de anunciar a Boa Nova a todos os povos: «Ai de mim se não anunciar a Boa Nova!»
e nos comprometemos a estar à disposição de Deus para fazer chegar o seu Evangelho a toda a
humanidade.
A Liturgia da Palavra deste Domingo fala-nos da condição penosa de um leproso: «enquanto
conservar a chaga será impuro, viverá isolado, e a sua residência será fora do acampamento» (Lv 13, 46).
Esta condição faz do leproso uma pessoa sem nome, sem país e sem rosto! Ele torna-se um inexistente,
sem o mínimo gesto de afecto ou de comunhão, sem a possibilidade de ser acolhido por alguém (Ermes
M, Ronchi). Mas, Jesus não quer ver nenhuma pessoa reduzida a esta condição de vida: «Compadecido,
Jesus estendeu a mão, tocou-o e disse: «fica purificado». imediatamente a lepra deixou-o, e ficou
purificado» (Mc 1, 41-42). Jesus vem para devolver ao leproso a dignidade que havia perdido. Jesus é
amor, cheio de compaixão, que se deixa interpelar pelo sofrimento alheio. Jesus aparece como um novo
legislador, cuja lei liberta.
Embora a Liturgia da Palavra de hoje sublinhe o tema acima referenciado, nós cingiremos a nossa
reflexão na celebração da festa de São Valentim de Terni, mártir, protector e patrono do amor, dos enamorados,
dos namorados.
Caros jovens, amados namorados e amadas namoradas, paz e bem! É com muita alegria que eu
celebro convosco esta Santa Missa do vosso santo padroeiro, São Valentim, o patrono dos apaixonados,
dos enamorados, porque estou com os meus filhos e filhas que estão a se preparar para celebrar a sua
vocação e colaborar com Deus na obra da criação. Jovens, pensai sempre nisto: é lindo, é maravilhoso e
profundo colaborar com Deus na obra da criação. Pessoas que se preparam para o matrimonio cristão, a
fim de construírem lares cristãos e continuarem a viver a sua vida cristã e sacramental de modo mais
autêntico e definitivo.
Gostaria de partilhar convosco algumas ideias sobre o dia de São Valetim com cinco verbos:
celebra, historicizar, reflectir, espiritualizar e desafiar.
Celebrar: celebrar significa comemorar, solenizar, exaltar, viver, tornar presente um
acontecimento muito importante da nossa vida pessoal e comunitária. Neste caso concreto estamos a
celebrar uma festa muito importante do vosso padroeiro, para tornar presente a realidade do namoro
cristão. Quando se celebra a festa de um santo padroeiro, somos convidados não só a admirar o que ele
foi, mas, sobretudo, somos convidados a ser como ele foi. Neste caso, o vosso padroeiro é um santo, São
Valentim. Sendo, assim, nós também devemos fazer a caminhada de santidade. Caros namorados, se o
vosso padroeiro é santo, vós também deveis ser santos, namorados santos, e, aliás, Jesus disse: «sede
santos como o vosso Pai do céu é Santo» (Mt 5, 48). Jovens, eu vos pergunto: «vós, fazeis um namoro
santo? Vós, sois namorados santos, namoradas santas como o vosso padroeiro? Nunca se esqueçam de
se fazerem sempre esta pergunta.
Historicizar: estamos a celebrar um acontecimento histórico. Vamos conhecer um pouco da
história de São Valentim. Um santo de quem se fala tanto, todos os anos, mas não o conhecemos. Tão
vulgar, mas não é conhecido. Amados jovens, quem conhece a história de são Valentim? Quem já se
interessou a pesquisar sobre a vida de São Valentim? Não conhecendo a história de vida de São Valentim,
não poderemos ser como ele. Quem é São Valentim e porque é que ele é proclamado o padroeiro dos
namorados? São Valentim nasceu em Terni, na Itália no sec. II, foi consagrado bispo de Terni no ano
197 pelo Papa Victor e morreu martirizado em Roma: «foi chamado a Roma para curar o filho do orador
Cratone. Depois de ter curado o filho, o pai converteu-se ao cristianismo. Isto levou o Perfeito Romano
Plácido a decapitá-lo no dia 16 de Março, ele mais dos seus discípulos: Próculo, Efebo e Apolónio».
Depois da sua morte, a sua fama de santidade se difundiu, foi canonizado, e a sua festa litúrgica passou a
ser celebrada sempre no dia 14 de Fevereiro, dia do seu nascimento, introduzida no Calendário Litúrgico
por São Beda. Porquê padroeiro dos namorados? A estudiosa Carini Gentili diz que a festa começa a
celebrar-se pela primeira vez nos países anglo-saxónico e mais tarde se estende por toda a Europa: nessa
altura São Valentim é considerado o patrono dos enamorados e o 14 de Fevereiro festa da amizade da amizade
e do afecto. Dois motivos que levaram a considera-Lo padroeiro dos enamorados: « conta-se que São
Valentim tinha o gentil hábito de oferecer às crianças e aos jovens que passavam diante do seu convento
uma flor do seu jardim. Isto atraia cada vez mais os jovens e ele transforma-se num conselho espiritual
dos mesmos. Tanto é assim que os conselhos espirituais que ele dava aos casais namorados, deram tantos
frutos de uniões serenas, tranquilas, felizes e definitivas que levavam muitos jovens namorados a
procurarem a todo custo São Valentim para receberem a sua bênção a fim de terem um namoro feliz e
um matrimónio seguro. Assim caminhava São Valentim com os jovens. Só que mais tarde ele nota que a
procura era de mais, então decide estabelecer um dia para receber todos os namorados e os abençoar.
Esta data é 14 de Fevereiro, dia do seu aniversario Natalício. Outra explicação: havia um casal de namorados,
Sabino e Serápia, profundamente enamorados um pelo outro, mas tinham um problema que os impedia
de casar: os dois eram de religiões diferentes, Serápia era cristã e Sabino era pagão. As famílias não
aceitavam isso. Recorreram a São Valentim e este fez uma caminhada com eles e ajudou-os a superar o
problema e o seu namoro resultou numa união muito feliz, mas também muito breve. Serápia consegue
converter Sabino, este é baptizado; depois do Baptismo de Sabino, infelizmente ela adoeceu e morreu.
Pouco tempo depois, sabido também morreu e foi ao encontro do seu amor no céu. Esta historia assim
tão linda e comovente levou a proclamarem São Valentim padroeiro dos enamorados.
Amados jovens enamorados, tendes um santo a quem a partir de agora deveis recorrer para
interceder por vós, a fim de terdes um namoro fecundo e duradouro que vos leve até o matrimónio.
Reflectir: este verbo convida a cada jovem, a cada casal de namorados a fazer do seu namoro uma
caminhada de reflexão. Um caminho de reflexão que leva a mudança e renovação de vida, buscando o
amor acima de tudo. Quão é bom viver do amor, meus jovens. Infelizmente alguns namorados não
reflectem sobre a sua vida de namoro. Eu gostaria de convidar todos os jovens namorados a reflectirem
sobre cinco chagas de lepra que devem procurar purificar com a ajuda de Jesus, dizendo: «Senhor Jesus
purifica-me destas cinco chagas que destrói o nosso namoro: namoriscar, promiscuidade, superficialidade,
formicação e poligamia e poliandria.
Namoriscar significa manter uma relação afectiva passageira, à qual não se dá muita importância.
Vocês não devem namoriscar, meus jovens, devem namorar. Um namoro nunca é passageiro. O
namorisco não tem compromisso com a vida nem com Cristo. O namoro cristão é uma caminhada para
o casamento e não para brincadeiras.
Promiscuidade: eliminai do vosso namoro a chaga leprosa da promiscuidade. Muitas minhas
filhas se envolvem sexualmente com qualquer homem, basta que seja homem; muitos filhos meus, se
envolvem sexualmente com qualquer mulher, basta que seja mulher. Mesmo se for com irmão ou com a
irmã; e quando surge a gravidez não saberá quem é o pai do filho que vai nascer porque se envolve com
vários.
Superficialidade e da hipocrisia no namoro: namorai profundamente, conhecei-vos bem. Não
finjam que se amam, mas no fundo não existe amor; só existe a busca do prazer e dos bens materiais.
Temos algumas filhas que ficaram grávidas por uma mexa de cabelo! Sede profundos, meus jovens!
conhecei-vos bem primeiro, antes de casar. Não aconteça que cheguem ao casamento só porque os dois
ficaram grávidos! O namoro orienta-se para a realização de uma vocação! O namoro é para sempre: claro
que durante o namoro se descobrirem realmente que a vossa convivência é incompatível e que pode
perigar o futuro matrimónio, depois de um verdadeiro discernimento, parai para o bem de ambos. Não
sejais superficiais, sede profundos!
Formicação: meus filhos e filhas, purificai-vos mancha leprosa da formicação no vosso namoro.
Vós sois cristãos, fazei um namoro cristão. Muitos são namorados cristãos, mas fazem do sexo o
elemento fundamental que orienta, guia o seu namoro. Sem não houver sexo, não há namoro, mas são
cristão! Se não transas comigo o namoro acabou. O pecado da formicação faz sofrer! E vocês minhas
filhas, cuidado, porque, infelizmente, vocês sofrem mais com este pecado! Os homens de hoje são assim:
eles passam por várias mulheres, mas não querem casar com mulheres que ele acha que já muitos homens
passaram por elas. E assim, minha filha, ficarás expulsa do acampamento dos coração dos homens,
porque és leprosa! Como consequência disso, procurarás a tia fulana kimbanda para te dar “feitiço do
amor” para conseguir um homem a fim de casar com ele, mas como o feitiço do amor não existe, o homem
esperado não aparecerá e tu, filha minha, continuarás leprosa para sempre sem possibilidade de encontrar
um homem que te ame, te estime e te honre. Por isso, vivei no amor! E nunca na formicação! Quem teu
ouvido oiça.
Poligamia e poliandria: muitos dos nossos jovens praticam a poligamia e a poliandria durante
o namoro. Assistimos com muita tristeza jovens nossos que já são polígamos antes do casamento! Ainda
está a namorar, mas já vive na poligamia: um jovem que tem três quatro namoradas! Uma menina que
ainda está em faze de namoro, já é poliandra porque namora com vários homens. O mais triste é que isso
se aceita com muita naturalidade. Eu sofro, choro quando oiço minha filha a me dizer assim: « com um
só não dá, porque um paga pouco». E ainda padre, «eu sei que ele tem várias, mas vou fazer como, se o
amor bateu ai?» Filhos não façam isso! Filhas cuidado! Quando tudo correr mal, farás peregrinações a
todos os santuários de Angola e nada resultará e no fim de tudo, culpado será sempre Deus, Deus não
presta porque me abandonou. Jovens sede honestos uns para com os outros.
Espiritualizar: o verbo espiritualizar deve orientar o vosso namoro. O vosso namoro deve ser
espiritualizado; quer dizer o Espirito Santo deve estar presente no vosso namoro; Jesus Cristo deve estar
presente no vosso namoro. O namoro sem espiritualidade produz frutos da carne (Gal 5, 19-21). Sem
Cristo o vosso namoro já está fracassado, porque não busca o bem. Durante o vosso namoro não expulsai
Cristo do vosso seio, para que Ele vos ajude a solidificar o vosso amor. Quem de vós, reza o terço, vai
visitar o santíssimo para que o vosso namoro seja sólido e cheguem ao matrimónio seguramente? Serápia
e Sabino, procuravam São Valentim para receberem conselhos e bênção? Quantos jovens namorados
têm director espiritual? Quantos jovens namorados vão ter com o pároco para os conhecer, aconselhar
e abençoar? Uma vocação se realiza com a presença de Cristo. Sem Cristo, nenhuma vocação acontece,
se acontecer, tarde ou cedo, fracassa. Eu sou padre, se eu levar a minha vida sacerdotal sem Jesus Cristo,
a minha vida sacerdotal será podre.
Desafiar: lanço-vos fundamental dois desafios, meus jovens: o primeiro desafio, é o de tirar da
vossa vida de namoro as cinco chagas da lepra: namoriscar, superficialidade, promiscuidade, formicação,
poliandria e poligamia. O segundo desafio: se sois namorados cristãos, deveis planificai a vossa vida
espiritual no namoro. Cada casal vai escolher. Existem vários modos de viver a vida espiritual no namoro.
A maioria dos jovens pertencem a um movimento apostólico e com uma espiritualidade própria. Cada
casal pergunte-se: o que é que vamos fazer na nossa vida espiritual para nos mantermos mais forte e
unidos no nosso amor? Não deve ser algo abstrato, deve ser concreto. Por exemplo: nós durante o nosso
namoro, decidiremos ir à Missa todos os dias até chegar ao casamento! Rezaremos juntos ou separados
o terço para que o nosso namora seja sereno e forte. Visitar o santíssimo regularmente juntos para que
Jesus seja a força viva do nosso amor. Deixo-vos estes desafios: procurai fazer um programa de vida
espiritual no vosso namoro. Escolher só uma modalidade que acharem mais concreta e compatível com
vossa vida de namorados. Se vocês fizerem isso, asseguro-vos nos próximos anos testemunharemos a
celebração do casamento de muitos namorados que estão nessa missa.
Caros jovens, recorramos a Cristo e peçamos a ele: Senhor, se quiseres, cura-me das manchas
leprosas que o meu namoro ainda conserva; sejamos santos como o nosso Santo padroeiro, São Valentim
para que possamos dar frutos abundantes segundo o espírito e colocar Jesus Cristo no centro nossa vida
cristã e do namoro. Que São Valentim continue a interceder por cada namorado e namorada a fim de
contraírem o matrimónio e continuarem a colaborar com Deus na Obra da criação. Amem.

Comunidade Santos Maritires do Uganda, 14 de Fevereiro de 2021. Pzola.

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