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Ministrar Élder Gerrit W.

Gong
Do Quórum dos Doze Apóstolos

Que estendamos a mão e nos preocupemos da forma como


nosso Salvador o faria, especialmente àqueles a quem
temos o privilégio de ministrar, tanto por amor quanto
por designação.
Conhecemos Gilly e Mary, que são amigas
inglesas. Na época em que Mary se uniu à
Igreja, ela não tinha um lugar para morar. Gilly
generosamente a convidou para ir morar com
ela. Com fé, Gilly afirmou: “Nunca duvidei de
que o Senhor está sempre comigo”. Na
conferência, Gilly também teve um feliz
reencontro com a missionária que lhe tinha
ensinado havia 47 anos.Acompanhado por sua
esposa, Melissa, aquela tinha sido a primeira
conferência geral a que Jeff assistira. Jeff
jogava beisebol profissional (na posição de
apanhador) e agora é médico anestesista. Ele
me disse: “Fico até surpreso em dizer, mas
estou me preparando para o batismo porque
me parece a maneira mais autêntica e honesta
de se viver”.
No começo, Melissa alertou o irmão ministrador
de Jeff, dizendo: “Jeff não quer ninguém de
‘camisa e gravata’ em nossa casa”. O irmão
ministrador respondeu: “Vou dar um jeito”. Hoje,
ele e Jeff são bons amigos. No batismo de Jeff,
encontrei uma congregação de santos dos últimos
dias que Jeff, Melissa e sua filha, Charlotte,
amam.
Como seguidores de Jesus Cristo, procuramos
ministrar ao próximo como Ele ministraria, porque
vidas estão prontas para serem transformadas.
Quando Peggy me disse que, depois de 31 anos de
casamento, seu marido, John, seria batizado,
perguntei o que havia mudado.
Peggy respondeu: “John e eu estávamos
estudando o Vem, e Segue-Me do Novo
Testamento quando John fez perguntas sobre a
doutrina da Igreja”.
A irmã Gong e eu conhecemos Meb e Jenny por vídeo durante a pandemia da Covid.
(Conhecemos muitos casais e pessoas maravilhosas por vídeo durante a Covid,
cada um havia sido escolhido em espírito de oração por seu presidente de estaca.)
Com humildade, Meb e Jenny disseram que as preocupações da vida fizeram com
que eles se perguntassem se seu casamento no templo poderia ser salvo e, em caso
afirmativo, como. Eles acreditavam que a Expiação de Jesus Cristo e seu
comprometimento em viver os convênios poderiam ajudá-los.
Imaginem minha alegria quando Meb e Jenny
renovaram a recomendação para o templo e
voltaram juntos para a casa do Senhor.
Posteriormente, Meb quase morreu. Que bênção
Meb e Jenny terem restabelecido seu
relacionamento, por convênio, com o Senhor e
um com o outro, e terem sentido o amor
ministrador de muitos ao seu redor.
Aonde quer que eu vá, sou grato por aprender
com aqueles que ministram e cuidam da maneira
como nosso Salvador faria.
No Peru, a irmã Gong e eu
conhecemos Salvador e seus
irmãos e irmãs. Eles eram órfãos.
Naquele dia era aniversário de
Salvador. Os líderes da Igreja e
os membros que ministram
fielmente àquela família me
inspiram. “A religião pura e
imaculada (…) é esta: Visitar os
órfãos e as viúvas”, “[socorrer]
os fracos, [erguer] as mãos que
pendem e [fortalecer] os joelhos
enfraquecidos”.
Em Hong Kong, um presidente do
quórum de élderes modestamente
compartilhou como seu quórum
sempre realiza cem por cento das
entrevistas de ministração. “Em
espírito de oração, organizamos as
duplas para que todos possam
cuidar de alguém e ser cuidados”,
afirma ele.
“Periodicamente, perguntamos a
cada dupla sobre aqueles a quem
ministram. Não se trata de eliminar
um item de nossa lista; mas, sim, de
ministrarmos aos ministradores que
cuidam de nosso povo.”
Em Kinshasa, na República Democrática do Congo, o presidente Bokolo
compartilhou como ele e sua família se uniram à Igreja na França. Um dia,
enquanto lia sua bênção patriarcal, o Espírito o inspirou a voltar com sua
família para a República Democrática do Congo. O irmão Bokolo sabia que
enfrentariam muitos desafios se retornassem. E que sua igreja, A Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, ainda não estava estabelecida em
Kinshasa.
Mesmo assim, com fé, assim como
muitos outros, a família Bokolo seguiu
o Espírito do Senhor. Em Kinshasa,
eles ministraram e abençoaram às
pessoas ao seu redor, venceram
desafios, receberam bênçãos
espirituais e temporais. Hoje, eles se
regozijam por ter uma casa do Senhor
em seu país.
Um converso recebeu a
ministração por meio do exemplo
de alguém. Quando era jovem, ele
disse que passava os dias na praia.
Um dia, contou ele: “Vi uma garota
linda usando um maiô recatado”.
Espantado, ele foi perguntar por
que uma jovem tão linda usaria um
maiô tão comportado. Ela era
membro de A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias
e perguntou com um sorriso:
“Quer ir à igreja no domingo?”
Ele respondeu que sim.
Há alguns anos, enquanto estávamos juntos em
uma designação, o élder L. Tom Perry falou sobre
quando ele e seu companheiro ministravam
periodicamente a uma irmã que morava sozinha
em um bairro violento de Boston. Quando o élder
Perry e seu companheiro chegavam, por
precaução, a irmã instruía: “Passem sua
recomendação para o templo por baixo da
porta”. Só depois de ver a recomendação para o
templo é que ela destrancava as várias
fechaduras e abria a porta. É claro que não
estou dizendo que os companheiros de
ministração precisam de uma recomendação
para o templo. Mas adoro a ideia de que, por
honrarem os convênios, as portas se destrancam
e os corações se abrem para aqueles que
ministram.
O élder Perry também ofereceu
conselhos práticos. Ele disse:
“Designem às duplas um número
adequado de famílias, escolhidas em
espírito de oração, próximas
geograficamente, se apropriado, para
que o tempo de deslocamento seja o
menor possível”. Ele aconselhou:
“Comecem por aqueles que mais
precisam de visitas. A partir daí,
incluam aqueles que tenham maior
probabilidade de atender e reagir
bem às visitas”. Ele concluiu: “Ser
fielmente constante opera milagres”.
A ministração mais elevada e mais
sagrada acontece quando oramos
pelo “puro amor de Cristo” e seguimos
o Espírito. Ela também acontece
quando as presidências do quórum de
élderes e da Sociedade de Socorro,
sob a direção do bispo, supervisionam
os esforços de ministração, inclusive a
designação de companheiros de
ministração. Deem a nossos rapazes e
moças a oportunidade de acompanhar
e ser orientados por irmãos e irmãs
ministradores experientes. E, por
favor, deixem que nossa nova geração
de jovens sirva de inspiração para os
irmãos e irmãs ministradores.
Em alguns lugares da Igreja, temos um
problema em termos de ministração. As
pessoas afirmam que ministram mais do que
recebem a ministração. Não queremos que
se preocupem uns com os outros por mera
obrigação. Mas muitas vezes precisamos
mais do que um simples “Bom dia” no
corredor ou um casual “Posso ajudá-lo com
alguma coisa?” ao se falarem no
estacionamento. Em muitos lugares,
podemos estender a mão, entender as
circunstâncias do próximo e desenvolver
relacionamentos quando visitamos
regularmente a casa dos membros. Convites
inspirados mudam a vida das pessoas.
Quando os convites nos ajudam a fazer e
guardar convênios sagrados, nós nos
aproximamos do Senhor e uns dos outros.
É comum ouvirmos que aqueles que
compreendem o verdadeiro espírito da
ministração fazem mais do que era feito
no passado, enquanto aqueles que não
compreendem, fazem menos. Que
façamos mais, assim como o Salvador
faria. Como diz o hino: “Desperta e faz
algo mais”.
Conselho de ala, quórum de élderes e
Sociedade de Socorro, ouçam o Bom
Pastor e ajudem-No a buscar a ovelha
perdida, trazer a desgarrada, atar a
quebrada, fortalecer a enferma.
Podemos, sem saber, “[hospedar] anjos”
ao providenciarmos lugar para todos em
Sua estalagem.
A ministração inspirada abençoa
famílias e indivíduos; também fortalece
as alas e os ramos. Pensem em sua ala
ou ramo como um ecossistema
espiritual. No espírito da alegoria das
oliveiras no Livro de Mórmon, o Senhor
da vinha e seus servos produzem frutos
preciosos e fortalecem cada árvore,
unindo os pontos fortes e fracos de
todas as árvores. O Senhor da vinha e
seus servos perguntam repetidamente:
“O que mais posso fazer?” Juntos,
abençoam corações e lares, alas e
ramos, por meio de uma ministração
inspirada e consistente.
Ministrar — ou pastorear — transforma
nossa vinha em “um só corpo” — um bosque
sagrado. Cada árvore em nosso bosque é
uma árvore familiar viva. As raízes e os
ramos se entrelaçam. Ministrar abençoa
gerações. Quando alguém precisa de ajuda,
sábios bispos e presidências do quórum de
élderes e da Sociedade de Socorro se
perguntam: “Quem são os ministradores
deste irmão ou irmã?” No conselho de ala e
nas entrevistas de ministração, os líderes
não perguntam somente sobre desafios ou
problemas, mas também se permitem ter
olhos para ver e se alegram com as muitas
ternas misericórdias do Senhor em nossa
vida à medida que ministramos como Ele
ministraria.
O Salvador é nosso exemplo perfeito.
Graças à Sua bondade, Ele consegue
andar fazendo o bem. Ele abençoa a
ovelha perdida e as outras 99. Ele é a
personificação da ministração. Nós
nos tornamos mais semelhantes a
Jesus Cristo quando fazemos “a um
destes (…) pequeninos” aquilo que
faríamos a Ele; quando amamos o
próximo como a nós mesmos; quando
amamos uns aos outros como Ele nos
amou e quando “todo aquele que
quiser entre vós fazer-se grande [for]
vosso servo”.
Jesus Cristo ministra. Os anjos
ministram. Os seguidores de Jesus
Cristo “[ministram] entre si”;
“[alegram-se] com os que se alegram;
e [choram] com os que choram”;
zelam e edificam o povo “com coisas
pertinentes à retidão”; “[lembram-se]
dos pobres e necessitados, dos
doentes e dos aflitos” e deixam que o
nome Dele seja conhecido por meio
de seu ministério. Ao ministrarmos
como Ele ministraria, testemunhamos
Seus milagres e Suas bênçãos.
Obtemos um “ministério (…) mais
excelente”.
Podemos ficar fisicamente cansados.
Mas, em Seu serviço, “não [nos
cansamos] de fazer o bem”. Com
diligência, fazemos o melhor que
podemos, sem correr mais do que
nossas forças permitem, mas confiando,
como ensinou o apóstolo Paulo, que
“Deus ama ao que dá com alegria”. Pois
Deus que “dá a semente ao que semeia
também dará pão para comer, e
multiplicará a vossa sementeira”. Em
outras palavras, Deus enriquece “tudo
(…) para toda generosidade”. Aquele
“que semeia em abundância, em
abundância também ceifará”.
Onde quer que estejamos, que
estendamos a mão e nos
preocupemos da forma como nosso
Salvador o faria, especialmente
àqueles a quem temos o privilégio
de ministrar, tanto por amor quanto
por designação. Ao fazê-lo, que nos
aproximemos de Jesus Cristo e uns
dos outros, tornando-nos mais
semelhantes a Ele e tornando-nos
os seguidores de Jesus Cristo que
Ele gostaria que cada um de nós
fôssemos. No sagrado nome de
Jesus Cristo, amém.

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