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SEMINÁRIO PARA NOVOS PRESIDENTES DE MISSÃO 2014

Começar com o Fim em Mente


Élder Russell M. Nelson

Quórum dos Doze Apóstolos

Domingo, 22 de junho de 2014

Que experiência inspiradora é ver cada um de vocês! Estudei suas fotos e seu histórico, e sabemos muito a
respeito de vocês. Mas é bem melhor vê-los pessoalmente. Obrigado por estarem aqui, e obrigado ao Élder
Allen por sua maravilhosa capacidade de conhecê-los e de amá-los. Vocês podem sentir isso ao verem o
empenho dele.

Damos-lhes as boas-vindas a este seminário. Não tenho palavras para expressar a profunda admiração e
gratidão que dedicamos a cada um de vocês. Obrigado por sua fé e sua devoção. Obrigado por sua
dignidade e sua disposição de servir ao Senhor e a esses maravilhosos missionários.

O Presidente Eyring sussurrou-me enquanto os missionários cantavam: “Uma delas é minha neta”. Essa é
uma relação de parentesco, mas vocês vão sentir o mesmo por seus missionários.

Dois de vocês estão tomando o lugar de duas de minhas filhas que estão voltando para casa. Agradecemos
a vocês por permitirem que um papai receba suas filhinhas de volta.

Vocês são almas especiais. Foram reservados para este momento no tempo para servir como
representantes do Senhor. Juntos, vão “pegar a onda” da retidão Dele que está varrendo a Terra.

Gostaria que conhecessem minha mulher, Wendy. Wendy, será que você poderia ficar de pé por um
instante, por favor? Ela e eu damos nossas boas-vindas aos novos presidentes de missão e suas respectivas
esposas para este seminário. Obrigado, Wendy. Esperamos que cada um de vocês tenha uma experiência
maravilhosa aqui e oramos por isso.

O título que escolhi para meu discurso é “Começar com o Fim em Mente”. O trabalho missionário deve
começar e terminar com nossa mente concentrada nas bênçãos do templo sagrado.

O trabalho missionário resume-se em reunir pessoas que estão no mundo, enobrecê-las e permitir que, no
final, venham a habitar com Deus para sempre. Esse é o desejo divino Dele. Resumindo de modo simples:
Deus, nosso amoroso Pai Celestial, deseja que Seus filhos retornem para casa para a presença Dele. Não é
algo lógico? O que mais se poderia esperar de um Pai amoroso?

Os missionários têm a solene responsabilidade de colocar em prática a mais terna esperança de Deus: a
esperança de que Seus filhos retornem à presença Dele; e se O ajudarmos, Ele nos ajudará.

Os missionários memorizam sua declaração de propósito, que está escrita na página 1 do manual Pregar
Meu Evangelho. Os passos sequenciais dessa declaração se referem à fé, ao arrependimento, ao batismo,
ao Espírito Santo e à perseverança até o fim. Quando os missionários a recitam, pergunto-me no que eles
pensam ao pronunciar estas quatro últimas palavras: “perseverar até o fim”. Será que isso simplesmente
significa respirar e expirar até não podermos mais? Não.
Essa declaração se torna ainda mais significativa quando a analisamos sob a luz da declaração que Deus fez
do propósito Dele. Seu propósito é subjacente a tudo o que fazemos nesta Igreja. Deve ser a coisa mais
importante na mente de todo e cada missionário. Vocês o conhecem. Está registrado em Moisés 1:39: “Pois
eis que esta é minha obra e minha glória: Levar a efeito a imortalidade e vida eterna do homem”.

Esses dois objetivos — a imortalidade e a vida eterna — ambos se tornaram possíveis graças à Expiação de
Seu amado Filho Jesus Cristo. Por meio da Expiação, a imortalidade (ou ressurreição) virá a todos os que
viverão. É uma dádiva gratuita — um dom incondicional.

E por meio da Expiação, a vida eterna se tornará uma possibilidade para todos os que se qualificarem para
recebê-la. É uma dádiva condicional. Qualificamo-nos para ela passo a passo, primeiro adquirindo fé em
Jesus Cristo, em seguida arrependendo-nos de nossos pecados, sendo batizados, recebendo o dom do
Espírito Santo e perseverando até o fim, que significa receber a investidura e as ordenanças de selamento
do templo sagrado. Os missionários abrem a porta para essas sublimes bênçãos da vida eterna.

O trabalho missionário deve começar com esse glorioso fim em mente. Talvez eu possa ilustrar contando-
lhes algo que teve início há 34 anos, quando eu trabalhava como cirurgião cardíaco. No ano de 1980, estive
na República Popular da China como professor de cirurgia convidado. Quando lá cheguei, conheci meu
anfitrião, o Dr. Zhang — um professor e cirurgião muito distinto, de estatura elevada, porte imponente e
muito instruído. Ao conhecê-lo, pensei comigo mesmo: “Como ele ficaria bem de roupa branca batismal!”
Então, quando conheci sua esposa, pensei em como os dois ficariam muito bem trajando as roupas brancas
do templo! Dei-me conta, porém, de que aqueles pensamentos eram bem improváveis, senão totalmente
impossíveis, num país comunista.

O professor Zhang e eu trabalhamos juntos, não apenas na China, mas também em visitas recíprocas,
quando ele visitou a instituição em que eu trabalhava, em Utah. Tornamo-nos amigos muito próximos.
Uma década mais tarde, depois de meu chamado para os Doze, recebi uma carta do Dr. Zhang. Nela ele
declarava que tinha vivido sob diversos tipos de ideologias. O único sistema que fazia algum sentido para
ele era o modo de vida da minha religião. Perguntou se eu poderia encontrar alguém que pudesse ensinar a
ele e à sua esposa a respeito de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, caso se mudassem
para a casa de sua filha em Toronto. É claro que eu respondi que isso poderia ser arranjado.

Quando recebi as informações necessárias, telefonei para o presidente de missão de Toronto, o presidente
Sidney A. Smith. Perguntei-lhe se ele poderia enviar seus melhores missionários para ensinar meus amigos
da China. Ele deu uma risadinha e disse: “Todos querem que eu envie os meus melhores missionários.
Todos são os melhores. Todos são bons”. Então, é claro, ele aceitou meu pedido e disse: “Ficarei feliz em
enviá-los”.

Poucas semanas depois, o presidente da missão me telefonou dizendo que meus amigos da China tinham
sido ensinados pelos missionários e estavam prontos para o batismo.

Procurei meu presidente de quórum, o Presidente Howard W. Hunter, e disse: “Será que eu poderia
receber uma designação em algum lugar próximo de Toronto por volta deste dia?” Ele rapidamente fez os
arranjos para que eu pudesse estar ali para o serviço batismal do irmão e da irmã Zhang. E um ano após seu
batismo, tive o privilégio de selar aqueles dois queridos amigos no Templo de Toronto. Eles realmente
ficaram muito bem trajando suas roupas brancas do templo!

Ainda mantemos contato por telefone, por e-mail e por meio de visitas pessoais, quando possível. Eles
estão agora com mais de 90 anos de idade. Ainda são muito gratos por meu serviço missionário e do
templo por eles.
O mesmo acontecerá com vocês, queridos presidentes e irmãs. Comecem com o fim em mente. Ajudem
seus missionários a visualizarem como seus contatos ficarão bem trajando as roupas brancas batismais e
como ficarão ainda melhores com as roupas brancas do templo.

Deus quer que Seus filhos retornem à presença Dele. Mas a coisa assombrosa é que Ele permite que eles
escolham esse curso. Ele não os obriga. Ele envia Seus filhos à Terra, fazendo com que um véu de
esquecimento caia sobre eles. Eles estão aqui para adquirir um corpo, para ser testados e para fazer
escolhas. A maior de todas as escolhas que podem fazer é a de escolher voltar à presença de seu Pai.
Primeiro, eles aprendem a respeito Dele. Depois, aprendem a respeito de Seu Filho amado. Aprendem a
respeito de Sua Igreja e de Seu plano de felicidade que lhes permite retornar à presença Dele, passando
pelo templo sagrado, qualificando-se para habitar com Ele, com Seu Filho e com a família deles para
sempre.

Chamamos esse glorioso fim de “vida eterna”. É a maior dádiva de Deus para um ser humano.1 As
escrituras ensinam que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo
aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.2

A obra de Deus Todo-Poderoso e Seu grande plano de felicidade sofrem a oposição do adversário e de seus
seguidores. Satanás quer que sejamos tão miseráveis quanto ele.3 Ele primeiro atacou os profetas. Quando
isso não funcionou, ele atacou as escrituras. Quando isso não funcionou, ele agora ataca o próprio cerne da
Igreja, que é a família. Todos vocês estão dolorosamente cientes dessa guerra pelo coração e alma de
nossos colegas seres humanos, até de alguns membros de nossa própria família.

Nós, como missionários do Senhor, ensinamos a verdade de que “os homens existem para que tenham
alegria”.4 A alegria vem quando cada pessoa recebe as ordenanças iniciais de salvação. E grande alegria é
proporcionada às famílias que recebem as ordenanças de exaltação. As coisas mais preciosas da vida se
relacionam com nossa família.5 As conversas a respeito da família são uma ferramenta maravilhosa para
abrir portas.

O livreto Minha Família: Histórias Que Nos Unem é muito útil nas conversas com vizinhos e amigos que
gostariam de conhecer mais sobre seus antepassados, e é uma ferramenta muito útil para reativar élderes
em perspectiva, muitos dos quais estão lá fora no mundo esperando por vocês. É um meio maravilhoso
para atrair e ensinar pesquisadores. Os bispos e presidentes de ramo também podem usar esse livreto
como recurso para recém-conversos. Todos têm que ter um chamado na Igreja. Por que não pedir-lhes que
preencham as informações de sua própria família como sua primeira designação? O fato de serem
imediatamente chamados para um cargo que se concentre na família deles vai ser uma grande alegria para
os conversos. Pode ser um trampolim para o trabalho do templo pelos parentes desses novos membros. Os
índices de retenção serão infinitamente maiores se eles fizerem o trabalho do templo por seus
antepassados. Já no primeiro ano, eles podem ser batizados por parentes falecidos.

A alegria é encontrada nos relacionamentos familiares porque eles são um ponto central no plano eterno
de Deus. Os missionários sábios tiram bom proveito dessa realidade.

Os missionários convidam as pessoas a achegarem-se a Jesus Cristo. Eles falam de Cristo. Eles se regozijam
em Cristo. Eles pregam a Cristo.6 Eles ensinam que a Expiação do Senhor possibilita que os dois objetivos de
Deus, a imortalidade e a vida eterna, se tornem realidade.

A vida eterna é uma dádiva condicional — condicionada à obediência à lei na qual ela se baseia.7 Essa
verdade é um tópico para os missionários. Eles podem ajudar ensinando o plano de Deus e a doutrina do
progresso pessoal. Podem ensinar a verdade sobre o potencial divino de todo ser humano para
literalmente se tornar mais semelhante a seu Pai Celestial. Esse potencial começa pelo desenvolvimento de
uma fé inabalável em Deus, fé no Senhor Jesus Cristo e fé em Seu plano para os filhos de Deus.

Seu plano inclui o arrependimento. Devemos chamar todas as pessoas ao arrependimento. Sim, mesmo
sendo cidadãos conscienciosos e cumpridores da lei, nós — que nos esforçamos ao máximo para fazer o
certo — ainda assim somos convidados a nos arrepender. O arrependimento na verdade significa
conversão — verdadeira conversão — ao Senhor e à maneira de vida Dele. A conversão total é
arrependimento total!

O cumprimento de compromissos prepara uma pessoa para o cumprimento de convênios. O evangelho de


Jesus Cristo inclui a realização e o cumprimento de convênios sagrados, sendo que o primeiro deles é o
convênio do batismo. O ato do batismo propriamente dito não lava os pecados. Graças à Expiação, os
efeitos do pecado somem quando a pessoa cumpre fielmente o convênio batismal de seguir o Senhor Jesus
Cristo.

Em seguida, vem o dom do Espírito Santo. Que bênção é isso! Como todas as dádivas, precisa ser
embrulhada e usada. Depois, chegamos àquelas quatro palavras finais de nossa declaração de propósito:
“perseverar até o fim”. Esse fim inclui a investidura e as ordenanças de selamento do templo.

“Sempre que o Senhor teve um povo na Terra que obedecia à Sua palavra, eles foram ordenados a
construir templos”.8 Os padrões do templo são tão antigos quanto a vida humana na Terra. Na verdade, o
plano para os templos foi estabelecido mesmo antes da fundação do mundo, quando foram tomadas
providências para a redenção daqueles que viessem a morrer sem um conhecimento do evangelho.9

Adão e Eva foram instruídos pelo Senhor a construir um altar e a oferecer sacrifícios.10 O tabernáculo de
Moisés foi um precursor portátil.11 Depois veio o templo construído nos dias de Salomão. Ele foi destruído
em 600 a.C. e restaurado por Zorobabel, aproximadamente cem anos depois. Foi queimado em 37 a.C. e
reconstruído pelo rei Herodes.

Esse foi o templo que Jesus conheceu e amou. Mas Ele não gostou do modo como as pessoas profanavam o
templo. Na primeira purificação, Jesus reverentemente se referiu ao templo como “casa de meu Pai”.12 Na
época da segunda purificação do templo, Ele o chamou de “a minha casa”.13 Mais tarde, quando previu que
o templo seria novamente profanado, Jesus se referiu a ele, dizendo: “a vossa casa vai ficar-vos deserta”.14
Essa profecia foi cumprida quando o templo foi destruído pelos romanos, em 70 d.C.

Há vários anos, estive em Jerusalém sendo guiado por escavações que estavam sendo feitas à esquerda do
que hoje é chamado de “Muro das Lamentações”. Ali, naquele túnel, os rabinos judeus estavam orando
pelo dia em que o terceiro templo seria construído em Jerusalém. Foi-me dito que um deles perguntou ao
famoso arqueólogo israelense, Yigael Yadin, o que deveriam fazer com um novo templo, se ele fosse
construído em Jerusalém. Ele respondeu: “Não sei. Pergunte aos mórmons. Eles vão saber!”

De fato, sabemos! Os templos são um elemento essencial da Restauração do evangelho em sua plenitude.

Após décadas de trevas espirituais, veio o início da Restauração. Em 1820, Deus, o Pai, e Seu Filho Jesus
Cristo apareceram ao Profeta Joseph Smith. Mais tarde, Eles o instruíram a construir o primeiro templo
desta nova e final dispensação da plenitude dos tempos. Ele foi construído em Kirtland, Ohio. Foi um
templo preparatório, no qual importantes chaves do sacerdócio foram conferidas a seres humanos. O
templo seguinte, o Templo de Nauvoo, tinha uma pia batismal para que os santos pudessem ser batizados
vicariamente por seus antepassados falecidos.15
Vocês sabem que o Presidente Brigham Young, pouco depois de chegar ao vale do Grande Lago Salgado,
tocou o solo deserto com sua bengala e proclamou: “Aqui construiremos um templo para nosso Deus”.16

Ano após ano, e passo a passo, foram dadas revelações a sucessivos profetas. O presidente Wilford
Woodruff ensinou esse conceito ao discursar na conferência geral, em abril de 1894, dizendo: “[Joseph
Smith e Brigham Young] não receberam todas as revelações pertencentes ao trabalho [do templo];
tampouco o Presidente Taylor, nem Wilford Woodruff. Não haverá fim para este trabalho até que ele esteja
perfeito”.17

Na dedicação do Templo de St. George, em 1.o de janeiro de 1877, no mesmo ano em que o Presidente
Young faleceu, ele disse: “O que supõem que nossos antepassados diriam se pudessem falar dentre os
mortos? Não diriam: ‘Estamos aqui há milhares de anos, nesta prisão, esperando a chegada desta
dispensação’? (…) O que sussurrariam em nossos ouvidos? Ora, se tivessem poder para isso, fariam soar os
próprios trovões do céu em nossos ouvidos, para que pudéssemos ter uma ideia da importância do
trabalho que estamos realizando. Todos os anjos do céu estão observando este pequeno grupo de pessoas,
incentivando as a trabalhar pela salvação da família humana. (…) Quando penso nesse assunto, quero ter a
língua de sete trovões para acordar as pessoas”.18

O Presidente Howard W. Hunter acrescentou esta declaração: “Convido os santos dos últimos dias a
olharem para o templo do Senhor como o grande símbolo de sua condição de membro da Igreja. É o mais
profundo desejo que todo membro da Igreja seja digno de entrar no templo. Agradaria ao Senhor que todo
membro adulto fosse digno de ter uma recomendação para o templo, que a carregasse consigo e a
mantivesse atualizada”.19

Agora temos 143 templos em funcionamento, e mais estão a caminho.20

Por que temos templos? Por que temos missionários? Por que alguém deve filiar-se a esta Igreja? Para
tornar a vida mais agradável, satisfatória ou inspiradora? Sim, mas outras organizações também podem
fazer parte disso. Na verdade, filiamo-nos a esta Igreja para fazer e cumprir convênios sagrados que nos
qualificarão para a vida eterna! Filiamo-nos a esta Igreja para que nossa família possa ser eterna! Somente
a Igreja do Senhor pode oferecer essas bênçãos eternas!

Sem as ordenanças de selamento realizadas para as famílias no templo, toda a Terra seria totalmente
desperdiçada!21 Os propósitos da Criação, da Queda e da Expiação seriam todos frustrados.

Repito: Deus simplesmente quer que Seus filhos retornem à presença Dele. Para que isso aconteça, cada
um de nós precisa fazer e cumprir convênios sagrados, receber as ordenanças de salvação e exaltação, e
estar ligado a nossos antepassados e a nossa posteridade. Somente então estaremos qualificados para
habitar com Deus e com nossa família para sempre.

Essas são as esperanças que temos em relação a todo membro novo da Igreja. Em termos práticos, porém,
sabemos que muitos de nossos membros novos se afastam da Igreja sem nunca desfrutar essas bênçãos.

O Presidente Gordon B. Hinckley disse, certa vez: “Não há sentido em se fazer a obra missionária a menos
que conservemos os frutos desse trabalho. As duas coisas são inseparáveis. Esses conversos são preciosos.
Todo converso é um filho de Deus. Todo converso é uma grande e séria responsabilidade. É absolutamente
essencial que cuidemos daqueles que se tornaram um de nós. Parafraseando o Salvador, que aproveitaria
ao missionário batizar todo o mundo a não ser que as pessoas batizadas permanecessem na Igreja? (ver
Marcos 8:36)”.22
De fato, que aproveitaria a qualquer um de nós?

Queridos presidentes e irmãs, ao assumirem suas novas designações, lembrem-se das importantes
qualidades da liderança, da mordomia e do poder do companheirismo. Deixem-me explicar com uma
analogia.

Quando um cirurgião cardíaco realiza uma operação, ele não o faz sozinho. Ele trabalha com um assistente,
um anestesista, enfermeiras e outras pessoas. Cada membro da equipe desempenha um papel vital para
salvaguardar a vida do paciente.

Uma operação bem sucedida é imediatamente seguida de um período na unidade de terapia intensiva do
hospital. Mais tarde, quando as condições do paciente estiverem estáveis, ele é encaminhado para outra
unidade, onde receberá um atendimento hospitalar contínuo, porém menos intenso, e por fim, o paciente
terá alta para passar a receber o cuidado terno e amoroso da família no lar. Um resultado bem sucedido
depende de boa comunicação, cooperação e comprometimento de cada membro da equipe em todos os
níveis. Se surgir uma complicação, medidas imediatas são tomadas para resgatar o paciente, e ninguém usa
de evasivas em relação a quem tem a responsabilidade de salvar a vida do paciente.

No trabalho missionário, um resultado bem sucedido em relação a um membro novo ou a um membro que
retorna à atividade depende da cooperação entre o bispo, o conselho de ala, o líder da missão da ala e os
missionários de tempo integral. Eles trabalham como parceiros. Sentem sua responsabilidade conjunta de
cuidar da vida espiritual de cada precioso filho ou filha de Deus.

Independentemente da idade, os membros novos são todos crianças na Igreja. Não podemos deixar de
prover-lhes a nutrição e a força espirituais sempre que necessário. Lembremo-nos da lição que foi tão
frequentemente ensinada pelo Presidente Gordon B. Hinckley: todo converso precisa de um amigo, de uma
responsabilidade e de ser nutrido pela palavra de Deus. Esse conselho é tão bom agora quando o foi
quando saiu dos lábios dele.

Agora, para realizar esse trabalho de equipe de modo mais eficaz, e conforme orientação da Primeira
Presidência e do Quórum dos Doze Apóstolos, anunciamos quatro ajustes no processo de ensino, que
visam a oferecer maior ajuda para nossos membros novos. Lembrem-se de que queremos que eles
permaneçam de modo a poderem alcançar todas as bênçãos que o Senhor tem reservadas para Seus filhos
fiéis.

Os quatro ajustes seguintes devem ser implementados imediatamente:

1. Os missionários vão ensinar a “Lição 5: Leis e Ordenanças” do capítulo 3 de Pregar Meu Evangelho
tanto antes quanto depois do batismo. Anteriormente, a lição era ensinada somente depois do
batismo.
2. Os presidentes de missão vão ativamente ensinar repetidas vezes o padrão do Senhor para o
batismo, conforme está registrado em Doutrina e Convênios, seção 20, versículo 37, e repetido em
Pregar Meu Evangelho, capítulo 12. Duas frases são particularmente importantes na preparação do
pesquisador para o convênio do batismo: “Tendo o firme propósito de servi-lo até o fim; e
realmente manifestarem por suas obras que receberam o Espírito de Cristo para a remissão de seus
pecados”.

Esses dois primeiros ajustes vão fortalecer o pesquisador antes do batismo e garantir que ele esteja
espiritualmente preparado para viver de acordo com os ensinamentos do Senhor Jesus Cristo,
perseverando até o fim, que inclui o recebimento da investidura e das ordenanças de selamento do templo.
3. Quando possível, os missionários vão trabalhar de perto com cada membro novo por pelo menos
três a quatro meses após o batismo e continuar a manter-se próximos deles por pelo menos um
ano, e esperamos que por muitos anos e até gerações.

Esse não é um ajuste importante, mas, sim, um passo prático. Pensem nisso como um médico que vê o
prontuário médico para avaliar o progresso de um paciente nas visitas de acompanhamento. Os bons
missionários são como bons médicos. Com o passar do tempo, eles querem que seus pacientes (membros
novos) desfrutem resultados excelentes. Os missionários trabalham com o líder da missão da ala e com o
conselho da ala usando o Formulário de Progresso de Membros Novos e de Membros Que Retornam à
Atividade na Igreja para monitorar o progresso espiritual de cada membro novo.

Dentro do período de um mês a partir do batismo do membro novo, os missionários vão trabalhar com os
líderes da ala para garantir que:

· O bispo entreviste o membro e analise com ele o princípio do dízimo e outras questões de
dignidade para auxiliar na preparação para a adoração no templo.
· Os conversos do sexo masculino elegíveis sejam entrevistados para receber o Sacerdócio Aarônico
e o recebam.
· O membro seja inscrito no curso de Princípios do Evangelho.
· Os missionários de ala e de tempo integral ensinem novamente as lições missionárias.

Dentro do período de seis meses a partir do batismo do membro novo, os missionários ajudam a garantir
que o membro:

· Seja entrevistado para uma responsabilidade ou chamado da Igreja e o receba, como preencher as
informações em seu próprio livreto Minha Família e complete sua própria folha de grupo familiar.
· Frequente regularmente a reunião sacramental.
· Esteja se preparando para realizar ordenanças de batismo vicário por seus antepassados.

4. Os missionários assumam a liderança em ensinar novamente todas as cinco lições do Pregar Meu
Evangelho, após o batismo.

Os missionários vão recorrer a seu líder da missão da ala, como a um companheiro pessoal, para que um
amigo da ala seja identificado para ajudar a ensinar as lições. Os missionários devem ser a força ativa na
marcação de compromissos e no ensino das lições, ajudando cada membro novo a fazer e cumprir
convênios sagrados.

Esse quarto ajuste exigirá um pouco de sabedoria e tato. Ao mesmo tempo em que os missionários
estiverem ensinando o converso, eles também podem ensinar os membros da ala a dar as lições. Os
missionários terão que ser pacientes e compassivos com o membro da ala como seriam com um novo
companheiro missionário. Juntos, os membros e os missionários trabalham como parceiros para garantir o
bem-estar espiritual dos membros novos.

O segredo de uma verdadeira parceria é este: Pode-se realizar mais com uma parceria do que se cada um
agisse sozinho. Com verdadeiros parceiros, um mais um é mais do que dois. O Dr. Will Mayo e o Dr. Charles
Mayo criaram a Clínica Mayo. Uma esposa e um marido podem formar uma família. Como parceiros, os
missionários e os membros podem fazer uma ala crescer e edificar a Igreja.23
Como parceiros iguais, os missionários e os membros da ala compreendem sua mordomia compartilhada
em relação aos membros novos. Agem com amor, conforme guiados pelo Espírito. Amam os membros
novos e os ajudam a progredir rumo a suas próprias ordenanças e convênios sagrados do templo sagrado.

Alguns de vocês podem estar-se perguntando: “Como vou saber se fui bem sucedido como presidente de
missão e companheiro?” A resposta é: Ame e cuide de seus missionários. Esse amor vai resultar em
conversões!

Todo missionário pode ter pelo menos um converso na missão: ele próprio! Não apenas um batismo, não
apenas alguém que frequenta a Igreja, não apenas um nome para lembrar — mas um discípulo firme, fiel e
dedicado do Senhor que vai ser um membro e um cônjuge exemplar muito tempo depois que a missão
tiver terminado. Queremos que seus missionários desenvolvam uma fé tão firme que seus filhos e seus
netos se qualifiquem para as bênçãos do templo.

Como vamos avaliar seu sucesso como presidentes de missão?

Sim, queremos tanto missionários convertidos quanto muitos batismos. Mas acima de tudo, queremos que
os netos de seus missionários e os netos daqueles que seus missionários batizarem recebam a investidura e
sejam selados no templo. Queremos famílias de fé com muitas gerações. Deus quer que Seus filhos
retornem à presença Dele convertidos, com investidura e selados como família!

Deus os abençoe, amados presidentes e esposas. Estaremos orando por vocês e por seus missionários
todos os dias. Nós os honramos, nós os amamos e os abençoamos, no sagrado nome de Jesus Cristo. Amém.

Notas

1. Ver Doutrina e Convênios 14:7.

2. João 3:16.

3. Ver 2 Néfi 2:27.

4. 2 Néfi 2:25.

5. Ver 1 Néfi 8:12.

6. Ver 2 Néfi 25:26.

7. Ver Doutrina e Convênios 130:21.

8. Bible Dictionary, “Temple”.

9. Ver Doutrina e Convênios 124:33, 41; 128:5.

10. Ver Moisés 5:5. O Velho Testamento tem muitas referências à atividade e às roupas do templo (por
exemplo, ver estes capítulos: Êxodo 28, 29; Levítico 8).

11. Ver Êxodo 38:21.

12. Ver João 12:13–16.

13. Ver Mateus 21:13; Marcos 11:17.


14. Mateus 23:38; Lucas 13:35.

15. Ali, cerca de 6.000 ordenanças foram realizadas antes que o templo tivesse que ser abandonado.
Reconstruído e rededicado no ano de 2002, ele agora se ergue em pleno esplendor e majestade.

16. Ver Susa Young Gates e Leah D. Widtsoe, The Life Story of Brigham Young, 1930, pp. 104–105.

17. The Discourses of Wilford Woodruff, comp. G. Homer Durham, 1956, p. 154.

18. Discourses of Brigham Young, comp. John A. Widtsoe, 1954, pp. 403. 404.

19. “Grandíssimas e Preciosas Promessas”, A Liahona, janeiro de 1995, p. 6.

20. Todos os 143 templos são iguais em autoridade e eficácia. As ordenanças são as mesmas e os convênios
igualmente válidos.

21. Ver Doutrina e Convênios 2:3; 138:48; Joseph Smith — História 1:39.

22. “Encontrem as Ovelhas e Apascentem-nas”, A Liahona, julho de 1999, p. 118.

23. Ver Doutrina e Convênios 31:7; 64:33.

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