MAIO DE 2023

DISCURSOS DA
CONFERÊNCIA
GER AL

Presidente Nelson: Novos setentas autoridades 15 novos templos

“Precisa-se de pacificadores” gerais e líderes gerais apoiados anunciados em 8 países
CONCENTRAR-­SE NA ALEGRIA, DE MICHAEL MALM, REPRODUÇÃO PROIBIDA

“Jesus nunca é deixado de lado porque nossos pensamentos sobre Ele estão sempre presentes, e tudo
o que há em nós O adora!” (Ver “Louvai a Deus”, Hinos, nº 34.) “Oramos e ponderamos em nossa mente
sobre experiências que nos aproximaram Dele. Aceitamos em nossa mente imagens divinas, escrituras
sagradas e hinos inspirados para amenizar os inúmeros pensamentos diários que temos em nossa vida
atarefada. Nosso amor por Ele não nos impede de sentirmos a tristeza e o sofrimento nesta vida mortal,
mas nos permite enfrentar os desafios com uma força muito além de nossa própria força.”
— Élder Neil L. Andersen, “Tendo fixado a mente nesse pensamento sobre Jesus Cristo”
 Sumário — Maio de 2023
Volume 76 • Número 05

Sessão da manhã de sábado 64 Concentrar-­se em Jesus Cristo 105 Lembrar-­se das coisas que mais
6 A maior história de Páscoa já con- Irmão Milton Camargo importam
tada 67 Eu realmente fui perdoado? Presidente M. Russell Ballard
Élder Gary E. Stevenson Élder K. Brett Nattress 108 Hosana ao Deus Altíssimo
10 Nunca perca uma oportunidade de 70 O Senhor Jesus Cristo nos ensina a Élder Ronald A. Rasband
testificar de Cristo ministrar 113 A colheita imperfeita
Presidente Bonnie H. Cordon Élder Juan A. Uceda Élder Vern P. Stanfill
13 Apenas siga em frente com fé 116 Após o quarto dia
Élder Carl B. Cook Sessão da manhã de domingo Élder W. Mark Bassett
16 Ministrar 77 Um em Cristo 119 Você sabe por que eu, sendo cris-
Élder Gerrit W. Gong Élder D. Todd Christofferson tão, acredito em Cristo?
20 Reunidos em segurança no lar 81 Jesus Cristo é nossa fonte de alívio Élder Ahmad S. Corbitt
celestial Presidente Camille N. Johnson 123 “Tu permanecerás em mim e eu,
Élder Quentin L. Cook 85 Seguidores do Príncipe da Paz em ti; portanto, anda comigo”
25 Um profeta vivo para os últimos Élder Ulisses Soares Élder David A. Bednar
dias 88 Quando receber sua bênção 127 A resposta é sempre Jesus Cristo
Élder Allen D. Haynie patriarcal Presidente Russell M. Nelson
29 Encontrar paz pessoal Élder Kazuhiko Yamashita
Presidente Henry B. Eyring 91 Tendo fixado a mente nesse pensa- 72 As autoridades gerais e os líderes
mento sobre Jesus Cristo gerais de A Igreja de Jesus Cristo
Sessão da tarde de sábado Élder Neil L. Andersen dos Santos dos Últimos Dias
32 Apoio às autoridades gerais, aos 95 Uma voz de alegria! 129 Relatório estatístico de 2022
setentas de área e aos líderes Élder Kevin R. Duncan 130 Novos chamados
gerais 98 Precisa-­se de pacificadores 135 Notícias da Igreja
Presidente Dallin H. Oaks Presidente Russell M. Nelson 143 Vem, e Segue-­Me — Ensinar, apren-
34 Relatório do Departamento de
der e aplicar as mensagens da
Auditoria da Igreja referente ao Sessão da tarde de domingo conferência geral
ano de 2022 102 Os ensinamentos de Jesus Cristo
Jared B. Larson Presidente Dallin H. Oaks
35 Acessar o poder de Deus por meio
dos convênios
Élder Dale G. Renlund
39 Ele podia me curar!
Élder Peter F. Meurs
42 Sua bênção patriarcal — Orienta-
ção inspirada do Pai Celestial
Élder Randall K. Bennett
45 “Nada pode haver tão belo e doce
como o foi minha alegria”
Élder Craig C. Christensen
48 Confiança na doutrina de Cristo
Élder Evan A. Schmutz
52 O trabalho de templo e história da
família constituem o mesmo traba-
lho
Élder Benjamín De Hoyos
55 Jesus Cristo é a força dos pais
Élder Dieter F. Uchtdorf

Sessão da noite de sábado

60 Uma atitude serena como a de
Cristo
Élder Mark A. Bragg

MAIO DE 2023 1
193ª Conferência Geral Anual

Sessão da manhã de sábado, 1º de abril de
2023
Dirigida por: Presidente Dallin H. Oaks
Oração de abertura: Élder Benjamin M. Z. Tai
Oração de encerramento: Presidente Mark L.
Pace
Música apresentada pelo Tabernacle Choir at
Temple Square; Mack Wilberg e Ryan Murphy,
regentes; Richard Elliott e Brian Mathias,
organistas: “Vinde, ó filhos do Senhor”, Hinos,
nº 27; Cantando louvamos, Hinos, nº 50, arranjo
de Wilberg; “O mundo desperta”, Hinos, nº 26;
arranjo de Murphy; “Alegres cantemos”, Hinos,
nº 3; “Guarda os mandamentos”, Hinos, nº 194,
arranjo de Murphy; “No monte a bandeira”,
Hinos, nº 4, arranjo de Wilberg.
Sessão da tarde de sábado, 1º de abril de
2023
Dirigida por: Presidente Henry B. Eyring
Oração de abertura: Élder Alan R. Walker
Oração de encerramento: Irmã Tracy Y.
Browning
Música apresentada pelo coro combinado da
Universidade Brigham Young; Brent Wells,
Sonja Poulter e Andrew Crane, regentes; Joseph
Peeples e Linda Margetts, organistas: “Que firme
alicerce”, Hinos, nº 42, arranjo de Busselberg;
“O Senhor meu pastor é”, Hinos, nº 37, arranjo
de Wilberg; “Jesus, minha luz”, Hinos, nº 44; “É
tarde, a noite logo vem”, Hinos, nº 165, arranjo
de Gates.
Música apresentada pelo Tabernacle Choir at
Temple Square; Mack Wilberg, regente; Andrew
Unsworth e Richard Elliott, organistas: “Glória
a Deus cantai”, Hinos, nº 33, “Vive o Redentor”,
Hinos, nº 67, arranjo de Wilberg; “Secreta ora-
ção”, Hinos, nº 81, arranjo de Wilberg; “Jeová, sê
nosso guia”, Hinos, nº 40; “Este é o Cristo”, Faust/
Pinborough/Moody, arranjo de Bradford; “Creio
em Cristo”, Hinos, nº 66, arranjo de Wilberg.
Sessão da tarde de domingo, 2 de abril de
2023
Dirigida por: Presidente Henry B. Eyring
Oração de abertura: Élder John A. McCune
Oração de encerramento: Élder Adeyinka A.
Ojediran
Música apresentado pelo Tabernacle Choir at
Temple Square; Mack Wilberg e Ryan Murphy,
regentes; Brian Mathias, organista: “A Deus,
Senhor e Rei”, Hinos, nº 35, arranjo de Murphy;
“Assombro me causa”, Hinos, nº 112, arranjo
de Murphy; “Chamados a servir”, Hinos, nº 166;
“Eu sei que vive meu Senhor”, Hinos, nº 70,
arranjo de Wilberg.
Discursos da conferência disponíveis
Os discursos da conferência geral estão dispo-
níveis em formato digital no aplicativo Biblio-
teca do Evangelho e no endereço conference.
ChurchofJesusChrist.org. Informações sobre a
conferência geral em formato acessível para os
membros com necessidades especiais se encon-
tram disponíveis no endereço disability.Chur-
chofJesusChrist.org.
Na capa
Primeira capa: Fotografia da reencenação do
Novo Testamento, de Matthew Reier
Última capa: Fotografia de Cody Bell
Fotografias da conferência
As fotografias em Salt Lake City foram tiradas
por Cody Bell, Mason Coberly, Leslie Nilsson,
Cristy Powell e Hunter Winterton. As outras
fotografias foram tiradas por Luis Alvarez,
Benson Arudo, Us-­erdene Bayannyam, Janae
Bingham, Shirley Brito, Fernando J. Calderón,
Clayton Chan, Kristin Grunauer, Cinthia E. Her-
rera, Niel Kabiling, Ashlee Larsen, Bárbara Leite,
Amelia Lyon, Daniel Martínez, Melanie Miza,
Ebick Ngoma, Sayaka Okubo, Yvonne O’Rior-
dan, Alice Priya, Valisoa Rakotomanana, Nathan
Noel Reid, Helen Rose, Stéphane Sayeb, Niko
Serey, Amanda Steed, Carolina Triana, Ntebaleng
Twala, Kau’i Wihongi e Andrea Wykstra.
As fotografias sem legendas foram tiradas no
Centro de Conferências ou na Praça do Templo
em Salt Lake City.

Sessão da noite de sábado, 1º de abril de

2023
Dirigida por: Presidente Dallin H. Oaks
Oração de abertura: Élder Jorge T. Becerra
Oração de encerramento: Irmã J. Anette Dennis
Música apresentada pelo coro combinado do
Instituto de Religião de Logan; Bryson Ashcraft,
Eric Stauffer e Allen Matthews, regentes; Linda
Margetts, organista: “Juventude da promessa”,
Hinos, nº 182, arranjo de Schank; “Tão humilde
ao nascer”, Hinos, nº 115, arranjo de Kasen;
“Cristo é já ressuscitado”, Hinos, nº 199; “Mais
vontade dá-­me”, Hinos, nº 75, arranjo de Wright.

Sessão da manhã de domingo, 2 de abril

de 2023
Dirigida por: Presidente Dallin H. Oaks.
Oração de abertura: Élder James R. Rasband
Oração de encerramento: Élder Thierry K.
Mutombo

Guatemala

2 193ª CONFERÊNCIA GERAL ANUAL

MAIO DE 2023, VOL. 76 Nº 5
LIAHONA 19025
A Primeira Presidência: Russell M. Nelson, Dallin H. Oaks,
Henry B. Eyring
O Quórum dos Doze Apóstolos: M. Russell Ballard, Jeffrey R.
Holland, Dieter F. Uchtdorf, David A. Bednar, Quentin L. Cook, D.
Todd Christofferson, Neil L. Andersen, Ronald A. Rasband, Gary
E. Stevenson, Dale G. Renlund, Gerrit W. Gong e Ulisses Soares
Editor: Randall K. Bennett
Editor assistente: Ricardo P. Giménez
Consultores: Jan E. Newman, Michael T. Ringwood, Kristin M.
Yee
Diretor administrativo: Richard I. Heaton
Diretor das revistas da Igreja: Adam C. Olson
Gerente da equipe editorial: Lee Gibbons
Gerente comercial: Garff Cannon
Gerente editorial: Martin Baron
Gerentes editoriais assistentes: Brittany Beattie, Ryan Carr, C.
Matthew Flitton, Mindy Selu
Assistente de publicação: Nancy Sutton
Editores associados: Garrett H. Garff, Chakell Wardleigh
Herbert, Michael R. Morris, Alison R. Wood
Estagiárias editoriais: Jessica Anne Lawrence, Rebecca E.
Wright
Diretor de arte: Michael Dunford
Designers: Fay P. Andrus, David Green, Colleen Hinckley, Scott
M. Mooy
Estagiária de Design: Alecia Schubert
Coordenadora de propriedade intelectual: Priscilla Biehl
Motta
Gerente de produção: Ammon Harris
Produção: Ira Glen Adair, Julie Burdett, José Chavez, Zane R.
Lista de oradores Índice por assunto 85, 91, 95, 98, 102, 105, 108,
Gray II, Bryan W. Gygi, Marrissa M. Smith, Rohn Solomon Andersen, Neil L., 91 Adversidade, 13, 48, 60, 64, 113, 116, 119, 123, 127
Diretor de impressão: Steven T. Lewis Ballard, M. Russell, 105 81, 116 Joseph Smith, 13
Diretor de distribuição: Nelson Gonzalez Bassett, W. Mark, 116 Alegria, 45, 91, 95 Justiça, 119
Endereço para correspondência: Liahona, Fl. 23, 50 E. North Bednar, David A., 123 Amor, 16, 29, 55, 67, 70, 77, 85, Livro de Mórmon, 6, 20, 39
Temple St., Salt Lake City, UT 84150-­0023, USA.
Bennett, Randall K., 42 98, 102 Milagres, 116
A revista Liahona (termo do Livro de Mórmon que significa
“bússola” ou “guia”) é publicada em albanês, alemão, armênio, Bragg, Mark A, 60 Arrependimento, 45, 48, 67, 91 Ministrar, 16, 70
bislama, búlgaro, cambojano, cebuano, chinês, chinês Camargo, Milton, 64 Ativação, 29, 70 Morte, 116
(simplificado), coreano, croata, dinamarquês, eslovaco, Christensen, Craig C., 45 Bênçãos, 20, 35 Natal, 6
esloveno, espanhol, estoniano, fijiano, finlandês, francês, grego,
holandês, húngaro, indonésio, inglês, islandês, italiano, japonês, Christofferson, D. Todd, 77 Bênçãos patriarcais, 42, 88 Natureza divina, 60, 42
letão, lituano, malgaxe, marshallês, mongol, norueguês, Cook, Carl B., 13 Caridade, 81, 85, 98 Obediência, 25, 29, 116
polonês, português, quiribati, romeno, russo, samoano, sérvio,
suaíli, sueco, tagalo, tailandês, taitiano, tcheco, tonganês, Cook, Quentin L., 20 Casa de Israel, 20 Ordenanças, 35, 52
ucraniano, urdu e vietnamita. (A periodicidade varia de um Corbitt, Ahmad S., 119 Coligação, 20 Otimismo, 29
idioma para outro.) Cordon, Bonnie H., 10 Confiança, 48 Pacificador, 98
© 2023 Intellectual Reserve, Inc. Todos os direitos reservados. De Hoyos, Benjamín, 52 Contenda, 77, 98 Pais, 55
Impresso no Brasil.
Duncan, Kevin R., 95 Convênios, 35, 64, 81, 88, 116, Páscoa, 6, 127
Informação de direitos autorais: A menos que seja indicado
o contrário, é permitido copiar o material da revista Liahona Eyring, Henry B., 29 123 Paz, 29, 81, 85, 91, 98
para uso pessoal, não comercial (inclusive para os chamados Gong, Gerrit W., 16 Coragem, 13, 42 Pecado, 45
na Igreja). Essa permissão pode ser revogada a qualquer
momento. O material visual não poderá ser copiado se houver
Haynie, Allen D., 25 Cristianismo, 119 Perdão, 39, 67, 81
qualquer restrição indicada nos créditos constantes da obra. Johnson, Camille N., 81 Cura, 39, 67, 81, 127 Perseverança, 13, 123
As perguntas sobre direitos autorais devem ser encaminhadas Larson, Jared B., 34 Discipulado, 10, 35, 60, 85, 98, Plano de salvação, 60, 119
para Intellectual Property Office, 50 E. North Temple St., Fl. 5,
Salt Lake City, UT 84150, USA; e-­mail: cor​-­intellectualproperty@​ Meurs, Peter F., 39 108, 123 Prioridades, 105
ChurchofJesusChrist​.org. Nattress, K. Brett, 67 Doutrina da Igreja, 48, 119 Profecia, 108
For Readers in the United States and Canada: May 2023 Nelson, Russell M., 98, 127 Ensino, 55, 102 Profetas, 25
Vol. 76 Nº 5. LIAHONA (USPS 311-­480) English (ISSN 1080-­9554)
is published monthly by The Church of Jesus Christ of Latter-­day
Oaks, Dallin H., 102 Escrituras, 102 Raiva, 98
Saints, 50 E. North Temple St., Salt Lake City, UT 84150-­0024, Rasband, Ronald A., 108 Esperança, 116 Redenção, 39
USA. USA subscription price is $10.00 per year; Canada, $12.00 Renlund, Dale G., 35 Espírito Santo, 10, 13, 29, 105, Ressurreição, 6
plus applicable taxes. Periodicals Postage Paid at Salt Lake City,
Utah. Sixty days’ notice required for change of address. Include Schmutz, Evan A., 48 108 Restauração, 95
address label from a recent issue; old and new address must Soares, Ulisses, 85 Estudo das escrituras, 64, 102 Revelação, 55
be included. Send USA and Canadian subscriptions to Salt Stanfill, Vern P., 113 Expiação, 45, 60, 67, 81, 91, Russell M. Nelson, 25
Lake Distribution Center at address below. Subscription help
line: 1-­800-­537-­5971. Credit card orders (American Express, Stevenson, Gary E., 6, 108, 119 Serviço, 16
Discover, MasterCard, Visa) may be taken by phone or at store​ Uceda, Juan A., 70 Família, 55, 64, 105 Templos, 35, 52, 95, 127
.ChurchofJesusChrist​.org. (Canada Post Information: Publication
Agreement #40017431)
Uchtdorf, Dieter F., 55 Fé, 13, 29, 55, 116 Testemunho, 10, 105
POSTMASTER: Send all UAA to CFS (see DMM 507.1.5.2).
Yamashita, Kazuhiko, 88 Filhos, 29, 55 Trabalho do templo, 52, 95
NONPOSTAL AND MILITARY FACILITIES: Send address changes Graça, 113 Trabalho missionário, 20
to Distribution Services, Church Magazines, P.O. Box 26368, Salt História da família, 52 Últimos dias, 25
Lake City, UT 84126-­0368, USA.
Inspiração, 105 União, 77
Jesus Cristo, 6, 10, 16, 35, 39, 45, Valor individual, 113
48, 55, 60, 64, 67, 70, 77, 81, Vida eterna, 119

MAIO DE 2023 3
4 193ª CONFERÊNCIA GERAL ANUAL
Bem-­vindo a esta edição
Destaques da 193ª Conferência Geral
Anual
“Fomos nutridos espiritualmente
nestes últimos dois dias”, disse o pre-
sidente Russell M. Nelson ao término
da 193ª Conferência Geral Anual de
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos
dos Últimos Dias (ver página 127).
Este banquete incluiu conselhos para
seguir o exemplo do Salvador Jesus
Cristo — substituir a contenda pela
caridade, compaixão e paz (ver presi-
dente Nelson, página 98, ver também
os élderes Christofferson e Soares,
páginas 77 e 85).
“Convido-­os a examinar seu dis-
cipulado conforme o modo como
tratam as outras pessoas”, disse o
presidente Nelson. “Eu os abençoo
para que façam os ajustes necessários
a fim de que seu comportamento seja
enobrecedor, respeitoso e que repre-
sente um verdadeiro seguidor de Jesus
Cristo” (página 98).
Com o presidente Nelson, outros
líderes da Igreja declararam que a res-
posta para nossas perguntas, nossos
desafios, nossas decepções e perdas se
encontra no exemplo, nos ensinamen-
tos, na Expiação e na Ressurreição do
Salvador Jesus Cristo, que nos oferece
“o dom da paz” (presidente Eyring,
página 29; ver também o presidente
Oaks, página 102; presidente Johnson,
página 81; e o élder Meurs, página
39). Os oradores nos incentivaram
a nos concentrar no Salvador (ver o
élder Camargo, página 64), adorá-­Lo
(ver o élder Stevenson, página 6),
achegar-­nos a Ele (ver a presidente
Cordon, página 10), fortalecer nosso
testemunho Dele (ver o presidente
Ballard, página 105), ministrar como
Ele ministraria (ver os élderes Gong
e Uceda, páginas 16 e 70) e melhorar
nosso discipulado (ver os élderes
Bednar, Rasband e Bragg, páginas 123,
108 e 60).
Os líderes da Igreja também nos
incentivaram a dar valor à nossa bên-
ção patriarcal. Aqueles que não rece-
beram sua bênção patriarcal foram
aconselhados a orar sobre “quando for
a hora certa” para receber uma (ver os
élderes Bennett e Yamashita, páginas
42 e 88).
O presidente Nelson, que anunciou
a construção de 15 novos templos,
lembrou-­nos: “Jesus Cristo é a razão
pela qual construímos templos”
(página 127, ver também os élderes
Renlund, De Hoyos e Duncan, páginas
35, 52 e 95).
Apoiamos cinco novos setentas
autoridades gerais, a nova presidência
geral das Moças e um novo membro
da presidência geral dos Rapazes,
estendendo um sincero agradeci-
mento àqueles que foram desobriga-
dos ou serão desobrigados em 1º de
agosto de 2023.
Ao revermos a conferência geral,
estudarmos as mensagens e “[con-
templarmos] as verdades ensinadas”
(presidente Nelson, página 127),
sentiremos, com aqueles que falaram,
o desejo de falar, de nos regozijar, de
pregar e testificar de Jesus Cristo — a
fonte de nossa salvação (ver 2 Néfi
25:26). ◼
MAIO DE 2023 5
 Sessão da manhã de sábado | Abril de 2023

Élder Gary E. Stevenson

Do Quórum dos Doze Apóstolos

A maior história de
netos caçando ovos de Páscoa e vas-
culhando suas cestas de doces.
Mas a carta da Primeira Presidência

Páscoa já contada
foi um convite para despertarmos.
Eles não apenas convidaram todos
nós a garantir que nossa celebração
do evento mais importante que já
aconteceu nesta Terra — a Expiação e
a Ressurreição de Jesus Cristo — inclua
Enxerguem o Livro de Mórmon sob uma nova luz a reverência e o respeito que o Senhor

e considerem o testemunho profundo que ele
presta da realidade do Cristo ressuscitado.
Carta da Primeira Presidência sobre
a Páscoa
Vocês provavelmente se lembram
de terem ouvido uma carta da
Primeira Presidência que foi lida em
sua ala ou ramo algumas semanas
atrás. Essa carta anunciava que,
no próximo domingo — domingo
de Páscoa —, todas as alas e ramos
terão apenas a reunião sacramental,
deixando tempo adicional para
a adoração no lar em família, em
comemoração a esse feriado muito
importante.1
A carta da Primeira Presidência
chamou minha atenção e me levou a
refletir sobre a maneira como nossa
família tem celebrado a Páscoa ao
longo dos anos. Quanto mais eu
pensava em nossas celebrações, mais
me perguntava se, inadvertidamente,
havíamos mudado o verdadeiro
significado desse feriado que é central
para todos os que acreditam em Jesus
Cristo.
Tradições de Natal e Páscoa
Tais pensamentos me levaram
a refletir sobre a diferença entre a
forma como celebramos o Natal em
comparação com a Páscoa. Durante
o mês de dezembro, conseguimos de
alguma forma incorporar a diversão
do “Bate o Sino”, das meias e dos
presentes de Natal e de outras tradi-
ções mais reflexivas — como cuidar
de quem precisa, cantar nossos hinos
e canções de Natal favoritos e, claro,
abrir as escrituras e ler a história do
Natal em Lucas 2. Todos os anos,
quando lemos essa amada história
numa grande e antiga Bíblia, nossa
família faz o que sua família prova-
velmente faz — enrolamos lençóis na
cabeça e nos ombros e vestimos rou-
pões de banho para representar José,
Maria e todos os que vieram adorar o
menino Jesus — e então encenamos
a preciosa história de Natal sobre o
nascimento do Salvador.
Nossas celebrações familiares na
Páscoa, no entanto, têm sido um
pouco diferentes. Sinto que nossa
família se apoiou mais em “ir à igreja”
para proporcionar a parte significa-
tiva, centrada em Cristo, da Páscoa;
e então, como família, nós nos reuni-
mos para compartilhar outras tradi-
ções relacionadas à Páscoa. Adorava
ver nossos filhos e agora nossos
merece, mas também nos deram mais
tempo para passar com a família e os
amigos no domingo de Páscoa.
Estas palavras do profeta Joseph
Smith acrescentam mais contexto ao
significado dos eventos relacionados à
Páscoa: “Os princípios fundamentais
de nossa religião são o testemunho
dos apóstolos e profetas a respeito
de Jesus Cristo, que Ele morreu, foi
sepultado, ressuscitou no terceiro
dia e ascendeu ao céu; todas as outras
coisas de nossa religião são meros
apêndices disso”.2
Lesa e eu conversamos sobre
maneiras pelas quais nossa família
pode aproveitar melhor a época da
Páscoa. Talvez todos possamos refletir
sobre a seguinte pergunta, que fize-
mos a nós mesmos: como podemos
reproduzir o ensino e a celebração da
Ressurreição de Jesus Cristo, a história
da Páscoa, com o mesmo equilíbrio,
plenitude e rica tradição religiosa do
nascimento de Jesus Cristo, a história
do Natal?
Parece ser o que todos estamos
tentando. Observo um esforço cres-
cente entre os santos dos últimos dias
em direção a uma Páscoa mais cen-
trada em Cristo, que inclui um maior
e mais ponderado reconhecimento do
Domingo de Ramos e da Sexta-­feira
Santa, como praticado por alguns de
nossos primos cristãos. Poderíamos
também adotar as tradições da Páscoa
centrada em Cristo encontradas nas

6 SESSÃO DA MANHÃ DE SÁBADO

 diversas culturas e práticas do mundo
inteiro.
O estudioso do Novo Testamento,
N. T. Wright, sugeriu: “Devemos
adotar medidas para celebrar a Páscoa
de novas formas criativas: na arte, na
literatura, nos jogos infantis, na poe-
sia, na música, na dança, nos festivais,
nos sinos, nos concertos especiais.
(…) Esse é o nosso maior festival. Se
tirarmos o Natal, em termos bíblicos,
perdemos dois capítulos no início de
Mateus e Lucas, nada mais. Se tirar-
mos a Páscoa, não temos um Novo
Testamento; não temos cristianismo”.3

A Páscoa, a Bíblia e o Livro de

Mórmon
Amamos a Bíblia por tudo o que
ela nos ensina sobre o nascimento, o
ministério, a Crucificação e a Ressur-
reição de Jesus Cristo. Não há palavras
que incorporem mais esperança e
repercussão eterna para toda a huma-
nidade do que as proferidas por um
anjo celestial na manhã da Páscoa, no
sepulcro do jardim: “Já ressuscitou”.4
Somos profundamente gratos pelas
escrituras do Novo Testamento que
preservam a história da Páscoa e
do ministério pascal do Salvador na
Judeia e na Galileia.
Enquanto Lesa e eu continuávamos
a refletir e buscar maneiras de expan-
dir nossa celebração da Páscoa em
família a fim de torná-­la mais centrada
DETALHE DE JESUS CRISTO VISITA AS AMÉRICAS, DE JOHN SCOTT

em Cristo, debatemos qual escritura

poderíamos ler juntos — uma tradição
equivalente a Lucas 2, só que para a
Páscoa.
Então tivemos uma epifania celes-
tial: além dos importantes versículos
sobre a Páscoa no Novo Testamento,
nós, como santos dos últimos dias,
somos abençoados com um presente
de Páscoa extraordinário! O presente
Sinto-me tocado pelo Livro de Mórmon, porque ele testifica da vida, do ministério, dos ensinamentos, de um testemunho exclusivo, outro
da Expiação e da Ressurreição de Jesus Cristo.

MAIO DE 2023 7

testamento do milagre pascal que
contém, talvez, as escrituras da Páscoa
mais magníficas de toda a cristan-
dade. Refiro-­me, obviamente, ao Livro
de Mórmon e, mais especificamente,
ao relato da visita de Jesus Cristo aos
habitantes do Novo Mundo, em Sua
glória ressurreta.
O profeta Joseph Smith descreveu
o Livro de Mórmon como “o mais
correto de todos os livros”5 e, a partir
de 3 Néfi 11, ele conta a magnífica
história da visita do Cristo ressurreto
aos nefitas, o ministério pascal do
Salvador. Essas escrituras da Páscoa
registram a Ressurreição do Senhor
Jesus Cristo.
Nesses capítulos, Cristo chama
doze discípulos; ensina o que Ele havia
ensinado no Sermão da Montanha;
anuncia que Ele cumpriu a lei de
Moisés e profetiza sobre a coligação
de Israel nos últimos dias. Ele cura
os doentes e ora pelo povo de uma
forma tão gloriosa que “não há língua
que possa expressar nem homem que
possa escrever nem pode o coração
dos homens conceber coisas tão gran-
des e maravilhosas como as que vimos
e ouvimos Jesus dizer; e ninguém
pode calcular a extraordinária alegria
que nos encheu a alma na ocasião em
que o vimos orar por nós ao Pai”.6
Nesta Páscoa, nossa família vai se
concentrar nos primeiros 17 versículos
de 3 Néfi 11, os quais vocês conhecem
bem. Vocês se lembram da grande
multidão ao redor do templo na terra
8 SESSÃO DA MANHÃ DE SÁBADO
de Abundância, que ouviu a voz de
Deus, o Pai, e viu Jesus Cristo descer
do céu e fazer o mais belo convite de
Páscoa:
“Levantai-­vos e aproximai-­vos de
mim, para que possais (…) apalpar as
marcas dos cravos em minhas mãos e
em meus pés, a fim de que saibais que
eu sou (…) o Deus de toda a Terra e
fui morto pelos pecados do mundo.
E (…) a multidão se adiantou (…)
um por um, até que todos viram com
os próprios olhos, apalparam com as
mãos (…), testemunhando que ele era
(…).
E (…) clamaram a uma só voz,
dizendo:
Hosana! Bendito seja o nome do
Deus Altíssimo! E lançaram-­se aos pés
de Jesus e adoraram-no”.7
Imaginem: os nefitas no templo
realmente tocaram as mãos do Senhor
ressuscitado! Esperamos que esses
capítulos de 3 Néfi se tornem parte
de nossa tradição de Páscoa, tanto
quanto Lucas 2 é parte de nossa tra-
dição de Natal. Na prática, o Livro de
Mórmon compartilha a maior história
de Páscoa já contada. Não deixemos
que ela se torne a maior história de
Páscoa nunca contada.
Eu os convido a enxergar o Livro
de Mórmon sob uma nova luz e consi-
derar o testemunho profundo que ele
presta da realidade do Cristo ressusci-
tado, bem como da riqueza e profun-
didade da doutrina de Cristo.
O Livro de Mórmon testifica de Jesus
Cristo
Podemos nos perguntar: como a
leitura das escrituras do Livro de Mór-
mon na Páscoa pode abençoar nossa
vida e a de nossos entes queridos de
uma maneira significativa? Mais do
que se poderia imaginar. Sempre que
lemos e estudamos o Livro de Mór-
mon, podemos esperar resultados
extraordinários.
Recentemente, Lesa e eu compa-
recemos ao velório de uma querida
amiga, uma mulher de fé cuja vida foi
encurtada por uma doença. Nós nos
reunimos com seus familiares e ami-
gos próximos, partilhando memórias
afetuosas daquela bela alma que havia
enriquecido nossa vida.
Enquanto me afastava um pouco
do caixão conversando com outras
pessoas, notei duas meninas em idade
da Primária que se aproximaram do
caixão e se esticaram na ponta dos
pés — mal conseguindo enxergar por
sobre o esquife — para se despedirem
de sua tia amada. Sem mais ninguém
por perto, Lesa se aproximou e se
agachou ao lado delas para oferecer
consolo e ensiná-­las. Ela perguntou
como elas estavam e se sabiam onde
sua tia estava agora. Elas expressaram
sua tristeza, mas então, com confiança
transbordando nos olhos, aquelas
preciosas filhas de Deus disseram que
sabiam que sua tia estava feliz agora e
que ela poderia estar com Jesus.
Naquela tenra idade, elas encontra-
ram paz no grande plano de felicidade
e, à sua maneira de criança, testifica-
ram da profunda realidade e beleza
simples da Ressurreição do Salvador.
Elas sabiam disso em seu coração, por
causa dos ensinamentos atenciosos de
pais amorosos, familiares e líderes da
Primária, que plantaram uma semente
de fé em Jesus Cristo e na vida eterna.
Com sabedoria maior que sua idade, esperança e vai enchê-­los de caridade. Que, graças a Ele, tudo é possível.
aquelas meninas compreenderam ver- Acima de tudo, ele vai edificar e for- Sua visita como Salvador ressusci-
dades que chegam até nós por meio talecer sua fé em Jesus Cristo e vai tado, sendo apresentado por Deus, o
da mensagem da Páscoa e do minis­ abençoá-­los com um conhecimento Pai, é uma gloriosa e triunfante men-
tério do Salvador ressurreto, bem seguro de que Ele e nosso Pai os sagem pascal. Ela vai ajudar nossos
como das palavras dos profetas, como conhecem, amam vocês e desejam que familiares a obter um testemunho
constam no Livro de Mórmon. encontrem seu caminho de volta para pessoal de Jesus Cristo como nosso
Observei que, quando o presidente o lar, com um L maiúsculo. Salvador e Redentor, que rompeu as
Russell M. Nelson presenteia alguém Caros irmãos e irmãs, chegou o ligaduras da morte.
que não é da nossa religião com um momento predito pelos profetas anti- Encerro com meu testemunho
Livro de Mórmon, inclusive líderes gos, “em que o conhecimento de um da veracidade do Livro de Mórmon
mundiais, ele muitas vezes abre 3 Néfi Salvador se espalhará por toda nação, e de Jesus Cristo como o Filho do
e lê sobre a visita do Cristo ressurreto tribo, língua e povo”.8 Estamos vendo Deus vivo. Em nome de Jesus Cristo,
aos nefitas. Ao fazer isso, o profeta o cumprimento dessa profecia diante amém. ◼
vivo, em essência, está prestando de nossos próprios olhos, por meio
testemunho do Cristo vivo. do testemunho de Jesus Cristo que se NOTAS
Não podemos ser testemunhas de encontra no Livro de Mórmon. 1. Ver Carta da Primeira Presidência, 15 de
fevereiro de 2023.
Jesus Cristo se não prestarmos teste- Nenhum livro demonstra mais do 2. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph
munho Dele. O Livro de Mórmon é que ele: Smith, 2007, pp. 52–53, grifo do autor.
outra testemunha de Jesus Cristo por- Que, graças a Jesus Cristo, tudo 3. N. T. Wright, Surprised by Hope: Rethinking
Heaven, the Resurrection, and the Mission of
que, em todas as suas páginas sagra- mudou. the Church, 2008, p. 256.
das, um profeta após outro testifica Que, graças a Ele, tudo é melhor. 4. Mateus 28:6.
não só que Cristo viria, mas que Ele de Que, graças a Ele, podemos lidar 5. Ensinamentos: Joseph Smith, p. 68.
6. 3 Néfi 17:17.
fato veio. com a vida — especialmente com os 7. Ver 3 Néfi 11:1–17.
momentos difíceis. 8. Mosias 3:20.
Graças a Ele
Estou segurando um exemplar da
primeira edição do Livro de Mórmon.
Isso é algo que sempre me comove.
Durante grande parte da minha vida
adulta, fiquei fascinado, encantado
e entusiasmado com o que o jovem
Joseph Smith fez para que este livro
sagrado de escrituras fosse traduzido
e publicado. É espantoso pensar nos
milagres que precisaram ocorrer.
Mas não é por isso que este livro me
comove. É porque este livro, mais do
que qualquer outro jamais publicado
nesta Terra, presta testemunho da
vida, do ministério, dos ensinamentos,
da Expiação e da Ressurreição de
Jesus Cristo. Meus queridos irmãos
e irmãs, o estudo regular deste livro
sobre Jesus Cristo vai mudar sua vida.
Ele vai abrir seus olhos para novas
possibilidades. Ele vai aumentar sua
Uruguai

MAIO DE 2023 9
 Presidente Bonnie H. Cordon
Presidente geral das Moças

Nunca perca uma

Inesperadamente, sua voz ficou
muito emotiva: “Oi, Bonnie. Preciso
lhe contar uma coisa. Fui diagnosti-

oportunidade de
cado com ELA”.
Fiquei muito confusa: “Como
assim? O que é ELA?”

testificar de Cristo
Meu pai se apressou em expli-
car: “Minha mente vai ficar alerta
enquanto meu corpo vai parando
lentamente”.
Senti meu mundo virar de cabeça
para baixo ao pensar nas implicações
A verdadeira alegria repousa em nossa disposição daquela triste notícia. Mas, naquele

de nos achegarmos a Cristo e testificarmos por
nós mesmos.
Há cinco anos, erguemos a mão para
apoiar nosso amado profeta, o presi-
dente Russell M. Nelson, como presi-
dente de A Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias — o porta-­voz
do Senhor para esta época extraordi-
nária de crescimento e revelação. Por
meio dele, recebemos inúmeros con-
vites e promessas de bênçãos gloriosas
se centralizarmos nossa vida em nosso
Salvador, Jesus Cristo.
Em 2011, enquanto servia com meu
marido como líderes de missão na bela
Curitiba, Brasil, meu telefone tocou
durante uma reunião. Ao me apressar
para silenciá-­lo, notei que a ligação era
do meu pai. Saí rapidamente da reu-
nião para atender: “Oi, pai!”
dia inesquecível, foi sua última frase
que ficou permanentemente marcada
em meu coração. Meu querido pai
disse com firmeza: “Bonnie, nunca
perca uma oportunidade de testificar
de Cristo”.
Tenho ponderado e orado sobre
o conselho do meu pai. Sempre me
pergunto se sei plenamente o que
significa nunca perder uma oportuni-
dade de testificar de Jesus Cristo.
Assim como vocês, ocasionalmente
me levanto no primeiro domingo do
mês e presto testemunho de Cristo.
Muitas vezes testifiquei das verdades
do evangelho como parte de uma

Porto Rico

10 SESSÃO DA MANHÃ DE SÁBADO

lição. Ensinei a verdade com coragem
e declarei a divindade de Cristo como
missionária.
Mas aquela súplica foi mais pes-
soal! Parecia que ele estava dizendo:
“Bonnie, não permita que o mundo
a distraia! Permaneça fiel aos convê-
nios que fez com o Salvador. Procure
vivenciar Suas bênçãos todos os dias e
testifique, por meio do Espírito Santo,
de Seu poder e de Sua presença em
sua vida!”
Vivemos em um mundo decaído
que tenta nos persuadir a nos concen-
trar mais nas coisas mundanas do que
nas coisas espirituais. Assim como os
nefitas em 3 Néfi 11, precisamos de Jesus
Cristo. Conseguem se imaginar lá,
entre pessoas que passaram por tanto
caos e destruição? Como seria ouvir o
convite pessoal do Senhor?
“Levantai-­vos e aproximai-­vos de
mim, para que possais meter as mãos
no meu lado e também apalpar as
marcas dos cravos em minhas mãos e
em meus pés, a fim de que saibais que
eu sou (…) o Deus de toda a Terra e
fui morto pelos pecados do mundo.
E (…) a multidão se adiantou (…)
um por um, até que todos viram com
os próprios olhos, apalparam com as
mãos e souberam (…) e [verificaram]
por si mesmos.”1
Aqueles nefitas avançaram ansio-
samente para colocar as mãos em Seu
lado e sentir as marcas dos cravos em
Suas mãos e em Seus pés a fim de que
pudessem testemunhar por si mesmos
que aquele era o Cristo. Da mesma
forma, muitas pessoas fiéis sobre as
quais estudamos no Novo Testamento
este ano aguardavam ansiosamente a
vinda de Cristo. Então saíram de seus
campos, de suas bancadas de traba-
lho e mesas de jantar e O seguiram,
apertaram-­No e se sentaram com
Ele. Estamos tão ansiosos quanto as
multidões das escrituras para teste-
munhar por nós mesmos? As bênçãos
que buscamos são menos necessárias
do que as deles?
Quando Cristo visitou fisicamente
os nefitas no templo, Seu convite não
foi para que ficassem à distância e
olhassem para Ele, mas que O tocas-
sem, sentissem por si mesmos a rea-
lidade do Salvador da humanidade.
Como podemos nos aproximar o
suficiente para obter um testemunho
pessoal de Jesus Cristo? Isso pode ser
parte do que meu pai estava tentando
me ensinar. Embora não desfrutemos
da mesma proximidade física daque-
les que andaram com Cristo durante
Seu ministério terreno, podemos
sentir Seu poder todos os dias por
meio do Espírito Santo! Tanto quanto
precisarmos!
As moças em todo o mundo têm
me ensinado muito sobre buscar a
Cristo e obter um testemunho pessoal
e diário Dele. Gostaria de comparti-
lhar a sabedoria de duas delas:
Livvy assistiu à conferência geral
a vida inteira. Na verdade, em sua
casa, eles tradicionalmente assistem a
todas as cinco sessões em família. No
passado, para Livvy, a conferência sig-
nificava ficar rabiscando ou tirar um
cochilo ocasional não planejado. Mas
a última conferência geral de outubro
foi diferente. Tornou-­se pessoal.
Livvy decidiu ser uma ouvinte
ativa. Ela silenciou as notificações
em seu telefone e fez anotações das
impressões do Espírito. Ela ficou
admirada ao sentir coisas específicas
que Deus queria que ela ouvisse e
fizesse. Essa decisão fez a diferença
em sua vida quase imediatamente.
Poucos dias depois, seus amigos a
convidaram para assistir a um filme
impróprio. Ela refletiu: “Lembrei-­me
das palavras e do espírito da conferên-
cia e sabia que devia recusar o convite
deles”. Ela também teve a coragem de
prestar testemunho do Salvador em
sua ala.
Depois desses acontecimentos, ela
declarou: “O incrível é que, quando
me ouvi testificar que Jesus é o Cristo,
senti o Espírito Santo confirmar isso
novamente para mim”.
Livvy não assistiu à conferência
superficialmente, ela se aprofundou
mental e espiritualmente, e seu teste-
munho do Salvador foi fortalecido.
Agora gostaria de falar sobre
Maddy. Quando sua família parou
de frequentar a igreja, Maddy ficou
confusa e não tinha certeza do que
fazer. Ela percebeu que algo signifi-
cativo estava faltando. Então, aos 13
anos, Maddy começou a frequentar a
igreja sozinha. Embora às vezes fosse
difícil e desconfortável ficar sozinha,
ela sabia que poderia encontrar o
MAIO DE 2023 11
Salvador na igreja e queria estar onde
Ele estivesse. Ela disse: “Na igreja,
minha alma se sentia em casa”.
Maddy sentia consolo por saber
que sua família havia sido selada para
a eternidade. Ela começou a levar
seus irmãos mais novos com ela para
a igreja e a estudar as escrituras com
eles em casa. Por fim, sua mãe come-
çou a ir com eles. Maddy contou à
mãe sobre seu desejo de servir missão
e perguntou se a mãe poderia se pre-
parar para ir ao templo com ela.
Hoje, Maddy está no CTM. Ela
está servindo. Ela está testificando de
Cristo. Seu exemplo ajudou a levar
seu pai e sua mãe de volta ao templo e
a Cristo.
Assim como Livvy e Maddy,
quando escolhemos buscar a Cristo,
o Espírito testifica Dele em muitas
situações diferentes. Esses testemu-
nhos do Espírito ocorrem quando
jejuamos, oramos, esperamos e segui-
mos em frente. Nossa proximidade
com Cristo aumenta por meio da
adoração frequente no templo, do
arrependimento diário, do estudo das
escrituras, da frequência à igreja e ao
seminário, da reflexão sobre nossas
bênçãos patriarcais, do recebimento
digno das ordenanças e do cumpri-
mento de convênios sagrados. Todas
essas coisas convidam o Espírito a
iluminar nossa mente e trazem mais
paz e proteção. Mas será que as hon-
ramos como oportunidades sagradas
de testificarmos de Cristo?
Já fui ao templo muitas vezes, mas,
quando adoro na casa do Senhor, isso
me modifica. Às vezes, durante o
jejum, simplesmente passo fome, mas,
em outras ocasiões, banqueteio-­me com
o Espírito com um propósito. Às vezes
murmuro orações repetitivas e roti-
neiras, mas também anseio por receber
conselho do Senhor por meio da oração.
12 SESSÃO DA MANHÃ DE SÁBADO
Há poder em tornarmos esses para todos”.5 Testifico da bondade e
hábitos sagrados em um forte tes- grande glória de nosso Salvador. Em
temunho e não apenas uma lista de Seu nome sagrado, sim, Jesus Cristo,
afazeres. O processo será gradual, mas amém. ◼
crescerá com a participação diária
NOTAS
e ativa e com as experiências signi- 1. 3 Néfi 11:14–16; grifo da autora.
ficativas com Cristo. À medida que 2. Ver Russell M. Nelson, “Ouvir o Senhor”,
agimos consistentemente de acordo Liahona, maio de 2020, p. 88.
3. Ver Alma 30:44; Doutrina e Convênios 6:36;
com Seus ensinamentos, adquirimos Moisés 6:63.
um testemunho Dele; edificamos um 4. Mosias 27:31; ver também Doutrina e
relacionamento com Ele e com nosso Convênios 88:104.
5. Russell M. Nelson, “Revelação para a Igreja,
Pai Celestial. Começamos a nos tornar revelação para nossa vida”, Liahona, maio
como Eles. de 2018, p. 96.
O adversário cria tantas distrações
que pode ser difícil ouvir a voz do
Senhor. Nosso mundo, nossos desa-
fios, nossas circunstâncias não vão
ficar mais silenciosos, mas podemos e
precisamos ter fome e sede das coisas
de Cristo para “ouvi-­Lo” com clareza.2
Desejamos criar hábitos de discipu-
lado e testemunho que colocarão em
foco nossa confiança em nosso Salva-
dor todos os dias.
Meu pai faleceu há mais de 11
anos, mas suas palavras estão vivas
em mim. “Bonnie, nunca perca uma
oportunidade de testificar de Cristo.”
Juntem-­se a mim para aceitar seu
convite. Busquem a Cristo em todos
os lugares — prometo que O encon-
trarão!3 A verdadeira alegria repousa
em nossa disposição de nos achegar-
mos a Cristo e testificarmos por nós
mesmos.
Em um dia futuro, “todo joelho se
dobrará e toda língua confessará” que
Jesus é o Cristo.4 Oro para que esse
testemunho se torne uma experiência
normal e natural para nós agora — que
aproveitemos todas as oportunida-
des para testificar com alegria: Jesus
Cristo vive!
Eu O amo tanto! Quão gratos
somos por Sua Expiação infinita, que
fez com que “a vida eterna fosse pos-
sível e a imortalidade uma realidade
México
 Élder Carl B. Cook
Da presidência dos setenta

Apenas siga em frente

deparou com a escolha de seguir Néfi
e seus irmãos no deserto ou talvez
perder a vida.

com fé
Que momento decisivo! A primeira
reação de Zorã foi correr, mas Néfi o
segurou e fez um juramento de que,
se ele os acompanhasse, seria livre e
teria um lugar na família. Zorã criou
coragem e foi com eles.5
Exercer fé em nosso Salvador, Jesus Cristo, Ele sofreu muitas aflições em sua

ajuda-­nos a vencer o desânimo, apesar dos nova vida, mas seguiu em frente com
fé. Não temos nenhuma informação
obstáculos que encontramos. de que Zorã desejava ter de volta sua
vida anterior ou que guardava res-
sentimento em relação a Deus ou aos
outros.6 Ele era um verdadeiro amigo
de Néfi, que era um profeta, e ele e
O élder George A. Smith, um após- Quando digo desânimo, não estou sua semente habitaram em liberdade
tolo, recebeu um conselho do profeta falando sobre os desafios mais debili- e prosperidade na terra prometida.
Joseph Smith numa época de grande tantes da depressão clínica, transtor- O que tinha sido um enorme obs-
dificuldade: “Ele me disse que eu nos de ansiedade ou outras doenças táculo no caminho de Zorã acabou
nunca deveria desanimar; fossem que exigem tratamento especial.3 levando-­o a ricas bênçãos devido à
quais fossem as dificuldades que me Estou falando apenas de um simples e sua fidelidade e vontade de apenas
cercassem. Se fosse jogado no mais velho desânimo que vem com os altos seguir em frente — com fé.7
profundo poço das minas de carvão e baixos da vida. Recentemente, ouvi uma irmã
da Nova Escócia e todas as Montanhas Minha inspiração vem de meus corajosa contar como perseverou nas
Rochosas fossem empilhadas sobre heróis que apenas seguem em frente dificuldades.8 Ela teve alguns desa-
mim, eu não deveria desanimar, mas — com fé — não importa o que acon- fios e, num domingo, estava sentada
perseverar, exercitando a fé e man- teça.4 No Livro de Mórmon, lemos na Sociedade de Socorro ouvindo
tendo a coragem, e dessa forma, eu sobre Zorã, o servo de Labão. Quando uma professora que ela achava que
me sobressairia sobre todos”.1 Néfi obteve as placas de latão, Zorã se vivia uma vida perfeita, totalmente
Como o profeta Joseph pôde
ter dito isso a alguém que estava
sofrendo? Porque ele sabia que era
verdade. Ele tinha passado por isso.
Joseph enfrentou muitos períodos de
dificuldade em sua vida. No entanto,
por ter exercido fé em Jesus Cristo e
em Sua Expiação e ter apenas seguido
em frente, ele superou obstáculos
aparentemente intransponíveis.2
Hoje, gostaria de renovar o apelo
de Joseph de não deixarmos que o
desânimo nos domine quando enfren-
tarmos decepções, experiências dolo-
rosas, nossas próprias incapacidades
ou outros desafios.
Austrália

MAIO DE 2023 13
diferente da sua. Ela estava cansada e
desanimada. Não se sentia boa o sufi-
ciente — nem que fazia parte daquele
lugar — e, por isso, levantou-­se e saiu,
com a intenção de nunca mais voltar
à igreja. Ao caminhar em direção ao
carro, teve uma nítida impressão:
“Vá à capela e ouça o orador da reu-
nião sacramental”. Ela questionou
o sussurro, mas sentiu novamente a
mesma forte impressão e entrou na
reunião.
A mensagem era exatamente do
que ela precisava. Ela sentiu o Espírito
e sabia que o Senhor desejava que ela
permanecesse com Ele, que fosse Sua
discípula e frequentasse a igreja. E foi
isso que ela fez.
Você sabe pelo que ela era grata?
Por não ter desistido. Ela apenas
seguiu em frente — com fé em Jesus
Cristo mesmo quando não foi fácil.
Ela e sua família estão sendo muito
abençoadas conforme ela segue em
frente.
O Deus dos céus e da Terra vai nos
ajudar a superar o desânimo e quais-
quer obstáculos que encontrarmos se
O buscarmos, seguirmos os sussurros
do Espírito Santo9 e apenas seguirmos
em frente — com fé.
Felizmente, quando somos fracos
ou incapazes, o Senhor pode fortale-
cer nossa fé. Ele pode aumentar nossa
capacidade além do que podemos. Já
passei por essa experiência. Há mais
de 20 anos, de forma inesperada, fui
chamado como setenta de área e me
senti muito inadequado. Ao seguir
minhas atribuições de treinamento,
tive que presidir minha primeira
conferência de estaca.10 O presidente
da estaca e eu planejamos meticulo-
samente cada detalhe. Pouco antes
da conferência, o presidente Boyd K.
Packer, que na época era o presidente
em exercício do Quórum dos Doze
14 SESSÃO DA MANHÃ DE SÁBADO
Apóstolos, ligou para mim para ver
se poderia me acompanhar. Fiquei
surpreso e, claro, concordei. Perguntei
como gostaria de proceder, já que ele
presidiria a reunião. Ele sugeriu que
mudássemos os planos e nos prepa-
rássemos para seguir o Espírito. Feliz-
mente, eu ainda tinha dez dias para
estudar, orar e me preparar.
Por termos uma agenda aberta,
chegamos ao púlpito 20 minutos antes
do início da reunião de liderança.
Eu me aproximei do presidente da
estaca e sussurrei: “Esta estaca é
maravilhosa”.
O presidente Packer me deu uma
pequena cotovelada e disse: “Não fale
nada”.
Fiquei calado, e o discurso que ele
dera na conferência geral intitulado
“A reverência convida à revelação”
me veio à mente.11 Observei que o
presidente Packer estava escrevendo
referências das escrituras. O Espírito
me confirmou que ele estava rece-
bendo impressões para a reunião.
Minha experiência de aprendizado
estava apenas começando.
O presidente Packer falou durante
os primeiros 15 minutos e enfatizou
Costa do Marfim
a importância de se conduzir todas
as reuniões conforme a orientação
do Espírito Santo.12 Depois, ele disse:
“Agora ouviremos o élder Cook”.
No caminho para o púlpito, per-
guntei por quanto tempo ele gostaria
que eu falasse e se havia um tópico
que ele gostaria que eu abordasse. Ele
respondeu: “Fale por 15 minutos con-
forme a inspiração que receber”. Falei
cerca de 14 minutos e compartilhei
tudo o que tinha em mente.
O presidente Packer se levantou
novamente e falou por mais 15 minu-
tos. Ele compartilhou esta escritura:
“Expressai os pensamentos que
eu vos puser no coração e não sereis
confundidos diante dos homens;
Pois naquela mesma hora (…),
ser-­vos-­á dado o que dizer”.13
Depois, ele disse: “Agora ouviremos
o élder Cook”.
Fiquei em choque. Nunca tinha
considerado a possibilidade de que
eu seria convidado a falar duas vezes
em uma reunião. Não tinha nada em
mente. Orando fervorosamente e
confiando no Senhor para obter ajuda,
de alguma forma, fui abençoado com
um pensamento, uma escritura, e fui
capaz de falar por mais 15 minutos.
Sentei-­me totalmente exausto.
O presidente Packer falou nova-
mente por 15 minutos sobre seguir o
Espírito e compartilhou os ensinamen-
tos de Paulo de que não devemos falar
“palavras que a sabedoria humana
ensina, mas com as que o Espírito
Santo ensina”.14 Como podem imagi-
nar, fiquei impressionado quando ele
teve a inspiração de dizer pela terceira
vez: “Agora ouviremos o élder Cook”.
Eu estava esgotado. Não sabia o
que falar. Sabia que era o momento de
exercer mais fé. Lentamente, comecei
a caminhar para o púlpito, implo-
rando a Deus por ajuda. Quando me

Madagascar
aproximei do microfone, o Senhor
milagrosamente me abençoou para,
de alguma forma, dar outra mensa-
gem de 15 minutos.15
A reunião finalmente terminou,
mas eu percebi rapidamente que
a sessão dos adultos começaria em
uma hora. Ah, não! Sinceramente, eu
queria correr, assim como Zorã. Mas,
da mesma forma que Néfi o segurou,
eu sabia que o presidente Packer me
pegaria. A sessão dos adultos seguiu o
mesmo padrão. Falei mais três vezes.
No dia seguinte, durante a sessão
geral, falei mais uma vez.
Após a conferência, o presidente
Packer disse carinhosamente: “Vamos
fazer isso de novo algum dia”. Amo o
presidente Boyd K. Packer e sou grato
por tudo o que aprendi.
Você sabe pelo que sou grato? Por
não ter desistido — ou resistido. Se eu
tivesse cedido ao meu desejo deses-
perado de escapar dessas reuniões,
teria perdido uma oportunidade de
aumentar minha fé e de receber ricas
manifestações de amor e apoio de
meu Pai Celestial. Aprendi sobre Sua
misericórdia, o poder milagroso e
capacitador de Jesus Cristo e de Sua
Expiação, e a poderosa influência
do Espírito Santo. Apesar de minha
fraqueza,16 aprendi que posso servir;
posso contribuir quando o Senhor
está ao meu lado se eu apenas seguir
em frente — com fé.
Independentemente do tamanho,
sentido e seriedade dos desafios que
enfrentamos na vida, todos temos
momentos em que sentimos vontade
de parar, sair, escapar ou talvez desis-
tir. Porém, exercer fé em nosso Salva-
dor, Jesus Cristo, ajuda-­nos a vencer o
desânimo, apesar dos obstáculos que
encontramos.
Assim como o Salvador concluiu a
obra que Lhe foi dada para fazer, Ele
tem o poder de nos ajudar a concluir
a obra que nos foi dada.17 Podemos ser
abençoados para seguirmos em frente
no caminho do convênio, a despeito
de quão difícil ele se torne e, final-
mente, receber a vida eterna.18
Como declarou o profeta Joseph
Smith: “Permanecei firmes, ó vós,
santos de Deus, suportai um pouco
mais, então a tempestade da vida
passará, e sereis recompensados por
aquele Deus de quem sois servos”.19
Em nome de Jesus Cristo, amém. ◼
NOTAS
1. George A. Smith, Ensinamentos dos
Presidentes da Igreja: Joseph Smith, 2011,
p. 245.
2. Ver Ensinamentos: Joseph Smith, p. 237.
3. Quando falo de desânimo, não estou
sugerindo que “apenas seguir em frente
com fé em Cristo” seja o único esforço
necessário para as pessoas que sofrem de
depressão clínica, transtornos de ansiedade
ou outras doenças. Para esses amigos,
familiares e outras pessoas que me leem,
repito o conselho de nossos líderes da
Igreja de buscarem cuidados médicos,
psicológicos e espirituais ao mesmo tempo
em que confiam no Senhor. Meu coração
está com cada um de vocês ao lutarem com
esses desafios únicos. Oramos sinceramente
por vocês.
4. Alguns de meus heróis nas escrituras
incluem Calebe (ver Números 14:6–9, 24),
Jó (ver Jó 19:25–26) e Néfi (ver 1 Néfi 3:7),
além de meus heróis modernos.
5. Ver 1 Néfi 4:20, 30–35, 38.
6. Ver Dale G. Renlund, “Injustiças
revoltantes”, Liahona, maio de 2021, p. 41.
7. Ver 2 Néfi 1:30–32. “Embora [Zorã] tivesse
que suportar uma abordagem um pouco
difícil, a armadilha na qual se encontrou
foi a situação por meio da qual Deus
havia determinado abençoá-­lo. Embora
ele tivesse que desistir de sua terra natal,
Deus estava preparando uma terra melhor”
(David B. Paxman, “Zoram and I: Getting
Our Stories Straight”, devocional da
Universidade Brigham Young, 27 de julho
de 2010, p. 8, speeches.byu.edu).
8. Ouvi esse testemunho da irmã em uma
ala da Estaca Riverdale Utah, em 11 de
dezembro de 2022. A experiência que ela
compartilhou aconteceu na ala anterior.
9. Ver Doutrina e Convênios 11:12–13.
10. Minha designação foi na Estaca Benson
Utah, nos dias 3 e 4 de novembro de 2001.
O presidente Jerry Toombs era o presidente
da estaca.
11. Ver Boyd K. Packer, “A reverência convida à
revelação”, A Liahona, janeiro de 1992, p. 23.
12. Ver Doutrina e Convênios 46:2.
13. Doutrina e Convênios 100:5–6; ver também
os versículos 7–8.
14. 1 Coríntios 2:13.
15. O presidente Russell M. Nelson disse:
“Ao nos esforçarmos espiritualmente além
de qualquer coisa que tenhamos feito
anteriormente, Seu poder fluirá sobre nós”
(“Invocando o poder de Jesus Cristo em
nossa vida”, A Liahona, maio de 2017, p. 42).
16. Ver Éter 12:27.
17. Ver João 17:4.
18. Ver 2 Néfi 31:20; Mosias 2:41; Alma 36:3.
19. Ensinamentos: Joseph Smith, p. 245.
MAIO DE 2023 15
 Élder Gerrit W. Gong
Do Quórum dos Doze Apóstolos

Ministrar
de santos dos últimos dias que Jeff,
Melissa e sua filha, Charlotte, amam.
Como seguidores de Jesus Cristo,
procuramos ministrar ao próximo
como Ele ministraria, porque
vidas estão prontas para serem
Que estendamos a mão e nos preocupemos da transformadas.

forma como nosso Salvador o faria, especialmente Quando Peggy me disse que,
depois de 31 anos de casamento, seu
àqueles a quem temos o privilégio de ministrar, marido, John, seria batizado, pergun-
tei o que havia mudado.
tanto por amor quanto por designação. Peggy respondeu: “John e eu está-
vamos estudando o Vem, e Segue-­Me
do Novo Testamento quando John fez
perguntas sobre a doutrina da Igreja”.
Peggy sugeriu: “Vamos chamar os
Queridos irmãos e irmãs, amigos, porque me parece a maneira mais missionários?”
sejam bem-­vindos à conferência autêntica e honesta de se viver”. John replicou: “Nada de missio-
geral! No começo, Melissa alertou o nários — a menos que meu amigo
Após a última conferência geral ministrador de Jeff, dizendo: “Jeff não possa vir”. Ao longo de dez anos, o
de outubro, a irmã Gong e eu cami- quer ninguém de ‘camisa e gravata’ ministrador de John havia se tornado
nhamos pelo Centro de Conferências em nossa casa”. O ministrador res- um amigo de confiança. (Fiquei pen-
para cumprimentar as pessoas e ouvir pondeu: “Vou dar um jeito”. Hoje, ele sando: “E se o ministrador de John
suas experiências relacionadas ao e Jeff são bons amigos. No batismo tivesse parado de visitá-­lo depois de
evangelho. de Jeff, encontrei uma congregação um, dois ou nove anos?”)
Alguns membros mexicanos dis-
seram: “Hoy es el tiempo de México”
[Chegou o momento do México].
Conhecemos Gilly e Mary, que são
amigas inglesas. Na época em que
Mary se uniu à Igreja, ela não tinha
um lugar para morar. Gilly generosa-
mente a convidou para ir morar com
ela. Com fé, Gilly afirmou: “Nunca
duvidei de que o Senhor está sempre
comigo”. Na conferência, Gilly tam-
bém teve um feliz reencontro com a
missionária que lhe tinha ensinado
havia 47 anos.
Acompanhado por sua esposa,
Melissa, aquela tinha sido a primeira
conferência geral a que Jeff assistira.
Jeff jogava beisebol profissional (na
posição de apanhador) e agora é
médico anestesista. Ele me disse:
“Fico até surpreso em dizer, mas
estou me preparando para o batismo Jeff, fotografado com a esposa, Melissa, vivenciou uma mudança no coração graças a seu ministrador.

16 SESSÃO DA MANHÃ DE SÁBADO

 John ouviu as lições. Leu o Livro de
Mórmon com real intenção. Quando
os missionários o convidaram para
ser batizado, ele aceitou. Peggy disse:
“Caí da cadeira e comecei a chorar”.
John disse: “Eu mudei à medida
que me aproximei do Senhor”. Poste-
riormente, ele e Peggy foram selados
no templo sagrado. Em dezembro do
ano passado, John faleceu aos 92 anos
de idade. Peggy comentou: “John
sempre foi uma boa pessoa; mas, de
uma forma especial, ele se tornou
uma pessoa diferente depois de ter
sido batizado”.
A irmã Gong e eu conhecemos Meb
e Jenny por vídeo durante a pandemia
da Covid. (Conhecemos muitos casais
e pessoas maravilhosas por vídeo
durante a Covid; cada um havia sido
escolhido em espírito de oração por
seu presidente de estaca.)
Com humildade, Meb e Jenny
disseram que as preocupações da vida
fizeram com que eles se perguntassem
se seu casamento no templo poderia
ser salvo e, em caso afirmativo, como.
Eles acreditavam que a Expiação de
Jesus Cristo e seu comprometimento
em viver os convênios poderiam
ajudá-­los.
Imaginem minha alegria quando
Meb e Jenny renovaram a recomenda-
ção para o templo e voltaram juntos
para a casa do Senhor. Posterior-
mente, Meb quase morreu. Que bên-
ção Meb e Jenny terem restabelecido
seu relacionamento, por convênio,
com o Senhor e um com o outro, e
terem sentido o amor ministrador de
muitos ao seu redor.
Aonde quer que eu vá, sou grato
por aprender com aqueles que minis-
tram e cuidam da maneira como
nosso Salvador faria.
No Peru, a irmã Gong e eu conhe-
cemos Salvador e seus irmãos e irmãs.1
Eles eram órfãos. Naquele dia era
aniversário de Salvador. Os líderes da
Igreja e os membros que ministram
fielmente àquela família me inspiram.
“A religião pura e imaculada (…) é
esta: Visitar os órfãos e as viúvas”,2
“[socorrer] os fracos, [erguer] as mãos
que pendem e [fortalecer] os joelhos
enfraquecidos”.3
Em Hong Kong, um presidente do
quórum de élderes modestamente
compartilhou como seu quórum sem-
pre realiza cem por cento das entre-
vistas de ministração. “Em espírito de
oração, organizamos as duplas para
que todos possam cuidar de alguém
e ser cuidados”, afirma ele. “Periodi-
camente, perguntamos a cada dupla
sobre aqueles a quem ministram. Não
se trata de eliminar um item de nossa
lista; mas, sim, de ministrarmos aos
ministradores que cuidam de nosso
povo.”
Em Kinshasa, na República Demo-
crática do Congo, o presidente Bokolo
compartilhou como ele e sua família
se uniram à Igreja na França. Um dia,
enquanto lia sua bênção patriarcal, o
Espírito o inspirou a voltar com sua
família para a República Democrática
do Congo. O irmão Bokolo sabia que
enfrentariam muitos desafios se retor-
nassem. E que sua igreja, A Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias, ainda não estava estabelecida
em Kinshasa.
Mesmo assim, com fé, assim como
muitos outros, a família Bokolo seguiu
o Espírito do Senhor. Em Kinshasa,
eles ministraram e abençoaram às
pessoas ao seu redor, venceram desa-
fios, receberam bênçãos espirituais e
temporais. Hoje, eles se regozijam por
ter uma casa do Senhor em seu país.4
Um converso recebeu a ministra-
ção por meio do exemplo de alguém.
Quando era jovem, ele disse que
Os membros da Igreja no Peru que ministram
fielmente a Salvador e seus irmãos são uma
inspiração.
passava os dias na praia. Um dia, con-
tou ele: “Vi uma garota linda usando
um maiô recatado”. Espantado, ele
foi perguntar por que uma jovem tão
linda usaria um maiô tão comportado.
Ela era membro de A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias e
perguntou com um sorriso: “Quer ir
à igreja no domingo?” Ele respondeu
que sim.
Há alguns anos, enquanto está-
vamos juntos em uma designação,
o élder L. Tom Perry falou sobre
quando ele e seu companheiro minis-
travam periodicamente a uma irmã
que morava sozinha em um bairro
violento de Boston. Quando o élder
Perry e seu companheiro chegavam,
por precaução, a irmã instruía: “Pas-
sem sua recomendação para o templo
por baixo da porta”. Só depois de ver
a recomendação para o templo é que
ela destrancava as várias fechaduras e
abria a porta.5 É claro que não estou
dizendo que os companheiros de
ministração precisam de uma reco-
mendação para o templo. Mas adoro a
ideia de que, por honrarem os con-
vênios, as portas se destrancam e os
corações se abrem para aqueles que
ministram.
O élder Perry também ofere-
ceu conselhos práticos. Ele disse:
MAIO DE 2023 17

O Senhor da vinha e seus servos produzem frutos preciosos e fortalecem cada árvore do ecossistema
espiritual da ala ou do ramo.
“Designem às duplas um número
adequado de famílias, escolhidas em
espírito de oração, próximas geogra-
ficamente, se apropriado, para que o
tempo de deslocamento seja o menor
possível”. Ele aconselhou: “Comecem
por aqueles que mais precisam de
visitas. A partir daí, incluam aqueles
que tenham maior probabilidade de
atender e reagir bem às visitas”. Ele
concluiu: “Ser fielmente constante
opera milagres”.
A ministração mais elevada e mais
sagrada6 acontece quando oramos
pelo “puro amor de Cristo”7 e segui-
mos o Espírito. Ela também acontece
quando as presidências do quórum
de élderes e da Sociedade de Socorro,
sob a direção do bispo, supervisionam
os esforços de ministração, inclusive
a designação de companheiros de
ministração. Deem a nossos rapazes
e moças a oportunidade de acom-
panhar e ser orientados por irmãos
e irmãs ministradores experientes.
E, por favor, deixem que nossa nova
geração de jovens sirva de inspiração
para os irmãos e irmãs ministradores.
Em alguns lugares da Igreja,
temos um problema em termos de
ministração. As pessoas afirmam que
ministram mais do que recebem a
ministração. Não queremos que se
preocupem uns com os outros por
mera obrigação. Mas muitas vezes pre-
cisamos mais do que um simples “Bom
18 SESSÃO DA MANHÃ DE SÁBADO
dia” no corredor ou um casual “Posso
ajudá-­lo com alguma coisa?” ao se
falarem no estacionamento. Em mui-
tos lugares, podemos estender a mão,
entender as circunstâncias do pró-
ximo e desenvolver relacionamentos
quando visitamos regularmente a casa
dos membros. Convites inspirados
mudam a vida das pessoas. Quando os
convites nos ajudam a fazer e guardar
convênios sagrados, nós nos aproxi-
mamos do Senhor e uns dos outros.
É comum ouvirmos que aqueles
que compreendem o verdadeiro
espírito da ministração fazem mais do
que era feito no passado, enquanto
aqueles que não compreendem
fazem menos. Que façamos mais,
assim como o Salvador faria. Como
diz o hino: “Desperta e faz algo mais”.8
Conselho de ala, quórum de élde-
res e Sociedade de Socorro, ouçam o
Bom Pastor e ajudem-­No a buscar a
ovelha perdida, trazer a desgarrada,
atar a quebrada, fortalecer a enferma.9
Podemos, sem saber, “[hospedar]
anjos”10 ao providenciarmos lugar
para todos em Sua estalagem.11
A ministração inspirada abençoa
famílias e indivíduos; também forta-
lece as alas e os ramos. Pensem em
sua ala ou ramo como um ecossistema
espiritual. No espírito da alegoria
das oliveiras no Livro de Mórmon, o
Senhor da vinha e seus servos pro-
duzem frutos preciosos e fortalecem
cada árvore, unindo os pontos fortes e
fracos de todas as árvores.12 O Senhor
da vinha e seus servos perguntam
repetidamente: “O que mais posso
fazer?”13 Juntos, abençoam corações e
lares, alas e ramos, por meio de uma
ministração inspirada e consistente.14
Ministrar — ou pastorear — trans-
forma nossa vinha em “um só corpo”15
— um bosque sagrado. Cada árvore
em nosso bosque é uma árvore
familiar viva. As raízes e os ramos
se entrelaçam. Ministrar abençoa
gerações. Quando alguém precisa de
ajuda, sábios bispos e presidências do
quórum de élderes e da Sociedade de
Socorro se perguntam: “Quem são os
ministradores deste irmão ou irmã?”
No conselho de ala e nas entrevistas
de ministração, os líderes não per-
guntam somente sobre desafios ou
problemas, mas também se permitem
ter olhos para ver e se alegram com as
muitas ternas misericórdias do Senhor
em nossa vida à medida que ministra-
mos como Ele ministraria.
O Salvador é nosso exemplo per-
feito.16 Graças à Sua bondade, Ele
consegue andar fazendo o bem.17 Ele
abençoa a ovelha perdida e as outras
99. Ele é a personificação da minis-
tração. Nós nos tornamos mais seme-
lhantes a Jesus Cristo quando fazemos
“a um destes (…) pequeninos” aquilo
que faríamos a Ele;18 quando amamos
o próximo como a nós mesmos;19
quando amamos uns aos outros como
Ele nos amou20 e quando “todo aquele
que quiser entre vós fazer-­se grande
[for] vosso servo”.21
Jesus Cristo ministra. Os anjos
ministram.22 Os seguidores de Jesus
Cristo “[ministram] entre si”;23
“[alegram-­se] com os que se alegram;
e [choram] com os que choram”;24
zelam e edificam o povo “com coisas
pertinentes à retidão”;25 “[lembram-­se]
dos pobres e necessitados, dos doen-
tes e dos aflitos”26 e deixam que o
nome Dele seja conhecido por meio
de seu ministério.27 Ao ministrarmos
como Ele ministraria, testemunha-
mos Seus milagres e Suas bênçãos.28
Obtemos um “ministério (…) mais
excelente”.29
Podemos ficar fisicamente cansa-
dos. Mas, em Seu serviço, “não [nos
cansamos] de fazer o bem”.30 Com dili-
gência, fazemos o melhor que pode-
mos, sem correr mais do que nossas
forças permitem,31 mas confiando,
como ensinou o apóstolo Paulo, que
“Deus ama ao que dá com alegria”.32
Pois Deus que “dá a semente ao que
semeia também dará pão para comer,
e multiplicará a vossa sementeira”.33
Em outras palavras, Deus enriquece
“tudo (…) para toda generosidade”.34
Aquele “que semeia em abundância,
em abundância também ceifará”.35
Onde quer que estejamos nesta
época de Páscoa, que estendamos a
mão e nos preocupemos da forma
como nosso Salvador o faria, espe-
cialmente àqueles a quem temos o
Os Bokolo foram inspirados a voltar para o Congo, onde abençoaram outras pessoas e foram
abençoados.
privilégio de ministrar, tanto por amor
quanto por designação. Ao fazê-­lo,
que nos aproximemos de Jesus Cristo
e uns dos outros, tornando-­nos mais
semelhantes a Ele e tornando-­nos os
seguidores de Jesus Cristo que Ele
gostaria que cada um de nós fosse.
No sagrado nome de Jesus Cristo,
amém. ◼
NOTAS
1. A irmã Gong e eu fizemos essa visita com
o élder Enrique e a irmã Ruth Fallabella.
Salvador e seus irmãos são agora mais
velhos do que nas fotos, mas ainda fazem
parte de uma comunidade atenciosa de
irmãos e irmãs que ministram com fiel
bondade.
2. Tiago 1:27.
3. Doutrina e Convênios 81:5.
4. A foto do presidente Bokolo e sua família
data de quando a irmã Gong e eu os
conhecemos.
5. Ver L. Tom Perry, “Strive to Be Temple
Worthy” (devocional no Ricks College,
19 de setembro de 1989), byui.edu/
devotionalsandspeeches.
6. Ver Russell M. Nelson, “Ministrar como o
Salvador”, Liahona, maio de 2018, p. 100.
7. Ver Morôni 7:47–48; ver também os
versículos 4–8.
8. “Neste mundo”, Hinos, nº 136.
9. Ver Ezequiel 34:16. Em Ezequiel 34, o
Senhor também adverte severamente os
pastores de Israel sobre as consequências
de não cuidarem das ovelhas ou
apascentarem-­nas.
10. Hebreus 13:2.
11. Ver Lucas 2:7; 10:33–34.
12. Esse tema aparece ao longo de Jacó 5,
inclusive nos versículos 17–18, 20, 24, 75.
O versículo 28 nos relembra: “E aconteceu
que o Senhor da vinha e o servo do Senhor
da vinha cuidaram de todos os frutos da
vinha” (grifo do autor).
13. O Senhor da vinha pergunta duas vezes:
“Que mais poderia ter eu feito pela minha
vinha?” ( Jacó 5:41, 49; grifo do autor) e
outra vez: “O que mais, porém, poderia eu
ter feito na minha vinha?” ( Jacó 5:47; grifo
do autor.)
14. No espírito de Mosias 18:21 e Mateus 25:40.
15. Ver Jacó 5:74: “E tornaram-­se como um
corpo e os frutos eram iguais”; ver também,
por exemplo, 1 Coríntios 12:12: “Porque,
assim como o corpo é um, e tem muitos
membros, e todos os membros, sendo
muitos, são um só corpo, assim é Cristo
também”.
16. As escrituras estão repletas de exemplos
de como nosso Salvador ministra. Por
exemplo, em meio à multidão que o
pressionava, Ele percebeu o momento
em que a mulher tocou a orla de suas
vestes, pois sentiu a cura fluir de Si para
ela (ver Marcos 5:24–34). Ou, sem “tempo
para comer” (Marcos 6:31), Jesus e Seus
discípulos estavam fisicamente cansados
e buscavam um lugar para repousar.
No entanto, ao ver a multidão sem um
pastor, nosso Salvador os curou, ensinou e
alimentou. Pouco tempo depois, estava Ele
recolhendo cestas cheias de pães e peixes
(ver Marcos 6:31–44).
17. Ver Atos 10:38.
18. Ver Mateus 25:35–40.
19. Ver Marcos 12:31.
20. Ver João 13:34.
21. Mateus 20:26; ver também Lucas 22:26–27.
22. Ver, por exemplo, Mateus 4:11; Lucas 22:42–
44; Atos 10:1–7; 12:5–11; 2 Néfi 32:3; Morôni
7:22, 29–30.
23. 3 Néfi 26:19.
24. Romanos 12:15; ver também Mosias 18:9.
25. Mosias 23:18.
26. Doutrina e Convênios 52:40.
27. Ver Abraão 1:19.
28. Atos 26:16 fala sobre tornar-­se “ministro e
testemunha” das coisas do Senhor.
29. Hebreus 8:6.
30. Doutrina e Convênios 64:33; ver também
Alma 37:34.
31. Ver Mosias 4:27.
32. 2 Coríntios 9:7.
33. 2 Coríntios 9:10.
34. 2 Coríntios 9:11.
35. 2 Coríntios 9:6.
MAIO DE 2023 19
 Élder Quentin L. Cook
Do Quórum dos Doze Apóstolos
Reunidos em segurança
no lar celestial
Estamos em uma posição única para coligar Israel
em ambos os lados do véu como nunca antes sob
o plano do Pai.
O presidente Russell M. Nelson, nosso
amado profeta, enfatizou profunda-
mente que nossa responsabilidade pes-
soal é ajudar a coligar a Israel dispersa
e preparar o mundo para a Segunda
Vinda de Jesus Cristo.1 O Pai de nosso
espírito deseja que Seus filhos sejam
reunidos em segurança no lar celestial.
O plano do Pai Celestial para reunir
Seus filhos em segurança em nosso lar
celestial não se baseia no sucesso do
mundo, na situação econômica, nos
estudos, na raça ou no sexo. O plano
do Pai tem como base a retidão, o
cumprimento de Seus mandamentos,
o recebimento de ordenanças sagra-
das e o cumprimento dos convênios
que fazemos.2
A doutrina divinamente inspirada
de que somos todos irmãos e irmãs
e que todos somos “iguais perante
Deus” é a base dessa grande obra
de coligação. Essa doutrina está em
harmonia com aqueles que desejam
profundamente que pessoas de diver-
sas condições econômicas e raciais
tenham uma vida melhor. Admira-
mos e participamos de tais esforços.
Além disso, desejamos que todos os
filhos de Deus se acheguem a Ele e
20 SESSÃO DA MANHÃ DE SÁBADO
recebam as bênçãos eternas que Ele
oferece por meio de Seu evangelho.3
No prefácio do Senhor para Doutrina
e Convênios, Ele declara: “Escutai, ó
povos distantes e vós, que estais nas
ilhas do mar, escutai juntamente”.4
Amo o fato de que o primeiro ver-
sículo de Doutrina e Convênios inclua
as pessoas que estão nas “ilhas do
mar”. Tive três chamados específicos
para servir e morar nas ilhas do mar.
A primeira vez que servi foi como
jovem missionário nas Ilhas Britânicas,
depois como nova autoridade geral
nas Ilhas Filipinas e em seguida como
presidente de área na Oceania, que
inclui muitas Ilhas Polinésias.
Todas essas três áreas coligaram
com sucesso os fiéis ao evangelho
restaurado de Jesus Cristo. Os missio-
nários chegaram pela primeira vez nas
Ilhas Britânicas em 1837. Isso acon-
teceu um ano após a dedicação do
Templo de Kirtland por Joseph Smith,
em que Moisés entregou “as chaves
para coligar Israel das quatro partes
da Terra e trazer as dez tribos da terra
do norte”.5 O sucesso rápido nas Ilhas
Britânicas é famoso. Em 1851, mais da
metade dos membros da Igreja eram
conversos batizados que viviam nas
Ilhas Britânicas.6
Em 1961, o élder Gordon B. Hin-
ckley visitou as Ilhas Filipinas e lá
iniciou o trabalho de missionário de
tempo integral. Naquela época havia
somente um filipino portador do
Sacerdócio de Melquisedeque. Incri-
velmente, hoje há mais de 850 mil
membros da Igreja nas Ilhas Filipinas.
Admiro o povo das Filipinas. Eles têm
um profundo e inabalável amor pelo
Salvador.
Talvez menos conhecido seja o
esforço missionário contínuo nas Ilhas
Polinésias, que começou em 1844,
quando Addison Pratt chegou ao que
hoje é a Polinésia Francesa.7 Muitos
polinésios já acreditavam em famílias
eternas e aceitaram Jesus Cristo como
seu Salvador. Atualmente, quase 25
por cento dos polinésios, nas Ilhas
Polinésias, são membros da Igreja.8
Certa vez, ouvi uma jovem de 17
anos em uma ilha distante no Taiti
que era membro da 7ª geração de
membros. Ela prestou homenagem
a seus antepassados que haviam sido
convertidos em 1845 em Tubuai, dois
anos antes de os primeiros membros
da Igreja chegarem ao Vale do Lago
Salgado.9
Nossa doutrina é clara de que
haverá um tempo determinado para
que todas as pessoas recebam e res-
pondam à mensagem do evangelho.
Esses exemplos são apenas uma parte
de uma visão muito maior. O presi-
dente Nelson tem enfatizado conti-
nuamente que a coligação de Israel
é “o maior desafio, a maior causa e o
maior trabalho que está sendo reali-
zado na Terra”.10
Até a Restauração da Igreja de
Jesus Cristo, que incluiu o surgimento
do Livro de Mórmon, a revelação e as
chaves do sacerdócio concedidas ao
profeta Joseph Smith, a compreensão
da coligação de Israel era fragmen-
tada e limitada.11
O nome característico “Israel” foi
o título conferido a Jacó.12 Ele pas-
sou a representar a posteridade de
Abraão por meio de Isaque e Jacó. A
promessa e o convênio originais com
o pai Abraão estão estabelecidos em
Abraão 2:9–10, que diz em parte:
“E farei de ti uma grande nação
(…); e [abençoarei todas as nações]
por meio de teu nome; pois todos os
que receberem este Evangelho serão
chamados segundo o teu nome, e con-
tados como tua semente; e levantar-­
se-­ão e abençoar-­te-­ão como seu pai”.
Durante o Conselho no Céu na
existência pré-­mortal, o plano de salva-
ção foi debatido e apoiado. Ele incluía
certas leis e ordenanças do sacerdócio
que foram instituídas antes da funda-
ção do mundo e tinham como base a
coligação.13 Também incluía o princí-
pio fundamental do arbítrio.
MAIO DE 2023 21
 Após vários séculos como um povo
poderoso, incluindo os reinos de Saul,
Davi e Salomão, Israel foi dividida.
A tribo de Judá e parte da tribo de
Benjamim se tornaram o reino de
Judá. O restante, identificadas como
as dez tribos, tornou-se o reino de
Israel.14 Após 200 anos de existência
separada, a primeira dispersão de
Israel ocorreu em 721 a.C., quando as
dez tribos foram levadas cativas pelo
rei da Assíria.15 Mais tarde, elas foram
para os países do norte.16
Em 600 a.C., no início do Livro de
Mórmon, o patriarca Leí conduziu
uma colônia de israelitas até as Amé-
ricas. Leí compreendia a dispersão de
Israel da qual fazia parte. Ele é citado
por Néfi como tendo dito que a casa
de Israel “[seria comparada] à oliveira
cujos ramos seriam arrancados e espa-
lhados pela face da Terra”.17
No assim chamado Novo Mundo,
a história dos nefitas e lamanitas,
conforme lemos no Livro de Mórmon,
termina aproximadamente em 400
d.C. Os descendentes do patriarca
Leí estão espalhados por todas as
Américas.18
Isso é claramente descrito por Mór-
mon em 3 Néfi 5:20, que diz: “Eu sou
Mórmon, descendente direto de Leí.
Tenho motivos para bendizer meu
Deus e meu Salvador Jesus Cristo,
que trouxe nossos pais da terra de
Jerusalém”.19
Sem dúvida, o ponto culminante
da história cronológica de Israel é o
nascimento, a mensagem, o ministério
e a missão de nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo.20
Depois da morte e da Ressurreição
do Salvador, que moldaram a eterni-
dade, uma segunda conhecida disper-
são de Judá ocorreu entre 70 d.C. e
135 d.C., quando, devido à opressão e
perseguição romanas, os judeus foram
22 SESSÃO DA MANHÃ DE SÁBADO
dispersos por todo o mundo conhe-
cido da época.
O presidente Nelson ensinou:
“O Livro de Mórmon veio à luz como
sinal de que o Senhor começara a
coligar os filhos do convênio”.21 Assim,
o Livro de Mórmon, traduzido pelo
profeta Joseph Smith pelo dom e
poder de Deus, é dirigido aos descen-
dentes de Leí, à Israel dispersa e aos
gentios que são adotados nas tribos
de Israel. No cabeçalho de 1 Néfi 22,
lemos: “Israel será disperso sobre toda
a face da Terra — Os gentios cuida-
rão de Israel e alimentá-­lo-­ão com o
evangelho nos últimos dias”. A página
de título do Livro de Mórmon declara
que um dos propósitos do livro é
“convencer os judeus e os gentios de
que Jesus é o Cristo”. Com a Restaura-
ção e o Livro de Mórmon, o conceito
de coligar Israel foi grandemente
ampliado.22
Aqueles que aceitam o evangelho
de Jesus Cristo, independentemente
de sua linhagem, tornam-­se parte da
Israel coligada.23 Com essa coligação e
os numerosos templos construídos e
anunciados, estamos em uma posição
Madagascar
única para coligar Israel em ambos os
lados do véu como nunca antes sob o
plano do Pai.
O presidente Spencer W. Kimball,
falando sobre a coligação literal de
Israel, declarou: “A coligação de Israel
consiste em unir a igreja verdadeira
e trazer-­lhe conhecimento do Deus
verdadeiro. (…) Portanto, toda pessoa
que aceita o evangelho restaurado e
procura adorar o Senhor em seu pró-
prio idioma e com os santos do país
em que vive, cumpre a lei da coliga-
ção de Israel e é herdeira de todas as
bênçãos prometidas aos santos nestes
últimos dias”.24
“A coligação de Israel agora envolve
conversão.”25
Numa perspectiva clara, os mem-
bros de A Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias têm o grande
privilégio de amar, compartilhar,
convidar e ajudar a coligar Israel
para receber a plenitude das bênçãos
do convênio do Senhor. Isso inclui
africanos e europeus, sul e norte-­
americanos, asiáticos, australianos
e os que estão nas ilhas do mar. “A
voz do Senhor dirige-­se a todos os

Irlanda do Norte
homens.”26 “Essa coligação continuará
até que os justos sejam reunidos nas
congregações dos santos nas nações
do mundo.”27
Ninguém abordou mais direta-
mente a coligação do que o presi-
dente Russell M. Nelson: “Sempre que
vocês fazem alguma coisa para ajudar
alguém — nos dois lados do véu — a
fazer os convênios fundamentais com
Deus e receber as ordenanças essen-
ciais de batismo e do templo, vocês
estão ajudando na coligação de Israel.
É simples assim”.28
Onde está a Igreja neste momento?
Nos 62 anos desde que comecei a ser-
vir missão em 1960, o número de mis-
sionários de tempo integral servindo
sob o chamado do profeta aumentou
de 7.683 para 62.544. O número de
missões aumentou de 58 para 411. O
número de membros aumentou de
aproximadamente 1,7 milhão para
aproximadamente 17 milhões.
A pandemia da Covid-­19 afetou
temporariamente algumas de nossas
oportunidades de compartilhar o
evangelho. Também forneceu expe-
riência no uso de novas tecnologias,
o que aumentará muito a coligação.
Somos gratos pelos membros e pelos
missionários estarem agora expan-
dindo seus esforços para coligar a
Israel dispersa. O crescimento con-
tinua em todos os lugares, especial-
mente na América do Sul e na África.
Também somos gratos por tantas
pessoas em todo o mundo terem
respondido ao poderoso convite do
presidente Nelson para intensificar
o serviço missionário. No entanto,
nosso compromisso de amar, com-
partilhar e convidar pode ser grande-
mente ampliado.
Uma parte essencial desse trabalho
missionário é que cada membro se
torne como um farol29 onde quer que
more.30 Não podemos ficar camu-
flados. Nosso exemplo cristão de
bondade, retidão, felicidade e amor
sincero por todos os povos pode criar
não apenas um farol orientador para
eles, mas também um entendimento
de que há um porto seguro nas orde-
nanças de salvação e exaltação do
evangelho restaurado de Jesus Cristo.
Rogo que entendam que há bên-
çãos extraordinárias em compartilhar
o evangelho de Jesus Cristo. As
escrituras falam da alegria e paz, do
perdão dos pecados, da proteção
contra as tentações e do poder sus-
tentador de Deus.31 Pensando no que
vem depois desta vida mortal, esta-
remos preparados para compartilhar
o evangelho com aqueles “que estão
nas trevas e sob a servidão do pecado
no grande mundo dos espíritos dos
mortos”.32
Minha oração específica hoje é
que cada criança, rapaz, moça, famí-
lia, quórum, Sociedade de Socorro
e classe examine como aceitamos
individual e coletivamente conselhos
muito poderosos para ajudar a coligar
Israel, os quais foram transmitidos
pelo Senhor e por nosso amado
profeta.
Nós respeitamos o arbítrio. Neste
mundo secular, muitos não vão aten-
der ao chamado nem participar da
coligação de Israel. Mas muitos vão,
e o Senhor espera que aqueles que
receberam Seu evangelho se esforcem
urgentemente para ser como um farol
que ajudará outras pessoas a se ache-
garem a Deus, o que permite que nos-
sos irmãos e irmãs em todo o mundo
desfrutem das bênçãos e ordenanças
sublimes do evangelho restaurado de
Jesus Cristo e sejam reunidos em segu-
rança no lar celestial.
Presto meu firme e seguro teste-
munho apostólico da divindade de
Jesus Cristo e do plano de nosso Pai
Celestial para nós, em nome de Jesus
Cristo, amém. ◼
NOTAS
1. Ver Russell M. Nelson, “Mensagem de
boas-­vindas”, Liahona, maio de 2021, p. 6.
2. Ver Doutrina e Convênios 20:37.
3. Ver 2 Néfi 26:33.
4. Doutrina e Convênios 1:1. Em Doutrina e
Convênios 1:4, o Senhor continua: “E a voz
de advertência irá a todos os povos pela
boca de meus discípulos, que escolhi nestes
últimos dias”.
MAIO DE 2023 23

5. Doutrina e Convênios 110:11.
6. Em 1851, havia um total de 52.165 membros
da Igreja. De acordo com os registros da
Igreja e o “Censo Religioso de 1851”, na
Inglaterra e no País de Gales, havia mais de
28 mil membros nesses locais (ver Robert L.
Lively Jr., “Some Sociological Reflections on
the Nineteenth-­Century British Mission”,
em Mormons in Early Victorian Britain, ed.
por Richard L. Jensen e Malcolm R. Thorp,
1989, pp. 19–20).
7. Ver Santos: A História da Igreja de Jesus Cristo
nos Últimos Dias, vol. 1, O Estandarte da
Verdade, 1815–1846, 2018, pp. 493–494, 514,
573.
8. Tonga: 45 por cento; Samoa: 31 por cento;
Samoa Americana: 22,5 por cento e
Polinésia Francesa: 7 por cento.
9. Ver Santos, pp. 571–573.
10. Russell M. Nelson, “Juventude da
promessa”, Devocional Mundial para os
Jovens, 3 de junho de 2018, HopeofIsrael.
ChurchofJesusChrist.org.
11. Essa doutrina única e poderosa está contida
no Livro de Mórmon e, resumidamente,
na décima regra de fé, que começa assim:
“Cremos na coligação literal de Israel e na
restauração das Dez Tribos”(ver James E.
Talmage, Regras de Fé, 12ª ed., 1924, pp.
314–344).
12. Conforme lemos no registro de escritura
em Gênesis 32:28, “não se chamará mais
o teu nome Jacó, mas Israel, pois como
príncipe lutaste com Deus, e com os
homens”.
13. Ver Joseph Smith, em “History, 1838–1856,
volume D-­1”, 1572, josephsmithpapers.org;
24 SESSÃO DA MANHÃ DE SÁBADO
ver também Joseph Smith, “Discourse,
11 June 1843–A, as Reported by Wilford
Woodruff”, pp. 42–43, josephsmithpapers.
org; Joseph Smith, “Discourse, 11 June
1843–A, as Reported by Willard Richards”,
p. 241, josephsmithpapers.org.
14. Ver Bible Dictionary, “Israel, Kingdom
of”; James E. Talmage, Regras de Fé, p. 287.
Roboão e seus súditos eram conhecidos
como o reino de Judá e estavam localizados
na parte sul da Israel moderna.
15. Ver 2 Reis 17:23.
16. Ver Doutrina e Convênios 133:26; ver
também Doutrina e Convênios 110:11.
17. 1 Néfi 10:12. Amon disse mais tarde: “Sim,
bendito é o nome de meu Deus que se
lembrou deste povo, que é um ramo da
árvore de Israel e que se havia perdido de seu
tronco numa terra estranha” (Alma 26:36).
18. O presidente Spencer W. Kimball, falando
sobre a Israel lamanita, ensinou que Sião
é todas as Américas. Ele disse: “Estamos
em Israel e estamos sendo reunidos” (The
Teachings of Spencer W. Kimball, ed. por
Edward L. Kimball, 1982, p. 439).
19. Quando o patriarca Leí foi instruído a
reunir sua família e partir para o deserto, ao
menos parte do motivo foi que Jerusalém
seria destruída (ver 1 Néfi 2). A destruição
do templo de Salomão, a queda de
Jerusalém e o cativeiro da tribo de Judá
ocorreram por volta de 586 a.C.
“Israel foi conquistada por volta de
720 AEC, e suas dez tribos foram levadas
ao exílio. (…) [Em Jerusalém,] o Templo de
Salomão suportou vários ataques de poderes
estrangeiros antes de finalmente, em 586 AEC,
ser totalmente destruído pelo exército de
Nabucodonosor, o rei da Babilônia” (David B.
Green, “The History of the Jewish Temple
in Jerusalem”, Haaretz, 11 de agosto de 2014,
haaretz.com/jewish/.premium-­history-­of-­the-­
temple-­in-­jerusalem-­1.5256337). Ver também
2 Reis 25:8–9.
20. Ver Tad R. Callister, Expiação Infinita, 2000.
21. Russell M. Nelson, “Filhos do convênio”,
A Liahona, julho de 1995, p. 33; ver também
Convênios, A Liahona, novembro de 2011,
p. 86.
22. Ver Russell M. Nelson, in R. Scott Lloyd,
“Seminar for New Mission Presidents: ‘Swift
Messengers’ to Scattered Israel”, Church
News, 13 de julho de 2013, thechurchnews.
com. O presidente Nelson declarou
que a coligação “não é uma questão de
localização física, mas de compromisso
individual. As pessoas podem ser levadas
ao ‘conhecimento do Senhor’ (3 Néfi 20:13)
sem saírem de sua terra natal” (“A coligação
da Israel dispersa”, A Liahona, novembro de
2006, p. 81). Ver também 3 Néfi 21:1–7.
23. Nossa doutrina é clara: O Senhor dispersou
as 12 tribos de Israel em virtude de sua
iniquidade e rebeldia. Entretanto, o Senhor
também usou essa dispersão de Seu povo
escolhido entre as nações do mundo para
abençoar essas nações. (Ver Guia para
Estudo das Escrituras, “Israel”, scriptures.
Churchofjesuschrist.org.)
24. Spencer W. Kimball, The Teachings of Spencer
W. Kimball, p. 439.
25. Resumo do cabeçalho em Spencer W.
Kimball, The Teachings of Spencer W. Kimball,
p. 438. Ver também “Todos são iguais perante
Deus”, ed. por E. Dale Le Baron, 1990, uma
coletânea de 23 histórias de conversão de
negros africanos santos dos últimos dias.
A irmã Julia N. Mavimbela disse que, antes
de se filiar à Igreja e conhecer a palavra
Israel, ela “jogaria o livro de lado e diria: ‘É
para os brancos, não é para nós. Nós não
somos escolhidos.’ Hoje sei que pertenço
a uma família real se viver em retidão. Sou
israelita e, quando estava fazendo minhas
ordenanças no templo, tive o sentimento
de que estamos todos na Terra como uma
família” (em “All Are Alike unto God”, p. 151).
26. Doutrina e Convênios 1:2.
27. Spencer W. Kimball, The Teachings of
Spencer W. Kimball, p. 438.
28. Russell M. Nelson, “Juventude da
promessa”.
29. O apóstolo Paulo aconselhou seu jovem
amigo Timóteo a ser “o exemplo dos fiéis”
(1 Timóteo 4:12).
30. Ver 3 Néfi 18:24.
31. Ver Mosias 18:8–13; 3 Néfi 18:25; Doutrina
e Convênios 18:10–16; 31:5; 62:3.
32. Doutrina e Convênios 138:57.
 Élder Allen D. Haynie
Dos setenta

Um profeta vivo
a verdade a Seus filhos por meio de
um profeta, alguém que nunca bus-
cou um chamado tão sagrado e que

para os últimos dias

não precisa de nossa ajuda para estar
ciente de suas próprias imperfeições.5
Um profeta é alguém que Deus pre-
parou, chamou, corrigiu, inspirou,
repreendeu, santificou e amparou
pessoalmente.6 É por isso que nunca
O Pai Celestial escolheu o padrão de revelar a estamos em risco espiritual ao seguir

verdade a Seus filhos por meio de um profeta. o conselho profético.

Quer gostemos ou não, todos nós
fomos escolhidos de alguma forma
na vida pré-­mortal para nascer nestes
últimos dias. Há duas realidades asso-
Quando eu era menino, adorava às vezes leva apenas um momento ciadas aos últimos dias. A primeira
o sábado porque tudo o que fazia para que saibamos.1 realidade é que a Igreja de Cristo será
naquele dia parecia ser uma aventura. Saber por revelação que há um pro- restabelecida na Terra. A segunda
Mas, não importava o que eu fizesse, feta vivo na Terra muda tudo.2 Isso faz realidade é que as coisas vão ficar
sempre iniciava pela coisa mais impor- com que alguém não se interesse em realmente desafiadoras. As escrituras
tante de todas: assistir a desenhos questionar se um profeta está falando revelam que, nos últimos dias, haverá
animados na televisão. Numa daquelas como profeta nem se justifique em “grande chuva de pedras para des-
manhãs de sábado, enquanto eu estava rejeitar seletivamente o conselho truir as colheitas da Terra”,7 pragas,8
na frente da televisão, mudando os profético.3 Tal conhecimento revelado “guerras e rumores de guerras e toda
canais, descobri que o desenho ani- convida a pessoa a confiar no conse- a Terra estará em comoção (…) e a
mado que eu esperava encontrar tinha lho de um profeta vivo mesmo que iniquidade será abundante”.9
sido substituído por uma transmissão não o compreenda completamente.4 Quando eu era criança, aquelas
da conferência geral de A Igreja de Afinal, um Pai Celestial perfeito e profecias dos últimos dias me assus-
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos amoroso escolheu o padrão de revelar tavam e me fizeram orar para que
Dias. Enquanto olhava para a televisão
e lamentava por não haver desenhos
animados, vi um homem de cabelos
brancos, de terno e gravata, sentado
em uma bela cadeira.
Havia algo diferente nele, então
perguntei ao meu irmão mais velho:
“Quem é esse?”
Ele respondeu: “Esse é o presidente
David O. McKay; ele é um profeta”.
Lembro-­me de sentir algo especial
e, de alguma forma, saber que ele era
um profeta. Então, como eu era um
menino que adorava desenhos anima-
dos, mudei de canal. Contudo, nunca
esqueci o que senti durante aquele
breve e inesperado momento de reve-
lação. Quando se trata de um profeta,

MAIO DE 2023 25

Argentina
a Segunda Vinda não acontecesse
durante minha vida — e devo acres-
centar que tenho tido sucesso nisso
até agora. Mas hoje oro pelo contrário,
mesmo que os desafios profetizados
sejam uma certeza,10 pois, quando
Cristo voltar para reinar, todas as Suas
criações “[deitarão] em segurança”.11
Certas condições atuais do mundo
têm causado pânico em algumas
pessoas. Como filhos do convênio de
Deus, não precisamos correr atrás de
uma coisa ou outra para saber como
viver nestes tempos difíceis. Não
precisamos temer.12 A doutrina e os
princípios que devemos seguir para
sobreviver espiritualmente e perseve-
rar fisicamente se encontram nas pala-
vras de um profeta vivo.13 É por isso
que o presidente M. Russell Ballard
declarou que “é algo grandioso (…)
termos um profeta de Deus em nosso
meio”.14
O presidente Russell M. Nelson
testificou que “o padrão há muito
estabelecido por Deus de ensinar Seus
filhos por meio de profetas nos garante
que Ele vai abençoar cada profeta e
que Ele vai abençoar todos os que
derem ouvidos aos conselhos proféti-
cos”.15 Portanto, a chave é seguir o pro-
feta vivo.16 Irmãos e irmãs, ao contrário
das histórias em quadrinhos antigas e
dos carros clássicos, os ensinamentos
proféticos não se tornam mais valiosos
26 SESSÃO DA MANHÃ DE SÁBADO
com o tempo. É por isso que não
devemos procurar usar as palavras
dos profetas anteriores para rejeitar os
ensinamentos dos profetas vivos.17
Adoro as parábolas usadas por
Jesus Cristo para ensinar princípios do
evangelho. Gostaria de compartilhar
com vocês nesta manhã uma espécie
de parábola da vida real.
Certo dia, entrei no refeitório da
sede da Igreja para almoçar. Depois de
pegar uma bandeja com meu almoço,
entrei e notei uma mesa à qual esta-
vam sentados os três membros da Pri-
meira Presidência, junto a uma cadeira
vazia. Minhas inseguranças me fizeram
desviar rapidamente daquela mesa, e
então ouvi a voz de nosso profeta, o
presidente Russell M. Nelson, dizendo:
“Allen, há uma cadeira vazia bem aqui.
Venha sentar-­se conosco”. E assim eu
o fiz.
Ao final da refeição, fiquei surpreso
ao ouvir um barulho alto de algo
sendo esmagado e, quando ergui os
olhos, vi que o presidente Nelson
havia colocado sua garrafa plástica de
água em pé, achatado-­a e recolocado
a tampa.
O presidente Dallin H. Oaks então
fez a pergunta que eu queria fazer:
“Presidente Nelson, por que você
achatou sua garrafa plástica de água?”
Ele respondeu: “Isso ajuda quem
está lidando com materiais recicláveis,
porque não ocupa tanto espaço no
contêiner de reciclagem”.
Enquanto ponderava sobre essa
resposta, ouvi novamente o mesmo
som de algo sendo esmagado. Olhei
para a minha direita, e o presidente
Oaks havia achatado sua garrafa
plástica de água como o presidente
Nelson tinha feito. Então ouvi um
barulho à minha esquerda, e o presi-
dente Henry B. Eyring estava acha-
tando sua garrafa plástica de água,
embora tivesse adotado uma estraté-
gia diferente, fazendo isso enquanto
a garrafa estava na horizontal, o que
exigia mais esforço do que com a
garrafa em pé. Percebendo isso, o pre-
sidente Nelson gentilmente mostrou
a ele a técnica de colocar a garrafa em
pé para achatá-­la com mais facilidade.
Nesse ponto, inclinei-­me para o
presidente Oaks e perguntei baixi-
nho: “Achatar a garrafa plástica de
água é um novo requisito de recicla-
gem do refeitório?”
O presidente Oaks respondeu com
um sorriso no rosto: “Bem, Allen,
precisamos seguir o profeta”.
Tenho certeza de que o presidente
Nelson não estava declarando alguma
nova doutrina com base na reciclagem
no refeitório aquele dia. Mas podemos
aprender com a resposta imediata18
do presidente Oaks e do presidente
Eyring diante do exemplo do presi-
dente Nelson e também aprendemos
com a atenção do profeta ao ajudar a
lhes ensinar um modo melhor.19
Há alguns anos, o élder Neal A.
Maxwell compartilhou algumas
observações e conselhos que são
profeticamente relevantes em relação
aos nossos dias:
“Nos próximos meses e anos, os
acontecimentos provavelmente exi-
girão que cada membro decida se
seguirá ou não a Primeira Presidência.
Os membros acharão mais difícil ficar
entre dois pensamentos. (…)
Deixemos um registro para que as
escolhas sejam claras, permitindo que
outras pessoas decidam como agir
diante do conselho profético. (…)
Jesus disse que, quando as figueiras
lançam suas folhas, ‘está próximo o
verão’. Assim avisados de que o verão
está chegando, não vamos então
reclamar do calor!”20
A nova geração está crescendo em
uma época em que há mais folhas de
figueira e mais calor. Essa realidade
impõe uma responsabilidade maior
à geração adulta, principalmente no
que se refere a seguir os conselhos
proféticos. Quando os pais ignoram o
conselho do profeta vivo, não apenas
perdem as bênçãos prometidas para
si mesmos, porém, ainda mais tragica-
mente, ensinam a seus filhos que o que
um profeta diz é insignificante ou que
o conselho profético pode ser esco-
lhido sem se preocupar com a desnu-
trição espiritual que resultaria disso.
O élder Richard L. Evans observou
certa vez: “Há pais que se enganam
achando que podem relaxar um
pouco em sua conduta e fidelidade,
(…) que podem descuidar um pouco
Nova Zelândia
das questões fundamentais sem que
isso afete sua família ou o futuro dela.
Mas, se um pai ou mãe sair um pouco
do rumo, os filhos terão a tendência
de extrapolar o exemplo dos pais”.21
Como uma geração que tem o
encargo sagrado de preparar a nova
geração para seu papel profetizado
nos últimos dias,22 papel esse que deve
ser cumprido em uma época em que
a influência do adversário está em seu
auge,23 não podemos ser uma fonte
de confusão sobre a importância de
seguir o conselho profético. É esse
mesmo conselho que permitirá à nova
geração ver “o inimigo enquanto ainda
[está] distante; e então [eles poderão
se preparar]” para resistir ao ataque
do inimigo.24 Nossos desvios aparen-
temente pequenos, nossa negligência
silenciosa ou as críticas sussurradas em
resposta ao conselho profético podem
resultar em andarmos perigosamente
apenas perto da beira do caminho do
convênio; mas, quando engrandecidas
pelo adversário na vida da nova gera-
ção, tais ações podem influenciá-­los a
abandonar completamente esse cami-
nho. Tal resultado é um preço muito
alto para uma geração.25
Alguns de vocês podem sentir
que falharam em seus esforços para
seguir o conselho do presidente
Russell M. Nelson. Se for esse o caso,
arrependam-­se; comecem nova-
mente a seguir o conselho do profeta
escolhido de Deus. Deixem de lado
a distração dos desenhos infantis
e confiem no ungido do Senhor.
Alegrem-­se porque, mais uma vez,
“há profeta em Israel”.26
Mesmo que não tenham certeza,
testifico que podemos suportar o
calor dos últimos dias e até prosperar
neles. Somos os santos dos últimos
dias, e estes são grandes dias. Está-
vamos ansiosos para vir à Terra neste
momento, confiantes de que não
seríamos deixados para tropeçar
quando confrontados pelas névoas
cada vez mais escuras e mais confusas
do adversário,27 mas, sim, recebería-
mos conselho e orientação daquele
que está autorizado a dizer a nós e ao
mundo inteiro: “Assim diz o Senhor
Deus”.28 No nome sagrado do profeta
que Deus levantou, o Santo de Israel,29
sim, Jesus Cristo, amém. ◼
NOTAS
1. O presidente Russell M. Nelson recente-
mente convidou os alunos da Universidade
Brigham Young a ter a mesma experiência
pessoal de revelação: “Perguntem a seu Pai
Celestial se realmente somos os apóstolos e
profetas do Senhor. Perguntem se recebe-
mos revelação sobre este e outros assuntos”
(“The Love and Laws of God”, devocional
da Universidade Brigham Young, 17 de
setembro de 2019, speeches.byu.edu). Ver
também Neil L. Andersen, “O profeta de
Deus”, Liahona, maio de 2018, p. 26–27:
“Como santos dos últimos dias, temos o pri-
vilégio de receber um testemunho pessoal
de que o chamado do presidente Nelson
vem de Deus”. A história da conversão de
Alma ao ouvir o profeta Abinádi fornece
mais evidências de que a revelação a
respeito de um profeta está disponível para
todos nós (ver Mosias 13:5; 17:2).
2. “Ou temos um profeta ou não temos
nada; e, tendo um profeta, temos tudo”
(Gordon B. Hinckley, “Graças damos, ó
Deus, por um profeta”, A Liahona, outubro
de 1992, p. 4).
MAIO DE 2023 27
 3. “E eles começaram a perder a crença no
espírito de profecia e no espírito de revela-
ção; e defrontaram-­se com os julgamentos
de Deus” (Helamã 4:23; ver também Dou-
trina e Convênios 11:25). “Cantamos com
frequência: ‘Graças damos, ó Deus, por um
profeta que nos guia no tempo atual’. (…)
Há muitas pessoas que (…) acrescentam
palavras e dizem: ‘Desde que suas palavras
correspondam a nossos desejos no final’”
(Ensinamentos dos Presidentes da Igreja:
Heber J. Grant, 2002, p. 80).
4. “Algumas vezes recebemos conselhos que
não compreendemos ou que parecem não se
aplicar a nós, mesmo depois de meditarmos
e orarmos fervorosamente. Não os rejeitem,
mas mantenham esses conselhos na mente
e no coração. Se alguém de confiança lhes
entregasse um pacote que parecesse conter
apenas areia e lhes fizesse a promessa de
que havia ouro misturado, vocês sabiamente
ficariam algum tempo com o pacote na mão
e o balançariam delicadamente. Todas as
vezes que fiz isso em relação ao conselho
de um profeta, depois de algum tempo, os Espanha
grãos de ouro começaram a aparecer e eu
me senti grato” (Henry B. Eyring, “Segu-
rança nos conselhos”, A Liahona, junho de “Nenhum homem pode ser mais feliz do (M. Russell Ballard, “Deus está ao leme”,
2008, p. 7; ver também 3 Néfi 1:13; Doutrina que ao obedecer ao conselho do profeta A Liahona, novembro de 2015, p. 24).
e Convênios 1:14). vivo” (The Teachings of Lorenzo Snow, ed. por 20. Neal A. Maxwell, “A More Determined
5. Ver 2 Néfi 4:17–18. “Não me condeneis, Clyde J. Williams, 1996, p. 86). Discipleship”, Ensign, fevereiro de 1979,
em virtude de minha imperfeição, nem 16. “Fiquem de olho naqueles que presidem pp. 69, 70.
a meu pai, por causa de sua imperfeição, a Igreja hoje, ou amanhã, e moldem sua 21. Richard L. Evans, “Foundations of a Happy
(…) mas dai graças a Deus por ele vos ter vida de acordo com eles em vez de ficar Home”, em Conference Report, outubro de
manifestado nossas imperfeições, para pensando em como os antigos profetas 1964, pp. 135–136.
que aprendais a ser mais sábios do que nós podem ter parecido, pensado ou falado” 22. Ver Doutrina e Convênios 123:11; ver
fomos” (Mórmon 9:31). (The Teachings of Harold B. Lee, 1996, p. 525). também Robert D. Hales, “Nosso dever
6. Ver Doutrina e Convênios 3:6–8; ver 17. O presidente Spencer W. Kimball observou para com Deus: A missão dos pais e líderes
também Doutrina e Convênios 93:47. certa vez que “aqueles que adornam os para com a nova geração”, A Liahona, maio
7. Doutrina e Convênios 29:16. sepulcros dos profetas mortos começam de 2010, p. 95.
8. Ver Doutrina e Convênios 84:97; ver agora apedrejando os vivos” (The Teachings 23. Ver Doutrina e Convênios 52:14.
também Doutrina e Convênios 87:6. of Spencer W. Kimball, ed. por Edward L. 24. Doutrina e Convênios 101:54.
9. Doutrina e Convênios 45:26, 27. Kimball, 1982, p. 462). “As palavras mais 25. Ver Mosias 26:1–4.
10. Ver Doutrina e Convênios 1:38. importantes que podemos ouvir, ponderar 26. 2 Reis 5:8.
11. Oseias 2:18. “Pois revelar-­me-­ei do céu a respeito e seguir são aquelas reveladas 27. “Dareis ouvidos a todas as palavras e
com poder e grande glória, com todas as por meio de nosso profeta vivo” (Ronald A. mandamentos que ele vos transmitir à
suas hostes, e em retidão habitarei com os Rasband, “As coisas de minha alma”, medida que ele os receber, (…) [porque],
homens na Terra por mil anos; e os iníquos Liahona, novembro de 2021, p. 40). assim fazendo, (…) o Senhor Deus afastará
não permanecerão” (Doutrina e Convênios 18. “Quando ouvimos o conselho do Senhor de vós os poderes das trevas e fará tremerem
29:11). expresso por meio das palavras do os céus para o vosso bem e para a glória de
12. Ver 1 Néfi 22:16–17; ver também Doutrina presidente da Igreja, nossa reação deve ser seu nome” (Doutrina e Convênios 21:4, 6).
e Convênios 59:23. positiva e imediata” (M. Russell Ballard, “Homem algum que seguiu os ensinamentos
13. “Pois eis que rejeitaram as palavras “Suas palavras recebereis”, A Liahona, julho ou acatou o conselho ou recomendação
dos profetas. Portanto, se meu pai de 2001, p. 80). daquele que atua como o representante do
permanecesse na terra depois de haver 19. “A Igreja de Jesus Cristo sempre foi liderada Senhor jamais se perdeu” (Doutrinas de Salva-
recebido ordem de fugir, eis que pereceria por profetas e apóstolos vivos. Embora ção: Sermões e Escritos de Joseph Fielding Smith,
também” (1 Néfi 3:18; ver também 2 Néfi mortais e sujeitos às imperfeições humanas, ed. por Bruce R. McConkie, 1998, p. 243).
26:3; Doutrina e Convênios 90:5). os servos do Senhor são inspirados a nos 28. Ezequiel 3:27. “Pois suas palavras recebereis
14. M. Russell Ballard, “Suas palavras ajudar a evitar os obstáculos que ameaçam como de minha própria boca, com toda
recebereis”, A Liahona, julho de 2001, p. 65. nossa vida espiritual e também a passar em paciência e fé” (Doutrina e Convênios 21:5).
15. Russell M. Nelson, “Pedir, buscar, bater”, segurança pela mortalidade em direção 29. Ver 1 Néfi 22:20–21; ver também 3 Néfi
A Liahona, novembro de 2009, p. 82. ao nosso último destino, o celestial” 20:23.

28 SESSÃO DA MANHÃ DE SÁBADO

 Presidente Henry B. Eyring
Segundo conselheiro na Primeira Presidência

Encontrar paz pessoal

Jesus respondeu, e disse-­lhe: Se
alguém me ama, guardará a minha
palavra, e meu Pai o amará, e viremos
para ele, e faremos nele morada.
Quem não me ama não guarda
as minhas palavras; e a palavra que
Oro para que encontrem paz, ajudem outras ouvistes não é minha, mas do Pai que

pessoas a encontrá-­la e passem-na adiante. me enviou.

Tenho-­vos dito essas coisas,
estando ainda convosco.
Mas aquele Consolador, o Espírito
Santo, que o Pai enviará em meu
Queridos irmãos e irmãs, fomos aben- o vê nem o conhece; mas vós o conhe- nome, esse vos ensinará todas as coi-
çoados pelos ensinamentos inspirados ceis, porque habita convosco, e estará sas, e vos fará lembrar de tudo quanto
e pela bela música que nos tocou em vós. vos tenho dito.
nesta sessão de abertura da conferên- Não vos deixarei órfãos; voltarei Deixo-­vos a paz, a minha paz vos
cia geral. Agradecemos por sua parti- para vós. dou; não vô-­la dou como o mundo a
cipação e por sua fé. Ainda um pouco, e o mundo não dá. Não se turbe o vosso coração, nem
Hoje vou falar a respeito do que me verá mais, porém vós me vereis; se atemorize”.2
aprendi sobre o milagre de encontrar porque eu vivo, e vós vivereis. Aprendi pelo menos cinco verda-
paz pessoal, sejam quais forem nos- Naquele dia sabereis que estou em des nesse ensinamento do Salvador.
sas circunstâncias. O Salvador sabe meu Pai, e vós em mim, e eu em vós. Primeiro, o dom da paz é dado
que todos os filhos do Pai Celestial Aquele que tem os meus man- depois que exercemos fé para guardar
anseiam por paz, e Ele disse que nos damentos e os guarda, esse é o que Seus mandamentos. Aqueles que são
daria paz. Lembrem-­se das palavras me ama; e aquele que me ama será membros do convênio da Igreja do
de Jesus Cristo registradas no livro amado de meu Pai, e eu o amarei, e Senhor já prometeram ser obedientes.
de João: “Deixo-­vos a paz, a minha me manifestarei a ele. Segundo, o Espírito Santo virá
paz vos dou; não vô-­la dou como o Disse-­lhe Judas (não o Iscariotes): e permanecerá conosco. O Senhor
mundo a dá. Não se turbe o vosso Senhor, de onde vem que te hás de diz que, ao permanecermos fiéis, o
coração, nem se atemorize”.1 manifestar a nós, e não ao mundo? Espírito Santo habitará em nós. Essa
O que Ele quer dizer com paz e
como Ele pode dá-­la nos é revelado
pelas circunstâncias daqueles que
O ouviram proferir essas palavras.
Ouçam o relato de João a respeito da
conclusão do ministério de Cristo.
Terríveis forças do mal estavam
caindo sobre Ele e logo viriam sobre
Seus discípulos.
Estas são as palavras do Salvador:
“Se me amais, guardai os meus
mandamentos.
E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará
outro Consolador, para que fique
convosco para sempre:
O Espírito de verdade, que o
mundo não pode receber, porque não
Colômbia

MAIO DE 2023 29
Polônia

é a promessa na oração sacramental vocês amam, encontrem paz. Ele não e verdade em cada filho de Deus que
— que o Espírito será nosso compa- gosta disso. Ele trabalha para impedir chega à mortalidade.
nheiro e que sentiremos Seu consolo até mesmo que vocês queiram encon- Nosso otimismo pela paz pessoal
em nosso coração e em nossa mente. trar a paz que o Salvador e nosso Pai para essas crianças repousa naqueles
Terceiro, o Salvador promete que, Celestial desejam que vocês tenham. que cuidam delas. Se aqueles que as
ao guardarmos nossos convênios, Os esforços de Satanás para semear educam e as servem se esforçam para
podemos sentir o amor do Pai e do ódio e discórdia ao nosso redor pare- receber o dom da paz do Salvador,
Filho, um pelo outro e por nós. Pode- cem estar crescendo. Vemos evidên- eles, pelo exemplo e esforço pessoal,
mos senti-­Los perto de nós em nossa cias de que isso está acontecendo incentivarão a fé da criança para se
vida mortal, assim como acontecerá entre nações e cidades, em nosso qualificar para o dom celestial da paz.
quando recebermos a bênção de estar bairro, na mídia eletrônica e em todo As escrituras prometem: “Instrui a
com Eles para sempre. o mundo. criança no caminho em que deve andar,
Quarto, guardar os mandamentos Mas ainda há motivo para oti- e até quando envelhecer não se desviará
do Senhor exige mais do que obe- mismo, pois a Luz de Cristo nasce dele”.5 Isso exigirá que a pessoa respon-
diência. Devemos amar a Deus com com cada recém-­nascido. Com esse sável por cuidar dessa criança e nutri-la
todo o nosso coração, poder, mente e dom universal, vem o senso do que seja digna do dom da paz.
alma.3 é certo, um desejo de amar e ser Infelizmente, todos nos entriste-
Aqueles que não O amam não amado. Há um senso inato de justiça cemos quando filhos criados por pais
guardam os mandamentos Dele. Por-
tanto, não terão o dom da paz nesta
vida e no mundo vindouro.
Quinto, está claro que o Senhor nos
amou o suficiente para pagar o preço
de nossos pecados a fim de que possa-
mos — por meio da fé Nele e de nosso
arrependimento, por meio dos efeitos
de Sua Expiação — ter o dom da paz
“que excede todo o entendimento”4
nesta vida e com Ele eternamente.
Alguns de vocês, talvez muitos, não
estão sentindo a paz que o Senhor
prometeu. Vocês podem ter orado por
paz pessoal e consolo espiritual. Ainda
assim, podem sentir que os céus não
ouvem suas súplicas rogando por paz.
Há um inimigo de nossa alma que
não quer que vocês, e aqueles que

30 SESSÃO DA MANHÃ DE SÁBADO

inspirados — às vezes, apenas uma do Senhor na Terra estará preparado e Senhor mude corações e consequen-
mãe ou um pai —, após uma vida de fé pronto para recebê-­Lo com brados de temente que vocês tenham o desejo
e paz, escolhem tomar o caminho do Hosana. Haverá paz na Terra. de oferecer a outros o dom da paz que
sofrimento. Presto testemunho que o Salva- excede todo o entendimento.
Mesmo quando algo triste assim dor vive e que Ele guia esta Igreja. Oro para que encontrem paz,
acontece, meu otimismo repousa em Tenho sentido Seu amor em minha ajudem outras pessoas a encontrá-­la
outro dom do Senhor. É o seguinte: vida e Seu amor e Sua preocupação e passem-na adiante. Haverá mara-
que Ele faz surgir muitos pacificado- por todos os filhos do Pai Celestial. O vilhosos mil anos de paz quando o
res entre Seus discípulos fiéis. Eles convite do Salvador para se achegar a Senhor voltar. Presto testemunho
sentem a paz e o amor de Deus. Eles Ele é uma oferta de paz. disso alegremente, em nome de Jesus
têm o Espírito Santo no coração, e o O presidente Russell M. Nelson é o Cristo, amém. ◼
Senhor pode guiá-­los para auxiliar a profeta vivo de Deus em toda a Terra. NOTAS
ovelha errante. Ele disse: “Asseguro que, a despeito da 1. João 14:27.
2. João 14:15–27.
Já vi isso ao longo de minha vida e situação do mundo e de suas circuns- 3. Ver Deuteronômio 6:5; Mateus 22:37;
pelo mundo. Vocês também já viram. tâncias pessoais, vocês podem encarar Morôni 10:32.
Às vezes, quando vocês estão sendo o futuro com otimismo e alegria”.6 4. Filipenses 4:7.
5. Provérbios 22:6.
conduzidos ao resgate, isso pode Expresso meu amor por vocês. 6. Russell M. Nelson, “Look Forward to the
parecer uma coincidência. Sua grande fé e seu amor estão alcan- Future with Faith”, New Era, junho de 2018,
Certa vez, simplesmente perguntei çando as pessoas e permitindo que o p. 5.
a alguém que conheci durante uma
viagem: “Poderia me falar um pouco
sobre sua família?” A conversa me
levou a pedir para ver uma foto de sua
filha adulta, que ela disse que estava
sofrendo. Fiquei impressionado com a
bondade no rosto daquela menina na
foto. Senti-­me inspirado a perguntar
se poderia anotar o endereço de e-­mail
daquela moça. A filha estava perdida
naquela época e duvidava que Deus
tivesse qualquer mensagem para ela.
Ele tinha. A mensagem era: “O Senhor
ama você. Ele sempre a amou. O
Senhor quer que você volte. As bênçãos
que Ele lhe prometeu a aguardam”.
Membros de toda a Igreja sentem
o dom da paz pessoal do Senhor. Ele
incentiva todos a ajudar outras pes-
soas a se achegarem a Ele e a se qua-
lificarem para sentir essa mesma paz.
Por sua vez, essas pessoas escolherão
buscar inspiração para saber como
passar esse dom para outros.
A nova geração nutrirá a geração
seguinte. O efeito multiplicador
produzirá um milagre. Com o tempo,
ele se espalhará e crescerá, e o reino
Taiti

MAIO DE 2023 31
 Sessão da tarde de sábado | Abril de 2023
Apresentado pelo presidente Dallin H. Oaks
Primeiro conselheiro na Primeira Presidência
Apoio às autoridades
gerais, aos setentas de
área e aos líderes gerais
Irmãos e irmãs, terei o privilégio de
apresentar-­lhes as autoridades gerais,
os setentas de área e os líderes gerais
da Igreja para voto de apoio.
Por gentileza, expressem seu voto
do modo costumeiro onde quer que
estejam. Caso alguém se oponha
a quaisquer dos nomes propostos,
pedimos que entre em contato com
seu presidente de estaca.
É proposto que apoiemos Russell
Marion Nelson como profeta, vidente,
revelador e presidente de A Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias, Dallin Harris Oaks como pri-
meiro conselheiro na Primeira Presi-
dência e Henry Bennion Eyring como
32 SESSÃO DA TARDE DE SÁBADO
segundo conselheiro na Primeira
Presidência.
Os que forem a favor, manifestem-­se.
Se alguém se opuser, manifeste-­se.
É proposto que apoiemos Dallin H.
Oaks como presidente do Quórum
dos Doze Apóstolos e M. Russell Bal-
lard como presidente em exercício do
Quórum dos Doze Apóstolos.
Os que forem a favor, manifestem-­se.
Se alguém se opuser, manifeste-­se.
É proposto que apoiemos como
membros do Quórum dos Doze Após-
tolos: M. Russell Ballard, Jeffrey R.
Holland, Dieter F. Uchtdorf, David A.
Bednar, Quentin L. Cook, D. Todd
Christofferson, Neil L. Andersen,
Ronald A. Rasband, Gary E. Steven-
son, Dale G. Renlund, Gerrit W. Gong
e Ulisses Soares.
Os que forem a favor, manifestem-­se.
Se alguém se opuser, manifeste-­se.
É proposto que apoiemos os con-
selheiros na Primeira Presidência e o
Quórum dos Doze Apóstolos como
profetas, videntes e reveladores.
Os que forem a favor, manifestem-­se.
Se alguém se opuser, manifeste-­se
pelo mesmo sinal.
Os seguintes setentas autoridades
gerais serão desobrigados de sua
designação e receberão a condição
de emérito a partir de 1º de agosto de
2023: os élderes Benjamín De Hoyos,
Juan A. Uceda e Kazuhiko Yamashita.
Os que desejam expressar grati-
dão a esses irmãos e a suas esposas
e familiares por seus anos de ser-
viço dedicado por todo o mundo,
manifestem-­se levantando a mão.
Os seguintes setentas de área
foram desobrigados de suas designa-
ções a partir de hoje: J. Kimo Esplin e
Alan T. Phillips.
Os que quiserem se juntar a nós e
expressar gratidão por seu excelente
serviço, manifestem-­se.
Somos gratos aos demais setentas
de área que concluirão seu serviço
este ano, cujos nomes podem ser
encontrados no site da Igreja.
Os que quiserem se juntar a nós e
expressar gratidão a esses irmãos por
seu serviço abnegado, manifestem-­se.
Entrando em vigor imediatamente,
desobrigamos os irmãos Ahmad S.
Corbitt e Bradley Ray Wilcox, que
serviam como primeiro e segundo
conselheiros na presidência geral dos
Rapazes.
Os que quiserem se juntar a nós e
expressar gratidão a esses irmãos por
seu serviço, manifestem-­se.
Desobrigamos a presidência geral
das Moças, entrando em vigor a partir
de 1º de agosto de 2023: Bonnie H.
Cordon como presidente, Michelle D.
Craig como primeira conselheira e
Rebecca L. Craven como segunda
conselheira.
Os que quiserem se juntar a nós e
expressar gratidão a essas irmãs por
seu dedicado serviço, manifestem-­se.
É proposto que apoiemos os
seguintes irmãos como novos setentas
autoridades gerais: Ahmad S. Corbitt,
Robert M. Daines, J. Kimo Esplin,
Christophe G. Giraud-­Carrier e Alan
T. Phillips.
Os que forem a favor, manifestem-­se.
Os que se opuserem, manifestem-se
pelo mesmo sinal.
 Ressaltamos que 61 novos setentas
de área foram apoiados durante as
reuniões de liderança da conferência
geral na quinta-­feira, 30 de março,
e anunciados no site da Igreja
posteriormente.
Nós os convidamos a apoiar esses
irmãos em suas novas designações.
Os que forem a favor, manifestem-­se.
Se alguém se opuser, manifeste-­se
pelo mesmo sinal.
É proposto que apoiemos como
a nova presidência geral das Moças,
entrando em vigor a partir de 1º de
agosto de 2023: Emily Belle Freeman
como presidente, Tamara Wood
Runia como primeira conselheira
e Andrea Muñoz Spannaus como
segunda conselheira.
Os que forem a favor, manifestem-­se.
Os que se opuserem, manifestem-­se.
É proposto que apoiemos os
seguintes irmãos como conselheiros
na presidência geral dos Rapazes,
entrando em vigor imediatamente:
Bradley Ray Wilcox como primeiro
conselheiro e Michael T. Nelson como
segundo conselheiro.
Os que forem a favor, manifestem-­se.
Se alguém se opuser, manifeste-­se.
É proposto que apoiemos as
demais autoridades gerais, os setentas
de área e os líderes gerais como cons-
tituídos atualmente.
Os que forem a favor, manifestem-­se.
Se alguém se opuser, manifeste-­se.
Obrigado, irmãos e irmãs, por suas
orações e fé contínuas em favor da
liderança da Igreja.
Mudanças nos setentas de área
Os seguintes setentas de área foram
apoiados durante a reunião de treinamento
de liderança realizada como parte da
conferência geral:
Isaías Alcala, John D. Amos, Johnny O.
Baddoo, Victor O. Bassey, Adrian Bettridge,
A. Kaulle Bezerra, Carlos G. Cantero,
Emerson B. Carnavale, Orlando A. Castaños,
Bun Huoch Eng, Hutch U. Fale, Fernando R.
García, Tomás García, C. Alan Gauldin,
Aaron T. Hall, Darwin W. Halvorson, Jed J
Hancock, Henry Herrera, Ndalamba Ilunga,
Samuel M. T. Koivisto, Carlos J. Lantigua,
Esau Lara, Stephen J. Larson, Thabo
Lebethoa, G. Kenneth Lee, Israel Marin,
Wayne E. Maurer, Lee G. McCann II, Robert
Mendenhall, Adrian Mendez, Siyabonga
Mkhize, Javier F. Monestel, Thomas B.
Morgan, Jared V. Ormsby, Z. Rudy Palhua,
Arturo D. Palmieri, Kenneth Pambu, Hugo O.
Panameño, Kevin J. Parks, Paul Picard,
David J. Pickett, Martin Pilka, Irineu E. Prado,
Christopher R. Price, Miguel Ribeiro, James N.
Robinson, Edward B. Rowe, Robert Schwartz,
Gregory A. Scott, Dominic R. Sénéchal,
Kofi G. Sosu, Michael B. Strong, Nithya Kumar
Sunderraj, Thomas A. Thomas, Alejandro H.
Treviño, Nefi M. Trujillo, Chimaroke G.
Udeichi, Fernando Valdes, Helton C. Vecchi,
Brent B. Ward e Tomasito S. Zapanta.
Os seguintes setentas de área serão
desobrigados até 1º de agosto de 2023.
Richard K. Ahadjie, Duane D. Bell,
Hubermann Bien Aimé, Víctor R. Calderón,
Michel J. Carter, Daniel Córdova, John N.
Craig, William H. K. Davis, Fernando P.
Del Carpio, Richard J. DeVries, Kylar G.
Dominguez, Torben Engbjerg, Kenneth J.
Firmage, Edgar Flores, Silvio Flores, Carlos A.
Genaro, Mark A. Gilmour, Sergio A. Gómez,
Roberto Gonzalez, Virgilio Gonzalez,
Spencer R. Griffin, Marcel Guei, Oleksiy H.
Hakalenko, Matthew S. Harding, David J.
Harris, Kevin J. Hathaway, José Hernández,
Glenn M. Holmes, Richard Neitzel Holzapfel,
Okechukwu I. Imo, Michael D. Jones,
Pungwe S. Kongolo, Ricardo C. Leite,
Aretemio C. Maligon, Edgar A. Mantilla,
Lincoln P. Martins, Carl R. Maurer, Daniel S.
Mehr II, Glen D. Mella, Tomas S. Merdegia Jr.,
Allistair B. Odgers, R. Jeffrey Parker, Victor P.
Patrick, Denis E. Pineda, Henrique S.
Simplicio, Jeffrey H. Singer, Michael L. Staheli,
Jeffrey K. Wetzel, Michael S. Wilstead e
David L. Wright. ◼
MAIO DE 2023 33
Relatório do
Departamento de
Auditoria da Igreja
referente ao ano de 2022
Para a Primeira Presidência de A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias
Estimados irmãos, conforme orde-
nado por revelação e registrado na
seção 120 de Doutrina e Convênios, o
Conselho de Disposição dos Dízimos,
formado pela Primeira Presidência,
34 SESSÃO DA TARDE DE SÁBADO
pelo Quórum dos Doze Apóstolos
e pelo Bispado Presidente, autoriza
a utilização dos fundos da Igreja.
Os departamentos da Igreja fazem
uso desses fundos de acordo com os
Índia
orçamentos, as normas e os procedi-
mentos aprovados.
A auditoria da Igreja, que é for-
mada por profissionais credenciados
e que atua de modo independente
de todos os outros departamentos e
entidades da Igreja, tem a responsa-
bilidade de realizar auditorias com o
propósito de garantir razoável segu-
rança quanto às contribuições rece-
bidas, às despesas feitas e à proteção
dos recursos da Igreja.
Com base nas auditorias realizadas,
a opinião dos auditores da Igreja é
que, em todos os aspectos materiais,
as contribuições recebidas, as des-
pesas e os recursos da Igreja no ano
de 2022 foram registrados e admi-
nistrados de acordo com as devidas
práticas contábeis e com as normas e
os orçamentos aprovados pela Igreja.
A Igreja segue as práticas ensinadas a
seus membros de se manter dentro do
orçamento, evitar dívidas e economi-
zar para momentos de necessidade.
Respeitosamente,
Departamento de Auditoria da
Igreja
Jared B. Larson
Diretor administrativo ◼
 Élder Dale G. Renlund
Do Quórum dos Doze Apóstolos

Acessar o poder de Deus

o fluxo”.3 Ir contra o fluxo pode ser
difícil. Mas, quando cedemos “ao
influxo do Santo Espírito” e nos

por meio dos convênios

despojamos do homem ou mulher
natural,4 podemos receber o poder
transformador do Salvador em nossa
vida, o poder de fazer coisas difíceis.
O presidente Russell M. Nelson nos
ensinou a fazer isso. Ele prometeu:
Ao trilharem o caminho do convênio, desde “Cada pessoa que faz convênios em

o batismo até o templo, e ao longo da vida, uma pia batismal e no templo — e os

guarda — recebe acesso ampliado ao
prometo-­lhes poder para irem contra o fluxo poder de Jesus Cristo (…) [a fim de nos
levar] para além da influência deste
natural do mundo. mundo decaído”.5 Em outras palavras,
podemos acessar o poder de Deus, mas
somente quando nos conectamos a Ele
por meio de convênios sagrados.
Antes de a Terra ser criada, Deus
Em novembro do ano passado, tive com ajuda celestial, podemos fazer estabeleceu os convênios como o
o privilégio de dedicar o Templo de coisas que geralmente não faríamos. mecanismo pelo qual nós, seus filhos,
Belém Brasil. Foi uma alegria estar Afinal, não é natural que sejamos poderíamos nos unir a Ele. Com base
com os fiéis membros da Igreja no humildes, mansos ou dispostos a em uma lei eterna e imutável, Ele
Norte do Brasil. Naquela ocasião, submeter nossa vontade a Deus. Mas, especificou as condições inegociáveis
fiquei sabendo que Belém é o portal somente quando fazemos essas coisas, pelas quais somos transformados, sal-
da região que inclui o rio mais pode- podemos ser transformados, voltar a vos e exaltados. Nesta vida, fazemos
roso do mundo, o rio Amazonas. viver na presença de Deus e alcançar esses convênios ao participarmos das
Apesar da força do rio, duas vezes nosso destino eterno. ordenanças do sacerdócio e ao pro-
por ano, algo aparentemente antina- Ao contrário do rio Amazonas, metermos fazer o que Deus nos pede
tural acontece. Quando o Sol, a Lua podemos escolher se nos sujeitaremos e, em troca, Deus nos promete certas
e a Terra se alinham, uma violenta a poderes celestiais ou se “seguiremos bênçãos.6
onda invade o rio, indo contra o fluxo
natural da água. Ondas de até seis
metros de altura1 que percorrem até
50 quilômetros2 rio acima já foram
registradas. Esse fenômeno, conhe-
cido geralmente como encontro das
águas, é chamado localmente de poro-
roca, ou “grande estrondo” por causa
do grande barulho que faz. Podemos
adequadamente concluir que até o
poderoso rio Amazonas deve se sujei-
tar a poderes celestiais.
Assim como o rio Amazonas, temos
um fluxo natural para nossa vida;
temos a tendência de fazer o que nos
parece natural. Como o rio Amazonas,
Guam

MAIO DE 2023 35
 Um convênio é um compromisso
para o qual devemos nos preparar, um
compromisso que devemos enten-
der claramente e honrar de maneira
absoluta.7 Fazer um convênio com
Deus é diferente de se fazer uma pro-
messa qualquer. Em primeiro lugar, é
necessária a autoridade do sacerdócio.
Além disso, uma promessa fraca não
tem a força de conexão que nos leva
para além do fluxo natural. Fazemos
um convênio somente quando preten-
demos nos comprometer verdadeira-
mente a cumpri-­lo.8 Nós nos tornamos
filhos de Deus por convênio e her-
deiros de Seu reino especialmente
quando nos esforçamos para que o
convênio seja uma parte central de
nossa identidade.
O termo caminho do convênio se
refere a uma série de convênios pelos
quais podemos nos achegar a Cristo
e nos conectar a Ele. Por meio desse
vínculo proporcionado pelos convê-
nios, temos acesso a Seu poder eterno.
O caminho começa com fé em Jesus
Cristo e arrependimento, seguido do
batismo e do recebimento do Espí-
rito Santo.9 Jesus Cristo nos mostrou
como entrar no caminho quando foi
batizado.10 De acordo com os relatos
dos evangelhos de Marcos e Lucas, no
Novo Testamento, o Pai Celestial falou
diretamente a Jesus em Seu batismo,
dizendo: “Tu és o meu filho amado;
em ti me comprazo”. Quando embar-
camos no caminho do convênio por
meio do batismo, posso imaginar o
Pai Celestial dizendo algo semelhante
a cada um de nós: “Tu és meu filho
querido em quem Me regozijo. Conti-
nua em frente”.11
No batismo e quando tomamos
o sacramento,12 testificamos que
estamos dispostos a tomar sobre nós
o nome de Jesus Cristo.13 Nesse con-
texto, vamos nos lembrar do seguinte
36 SESSÃO DA TARDE DE SÁBADO
mandamento do Velho Testamento:
“Não tomarás o nome do Senhor teu
Deus em vão”.14 Em nossos dias, isso
parece uma proibição contra o uso
irreverente do nome do Senhor. O
mandamento inclui essa proibição,
mas sua diretriz é ainda mais pro-
funda. A palavra hebraica traduzida
como “tomar” significa “elevar” ou
“carregar”, como faria a pessoa que
porta uma bandeira associada a uma
pessoa ou grupo.15 A palavra tradu-
zida como “vão” significa “vazio” ou
“enganoso”.16 O mandamento de não
tomar o nome do Senhor em vão
pode, portanto, significar: “Você não
deve se identificar como discípulo
de Jesus Cristo a menos que tenha a
intenção de representá-­Lo bem”.
Nós nos tornamos Seus discípulos e
O representamos bem quando inten-
cional e gradualmente tomamos sobre
nós o nome de Jesus Cristo por meio
de convênios. Nossos convênios nos
dão poder para permanecer no cami-
nho do convênio porque nosso rela-
cionamento com Jesus Cristo e com
nosso Pai Celestial foi modificado.
Estamos conectados a Eles por meio
de um vínculo proporcionado pelos
convênios.
O caminho do convênio nos con-
duz às ordenanças do templo, como a
investidura do templo.17 A investidura
é a dádiva dos convênios sagrados
de Deus que nos conectam mais
plenamente a Ele. Na investidura,
nós primeiro fazemos o convênio
de nos esforçarmos para guardar os
mandamentos de Deus; segundo, de
nos arrependermos com um cora-
ção quebrantado e espírito contrito;
terceiro, de vivermos o evangelho
de Jesus Cristo. Fazemos essas coisas
exercendo fé Nele, fazendo convênios
com Deus à medida que recebemos as
ordenanças de salvação e exaltação,
guardando esses mandamentos
durante toda a nossa vida e nos
esforçando para viver os dois grandes
mandamentos de amar a Deus e o
próximo. Quarto, fazemos convê-
nio de guardar a lei da castidade e,
quinto, de dedicar a nós mesmos e
tudo com o que o Senhor nos abençoa
para edificar Sua Igreja.18
Ao fazermos e cumprirmos os
convênios do templo, aprendemos
mais sobre os propósitos do Senhor
e recebemos a plenitude do Espírito
Santo.19 Recebemos orientação para
nossa vida. Amadurecemos em nosso
discipulado para que, como filhos,
não permaneçamos em ignorância
para sempre.20 Em vez disso, vivemos
com uma perspectiva eterna e nos
sentimos mais motivados a servir a
Deus e a nosso próximo. Recebemos
mais capacidade de cumprir nossos
propósitos na mortalidade. Somos
protegidos do mal21 e adquirimos mais
poder para resistir à tentação e nos
arrepender quando tropeçamos.22
Quando cometemos erros, a lem-
brança de nossos convênios com Deus
nos ajuda a voltar ao caminho. Ao nos
conectarmos ao poder de Deus, nós
nos tornamos como a pororoca, capa-
zes de ir contra o fluxo do mundo, por
toda a vida e pela eternidade. Por fim,
nosso destino é modificado, porque
o caminho do convênio nos conduz à
exaltação e à vida eterna.23
O cumprimento dos convênios
feitos na pia batismal e no templo
também nos dá forças para resistir às
provações e às tristezas da mortali-
dade.24 A doutrina associada a esses
convênios facilita nosso caminho e
proporciona esperança, consolo e paz.
Meus avós Lena Sofia e Matts
Leander Renlund receberam poder
de Deus por meio de seu convênio
batismal quando se filiaram à Igreja

Estados Unidos
em 1912, na Finlândia. Eles estavam
felizes por fazerem parte do primeiro
ramo da Igreja na Finlândia.
Leander morreu de tuberculose
cinco anos depois, quando Lena
estava grávida do décimo filho deles.
Essa criança, meu pai, nasceu dois
meses após o falecimento de Leander.
Lena vivenciou o falecimento não ape-
nas do marido, mas também de sete
de seus dez filhos. Sendo uma pobre
viúva, ela enfrentou muitas dificulda-
des. Por quase 20 anos, não conseguiu
ter uma boa noite de sono. Durante o
dia, ela se esforçava para providenciar
alimento para sua família. À noite, cui-
dava de familiares que estavam à beira
da morte. É difícil imaginar como ela
conseguiu suportar tudo aquilo.
Lena perseverou porque sabia
que seu falecido marido e seus filhos
poderiam estar com ela por toda a
eternidade. A doutrina das bênçãos
do templo, inclusive a de famílias
eternas, trouxe-­lhe paz porque ela
confiava no poder selador. Enquanto
estava na mortalidade, ela não rece-
beu sua investidura nem foi selada
a Leander, mas ele continuou sendo
uma influência imprescindível em sua
vida e parte de sua grande esperança
para o futuro.
Em 1938, Lena enviou registros
para que as ordenanças do templo
pudessem ser realizadas por seus
familiares falecidos, alguns dos pri-
meiros registros vindos da Finlândia.
Depois que ela faleceu, as ordenanças
do templo foram realizadas por outras
pessoas em favor dela, de Leander e
de seus filhos falecidos. Vicariamente,
ela recebeu sua investidura, foi selada
a Leander, e seus filhos falecidos e
meu pai foram selados a eles. Assim
como outras pessoas, Lena “[morreu]
na fé, sem [ter] recebido as promessas;
porém, vendo-­as de longe, (…) [acre-
ditou] nelas e [abraçou]-­as”.25
Lena viveu como se já tivesse feito
esses convênios em sua vida. Sabia
que seus convênios batismais e sacra-
mentais a conectavam ao Salvador.
Acreditava que, “nas (…) veredas [do
Redentor]”, seria conduzida “à [Sua]
eterna mansão”.26 Lena acreditava que
ter aprendido sobre famílias eternas
antes de passar pelas tragédias de sua
vida foi uma das grandes misericórdias
de Deus. Por meio dos convênios, ela
recebeu o poder de Deus para perse-
verar e superar a influência negativa
de seus desafios e de suas dificuldades.
Ao trilharem o caminho do convê-
nio, desde o batismo até o templo, e
ao longo da vida, prometo-­lhes poder
para irem contra o fluxo natural do
mundo — poder para aprenderem
e serem santificados, poder para
encontrarem esperança, consolo e até
alegria ao enfrentarem os desafios da
vida. Prometo a vocês e à sua família
proteção contra a influência do adver-
sário, especialmente quando fizerem
do templo uma prioridade em sua
vida.
Ao se achegarem a Cristo e se
conectarem a Ele e a nosso Pai Celes-
tial por convênio, algo aparentemente
antinatural acontece. Vocês são trans-
formados e aperfeiçoados em Jesus
Cristo.27 Vocês se tornam filhos de
Deus por convênio e herdeiros em
Seu reino.28 Posso imaginá-­Lo dizendo
a cada um de vocês: “Tu és meu filho
querido em quem Me regozijo. Bem-­
vindo de volta ao lar!” Em nome de
Jesus Cristo, amém. ◼
NOTAS
1. Aproximadamente 20 pés.
2. Aproximadamente 30 milhas.
3. Temos uma escolha, porque Deus nos
deu o privilégio de escolher e de agir
por nós mesmos. Ver Guia para Estudo
das Escrituras, “Arbítrio”, scriptures.
ChurchofJesusChrist.org; 2 Néfi 2:27;
Moisés 7:32.
4. Ver Mosias 3:19.
MAIO DE 2023 37

Brazil
5. Russell M. Nelson, “Vencer o mundo e
encontrar descanso”, Liahona, novembro
de 2022, p. 97.
6. Ver Guia para Estudo das
Escrituras, “Convênio”, scriptures.
ChurchofJesusChrist.org.
7. Todos tropeçam de vez em quando, mas
Deus é paciente com nossos tropeços e
nos deu o dom do arrependimento mesmo
depois de quebrarmos um convênio. Como
o élder Richard G. Scott ensinou, “o Senhor
encara de modo diferente a fraqueza e a
rebelião (…) [porque] quando Ele fala de
fraquezas, é sempre com misericórdia”
(“Força pessoal por meio da Expiação de
Jesus Cristo”, A Liahona, novembro de
2013, p. 83). Assim, não devemos duvidar
da capacidade que o Salvador tem de nos
ajudar em nossas fraquezas. Contudo,
quebrar conscientemente um convênio
com a má intenção de se arrepender
posteriormente — em outras palavras, o
pecado e o arrependimento premeditados
— é algo repugnante ao Senhor (ver
Hebreus 6:4–6).
8. Ver Robert Bolt, A Man for All Seasons: A Play
in Two Acts, 1990, pp. xiii–xiv, 140.
9. Ver 2 Néfi 31:17–18.
10. Ver 2 Néfi 31:4–15.
11. Lucas registrou: “E o Espírito Santo desceu
sobre ele em forma corpórea, como uma
pomba; e ouviu-­se uma voz do céu, que
dizia: Tu és o meu filho amado, em ti me
comprazo” (Lucas 3:22). Marcos registrou:
“E ouviu-­se uma voz dos céus, que dizia:
Tu és o meu Filho amado em quem me
comprazo” (Marcos 1:11). A tradução de
William Tyndale dessa escritura é ainda
mais clara e amorosa do que a versão do
rei Jaime. Em sua tradução, a voz do Pai
Celestial diz: “Tu és meu Filho querido em
quem me regozijo” (em Brian Moynahan,
God’s Bestseller: William Tyndale, Thomas
38 SESSÃO DA TARDE DE SÁBADO
More, and the Writing of the English Bible—A
Story of Martyrdom and Betrayal, 2002, p. 58).
Apenas Mateus relata que a voz foi dirigida
de forma mais generalizada: “E eis que
uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho
amado, em quem me comprazo” (Mateus
3:17). O evangelho de João cita somente
o relato de João Batista sobre o batismo:
“E eu vi, e testifiquei que este é o Filho de
Deus” ( João 1:34).
12. Ver 2 Néfi 31:13; Doutrina e Convênios
20:77.
13. O presidente Dallin H. Oaks explicou
a importância do termo “desejo” ao
renovarmos nosso convênio batismal
por meio do sacramento: “É significativo
que, ao participarmos do sacramento,
não testificamos que tomamos sobre nós o
nome de Jesus Cristo. Testemunhamos
que desejamos fazê-lo (ver Doutrina e
Convênios 20:77). O fato de declararmos
somente o desejo ou a disposição indica
que é preciso algo mais antes de realmente
tomarmos sobre nós esse nome sagrado no
mais importante sentido” (“Tomar sobre si
o nome de Jesus Cristo”, A Liahona, julho
de 1985, p. 90). O “algo mais” refere-­se às
bênçãos do templo e à futura exaltação.
14. Êxodo 20:7.
15. Ver James Strong, The New Strong’s Expanded
Exhaustive Concordance of the Bible, 2010,
seção do dicionário hebraico, p. 192, nº
5375.
16. Ver Strong, The New Strong’s Expanded
Exhaustive Concordance of the Bible, 2010,
seção do dicionário hebraico, p. 273, nº
7723.
17. O élder David A. Bednar ensinou: “O
convênio batismal prenuncia claramente
um acontecimento futuro e é o precursor
das ordenanças do templo. (…) O
processo de tomar sobre nós o nome de
Jesus Cristo, que teve início nas águas
do batismo, continua e é ampliado na
casa do Senhor. Ao entrarmos nas águas
do batismo, visualizamos o templo. Ao
tomarmos o sacramento, visualizamos o
templo. Prometemos sempre nos lembrar
do Salvador e guardar Seus mandamentos
como preparação para participar das
ordenanças sagradas do templo e receber
as mais sublimes bênçãos, por meio do
nome e pela autoridade do Senhor Jesus
Cristo. Portanto, nas ordenanças do
templo sagrado, tomamos, mais completa
e plenamente, o nome de Jesus Cristo
sobre nós” (“Ter honrosamente um nome
e uma posição”, A Liahona, maio de 2009,
p. 98). O processo provavelmente não
estará completo até que “sejamos como
ele” (Morôni 7:48), quando tivermos sido
completamente transformados.
18. Conforme explicado no Manual
Geral: Servir em A Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias, item 27.2
(ChurchofJesusChrist.org), os convênios
são viver a lei da obediência, obedecer à lei
de sacrifício, obedecer à lei do evangelho
de Jesus Cristo, guardar a lei da castidade,
guardar a lei da consagração; ver também
David A. Bednar, “Que essa casa seja
construída ao meu nome”, Liahona, maio
de 2020, p. 84.
19. Ver Doutrina e Convênios 109:14–15. O
élder D. Todd Christofferson ensinou: “A
‘plenitude do Espírito Santo’ inclui aquilo
que Jesus descreveu como ‘a promessa de
vida eterna que vos faço, sim, a glória do
reino celestial; cuja glória é a da igreja do
Primogênito, sim, de Deus, o mais santo de
todos, por intermédio de Jesus Cristo, seu
Filho’ (Doutrina e Convênios 88:4–5)” (“O
poder dos convênios”, A Liahona, maio de
2009, p. 23, nota 5).
20. Ver Doutrina e Convênios 109:15.
21. Ver Doutrina e Convênios 109:22, 25–26.
22. Ver Doutrina e Convênios 109:21.
23. Ver Doutrina e Convênios 109:15, 22;
Russell M. Nelson, “O poder do ímpeto
espiritual”, Liahona, maio de 2022, p. 98.
24. Ver Russell M. Nelson, “Vencer o mundo
e encontrar descanso”, p. 95; Doutrina
e Convênios 84:20. Notavelmente, o
presidente Nelson disse: “Cada vez que
buscam e seguem os sussurros do Espírito,
cada vez que fazem qualquer coisa boa —
coisas que ‘o homem natural’ não faria —,
vocês estão vencendo o mundo” (“Vencer o
mundo e encontrar descanso”, p. 97).
25. Hebreus 11:13.
26. “Cantando louvamos”, Hinos, nº 50, quinta
estrofe. Esse era o hino favorito de Lena
Sofia Renlund.
27. Ver Morôni 10:30–33.
28. Ver Doutrina e Convênios 132:19–20.
 Élder Peter F. Meurs
Dos setenta

Ele podia me curar!

de Néfi.3 Esse relato sagrado descreve
o Senhor ressurreto e exaltado, Jesus
Cristo. Ele havia bebido da taça
amarga e padecido todas as coisas
para que não precisássemos sofrer se
nos arrependêssemos.4 Havia visitado
O poder de cura e redenção do Salvador se o mundo espiritual e organizado a

aplica a erros acidentais, más decisões, desafios pregação do evangelho lá.5 Havia
ressuscitado dos mortos, estado com
e provações de toda espécie — assim como a o Pai e recebido mandamentos Dele
para compartilhar com os nefitas
nossos pecados. as escrituras que abençoariam as
gerações futuras.6 Ele havia sido
exaltado e havia atingido todo o Seu
poder e capacidade eterna. Podemos
aprender com cada detalhe de Seus
Morôni promete que, se lermos o e designações. Eu não só as conhecia, ensinamentos.
Livro de Mórmon e depois pergun- mas ainda me lembro do som da voz Em 3 Néfi 11, lemos sobre como o
tarmos a Deus, o Pai Eterno, com um dele e dos sentimentos espirituais que Salvador desceu do céu para ensinar
coração sincero, com real intenção e eu tinha enquanto ele as comparti- aos nefitas que Ele era Jesus Cristo,
tendo fé em Cristo se ele é verdadeiro, lhava. Ao compartilhar escrituras e de Quem os profetas testificaram que
Deus manifestará a verdade dele pelo sentimentos, meu pai me ajudou a viria ao mundo. Ele declarou ser a Luz
poder do Espírito Santo.1 Milhões de estabelecer um alicerce firme de fé no do Mundo e que havia glorificado o
pessoas colocaram em prática essa Senhor Jesus Cristo. Pai ao tomar sobre Si os pecados do
promessa e receberam um testemu- Meu pai adorava em especial o mundo. Ele convidou as pessoas a se
nho seguro da Restauração da pleni- relato da visita do Salvador ao povo aproximarem e colocarem a mão em
tude do evangelho de Jesus Cristo.
Morôni nos exorta, ao lermos o
Livro de Mórmon, a “[lembrarmos]
de quão misericordioso tem sido
o Senhor para com os filhos dos
homens, desde a criação de Adão
até [esta] hora (…), e a [meditarmos]
sobre isto em [nosso] coração”.2 As his-
tórias e os ensinamentos do Livro de
Mórmon nos lembram e testificam do
amor, da compaixão e da misericórdia
do Salvador.
Meu pai faleceu em abril de 2013.
Enquanto me preparava para falar em
seu funeral, percebi como fui aben-
çoado por conhecer e amar suas escri-
turas favoritas. Ele as compartilhava
em reuniões familiares e as lia comigo
quando eu precisava de conselhos,
orientação ou fortalecimento da fé. Eu
o ouvi compartilhá-­las em discursos
Filipinas

MAIO DE 2023 39
Seu lado e sentirem as marcas dos
cravos em Suas mãos e Seus pés. Ele
queria que elas soubessem que Ele era
o Deus de Israel, que havia sido morto
pelos pecados do mundo. O povo
respondeu com alegria, adiantando-­se
um por um, até que todos viram e
sentiram que Ele, de fato, era Aquele
sobre Quem os profetas escreveram
que deveria vir.7
Jesus ensinou aos nefitas sobre
a importância do arrependimento,
sobre nos tornarmos como uma crian-
cinha e sobre a necessidade de sermos
batizados por alguém que tenha Sua
autoridade. Ele então ensinou grande
parte da doutrina que estamos estu-
dando este ano no Novo Testamento.
Em 3 Néfi 17, lemos que Jesus disse
40 SESSÃO DA TARDE DE SÁBADO
ao povo que era hora de Ele ir para o
Pai e também de Se mostrar às tribos
perdidas de Israel.8 Ao lançar os olhos
sobre a multidão, Ele percebeu que
eles estavam em lágrimas, olhando
fixamente para Ele como se Lhe
pedissem para permanecer um pouco
mais.9
A resposta do Salvador aos nefitas
foi, ao mesmo tempo, tocante e ins-
trutiva. Ele lhes disse: “Eis que minhas
entranhas estão cheias de compaixão
por vós”.10
Acredito que Sua compaixão foi
muito mais do que uma resposta às
lágrimas do povo. Parece que Ele
podia vê-­los através dos olhos de Seu
sacrifício expiatório. Ele viu todas as
dores, aflições e tentações deles. Viu
suas doenças. Viu suas enfermidades
e sabia, por meio de Seu agonizante
sofrimento no Getsêmani e no Gól-
gota, como socorrê-­los de acordo com
suas enfermidades.11
Da mesma forma, quando nosso
Salvador, Jesus Cristo, olha para nós,
Ele vê e compreende a dor e o peso
de nossos pecados. Vê nossos vícios e
desafios. Vê nossas lutas e aflições de
qualquer espécie — e está repleto de
compaixão por nós.
Depois de Seu terno convite aos
nefitas, Ele disse: “Tendes enfermos
entre vós? Trazei-­os aqui. Há entre
vós coxos ou cegos ou aleijados ou
mutilados ou leprosos ou atrofiados
ou surdos ou pessoas que estejam
aflitas de algum modo? Trazei-­os aqui
e eu os curarei, porque tenho compai-
xão de vós; minhas entranhas estão
cheias de misericórdia”.12
E o povo adiantou-­se, “com todos
aqueles que estavam aflitos de qual-
quer forma; e ele curou a todos, à
medida que foram conduzidos a sua
presença”.13
Em 1990, vivíamos na pequena
cidade de Sale, em Victoria, Austrália.
Estávamos alegremente ocupados
com compromissos familiares, com
a Igreja e com o trabalho. Em um
belo sábado de verão, pouco antes
do Natal, decidimos visitar alguns
parques e nossa praia favorita. Depois
de desfrutar de um dia maravilhoso
de brincadeiras em família, acomoda-
mos todos no carro e voltamos para
casa. Enquanto dirigia, eu adormeci
por um momento e colidi de frente
com outro carro. Depois de alguns
momentos de recuperação, olhei
ao redor do veículo. Minha esposa,
Maxine, estava com uma perna
quebrada e tinha dificuldade para
respirar. O osso dela chamado esterno
estava quebrado. Nossas três filhas
estavam em choque, mas felizmente
pareciam estar bem. Eu tinha alguns
ferimentos leves. Mas nosso filho de
cinco meses não reagia.
Em meio ao estresse e à confusão
do acidente, nossa filha mais velha,
Kate, de 11 anos, disse com urgência:
“Pai, você precisa dar uma bênção
no Jarom”. Com muito esforço,
minhas filhas e eu conseguimos
sair do carro. Maxine não podia ser
movida. Com cuidado, peguei Jarom;
depois, deitei-­me de costas no chão,
coloquei-­o gentilmente sobre meu
peito e dei-­lhe uma bênção do sacer-
dócio. Quando a ambulância chegou,
cerca de 40 minutos depois, Jarom
estava consciente.
Naquela noite, deixei três membros
da família no hospital e peguei um
táxi apressadamente para casa com
duas de minhas filhas. Durante aquela
longa noite, implorei ao Pai Celestial
que minha família e aqueles feridos
no outro veículo se recuperassem.
Misericordiosamente, minhas preces
e as orações oferecidas fervorosa-
mente por outras pessoas foram
atendidas. Com o tempo, todos foram
curados: uma grande bênção e terna
misericórdia.
No entanto, continuei a ter senti-
mentos profundos de culpa e remorso
por ter causado um acidente tão
terrível. Eu acordava durante a noite
e revivia os terríveis acontecimentos.
Lutei durante anos para me perdoar
e para encontrar paz. Então, como
líder do sacerdócio, enquanto ajudava
outras pessoas a se arrependerem e a
sentirem a compaixão, a misericórdia
e o amor do Salvador, percebi que Ele
podia me curar.
O poder de cura e redenção do
Salvador se aplica a erros acidentais,
más decisões, desafios e provações de
toda espécie — assim como a nossos
pecados. Quando me voltei para Ele,
meus sentimentos de culpa e remorso
foram gradualmente substituídos por
paz e descanso.
O presidente Russell M. Nelson
ensinou: “Quando o Salvador expiou
por toda a humanidade, Ele abriu
um caminho para que aqueles que O
seguem tenham acesso a Seu poder
de cura, de fortalecimento e de reden-
ção. Esses privilégios espirituais estão
disponíveis a todos os que buscam
ouvi-­Lo e segui-­Lo”.14
Irmãos e irmãs, quer estejam
carregando o fardo de pecados não
resolvidos, ou sofrendo por ofensas
cometidas contra vocês há muito
tempo, ou lutando para perdoar a si
mesmos por um erro acidental, vocês
têm acesso ao poder de cura e reden-
ção do Salvador Jesus Cristo.
Testifico que Ele vive. Ele é nosso
Salvador e Redentor. Ele nos ama.
Ele tem compaixão por nós, Ele está
repleto de misericórdia e Ele pode
curar você. Em nome de Jesus Cristo,
amém. ◼
NOTAS
1. Ver Morôni 10:4.
2. Morôni 10:3.
3. Ver 3 Néfi 11–26.
4. Ver Doutrina e Convênios 19:16–19.
5. Ver Doutrina e Convênios 138:29–32.
6. Ver 3 Néfi 26:2.
7. Ver 3 Néfi 11:8, 10–11, 14–15.
8. Ver 3 Néfi 17:4.
9. Ver 3 Néfi 17:5.
10. 3 Néfi 17:6.
11. Ver Alma 7:11–12.
12. 3 Néfi 17:7.
13. 3 Néfi 17:9.
14. Russell M. Nelson, “O poder do ímpeto
espiritual”, Liahona, maio de 2022, p. 100.
MAIO DE 2023 41
 Élder Randall K. Bennett
Dos setenta
Sua bênção patriarcal —
Orientação inspirada do
Pai Celestial
Minha bênção patriarcal me ajudou a
compreender a verdadeira identidade eterna:
quem eu realmente era e quem poderia me tornar
Fui criado por pais maravilhosos que morar. Como resultado, tive uma forte
amavam e ensinavam fielmente o ansiedade por anos; no entanto, um
evangelho a nós, seus filhos. Infeliz- presente de meu Pai Celestial acabou
mente, meus amados pais tiveram ajudando a mudar tudo para mim:
dificuldades no casamento por anos. minha bênção patriarcal.
Eu era uma criança da Primária Aos 11 anos, cada vez mais preo-
quando me disseram que meus pais cupado com o relacionamento de meus
provavelmente se divorciariam algum pais, desejei profundamente receber
dia e que meus irmãos e eu precisaría- minha bênção patriarcal. Eu sabia que
mos escolher com qual deles iríamos meu Pai Celestial me conhecia profun-
damente e também as minhas circuns-
tâncias específicas. E sabia também
que eu receberia orientação Dele. Logo
após fazer 12 anos, recebi minha bên-
ção patriarcal. Isso foi há mais de meio
século, mas me lembro vividamente
dos detalhes dessa experiência sagrada.
Felizmente, temos orientação ins-
pirada sobre as bênçãos patriarcais no
Manual Geral da Igreja:
“Todo membro da Igreja batizado
e digno tem direito a receber uma
bênção patriarcal, a qual lhe propor-
cionará orientação inspirada do Pai
Celestial”.
O membro deve ter “maturidade
suficiente para compreender o
Colômbia
42 SESSÃO DA TARDE DE SÁBADO
significado e a natureza sagrada da
bênção” e “compreender as doutrinas
básicas do evangelho”.
“O ideal é que o membro seja
jovem o suficiente uma vez que ainda
vai tomar muitas decisões importan-
tes na vida. (…) Os líderes do sacerdó-
cio não devem estabelecer uma idade
mínima para que o membro receba a
bênção patriarcal. (…)
Cada bênção patriarcal é sagrada,
confidencial e pessoal. (…)
A pessoa que recebe a bênção
patriarcal deve entesourar suas pala-
vras, ponderá-­las e viver de modo a
ser digna de receber as bênçãos pro-
metidas nesta vida e na eternidade.”1
Nosso amado presidente, Rus-
sell M. Nelson, ensinou repetida-
mente sobre a importância de uma
bênção patriarcal,2 que dá a cada
pessoa “uma declaração de linhagem
que remonta a Abraão, Isaque e Jacó”3
e que cada bênção é “uma escritura
pessoal para você”.4
Minha bênção patriarcal foi extre-
mamente importante para mim
quando eu era jovem, por vários
motivos. Primeiro, por meio do poder
do Espírito Santo, ela me ajudou a
compreender a verdadeira identidade
eterna: quem eu realmente era e quem
poderia me tornar, o que me ajudou a
saber, como o presidente Nelson ensi-
nou, que eu era “um filho de Deus”, um
“[filho] do convênio”, e um “discípulo
de Jesus Cristo”.5 Eu sabia que meu
Pai Celestial e o Salvador me conhe-
ciam e me amavam, e que estavam
pessoalmente envolvidos em minha
vida. Esse conhecimento me ajudou a
ter o desejo de me aproximar Deles e
aumentar minha fé e confiança Neles.
Um amigo querido, que se filiou à
Igreja quando era um jovem adulto,
compartilhou: “Quando o patriarca
colocou as mãos sobre minha cabeça

e falou meu nome, tudo mudou, (…)
não apenas naquele momento, mas
pelo resto de minha vida. Imediata-
mente senti que — pelo poder com
que ele falava — eu era conhecido de
maneira íntima e profunda. As pala-
vras que ele falou penetraram todo o
meu ser. Eu sabia que o Pai Celestial
me conhecia profundamente”.
Saber quem eu realmente era me
ajudou a entender e desejar fazer o
que Deus esperava de mim.6
Essa compreensão me levou a estu-
dar os convênios que fiz e as bênçãos
prometidas no convênio de Deus com
Abraão.7 E ela trouxe uma perspectiva
eterna que me inspirou a guardar
mais plenamente meus convênios.
Estudei minha bênção patriarcal
com frequência e, quando jovem, mui-
tas vezes diariamente, o que me aju-
dou a sentir a influência consoladora
e orientadora do Espírito Santo e a
reduzir a ansiedade ao seguir Seus sus-
surros. Isso aumentou meu desejo de
convidar ativamente a luz, a verdade
e o Espírito Santo estudando minhas
escrituras, orando diariamente e pro-
curando estudar e seguir mais diligen-
temente os ensinamentos do profeta e
dos apóstolos de Deus. Minha bênção
patriarcal também me ajudou a ter o
desejo de ser mais submisso à vontade
de meu Pai Celestial, e esse foco me
ajudou a sentir grande alegria, apesar
de minhas circunstâncias pessoais.8
Recebi força espiritual todas as
vezes que estudei minha bênção
patriarcal. Quando meus pais final-
mente se divorciaram, minha bênção
patriarcal, como ensinou o presidente
Thomas S. Monson, tornou-­se para
mim “um tesouro pessoal, precioso e
inestimável”, ou seja, “uma Liahona
pessoal”.9
Peço que não me entendam mal.
Eu não era perfeito. Eu cometi todos
os tipos de erros. Minha companheira
eterna confirmaria que ainda cometo
todo tipo de erro. Mas minha bênção
patriarcal me ajudou e continua a me
ajudar a ter o desejo de agir melhor e
ser melhor.10 Estudar com frequência
minha bênção patriarcal aumentou
meu desejo de resistir à tentação.
Também me ajudou a ter o desejo e a
coragem de me arrepender, e o arre-
pendimento tornou-­se cada vez mais
um processo consolador.
Para mim, foi vital receber minha
bênção patriarcal quando eu era
jovem e enquanto meu testemunho
ainda estava crescendo. Sou eterna-
mente grato por meus pais e meu
bispo entenderem que meu desejo
indicava que eu estava pronto.
Quando eu tinha 12 anos, o mundo
era bem menos confuso e perturba-
dor do que o mundo de hoje. O presi-
dente Nelson descreveu o hoje como
a “época mais complicada da história
do mundo”, um mundo “saturado
pelo pecado” e “egoísta”.11 Felizmente,
nossos jovens de hoje são muito mais
maduros do que eu aos 12 anos e eles
também têm decisões extremamente
importantes a tomar enquanto são
jovens! Eles também precisam saber
quem realmente são e que Deus os
ama e os conhece perfeitamente!
Nem todos vão desejar sua bênção
patriarcal como eu. Mas oro para que
os membros que ainda não receberam
a bênção patriarcal procurem em espí-
rito de oração saber quando vão estar
prontos. Se você se preparar espiritual-
mente, prometo que sua experiência,
como foi a minha, será sagrada para
você. Também oro para que aqueles
que já receberam sua bênção patriar-
cal a estudem e a valorizem. Ter
valorizado minha bênção patriarcal
enquanto era jovem me abençoou
com coragem quando estava desani-
mado, com consolo quando estava
com medo, com paz quando me sentia
ansioso, com esperança quando me
sentia sem esperança e com alegria
quando eu mais precisava. Minha
bênção patriarcal ajudou a aumentar
minha fé e confiança em meu Pai
Celestial e meu Salvador. Também me
ajudou a aumentar meu amor por Eles
— e ainda ajuda.12
Testifico que a bênção patriar-
cal realmente fornece orientação
inspirada do Pai Celestial. Presto
meu testemunho da realidade viva
de nosso Pai Celestial e Seu Filho,
MAIO DE 2023 43
nosso Salvador, Jesus Cristo, que nos
conhecem e nos amam e desejam nos
abençoar. Também sei com certeza
que o presidente Russell M. Nelson é
o profeta de Deus na Terra hoje. Em
nome de Jesus Cristo, amém. ◼
NOTAS
1. Manual Geral: Servir em A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias, itens 18.17
e 18.17.1, ChurchofJesusChrist.org.
2. Ver Russell M. Nelson, “Thanks for the
Covenant” (Brigham Young University
devotional, 22 de novembro de 1988),
speeches.byu.edu; “A More Excellent
Hope” (Brigham Young University fireside,
8 de janeiro de 1995), speeches.byu.
edu; “Identity, Priority, and Blessings”
(Brigham Young University fireside, 10
Chile
44 SESSÃO DA TARDE DE SÁBADO
de setembro de 2000), speeches.byu.edu;
“Raízes e ramos”, A Liahona, maio de 2004,
p. 27; “Convênios”, A Liahona, novembro
de 2011, p. 86; “Jovens de nobre estirpe:
O que vocês escolherão?” (Devocional
na Brigham Young University–Hawaii,
6 de setembro de 2013), broadcasts.
ChurchofJesusChrist.org; “O Livro de
Mórmon, a coligação de Israel e a Segunda
Vinda”, A Liahona, julho de 2014, p. 24;
“Permita que Deus prevaleça”, Liahona,
novembro de 2020, p. 92; “O convênio
eterno”, Liahona, outubro de 2022, p. 4.
3. Russell M. Nelson, “Convênios”, p. 88.
4. Russell M. Nelson, “Thanks for the
Covenant”, speeches.byu.edu.
5. Russell M. Nelson, “Escolhas para a
eternidade” (devocional mundial para jovens
adultos, sexta-­feira, 12 de maio de 2022),
ChurchofJesusChrist.org; grifo do autor.
6. Ver Russell M. Nelson, “Convênios”, p. 86.
7. Ver Gênesis 17:1–10; ver também Russell M.
Nelson, “Filhos do Convênio”, A Liahona,
julho de 1995, p. 33.
8. Ver Russell M. Nelson, “Alegria e
sobrevivência espiritual”, A Liahona,
novembro de 2016, p. 81.
9. Thomas S. Monson, “Sua bênção patriarcal:
Uma Liahona de luz”, ver A Liahona, janeiro
de 1987, pp. 66–67.
10. Ver Russell M. Nelson, “Podemos agir
melhor e ser melhores”, Liahona, maio de
2019, pp. 67–69.
11. Russell M. Nelson, “Vencer o mundo e
encontrar descanso”, Liahona, novembro de
2022, p. 95.
12. Inspirado em James E. Faust, “As bênçãos
do sacerdócio”, A Liahona, janeiro de 1996,
p. 67.
 Élder Craig C. Christensen
Dos setenta
“Nada pode haver tão
belo e doce como o foi
minha alegria”
Arrepender-­se diariamente e se achegar a Jesus
Cristo é o caminho para sentir alegria — alegria
além do que podemos imaginar.
Durante Seu ministério mortal, o Sal-
vador demonstrou grande compaixão
por todos os filhos de Deus, espe-
cialmente por aqueles que estavam
sofrendo ou que haviam se afastado.
Quando foi criticado pelos fariseus
por Se associar e comer com peca-
dores, Jesus respondeu ensinando
três parábolas bem conhecidas.1
Em cada uma dessas parábolas, Ele
Polônia
enfatizou a importância de buscarmos
aqueles que se perderam e a alegria
que sentimos quando eles retornam.
Por exemplo, na parábola da ovelha
perdida, Ele disse: “Haverá [grande]
alegria no céu por um pecador que se
arrepende”.2
Hoje, desejo fortalecer a conexão
entre alegria e arrependimento —
especialmente, a alegria que sentimos
México
quando nos arrependemos e os senti-
mentos de alegria que temos quando
convidamos outras pessoas a se ache-
garem a Cristo e a receberem Seu
sacrifício expiatório em sua vida.
Os homens existem para que tenham
alegria
Nas escrituras, a palavra alegria
normalmente significa muito mais
do que momentos de contentamento
ou mesmo sentimentos de felicidade.
Alegria nesse contexto é um atributo
divino, encontrado em sua plenitude
quando voltamos a habitar na pre-
sença de Deus.3 É mais profundo, edi-
ficante, duradouro e transformador
do que qualquer prazer ou conforto
que este mundo possa oferecer.
Fomos criados para ter alegria.
Esse é o destino que desejamos como
filhos de um amoroso Pai Celestial.
Ele deseja compartilhar Sua alegria
conosco. O profeta Leí ensinou que o
plano de Deus para cada um de nós
é que “[tenhamos] alegria”.4 Como
vivemos em um mundo decaído,
a alegria duradoura e eterna geral-
mente parece estar além de nosso
alcance. No entanto, no versículo
seguinte, Leí continua ao explicar
que “o Messias [veio] (…) para [nos]
redimir da queda”.5 A redenção, por
intermédio do Salvador Jesus Cristo,
torna a alegria possível.
MAIO DE 2023 45
 A mensagem do evangelho é uma
mensagem de esperança, de “novas de
grande alegria”,6 e a maneira pela qual
todos podem sentir paz e momentos
de alegria nesta vida e receber a pleni-
tude da alegria na vida futura.7
A alegria da qual falamos é um
dom dado aos fiéis, porém tem um
preço. A alegria não é gratuita nem
dada casualmente. Na verdade, ela é
comprada “com o precioso sangue de
[Jesus] Cristo”.8 Se de fato entendês-
semos o valor da verdadeira alegria
divina, não hesitaríamos em sacrificar
qualquer coisa mundana ou fazer
qualquer mudança necessária em
nossa vida para recebê-­la.
Um rei poderoso, porém humilde,
no Livro de Mórmon entendia isso.
“Que deverei fazer”, ele perguntou,
“para nascer de Deus, arrancar este
espírito iníquo de meu peito e receber
o Espírito de Deus, a fim de encher-­me
de júbilo (…)? Eis que, disse ele,
renunciarei a tudo quanto possuo;
sim, abandonarei o meu reino para
poder receber essa grande alegria”.9
Em resposta à pergunta do rei, o
Estados Unidos
46 SESSÃO DA TARDE DE SÁBADO
missionário Aarão disse: “Se desejas
isto, [curva-­te] diante de Deus, [e] te
[arrependes] de todos os teus peca-
dos”.10 O arrependimento é o caminho
para a alegria11 porque ele é o caminho
que leva ao Salvador Jesus Cristo.12
A alegria vem do arrependimento
sincero
Para alguns, pensar em arrependi-
mento como o caminho para a alegria
pode ser contraditório. O arrependi-
mento, às vezes, pode ser doloroso e
difícil. Exige admitir que alguns de
nossos pensamentos e ações — até
mesmo algumas de nossas crenças —
estão errados. O arrependimento tam-
bém exige mudança, o que, às vezes,
pode ser desconfortável. Mas alegria
e conforto não são a mesma coisa. O
pecado — inclusive o pecado da com-
placência — limita nossa alegria.
Como o salmista declarou: “O
choro pode durar uma noite, mas a
alegria vem pela manhã”.13 Quando
nos arrependemos de nossos pecados,
precisamos nos concentrar na grande
alegria que sentiremos. As noites
podem ser longas, mas a manhã
chegará; e, oh, quão maravilhosa é a
paz e magnífica a alegria que sentimos
quando a Expiação do Salvador nos
liberta do pecado e do sofrimento.
Nada pode haver tão belo e doce
Considerem a experiência de Alma
no Livro de Mórmon. Ele foi “tortu-
rado com eterno tormento” e sua alma
estava “atribulada” por causa de seus
pecados. Mas, quando ele se voltou
para o Salvador em busca de mise-
ricórdia, ele “já não [se lembrou] de
[suas] dores”.14
“E oh! que alegria”, ele declarou, “e
que luz maravilhosa contemplei! Sim,
(…) nada pode haver tão belo e doce
como o foi minha alegria”.15
Esse é o tipo de alegria disponível
para aqueles que se achegam a Jesus
Cristo por meio do arrependimento.16
Conforme o presidente Russell M.
Nelson ensinou:
“O arrependimento permite que
tenhamos acesso ao poder da Expia-
ção de Jesus Cristo. (…)
Quando decidimos nos arrepen-
der, decidimos mudar! Permitimos
que o Salvador nos transforme em
uma versão melhor de nós mesmos.
Escolhemos crescer espiritualmente e
receber alegria — a alegria da reden-
ção advinda Dele. Quando decidimos
nos arrepender, decidimos nos tornar
mais como Jesus Cristo!”17
O arrependimento traz alegria
porque prepara nosso coração para
receber a influência do Espírito
Santo. Estar repleto do Espírito Santo
significa estar repleto de alegria. E
estar repleto de alegria significa estar
repleto do Espírito Santo.18 Nossa ale-
gria aumenta à medida que trabalha-
mos diariamente para termos sempre
o Espírito em nossa vida. Conforme
ensinado pelo profeta Mórmon: “Não
obstante, jejuavam e oravam frequen-
temente e tornavam-­se cada vez mais
fortes em sua humildade e cada vez
mais firmes na fé em Cristo, enchendo
a alma de alegria e consolo”.19 O
Senhor promete a todos os que se
esforçam para segui-­Lo: “Dar-­te-­ei
(…) meu Espírito, o qual iluminará
tua mente e encher-­te-­á a alma de
alegria”.20
A alegria de ajudar outras pessoas a
se arrependerem
Após termos sentido a alegria que
advém do arrependimento sincero,
é natural querermos compartilhar
essa alegria com outras pessoas. E, ao
fazermos, nossa alegria se multiplica.
Foi exatamente o que aconteceu com
Alma.
“Esta é a minha glória”, ele disse,
“que talvez possa ser o instrumento
nas mãos de Deus para trazer alguma
alma ao arrependimento; e esta é a
minha alegria.
E eis que quando vejo muitos de
meus irmãos verdadeiramente peni-
tentes e vindo ao Senhor seu Deus,
minha alma enche-­se de alegria;
lembro-­me então do que o Senhor fez
por mim, (…) sim, então me lembro
de seu misericordioso braço, que se
estendeu para mim”.21
Ajudar outras pessoas a se arrepen-
derem é uma expressão natural de
nossa gratidão para com o Salvador
e uma fonte de grande alegria. O
Senhor prometeu:
“Se (…) trouxerdes a mim mesmo
que seja uma só alma, quão grande
será vossa alegria com ela no reino de
meu Pai!
E agora, se vossa alegria é grande
com uma só alma que tiverdes trazido
a mim (…), quão grande será vossa
alegria se me trouxerdes muitas
almas!”22
Argentina
E quão grande é sua alegria pela alma
que se arrepende
Acho útil tentar imaginar a alegria
que o Salvador deve sentir cada vez
que recebemos as bênçãos de Seu
sacrifício expiatório em nossa vida.23
Como o presidente Nelson citou,24 o
apóstolo Paulo, em sua epístola aos
hebreus, compartilhou esta terna
visão: “Deixemos todo (…) pecado
que tão facilmente nos rodeia, (…)
olhando para Jesus, autor e consu-
mador da fé, o qual pela alegria que lhe
estava proposta suportou a cruz, (…)
e assentou-­se à destra do trono de
Deus”.25 Frequentemente falamos da
dor e do sofrimento no Getsêmani e
no Calvário, mas raramente falamos
da grande alegria que o Salvador deve
ter antecipado ao oferecer Sua vida
por nós. Claramente, Sua dor e Seu
sofrimento foram por nós para que
pudéssemos sentir a alegria de retor-
nar com Ele à presença de Deus.
Após ensinar o povo na América
antiga, o Salvador expressou Seu
grande amor por eles dizendo:
“E agora, eis que minha alegria é
grande, até a plenitude, por causa de
vós (…); sim, e até o Pai se alegra e
também todos os santos anjos. (…)
E [em vós] minha alegria é
completa”.26
Vinde a Cristo e recebei Sua alegria
Irmãos e irmãs, concluo prestando
meu testemunho pessoal, que consi-
dero um dom sagrado. Testifico que
Jesus Cristo é o Salvador e Redentor
do mundo. Sei que Ele ama todos
nós. Seu foco singular — Sua “obra e
[Sua] glória” —27 é nos ajudar a rece-
ber a plenitude da alegria Nele. Sou
uma testemunha pessoal de que se
arrepender diariamente e se ache-
gar a Jesus Cristo é o caminho para
sentir alegria — alegria além do que
podemos imaginar.28 É por isso que
estamos aqui na Terra. É por isso que
Deus preparou Seu grande plano de
felicidade para nós. Jesus Cristo verda-
deiramente é “o caminho, e a verdade,
e a vida”29 e o único “nome debaixo do
céu pelo qual o homem possa ser salvo
no reino de Deus”.30 Presto testemu-
nho dessas coisas no sagrado nome de
Jesus Cristo, amém. ◼
NOTAS
1. Ver Lucas 15.
2. Lucas 15:7.
3. Ver Salmos 16:11.
4. 2 Néfi 2:25.
5. 2 Néfi 2:26.
6. Lucas 2:10.
7. Ver Mosias 3:13–19.
8. 1 Pedro 1:19.
9. Alma 22:15.
10. Alma 22:16.
11. Nos últimos anos, vários profetas e
apóstolos enfatizaram a alegria do
arrependimento. Ver, por exemplo,
Russell M. Nelson, “Podemos agir melhor
e ser melhores”, Liahona, maio de 2019,
p. 67; Dallin H. Oaks, “Purificados pelo
arrependimento”, Liahona, maio de 2019,
p. 91; Dale G. Renlund, “Arrependimento:
Uma escolha feliz”, A Liahona, novembro
de 2016, p. 121; D. Todd Christofferson,
“A divina dádiva do arrependimento”,
A Liahona, novembro de 2011, p. 38.
12. O presidente Nelson ensinou: “A alegria
vem [de Jesus Cristo] e por causa Dele. Ele
é a fonte de toda alegria. (…) Para os santos
dos últimos dias, Jesus Cristo é alegria!”
MAIO DE 2023 47
 Élder Evan A. Schmutz
Dos setenta

Confiança na doutrina
(“Alegria e sobrevivência espiritual”,
A Liahona, novembro de 2016, p. 82.)
13. Salmos 30:5.

de Cristo
14. Alma 36:12, 19.
15. Alma 36:20–21; ver também versículos
12–19.
16. Ver Alma 27:18.
17. Russell M. Nelson, “Podemos agir melhor
e ser melhores”, p. 67.
18. Ver Atos 13:52; Mosias 4:3.
19. Helamã 3:35.
20. Doutrina e Convênios 11:13.
21. Alma 29:9–10. Quando construímos nossa casa sobre o
22. Doutrina e Convênios 18:15–16.
23. Doutrina e Convênios 18:13.
24. Ver Russell M. Nelson, “Alegria e
fundamento de um relacionamento com Cristo
sobrevivência espiritual”, p. 83.
25. Hebreus 12:1–2; grifo do autor. por convênio, estamos confiando na doutrina de
Cristo.
26. 3 Néfi 27:30–31. Três dos discípulos nefitas
do Salvador desejaram permanecer na
mortalidade com o único propósito de
levar almas a Ele. Para esses discípulos
fiéis, Jesus disse: “Por essa razão tereis
alegria completa e sentar-­vos-­eis no
reino de meu Pai; sim, vossa alegria será
completa, assim como completa foi a Em minha mente, vejo o idoso profeta sinceramente de seus pecados e
alegria que me deu o Pai; e sereis como eu
sou” (3 Néfi 28:10). Néfi em sua mesa, as placas de ouro seguem o Salvador às águas do
27. Moisés 1:39. abertas diante dele, segurando o buril. batismo, “[receberão] o Espírito Santo;
28. “As coisas que o olho não viu, e o ouvido Néfi estava terminando sua última sim, então vem o batismo de fogo e
não ouviu, e não subiram ao coração do
homem são as que Deus preparou para os gravação no registro. Ele escreveu: “E do Espírito Santo”.7 Ouvimos também
que o amam” (1 Coríntios 2:9). agora, meus amados irmãos, ponho a voz do Pai prestando testemunho:
29. João 14:6. fim às minhas palavras”.1 Mas, logo “Sim, as palavras do meu Amado são
30. 2 Néfi 31:21.
depois, o Espírito pediu a Néfi que verdadeiras e fiéis. Quem perseverar
voltasse ao seu registro e escrevesse até o fim, esse será salvo”.8
uma mensagem final. Sob a poderosa O presidente Russell M. Nelson
influência do Espírito Santo, esse enfatizou a importância singular
grande profeta pegou novamente seu da doutrina de Cristo durante um
buril e escreveu: “Portanto as coisas discurso aos líderes de missão recém-­
que escrevi me bastam, exceto algu- chamados: “Mais do que qualquer
mas (…) palavras que devo dizer sobre outra coisa, queremos que nossos
a doutrina de Cristo”.2 missionários (…) tenham a doutrina
Somos eternamente gratos por de Cristo gravada em seu coração —
aquelas “poucas palavras”3 e pelo enraizada na medula de seus ossos”.9
Espírito ter compelido Néfi a escrevê-­ O manual Pregar Meu Evangelho
las. O tratado de Néfi sobre a doutrina resume os cinco elementos da dou-
de Cristo é um tesouro para aqueles trina de Cristo. Nele lemos: “Con-
que com ele se banqueteiam. Contém vidamos as pessoas a achegarem-­se
uma visão do batismo do Salvador4 a Cristo, ajudando-­as a receber o
e a voz do Filho convidando todos evangelho restaurado por meio da fé
a segui-­Lo5 e “[a fazer] as coisas que em Jesus Cristo e em Sua Expiação,
[O viram] fazer”.6 Contém o teste- do arrependimento, do batismo, de se
munho de Néfi de que aqueles que, receber o dom do Espírito Santo e de
com fé em Cristo, arrependem-­se perseverar até o fim”.10
África do Sul

48 SESSÃO DA TARDE DE SÁBADO


Taiti
Mas a importância da doutrina de
Cristo não é apenas para os missioná-
rios! E ela é muito mais profunda do
que uma mera repetição sumária de
seus cinco elementos principais. Ela
abrange a lei do evangelho. Ela é o
grande plano para a vida eterna.
Irmãos e irmãs, se quisermos acei-
tar o convite do presidente Nelson de
ter a doutrina de Cristo enraizada na
medula de nossos ossos, devemos apro-
fundar nossa conversão ao Senhor por
meio de estudo, oração, uma vida fiel
e o arrependimento contínuo. Deve-
mos convidar o Espírito Santo a gravar
a doutrina de Cristo nas “tábuas de
carne do [nosso] coração”11 tão pro-
funda e permanentemente quanto foi
gravada por Néfi nas placas de ouro.
Em outubro passado, o presidente
Nelson perguntou: “O que significa
vencer o mundo?” Entre outras coi-
sas, ele disse: “Significa que confiamos
mais na doutrina de Cristo do que nas
filosofias dos homens”.12
A palavra confiança é definida como
“firme credibilidade no caráter, habili-
dade, força ou veracidade de alguém
ou algo”.13 Esse alguém é Jesus Cristo
e esse algo é Sua doutrina.
Então de que modo a confiança
intencional na doutrina de Cristo
mudaria a maneira como vivemos
nossa vida?
Se confiarmos na doutrina de Cristo,
confiaremos em Cristo o suficiente
para vivermos de acordo com cada
uma de Suas palavras.14 Faremos
um estudo por toda a nossa vida de
Jesus Cristo,15 Seu ministério, Seus
ensinamentos e Sua Expiação infinita,
incluindo Sua gloriosa Ressurreição.
Estudaremos Suas promessas e as
condições sob as quais elas são con-
cedidas.16 Ao estudarmos, ficaremos
repletos de mais amor pelo Senhor.
Se confiarmos na doutrina de Cristo,
nós nos dirigiremos a nosso Pai Celes-
tial todos os dias por meio de humilde
e secreta oração, na qual podemos
expressar gratidão pela dádiva de Seu
Filho e por todas as nossas bênçãos.17
Podemos orar pela companhia do
Espírito Santo que nos concede reve-
lação18, orar para alinhar nossa von-
tade à Dele,19 para refletir sobre nossos
convênios e renovar nosso compro-
misso de cumpri-­los.20 Podemos orar
para apoiar nossos profetas, videntes e
reveladores e para expressar amor por
eles;21 orar pelo poder purificador do
perdão22 e orar por força para resistir
à tentação.23 Eu os convido a fazer da
oração uma prioridade em sua vida,
buscando todos os dias melhorar sua
comunicação com Deus.
Se confiarmos na doutrina de
Cristo, deixaremos de lado as coi-
sas brilhantes do mundo para que
nos concentremos no Redentor do
mundo.24 Limitaremos ou eliminare-
mos o tempo gasto em mídias sociais;
jogos virtuais; entretenimento desne-
cessário, excessivo ou inadequado; o
fascínio dos tesouros e vaidades deste
mundo; e quaisquer outras atividades
que dão lugar às falsas tradições e
filosofias equivocadas dos homens. É
apenas em Cristo que encontramos
verdade e realização duradoura.
O arrependimento sincero25 se
tornará uma parte feliz26 de nossa
vida — tanto para sermos perdoados
pelos pecados quanto para sermos
transformados à imagem de Cristo.27
MAIO DE 2023 49
O arrependimento com fé em Cristo
permite que tenhamos acesso à
Expiação de Cristo. O presidente
Dallin H. Oaks ensinou que, quando o
Salvador perdoa, Ele “faz mais do que
nos purificar do pecado. Ele também
nos dá novas forças”.28 Cada um de
nós precisa dessa força para guardar
os mandamentos de Deus e cumprir
com o propósito eterno de nossa vida.
Encontramos forças em Jesus e Sua
doutrina. Ele disse: “Em verdade, em
verdade vos digo que esta é minha dou-
trina e os que edificam sobre isto edifi-
cam sobre minha rocha; e as portas do
inferno não prevalecerão contra eles”.29
Vemos essa promessa sendo cum-
prida na vida de pessoas fiéis. Há
pouco mais de um ano, tive o privi-
légio de me encontrar com Travis e
Kacie. Eles se casaram em 2007. Na
época, Travis não era membro da
Igreja. Kacie, embora tivesse sido
criada em um lar santo dos últimos
dias ativo, afastou-­se da fé na adoles-
cência e se desviou de seus alicerces.
Em 2018, Travis conheceu os mis-
sionários e em 2019 ele foi batizado.
Travis se tornou um missionário para
Kacie, que também passou por uma
conversão que mudou sua vida. Eles
foram selados no templo em setem-
bro de 2020. Cerca de dois anos após
seu batismo, Travis foi chamado para
servir no bispado.
Travis tem uma doença rara que
forma continuamente aglomerados
de tumores em seus órgãos internos.
Ele passou por muitas cirurgias para
remover os tumores recorrentes, mas
a doença é incurável. Há vários anos,
foi dito a Travis que ele teria menos
de 10 anos de vida.
Kacie tem retinite pigmentosa, uma
doença genética rara que causa estrei-
tamento irreversível do campo de
visão até a cegueira completa.
50 SESSÃO DA TARDE DE SÁBADO
Ela contou-­me a respeito de seu
futuro. Previa um tempo, não muito
distante, em que ficaria viúva, cega,
sem sustento financeiro e sozinha
para criar quatro filhos pequenos. Per-
guntei a Kacie como ela conseguiria
lidar com um futuro tão sombrio. Ela
sorriu serenamente e disse: “Nunca
estive tão feliz ou esperançosa em
minha vida. Temos as promessas que
recebemos no templo”.
Travis agora é o bispo. Há dois
meses, ele fez outra grande cirurgia.
Mas está otimista e sereno. A visão de
Kacie piorou. Agora ela tem um cão-­
guia e não consegue dirigir. Mas está
satisfeita, criando os filhos e servindo
como conselheira na presidência das
Moças.
Travis e Kacie estão edificando sua
casa sobre a rocha. Travis e Kacie con-
fiam na doutrina de Cristo e na pro-
messa de que Deus “consagrará [suas]
aflições para [seu] benefício”.30 No
plano perfeito de Deus, o sofrimento
com fé em Cristo está ligado a nos
tornarmos perfeitos em Cristo.31 Tal
como o sábio da parábola que edificou
sua casa sobre a rocha,32 quando a
chuva cai, as enchentes vêm, os ven-
tos sopram e batem na casa que Travis
e Kacie estão edificando, ela não cai,
pois está alicerçada sobre a rocha.33
Jesus não falou da possibilidade de
chuva, enchentes e vento em nossa
vida. Ele falou da certeza de que
tempestades virão. A variável nessa
parábola não é saber se as tempesta-
des virão, mas como respondemos a
Seu amoroso convite de ouvirmos e
fazermos o que Ele ensinou.34 Não há
outra forma de sobrevivermos.
Quando construímos nossa casa
sobre o fundamento de um relaciona-
mento com Cristo por convênio, esta-
mos confiando na doutrina de Cristo e,
ao nos achegarmos a Ele, temos Sua
promessa de vida eterna. As pessoas
que confiam na doutrina de Cristo
prosseguem com firmeza em Cristo
e perseveram até o fim. Não há outro
meio de ser salvo no reino dos céus.35
Presto meu testemunho pessoal
da existência real do Jesus Cristo
ressurreto. Testifico que Deus, nosso
Pai, amou o mundo de tal maneira
que enviou Seu Filho para nos redimir
do pecado36 e nos curar da tristeza.37
Testifico que Ele chamou um profeta
de Deus em nossa época, o presidente
Russell M. Nelson, por meio de quem
Ele nos fala e nos guia.
De todo o coração, eu os convido a
confiar na doutrina de Cristo e edifi-
car sua vida sobre a rocha do Reden-
tor. Ele nunca vai falhar com vocês.
Em nome de Jesus Cristo, amém. ◼
NOTAS
1. 2 Néfi 30:18.
2. 2 Néfi 31:2; grifo do autor.
3. Ver 2 Néfi 31–32.
4. Ver 2 Néfi 31:7–8.
5. Ver 2 Néfi 31:10.
6. 2 Néfi 31:12.
7. 2 Néfi 31:13.
8. 2 Néfi 31:15.
9. Marianne Holman Prescott, “Elder Russell
M. Nelson: ‘Epistles of the Lord’”, Church
News, 1º de julho de 2015, thechurchnews.
com.
10. Pregar Meu Evangelho: Guia para o Serviço
Missionário, 2018, p. 1. O “propósito
missionário” reflete os cinco elementos
da doutrina de Cristo. O ensinamento
contido em 2 Néfi 31–32 inclui vários outros
elementos importantes que fazem parte da
doutrina de Cristo, tais como nos apegar
à palavra de Cristo (ver 2 Néfi 31:19–20;
32:3); guardar os mandamentos (ver 2 Néfi
31:7, 10, 18); orar (ver 2 Néfi 32:8–9); e, em
sua essência, a doutrina de que o sacrifício
expiatório de Cristo é o único meio pelo
qual podemos ser salvos (ver 2 Néfi 31:21).
Há elementos da doutrina de Cristo ao
longo de todas as escrituras, embora ela
seja discutida mais completamente em
2 Néfi 31:5–21, 3 Néfi 11:31–39, 3 Néfi
27:13–21 e Moisés 6:59–62.
11. 2 Coríntios 3:3.
12. Russell M. Nelson, “Vencer o mundo e
encontrar descanso”, Liahona, novembro de
2022, p. 98; grifo do autor.
 13. Merriam-­Webster.com Dictionary, “trust”
[confiança].
14. Ver Doutrina e Convênios 84:44.
15. Ver Mateus 11:29.
16. Ver Russell M. Nelson, “Invocando o poder
de Jesus Cristo em nossa vida”, A Liahona,
maio de 2017, p. 39. “Ao aprendermos sobre
Ele. (…) Quanto mais sabemos sobre o
ministério e a missão do Salvador, quanto
mais compreendemos Sua doutrina e o que
Ele fez por nós. (…) Convidei-­os a permitir
que as citações das escrituras sobre Jesus
Cristo, que se encontram no Guia para
Estudo das Escrituras, se tornassem seu
currículo principal.”
17. Ver Mateus 6:6–13.
18. Ver 3 Néfi 19:9.
19. Ver 2 Néfi 4:35; 3 Néfi 19:24; Doutrina e
Convênios 46:30.
20. Ver Russell M. Nelson, “O templo e o nosso
alicerce espiritual”, Liahona, novembro
de 2021, p. 95: “Convido-­os a definir um
horário regular para repetir em sua mente
os convênios que fizeram”.
21. Ver Doutrina e Convênios 107:22.
22. Ver Mosias 4:10.
23. Ver Mateus 6:13.
24. Ver Mateus 6:19–21, 33.
25. O rei Benjamim descreveu o
arrependimento sincero: “E novamente,
acreditai que vos deveis arrepender
de vossos pecados e abandoná-­los e
humilhar-­vos diante de Deus; e pedir com
sinceridade de coração que ele vos perdoe;
e agora, se acreditais em todas estas coisas,
vede que as façais” (Mosias 4:10).
26. Ver Russell M. Nelson, “O poder do ímpeto
espiritual”, Liahona, maio de 2022, p.
98: “Comecem hoje a vivenciar a alegria
que advém de se abandonar o homem
natural. O Salvador nos ama sempre, mas
especialmente quando nos arrependemos.
(…) [Vivenciem] a alegria e o alívio
advindos do arrependimento”.
27. Ver Alma 5:14–15.
28. Dallin H. Oaks, “Our Message for
Missionaries” (transmissão mundial para
missionários, 20 de janeiro de 2016);
ver também Dallin H. Oaks, “Sin and
Suffering”, Ensign, julho de 1992, p. 73.
29. 3 Néfi 11:39; grifo do autor.
30. 2 Néfi 2:2.
31. Ver Hebreus 5:8–9.
32. Ver 3 Néfi 14:24–27.
33. Ver 3 Néfi 14:24–25.
34. Ver 3 Néfi 14:24.
35. Ver 2 Néfi 31:20–21.
36. Ver João 3:16–17.
37. Ver João 16:20.

MAIO DE 2023 51
 Élder Benjamín De Hoyos
Dos setenta

O trabalho de templo
para oferecer a oração dedicatória que
recebera por revelação (ver Doutrina
e Convênios 109). Nela, ele descreveu

e história da família
muitas das bênçãos extraordinárias
que são concedidas aos que digna-
mente entram nos templos do Senhor.

constituem o mesmo
Então o coro cantou o hino “Tal como
um facho”, e a congregação se levan-
tou e entoou o Brado de Hosana “com

trabalho
tamanho vigor que parecia forte o
bastante para erguer o telhado do edi-
fício” (Ensinamentos dos Presidentes
da Igreja: Joseph Smith, 2007, p. 321).
Uma semana mais tarde, o profeta
descreveu que o Senhor apareceu no
O foco central do plano de nosso Pai Celestial templo, dizendo:

é unir as famílias para esta vida e para a “Pois eis que aceitei esta casa, e
meu nome aqui estará; e manifestar-­
eternidade. me-­ei a meu povo com misericórdia
nesta casa. (…)
E a fama desta casa espalhar-­se-­á
por terras estrangeiras; e este é o prin-
cípio da bênção que será derramada
Sou muito grato pelo trabalho contínuo concluíram seu belo templo no pri- sobre a cabeça de meu povo” (Dou-
nos templos na “dispensação da pleni- meiro semestre de 1836 — o primeiro trina e Convênios 110:7, 10).
tude dos tempos” (Doutrina e Convê- desta dispensação. Em março do Depois dessa e de outras visões,
nios 128:18). Desde os primeiros dias da mesmo ano, mais de mil pessoas Elias, o Profeta, que foi levado ao
Restauração, santos fiéis fazem muitos se reuniram no templo e em suas céu sem passar pela morte, apareceu
sacrifícios para receber as ordenanças e entradas para o serviço dedicatório. diante do profeta Joseph Smith e de
os convênios do templo. Seguindo esse O profeta Joseph Smith se levantou Oliver Cowdery e disse:
grande exemplo, em 1975, após mui-
tos sacrifícios financeiros para viajar
da Cidade do México, minha querida
esposa, Evelia, e eu, acompanhados de
nossos queridos pais, fomos selados
como marido e mulher para a eter-
nidade no Templo de Mesa Arizona.
Naquele dia, quando fomos unidos
pela autoridade do sacerdócio na casa
do Senhor, verdadeiramente tivemos
um vislumbre do céu.

O trabalho e propósito dos templos

Essa experiência me fez valorizar
muito mais os santos de Kirtland,
Ohio, que, depois de três anos de
trabalho árduo e grande sacrifício,
Costa do Marfim

52 SESSÃO DA TARDE DE SÁBADO

Quênia
“Eis que é chegado plenamente o
tempo proferido pela boca de Mala-
quias — testificando que ele [Elias, o
Profeta] seria enviado antes que viesse
o grande e terrível dia do Senhor —
Para voltar o coração dos pais para
os filhos e os filhos para os pais, a fim
de que a Terra toda não seja ferida
com uma maldição —
Portanto, as chaves desta dispen-
sação são confiadas às vossas mãos; e
assim sabereis que o grande e terrível
dia do Senhor está perto, sim, às por-
tas” (Doutrina e Convênios 110:14–16).
O templo e a história da família
Após o Senhor ter restaurado as
chaves seladoras a Joseph Smith,
o trabalho de salvação em ambos
os lados do véu começou em nossa
dispensação (ver 1 Coríntios 15:22, 29;
Doutrina e Convênios 128:8–18).
O presidente Boyd K. Packer ensi-
nou que “esse evento marcante pas-
sou despercebido pelo mundo, mas
viria a influenciar o destino de toda
alma que já viveu ou que ainda viverá
nesta Terra. As coisas começaram a
acontecer silenciosamente. A Igreja
tornou-­se uma igreja que constrói
templos.
Surgiram em diversos lugares
no mundo, de modo supostamente
espontâneo, pessoas, organizações e
sociedades interessadas na pesquisa
genealógica. Isso tudo ocorreu desde
o aparecimento de Elias no Templo
de Kirtland” (O Templo Sagrado, 1980,
p. 141).
Desde aquele dia, 3 de abril de
1836, o coração dos filhos começou a
voltar-­se ao de seus pais. Depois disso,
as ordenanças não foram mais tem-
porárias, mas permanentes. O poder
para selar estava conosco. Nenhuma
autorização supera seu valor. Esse
poder dá significado e duração eterna
a todas as ordenanças realizadas com
a devida autoridade, tanto para vivos
quanto para mortos” (Preparação para
Entrar no Templo Sagrado, 2002, p. 28).
Queridos irmãos e irmãs, a cons-
trução e o uso adequado dos templos
têm sido, em qualquer dispensação,
um sinal da verdadeira Igreja de Jesus
Cristo. Após a dedicação do Templo
Equador
de Salt Lake em 1893, o presidente
Wilford Woodruff incentivou os mem-
bros da Igreja a buscar os registros de
seus antepassados e a fazer sua genea-
logia indo o mais longe possível nela
para levar nomes ao templo e realizar
as ordenanças de salvação e exaltação
(ver Ensinamentos dos Presidentes da
Igreja: Wilford Woodruff, 2004).
História da família e trabalho no
templo — Um único trabalho
Um ano mais tarde (1894), o
mesmo presidente Woodruff supervi-
sionou a criação da Sociedade Genea-
lógica de Utah. Um século depois, em
1994, o élder Russell M. Nelson, na
época membro do Quórum dos Doze
Apóstolos, disse: “Os acontecimentos
daquele ano histórico reuniram a pes-
quisa da história da família e o serviço
no templo num único trabalho dentro
da Igreja” (“O espírito de Elias”, A
Liahona, janeiro de 1995, p. 94).
Trabalho de história da família
Irmãos e irmãs, o Senhor nos incen-
tiva como membros de Sua Igreja a
preservar nossa própria história da
família, a aprender de nossos ante-
passados e a fazer os preparativos
necessários para que eles recebam as
ordenanças do evangelho nos templos
para ajudá-­los a progredir no caminho
do convênio, o que vai abençoá-­los
com uma família eterna. Esse é o foco
MAIO DE 2023 53
central do plano de nosso Pai Celes-
tial: unir as famílias para esta vida e
para a eternidade.
Para os que não se sentem capazes
de fazer esse trabalho, devem saber
que não estão sozinhos. Todos pode-
mos usar as ferramentas que a Igreja
preparou e que são encontradas nos
centros do FamilySearch, que conhe-
cíamos como centros de história da
família. Os centros do FamilySearch
são projetados para que quase todos,
com um pouco de ajuda, possam
encontrar informações de seus ante-
passados e organizá-­las adequada-
mente para que possam levá-­las à casa
do Senhor. Entrem em contato com
os consultores de história da família
em sua ala ou seu ramo. Eles vão
orientá-­los a cada passo.
Ao seguirmos a orientação dos
profetas e aprendermos a fazer
nossa história da família e realizar
54 SESSÃO DA TARDE DE SÁBADO
as ordenanças do templo por nossos
antepassados, vamos ter grande
alegria a ponto de não querermos
mais parar de fazê-­lo. O Espírito vai
encher nosso coração, despertar nossa
capacidade de fazer esse trabalho e
nos guiar conforme buscamos nomes
de nossos antepassados. Lembremo-­
nos, porém, que a história da família
é mais do que simplesmente buscar
nomes, datas e lugares. Significa unir
famílias e sentir a alegria que advém
de proporcionar aos antepassados as
ordenanças do evangelho.
Aprecio o ensinamento inspirado
de nosso amado profeta, o presi-
dente Russell M. Nelson, que disse:
“O templo encontra-­se no cerne do
fortalecimento de nossa fé e de nossa
força espiritual porque o Salvador
e Sua doutrina são a essência do
templo. Tudo o que é ensinado no
templo, por meio de instrução e pelo
Espírito, amplia nossa compreensão a
respeito de Jesus Cristo. As ordenan-
ças essenciais de Cristo nos unem a
Ele por meio dos convênios sagrados
do sacerdócio. Então, à medida que
cumprimos nossos convênios, Ele nos
investe com Seu poder de fortaleci-
mento e cura” (“O templo e o nosso
alicerce espiritual”, Liahona, novem-
bro de 2021, pp. 93–94).
Certamente, o trabalho de templo
e história da família constituem o
mesmo trabalho na Igreja.
Presto testemunho dessas verdades.
Sei que esta é a Igreja do Senhor Jesus
Cristo, nosso Salvador e Redentor, de
Quem nos lembramos e a Quem ado-
ramos nesta época de Páscoa. Sei que
Ele nos ama e que, quando guardamos
nossos convênios e colocamos nossa
confiança Nele, Ele nos investe de
Seu poder curador e fortalecedor. Em
nome de Jesus Cristo, amém. ◼
 Élder Dieter F. Uchtdorf
Do Quórum dos Doze Apóstolos
Jesus Cristo é
a força dos pais
Ajudem seus filhos a edificar a fé em Jesus Cristo,
a amar Seu evangelho e Sua Igreja e a se preparar
para uma vida inteira de escolhas corretas.
Era uma vez um pai que estava pres-
tes a sair à noite para uma reunião do
bispado. Sua filhinha de 4 anos parou
à sua frente, já de pijamas, segurando
um exemplar do livro Histórias do
Livro de Mórmon.
“Por que você precisa ir para a
reunião?”, ela perguntou.
“Porque sou conselheiro no bis-
pado”, ele respondeu.
“Mas você é meu pai!”, protestou
a filha.
Nova Zelândia
Ele se ajoelhou na frente dela. “Meu
docinho”, ele disse, “sei que você quer
que eu leia para você e a ajude a dor-
mir, mas hoje preciso ajudar o bispo”.
A filha respondeu: “O bispo
não tem um papai para ajudá-­lo a
dormir?”
Somos eternamente gratos pelo
número incontável de membros que
servem diligentemente na Igreja de
Jesus Cristo todos os dias. Seu sacrifí-
cio é verdadeiramente sagrado.
Mas, como essa garotinha parecia
entender, existe algo igualmente
sagrado — algo insubstituível — no
cuidado dos pais com os filhos. Esse
cuidado reflete o padrão celestial.1
Nosso Pai Celestial, nosso Pai Divino,
certamente Se alegra quando Seus
filhos são ensinados e nutridos por
seus pais terrenos.2
Pais, obrigado por tudo o que
fazem para criar seus filhos. E,
filhos, obrigado por tudo o que
estão fazendo para educar seus pais,
porque, como todos os pais sabem,
muitas vezes aprendemos com nossos
filhos sobre fé, esperança e caridade
tanto quanto eles aprendem conosco!3
Os pais têm um dever sagrado
Já pensaram no enorme risco que
nosso Pai Celestial corre cada vez
que envia uma criança à Terra? Essas
crianças são Seus filhos e Suas filhas
espirituais, com potencial ilimitado,
destinadas a se tornar seres gloriosos
de bondade, graça e verdade. E, no
entanto, chegam à Terra completa-
mente indefesas, mal conseguindo
fazer outra coisa além de chorar. A
lembrança do tempo que passaram na
presença de Deus é esquecida, junto
com o conhecimento de quem real-
mente são e quem podem se tornar.
Elas ganham um entendimento da
vida, do amor, de Deus e de Seu plano
com base no que observam das pes-
soas ao seu redor — especialmente de
seus pais, que, honestamente, ainda
MAIO DE 2023 55
 inadequados se sintam, vocês pos-
suem algo exclusivo que os qualifica:
seu amor por seus filhos.
O amor dos pais por seus filhos é
uma das maiores forças do universo.
É uma das poucas coisas nesta Terra
que pode ser verdadeiramente eterna.
Talvez vocês sintam que seu rela-
cionamento com seu filho ou sua filha
não seja o ideal. É nesse momento
que o poder do Salvador entra em
cena. Ele cura doentes e pode curar
relacionamentos. Ele multiplica o pão
e o peixe, e pode multiplicar o amor e
a alegria em seu lar.
Espanha O amor que vocês sentem por
seus filhos cria um ambiente propí-
estão procurando entender essas Mas cada filho recebeu a luz de cio para ensinar a verdade e edificar
coisas também. Cristo como uma linha direta com os a fé. Façam de seu lar uma casa de
Deus deu aos pais “o sagrado dever céus. E o Salvador vai ajudar, orientar oração, de aprendizado e de fé; uma
de criar os filhos com amor e retidão, e incentivar vocês. Busquem a ajuda casa de experiências felizes, um lugar
atender a suas necessidades físicas e Dele. Perguntem ao Senhor! de inclusão, uma casa de Deus.5 E
espirituais [e] ensiná-­los a (…) guardar Assim como Jesus Cristo é a força “rogai ao Pai, com toda a energia de
os mandamentos de Deus”.4 dos jovens, Jesus Cristo também é a vosso coração, que sejais cheios desse
Isso é suficiente para tirar o sono força dos pais. amor que ele concedeu a todos os (…)
até mesmo dos melhores pais. seguidores de seu Filho, Jesus Cristo”.6
Minha mensagem a todos os pais é:
O Senhor ama vocês. Ele amplifica os esforços pequenos e
Ele está com vocês. simples
Ele está ao seu lado. Outra força que vocês têm, como
DETALHE DE CRISTO E O JOVEM RICO, DE HEINRICH HOFMANN

Ele é sua força para orientar seus pais, é a oportunidade de exercer uma
filhos a fazer escolhas corretas. influência diária e contínua. Colegas,
Aceitem esse privilégio e essa res- professores, influenciadores da mídia
ponsabilidade com coragem e alegria. vêm e vão. Mas vocês podem ser a
Não deleguem essa fonte de bênçãos influência mais constante e estável na
celestiais a ninguém mais. De acordo vida de seus filhos.
com a estrutura dos valores e prin- Seus esforços podem parecer
cípios do evangelho, são vocês que pequenos comparados às vozes
devem orientar seus filhos nos deta- estridentes que seus filhos ouvem
lhes das decisões diárias. Ajudem seus no mundo. Às vezes, pode parecer
filhos a edificar a fé em Jesus Cristo, a que não estão conseguindo alcançar
amar Seu evangelho e Sua Igreja e a muitos resultados. Mas lembrem-­se
se preparar para uma vida inteira de Ele amplifica o amor de que, “por meio de pequenos recur-
escolhas corretas. Na verdade, esse é o Às vezes, podemos pensar que sos, pode o Senhor realizar grandes
plano de Deus para os pais. outras pessoas seriam mais qualifi- coisas”.7 Uma noite no lar, uma con-
Satanás vai se opor a vocês, vai cadas para orientar e ensinar nossos versa sobre o evangelho ou um bom
tentar distraí-­los e desanimá-­los. filhos. Mas, não importa o quão exemplo talvez não mudem a vida

56 SESSÃO DA TARDE DE SÁBADO

de seu filho instantaneamente, assim
como uma gota de chuva não faz uma
planta crescer imediatamente. Mas
a consistência das coisas pequenas
e simples, dia após dia, nutre muito
melhor seus filhos do que uma inun-
dação ocasional.8
Essa é a maneira do Senhor. Ele
fala a vocês e a seus filhos com uma
voz mansa e delicada, não com uma
voz de trovão.9 Ele não curou Naamã
por meio de alguma coisa grande,
mas pelo ato simples e repetitivo de
se lavar.10 Os filhos de Israel desfruta-
ram do banquete das codornizes no
deserto, mas o que os manteve vivos
Uruguai
foi o pequeno e simples milagre do
maná — seu pão diário.11
Irmãos e irmãs, o pão de cada dia é
melhor quando preparado e servido
em casa. A fé e o testemunho são mais
bem nutridos de maneira espontânea
e natural, um passo de cada vez, em
situações pequenas e simples, no
fluxo constante da vida diária.12
Cada momento é um momento de
ensino. Cada uma de suas palavras
e ações pode ser um guia para fazer
escolhas.13
Talvez vocês não vejam imedia-
tamente os efeitos de seus esforços,
mas não desistam! “Todas as coisas,
porém, deverão realizar-­se a seu
tempo”, disse o Senhor. “Portanto,
não vos canseis de fazer o bem, por-
que estais lançando o alicerce de uma
grande obra.”14 Que obra poderia
ser maior do que ajudar os precio-
sos filhos de Deus a aprender quem
realmente são e edificar neles a fé em
Jesus Cristo, em Seu evangelho e em
Sua Igreja? Jesus Cristo abençoará e
amplificará seus esforços consistentes.
Ele concede revelação
Outra maneira poderosa que o
Senhor tem para apoiar os pais é por
meio do dom da revelação pessoal.
Deus está ansioso para derramar Seu
Espírito a fim de orientar os pais.
À medida que orarem e forem
sensíveis ao Espírito, Ele os alertará de
perigos ocultos.15 Ele revelará os dons,
os pontos fortes e as preocupações
não expressas de seus filhos.16 Deus
os ajudará a ver seus filhos como Ele
os vê — além da aparência externa e
dentro do coração deles.17
Com a ajuda de Deus, vocês podem
aprender a conhecer seus filhos de
modo puro e celestial. Eu os convido
a aceitar a oferta de Deus de guiar sua
família por meio de revelação pessoal.
Busquem a orientação Dele em suas
orações.18
Uma poderosa mudança
Talvez a ajuda mais importante que
Jesus Cristo oferece aos pais é uma
“grande transformação” no coração.19
Esse é um milagre de que todos nós
precisamos.
Por um instante, imaginem esta
situação: vocês estão na igreja, ouvindo
um discurso sobre famílias. O orador
descreve um lar perfeito e uma famí-
lia ainda mais perfeita. O marido e
a esposa nunca brigam. Os filhos só
param de ler as escrituras na hora de
MAIO DE 2023 57

Porto Rico
fazer a lição de casa. E a música “Amai-­
vos uns aos outros”20 está tocando ao
fundo. Antes que o orador comece a
falar que todos se juntam alegremente
para limpar o banheiro, você já está
pensando: “Minha família está perdida”.
Queridos irmãos e irmãs, fiquem
tranquilos! Todos aqui na congrega-
ção estão pensando a mesma coisa!
Na verdade, todos os pais acham que
não estão sendo bons o suficiente.
Felizmente, existe uma fonte divina
de ajuda para os pais: Jesus Cristo. Ele
é a fonte de nossa vigorosa mudança
no coração.
Ao abrirem o coração para o Sal-
vador e Seus ensinamentos, Ele lhes
mostrará suas fraquezas. Se confiarem
em Cristo com um coração humilde,
Ele fará com que as coisas fracas se
tornem fortes.21 Ele é um Deus de
milagres.
Isso significa que vocês e sua famí-
lia serão perfeitos? Não. Mas vocês se
tornarão pessoas melhores. Por meio
da graça do Salvador, aos poucos,
vocês desenvolverão mais dos atribu-
tos de que os pais necessitam: amor a
Deus e a Seus filhos, paciência, abnega-
ção, fé em Cristo e coragem para fazer
escolhas certas.
Jesus Cristo oferece apoio por meio
de Sua Igreja
Nosso esforço de edificar a fé em
Jesus Cristo é centralizado no lar, con-
centrado nas pessoas e apoiado pela
58 SESSÃO DA TARDE DE SÁBADO
Igreja. Além de prover as sagradas
escrituras e as palavras dos profetas,
a Igreja do Salvador oferece muitos
recursos para ajudar pais e filhos a
fazer escolhas corretas:
• O livreto Força dos Jovens: Um Guia
para Fazer Escolhas não dá a vocês
uma lista do que fazer e não fazer.
Esse guia ensina verdades eternas
para ajudá-­los a fazer escolhas
centralizadas na vida e nos ensina-
mentos de Jesus Cristo. Leiam-­no
com seus filhos. Deixem que eles
falem sobre isso. Ajudem-­nos para
que essas verdades divinas e eter-
nas guiem suas escolhas.22
• As conferências FSY são outro
recurso maravilhoso. Espero que
todos os jovens participem. Con-
vido os jovens adultos solteiros
a participar dessas conferências
como mentores e consultores.
Convido os pais a aproveitar o
ímpeto espiritual que seus jovens
trazem para casa quando voltam
das conferências FSY.
• As crianças e os jovens de A Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias têm professores, consultores
e mentores. Vocês com frequência
entram na vida de um jovem em
um momento crucial, para edificar e
apoiar a fé e o testemunho. Alguns
são jovens adultos. Alguns nunca
tiveram filhos. Seu alegre serviço aos
filhos de Deus é sagrado para Ele.23
Nunca desistam do milagre
Meus queridos amigos, meus
queridos irmãos e irmãs, edificar a
fé em um filho ou uma filha é pare-
cido com ajudar uma flor a crescer.
Vocês não podem puxar a haste para
torná-­la mais alta. Não podem abrir
o botão para fazê-­la florescer mais
cedo. E não podem negligenciar a flor
e esperar que ela cresça ou floresça
espontaneamente.
O que podem e devem fazer pela
nova geração é prover um solo rico e
nutritivo, com acesso à água corrente
celestial. Removam as ervas daninhas
e quaisquer coisas que bloqueiem a
luz do sol celestial. Criem as melhores
condições possíveis para o cresci-
mento. Pacientemente, permitam
que a nova geração faça escolhas
inspiradas e deixem que Deus opere
Seus milagres. O resultado será mais
bonito, mais deslumbrante e mais ale-
gre do que qualquer coisa que vocês
possam realizar sozinhos.
 No plano de nosso Pai Celestial,
os relacionamentos familiares foram
feitos para ser eternos. É por isso que
vocês, como pais, nunca desistem,
mesmo que não sintam orgulho do
que aconteceu no passado.
Com Jesus Cristo, nosso Salvador e
o Mestre que nos cura, sempre é pos-
sível um novo início, sempre haverá
esperança.
Jesus Cristo é a força das famílias.
Jesus Cristo é a força dos jovens.
Jesus Cristo é a força dos pais.
Disso presto testemunho em nome
de Jesus Cristo, amém. ◼
NOTAS
1. “É inato em quase todo pai e toda mãe o
desejo de ensinar virtudes morais aos filhos.
Essa é outra parte do milagre do plano
do Pai Celestial. Ele quer que Seus filhos Malásia
venham à Terra, seguindo o padrão eterno
de família que existe no céu. A família é a
e na Igreja, 2022, pp. 30–31; ver também Ensinar à Maneira do Salvador, p. 33; 1 Pedro
unidade organizacional básica das esferas
Doutrina e Convênios 109:8. 3:15.
celestes, sendo, portanto, intenção Dele
6. Morôni 7:48. 14. Doutrina e Convênios 64:32–33.
que ela também seja a unidade básica na
7. 1 Néfi 16:29; ver também Alma 37:6–7. 15. Ver Mateus 2:13.
Terra. Embora as famílias terrenas estejam
8. Ver “O aprendizado em casa consiste em 16. Ver Alma 40:1; 41:1; 42:1.
longe da perfeição, elas proporcionam aos
esforços pequenos, simples e constantes”, 17. Ver 1 Samuel 16:7.
filhos de Deus a melhor chance de serem
Ensinar à Maneira do Salvador, p. 33. O 18. Ver 1 Néfi 15:8.
recebidos no mundo com o único amor
presidente David O. McKay ensinou: “Não 19. Alma 5:13.
que se aproxima daquele que sentimos no
sejamos tentados a achar que algumas 20. Ver “Amai-­vos uns aos outros”, Hinos,
céu: o amor dos pais. O convívio familiar
coisas, por serem pequenas e aparentemente nº 197.
também é a melhor maneira de preservar
triviais, não têm importância. Afinal, a vida 21. Ver Éter 12:27.
e transmitir virtudes morais e princípios
é feita de pequenas coisas. Nosso ser físico 22. “No caso dos filhos, a responsabilidade por
verdadeiros que nos conduzirão com maior
é mantido por uma sucessão de pequenas dar orientação moral repousa sobre os pais.
probabilidade de volta à presença de Deus”
batidas do coração. Se esse pequeno coração Eles conhecem a disposição, o entendi-
(Henry B. Eyring, “Reunir a família de
parar de bater, a vida neste mundo cessa. mento e a inteligência de cada filho. Os
Deus”, A Liahona, maio de 2017, p. 20).
O grandioso Sol é uma força potente no pais passam a vida procurando estabelecer
2. Certamente, sabemos que a vontade
universo, mas recebemos suas bênçãos na e manter uma boa comunicação com cada
de Deus nem sempre se cumpre “assim
forma de pequenos raios que, somados, um dos seus filhos. Eles estão na melhor
na terra como no céu” (Mateus 6:10). A
enchem o mundo inteiro de luz. A noite posição para dar a palavra final quanto ao
paternidade e a maternidade mortais
escura torna-­se agradável pelo brilho do que bem-­estar deles” ( James E. Faust, “O mais
certamente empalidecem em comparação
aparentam ser pequenas estrelas; e assim a importante da lei: O juízo, a misericórdia e
com o ideal de Deus. Ele com certeza vê
verdadeira vida cristã é feita de pequenos a fé”, A Liahona, janeiro de 1998, p. 66).
isso. Ele deve chorar com todas as tristezas
gestos cristãos realizados a cada hora e 23. Dois outros recursos que valem a pena
e dores nos relacionamentos familiares.
minuto no lar” (Ensinamentos dos Presidentes mencionar são: a versão digital deste ano
Mesmo assim, Ele nunca desistiu da família.
da Igreja: David O. McKay, 2003, pp. 238–239). do Vem, e Segue-­Me, que inclui uma nova
E Ele não vai desistir, porque Deus tem um
9. Ver Helamã 5:30. seção intitulada: “Preparar seus filhos para
plano glorioso para o destino eterno de
10. Ver 2 Reis 5:9–14. uma vida inteira no caminho do convênio
Seus filhos. E ao centro desse plano está a
11. Ver Êxodo 16. de Deus”. Ela sugere ideias simples e cen-
família.
12. Ver “Preparar seus filhos para uma vida tralizadas no lar para ajudar os filhos a se
3. Ver Mateus 18:1–5; Mosias 3:19.
inteira no caminho do convênio de Deus”, preparar para o batismo e outros convênios
4. “A Família: Proclamação ao Mundo”,
Vem, e Segue-­Me — Estudo Pessoal e Familiar: e ordenanças. E a nova versão do Ensinar
ChurchofJesusChrist.org; ver também
Novo Testamento 2023, apêndice, somente à Maneira do Salvador tem uma seção inti-
Doutrina e Convênios 68:25–28.
digital. tulada: “Lar e família”, que descreve como
5. Ver “Aprender em casa é fundamentado
13. Ver “O aprendizado em casa pode ser os princípios dos ensinamentos cristãos se
nos relacionamentos”, Ensinar à Maneira do
planejado, mas também espontâneo”, aplicam ao lar (ver página 32).
Salvador: Para Todos os Que Ensinam em Casa

MAIO DE 2023 59
 Sessão da noite de sábado | Abril de 2023
Élder Mark A. Bragg
Dos setenta
Uma atitude serena
como a de Cristo
“E ele, despertando, repreendeu o vento, e disse ao
mar: Cala-­te, aquieta-­te. E o vento se aquietou,
e houve grande bonança” (Marcos 4:39).
Na última vez que discursei na con-
ferência geral, meu genro Ryan me
mostrou um tweet que dizia: “Como
pode? O nome do sujeito é Bragg”
— que significa “gabar-­se” em inglês
— “e ele não fala sobre humildade?
Que desperdício!” Infelizmente, vou
continuar a desapontá-­los.
Meu maravilhoso pai foi um
famoso jogador de basquete da
Universidade da Califórnia, sob
o comando do lendário treinador
John Wooden. Eles permaneceram
próximos ao longo da vida de meu
pai e, ocasionalmente, o treinador
e a sra. Wooden vinham jantar em
nossa casa. John sempre gostava
de falar comigo sobre basquete ou
qualquer outra coisa que eu qui-
sesse. Certa vez, perguntei a ele
que conselho ele me daria quando
entrei no último ano do Ensino
Médio. Sempre procurando ser
didático, ele falou: “Seu pai me
disse que você se filiou à Igreja de
Jesus Cristo, então sei que você tem
fé no Senhor. Com essa fé, sempre
tenha uma atitude serena em todas
as situações. Seja um bom homem
em meio à tempestade”.
60 SESSÃO DA NOITE DE SÁBADO
Ao longo dos anos, essa conversa
ficou gravada em minha mente.
O conselho de ser calmo, sereno e
controlado em todas as situações,
principalmente em tempos de pres-
são e adversidade, impressionou-­me
muito. Pude ver como as equipes
do técnico Wooden jogavam com
serenidade e o grande sucesso que
Meu pai jogava com o técnico John Wooden,
que me disse: “Seja um bom homem em meio
à tempestade”.
tiveram ao vencerem 10 campeona-
tos nacionais.
Mas essa atitude não é muito men-
cionada hoje em dia e muito menos
praticada em tempos turbulentos e
divisivos. É frequentemente citada
nos esportes — um jogador sereno
que permanece imperturbável em um
jogo disputado ou um time que perde
o controle por falta de serenidade.
Mas essa qualidade maravilhosa vai
muito além do esporte. A serenidade
tem uma aplicação bem mais ampla
na vida e pode abençoar pais, líderes,
missionários, professores, alunos e
todos os outros que enfrentam as
tempestades da vida.
A serenidade espiritual nos aben-
çoa para mantermos a calma e o foco
no que mais importa, especialmente
quando estamos sob pressão. O pre-
sidente Hugh B. Brown ensinou: “A
fé em Deus e no triunfo final do que
é certo contribuem para a sereni-
dade mental e espiritual diante das
dificuldades”.1
O presidente Russell M. Nelson é
um exemplo maravilhoso de sereni-
dade espiritual. Certa vez, enquanto o
Dr. Nelson realizava um enxerto quá-
druplo na artéria coronária, a pressão
arterial do paciente caiu repentina-
mente. O Dr. Nelson avaliou a situação
com calma e identificou que uma
pinça fora acidentalmente retirada por
um dos integrantes da equipe. Ela foi
imediatamente reposta, e o Dr. con-
solou o membro da equipe, dizendo:
“Ainda amo você”. Depois acrescen-
tou, brincando: “Eu o amo mais em
alguns momentos do que em outros!”
Ele mostrou como uma emergência
deve ser tratada — com serenidade,
focando apenas no que mais importa
— lidando com a emergência. O pre-
sidente Nelson disse: “É uma questão
de extrema autodisciplina. Nossa
reação natural seria: ‘Tire-­me do time,
treinador! Quero ir para casa’. Mas,
evidentemente, não podemos. Aquela
vida dependia totalmente da equipe
cirúrgica completa. Então temos que
ficar bem calmos, relaxados e precisos
como sempre”.2
Claro, o Salvador é o exemplo
máximo de serenidade.
No Jardim do Getsêmani, em ago-
nia inimaginável, enquanto “ele suou
como que grandes gotas de sangue”,3
Ele foi um exemplo divino de sere-
nidade, com a declaração simples,
porém majestosa: “Não se faça a minha
vontade, senão a tua”.4 Sob a imensa
pressão para possibilitar a salvação de
toda a humanidade, Jesus demons-
trou três condições importantes que
nos ajudam a entender Sua grandiosa
serenidade. Primeiro, Ele sabia quem
Ele era e foi fiel à Sua missão divina.
Depois, Ele sabia que havia um grande
plano de felicidade. E, por fim, Ele
sabia que, por meio de Sua Expiação
infinita, todos os que fielmente tomas-
sem do Seu jugo, fazendo e guardando
convênios sagrados recebidos por meio
das ordenanças do sacerdócio, seriam
salvos, como ensinado hoje de maneira
tão bela pelo élder Dale G. Renlund.
Para contrastar a diferença entre
perder e manter a serenidade, pense
no que aconteceu quando Cristo e
Seus apóstolos deixaram o Jardim
do Getsêmani. Quando confrontado
por soldados que buscavam pren-
der Jesus, a reação de Pedro foi a de
perder a serenidade e atacar violenta-
mente, cortando a orelha de Malco, o
servo do sumo sacerdote. A reação de
Jesus Cristo, por outro lado, foi a de
manter a serenidade e acalmar uma
situação tensa, curando Malco.5
E, para aqueles de nós que têm
dificuldade de manter a serenidade
e talvez tenham ficado desanimados,
pensem no restante da história de
Pedro. Pouco tempo depois desse
incidente e do desgosto de negar
sua associação com Cristo,6 Pedro se
apresentou aos mesmos líderes reli-
giosos que condenaram o Salvador e,
com grande serenidade sob intenso
questionamento, prestou eloquente
testemunho da divindade de Jesus
Cristo.7
Saiba quem você é e seja fiel à sua
identidade divina
Vamos ponderar os elementos de
uma atitude serena como a de Cristo.
Para começar, o fato de sabermos
quem somos e de sermos fiéis à nossa
identidade divina traz serenidade.
Uma atitude serena como a de Cristo
exige que evitemos nos comparar
com os outros ou fingir ser alguém
que não somos.8 Joseph Smith ensi-
nou: “Se o homem não compreende o
caráter de Deus, não compreende a si
mesmo”.9 Simplesmente não é possí-
vel ter serenidade divina sem saber
que somos filhos e filhas divinos de
um amoroso Pai Celestial.
MAIO DE 2023 61

Em seu discurso “Escolhas para
a eternidade”, o presidente Nelson
ensinou estas verdades eternas
sobre quem somos: somos filhos de
Deus, somos filhos do convênio e
somos discípulos de Cristo. Depois,
ele prometeu: “Ao aceitarem essas
62 SESSÃO DA NOITE DE SÁBADO
verdades, nosso Pai Celestial os aju-
dará a alcançar seu objetivo final de
viverem eternamente em Sua santa
presença”.10 Realmente somos seres
espirituais divinos tendo uma expe-
riência na mortalidade. O fato de
saber quem somos e de sermos fiéis a
essa identidade divina é fundamen-
tal para o desenvolvimento de uma
atitude serena como a de Cristo.
Saiba que existe um plano divino
Em seguida, lembrar que existe um
grande plano gera coragem e sereni-
dade em situações desafiadoras. Néfi
pôde dizer “eu irei e cumprirei”11 tal
como o Senhor ordenou, “não sabendo
de antemão”12 as coisas que deveria
fazer, porque sabia que seria guiado
pelo Espírito em cumprimento do
plano eterno de um amoroso Pai Celes-
tial. Recebemos serenidade quando
vemos as coisas a partir de uma pers-
pectiva eterna. O Senhor disse a Seus
discípulos: “Levantai os vossos olhos”,13
“e que as verdades solenes da eterni-
dade repousem em vossa mente”.14 Ao
enquadrarmos os tempos desafiadores
dentro de um plano eterno, a pressão
se transforma no privilégio de amar,
servir, ensinar e abençoar. Uma visão
eterna permite uma atitude serena
semelhante à de Cristo.
Saiba sobre o poder capacitador de
Jesus Cristo e de Sua Expiação
E, por fim, o poder capacitador de
Cristo, que se tornou possível graças a
Seu sacrifício expiatório, dá-­nos forças
para perseverar e prevalecer. Graças
a Jesus Cristo, podemos fazer um
convênio com Deus e ser fortalecidos
para guardar esse convênio. Podemos
estar ligados ao Salvador com alegria
e serenidade, independentemente de
nossas circunstâncias temporais.15 O
capítulo 7 de Alma ensina, de maneira
bela, a respeito do poder capacitador
de Cristo. Além de nos redimir do
pecado, o Salvador pode nos forta-
lecer em nossas fraquezas, nossos
medos e desafios nesta vida.
Ao nos concentrarmos em Cristo,
podemos silenciar nossos medos, tal
como o povo de Alma fez em Helã.16
Quando exércitos ameaçadores se
reuniram, aqueles discípulos fiéis de
Cristo demonstraram serenidade. O
élder David A. Bednar ensinou: “Alma
aconselhou os crentes a lembrarem-­se
do Senhor e do livramento que
apenas Ele poderia conceder (ver
2 Néfi 2:8). E a cuidadosa proteção
proporcionada pelo conhecimento
do Salvador permitiu que as pessoas
reprimissem seus temores”.17 Isso
exemplifica a serenidade.
O grande homem em meio à
tempestade
Noé nos ensinou muito sobre
paciência em uma tempestade, mas
o Salvador foi o maior professor de
como sobreviver a uma tormenta. Ele
é o grande homem em meio à tempes-
tade. Depois de um longo dia ensi-
nando com Seus apóstolos, o Salvador
precisava descansar e sugeriu que
atravessassem de barco para o outro
lado do Mar da Galileia. Enquanto o
Salvador descansava, irrompeu uma
forte tempestade. Quando o vento e
as ondas ameaçavam afundar o barco,
os apóstolos começaram a temer
pela vida. E lembre-­se, vários daque-
les apóstolos eram pescadores que
conheciam muito bem as tempestades
naquele mar! No entanto, preocupa-
dos,18 eles acordaram o Senhor e per-
guntaram: “[Senhor], não te importa
que pereçamos?” Então, com exem-
plar serenidade, o Salvador, “desper-
tando, repreendeu o vento, e disse ao
mar: Cala-­te, aquieta-­te. E o vento se
aquietou, e houve grande bonança”.19
Seguiu-­se uma grande lição de
serenidade para Seus apóstolos. Ele
disse: “Por que sois tão tímidos? Por
que não tendes fé?”20 Ele os estava
lembrando de que era o Salvador do
mundo e que fora enviado pelo Pai
para levar a efeito a imortalidade e a
vida eterna dos filhos de Deus. Certa-
mente, o Filho de Deus não pereceria
em um barco. Ele foi um exemplo
divino de serenidade porque conhecia
Sua divindade e sabia que havia um
plano de salvação e exaltação, e sabia
quão essencial Sua Expiação seria
para o sucesso eterno desse plano.
É por meio de Cristo e de Sua
Expiação que todas as coisas boas
entram em nossa vida. Ao nos lem-
brarmos de quem somos, sabendo
que existe um plano divino de miseri-
córdia e adquirindo coragem na força
do Senhor, podemos fazer todas as
coisas. Encontraremos paz. Seremos
bons homens e mulheres em qualquer
tempestade.
Busquemos as bênçãos de uma
atitude serena como a de Cristo, não
apenas para ajudar a nós mesmos em
tempos difíceis, mas para abençoar os
outros e ajudá-­los nas tempestades da
vida deles. Nesta véspera do Domingo
de Ramos, alegremente presto teste-
munho de Jesus Cristo. Ele ressuscitou.
Testifico da paz, da tranquilidade e da
serenidade celestial que somente Ele
traz para nossa vida, e o faço em Seu
santo nome, Jesus Cristo, amém. ◼
NOTAS
1. Hugh B. Brown, Conference Report,
outubro de 1969, p. 105.
2. Sheri Dew, Insights from a Prophet’s Life:
Russell M. Nelson, 2019, pp. 66–67.
3. Tradução de Joseph Smith, Lucas 22:44 (em
Lucas 22:44, nota de rodapé b).
4. Lucas 22:42.
5. Ver Lucas 22:50–51; João 18:10–11.
6. Ver Mateus 26:34–35, 69–75.
7. Ver Atos 4:8–10; Neal A. Maxwell,
“Contentar-­me com as coisas que o Senhor
me concedeu”, A Liahona, julho de 2000,
p. 89: “Quando estamos espiritualmente
sintonizados, podemos sentir uma grande
confiança espiritual, mesmo que não saiba-
mos ‘o significado de todas as coisas’ (1 Néfi
11:17)”.
8. Ver John R. Wooden, Wooden on Leadership,
2005, p. 50: “Defino serenidade como ser
fiel a si mesmo, não ser abalado, tirado do
rumo ou desequilibrado independente-
mente das circunstâncias ou da situação.
Isso pode parecer fácil, mas a serenidade
pode ser uma qualidade muito difícil de
achar em tempos difíceis. Líderes que não
têm serenidade entram em pânico sob
pressão.
Serenidade significa se manter firme
em suas crenças e agir de acordo com elas,
independentemente de o quanto a situação
seja boa ou ruim. Serenidade significa não
posar ou fingir, não se comparar com os
outros e não agir como alguém que não
somos. Serenidade significa ter um coração
corajoso em todas as circunstâncias”.
9. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph
Smith, 2007, p. 40.
10. Russell M. Nelson, “Escolhas para a
eternidade”, devocional mundial para
jovens adultos, 15 de maio de 2022,
broadcasts.ChurchofJesusChrist.org.
11. 1 Néfi 3:7.
12. 1 Néfi 4:6.
13. João 4:35.
14. Doutrina e Convênios 43:34; ver também
James E. Faust, “A dignidade do eu”, A Lia-
hona, agosto de 1981, p. 14: “A dignidade do
eu é grandemente intensificada olhando-­se
para o alto em busca de santidade. Como as
árvores gigantes, devemos alcançar a luz. A
fonte de luz mais importante que podemos
conhecer é o dom do Espírito Santo. É a
fonte da força interior e da paz”.
15. Ver Russell M. Nelson, “Alegria e sobrevi-
vência espiritual”, A Liahona, novembro de
2016, p. 82: “Meus amados irmãos e irmãs, a
alegria que sentimos tem pouco a ver com
as circunstâncias de nossa vida e tem tudo a
ver com o enfoque de nossa vida”.
16. Ver Mosias 23:27–28.
17. David A. Bednar, “Portanto reprimiram os
seus temores”, A Liahona, maio de 2015, p.
47.
18. Ver Jeffrey R. Holland, Our Day Star Rising:
Exploring the New Testament with Jeffrey R.
Holland, 2022, pp. 61–62: “Além disso,
aqueles eram homens experientes a bordo
com Ele — onze dos Doze originais eram
galileus (apenas Judas Iscariotes era judeu).
E seis daqueles onze eram pescadores. Eles
tinham morado naquele lago. Ganhavam
a vida pescando nele. Estavam lá desde a
infância. Seus pais os mandavam consertar
redes e fazer reparos no barco quando eram
bem pequenos. Eles conheciam aquele
mar, conheciam os ventos e as ondas. Eram
homens experientes, mas estavam apavo-
rados. E, se eles estavam com medo, aquela
era uma tempestade de verdade”.
19. Ver Marcos 4:35–39.
20. Marcos 4:40.
MAIO DE 2023 63
 Irmão Milton Camargo
Primeiro conselheiro na presidência geral da Escola Dominical
Concentrar-­se
em Jesus Cristo
O Senhor Jesus Cristo é a solução para nossos
problemas, mas devemos erguer nossos olhos e
nos concentrar para vê-­Lo.
Meu pai costumava me dizer: “Não se
concentre tanto em seus problemas
a ponto de não conseguir enxergar a
solução”.
Testifico que o Senhor Jesus Cristo
é a solução, mesmo para nossos
problemas mais difíceis. Especifica-
mente, Ele superou quatro problemas
que cada um de nós enfrenta e que
nenhum de nós pode resolver sozinho:
1. O primeiro problema é a morte
física. Podemos tentar adiar ou
ignorar a morte, mas não podemos
vencê-­la sozinhos. Jesus Cristo,
porém, venceu a morte por nós e,
como consequência, todos ressusci-
taremos um dia.1
2. O segundo problema inclui as
tribulações, experiências difíceis,
tristezas, dores e injustiças deste
mundo. Jesus Cristo venceu tudo
isso. Um dia Ele “enxugará (…)
toda lágrima” e solucionará todas
as questões daqueles que se esfor-
çam para segui-­Lo.2 Enquanto
isso, Ele pode nos fortalecer a fim
de passarmos por nossas prova-
ções com confiança, bom ânimo
e paz.3
64 SESSÃO DA NOITE DE SÁBADO
3. O terceiro problema é a morte
espiritual decorrente do pecado.
Jesus Cristo superou esse problema
ao tomar sobre Si “o castigo que nos
traz a paz”.4 Por causa de Seu sacrifí-
cio expiatório, podemos ser libertos
das consequências de nossos peca-
dos se tivermos fé no Salvador, se
nos arrependermos sinceramente,
se aceitarmos o convênio que o Pai
nos oferece por meio de ordenanças
essenciais, como o batismo, e se
perseverarmos até o fim.5
4. O quarto problema é nossa natureza
limitada e imperfeita. Jesus Cristo
também tem a solução para esse
problema. Ele não apenas apaga
nossos erros e nos torna puros nova-
mente; Ele pode produzir em nosso
coração “uma vigorosa mudança,
de modo que não [tenhamos] mais
disposição para praticar o mal,
mas, sim, de fazer o bem continua-
mente”.6 Podemos ser aperfeiçoados
pela graça de Cristo e um dia nos
tornarmos semelhantes a Ele.7
Infelizmente, muitas vezes nos con-
centramos tanto em nossos próprios
problemas que perdemos o foco na
solução, nosso Salvador, Jesus Cristo.
Como podemos evitar esse erro?
Acredito que a resposta está nos con-
vênios que somos convidados a fazer
com Ele e com nosso Pai Celestial.
Concentrar-­se em Jesus Cristo por
meio dos convênios
Nossos convênios nos ajudam a
concentrar nossa atenção, nossos
pensamentos e nossas ações em
Cristo. Ao “[nos apegarmos aos
convênios que fizemos]”, podemos
identificar mais facilmente “as coisas
deste mundo” que devemos “deixar
[de lado]” e identificar “as coisas de
um [mundo] melhor” que devemos
buscar diligentemente.8
Foi isso que o povo de Amon fez
no Livro de Mórmon. Ao aprenderem
sobre Jesus Cristo e começarem a
concentrar sua vida Nele, eles reco-
nheceram que deveriam enterrar suas
armas de guerra e se tornaram perfei-
tamente honestos, “[distinguindo-­se]
por seu zelo para com Deus”.9
O cumprimento de convênios nos
leva a buscar tudo o que convida a
influência do Espírito e a rejeitar tudo
o que a afasta — “pois sabemos que, se
formos dignos da presença do Espírito
Santo, também seremos dignos de
viver na presença do Pai Celestial e de
Jesus Cristo”.10 Isso pode significar que
tenhamos de mudar nosso vocabulá-
rio, usando palavras mais gentis. Pode
significar substituir hábitos espiritual-
mente prejudiciais por novos hábitos
que fortaleçam nosso relacionamento
com o Senhor, como a oração diária
e o estudo das escrituras individual e
em família.
O presidente Russell M. Nelson
disse que “cada pessoa que faz con-
vênios em uma pia batismal e no
templo — e os guarda — recebe acesso
ampliado ao poder de Jesus Cristo.
(…)
A recompensa que recebemos ao
guardarmos os convênios que fizemos
com Deus é o poder celestial — um
poder que nos fortalece para supor-
tarmos melhor nossas provações,
tentações e tristezas”.11
Renovar nossos convênios durante
o sacramento a cada domingo é
uma grande oportunidade de exa-
minarmos a nós mesmos12 e concen-
trarmos nossa vida em Jesus Cristo
novamente. Ao participarmos do
sacramento, declaramos que vamos
“recordá-­lo sempre”.13 A palavra sem-
pre é tão significativa! Ela estende a
influência do Salvador a todas as áreas
de nossa vida. Não nos lembramos
Dele apenas na igreja, durante nossas
orações matinais ou somente quando
estamos com problemas e precisamos
de algo.
Sim, às vezes ficamos distraídos
e nos esquecemos. Perdemos nosso
foco. Mas renovar nossos convênios
significa que sempre desejamos nos
lembrar do Salvador, que tentaremos
fazê-­lo ao longo da semana e que nos
comprometeremos e nos concentra-
remos Nele novamente à mesa do
sacramento na próxima semana.
Concentrar-­se em Jesus Cristo em
nosso lar
Concentrar-­se em Jesus Cristo,
obviamente, deve ser mais do que
uma atividade de domingo na igreja.
MAIO DE 2023 65

Quando o presidente Nelson apre-
sentou o Vem, e Segue-­Me em 2018, ele
disse: “É hora de termos uma Igreja
centralizada no lar”.14 Ele disse que
devemos “transformar [nosso] lar
num local santificado de fé” e “um
centro de aprendizado do evangelho”,
e fez quatro promessas maravilhosas
para nós se fizermos isso.15
A primeira promessa é: “[Seu] Dia do
Senhor será um verdadeiro deleite”.
Será um dia em que nos aproximare-
mos de nosso Salvador. Como disse
uma jovem do Peru: “O Dia do Senhor
é o dia em que obtenho mais respos-
tas do Senhor”.
A segunda promessa é: “Seus filhos
ficarão entusiasmados para aprender
e viver os ensinamentos do Salvador”.
É por isso que “falamos de Cristo,
regozijamo-­nos em Cristo [e] prega-
mos a Cristo, (…) para que nossos
filhos saibam em que fonte procurar a
remissão de seus pecados”.16
Fazemos isso para que um dia,
quando nosso filho sair para trabalhar,
caminhar nas montanhas ou caçar
animais na floresta, como fez Enos,
lembre-­se do que lhe ensinamos
sobre Cristo e sobre a alegria de viver
o evangelho. E quem sabe? Talvez
esse seja o dia em que ele finalmente
66 SESSÃO DA NOITE DE SÁBADO
sentirá a fome espiritual que o levará
a Jesus Cristo para que possa ouvir
a voz do Senhor dizendo a ele: “Per-
doados são os teus pecados e tu serás
abençoado”.17
A terceira promessa é: “A influên-
cia do adversário em sua vida e em
seu lar diminuirá”. Por quê? Porque
quanto mais nos concentramos em
Jesus Cristo, mais o pecado deixa de
ser atrativo.18 À medida que nosso lar
se enche da luz do Salvador, há cada
vez menos espaço para as trevas do
adversário.
A quarta promessa é: “As mudanças
em sua família serão drásticas e con-
tínuas”. Por quê? Porque a mudança
que Jesus Cristo traz é “uma grande
mudança”.19 Ele muda nossa própria
natureza; Ele nos torna “novas criatu-
ras”.20 Aos poucos nos tornamos mais
semelhantes ao Salvador, repletos de
Seu puro amor por todos os filhos de
Deus.
Quem não gostaria que essas
promessas se cumprissem em sua
vida e em sua família? O que pre-
cisamos fazer para obtê-­las? A res-
posta é transformar nosso lar em um
local santificado de fé e um centro
de aprendizado do evangelho. E
como podemos fazer isso? Ao nos
concentrarmos no Pai Celestial e em
Jesus Cristo, tornando-­Os o centro de
nossa vida familiar, a influência mais
importante em nosso lar.
Posso sugerir que comecem
fazendo das palavras de Cristo, encon-
tradas nas escrituras, uma parte diária
de sua vida? Não existe uma fórmula
prescrita para o estudo perfeito das
escrituras. Podem ser cinco ou dez
minutos por dia — ou mais se pude-
rem. Pode ser um capítulo ou alguns
versículos por dia. Algumas famílias
preferem estudar pela manhã antes
de sair para a escola ou para o traba-
lho. Outras preferem ler à noite antes
de dormir. Alguns jovens casais me
disseram que estudam individual-
mente no caminho para o trabalho
e depois compartilham ideias um
com o outro por mensagens de texto,
para que seus comentários e debates
fiquem registrados.
O Vem, e Segue-­Me oferece muitas
sugestões de atividades e recursos
que podem ajudar pessoas e famílias a
aprender os princípios do evangelho
nas escrituras. Os vídeos da Bíblia e
do Livro de Mórmon também podem
ser ferramentas valiosas para tornar
as escrituras mais acessíveis para sua
família. Jovens e crianças muitas vezes
são inspirados pelas histórias memo-
ráveis das escrituras. Essas histórias e
os princípios do evangelho que elas
ensinam ficarão na memória de seus
filhos, como amigos de confiança,
quando eles precisarem de bons
exemplos de serviço, virtude, obe-
diência, paciência, perseverança, reve-
lação pessoal, caridade, humildade e
fé em Jesus Cristo. Com o tempo, sua
constância em se banquetear com a
palavra de Deus ajudará seus filhos a
se aproximarem cada vez mais do Sal-
vador. Eles virão a conhecê-­Lo como
nunca antes.
 Élder K. Brett Nattress
Dos setenta

Eu realmente
O Senhor Jesus Cristo está vivo.
Ele pode ser uma presença ativa e
diária em nossa vida. Ele é a solução

fui perdoado?
para nossos problemas, mas deve-
mos erguer os olhos e nos concen-
trar para vê-­Lo. Ele também disse:
“Buscai-­me em cada pensamento;
não duvideis, não temais”.21 Ao nos
concentrarmos Nele e em nosso Pai
Celestial, ao fazermos e cumprirmos A promessa do perdão completo e perfeito é dada
convênios com Eles e ao torná-­Los
a influência mais importante em a todos por intermédio da Expiação infinita de
nosso lar e em nossa família, nós nos
tornaremos o tipo de pessoa que o
Jesus Cristo.
presidente Nelson imaginou: “Um
povo que seja capaz, apto e digno de
receber o Senhor quando Ele vol-
tar, um povo que já escolheu Jesus Há vários anos, a irmã Nattress e Certo dia após nosso almoço de
Cristo em vez deste mundo decaído, eu nos mudamos para Idaho, onde família, notei que nossa filha de 5
um povo que se alegra em seu arbí- abrimos um novo negócio. Eu passava anos, Michelle, havia deixado um
trio para viver as leis mais elevadas e dias e noites intermináveis no escritó- bilhete para mim, escrito numa folha
mais sagradas de Jesus Cristo”.22 Em rio. Felizmente, morávamos a apenas de Post-­it e colado no telefone do
nome de Jesus Cristo, amém. ◼ alguns quarteirões de distância do escritório.
NOTAS
trabalho. Toda semana, Shawna e nos- Ela dizia: “Papai, não se esqueça de
1. Ver 1 Coríntios 15:21–22. sas três filhas — todas com menos de me amar. Com amor, Michelle”. Foi
2. Apocalipse 21:4. 6 anos de idade — iam até o escritório um lembrete poderoso para um jovem
3. Ver Mateus 11:28–30; João 16:33.
4. Isaías 53:5.
para almoçar comigo. pai sobre as coisas que mais importam.
5. Ver 2 Néfi 31:10–13, 15–17.
6. Mosias 5:2.
7. Ver Morôni 10:32.
8. Doutrina e Convênios 25:10, 13.
9. Alma 27:27; ver também Alma 24:17–18.
10. “Nosso objetivo é a conversão”, Vem, e
Segue-­Me — Estudo Pessoal e Familiar: Novo
Testamento 2023, p. v.
11. Russell M. Nelson, “Vencer o mundo e
encontrar descanso”, Liahona, novembro
de 2022, p. 96.
12. Ver 1 Coríntios 11:28.
13. Morôni 4:3; 5:2.
14. Russell M. Nelson, “Considerações
iniciais”, Liahona, novembro de 2018, p. 7.
15. Ver Russell M. Nelson, “Tornar-­nos santos
dos últimos dias exemplares”, Liahona,
novembro de 2018, p. 113.
16. 2 Néfi 25:26.
17. Enos 1:5.
18. Ver Mosias 5:2; Alma 13:11–12.
19. Ver Alma 5:12–14.
20. Ver Mosias 27:25–26.
21. Doutrina e Convênios 6:36.
22. Russell M. Nelson, “Vencer o mundo e
encontrar descanso”, p. 98.

MAIO DE 2023 67
 Irmãos e irmãs, testifico que nosso
Pai Celestial sempre Se lembra de nós
e nos ama perfeitamente. Minha
pergunta é: Será que nos lembramos
sempre Dele? Será que O amamos?
Há alguns anos, servi como líder
local da Igreja. Um de nossos rapa-
zes, Danny, era excelente em todos
os aspectos. Ele era obediente,
gentil, bondoso e muito generoso.
No entanto, depois de se formar no
Ensino Médio, ele começou a andar
com pessoas que não se comportavam
tão bem. Acabou se envolvendo com
drogas, especificamente com a metan-
fetamina, e enveredou pelo caminho
traiçoeiro do vício e da destruição.
Pouco tempo depois, sua aparência
ficou completamente alterada. Era
difícil reconhecê-­lo. A mudança mais
significativa ocorrera em seus olhos:
a luz que eles continham havia dimi-
nuído. Tentei entrar em contato com
ele várias vezes, mas sem sucesso. Ele
não estava interessado.
Era difícil ver aquele rapaz incrível
sofrer e viver uma vida que não era
dele! Ele podia ser bem mais do que
aquilo.
Então, certo dia, seu milagre
começou.
68 SESSÃO DA NOITE DE SÁBADO
Ele foi à reunião sacramental em
que seu irmão mais novo comparti-
lhou um testemunho antes de partir
para a missão. Durante a reunião,
Danny sentiu algo que não sentia
havia muito tempo. Ele sentiu o
amor do Senhor e, por fim, sentiu
esperança.
Embora Danny tivesse o desejo,
mudar era algo difícil para ele. Seus
vícios e a culpa decorrente deles
eram quase maiores do que ele podia
suportar.
Certa tarde, enquanto eu cortava
a grama, Danny chegou em seu
carro sem avisar. Ele não estava bem.
Desliguei o cortador de grama, e nos
sentamos juntos à sombra da varanda
de casa. Foi então que ele comparti-
lhou seus profundos sentimentos. Ele
realmente queria voltar. No entanto,
era extremamente difícil se afastar
de seus vícios e de seu estilo de vida.
Além disso, ele sentia muita culpa,
muita vergonha por ter falhado tão
profundamente. Ele perguntou:
“Posso realmente ser perdoado?
Existe mesmo um caminho de volta?”
Ele abriu seu coração e explicou
suas preocupações, e então lemos
juntos o capítulo 36 de Alma:
“Sim, lembrei-­me de todos os meus
pecados e iniquidades (…).
Sim, (…) a simples ideia de
entrar na presença de meu Deus
atormentava-­me a alma com inexpri-
mível horror” (versículos 13–14).
Após esses versículos, Danny excla-
mou: “É exatamente assim que eu me
sinto!”
Continuamos:
“Enquanto eu estava perturbado
pela lembrança de tantos pecados,
eis que me lembrei também de ter
ouvido meu pai profetizar ao povo
sobre a vinda de um Jesus Cristo, um
Filho de Deus, para expiar os pecados
do mundo. (…)
E oh! que alegria e que luz maravi-
lhosa contemplei!” (Versículos 17, 20.)
Ao lermos essas passagens, as lágri-
mas começaram a escorrer. A alegria
de Alma era a alegria que Danny
estava procurando!
Conversamos sobre o fato de que
Alma tinha sido excepcionalmente
iníquo. Porém, depois que se arre-
pendeu, nunca mais olhou para o
passado. Ele se tornou um discípulo
dedicado de Jesus Cristo. Ele se tor-
nou um profeta! Danny arregalou os
olhos. “Um profeta?”, perguntou.
Apenas respondi: “Sim, um profeta.
Mas não se sinta pressionado!”
Conversamos sobre o fato de
que, por mais que seus pecados não
tenham sido tão graves quanto os
de Alma, todas as pessoas recebem a
mesma promessa de serem completa
e perfeitamente perdoadas por inter-
médio da Expiação infinita de Jesus
Cristo.
Danny então entendeu. Ele sabia o
que precisava fazer: precisava come-
çar sua jornada confiando no Senhor e
perdoando a si mesmo!
A poderosa mudança no coração
de Danny não foi nada menos que um

Austrália
milagre. Com o tempo, seu semblante
mudou, e o brilho em seus olhos vol-
tou. Ele se tornou digno para entrar
no templo! Ele finalmente voltou!
Meses depois, perguntei ao Danny
se ele tinha o desejo de enviar os
papéis para servir missão de tempo
integral. Sua reação foi de choque e
espanto.
Ele disse: “Eu adoraria servir mis-
são, mas você sabe por onde andei
e o que fiz! Pensei que eu estivesse
desqualificado”.
Então respondi: “Talvez você
esteja certo. Mas nada nos impede de
enviar uma solicitação. Se você for
dispensado, pelo menos saberá que
expressou o desejo sincero de servir
ao Senhor”. Seus olhos brilharam. Ele
ficou entusiasmado com a ideia. Ele
achava que suas chances eram míni-
mas, mas estava disposto a arriscar.
Algumas semanas depois, e para
sua surpresa, outro milagre aconte-
ceu. Danny foi chamado para servir
missão de tempo integral.
Meses depois de Danny chegar ao
campo missionário, recebi um telefo-
nema. Seu presidente apenas disse:
“O que acontece com esse rapaz? Ele
é o missionário mais incrível que já
vi!” Como podem ver, o presidente
tinha recebido a versão moderna de
Alma, o Filho.
Dois anos depois, Danny retornou
para casa com honra, tendo servido
ao Senhor com todo o coração, poder,
mente e força.
Após a reunião sacramental em
que Danny relatou sobre sua recém-­
concluída missão, voltei para casa e
ouvi uma batida na porta. Lá estava
Danny com lágrimas nos olhos. Ele
perguntou se podíamos conversar por
um minuto. Então saímos e nos sen-
tamos no mesmo degrau da varanda
de casa.
Ele disse: “Presidente, você acha
que eu realmente fui perdoado?”
Naquele momento, minhas lágri-
mas se juntaram às dele. Ali, diante de
mim, estava um discípulo dedicado
de Jesus Cristo que tinha dado tudo
de si para ensinar e testificar sobre o
Salvador. Ele era a personificação do
poder de cura e de força da Expiação
do Salvador.
Eu disse: “Danny! Você se olhou no
espelho? Você viu os seus olhos? Eles
estão cheios de luz, e você está irra-
diando o Espírito do Senhor. É claro
que você foi perdoado! Você é incrí-
vel! Agora o que você precisa fazer é
seguir em frente com sua vida. Não
olhe para trás! Olhe adiante com fé,
em direção à próxima ordenança”.
O milagre de Danny continua até
hoje. Ele se casou no templo, voltou
a estudar e obteve um mestrado. Ele
continua servindo ao Senhor com
honra e dignidade em seus chama-
dos. Acima de tudo, ele se tornou um
marido incrível e um pai fiel. Ele é um
discípulo dedicado de Jesus Cristo.
O presidente Russell M. Nelson
ensinou: “Sem a Expiação infinita [do
Salvador], toda a humanidade estaria
irremediavelmente perdida”.1 À vista
do Senhor, Danny não estava perdido,
e nós também não estamos. Ele está
à porta para nos elevar, fortalecer e
perdoar. Ele sempre Se lembra de nos
amar!
Uma demonstração incrível do
amor do Salvador pelos filhos de Deus
está registrada no Livro de Mórmon:
“Depois de assim haver falado, Jesus
olhou novamente para a multidão
que o cercava e viu que estavam em
lágrimas e olhavam-­no fixamente,
como se quisessem pedir-­lhe que
MAIO DE 2023 69
 Élder Juan A. Uceda
Dos setenta

O Senhor Jesus Cristo

permanecesse um pouco mais com
eles” (3 Néfi 17:5).
O Salvador já havia passado um

nos ensina a ministrar

dia inteiro ministrando ao povo. No
entanto, Ele tinha outras pendências
a resolver: precisava visitar Suas
outras ovelhas; precisava encontrar
Seu Pai.
Apesar dessas obrigações, Ele
percebeu que o povo desejava que Com a ajuda do Salvador, podemos amar Suas
Ele permanecesse um pouco mais
com eles. Então, com o coração do preciosas ovelhas e ministrar a elas como Ele
Salvador cheio de compaixão, um
dos maiores milagres da história do
ministraria.
mundo aconteceu:
Ele permaneceu.
Ele abençoou o povo.
Ele ministrou às crianças, uma a O Senhor Jesus Cristo disse: Pastor, o Magnificente Pastor, sim,
uma. “Eu sou o bom pastor; o bom Jesus Cristo.
Ele orou pelas pessoas; chorou pastor dá a sua vida pelas ovelhas. (…) No Novo Testamento, Ele é cha-
com elas. Assim como o Pai me conhece a mado de o “grande pastor”,2 o “Sumo
Ele as curou (ver 3 Néfi 17). mim, também eu conheço o Pai, e Pastor”3 e o “Pastor e Bispo da [nossa]
Sua promessa é eterna: Ele vai nos dou a minha vida pelas ovelhas”.1 alma”.4
curar. Na versão grega dessa escritura, No Velho Testamento, Isaías escre-
A todos que se desviaram do a palavra bom também significa veu: “Como pastor apascentará o seu
caminho do convênio, saibam que “belo, magnificente”. Hoje, quero rebanho”.5
sempre há esperança, sempre há cura falar sobre o Bom Pastor, o Belo No Livro de Mórmon, Ele é
e sempre há um caminho de volta.
A mensagem eterna de esperança
do Salvador é o bálsamo de cura
para todos os que vivem em um
mundo conturbado. O Salvador
disse: “Eu sou o caminho, e a ver-
dade, e a vida” ( João 14:6).
Irmãos e irmãs, que possamos nos
lembrar de buscá-­Lo, de amá-­Lo e
de sempre recordá-­Lo.
Testifico que Deus vive e que Ele
nos ama. Testifico que Jesus Cristo
é o Salvador e Redentor do mundo.
Ele é o poderoso Mestre que nos
cura. Eu sei que vive meu Senhor!
Em nome de Jesus Cristo, amém. ◼
NOTA
1. Russell M. Nelson, “Prepare for Blessings
of the Temple”, Ensign, março de 2002,
p. 21.

70 SESSÃO DA NOITE DE SÁBADO

MAIO DE 2023 71
AS AUTORIDADES GERAIS E OS LÍDERES GERAIS DE A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS | ABRIL DE 2023

PRIMEIRA PRESIDÊNCIA

Dallin H. Oaks Russell M. Nelson Henry B. Eyring

Primeiro conselheiro Presidente Segundo conselheiro

QUÓRUM DOS DOZE APÓSTOLOS

M. Russell Ballard Jeffrey R. Holland Dieter F. Uchtdorf David A. Bednar Quentin L. Cook D. Todd Christofferson

Neil L. Andersen Ronald A. Rasband Gary E. Stevenson Dale G. Renlund Gerrit W. Gong Ulisses Soares

PRESIDÊNCIA DOS SETENTA BISPADO PRESIDENTE

Patrick Kearon Carl B. Cook José A. Teixeira Carlos A. Godoy Brent H. Nielson Paul V. Johnson S. Mark Palmer W. Christopher Gérald Caussé L. Todd Budge
Waddell Bispo presidente Segundo conselheiro
Primeiro conselheiro
 SETENTAS AUTORIDADES GERAIS
(em ordem alfabética)

LÍDERES GERAIS DA IGRE JA

SOCIEDADE DE SOCORRO

Marcos A. Rubén V. Jose L. Alonso Jorge M. Ian S. Ardern Steven R. W. Mark David S. Baxter Jorge T. Randall K. Hans T. Boom Shayne M. Mark A. Bragg
Aidukaitis Alliaud Alvarado Bangerter Bassett Becerra Bennett Bowen

J. Anette Dennis Camille N. Kristin M. Yee

Primeira conselheira Johnson Segunda conselheira
Presidente
Matthew L. Yoon Hwan Craig C. Ahmad S. Valeri V. Joaquin E. Robert M. Massimo Benjamín Sean Douglas Edward Dube Kevin R. Michael A.
Carpenter Choi Christensen Corbitt Cordón Costa Daines De Feo De Hoyos Duncan Dunn ESCOLA DOMINICAL

Mark D. Eddy J. Kimo Esplin Eduardo Jack N. Gerard Clark G. Gilbert Ricardo P. Christophe G. Patricio M. Taylor G. Brook P. Hales Kevin S. Allen D. Haynie Mathias Held
Gavarret Giménez Giraud-­Carrier Giuffra Godoy Hamilton Milton Camargo Mark L. Pace Jan E. Newman
Primeiro conselheiro Presidente Segundo conselheiro

MOÇAS

Matthew S. David P. William K. Jeremy R. Kelly R. Peter M. Jörg Klebingat Joni L. Erich W. Alfred Kyungu Hugo E. James W. John A.
Holland Homer Jackson Jaggi Johnson Johnson Koch Kopischke Martinez McConkie III McCune

Michelle D. Craig Bonnie H. Cordon Rebecca L. Craven

Primeira conselheira Presidente Segunda conselheira

Kyle S. McKay Alvin F. Peter F. Meurs Hugo Montoya Isaac K. Thierry K. Marcus B. K. Brett S. Gifford Adrián Ochoa Adeyinka A. Ryan K. Olsen Adilson de Paula RAPAZES
Meredith III Morrison Mutombo Nash Nattress Nielsen Ojediran Parrella

Kevin W. Anthony D. Alan T. Phillips Paul B. Pieper John C. Rafael E. Pino James R. Carlos G. Michael T. Gary B. Sabin Ciro Schmeil Jonathan S. Evan A. Bradley R. Wilcox Steven J. Lund Michael T. Nelson
Pearson Perkins Pingree Jr. Rasband Revillo Jr. Ringwood Schmitt Schmutz Primeiro conselheiro Presidente Segundo conselheiro

PRIMÁRIA

Vaiangina Denelson Silva Vern P. Stanfill Benjamin M. Z. Brian K. Taylor Michael Juan A. Uceda Arnulfo Moisés Juan Pablo Takashi Wada Taniela B. Alan R. Walker
Sikahema Tai John U. Teh Valenzuela Villanueva Villar Wakolo

Amy A. Wright Susan H. Porter Tracy Y. Browning

Primeira conselheira Presidente Segunda conselheira

Scott D. Chi Hong (Sam) Kazuhiko Jorge F.

Whiting Wong Yamashita Zeballos
74 SESSÃO DA NOITE DE SÁBADO
chamado de “o bom pastor”6 e
“grande e verdadeiro pastor”.7
Em Doutrina e Convênios, Ele
declara: “Portanto, estou em vosso
meio e sou o bom pastor”.8
Em nossos dias, o presidente Rus-
sell M. Nelson declarou: “O Bom Pas-
tor cuida com todo o amor de todas
as ovelhas de Seu redil, e devemos
auxiliá-­Lo nesse importante trabalho.
Temos o privilégio de levar Seu amor
a amigos e vizinhos, agregando nosso
próprio amor — apascentando-­os,
nutrindo-­os e zelando por eles
— como o Salvador gostaria que
fizéssemos”.9
Mais recentemente, o presidente
Nelson disse: “A principal caracte-
rística da Igreja verdadeira e viva
do Senhor sempre será o esforço
organizado e orientado de ministrar
individualmente aos filhos de Deus e
à família deles. Como esta é a Igreja
Dele, nós, como Seus servos, ministra-
remos individualmente tal como Ele
fez. Ministraremos em Seu nome, com
Seu poder e Sua autoridade e com Sua
terna bondade”.10
Quando os fariseus e os escri- o número um. Uma lição que pode- (…) [varreremos] a casa, e (…) [busca-
bas murmuraram contra o Senhor, mos tirar desses números é que, não remos] com diligência até a achar”.15
“dizendo: Este recebe pecadores, e importa se você cuida de 100 élderes e Se tivermos “o puro amor de Cristo”,
come com eles”,11 Ele lhes respondeu élderes em perspectiva em seu quó- seguiremos o exemplo do pai na
apresentando três lindas histórias rum de élderes, se é uma consultora história do filho pródigo, que, ao ver
que conhecemos como a parábola da de 10 moças ou uma professora de 2 o filho “quando ainda estava longe,
ovelha perdida, a parábola da moeda crianças na Primária, sua ministração, (…) se moveu de íntima compaixão, e
perdida e a parábola do filho pródigo. seu cuidado e seu amor serão sempre correndo, lançou-­se-­lhe ao pescoço e
É interessante observar que Lucas, individuais, um a um. Vocês nunca o beijou”.16
o escritor evangelista, apresenta falam: “Que ovelha tola”, ou “Afinal, Vocês conseguem sentir a urgên-
as três histórias usando a palavra não preciso mesmo daquela moeda”, cia no coração do homem que per-
parábola no singular, não no plural.12 ou “Que filho rebelde”. Se vocês e eu deu uma ovelha? Ou a urgência no
Parece que o Senhor está ensinando tivermos “o puro amor de Cristo”,13 coração da mulher que perdeu uma
uma única lição por meio de três como o homem na história da ovelha moeda? Ou o imenso amor e com-
histórias que apresentam diferentes perdida, “[deixaremos] as noventa e paixão no coração do pai do filho
números: 100 ovelhas, 10 moedas e 2 nove (…) e [iremos] após a perdida pródigo?
filhos. até que [venhamos] a achá-­la”.14 Ou, Minha esposa, Maria Isabel, e
O número principal em cada como a mulher na história que perdeu eu servimos na América Central,
uma dessas histórias, no entanto, é a moeda, “[acenderemos] a candeia, e na Cidade da Guatemala. Lá, tive

MAIO DE 2023 75
a oportunidade de conhecer Julia,
um membro fiel da Igreja. Senti-­me
inspirado a lhe perguntar sobre sua
família. A mãe falecera de câncer em
2011. O pai tinha sido um líder fiel na
estaca, servira como bispo e como
conselheiro do presidente da estaca
por vários anos. Ele foi um verdadeiro
servo no rebanho do Senhor. Julia me
contou sobre os incansáveis esforços
dele em visitar, ministrar e servir.
Ele realmente se alegrava em nutrir
e apascentar as preciosas ovelhas do
Senhor. Ele se casou novamente e
permaneceu ativo na Igreja.
Alguns anos mais tarde, ele se
divorciou e voltou a frequentar a
igreja sozinho novamente. Ele se
sentia deslocado e sentia também que
76 SESSÃO DA NOITE DE SÁBADO
algumas pessoas o criticavam devido
ao divórcio. Parou de frequentar a
igreja porque um sentimento negativo
encheu seu coração.
Julia falou muito bem a respeito
desse servo maravilhoso, que tinha
sido um homem incansável no
trabalho, amoroso e compassivo.
Lembro-­me vividamente do senti-
mento de urgência que tomou conta
de mim enquanto ela falava sobre ele.
Tudo o que eu queria era fazer algo
por aquele homem que tinha feito
tanto por tantas pessoas naqueles
anos.
Ela me deu o número do celu-
lar dele, e imediatamente liguei,
esperando ter a oportunidade de
conhecê-­lo pessoalmente. Depois de
várias semanas, e muitas ligações sem
sucesso, um dia, ele finalmente aten-
deu o telefone.
Disse-­lhe que havia conhecido sua
filha Julia e que tinha ficado encan-
tado pela maneira como ele serviu,
ministrou e amou as preciosas ovelhas
do Senhor por tantos anos. Ele não
esperava aquele comentário. Disse-­lhe
que queria muito conhecê-­lo pessoal-
mente. Ele me perguntou com que
propósito eu queria me encontrar
com ele. Respondi: “Quero muito
conhecer o pai daquela maravilhosa
moça”. Por alguns segundos, houve
silêncio do outro lado da linha, o que
pareceu uma eternidade para mim.
Ele apenas perguntou: “Quando e
onde?”
No dia em que nos encontramos,
pedi que me contasse algumas de suas
experiências ao visitar, ministrar e
servir às preciosas ovelhas do Senhor.
À medida que me contava algumas
histórias inspiradoras, percebi uma
mudança no tom de sua voz, e o
mesmo espírito que ele sentira tan-
tas vezes voltou a seu coração. Seus
olhos estavam cheios de lágrimas. Eu
sabia que era o momento certo, mas
percebi que não sabia o que falar. Orei
em silêncio: “Pai, ajuda-­me”.
De repente, ouvi minha própria voz
dizendo: “Irmão Florian, como um
servo do Senhor, peço desculpas por
não estarmos por perto para apoiá-­lo.
Por favor, perdoe-­nos. Dê-­nos outra
oportunidade para mostrar que real-
mente o amamos, que precisamos de
você e que você é importante para
nós”.
No domingo seguinte, ele estava
de volta. Teve uma longa conversa
com o bispo e permaneceu ativo.
Alguns meses depois, ele faleceu,
mas tinha retornado ao rebanho. Ele
tinha retornado. Testifico que, com
a ajuda do Salvador, podemos amar
Suas preciosas ovelhas e ministrar a
elas como Ele ministraria. E que, na
Cidade da Guatemala, o Senhor Jesus
Cristo trouxe de volta mais uma ove-
lha preciosa para Seu rebanho. E Ele
me ensinou uma lição sobre ministra-
ção da qual nunca me esquecerei. Em
nome do Bom Pastor, do Belo Pastor,
do Magnificente Pastor, sim, o Senhor
Jesus Cristo, amém. ◼
NOTAS
1. João 10:11, 15.
2. Hebreus 13:20.
3. 1 Pedro 5:4.
4. 1 Pedro 2:25.
5. Isaías 40:11.
6. Alma 5:38, 60.
7. Helamã 15:13.
8. Doutrina e Convênios 50:44.
9. Russell M. Nelson, “Pastores, ovelhas e
mestres familiares”, A Liahona, abril de 1999,
p. 45.
10. Russell M. Nelson, “Ministrar com o poder
e a autoridade de Deus”, Liahona, maio de
2018, p. 69.
11. Lucas 15:2.
12. Ver Lucas 15:3.
13. Morôni 7:47.
14. Lucas 15:4.
15. Lucas 15:8.
16. Lucas 15:20.
 Sessão da manhã de domingo | Abril de 2023

Élder D. Todd Christofferson

Do Quórum dos Doze Apóstolos

“Um em Cristo”
razões que o Senhor deu para expli-
car por que os primeiros santos do
Missouri falharam em estabelecer um
lugar de Sião foi que eles “não [esta-
vam] unidos segundo a união exigida
pela lei do reino celestial”.7
É somente por meio de nossa lealdade individual Quando Deus prevalece em todo

a Jesus Cristo que podemos ter esperança de coração e mente, as pessoas são des-
critas como “um, os filhos de Cristo”.8
sermos um. Quando o Salvador ressurreto
apareceu aos antigos povos do Livro
de Mórmon, Ele mencionou com
desaprovação as antigas disputas que
havia entre eles sobre o batismo e
Como o presidente Dallin H. Oaks “Tornar-­se um” é um tema recor- outros assuntos. Ele ordenou:
observou, hoje é Domingo de Ramos, rente no evangelho de Jesus Cristo e “Não haverá disputas entre vós,
que marca o início da Semana Santa no relacionamento de Deus com Seus como até agora tem havido; nem
com a entrada triunfal do Senhor em filhos. A respeito da cidade de Sião haverá disputas entre vós sobre os
Jerusalém, seguida de Seu sofrimento na época de Enoque, diz-­se que eles pontos de minha doutrina, como até
no Getsêmani, Sua morte na cruz ape- “eram unos de coração e vontade”.4 agora tem havido.
nas alguns dias depois e Sua gloriosa Dos primeiros santos da Igreja pri- Pois em verdade, em verdade vos
Ressurreição no domingo de Páscoa. mitiva de Jesus Cristo, o Novo Testa- digo que aquele que tem o espírito de
Que nunca nos esqueçamos do que mento registra: “E era um o coração e discórdia não é meu, mas é do diabo,
Cristo suportou para nos redimir.1 E a alma da multidão dos que criam”.5 que é o pai da discórdia”.9
que novamente nesta Páscoa não dei- Em nossa dispensação, o Salvador Em nosso mundo extremamente
xemos de sentir uma imensa alegria admoestou: “Digo-­vos: Sede um; e se contencioso, como a união pode ser
ao contemplarmos Sua vitória sobre não sois um, não sois meus”.6 Uma das alcançada, especialmente na Igreja,
a sepultura e o dom da ressurreição
universal.
Na noite anterior aos julgamentos e
à Crucificação que se seguiriam, Jesus
Se reuniu com Seus apóstolos para
um jantar de Páscoa. Ao final dessa
Última Ceia, em uma sagrada Oração
Intercessória, Jesus Se dirigiu a Seu
Pai nestas palavras: “Pai santo, guarda
em teu nome aqueles que me deste,
para que sejam um, assim como nós”.2
Então, ternamente, o Salvador
expandiu Sua petição para incluir
todos os Seus seguidores:
“E não rogo somente por estes,
mas também por aqueles que pela sua
palavra hão de crer em mim.
Para que todos sejam um como
tu, ó Pai, és em mim, e eu, em ti; que
também eles sejam um em nós”.3

MAIO DE 2023 77
onde devemos ter “um só Senhor,
uma só fé, um só batismo”?10 Paulo
nos dá a resposta:
“Porque todos quantos fostes
batizados em Cristo já vos revestistes
de Cristo.
Nisso não há judeu nem grego; não
há servo nem livre; não há homem
nem mulher; porque todos vós sois
um em Cristo Jesus”.11
Somos muito diferentes e, às vezes,
muito discordantes para conseguir-
mos nos unir sobre qualquer outro
alicerce ou sob qualquer outro nome.
Somente em Jesus Cristo podemos, de
fato, tornar-­nos um.
Tornar-­se um em Cristo começa
dentro de nós mesmos, individual-
mente. Como seres constituídos de
carne e espírito, às vezes temos nossas
próprias batalhas internas. Conforme
expressou Paulo:
“Porque, segundo o homem inte-
rior, tenho prazer na lei de Deus;
Mas vejo nos meus membros
outra lei, que batalha contra a lei da
minha mente, e me prende debaixo
da lei do pecado que está nos meus
membros”.12
Jesus também foi um ser de carne e
espírito. Ele foi testado; Ele entende;
Ele pode nos ajudar a alcançar essa
união interna.13 Portanto, apoiados na
luz e na graça de Cristo, esforçamo-­
nos para dar ao nosso espírito e ao
Espírito Santo o domínio sobre o
físico. E, quando falhamos, Cristo,
por Sua Expiação, deu-­nos o dom do
arrependimento e a oportunidade de
fazer novas tentativas.
Se individualmente nos “[revestir-
mos] de Cristo”, então, juntos pode-
mos ter a esperança de nos tornarmos
um, como disse Paulo, “o corpo de
Cristo”.14 “Revestir-­se de Cristo”
certamente inclui fazer do “primeiro
e grande mandamento”15 nosso
78 SESSÃO DA MANHÃ DE DOMINGO
primeiro e maior compromisso e, se
amarmos a Deus, guardaremos Seus
mandamentos.16
A união com nossos irmãos e irmãs
no corpo de Cristo cresce à medida
que guardamos o segundo manda-
mento — intrinsecamente conectado
ao primeiro — de amar ao próximo
como a nós mesmos.17 E suponho
que uma união ainda mais perfeita
prevaleceria entre nós se seguíssemos
a mais elevada e sagrada expressão
do Salvador para este segundo man-
damento — amar uns aos outros não
apenas como amamos a nós mesmos,
mas como Ele nos amou.18 Essen-
cialmente isso é: “Todo homem pro-
curando os interesses de seu próximo
e fazendo todas as coisas com os olhos
fitos na glória de Deus”.19
O presidente Marion G. Romney,
ex-­conselheiro na Primeira Presidên-
cia, ao explicar como a paz e a união
duradouras são obtidas, disse:
“Se uma única pessoa, dando
ouvidos a Satanás, pratica as obras
da carne, entra em conflito consigo
mesma. Se duas dão ouvidos, além
de entrarem em conflito interno,
lutam uma contra a outra. Se mui-
tas o fazem, floresce uma sociedade
repleta de tristezas e contendas. Se os
governantes de um país forem os que
dão ouvidos a Satanás, a contenda se
espalha pelo mundo”.
O presidente Romney continuou:
“Assim como as obras da carne são
de aplicação universal, o mesmo
acontece com o evangelho da paz. Se
um único homem o viver, ganha paz
interior. Se dois homens o viverem,
ambos terão paz interna e viverão em
paz um com o outro. Se os cidadãos
o vivem, a nação tem paz doméstica.
Quando houver nações suficientes
desfrutando do fruto do Espírito para
controlar os assuntos do mundo,
então, e somente então, os tambores
de guerra não mais soarão”. (…) (Ver
Alfred Lord Tennyson, “Locksley
Hall”, The Complete Poetical Works of
Tennyson, ed. por W. J. Rolfe, Boston:
Houghton-­Mifflin Co., 1898, p. 93,
linhas 27–28.)20
Quando nos “[revestimos] de Cristo”,
tornamos possível que as diferenças, os
desacordos e as disputas sejam colo-
cados de lado. Um exemplo bastante
dramático de superação de discórdias é
encontrado na história de nossa Igreja.
O élder Brigham Henry Roberts (mais
conhecido como B. H. Roberts) nasceu
na Inglaterra em 1857 e serviu como
membro do primeiro conselho dos
setenta — o que chamamos hoje de pre-
sidência dos setenta. O élder Roberts
foi um defensor hábil e incansável do
evangelho restaurado em alguns dos
momentos mais difíceis da Igreja.
Em 1895, porém, o serviço do élder
Roberts na Igreja foi colocado em
risco por causa de contendas. Ele era
um delegado na convenção para
elaborar uma constituição para Utah
quando este se tornou um estado.
Naquele ano, ele se candidatou ao
Congresso dos Estados Unidos, mas
Élder Brigham Henry Roberts
sem notificar ou pedir permissão à
Primeira Presidência. O presidente
Joseph F. Smith, conselheiro na Pri-
meira Presidência, censurou-­o por
essa falha em uma reunião geral do
sacerdócio. O élder Roberts perdeu
a eleição e sentiu que sua derrota se
devia, em grande parte, às declara-
ções do presidente Smith. Ele criti-
cou os líderes da Igreja em alguns
discursos políticos e entrevistas. Ele
se afastou do serviço ativo na Igreja.
Em uma longa reunião no Templo de
Salt Lake com membros da Primeira
Presidência e do Conselho dos Doze,
o élder Roberts permaneceu inflexível
em suas justificativas. Mais tarde, “o
presidente [Wilford] Woodruff deu
[ao élder Roberts] três semanas para
reconsiderar sua posição. Se ele per-
manecesse impenitente, eles o deso-
brigariam dos setenta”.21
Em uma subsequente reunião
particular com os apóstolos Heber J.
Grant e Francis Lyman, inicialmente,
o élder Roberts estava irredutível, mas
o amor e o Espírito Santo finalmente
prevaleceram. Lágrimas vieram a seus
olhos. Os dois apóstolos puderam
responder a algumas ofensas que
perturbavam o élder Roberts e, ao
se despedirem, fizeram um pedido
sincero de reconciliação. Na manhã
seguinte, após uma longa oração, o
élder Roberts enviou um bilhete aos
élderes Grant e Lyman dizendo que
estava preparado para se unir nova-
mente a seus irmãos.22
Mais tarde, quando se reuniu
com a Primeira Presidência, o élder
Roberts disse: “Fui ao Senhor e recebi
luz e instrução por meio de Seu Espí-
rito para me submeter à autoridade
de Deus”.23 Motivado por seu amor
a Deus, B. H. Roberts permaneceu
como um líder fiel e capaz da Igreja
até o fim de sua vida.24
Irlanda do Norte
Também podemos ver nesse
exemplo que união não significa
simplesmente concordar que cada um
deve fazer o que quiser ou seguir seu
próprio caminho. Não podemos ser
um a menos que todos concentrem
seus esforços em uma causa comum.
Significa, nas palavras do élder
Roberts, submeter-­se à autoridade de
Deus. Somos diferentes membros do
corpo de Cristo, cumprindo diferen-
tes papéis em diferentes épocas — os
ouvidos, os olhos, a cabeça, as mãos e
os pés. Ainda assim, somos todos de
um só corpo.25 Portanto, nosso obje-
tivo é “que não haja divisão no corpo,
mas que os membros tenham igual
cuidado uns dos outros”.26
A união não exige uniformidade,
mas requer harmonia. Podemos ter
nosso coração entrelaçado em amor,
ser unidos na fé e na doutrina, e ainda
torcer para times diferentes, discordar
sobre várias questões políticas, deba-
ter sobre metas e o meio correto de
alcançá-­las e muitas outras coisas. Mas
jamais devemos discordar ou con-
tender com raiva ou desrespeito uns
pelos outros. O Salvador disse:
“Pois em verdade, em verdade vos
digo que aquele que tem o espírito de
discórdia não é meu, mas é do diabo,
que é o pai da discórdia e leva a cólera
ao coração dos homens, para conten-
derem uns com os outros.
Eis que esta não é minha doutrina,
levar a cólera ao coração dos homens,
uns contra os outros; esta, porém,
é minha doutrina: que estas coisas
devem cessar”.27
Há um ano, o presidente Rus-
sell M. Nelson suplicou a nós ao dizer
estas palavras: “Nenhum de nós
pode controlar nações ou as ações
de outras pessoas ou até mesmo de
membros de nossa própria família.
Mas podemos controlar a nós mes-
mos. Meu convite hoje, queridos
irmãos e irmãs, é que encerrem con-
flitos que inflamam seu coração, seu
lar e sua vida. Enterrem toda e qual-
quer inclinação de ferir outras pes-
soas — seja seu temperamento, uma
língua afiada ou um ressentimento
contra alguém que os tenha ferido. O
Salvador ordenou que oferecêssemos
a outra face (ver 3 Néfi 12:39), que
amássemos nossos inimigos e orásse-
mos por aqueles que nos maltratam
(ver 3 Néfi 12:44)”.28
Digo novamente que é somente
por meio de nossa lealdade indivi-
dual e nosso amor a Jesus Cristo que
podemos ter esperança de sermos um
MAIO DE 2023 79

Quênia
— um dentro de nós mesmos, um no
lar, um na Igreja, finalmente um em
Sião e, acima de tudo, um com o Pai e
o Filho e o Espírito Santo.
Volto aos eventos da Semana Santa
e ao supremo triunfo de nosso Reden-
tor. A Ressurreição de Jesus Cristo é
80 SESSÃO DA MANHÃ DE DOMINGO
eterna são reais.
de Sua Ressurreição literal e de tudo o
que ela significa, em nome do Senhor
Jesus Cristo, amém. ◼
NOTAS
um testemunho de Sua divindade e
de que Ele sobrepujou todas as coisas.
Sua Ressurreição é um testemunho
de que, ligados a Ele pelos convênios,
também podemos vencer todas as
coisas e nos tornarmos um. Sua Res-
surreição é um testemunho de que,
por meio Dele, a imortalidade e a vida
Nesta manhã, presto testemunho
1. Ver Doutrina e Convênios 19:18–19.
2. João 17:11.
3. João 17:20–21.
4. Moisés 7:18.
5. Atos 4:32.
6. Doutrina e Convênios 38:27.
7. Doutrina e Convênios 105:4.
8. 4 Néfi 1:17; grifo do autor; ver também
Mosias 5:7.
9. 3 Néfi 11:28–29.
10. Efésios 4:5.
11. Gálatas 3:27–28.
12. Romanos 7:22–23.
13. Ver Hebreus 4:15: “Porque não temos
um sumo sacerdote que não possa
compadecer-­se das nossas fraquezas; mas
um que, como nós, em tudo foi tentado,
mas sem pecado”.
14. Ver 1 Coríntios 12:12–13, 27.
15. Ver Mateus 22:37–38.
16. Ver João 14:15.
17. Ver Mateus 22:39.
18. Ver João 15:12.
19. Doutrina e Convênios 82:19.
20. Marion G. Romney, “O preço da paz”,
A Liahona, fevereiro de 1984, p. 6.
21. Ver Santos: A História da Igreja de Jesus
Cristo nos Últimos Dias, vol. 3, Com Coragem,
Nobreza e Independência, 1893–1955, 2022,
pp. 42–45.
22. Ver Santos, vol. 3, pp. 46–49.
23. B. H. Roberts, Santos, vol. 3, p. 47.
24. É interessante notar que B. H. Roberts se
candidatou novamente para o Congresso
em 1898, desta vez com o consentimento
da Primeira Presidência, e foi eleito. Dado
o profundo preconceito contra a Igreja na
época, porém, e o fato de ele ter se casado
pluralmente, a Câmara dos Deputados
se recusou a aceitá-­lo. Entretanto, em
audiências perante a Câmara em relação
a esse serviço, o élder Roberts era um
eloquente e forte defensor da Igreja e
da doutrina (ver Santos, vol. 3, pp. 87–91;
Truman G. Madsen, Defender of the Faith, the
B. H. Roberts Story, 1980, pp. 241–272).
25. Ver 1 Coríntios 12:14–27.
26. 1 Coríntios 12:25.
27. 3 Néfi 11:29–30.
28. Russell M. Nelson, “O poder do ímpeto
espiritual”, Liahona, maio de 2022, p. 97;
grifo no original.
 Presidente Camille N. Johnson
Presidente geral da Sociedade de Socorro

Jesus Cristo é nossa

espiritual aos necessitados — e, nesse
processo, encontrar alívio para nós
mesmos em Jesus Cristo.5

fonte de alívio
Nosso amado profeta, o presidente
Russell M. Nelson, convidou-­nos a ven-
cer o mundo e encontrar descanso.6 Ele
definiu o “verdadeiro descanso” como
“alívio e paz”. Ele disse: “Pelo fato de
que o Salvador, por meio de Sua Expia-
Podemos trabalhar em parceria com o Salvador ção infinita, redimiu cada um de nós de

para proporcionar alívio temporal e espiritual aos nossas fraquezas, de nossos erros e do
pecado, e porque Ele vivenciou cada
necessitados — e, nesse processo, encontrar alívio. dor, preocupação e cada fardo que já
tivemos; então, à medida que verdadei-
ramente nos arrependermos e buscar-
mos a ajuda Dele, poderemos superar
este mundo atual e precário”.7 Esse é o
Com fé em Jesus Cristo e esperança no E os amigos — em seus esforços alívio que Jesus Cristo nos oferece!
que haviam ouvido sobre Seus mila- para cuidar de alguém necessitado, Metaforicamente falando, cada
gres, os cuidadores de um homem com encontraram a fonte de alívio que era um de nós carrega uma mochila nas
paralisia o levaram até Jesus. A maneira Jesus Cristo. costas. Pode ser uma cesta equilibrada
como fizeram isso foi inovadora — reti- Testifico que Jesus Cristo é nossa na cabeça, uma sacola ou várias coisas
rando o telhado e baixando o homem, fonte de alívio. Por meio da Expiação enroladas em um pano jogado sobre
em sua cama, até o local onde Jesus de Jesus Cristo, podemos receber o ombro. Porém, para esse exemplo,
estava ensinando. Quando Jesus viu a alívio do fardo e das consequências vamos chamar de mochila.
fé deles, falou ao homem com paralisia: do pecado e ser socorridos em nossas Nessa mochila imaginária, carrega-
“Os teus pecados te são perdoados”.1 enfermidades. mos os fardos de viver em um mundo
E depois disse: “Levanta-­te, e toma o E, por amarmos a Deus e termos decaído. Nossos fardos são seme-
teu leito, e vai para tua casa”.2 Imedia- feito convênio de servi-­Lo, podemos lhantes a pedras dentro da mochila.
tamente o homem com paralisia se trabalhar em parceria com o Salvador De modo geral, existem três tipos de
levantou, tomou o seu leito e foi para para proporcionar alívio temporal e pedras:
casa “glorificando a Deus”.3
O que mais podemos saber a
respeito dos amigos que cuidavam
daquele homem com paralisia? Sabe-
mos que o Salvador reconheceu a
fé que eles tinham. E, tendo visto e
ouvido o Salvador, e sendo testemu-
nhas de Seus milagres, eles “ficaram
maravilhados, e glorificaram a Deus”.4
Jesus Cristo proporcionou a cura
tão esperada — um alívio físico da dor
e das consequências incapacitantes
da doença crônica. De modo signifi-
cativo, o Salvador também propor-
cionou alívio espiritual ao purificar o
homem do pecado.
França

MAIO DE 2023 81
 • Pedras que nós colocamos devido
aos nossos pecados.
• Pedras colocadas pelas decisões
erradas, pelo mau comportamento
ou pela indelicadeza de outras
pessoas.
• E pedras que carregamos por-
que vivemos em uma condição
decaída. Essas pedras incluem a
enfermidade, a dor, as doenças
crônicas, o sofrimento, a decepção,
a solidão e os efeitos dos desastres
naturais.
Declaro com alegria que nossos
fardos da mortalidade, essas pedras
em nossa mochila imaginária, não
precisam parecer tão pesados.
Jesus Cristo pode aliviar nossa
carga.
Jesus Cristo pode carregar nossos
fardos.
Jesus Cristo proporciona um meio
para sentirmos alívio do peso do
pecado.
Jesus Cristo é nossa fonte de alívio.
Ele disse:
“Vinde a mim, todos os que estais
cansados e oprimidos, e eu vos alivia-
rei”, ou seja, Ele nos dará alívio e paz.
“Tomai sobre vós o meu jugo, e
Madagascar
82 SESSÃO DA MANHÃ DE DOMINGO
aprendei de mim, que sou manso e
humilde de coração; e encontrareis
descanso para a vossa alma.
Porque o meu jugo é suave, e o
meu fardo é leve.”8
Para que o jugo seja suave e o fardo
seja leve, precisamos dividir o jugo
com o Salvador, compartilhar nossos
fardos com Ele e permitir que Ele car-
regue nossa carga. Isso significa entrar
em um relacionamento com Deus por
meio de convênios e guardá-­los. O
presidente Nelson explicou que isso
“torna tudo relacionado à vida mais
fácil”. Ele disse: “Dividir o jugo com o
Salvador significa que temos acesso à
força e ao poder redentor Dele”.9
Então, por que não dividimos
nossas pedras com o Salvador? Por
que um arremessador de beisebol
cansado se recusaria a sair de sua base,
quando o arremessador reserva está
pronto para terminar o jogo? Por que
insisto em manter meu posto sozinha
enquanto o Grande Arremessador está
pronto para mantê-­lo junto comigo?
O presidente Nelson ensinou:
“Jesus Cristo (…) está de braços aber-
tos, esperando e desejando nos curar,
perdoar, limpar, fortalecer, purificar e
santificar”.10
Então, por que insistimos em carre-
gar nossas pedras sozinhos?
Cada um de nós deve ponderar
individualmente sobre essa pergunta.
Para mim, é por causa do velho
pecado do orgulho. Eu falo: “Eu con-
sigo resolver”, “Não se preocupe; dou
conta disso”. O grande enganador
deseja que eu me esconda de Deus,
que me afaste Dele e resolva tudo
sozinha.
Irmãos e irmãs, não consigo carre-
gar meus fardos sozinha, não preciso
e não vou fazer isso. Quando escolho
me associar ao meu Salvador, Jesus
Cristo, por meio dos convênios que fiz
com Deus, “posso todas as coisas em
Cristo que me fortalece”.11
As pessoas que guardam convê-
nios são abençoadas com o alívio do
Salvador.
Pondere sobre este exemplo do
Livro de Mórmon: o povo de Alma
foi perseguido com “trabalhos e (…)
capatazes sobre eles”.12 Impedidos
de orar em voz alta, eles “abriram o
coração [a Deus]; e ele conhecia seus
pensamentos”.13
E “a voz do Senhor lhes falou em
suas aflições, dizendo: Levantai a
cabeça e tende bom ânimo, porque
sei do convênio que fizestes comigo; e
farei um convênio com o meu povo e
libertá-­lo-­ei do cativeiro.
E também aliviarei as cargas que
são colocadas sobre vossos ombros,
de modo que não as podereis sentir
sobre vossas costas”.14
E suas cargas “se tornaram leves”,
e “o Senhor fortaleceu-­os para que
pudessem carregar seus fardos com
facilidade; e submeteram-­se de bom
grado e com paciência a toda a von-
tade do Senhor”.15
Essas pessoas que guardaram
convênios receberam alívio em forma
de consolo, mais paciência e alegria,
alívio para seus fardos e, por fim,
receberam a libertação.16
Agora, vamos voltar para nossa
metáfora da mochila.
Por meio da Expiação de Jesus
Cristo, o arrependimento nos alivia do
peso das pedras do pecado. E, graças a
essa maravilhosa dádiva, a misericór-
dia de Deus nos alivia das pesadas e
insuperáveis exigências da justiça.17
A Expiação de Jesus Cristo tam-
bém nos possibilita receber forças
para perdoar, o que nos permite
tirar o peso que carregamos devido
aos maus-­tratos causados por outras
pessoas.18
Como o Salvador nos alivia
do fardo de viver em um mundo
decaído, com um corpo mortal sujeito
à tristeza e à dor?
Com frequência, Ele nos usa como
instrumentos para socorrer outras
pessoas! Como membros do convênio
de Sua Igreja, prometemos “chorar
com os que choram” e “consolar os
que necessitam de consolo”.19 Como
desejamos “entrar no rebanho de
Deus e ser chamados seu povo”, esta-
mos “dispostos a carregar os fardos
uns dos outros, para que fiquem
leves”.20
A bênção de nossos convênios
é trabalhar em parceria com Jesus
Cristo para oferecer alívio, tanto
material quanto espiritual, a todos os
filhos de Deus. Nós somos o meio que
Ele usa para prover esse alívio.21
Como os amigos do homem com
paralisia, nós “[socorremos] os fracos,
[erguemos] as mãos que pendem e
[fortalecemos] os joelhos enfraque-
cidos”.22 “[Levamos] as cargas uns
dos outros, e assim [cumprimos] a lei
de Cristo.”23 Ao fazermos isso, nós O
conheceremos, nós nos tornaremos
semelhantes a Ele e encontraremos
Seu alívio.24
Polônia
O que é alívio?
É remover ou atenuar alguma coisa
dolorosa, difícil ou perturbadora, ou
ter força para suportá-­la. Refere-­se a
uma pessoa que se coloca no lugar de
outra. É a correção legal de um erro.25
Essa palavra vem do francês antigo
relever, ou “erguer”, e do latim rele-
vare, ou “levantar outra vez”.26
Irmãos e irmãs, Jesus Cristo é nossa
fonte de alívio. Testifico que Ele res-
suscitou no terceiro dia e, tendo cum-
prido a amorosa e infinita Expiação,
está de braços abertos, oferecendo-­
nos a oportunidade de ressuscitar, de
sermos salvos e exaltados, e de nos
tornarmos semelhantes a Ele. O alívio
que Ele nos oferece é eterno.
Assim como a mulher que recebeu
a visita do anjo naquela primeira
manhã de Páscoa, desejo ir imedia-
tamente e com grande alegria para
compartilhar a mensagem de que
Ele ressuscitou.27 Em nome de nosso
Salvador, Jesus Cristo, amém. ◼
NOTAS
1. Lucas 5:20.
2. Marcos 2:11.
3. Lucas 5:25.
4. Lucas 5:26.
5. Ver D. Todd Christofferson, “The First
Commandment First”, devocional da
Universidade Brigham Young, 22 de março
de 2022, p. 2. speeches.byu.edu: “Nosso
amor a Deus eleva nossa capacidade de
amar os outros porque, em essência,
trabalhamos em parceria com Deus para
cuidar de Seus filhos” (grifo da autora).
6. Ver Russell M. Nelson, “Vencer o mundo e
encontrar descanso”, Liahona, novembro de
2022, p. 95.
7. Russell M. Nelson, “Vencer o mundo e
encontrar descanso”, p. 96.
8. Mateus 11:28–30.
9. Russell M. Nelson, “Vencer o mundo e
encontrar descanso”, p. 97.
10. Russell M. Nelson, “Podemos agir melhor e
ser melhores”, Liahona, maio de 2019, p. 67.
11. Filipenses 4:13.
12. Mosias 24:9.
13. Mosias 24:12.
14. Mosias 24:13–14; grifo da autora.
15. Mosias 24:15.
16. Ver Mosias 24:13–14.
17. Ver Alma 34:14–16; ver também Mosias
15:8–9.
18. Ver Russell M. Nelson, “Quatro dádivas
que Jesus Cristo oferece para você”,
Devocional de Natal da Primeira
Presidência, 7 de dezembro de 2018,
broadcasts.ChurchofJesusChrist.org. “A
segunda dádiva que o Senhor nos oferece
é a capacidade de perdoar. Por meio de
Sua Expiação infinita, é possível perdoar
aqueles que os magoaram e que nunca
aceitarão a responsabilidade pela crueldade
que demonstraram a vocês.
Geralmente é fácil perdoar alguém
que sincera e humildemente busca seu
perdão. Mas o Salvador concederá a
vocês a capacidade de perdoar qualquer
pessoa que os tenha maltratado de alguma
maneira. Assim, os atos ofensivos delas não
podem mais prejudicar sua alma.”
19. Mosias 18:9.
MAIO DE 2023 83
 20. Mosias 18:8.
21. A Sociedade de Socorro, a organização
das mulheres de A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias, foi
organizada pelo profeta Joseph Smith
em 17 de março de 1842, como “um
apêndice divinamente estabelecido do
sacerdócio” (Dallin H. Oaks, “As chaves e
a autoridade do sacerdócio”, A Liahona,
maio de 2014, p. 51). Ao escolher um
nome para a nova organização, a palavra
“benevolente” foi considerada, mas a palavra
“socorro” foi a preferida pelas mulheres.
Emma Smith, primeira presidente da
organização, e Eliza R. Snow, secretária,
que posteriormente serviu como a segunda
presidente da Sociedade de Socorro,
explicaram que “benevolente” era uma
palavra popular entre as instituições da
época, mas a popularidade não deveria
“ser nosso guia”. Emma explicou que
a palavra “socorro” descrevia melhor
a missão da sociedade. “Faremos algo
extraordinário. (…) Esperamos ocasiões
extraordinárias e chamados urgentes”
(Emma Smith, em Nauvoo Relief Society
Minute Book, 17 de março de 1842, p.
12, josephsmithpapers.org). De fato, a
missão da Sociedade de Socorro sempre foi
proporcionar alívio temporal e espiritual.
Joseph Smith ensinou: “A Sociedade não
deve apenas socorrer os pobres, mas
também salvar almas” (Nauvoo Relief
Society Minute Book, 9 de junho de 1842,
p. 63, josephsmithpapers.org). A Sociedade
de Socorro continua a prestar socorro:
“Socorro na pobreza, na doença, na dúvida,
na ignorância, socorro em tudo que impede
a alegria e o progresso da mulher” ( John A.
Widtsoe, Evidences and Reconciliations, arr.
por G. Homer Durham, 3 volumes em 1,
1960, p. 308).
22. Doutrina e Convênios 81:5; ver também
Hebreus 12:12.
23. Gálatas 6:2.
24. Em uma das primeiras reuniões da
recém-­organizada Sociedade de Socorro,
Lucy Mack Smith, a mãe do profeta
Joseph Smith, disse: “Precisamos
amar-­nos mutuamente, cuidar umas
das outras, consolar umas às outras e
adquirir instrução, para que possamos
todas viver no céu juntas”. A historiadora
Jennifer Reeder escreveu sobre isso: “Em
uma causa unida para prover socorro, as
mulheres fizeram parceria com Cristo e,
ao fazê-­lo, encontraram Seu alívio” (First:
The Life and Faith of Emma Smith, 2021,
p. 130).
25. Ver Merriam-­Webster.com Dictionary, “relief”.
26. Ver Dictionary.com, “relief”.
27. Ver Mateus 28:1–8.
Canadá

84 SESSÃO DA MANHÃ DE DOMINGO

 Élder Ulisses Soares
Do Quórum dos Doze Apóstolos
Seguidores do
Príncipe da Paz
Ao nos esforçarmos para desenvolver atributos
semelhantes aos do Salvador, podemos nos
tornar instrumentos de Sua paz no mundo.
Em cumprimento à profecia dada a
Zacarias,1 Jesus entrou triunfalmente
na Cidade Santa montado em um
jumentinho, considerado na litera-
tura um “antigo símbolo da realeza
judaica”,2 como convinha de fato ao
Rei dos reis e Príncipe da Paz.3 Jesus
estava rodeado por uma multidão
de discípulos exultantes, que esten-
diam suas vestes, ramos de palmeiras
e outras folhagens pelo caminho
onde Ele passava. Eles louvavam a
Deus dizendo em alta voz: “Bendito
o Rei que vem em nome do Senhor;
paz no céu, e glória nas alturas!”4
E novamente: “Hosana ao Filho de
Davi; bendito o que vem em nome
do Senhor; Hosana nas alturas!”5 Esse
grandioso evento, o qual celebramos
neste dia conhecido como Domingo
de Ramos, foi um prelúdio jubiloso
dos acontecimentos dolorosos que se
seguiriam naquela fatídica semana
culminando no sacrifício abnegado do
Salvador e no magnífico milagre do
túmulo vazio.
Como Seus seguidores, somos Seu
povo adquirido, chamado para anun-
ciar Suas virtudes,6 promotores da
paz tão generosamente oferecida por
meio Dele e de Seu sacrifício expiató-
rio. Essa paz é uma dádiva prometida
a todos os que voltam seu coração ao
Salvador e vivem em retidão e nos dá
forças para apreciarmos a vida mortal
e suportar as tribulações dolorosas de
nossa jornada.
Em 1847, o Senhor deu instruções
específicas aos santos pioneiros que
necessitavam de paz, para que se
mantivessem calmos e unidos ao
enfrentarem as dificuldades inespe-
radas em sua jornada rumo ao Oeste.
Entre outras coisas, o Senhor instruiu
aos santos que “[cessassem] de con-
tender uns com os outros; [cessas-
sem] de falar mal uns dos outros”.7
As escrituras declaram que aqueles
que praticam obras de retidão e se
esforçam por andar na mansidão do
Espírito do Senhor têm a promessa de
que receberão a paz que necessitam
para sobreviver nos dias de comoção
em que vivemos hoje.8
Como discípulos do Príncipe da
Paz, somos instruídos a viver com “os
corações entrelaçados em unidade
e amor uns para com os outros”.9
Nosso amado profeta, o presidente
Russell M. Nelson, recentemente
declarou: “Contendas violam tudo o
que o Salvador defendeu e ensinou”.10
O profeta também implorou que
fizéssemos tudo o que pudéssemos
para encerrar os conflitos pessoais que
no momento estejam acontecendo em
nosso coração e em nossa vida.11
Vamos considerar esses princípios,
tendo em vista o puro amor que
Cristo tem por nós e que nós, como
Seus seguidores, buscamos ter uns
pelos outros. As escrituras definem
esse tipo de amor como caridade.12
Quando pensamos em caridade, nossa
mente geralmente se volta a atos e
doações generosos a fim de aliviar
o sofrimento daqueles que passam
por dificuldades físicas, materiais ou
emocionais. No entanto, a caridade
não está somente relacionada a algo
que doamos a alguém, mas, sim, a um
atributo do Salvador, e pode se tornar
parte de nosso caráter. Não é de se
surpreender que o Senhor tenha nos
instruído a nos revestirmos do vínculo
da caridade, que é o vínculo da per-
feição e da paz.13 Sem caridade, nada
somos14 e não podemos herdar o lugar
Argentina
MAIO DE 2023 85
Japão
que o Senhor nos preparou nas man-
sões de nosso Pai Celestial.15
Jesus exemplificou perfeitamente
o que significa possuir esse vínculo
de perfeição e paz, especialmente ao
enfrentar os episódios angustiantes
que precederam Seu martírio. Pensem
por um momento no que Jesus deve
ter sentido enquanto humildemente
lavava os pés de Seus discípulos,
sabendo que um deles O trairia
naquela mesma noite.16 Ou quando
Jesus, horas mais tarde, misericordio-
samente curou a orelha de um dos
homens que acompanhavam Judas, o
traidor, para prendê-­Lo.17 Ou mesmo
quando o Salvador, em frente a Pila-
tos, foi acusado injustamente pelos
sacerdotes principais e anciãos, e
nenhuma palavra respondeu às falsas
incriminações contra Ele, deixando o
governador muito maravilhado.18
86 SESSÃO DA MANHÃ DE DOMINGO
Nesses três trágicos episódios, o
Salvador, apesar de estar sob exces-
siva tristeza e estresse, ensinou-­nos
por meio de Seu exemplo que “a
caridade é sofredora, é benigna; (…)
não é invejosa; (…) não trata com
leviandade, não se ensoberbece, não
trata com indecência, não busca os
seus interesses, não se irrita [e] não
suspeita mal”.19
Outro aspecto importante a se
ressaltar, e que tem implicação direta
em nosso discipulado e na forma
como promovemos a paz do Salvador,
é a maneira como tratamos uns aos
outros. Durante Seu ministério ter-
reno, os ensinamentos do Salvador se
concentraram — não somente, mas em
especial — nas virtudes do amor, da
caridade, da paciência, da humildade
e da compaixão — atributos funda-
mentais aos que realmente desejam
se achegar mais a Ele e promover Sua
paz. Tais atributos são dons de Deus e,
ao nos esforçarmos para desenvolvê-­
los, passaremos a enxergar as diferen-
ças e fraquezas de nosso próximo com
mais empatia, sensibilidade, respeito
e tolerância. Um dos sinais mais evi-
dentes de que estamos nos achegando
mais ao Salvador e nos tornando mais
semelhantes a Ele é a maneira amo-
rosa, paciente e bondosa com que
tratamos nosso semelhante, sejam
quais forem as circunstâncias.
Vemos com frequência pessoas que
se envolvem em comentários negati-
vos, e até pejorativos, a respeito das
aparentes características, fraquezas e
opiniões de outros, sobretudo quando
tais características e opiniões são
diferentes ou contrárias em relação a
como elas agem ou pensam. É muito
comum ver essas pessoas repassarem
tais comentários a outros, que
repetem o que ouviram, sem verda-
deiramente conhecer todas as circuns-
tâncias que envolvem uma situação.
Infelizmente, as redes sociais fomen-
tam esse tipo de comportamento em
nome de verdades relativas e trans-
parência. Sem dúvida, tal conduta
geralmente leva as pessoas a ataques
pessoais e disputas acirradas, criando
desapontamentos, ferindo corações e
espalhando inimizade.
Néfi profetizou que, nos últimos
dias, o inimigo se enfureceria e incita-
ria as pessoas a se irarem contra o que
é bom.20 As escrituras ensinam que
“tudo o que (…) impele [as pessoas] a
fazer o bem [continuamente] e a amar
a Deus e a servi-­lo, é inspirado por
Deus”.21 Por outro lado, “o que é mau
vem do diabo; porque o diabo é ini-
migo de Deus e luta constantemente
contra [Ele] e convida e incita a pecar
e a fazer continuamente o mal”.22
Levando em consideração esse
ensinamento profético, não é de se
surpreender que uma das táticas do
adversário seja instigar inimizade e
rancor no coração dos filhos de Deus.
Ele se alegra quando vê as pessoas cri-
ticando, ridicularizando e difamando
umas às outras. Esse comportamento
pode arruinar o caráter, a reputação
e a autoestima de uma pessoa, espe-
cialmente quando é julgada injusta-
mente. É importante salientar que,
quando damos lugar a esse tipo de
atitude em nossa vida, abrimos espaço
em nosso coração para o inimigo
plantar a semente da discórdia entre
nós, correndo o risco de cairmos em
sua voraz armadilha.
Se não formos cuidadosos com
nossos pensamentos, palavras e
ações, poderemos acabar sendo
envolvidos por essa ardilosa artima-
nha do inimigo, destruindo nossos
relacionamentos com as pessoas ao
nosso redor, assim como nossos entes
queridos.
Irmãos e irmãs, como povo adqui-
rido do Senhor e promotores de Sua
paz, não podemos nos dar ao luxo
de permitir que essas artimanhas do
maligno tenham lugar em nosso cora-
ção. Não podemos carregar dentro
de nós uma carga tão corrosiva, que
destrói sentimentos, relacionamen-
tos e até mesmo vidas. O evangelho
representa as boas-­novas de grande
alegria.
É claro que nenhum de nós é
perfeito e, com certeza, há ocasiões
em que somos seduzidos por esse tipo
de comportamento. Em Seu perfeito
amor e onisciente conhecimento de
nossas tendências humanas, o Salva-
dor procura sempre nos alertar de tais
perigos. Ele ensinou: “Porque com o
juízo com que julgardes sereis julga-
dos, e com a medida com que tiverdes
medido hão de medir a vós”.23
Meus caros irmãos e irmãs, ao nos
esforçarmos para desenvolver atri-
butos semelhantes aos do Salvador,
podemos nos tornar instrumentos
de Sua paz no mundo segundo o
modelo que Ele mesmo estabeleceu.
Convido-­os a pensar sobre como
podemos nos tornar pessoas que edi-
ficam e apoiam; pessoas que possuem
um coração compreensivo e cle-
mente; pessoas que procuram o que
há de melhor nos outros, lembrando
sempre que, “se houver qualquer
coisa virtuosa, amável, de boa fama ou
louvável, nós a procuraremos”.24
Prometo a vocês que, ao buscarmos
desenvolver tais atributos, nós nos
tornaremos cada vez mais afáveis e
sensíveis às necessidades de nosso
próximo,25 e experimentaremos
alegria, paz e crescimento espiri-
tual.26 Indubitavelmente o Senhor
reconhecerá nossos esforços e nos
concederá os dons que necessitamos
para que sejamos mais tolerantes e
pacientes com as diferenças, fraque-
zas e imperfeições uns dos outros.
Adicionalmente, teremos mais capa-
cidade de resistir ao impulso de nos
sentirmos ofendidos e de ofendermos
aqueles que nos magoam. Assim
como o Salvador, nosso desejo de
perdoar aqueles que nos maltratam
ou falam inverdades a nosso respeito
com certeza aumentará e se tornará
parte de nosso caráter.
Que possamos hoje, neste Domingo
de Ramos, estender nossas vestes
do amor e os ramos da caridade,
seguindo os passos do Príncipe da
Paz, ao nos prepararmos para celebrar,
no próximo domingo, o milagre do
túmulo vazio. Que possamos como
irmãos e irmãs em Cristo jubilosa-
mente proclamar: “Hosana ao filho
de Davi; bendito o [Rei] que vem
em nome do Senhor; Hosana nas
alturas!”27
Testifico que Jesus Cristo vive e
que Seu perfeito amor, expresso por
meio de Seu sacrifício expiatório, está
estendido a todos os que desejam
caminhar com Ele e desfrutar de
Sua paz neste mundo e no mundo
vindouro. Digo essas coisas no nome
sagrado do Salvador e Redentor Jesus
Cristo, amém. ◼
NOTAS
1. Ver Zacarias 9:9.
2. Em James E. Talmage, “Jesus, o Cristo”, 1971,
p. 374.
3. Ver Tradução de Joseph Smith, Salmos
24:9 (no apêndice da Bíblia); Isaías 9:6;
1 Timóteo 6:15; Apocalipse 17:14; 19:16;
2 Néfi 19:6.
4. Lucas 19:38.
5. Mateus 21:9; ver também Marcos 11:8–10;
João 12:12–14.
6. Ver 1 Pedro 2:9.
7. Doutrina e Convênios 136:23.
8. Ver Filipenses 4:7; 3 Néfi 11:29; Doutrina e
Convênios 19:23; 59:23.
MAIO DE 2023 87
 Élder Kazuhiko Yamashita
Dos setenta

Quando receber sua

9. Mosias 18:21.
10. Russell M. Nelson, “Pregar o evangelho
da paz”, Liahona, maio de 2022, p. 6.

bênção patriarcal
11. Ver Russell M. Nelson, “O poder do
ímpeto espiritual”, Liahona, maio de 2022,
p. 97.
12. Ver 2 Néfi 26:30; 33:7–9; Éter 12:33–34;
Morôni 7:47.
13. Ver Doutrina e Convênios 88:125.
14. Ver 2 Néfi 26:30; Morôni 7:44–47.
15. Ver Éter 12:34; Morôni 10:20–21.
16. Ver João 13:14–18.
17. Ver Lucas 22:50–51; João 18:10–12. Quando receberem sua bênção, saberão e
18. Ver Mateus 27:12–14.
19. 1 Coríntios 13:4–5; ver também Morôni
7:45–47.
sentirão como o Pai Celestial e Jesus Cristo os
20. Ver 2 Néfi 28:20.
21. Morôni 7:13. amam e como Eles Se concentram em vocês
individualmente.
22. Morôni 7:12.
23. Mateus 7:2; ver também Guia para Estudo
das Escrituras, “Julgar”.
24. Regras de Fé 1:13.
25. Ver Mosias 2:17.
26. Ver “Como posso desenvolver atributos
como os de Cristo?”, Pregar Meu
Evangelho: Guia para o Serviço Missionário, Ontem, meu querido amigo, o élder 1916 e foi um pioneiro da Igreja no
2019, pp. 121–132.
27. Mateus 21:9. Randall K. Bennett, falou sobre bên- Japão. Foi uma grande honra receber
çãos patriarcais. Foi uma excelente minha bênção patriarcal desse notável
mensagem que inspirou todos nós. discípulo do Senhor. Seu japonês era
Meus queridos irmãos e irmãs, tam- um pouco difícil para eu entender,
bém gostaria de falar sobre bênçãos mas era poderoso.
patriarcais. Patriarcas, à medida que Os patriarcas que conheci me
as solicitações para bênçãos patriar- disseram que muitas pessoas recebem
cais aumentarem, oro para que o a bênção patriarcal pouco antes de
Senhor os abençoe ao continuarem a servir missão. Meus queridos rapa-
magnificar seu chamado. zes, moças, pais e bispos, a bênção
Quando participo de conferências patriarcal não é somente uma prepa-
de estaca, sempre me reúno com ração para servir missão. Membros
o patriarca da estaca e sua esposa. batizados e dignos podem receber sua
Os patriarcas são líderes chamados bênção patriarcal quando for a oca-
por Deus e são gentis, obedientes e sião correta para eles.1
incríveis. Eles compartilham muitas Queridos membros adultos, alguns
experiências espirituais maravilhosas. de vocês ainda não receberam sua
Pergunto a eles a idade da pessoa bênção patriarcal. Lembrem-­se, não
mais jovem e da mais idosa a quem há idade máxima.
já deram uma bênção. Até agora, a Minha sogra era muito ativa na
pessoa mais jovem tinha 11 anos e a Igreja e servia como professora da
mais idosa, 93 anos. Sociedade de Socorro quando faleceu
Recebi minha bênção patriarcal aos 91 anos de idade. Fiquei triste
quando era membro novo da Igreja, quando soube que ela não recebeu
com 19 anos, dois anos depois de ser uma bênção patriarcal. Ela passou por
batizado. Meu patriarca era extrema- muitas dificuldades na vida e, devido
mente idoso. Ele se filiou à Igreja em a não ter um portador do sacerdócio
Chile

88 SESSÃO DA MANHÃ DE DOMINGO

Costa do Marfim
em casa, não recebeu muitas bênçãos
do sacerdócio. A bênção patriarcal
poderia ter dado a ela muito consolo
quando ela mais precisava.
Adultos, se vocês ainda não pos-
suem uma bênção patriarcal, não se
preocupem! A linha do tempo espiri-
tual de cada um é diferente. Se vocês
têm 35 ou 85 anos e têm o desejo de
receber sua bênção, conversem com
seu bispo a esse respeito.
Membros novos da Igreja, já ouvi-
ram falar sobre a bênção patriarcal?
Quando me filiei à Igreja, não sabia
sobre a oportunidade de receber uma
bênção patriarcal, mas meu querido
bispo me falou a respeito da bênção
e me incentivou a me preparar para
recebê-­la depois do batismo. Meus
caros membros novos, vocês podem
receber uma bênção patriarcal tam-
bém. O Senhor os ajudará a se prepa-
rar para essa ocasião sagrada.
Vamos considerar dois propósitos
de uma bênção patriarcal:
1. A bênção patriarcal contém conse-
lhos pessoais do Senhor para vocês.2
2. A bênção patriarcal declara sua
linhagem na casa de Israel.
Sua bênção patriarcal é uma
mensagem de seu Pai Celestial e
provavelmente terá promessas e
conselhos inspirados para guiá-­los
em sua vida. A bênção patriarcal
não vai mapear sua vida ou res-
ponder a todas as suas perguntas.
Se ela não mencionar um evento
importante de sua vida, não pensem
que não terão tal oportunidade. Do
mesmo modo, não há garantia de
que tudo que estiver em sua bênção
acontecerá nesta vida. A bênção
patriarcal é eterna e, se vocês vive-
rem dignamente, as promessas que
não forem cumpridas nesta vida
serão cumpridas na próxima.3
Ao receberem uma declaração de
linhagem, vocês saberão que per-
tencem à casa de Israel e à semente
de Abraão.4 Para compreender o
significado disso, concentrem-­se nas
promessas que o Senhor fez à casa de
Israel por meio de Abraão.
Essas promessas incluem:
• “Sua posteridade seria numerosa
(ver Gênesis 17:5–6; Abraão 2:9;
3:14).
• Sua semente, ou seja, seus descen-
dentes, receberiam o evangelho e
portariam o sacerdócio (ver Abraão
2:9).
• Por meio do ministério de sua
semente, ‘[seriam] abençoadas
todas as famílias da Terra, sim, com
as bênçãos do evangelho, que são
as bênçãos de salvação, sim, de
vida eterna’ (Abraão 2:11)”.5
Como membros da Igreja, somos
filhos do convênio.6 Recebemos as
bênçãos do convênio abraâmico ao
obedecermos às leis e ordenanças do
evangelho.
A preparação para receber sua bên-
ção patriarcal vai ajudá-­los a aumen-
tar sua fé no Pai Celestial e em Jesus
Cristo. E, ao receberem sua bênção
patriarcal, lê-­la e ponderar sobre ela,
vocês poderão se concentrar Neles
com mais frequência.
O presidente Thomas S. Monson
explicou: “O mesmo Senhor que deu
MAIO DE 2023 89
a Liahona a Leí concede a todos nós
hoje um dom raro e valioso a fim de
orientar nossa vida, indicar os perigos
para nossa segurança e mostrar o
caminho, sim, uma passagem segura
— não para uma terra de promissão,
mas para nosso lar celestial”.7
Meus caros bispos, pais, presiden-
tes do quórum de élderes e da Socie-
dade de Socorro, líderes de missão
da ala, ministradores e ministradoras,
incentivem os rapazes, as moças, os
membros adultos e os membros novos
que ainda não receberam sua bênção
patriarcal a buscarem a orientação
do Senhor e os ajudem a se preparar
para fazê-­lo.
Leio minha bênção patriarcal com
frequência e em espírito de oração;
ela sempre me incentiva. Reconheço
o que o Senhor espera de mim, e
isso me ajuda a me arrepender e a
ser humilde. Quando a leio e reflito
sobre ela, tenho o desejo de viver
dignamente para receber as bênçãos
prometidas.
Assim como as escrituras que já
lemos muitas vezes têm um novo
90 SESSÃO DA MANHÃ DE DOMINGO
significado para nós posteriormente,
nossa bênção patriarcal terá dife-
rentes significados para nós em
diferentes ocasiões. A minha tem um
significado diferente agora do que
tinha quando eu estava com 30 ou 50
anos. As palavras não mudam, mas
nós as compreendemos de maneira
diferente.
O presidente Dallin H. Oaks decla-
rou que a bênção patriarcal “é dada
por inspiração do Santo Espírito e
deve ser lida e interpretada sob a
influência desse mesmo Espírito. O
significado e a importância de uma
bênção patriarcal serão ensinados
linha sobre linha ao longo do tempo
pelo poder do mesmo Espírito que a
inspirou”.8
Irmãos e irmãs, presto testemunho
de que o Pai Celestial e Seu Amado
Filho e Primogênito, o Senhor Jesus
Cristo, vivem. Eles nos amam. A bên-
ção patriarcal é uma dádiva sagrada
dada por Eles. Quando receberem sua
bênção, saberão e sentirão como Eles
os amam e como Eles Se concentram
em vocês individualmente.
O Livro de Mórmon é outro tes-
tamento de Jesus Cristo. Sou grato
por ser guiado por um profeta vivo, o
presidente Russell M. Nelson.
Sou tão grato por nosso Salvador,
Jesus Cristo. Neste domingo de Pás-
coa, vou me concentrar Nele e em Sua
Ressurreição, adorá-­Lo e agradecer
por Seu sacrifício. Sei que Ele sofreu
tão profundamente porque nos ama
profundamente. Sei que Ele ressus-
citou por causa de Seu amor por nós.
Ele é real. Disso testifico em nome de
Jesus Cristo, amém. ◼
NOTAS
1. Ver Manual Geral: Servir em A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias, item 18.17,
ChurchofJesusChrist.org.
2. Ver “Bênção patriarcal”, em Sempre Fiéis,
2004, p. 30.
3. Ver “Bênção patriarcal”, Sempre Fiéis, p. 31.
4. Ver Abraão 2:10.
5. “Convênio abraâmico”, em Sempre Fiéis,
pp. 46–47.
6. Ver 3 Néfi 20:25–26.
7. Thomas S. Monson, “Vossa bênção
patriarcal: Uma Liahona de luz”, A Liahona,
janeiro de 1987, p. 65.
8. Dallin H. Oaks, “Patriarchal Blessings”,
Worldwide Leadership Training Meeting: The
Patriarch, 8 de janeiro de 2005, p. 8.
 Élder Neil L. Andersen
Do Quórum dos Doze Apóstolos

Tendo fixado a mente

nesse pensamento, clamei em meu
coração: Ó Jesus, tu que és Filho de
Deus, tem misericórdia de mim”.7

nesse pensamento sobre

Ao suplicar pelo poder divino do
Salvador, algo milagroso aconteceu:
“Quando pensei isto”, afirmou, “já

Jesus Cristo
não me lembrei de minhas dores”.8 De
repente, ele sentiu paz e luz. “Nada
[foi] tão belo e doce como o foi minha
alegria”,9 declarou.
Alma se fixou na veracidade de
Jesus Cristo. Se estivéssemos usando a
À medida que continuarem a fixar sua mente palavra “fixou” em um sentido físico,

no pensamento sobre Jesus Cristo, prometo que poderíamos trocá-­la por “segurar”.
Por exemplo: “Enquanto caía, ele se
receberão não somente orientação celestial, mas segurou à grade”, significando que
ele estendeu os braços rapidamente
poder celestial. e se agarrou de maneira firme a algo
solidamente sedimentado em um
alicerce seguro.
No caso de Alma, foi sua mente
que se expandiu e se alicerçou nessa
Durante esta bela época de Páscoa, tantos pecados”4 e “[torturada] com verdade poderosa do sacrifício expia-
repito a oração deste poderoso hino: eterno tormento”.5 tório de Jesus Cristo. Agindo com
“Jeová, sê nosso guia”.1 Em seu profundo desespero, ele fé de acordo com essa verdade, e
Uma história impressionante no se lembrou que haviam lhe ensinado pelo poder e pela graça de Deus, ele
Livro de Mórmon conta a respeito em sua juventude “sobre a vinda de foi resgatado do desespero e ficou
de um rapaz chamado Alma, que era um Jesus Cristo, um Filho de Deus, repleto de esperança.
de uma família proeminente e foi para expiar os pecados do mundo”.6 Embora nossas experiências talvez
descrito nas escrituras como sendo Em seguida, ele declarou de modo não sejam tão dramáticas como a
iníquo e idólatra.2 Ele era eloquente e convincente: “Tendo fixado a mente de Alma, são, de modo semelhante,
persuasivo, e lisonjeava as pessoas para
convencê-­las a segui-­lo. Surpreenden-
temente, um anjo apareceu a Alma
e a seus amigos. Alma caiu por terra
e ficou tão fraco que foi carregado,
sem se mover, até a casa de seu pai.
Ele permaneceu como se estivesse
em um estado de coma por três dias.3
Posteriormente, ele explicou que,
enquanto parecia inconsciente para as
pessoas a seu redor, sua mente estava
muito ativa enquanto sua alma sofria,
pensando na vida que levava ao negli-
genciar os mandamentos de Deus. Ele
descreveu sua mente como estando
“[perturbada] pela lembrança de [seus]
Japão

MAIO DE 2023 91
eternamente significativas. Nossa
mente também se fixou no pensa-
mento sobre Jesus Cristo e sobre Seu
misericordioso sacrifício, e nossa alma
já sentiu a luz e a alegria que vêm
como consequência.
Alicerçar o pensamento sobre Jesus
Cristo
Oro para que, nesta Páscoa, molde-
mos, fortaleçamos e alicercemos esse
pensamento preeminente sobre Jesus
Cristo em nossa alma,10 permitindo-­
lhe fluir à nossa mente com constân-
cia e ânimo, de maneira a nos orientar
sobre o que pensar e fazer, e a nos
trazer continuamente a doce alegria
do amor do Salvador.11
Preencher nossa mente com o
poder de Jesus Cristo não significa
que Ele é o único pensamento que
temos. Porém, significa que todos os
nossos pensamentos estão circuns-
critos em Seu amor, em Sua vida, em
Índia
92 SESSÃO DA MANHÃ DE DOMINGO
Seus ensinamentos, em Seu sacrifício
expiatório e em Sua gloriosa Ressur-
reição. Jesus nunca é deixado de lado
porque nossos pensamentos sobre Ele
estão sempre presentes, e tudo o que
há em nós O adora!12 Oramos e pon-
deramos em nossa mente sobre expe-
riências que nos aproximaram Dele.
Aceitamos em nossa mente imagens
divinas, escrituras sagradas e hinos
inspirados para amenizar os inúmeros
pensamentos diários que temos em
nossa vida atarefada. Nosso amor
por Ele não nos impede de sentirmos
a tristeza e o sofrimento nesta vida
mortal, mas nos permite enfrentar os
desafios com uma força muito além
de nossa própria força.
“Só por em Ti, Jesus, pensar,
Sinto-­me encher de amor;
Oh, quanto anseio contemplar
Teu rosto, bom Senhor!”13
Lembrem-­se: vocês são filhos
espirituais do Pai Celestial. Conforme
explicou o apóstolo Paulo, somos a
“geração de Deus”.14 Vocês viviam
com sua própria identidade individual
muito antes de vir à Terra. Nosso Pai
criou um plano perfeito para virmos
à Terra, aprendermos e voltarmos à
Sua presença. Ele mandou Seu Filho
Amado para que, por meio do poder
de Sua Expiação e Ressurreição infi-
nitas, vivamos após a morte; e, ao
estarmos dispostos a exercer fé Nele e
a nos arrependermos de nossos peca-
dos,15 somos perdoados e recebemos a
esperança de vida eterna.16
Dar atenção excepcional à nossa
mente e ao nosso espírito
Nesta vida mortal, nossa mente
e nosso espírito precisam de aten-
ção excepcional.17 Nossa mente nos
permite viver, escolher e discernir o
bem do mal.18 Nosso espírito recebe o
testemunho que confirma que Deus
é nosso Pai, que Jesus Cristo é o Filho
de Deus e que Seus ensinamentos nos
conduzem à felicidade aqui e à vida
eterna após a morte.
A mente de Alma se fixou nesse
pensamento sobre Jesus Cristo, e
esse pensamento mudou sua vida.
A conferência geral é o momento de
entendermos o que o Senhor deseja
que façamos e nos tornemos. É tam-
bém o momento de refletirmos a
respeito de nosso progresso. Como
minhas designações me levam a viajar
o mundo todo, tenho observado um
poder espiritual crescente nos mem-
bros devotos e justos da Igreja.
Há cinco anos, foi-­nos solicitado
que déssemos ao Salvador um lugar
mais notável em tudo o que fazemos
ao utilizar o verdadeiro nome de A
Igreja Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias.19 Estamos falando Seu
nome mais seriamente.
Há quatro anos, com a redução do
Após o falecimento de sua esposa, Sarah, Matt Johnson disse que não havia nenhum lugar em que ele e sua família prefeririam estar do que no templo.
tempo de nossa reunião sacramental,
aumentamos nosso foco em partilhar
do sacramento do Senhor. Estamos
pensando mais em Jesus Cristo e esta-
mos mais sérios em relação à nossa
promessa de sempre nos lembrar
Dele.20
Devido ao isolamento que adveio da
pandemia mundial e com o auxílio do
Vem, e Segue-­Me, os ensinamentos do
Salvador estão sendo mais presentes
em nosso lar, ajudando em nossa ado-
ração ao Salvador durante a semana.
Ao seguirmos o conselho do pre-
sidente Russell M. Nelson de “ouvir
o Senhor”,21 estamos refinando nossa
capacidade de reconhecer os sussur-
ros do Espírito Santo e de ver a mão
do Senhor em nossa vida.
Com o anúncio e a abertura de
dezenas de templos, temos ido à casa
do Senhor mais frequentemente e
recebido Suas bênçãos prometidas.
Estamos sentindo de maneira mais
poderosa a beleza transcendental de
nosso Salvador e Redentor.
O presidente Nelson afirmou: “Não
há nada de fácil ou automático no
que diz respeito a se tornar um discí-
pulo poderoso. Nosso foco deve estar
firmemente voltado para o Salvador
e Seu evangelho. É necessário muito
esforço mental para buscar o Salvador
em cada pensamento”.22
Ao concentrarmos nossa atenção
em Jesus Cristo, tudo ao nosso redor —
embora ainda presente — é percebido
por meio de nosso amor por Ele. As
distrações menos importantes desa-
parecem, e removemos as coisas que
não condizem com Sua luz e com Seu
caráter. À medida que continuarem
a fixar sua mente nesse pensamento
sobre Jesus Cristo, confiarem Nele
e guardarem Seus mandamentos,
prometo que receberão não somente
orientação celestial, mas poder celes-
tial, um poder que trará força a seus
convênios, paz em meio a suas dificul-
dades e alegria em suas bênçãos.
Lembrar-­se de Jesus Cristo
Há algumas semanas, Kathy e eu
visitamos a casa de Matt e Sarah John-
son. Na parede havia uma fotografia
de sua querida família, uma linda
gravura do Salvador e a ilustração de
um templo.
Suas quatro filhas, Maddy, Ruby,
Claire e June, falaram com alegria a
respeito do quanto amavam sua mãe.
Por mais de um ano, Sarah havia
agendado regularmente, aos sábados,
idas ao templo com toda a família
para que as filhas pudessem realizar
batismos por familiares falecidos.
Em novembro do ano passado,
Sarah fez um agendamento no templo
para que, na última semana de dezem-
bro, a família fosse em uma quinta-­
feira em vez de sábado. “Tudo bem
para você, certo?”, ela disse a Matt.
Sarah tinha sido diagnosticada
com câncer, mas os médicos previram
que ela viveria mais dois ou três anos.
Durante uma reunião sacramental,
Sarah havia compartilhado seu forte
testemunho, dizendo que, a despeito
do que viesse a acontecer, ela amava o
Salvador de todo o coração, e “a vitó-
ria já tinha sido conquistada” por Ele.
No decorrer do mês de dezembro, a
saúde de Sarah piorou rapidamente
de modo inesperado, e ela foi hospita-
lizada. Bem cedo na manhã da quinta-­
feira de 29 de dezembro, ela finalizou
sua mortalidade serenamente. Matt
permaneceu ao lado de Sarah durante
toda a noite.
Com o coração partido e comple-
tamente exausto física e emocional-
mente, ele foi para casa com suas
filhas, sentindo tristeza. Quando
olhou para seu telefone, Matt viu o
lembrete do agendamento incomum
no templo que Sarah havia feito para
mais tarde naquela quinta-­feira. Ele
falou: “Quando vi o lembrete, pensei
que não daria certo”.
Mas, então, a mente de Matt se
fixou neste pensamento: “O Salvador
vive. Não existe outro lugar onde
MAIO DE 2023 93
gostaríamos de estar em família do
que em Sua santa casa”.
Matt, Maddy, Ruby, Claire e June
chegaram ao templo para o compro-
misso que Sarah havia agendado para
eles. Com lágrimas no rosto, Matt fez
os batismos com as filhas. Eles senti-
ram profundamente seu amor e seu
vínculo eterno com Sarah; sentiram
também o imenso amor e a paz con-
soladora do Salvador. Com ternura,
Matt compartilhou: “Embora eu
sinta profunda tristeza e pesar, tam-
bém clamo de alegria por conhecer
o maravilhoso plano de salvação de
meu Pai”.
Nesta Páscoa, presto testemu-
nho da verdade absoluta e plena do
incomparável sacrifício expiatório
do Salvador e de Sua gloriosa Res-
surreição. À medida que sua mente
continuar fixada com firmeza e para
sempre no pensamento sobre Jesus
Cristo e, ao centralizarem sua vida
mais plenamente no Salvador, pro-
meto que sentirão Sua esperança, Sua
paz e Seu amor. Em nome de Jesus
Cristo, amém. ◼
94 SESSÃO DA MANHÃ DE DOMINGO
NOTAS
1. “Jeová, sê nosso guia”, Hinos, nº 40.
2. Ver Mosias 27:8.
3. Ver Alma 36:10.
4. Alma 36:17.
5. Alma 36:12.
6. Alma 36:17.
7. Alma 36:18. A palavra “fixado” foi traduzida
do termo em inglês “caught hold”, que é
utilizado no Livro de Mórmon em inglês
em uma outra passagem e, nesse caso,
foi traduzido para o português como
“segurar”, conforme descrito no relato
a respeito das pessoas que “chegaram e
conseguiram segurar a extremidade da
barra de ferro” (1 Néfi 8:24).
8. Alma 36:19.
9. Alma 36:21.
10. “A maior batalha da vida é travada no
interior dos silenciosos aposentos de sua
própria alma” (David O. McKay, Conference
Report, abril de 1967, p. 84).
11. “[Os pensamentos] são os responsáveis por
toda ação. Nossos pensamentos são como
um quadro de distribuição de energia elé-
trica ou o painel de controle que governa
nossas ações” (Boyd K. Packer, That All May
Be Edified, 1982, p. 33).
O presidente Dallin H. Oaks ensinou:
“Podemos eliminar os desejos iníquos e
substituí-­los por desejos de retidão. Isso
envolve estudo e prática. O presidente
Joseph F. Smith ensinou que ‘a educação de
nossos desejos é de extrema importância’”
(Dallin H. Oaks, Pure in Heart, 1988, p. 149).
12. Ver “Louvai a Deus”, Hinos, nº 34, tradução
livre.
13. “Só por em Ti, Jesus, pensar”, Hinos, nº 84.
14. Atos 17:29.
15. Ver Doutrina e Convênios 58:42–43.
16. Ver Doutrina e Convênios 14:7.
17. “Ninguém há, a não ser Deus, que conheça
teus pensamentos e os intentos de teu
coração” (Doutrina e Convênios 6:16).
18. “O homem bom do bom tesouro do seu
coração tira o bem, e o homem mau do
mau tesouro do seu coração tira o mal,
porque da abundância do seu coração fala a
boca” (Lucas 6:45).
19. Ver Russell M. Nelson, “O nome correto da
Igreja”, Liahona, novembro de 2018, p. 87.
20. Nosso convênio a cada semana na oração
do sacramento é o de “recordá-­lo sempre”
(Morôni 4:3; Doutrina e Convênios 20:77). O
Livro de Mórmon nos incentiva ao utilizar
um termo similar duas vezes, um em
seguida do outro: “Lembrai-­vos, lembrai-­
vos” (Mosias 2:41; Helamã 5:9; ver também
Alma 37:13). A lembrança espiritual vem por
meio do poder do Espírito Santo: “[Ele] vos
ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar
de tudo quanto vos tenho dito” ( João 14:26).
21. Russell M. Nelson, “Ouvir o Senhor”,
Liahona, maio de 2020, p. 90.
22. Russell M. Nelson, “Invocando o poder
de Jesus Cristo em nossa vida”, A Liahona,
maio de 2017, p. 41. O presidente Russell
M. Nelson também afirmou: “A alegria que
[nós, santos dos últimos dias,] sentimos tem
pouco a ver com as circunstâncias de nossa
vida e tem tudo a ver com o enfoque de
nossa vida” (“Alegria e sobrevivência espiri-
tual”, A Liahona, novembro de 2016, p. 82).
 Élder Kevin R. Duncan
Dos setenta

“Uma voz de alegria!”

durar para sempre, o selamento dos
filhos aos pais dentro da família de
Deus e, por fim, a bênção de voltar
ao lar e à presença de Deus, nosso Pai
Celestial, e de Seu Filho, Jesus Cristo.
Todas essas bênçãos se tornaram
A construção de templos tem sido uma das mais possíveis devido à Expiação de Jesus

altas prioridades de todos os profetas desde o Cristo.

Como Deus acreditava que essas
profeta Joseph Smith. coisas estavam entre Suas bênçãos
mais importantes e sagradas,5 Ele
instruiu que edifícios sagrados fossem
erigidos onde Ele pudesse conferir
essas preciosas dádivas a Seus filhos.6
“Agora, o que ouvimos no evangelho muito felizes. Wilford Woodruff disse: Esses edifícios seriam Sua casa na
que recebemos? Uma voz de alegria! “No momento em que soube disso, Terra. Esses edifícios seriam templos
Uma voz de misericórdia do céu; e fiquei imensamente feliz!”4 nos quais aqueles que fossem selados
uma voz de verdade saindo da Terra; O batismo por nossos entes queri- ou unidos na Terra em Seu nome,
(…) uma voz de alegria para os vivos dos falecidos não era a única verdade pela Sua palavra e autoridade seriam
e os mortos; boas novas de grande que o Senhor iria revelar e restaurar. unidos nos céus.7
alegria.”1 Havia diversas outras dádivas ou inves- Como membros da Igreja hoje,
Irmãos e irmãs, é quase impossível tiduras que Deus estava ansioso para alguns de nós podem acabar não
ouvir essas palavras do profeta Joseph conceder a Seus filhos e Suas filhas. dando o devido valor a essas gloriosas
Smith e não abrir um grande sorriso! Essas dádivas incluem a autoridade verdades eternas. Elas se tornaram
Essa expressão jubilosa de Joseph do sacerdócio, os convênios e as orde- comuns para nós. Às vezes será pro-
verdadeiramente captura a total e nanças, um casamento que poderia veitoso olhar para elas pelos olhos
majestosa alegria encontrada no
grande plano de felicidade de Deus,
nosso Pai Celestial, pois, como Ele nos
assegurou, “os homens existem para
que tenham alegria”.2
Todos nós nos alegramos3 na vida
pré-­mortal quando ouvimos o plano
de felicidade e continuamos a nos
alegrar aqui ao vivermos de acordo
com Seu plano. Mas qual era exata-
mente o contexto dessa alegre decla-
ração do profeta? O que despertou
essas emoções profundas e sinceras?
O profeta Joseph Smith estava
ensinando sobre o batismo pelos
mortos. Aquela foi verdadeiramente
uma revelação gloriosa recebida com
grande alegria. Quando os membros
da Igreja começaram a aprender que
podiam ser batizados em favor de seus
entes queridos falecidos, eles ficaram

MAIO DE 2023 95

Equador
daqueles que aprendem sobre essas
verdades pela primeira vez. Isso ficou
evidente para mim após uma expe-
riência recente.
No ano passado, pouco antes da
rededicação do Templo de Tóquio
Japão, muitos convidados que não são
membros da Igreja visitaram o tem-
plo. Um desses convidados era um
atento líder de outra religião. Ensina-
mos a ele sobre o plano de felicidade
do Pai Celestial, o papel redentor de
Jesus Cristo no plano e a doutrina de
que as famílias podem ser unidas para
a eternidade por meio da ordenança
de selamento.
Ao final da visita, pedi a nosso
amigo que expressasse seus senti-
mentos. Com relação à união das
96 SESSÃO DA MANHÃ DE DOMINGO
famílias — tanto no passado quanto
no presente e no futuro —, aquele
bom homem perguntou com toda a
sinceridade: “Os membros de sua reli-
gião realmente compreendem quão
profunda é essa doutrina?” Ele acres-
centou: “Esse pode muito bem ser um
dos únicos ensinamentos que consiga
unir esse mundo tão dividido”.
Que excelente observação! Aquele
homem não se sentiu tocado apenas
pela fina arte do templo, mas pela
maravilhosa e profunda doutrina de
que as famílias são unidas e seladas
ao Pai Celestial e a Jesus Cristo para
sempre.8
Não deveríamos ficar surpresos,
então, quando alguém que não
é membro da Igreja reconhece a
majestade do que acontece no tem-
plo. Aquilo que poderia ser comum
e rotineiro para nós às vezes é visto
em seu esplendor e majestade por
aqueles que o ouvem ou sentem pela
primeira vez.
Embora os templos já existissem no
passado, com a restauração do evan-
gelho de Jesus Cristo, a construção
de templos tem sido uma das mais
altas prioridades de todos os profetas
desde o profeta Joseph Smith. E é fácil
entender o motivo.
Quando o profeta Joseph foi ensi-
nado sobre o batismo pelos mortos,
ele revelou outra grande verdade. Ele
ensinou: “Eu vos asseguro que estes
princípios referentes aos mortos e aos
vivos não podem ser negligenciados
no que tange a nossa salvação. Porque
a sua salvação é necessária e essencial
a nossa salvação, (…) eles, sem nós,
não podem ser aperfeiçoados — nem
podemos nós, sem nossos mortos, ser
aperfeiçoados”.9
Como podemos ver, a necessidade
de termos templos e de realizar o tra-
balho tanto pelos vivos quanto pelos
mortos se torna muito clara.
O adversário está alerta. Seu poder
é ameaçado pelas ordenanças e pelos
convênios realizados nos templos, e
ele faz tudo o que pode para tentar
parar esse trabalho. Por quê? Porque
ele conhece o poder que recebemos
por meio desse trabalho sagrado.
Todas as vezes que um novo templo
é dedicado, o poder salvador de Jesus
Cristo se expande por todo o mundo
para combater os esforços do adver-
sário e para nos redimir à medida que
nos achegamos a Ele. À medida que
o número de templos e de pessoas
que cumprem convênios aumenta, o
adversário fica mais fraco.
No início da Igreja, alguns se preo-
cupavam quando um novo templo
era anunciado, pois diziam: “Jamais
começamos a construir um templo
sem que os sinos do inferno come-
çassem a soar”. Mas Brigham Young
corajosamente replicava: “Quero ouvi-­
los soar novamente”.10
Nesta vida mortal, não vamos
escapar da guerra, mas podemos ter
poder sobre o inimigo. Esse poder
e essa força vêm de Jesus Cristo ao
fazermos e cumprirmos os convênios
do templo.
O presidente Russell M. Nelson
ensinou: “Está chegando o momento
em que aqueles que não obedecem
ao Senhor serão separados daqueles
que o fazem. Nossa maior segurança é
permanecermos dignos de entrar em
Sua santa casa”.11
Vejam algumas outras bênçãos que
Deus nos prometeu por intermédio de
Seu profeta.
Vocês precisam de milagres? Nosso
profeta disse: “Prometo-­lhes que o
Senhor vai lhes proporcionar os mila-
gres que Ele sabe que vocês precisam,
se fizerem sacrifícios para servir e
adorar em Seus templos”.12
Vocês precisam do poder de cura
e do poder fortalecedor do Salvador
Jesus Cristo? O presidente Russell M.
Nelson nos assegura: “Tudo o que
é ensinado no templo (…) amplia
nossa compreensão a respeito de
Jesus Cristo. (…) Então, à medida que
cumprimos nossos convênios, Ele nos
investe com Seu poder de fortaleci-
mento e cura. E, ah, como precisare-
mos de Seu poder nos dias que estão
por vir!”13
No primeiro Domingo de Ramos,
quando Jesus Cristo entrou triunfal-
mente em Jerusalém, uma multidão
de Seus discípulos se regozijou e
louvou a Deus em alta voz, dizendo:
“Bendito o Rei que vem em nome do
Senhor”.14
Foi muito apropriado que o Templo
de Kirtland fora dedicado em um
Domingo de Ramos em 1836! Naquela
ocasião, os discípulos de Jesus Cristo
também ficaram muito felizes. E, na
oração dedicatória, o profeta Joseph
Smith declarou as seguintes palavras
de louvor:
“Ó Senhor Deus Todo-­Poderoso,
[ouve-­nos] (…) e responde-­nos do céu,
(…) onde te assentas entronizado,
com glória, honra, poder, majestade
[e] força. (…)
Ajuda-­nos, pelo poder de teu
Espírito, para que misturemos nossa
voz aos brilhantes e resplandecentes
serafins que cercam teu trono com
aclamações de louvor, cantando:
Hosana a Deus e ao Cordeiro!
E que estes (…) teus santos gritem
de alegria”.15
Irmãos e irmãs, hoje, neste
Domingo de Ramos, que também
possamos, como discípulos de Jesus
Cristo, louvar nosso santo Deus e
nos regozijar por Sua bondade para
conosco. “O que ouvimos no evan-
gelho que recebemos?” Verdadeira-
mente “uma voz de alegria!”16
Testifico que vocês sentirão cada
vez mais alegria ao entrarem no tem-
plo sagrado do Senhor. Testifico que
vocês sentirão a alegria que Ele sente
por vocês. Em nome de Jesus Cristo,
amém. ◼
NOTAS
1. Doutrina e Convênios 128:19.
2. 2 Néfi 2:25; ver também Isaías 55:12.
3. Ver Jó 38:7.
4. Wilford Woodruff, “Remarks”, Deseret News,
27 de maio de 1857, p. 91.
5. Ver Doutrina e Convênios 14:7.
6. Ver Doutrina e Convênios 124:39.
7. Ver Doutrina e Convênios 132:45–46.
8. O presidente Joseph F. Smith ensinou:
“Precisa haver um elo que ligue e una
os pais aos filhos e os filhos aos pais,
até que toda a corrente da família de
Deus seja unida em uma só, e todos se
tornarão família de Deus e de Seu Cristo”
(Ensinamentos dos Presidentes da Igreja:
Joseph F. Smith, 1998, p. 411).
9. Doutrina e Convênios 128:15.
10. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja:
Brigham Young, 1997, p. 300.
11. Russell M. Nelson, “O futuro da Igreja:
Preparando o mundo para a Segunda Vinda
do Salvador”, Liahona, abril de 2020, p. 9.
12. Russell M. Nelson, “Tornar-­nos santos
dos últimos dias exemplares”, Liahona,
novembro de 2018, p. 114.
13. Russell M. Nelson, “O templo e o nosso
alicerce espiritual”, Liahona, novembro de
2021, pp. 93–94.
14. Lucas 19:37–38.
15. Doutrina e Convênios 109:77, 79–80.
16. Doutrina e Convênios 128:19.
MAIO DE 2023 97
 Presidente Russell M. Nelson
Presidente de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos
dos Últimos Dias
Precisa-­se de
pacificadores
Vocês têm o arbítrio para escolher a contenda
ou a reconciliação. Eu os exorto a escolher serem
pacificadores, hoje e sempre.
Meus queridos irmãos e irmãs, é uma
alegria estar com vocês. Nos últimos
seis meses, vocês têm permanecido
em minha mente e em minhas ora-
ções. Oro para que o Espírito Santo
transmita o que o Senhor deseja que
ouçam enquanto falo a vocês.
Durante minha residência como
cirurgião há muitos anos, auxiliei um
cirurgião enquanto ele amputava uma
perna gangrenada que estava muito
infeccionada. A cirurgia foi difícil. E,
para aumentar ainda mais a tensão,
alguém da equipe realizou mal uma
África do Sul
98 SESSÃO DA MANHÃ DE DOMINGO
tarefa, e o cirurgião explodiu de raiva.
No meio de seu ataque de fúria, ele
atirou o bisturi cheio de germes, que
acabou acertando meu antebraço!
Todos na sala de cirurgia — exceto
o cirurgião descontrolado — ficaram
horrorizados com aquela perigosa vio-
lação da prática cirúrgica. Felizmente,
não fui infectado, mas essa experiên-
cia me marcou de modo permanente.
Naquele exato momento, prometi a
mim mesmo que, independentemente
do que acontecesse em minha sala de
cirurgia, eu jamais perderia o controle
de minhas emoções. Também pro-
meti a mim mesmo naquele dia que
jamais lançaria qualquer coisa em um
momento de raiva; fossem bisturis ou
palavras.
Até mesmo hoje, décadas depois,
continuo a me perguntar se o bisturi
contaminado que me acertou o braço
era de fato mais tóxico do que a con-
tenda venenosa que infecta o diálogo
cívico e muitos relacionamentos
pessoais em nossos dias. A civilidade e
a decência parecem ter desaparecido
durante esta época de polarização e
desentendimentos acalorados.
A vulgaridade, o julgamento e a
difamação são muito comuns. Um
grande número de eruditos, políticos,
apresentadores e outros influenciado-
res constantemente lançam insultos.
Fico extremamente preocupado com
o fato de que tantas pessoas parecem
crer que é totalmente aceitável conde-
nar, caluniar e difamar qualquer pessoa
que não concorde com elas. Muitas
parecem ansiar por prejudicar a repu-
tação de outra pessoa com comentá-
rios patéticos e cruéis!
A ira nunca persuade ninguém.
A hostilidade a ninguém edifica. A
contenda nunca leva a soluções ins-
piradas. Lamentavelmente, às vezes
vemos o comportamento contencioso
até mesmo em nosso meio. Ouvimos
que há pessoas que menosprezam
seu cônjuge e seus filhos, pessoas que
usam de surtos raivosos para contro-
lar os outros e pessoas que punem os
membros da família com o “castigo
do silêncio”. Ouvimos que há jovens e
crianças que fazem bullying, e funcio-
nários que difamam os colegas.
Meus queridos irmãos e irmãs, isso
não deveria acontecer. Como discí-
pulos de Jesus Cristo, devemos ser
um exemplo de como interagir com o
próximo; especialmente quando nossas
opiniões divergem. Um dos meios
mais fáceis de identificar um verda-
deiro seguidor de Jesus Cristo é ver
quão compassiva essa pessoa é com os
outros.
O Salvador deixou isso claro nos
sermões a Seus seguidores em ambos
os hemisférios. “Bem-­aventurados os
pacificadores”, disse Ele.1 “Se qualquer
te bater na face direita, oferece-­lhe
também a outra.”2 Em seguida, natu-
ralmente, Ele nos deu a admoestação
que desafia cada um de nós: “Amai
vossos inimigos, bendizei os que vos
maldizem, fazei bem aos que vos
odeiam, e orai pelos que vos maltra-
tam e vos perseguem”.3
Antes de Sua morte, o Salvador
ordenou a Seus Doze Apóstolos que
amassem uns aos outros como Ele
os amou.4 E, então, Ele acrescentou:
“Nisto todos conhecerão que sois
meus discípulos, se vos amardes uns
aos outros”.5
A mensagem do Salvador é clara:
Seus verdadeiros discípulos edificam,
elevam, incentivam, persuadem e
inspiram; por mais difícil que seja a os outros”.8 Aqueles que promovem — seja pessoalmente ou pelas costas
situação. Os verdadeiros discípulos de a contenda seguem exatamente as dela —, esse deve ser nosso padrão de
Jesus Cristo são pacificadores.6 regras do jogo de Satanás, quer perce- comunicação.
Hoje é Domingo de Ramos. Esta- bam ou não. “Ninguém pode servir a Se um casal em sua ala se divorciar,
mos nos preparando para comemorar dois senhores.”9 Não podemos apoiar se um jovem missionário voltar para
o evento mais importante e transcen- Satanás com nossos ataques verbais e casa mais cedo ou se um adolescente
dental já registrado na Terra, que é a achar que ainda assim podemos servir não tiver um testemunho firme, essas
Expiação e a Ressurreição do Senhor a Deus. pessoas não precisam de nosso julga-
Jesus Cristo. Uma das melhores Meus queridos irmãos e irmãs, mento. Elas precisam vivenciar o puro
maneiras de honrarmos o Salvador é a maneira como tratamos uns aos amor de Jesus Cristo que é refletido
nos tornando pacificadores.7 outros realmente importa! A maneira em suas palavras e ações.
A Expiação do Salvador nos possi- como falamos com as pessoas e sobre Se um amigo demonstrar nas
bilitou vencer todo o mal — inclusive elas em casa, na igreja, no trabalho e mídias sociais um forte posiciona-
a contenda. Não se deixem enganar: a na internet realmente importa. Hoje, mento político ou social que viola
contenda é do mal! Jesus Cristo decla- peço que nossas interações com o tudo o que vocês acreditam, uma res-
rou que aqueles que têm o “espírito próximo sejam mais elevadas e santas. posta raivosa e mordaz de sua parte
de discórdia” não são Dele, mas são Peço que ouçam com atenção. “Se não vai ajudar. Edificar pontes de
“do diabo, que é o pai da discórdia[,] e houver qualquer coisa virtuosa, amá- entendimento vai exigir muito mais
[o diabo] leva a cólera ao coração dos vel, de boa fama ou louvável”10 que de vocês, mas é exatamente disso que
homens, para contenderem uns com pudermos falar sobre outra pessoa seu amigo precisa.

MAIO DE 2023 99
Porque meus dois nobres conselheiros estão repletos de caridade, nossas deliberações podem ser guiadas pelo Espírito do Senhor.
A contenda afasta o Espírito —
sempre. A contenda reforça a falsa
noção de que o confronto é o meio
de resolver diferenças; mas nunca é.
A contenda é uma escolha. Ser um
pacificador é uma escolha. Vocês têm
o arbítrio para escolher a contenda ou
a reconciliação. Eu os exorto a escolher
serem pacificadores, hoje e sempre.11
Irmãos e irmãs, podemos literal-
mente mudar o mundo — uma pessoa
e uma interação por vez. Como? Bus-
cando maneiras de lidar com diferen-
ças sinceras de opinião com respeito
mútuo e um diálogo cordial.
Diferenças de opinião fazem parte
da vida. Trabalho todos os dias com
servos dedicados do Senhor que nem
sempre veem uma questão da mesma
maneira. Eles sabem que quero ouvir
ideias e sentimentos sinceros sobre
tudo o que debatemos — especialmente
temas delicados.
Meus dois nobres conselheiros, o
100 SESSÃO DA MANHÃ DE DOMINGO
presidente Dallin H. Oaks e o presi-
dente Henry B. Eyring, são exempla-
res no modo como expressam seus
sentimentos; especialmente quando
eles divergem. Eles o fazem com puro
amor um pelo outro. Nenhum deles
sugere que sabe mais do que o outro
e que, portanto, precisa defender
sua posição rigorosamente. Nenhum
demonstra que precisa competir
com o outro. Cada um deles está
repleto de caridade, “o puro amor
de Cristo”;12 por esse motivo, nossas
deliberações podem ser guiadas pelo
Espírito do Senhor. Como amo e
honro esses dois grandes homens!
A caridade é o antídoto para a con-
tenda. A caridade é o dom espiritual
que nos ajuda a nos livrar do homem
natural, que é egoísta, defensivo,
orgulhoso e invejoso. A caridade é
a principal característica de um ver-
dadeiro seguidor de Jesus Cristo.13 A
caridade define um pacificador.
Quando nos humilhamos perante
Deus e oramos com toda a energia de
nosso coração, Deus nos concede a
caridade.14
Aqueles que são abençoados com
esse dom divino são longânimos e
gentis. Eles não são invejosos nem
soberbos. Não se irritam facilmente
nem suspeitam mal dos outros.15
Irmãos e irmãs, o puro amor de
Cristo é a resposta para a contenda
que nos adoece em nossos dias. A
caridade nos impele a “carregar os
fardos uns dos outros”16 em vez de
acumularmos fardos uns sobre os
outros. O puro amor de Cristo per-
mite que sirvamos como “testemu-
nhas de Deus em todos os momentos
e em todas as coisas”;17 especialmente
em momentos de tensão. A caridade
permite que demonstremos como
homens e mulheres de Cristo falam e
agem; especialmente quando estão sob
ataque.
 No entanto, não estou falando
sobre paz a qualquer preço.18 Estou
falando sobre tratarmos os outros de
maneiras que estão em conformidade
com a obediência ao convênio que
fazemos quando tomamos o sacra-
mento. Vocês prometeram sempre se
lembrar do Salvador. Em situações
extremamente tensas e cheias de
contenda, eu os convido a se lembra-
rem de Jesus Cristo. Orem para que
tenham a coragem e a sabedoria para
dizer ou fazer o que Ele diria ou faria.
Ao seguirmos o Príncipe da Paz, nós
nos tornaremos Seus pacificadores.
Neste momento, vocês devem estar
pensando que esta mensagem de fato
ajudaria alguém que conhecem. Tal-
vez esperem que ela ajude essa pes-
soa a ser mais agradável com vocês.
Espero que sim. Mas também espero
que examinem profundamente seu
coração para que vejam se lá exis-
tem farpas de orgulho ou de inveja
que impedem que vocês se tornem
pacificadores.19
Se realmente pretendem ajudar a
coligar Israel e a edificar relaciona-
mentos que durarão pelas eternida-
des, agora é o momento de abandonar
os rancores. Agora é o momento de
parar de insistir que o único jeito certo
é o seu. Agora é o momento de parar
de fazer com que os outros sintam
que precisam pisar em ovos, temendo
feri-­los ou aborrecê-­los. Agora é o
momento de enterrar suas armas de
guerra.20 Se seu arsenal verbal está
repleto de insultos e acusações, agora
é o momento de abandoná-­los.21
Vocês se erguerão como homens ou
mulheres de Cristo espiritualmente
fortes.
O templo pode nos ajudar em
nossa busca. Nele, somos investi-
dos com o poder de Deus, que nos
capacita a vencer Satanás, que é
o instigador de toda a contenda.22
Expulsem-­no de todos os seus rela-
cionamentos! Observem que também
repreendemos o adversário sempre
que curamos um mal-­entendido
ou decidimos não nos ofender. Em
vez disso, podemos mostrar a terna
misericórdia que é característica dos
verdadeiros discípulos de Jesus Cristo.
Os pacificadores impedem o sucesso
do adversário.
Como povo, que nos tornemos
uma verdadeira luz sobre o monte;
uma luz que “não se pode escon-
der”.23 Que mostremos que há um
meio pacífico e respeitoso de resolver
questões complexas e um meio inspi-
rado de solucionar desentendimentos.
Ao demonstrarem a caridade que os
verdadeiros seguidores de Jesus Cristo
manifestam, o Senhor magnificará
seus esforços muito além do que
vocês imaginam.
A rede do evangelho é a maior rede
que existe no mundo. Deus convidou
todos a se achegarem a Ele, “negro
e branco, escravo e livre, homem e
mulher”.24 Há lugar para todos. Con-
tudo, não há lugar para preconceito,
acusação ou contenda de nenhum
tipo.
Queridos irmãos e irmãs, o melhor
ainda está por vir para aqueles que
passam a vida edificando o próximo.
Hoje eu os convido a examinar seu
discipulado conforme o modo como
tratam as outras pessoas. Eu os
abençoo para que façam os ajustes
necessários a fim de que seu compor-
tamento seja enobrecedor, respeitoso
e que represente um verdadeiro
seguidor de Jesus Cristo.
Eu os abençoo para que substi-
tuam a agressividade pela súplica, a
animosidade pela compreensão e a
contenda pela paz.
Deus vive! Jesus é o Cristo. Ele é
o Cabeça desta Igreja. Somos Seus
servos. Ele vai nos ajudar a nos tor-
narmos Seus pacificadores. Presto
testemunho dessas coisas no sagrado
nome de Jesus Cristo, amém. ◼
NOTAS
1. Mateus 5:9; ver também 3 Néfi 12:9. O
Salvador prometeu aos pacificadores que
eles serão “chamados filhos de Deus”.
2. Mateus 5:39; ver também 3 Néfi 12:39.
3. Mateus 5:44; ver também 3 Néfi 12:44.
4. Ver João 13:34.
5. João 13:35.
6. Ver Morôni 7:3–4.
7. Ver Mosias 3:19.
8. 3 Néfi 11:29. João, o Revelador, teve uma
visão de que o diabo viria à Terra com
“grande ira” (Apocalipse 12:12).
9. 3 Néfi 13:24.
10. Regras de Fé 1:13.
11. Ver Morôni 7:3–4.
12. Morôni 7:47.
13. Ver Morôni 7:48.
14. Ver Morôni 7:48.
15. Ver Morôni 7:45; ver também 1 Coríntios
13:4–5.
16. Mosias 18:8.
17. Mosias 18:9.
18. Ser um pacificador não exige que
concordemos com as ideias ou crenças de
outras pessoas.
19. Ver Helamã 3:33–36.
20. Ver Alma 24:19; 25:14.
21. Ver 1 Coríntios 13:11.
22. Ver Doutrina e Convênios 109:22, 26.
23. 3 Néfi 12:14.
24. 2 Néfi 26:33.
Uruguai
MAIO DE 2023 101
 Sessão da tarde de domingo | Abril de 2023

Presidente Dallin H. Oaks

Primeiro conselheiro na Primeira Presidência

Os ensinamentos
“Bem-­aventurados os pacificadores,
porque eles serão chamados filhos de
Deus.”6

de Jesus Cristo
“Ouvistes que foi dito aos antigos:
Não cometerás adultério.
Eu vos digo, porém, que qualquer
que olhar para uma mulher para a
cobiçar, já em seu coração cometeu
adultério com ela.”7
Recebemos as escrituras como fonte de orientação “Ouvistes que foi dito: Amarás o

para nossa vida. Minha mensagem hoje consiste
em uma seleção das palavras de nosso Salvador
— coisas que Ele disse.
Nós cremos em Cristo. Como mem-
bros de A Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias, nós O ado-
ramos e seguimos Seus ensinamentos
que se encontram nas escrituras.
Antes da Queda, nosso Pai Celes-
tial falava diretamente a Adão e Eva.
Depois da Queda, o Pai apresentou
Seu Filho Unigênito, Jesus Cristo,
como nosso Salvador e Redentor, e
nos deu o mandamento de ouvi-­Lo.1
Com essa orientação, concluímos que
os registros bíblicos das palavras pro-
feridas por “Deus” ou pelo “Senhor”
são quase sempre as palavras de Jeová,
nosso Senhor ressurreto, Jesus Cristo.2
Recebemos as escrituras como
fonte de orientação para nossa vida.
Conforme o profeta Néfi nos ensinou,
devemos “[banquetear-­nos] com as
palavras de Cristo; pois eis que as
palavras de Cristo [nos] dirão todas as
coisas que [devemos] fazer”.3 A maio-
ria das escrituras que relatam o minis-
tério mortal de Jesus são descrições
do que Ele fez. Minha mensagem hoje
consiste em uma seleção das palavras
de nosso Salvador — coisas que Ele
disse. Essas são palavras registradas no
Novo Testamento (incluindo os acrés-
cimos inspirados de Joseph Smith) e
no Livro de Mórmon. A maioria delas
está na sequência em que nosso Salva-
dor as pronunciou.
“Na verdade, na verdade te digo
que aquele que não nascer da água e
do Espírito não pode entrar no reino
de Deus.”4
“Bem-­aventurados são todos os que
têm fome e sede de retidão, porque
eles serão cheios do Espírito Santo.”5
teu próximo, e odiarás o teu inimigo.
Eu vos digo, porém: Amai vossos
inimigos, bendizei os que vos maldi-
zem, fazei bem aos que vos odeiam,
e orai pelos que vos maltratam e vos
perseguem; para que sejais filhos do
vosso Pai que está nos céus; porque
faz que o seu sol se levante sobre
os maus e os bons, e a chuva desça
sobre os justos e os injustos.”8
“Se perdoardes aos homens as suas
ofensas, também vosso Pai Celestial
vos perdoará a vós; se, porém, não
perdoardes aos homens as suas ofen-
sas, tampouco vosso Pai vos perdoará
as vossas ofensas.”9
“Se vós fôsseis do mundo, o
mundo amaria o que era seu; mas,
porque não sois do mundo, antes
eu vos escolhi do mundo, por isso o
mundo vos odeia.”10
“Portanto, não busqueis as coisas
deste mundo, mas buscai primeiro
edificar o reino de Deus, e estabelecer
a sua retidão, e todas essas coisas vos
serão acrescentadas.”11
“Portanto, tudo o que vós quereis
que os homens vos façam, fazei-­o
também vós a eles, porque esta é a lei
e os profetas.”12
“Acautelai-­vos, porém, dos falsos
profetas, que vêm a vós vestidos como
ovelhas, mas interiormente são lobos
devoradores.
Por seus frutos os conhecereis.
Porventura colhem-­se uvas dos espi-
nheiros ou figos dos abrolhos?

102 SESSÃO DA TARDE DE DOMINGO

 Assim, toda árvore boa produz
bons frutos, e toda árvore má produz
frutos maus.”13
“Nem todo o que me diz: Senhor,
Senhor! entrará no reino dos céus,
mas aquele que faz a vontade de meu
Pai, que está nos céus.”14
“Vinde a mim, todos os que estais
cansados e oprimidos, e eu vos
aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo, e
aprendei de mim, que sou manso e
humilde de coração; e encontrareis
descanso para a vossa alma.
Porque o meu jugo é suave, e o
meu fardo é leve.”15
“Se alguém quiser vir após mim,
renuncie-­se a si mesmo, tome sobre si
a sua cruz e siga-­me.
E eis que tomar um homem a
sua cruz significa negar-­se a toda
iniquidade, e a toda concupiscên-
cia mundana, e guardar os meus
mandamentos.”16
“Portanto, renunciai ao mundo,
e salvai a vossa alma; pois que apro-
veita ao homem, se ganhar o mundo
inteiro, e perder a sua alma? Ou
que dará o homem em troca da sua
alma?”17
“Se alguém quiser fazer a vontade
dele, conhecerá a respeito da dou-
trina, se ela é de Deus, ou se eu falo de
mim mesmo.”18
“E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-­
se-­vos-­á; buscai, e achareis; batei, e
abrir-­se-­vos-­á; porque qualquer que
pede, recebe; e quem busca, acha; e a
quem bate, abrir-­se-­lhe-­á.”19
“Ainda tenho outras ovelhas que
não são deste aprisco; também me
convém conduzir estas, e elas ouvirão
a minha voz, e haverá um rebanho e
um pastor.”20
“Disse-­lhe Jesus: Eu sou a ressurrei-
ção e a vida; quem crê em mim, ainda
que esteja morto, viverá;
E todo aquele que vive, e crê em
mim, nunca morrerá.”21
“[O grande mandamento na lei é
este]: Amarás ao Senhor teu Deus de
todo o teu coração, e de toda a tua
alma, e de todo o teu pensamento.
Este é o primeiro e grande
mandamento.
E o segundo, semelhante a este,
é: Amarás o teu próximo como a ti
mesmo.
Destes dois mandamentos depen-
dem toda a lei e os profetas.”22
“Aquele que tem os meus man-
damentos e os guarda, esse é o que
me ama; e aquele que me ama será
amado de meu Pai, e eu o amarei, e
me manifestarei a ele.”23
“Deixo-­vos a paz, a minha paz vos
dou; não vô-­la dou como o mundo a
dá. Não se turbe o vosso coração, nem
se atemorize.”24
“O meu mandamento é este: Que
vos ameis uns aos outros, assim como
eu vos amei.”25
“Vede as minhas mãos e os meus pés,
que sou eu mesmo; apalpai-­me e vede,
pois um espírito não tem carne nem
ossos, como vedes que eu tenho.”26
“Portanto, ide, ensinai todas as
nações, batizando-­as em nome do
Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
ensinando-­as a guardar todas as coisas
que eu vos tenho mandado; e eis que
eu estou convosco todos os dias, até a
consumação dos séculos.”27
Após Seu ministério na Terra Santa,
MAIO DE 2023 103
Jesus Cristo apareceu aos justos no
continente americano. Estas são
algumas das palavras que Ele proferiu
entre eles:
“Eis que sou Jesus Cristo, o Filho de
Deus. Eu criei os céus e a Terra e todas
as coisas que neles há. Eu estava com
o Pai desde o princípio. Estou no Pai
e o Pai está em mim; e em mim o Pai
glorificou seu nome”.28
“Eu sou a luz e a vida do mundo,
sou Alfa e Ômega, o princípio e o fim.
E vós não me oferecereis mais
derramamento de sangue; sim, vossos
sacrifícios e holocaustos cessarão, por-
que não aceitarei qualquer dos vossos
sacrifícios e holocaustos.
E oferecer-­me-­eis como sacrifício
um coração quebrantado e um espí-
rito contrito. E todo aquele que a mim
vier com um coração quebrantado e Porto Rico
um espírito contrito, eu batizarei com
fogo e com o Espírito Santo. (…) “Portanto, quisera que fôsseis per- “Portanto, tudo quanto fizerdes,
Eis que vim ao mundo para trazer feitos, assim como eu ou como o vosso vós o fareis em meu nome; por con-
redenção ao mundo e salvar o mundo Pai que está nos céus é perfeito.”31 seguinte chamareis a igreja pelo meu
do pecado.”29 “Em verdade, em verdade vos digo nome; e invocareis o Pai em meu
“E novamente vos digo que vos que deveis vigiar e orar sempre, para nome.”34
deveis arrepender e ser batizados em que não sejais tentados pelo diabo e “Eis que vos dei o meu evangelho e
meu nome e tornar-­vos como uma levados cativos por ele.”32 este é o evangelho que vos dei — que
criancinha, ou não podereis, de modo “Portanto, deveis sempre orar ao vim ao mundo para fazer a vontade
algum, herdar o reino de Deus.”30 Pai em meu nome.”33 de meu Pai, porque meu Pai me
enviou.
E meu Pai enviou-­me para que eu
fosse levantado na cruz; e depois que
eu fosse levantado na cruz, pudesse
atrair a mim todos os homens (…) a
fim de serem julgados por suas obras,
sejam elas boas ou más.”35
“Ora, este é o mandamento:
Arrependei-­vos todos vós, confins da
Terra; vinde a mim e sede batizados
em meu nome, a fim de que sejais san-
tificados, recebendo o Espírito Santo,
para comparecerdes sem mancha
perante mim no último dia.”36
Nós cremos em Cristo. Concluo
com o que Ele disse a respeito de
Polônia

104 SESSÃO DA TARDE DE DOMINGO

 Presidente M. Russell Ballard
Presidente em exercício do Quórum dos Doze Apóstolos

Lembrar-­se das coisas

como devemos conhecer e seguir Seus
ensinamentos:
“Mas aquele Consolador, o Espí-

que mais importam

rito Santo, que o Pai enviará em meu
nome, esse vos ensinará todas as coi-
sas, e vos fará lembrar de tudo quanto
vos tenho dito”.37
Presto testemunho da veracidade
desses ensinamentos em nome de
Jesus Cristo, amém. ◼ As coisas que mais importam são o nosso
NOTAS
relacionamento com o Pai Celestial e com Seu
1. Ver Tradução de Joseph Smith, Mateus
3:46 (no apêndice da Bíblia); Mateus 17:5; Filho Amado, com nossa família e com nosso
Marcos 9:7; 3 Néfi 11:7; Joseph Smith—
História 1:17.
2. Ver “The Father and the Son: A Doctrinal
próximo, e permitir que o Espírito nos guie.
Exposition by the First Presidency and the
Twelve”, Improvement Era, agosto de 1916,
pp. 934, 939.
3. 2 Néfi 32:3.
4. João 3:5.
5. 3 Néfi 12:6; grifo do autor.
Neste fim de semana, ao nos lembrar- anos e meio desde que minha esposa,
6. Mateus 5:9. mos da entrada triunfal do Salvador Barbara, faleceu. Sinto a falta dela.
7. Mateus 5:27–28. em Jerusalém, pouco antes de Seu Muitas vezes reflito sobre nosso
8. Mateus 5:43–45.
9. Mateus 6:14–15.
sacrifício expiatório, recordo-­me de casamento eterno e sobre nossa vida
10. João 15:19. Suas palavras de esperança e consolo: juntos.
11. Tradução de Joseph Smith, Mateus 6:38 (no “Eu sou a ressurreição e a vida; quem Já compartilhei em outro momento
apêndice da Bíblia).
12. Mateus 7:12.
crê em mim, ainda que esteja morto, como conheci Barbara e como essa
13. Mateus 7:15–17. viverá”.1 experiência me ensinou a usar a
14. Mateus 7:21. Eu O amo. Creio Nele. Testifico que habilidade de “fazer acompanhamen-
15. Mateus 11:28–30.
16. Tradução de Joseph Smith, Mateus 16:25–26
Ele é a Ressurreição e a vida. tos”, algo que havia aprendido na
(no apêndice da Bíblia). Esse testemunho tem me consolado missão. Esse acompanhamento teve
17. Tradução de Joseph Smith, Mateus 16:29 e fortalecido durante os últimos quatro de acontecer com ela rapidamente
(no apêndice da Bíblia).
18. João 7:17.
19. Lucas 11:9–10.
20. João 10:16.
21. João 11:25–26.
22. Mateus 22:37–40.
23. João 14:21.
24. João 14:27.
25. João 15:12.
26. Lucas 24:39.
27. Mateus 28:19–20.
28. 3 Néfi 9:15.
29. 3 Néfi 9:18–21.
30. 3 Néfi 11:38.
31. 3 Néfi 12:48; grifo do autor.
32. 3 Néfi 18:15; grifo do autor.
33. 3 Néfi 18:19.
34. 3 Néfi 27:7.
35. 3 Néfi 27:13–14.
36. 3 Néfi 27:20.
37. João 14:26.

MAIO DE 2023 105

depois que nos conhecemos, porque
ela era bonita, popular e tinha uma
agenda social muito ocupada. Eu
logo me apaixonei porque ela era
comunicativa e simpática. Admirava a
bondade dela. Sentia que deveríamos
ficar juntos. Parecia simples assim em
minha mente.
Barbara e eu namoramos, e nosso
relacionamento começou a se tornar
mais forte, mas ela não tinha certeza
de que se casar comigo era o certo
para ela.
A minha certeza não era o sufi-
ciente. Barbara precisava saber por si
mesma. Eu sabia que, se passássemos
um tempo jejuando e orando a res-
peito do assunto, ela poderia receber
uma confirmação do céu.
Passamos um fim de semana sem
nos encontrarmos para que pudés-
semos jejuar e orar individualmente
a fim de que soubéssemos por nós
mesmos. Felizmente, ela recebeu a
mesma confirmação que eu. O resto,
como dizem, é história.
Quando Barbara faleceu, nos-
sos filhos colocaram em sua lápide
várias lições que ela queria que eles
Brasil
106 SESSÃO DA TARDE DE DOMINGO
lembrassem. Uma dessas lições é: “As
coisas que mais importam são as que
duram mais tempo”.
Hoje vou abrir meu coração e
compartilhar alguns sentimentos e
pensamentos sobre as coisas que mais
importam.
Primeiro, um relacionamento com
nosso Pai Celestial e com Seu Filho, o
Senhor Jesus Cristo, é algo de extrema
importância. Esse relacionamento é
uma das coisas que mais importam
agora e na eternidade.
Segundo, os relacionamentos fami-
liares estão entre essas coisas que mais
importam.
Ao longo de meu apostolado,
visitei muitas pessoas e famílias que
haviam sido afetadas por desastres
naturais devastadores. Muitas delas
estavam desalojadas, famintas e com
medo. Elas precisavam de assistência
médica, alimento e abrigo.
Elas também precisavam da
família.
Reconheço que algumas pessoas
talvez não desfrutem da bênção de
ter seus familiares por perto, por isso
incluo parentes, amigos e até mesmo
famílias da ala como “família”. Esses
relacionamentos são essenciais para a
saúde emocional e física.
Esses relacionamentos também
podem oferecer amor, alegria, felici-
dade e um sentimento de inclusão.
Nutrir esses relacionamentos
importantes é uma escolha. A escolha
de fazer parte de uma família exige
comprometimento, amor, paciência,
comunicação e perdão.2 Pode haver
ocasiões em que discordamos de
outras pessoas, mas podemos fazê-­lo
sem ser desagradáveis. No namoro e
no casamento, não amamos ou deixa-
mos de amar como se fôssemos peças
de xadrez sendo movidas no tabuleiro.
Nós escolhemos amar e apoiar um ao
outro. Fazemos o mesmo em outros
relacionamentos familiares e com ami-
gos que são como família para nós.
O documento A Família: Procla-
mação ao Mundo declara que “o
plano divino de felicidade permite
que os relacionamentos familiares
sejam perpetuados além da morte. As
ordenanças e os convênios sagrados
dos templos santos permitem que as
pessoas retornem à presença de Deus
e que as famílias sejam unidas para
sempre”.3
Mais uma coisa entre as que mais
importam é seguir os sussurros do
Espírito em nossos relacionamentos
mais significativos e em nosso empe-
nho para amar o próximo como a nós
mesmos, inclusive em nossas minis-
trações em público e em particular.
Aprendi essa lição quando era mais
jovem e servia como bispo.
Bem tarde, em uma noite gelada
de inverno com muita neve, eu estava
saindo do bispado quando tive um
forte sentimento de que deveria visitar
uma viúva idosa da ala. Olhei para
meu relógio — eram 22 horas. Racio-
nalizei, pensando que estava muito

Uruguai
tarde para fazer aquela visita. Além
disso, estava nevando. Decidi visitar
aquela querida irmã pela manhã, em
vez de perturbá-­la tão tarde. Dirigi
para casa e fui dormir, mas me revirei
a noite inteira porque o Espírito estava
me deixando inquieto.
Bem cedo, na manhã seguinte,
fui direto à casa da viúva. Sua filha
atendeu à porta e, em lágrimas, disse:
“Ah, bispo, obrigada por vir. Minha
mãe faleceu duas horas atrás” — fiquei
arrasado. Jamais me esquecerei dos
sentimentos que tive. Chorei muito.
Aquela querida viúva merecia muito
que seu bispo segurasse sua mão,
oferecesse consolo e talvez lhe desse
uma última bênção. Perdi essa opor-
tunidade porque ignorei essa forte
inspiração do Espírito.4
Irmãos e irmãs, rapazes e moças,
crianças da Primária, testifico que
seguir os sussurros do Espírito é uma
das coisas que mais importam em
todos os nossos relacionamentos.
Por fim, neste Domingo de Ramos,
testifico que ser convertido ao Senhor,
prestar testemunho Dele e servi-­Lo
também estão entre as coisas que
mais importam.
A fé em Jesus Cristo é o alicerce de
nosso testemunho. Um testemunho
é uma declaração ou confirmação de
uma verdade eterna gravada no cora-
ção e na alma de uma pessoa por meio
do Espírito Santo. Um testemunho
de Jesus Cristo, gerado e fortalecido
pelo Espírito, muda vidas — muda a
maneira como pensamos e como vive-
mos. Um testemunho nos direciona ao
Pai Celestial e a Seu Filho divino.
Alma ensinou:
“Eis que vos testifico que sei que
estas coisas de que falei são verdadei-
ras. E como supondes que eu tenho
certeza de sua veracidade?
Eis que eu vos digo que elas me
foram mostradas pelo Santo Espírito
de Deus. Eis que jejuei e orei durante
muitos dias, a fim de saber estas coisas
por mim mesmo. E agora sei por mim
mesmo que são verdadeiras, porque
o Senhor Deus mas revelou por seu
Santo Espírito”.5
Não basta apenas ter um testemu-
nho. À medida que nossa conversão
a Jesus Cristo cresce, naturalmente
desejamos testificar Dele — de Sua
bondade, de Seu amor e de Sua
generosidade.
Com frequência em nossas reu-
niões de testemunho nos domingos
de jejum, ouvimos as frases “Sou
grato” e “Eu amo” mais do que ouvi-
mos as frases “Eu sei” e “Eu creio”.
Convido-­os a prestar seu testemu-
nho de Jesus Cristo com mais frequên-
cia. Prestem testemunho do que vocês
sabem, do que creem e do que sentem,
não apenas das coisas pelas quais são
gratos. Prestem testemunho de suas
próprias experiências de conhecer
e amar o Salvador, de viver Seus
ensinamentos e de Seu poder reden-
tor e capacitador em sua vida. Ao
prestarem testemunho do que vocês
sabem, do que creem e do que sentem,
o Espírito Santo confirmará a verdade
às pessoas que ouvirem sinceramente
o que vocês testificarem. Essa verdade
será confirmada porque elas viram
vocês se tornarem pacíficos seguidores
de Jesus Cristo. Elas entenderão o
que significa ser um discípulo do
Salvador. Elas também sentirão algo
que talvez não tenham sentido antes.
Um testemunho puro advém de uma
mudança de coração e pode ser levado
pelo poder do Espírito Santo ao coração
de outras pessoas que estão prontas
para recebê-­lo.
As pessoas que sentem algo como
resultado do que vocês testificaram
podem então pedir ao Senhor em
oração que confirme a veracidade de
seu testemunho. Elas então podem
saber por si mesmas.
Irmãos e irmãs, testifico e declaro a
vocês que sei que Jesus Cristo é o Sal-
vador e Redentor do mundo. Ele vive.
Ele é o Filho ressurreto de Deus, e esta
é a Sua Igreja, liderada por Seu pro-
feta e apóstolos. Oro para que um dia,
quando passar para o outro mundo,
eu possa fazê-­lo com meu testemunho
intensamente fortalecido.
Em meu apostolado, aprendi que
as coisas que mais importam são
o nosso relacionamento com o Pai
Celestial e com Seu Filho Amado, com
nossa família e com nosso próximo,
e permitir que o Espírito do Senhor
nos guie nesses relacionamentos para
que testifiquemos das coisas que mais
importam e que duram mais tempo.
Em nome de Jesus Cristo, amém. ◼
NOTAS
1. João 11:25.
2. Ver os artigos “Família”, “Unidade” e “Amor”
nos Tópicos do Evangelho, na Biblioteca do
Evangelho (no site ChurchofJesusChrist.
org ou no aplicativo para dispositivos
móveis) para ler escrituras e discursos
de profetas, apóstolos e outros líderes da
Igreja sobre esse assunto.
3. “A Família: Proclamação ao Mundo”,
ChurchofJesusChrist.org.
4. Um relato dessa experiência encontra-­se
em Susan Easton Black e Joseph Walker,
Anxiously Engaged: A Biography of M. Russell
Ballard, 2021, pp. 90–91.
5. Alma 5:45–46.
MAIO DE 2023 107
 Élder Ronald A. Rasband
Do Quórum dos Doze Apóstolos
“Hosana ao
Deus Altíssimo”
A entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém e
os eventos da semana que se seguiram ilustram
doutrinas que podemos aplicar em nossa vida
hoje.
Como já foi dito, hoje nos unimos
a cristãos em todo o mundo para
honrar a Jesus Cristo neste Domingo
de Ramos. Há quase 2 mil anos, o
Domingo de Ramos marcou o início
da última semana do ministério mor-
tal de Jesus Cristo. Essa foi a semana
mais importante da história humana.
O que começou com o anúncio de
Jesus como o Messias prometido em
Sua entrada triunfal em Jerusalém
terminou com Sua Crucificação e Sua
Ressurreição.1 Por desígnio divino,
Seu sacrifício expiatório concluiu Seu
ministério mortal, tornando possível
vivermos com o Pai Celestial pela
eternidade.
As escrituras nos dizem que a
semana começou com multidões em
pé às portas da cidade para ver “Jesus,
o profeta de Nazaré da Galileia”.2
Eles “tomaram ramos de palmeiras, e
saíram-­lhe ao encontro, e clamavam:
Hosana! Bendito o rei de Israel que
vem em nome do Senhor!”3
Esse relato bíblico de tanto tempo
atrás me lembra de quando estive
em uma designação da Igreja em
108 SESSÃO DA TARDE DE DOMINGO
Takoradi, Gana. Surpreendente-
mente, eu estava lá em um Domingo
de Ramos.
Minha designação era dividir a
Estaca Takoradi Gana para criar a
Estaca Mpintsin Gana. Atualmente
há mais de 100 mil membros da Igreja
em Gana.4 (Damos boas-­vindas ao
Gã Mantse, Sua Majestade, o rei Nii
Tackie Teiko Tsuru II, de Acra, Gana,
que está conosco hoje.) Ao me reunir
com esses santos, senti seu profundo
amor e devoção ao Senhor. Expressei
meu grande amor por eles, assim
como o amor do presidente da Igreja
por eles. Usei as seguintes palavras do
Salvador registradas por João: “Que
vos ameis uns aos outros, assim como
eu vos amei”.5 Eles consideraram essa
conferência como a conferência do
amor.6
Ao olhar para as fileiras do início
ao fim, com aqueles queridos irmãos
e irmãs e seus familiares na capela,
pude ver em seu semblante a força de
seu testemunho e de sua fé em Jesus
Cristo. Senti que eles tinham o desejo
de ser contados como parte de Sua
Igreja, presente em todo o mundo. E,
quando o coro cantou, eles cantaram
como anjos.
Assim como no Domingo de
Ramos da antiguidade, essas pes-
soas eram discípulos de Jesus Cristo
reunidos para prestar homenagem a
Ele, como fizeram aqueles às portas
de Jerusalém, que, com ramos de
palmeiras nas mãos, exclamaram:
“Hosana (…); bendito o que vem em
nome do Senhor”.7
Até mesmo os membros de uma
igreja próxima estavam celebrando o
Domingo de Ramos. Enquanto falava
do púlpito, notei pela janela que eles
estavam caminhando alegremente
pela rua acenando com ramos de
palmeiras nas mãos, muito parecidos
com as pessoas desta gravura. Foi uma
visão da qual nunca vou me esquecer
— todos nós naquele dia estávamos
adorando o Rei dos reis.
O presidente Russell M. Nelson
nos admoestou a tornar o Domingo
de Ramos “realmente [sagrado] ao
[relembrarmos] não apenas os ramos
que honraram a entrada de Jesus em
Jerusalém, mas ao [relembrarmos] as
palmas de Suas mãos”. Depois, o pre-
sidente Nelson se referiu a Isaías, que
falou sobre a promessa do Salvador de
“que [Ele] nunca [Se] esqueceria [de
nós] ao declarar: ‘Eis que em ambas
as palmas das minhas mãos te tenho
gravado’”.8
O Senhor sabe, por experiência
própria, que a mortalidade é difícil.
Suas feridas nos lembram de que Ele
“desceu abaixo de todas [as coisas]”9
para que possa nos socorrer quando
sofremos e ser nosso exemplo de
“[perseverar] em [nosso] caminho”,10
ou seja, o caminho Dele, e que “Deus
estará [conosco] para todo o sempre”.11
O Domingo de Ramos não foi
apenas um evento ou outra página
BIBLIOTECA DA WORLD RELIGIONS PHOTO LIBRARY/FOTO DE ALAMY STOCK
Em Gana, membros de uma igreja próxima celebram o Domingo de Ramos.
na história, com data, hora e local. A
entrada triunfal de Jesus Cristo em
Jerusalém e os eventos da semana que
se seguiram ilustram doutrinas que
podemos aplicar em nossa vida hoje.
Vejamos algumas das doutrinas
eternas proferidas em Seu ministério
que culminou em Jerusalém.
Primeira, a profecia. Por exemplo,
o profeta Zacarias, do Velho Testa-
mento, profetizou sobre a entrada
triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém,
descrevendo até mesmo que Ele mon-
taria em um jumento.12 Jesus predisse
Sua Ressurreição quando Se preparou
para entrar na cidade, dizendo:
“Eis que subimos a Jerusalém, e o
Filho do Homem será entregue aos
principais dos sacerdotes, e aos escri-
bas, e condená-­lo-­ão à morte.
E o entregarão aos gentios para
Ao olhar para as fileiras do início ao fim, com aqueles queridos irmãos e irmãs e seus familiares na capela, pude ver em seu semblante a força de seu
testemunho e de sua fé em Jesus Cristo.
que dele escarneçam, e o açoitem,
e o crucifiquem; e ao terceiro dia
ressuscitará”.13
Segunda, a companhia do Espírito
Santo. Joseph Smith ensinou: “Nin-
guém pode dizer que Jesus é o Senhor,
senão pelo Espírito Santo”.14 O Salvador
prometeu a Seus discípulos15 na Última
Ceia,16 no cenáculo:17 “Não vos deixarei
órfãos”.18 Eles não estariam sozinhos
para levar adiante as verdades do evan-
gelho, mas teriam o supremo dom do
Espírito Santo para guiá-­los. Ele pro-
meteu: “Deixo-­vos a paz, a minha paz
vos dou; não vo-­la dou como o mundo
a dá”.19 Com o dom do Espírito Santo,
temos essa mesma certeza — para que
“[possamos] ter sempre [conosco] o
seu Espírito”20 e para que “pelo poder
do Espírito Santo [possamos] saber a
verdade de todas as coisas”.21
Terceira, o discipulado. O verda-
deiro discipulado é o compromisso
infalível, a obediência às leis eternas
e o amor a Deus acima de tudo. Sem
hesitar. A multidão que prestou
homenagem com ramos de palmeiras
O saudou como o Messias. Era exata-
mente isso que Ele era. Eles tiveram o
desejo de se aproximar Dele, de Seus
milagres e de Seus ensinamentos. Mas
a adulação de muitos deles não durou
muito. Alguns que antes tinham
clamado “hosana”,22 pouco depois
gritaram: “Crucifica-­o”.23
Quarta, a Expiação de Jesus Cristo.24
Em Seus últimos dias, após o Domingo
de Ramos, Ele realizou Sua extraor-
dinária Expiação, da agonia do Get-
sêmani à injustiça de Seu julgamento,
Sua tortura na cruz e Seu sepulta-
mento na tumba emprestada. Mas não
parou por aí. Com a majestade de Seu
chamado como o Redentor de todos os
filhos do Pai Celestial, três dias depois,
Ele saiu daquele túmulo, ressurreto,25
como Ele havia profetizado.
Será que somos continuamente
gratos pela incomparável Expiação de
Jesus Cristo? Sentimos Seu poder puri-
ficador neste momento? É por isso que
Jesus Cristo, o Autor e Consumador
MAIO DE 2023 109
de nossa salvação, foi a Jerusalém,
para salvar todos nós. Será que estas
palavras em Alma tocam nosso cora-
ção? “Se haveis experimentado uma
mudança no coração, se haveis sentido
o desejo de cantar o cântico do amor
que redime, eu perguntaria: Podeis
agora sentir isso?”26 Verdadeiramente
posso dizer que o coro em Takoradi
naquele Domingo de Ramos cantou
esse “cântico do amor que redime”.
Naquela última semana fatídica de
Seu ministério mortal, Jesus Cristo
ensinou a parábola das dez virgens.27
Ele estava ensinando sobre Seu
110 SESSÃO DA TARDE DE DOMINGO
retorno às pessoas preparadas para
recebê-­Lo, não com ramos de pal-
meiras em suas mãos, mas com a luz
do evangelho dentro delas. Ele usou
a imagem de lâmpadas acesas, com
azeite adicional para manter a chama
viva, como uma descrição da dispo-
sição de viver Seus caminhos, aceitar
Suas verdades e compartilhar Sua luz.
Vocês conhecem a história. As dez
virgens representam os membros
da Igreja, e o noivo representa Jesus
Cristo.
As dez virgens tomaram suas
lâmpadas e “saíram ao encontro
do noivo”.28 Cinco eram prudentes,
estavam preparadas com azeite em
suas lâmpadas e tinham reserva, e
cinco eram insensatas, tinham lâm-
padas apagadas sem azeite sobrando.
Quando ouviram o clamor, “aí vem o
noivo, saí-­lhe ao encontro”,29 as cinco
que eram “prudentes e [tinham]
recebido a verdade e tomado o Santo
Espírito por seu guia”30 estavam
preparadas para “seu rei e seu legis-
lador”,31 para que “sua glória [esti-
vesse] sobre [elas]”.32 As outras cinco
estavam tentando desesperadamente
encontrar azeite. Mas já era tarde
demais. A procissão continuou sem
elas. Quando bateram à porta e supli-
caram para entrar, o Senhor respon-
deu: “Em verdade vos digo que não
vos conheço”.33
Como nos sentiríamos se Ele nos
dissesse: “Não vos conheço”?
Assim como as dez virgens, temos
nossas lâmpadas; mas será que temos
azeite? Temo que haja algumas pes-
soas que estão apenas sobrevivendo
com um fino fio de azeite, ocupadas
demais com as pressões do mundo
para se prepararem adequadamente.
O azeite advém de acreditarmos e de
agirmos de acordo com a profecia e
com as palavras dos profetas vivos,
do presidente Nelson em especial,
de seus conselheiros e dos Doze
Apóstolos. O azeite enche nossa alma
quando ouvimos e sentimos o Espí-
rito Santo e agimos de acordo com
essa orientação divina. O azeite se
derrama em nosso coração quando
nossas escolhas mostram que amamos
ao Senhor e que amamos o que Ele
ama. O azeite advém de nos arrepen-
dermos e de buscarmos a cura pela
Expiação de Jesus Cristo.
Se alguns de vocês estão pro-
curando fazer o que alguns chamam
de “lista de coisas para se fazer antes

de morrer”, façam o seguinte: preen-
cham sua lista com azeite na forma
da água viva de Jesus Cristo,34 que é a
representação de Sua vida e de Seus
ensinamentos. Por outro lado, visitar
um lugar distante ou ir a um evento
espetacular nunca vai fazer com que
sua alma se sinta completa ou satis-
feita; viver as doutrinas ensinadas por
Jesus Cristo vai. Eu mencionei alguns
exemplos anteriormente: aceitem as
profecias e os ensinamentos proféti-
cos, ajam de acordo com os sussurros
do Espírito Santo, tornem-­se verda-
deiros discípulos e busquem o poder
de cura da Expiação de nosso Senhor.
Essa lista os levará ao lugar que dese-
jam ir — de volta ao seu Pai Celestial.
Aquele Domingo de Ramos em
Takoradi foi uma experiência muito
especial para mim porque eu a vivi
com uma congregação fiel de irmãos e
irmãs. Isso tem acontecido em conti-
nentes e ilhas em todo o mundo. Meu
coração e minha alma, assim como
seu coração e sua alma, anseiam por
clamar “hosana ao Deus Altíssimo”.35
Embora hoje não estejamos às
portas de Jerusalém com ramos de
palmeiras em nossas mãos, tempo virá
em que, conforme profetizado em
Apocalipse, “uma grande multidão,
a qual ninguém [poderá] contar, de
todas as nações, e tribos, e povos, e
línguas, que [estarão] diante do trono,
e perante o Cordeiro, [trajarão] vestes
brancas e com [ramos de palmeiras
em] suas mãos”.36
Deixo com vocês minha bênção
como apóstolo do Senhor a fim de que
se esforcem diligentemente para viver
de forma digna e estar entre aqueles
que, com ramos nas mãos, anunciarão
o Filho de Deus, o Grande Redentor
de todos nós. Em nome de Jesus
Cristo, amém. ◼
NOTAS
1. Todos os quatro evangelhos — em Mateus
21–28; Marcos 11–16; Lucas 19–24 e João
12–21 — descrevem os últimos dias do
ministério de Jesus Cristo na mortalidade,
o qual foi divinamente designado a tornar
as bênçãos da salvação e da exaltação
disponíveis a todos os filhos de Deus. Às
vezes, os autores diferem no que incluem
nos relatos, mas não nos ensinamentos e
nas ações do Salvador.
2. Mateus 21:11.
3. João 12:13.
4. De acordo com os Registros de Membros e
Estatísticas, há 102.592 membros em Gana.
5. João 15:12.
6. Toda vez que eu falava com os membros,
eles me diziam: “Élder Rasband, nosso
querido apóstolo, amamos você”. Essas
pessoas estão tão cheias do Espírito e do
amor de Deus que compartilham esse amor
facilmente.
7. Mateus 21:9.
8. Ver Russell M. Nelson, “A Paz e a
Esperança da Páscoa” (vídeo), abril de 2021,
ChurchofJesusChrist.org/media; Isaías
49:16.
9. Doutrina e Convênios 122:8. Em dezembro
de 1838, o profeta Joseph e alguns outros
líderes da Igreja foram injustamente presos
na cadeia de Liberty. As condições eram
terríveis. Depois de meses em circunstân-
cias miseráveis, ele escreveu aos membros
em março de 1839, incluindo as orações em
que pedira ao Senhor que tivesse compai-
xão de sua própria situação e dos “santos
que [estavam] sofrendo”. Ele também
compartilhou a resposta do Senhor a essas
orações, conforme registrado em Doutrina
e Convênios 121–123.
10. Doutrina e Convênios 122:9. O incentivo
do Senhor a Joseph Smith na cadeia de
Liberty lhe trouxe consolo e compreensão
espiritual de que a adversidade e as pro-
vações podem nos fortalecer, ensinar-­nos
paciência e proporcionar autodomínio. O
Senhor o convidou para que “[perseverasse
em seu] caminho”, que era o caminho do
Senhor, suportando o tratamento injusto
assim como o suportou “o Filho [de Deus,
que] desceu abaixo de todas [as coisas]. És
tu maior do que ele?” (Doutrina e Convê-
nios 122:8.)
11. Doutrina e Convênios 122:9. A promessa
de que Deus “estará [conosco]” é uma
promessa garantida para aqueles que se
agarram à sua fé e confiam no Senhor.
12. Ver Zacarias 9:9.
13. Mateus 20:18–19. James E. Talmage
escreveu em Jesus, o Cristo: “Para nós é fato
espantoso que os Doze não houvessem
compreendido o que queria dizer (…). Para
eles, havia alguma pavorosa incongruência,
uma inconsistência terrível, uma inexplicá-
vel contradição nas palavras de seu amado
Mestre. Sabiam ser Ele o Cristo, o Filho do
Deus vivente, e como poderia tal pessoa
ser posta em sujeição, e morta?” (1971, pp.
485–486.)
14. Joseph Smith fez essa declaração à Socie-
dade de Socorro Feminina de Nauvoo em
sexta-­feira, 28 de abril de 1842, conforme
citado em “History of Joseph Smith”,
Deseret News, 19 de setembro de 1855, p. 218.
Referindo-­se ao décimo segundo capítulo
de 1 Coríntios, ele esclareceu o terceiro
versículo, “ninguém pode dizer que Jesus é
o Senhor, senão pelo Espírito Santo”, alte-
rando o texto para “ninguém pode saber
que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito
Santo” (ver The First Fifty Years of Relief
Society: Key Documents in Latter-­day Saint
Women’s History, 2016, item 2.2, churchhis-
torianspress.org).
15. Jesus compartilhou a Última Ceia com
Seus discípulos (ver Marcos 14:12–18).
Os Doze incluíam Pedro, André, Tiago,
João, Mateus, Filipe, Tomé, Bartolomeu,
Tiago (filho de Alfeu), Judas Iscariotes,
Judas (irmão de Tiago) e Simão (ver Lucas
6:13–16).
16. Jesus instituiu o sacramento com Seus
discípulos durante a Última Ceia (ver
Mateus 26:26–29; Marcos 14:22–25; Lucas
22:19–20).
17. O dia ou a noite específica em que Jesus
MAIO DE 2023 111
Taiti
instituiu o sacramento no “cenáculo” é, na
realidade, algo controverso por causa de
aparentes discrepâncias entre Mateus, Mar-
cos, Lucas e João. Mateus, Marcos e Lucas
sugerem que a Última Ceia teve lugar no
“primeiro dia da festa dos pães ázimos”, ou
ceia da Páscoa (ver Mateus 26:17; Marcos
14:12; Lucas 22:1, 7). No entanto, João
sugere que Jesus foi preso antes da ceia da
Páscoa (ver João 18:28), o que significa que
a Última Ceia teria ocorrido um dia antes
da ceia da Páscoa. Os materiais curriculares
da Igreja e estudiosos santos dos últimos
dias parecem concordar que Jesus realizou
a Última Ceia com Seus discípulos no Cená-
culo, na noite anterior à Sua Crucificação.
Os cristãos que celebram a Semana Santa
reconhecem a quinta-­feira como o dia da
Última Ceia, a sexta-­feira como o dia da
Crucificação e o domingo como o dia da
Ressurreição — de acordo com o calendário
gregoriano.
18. João 14:18.
19. João 14:27.
20. Doutrina e Convênios 20:77.
21. Morôni 10:5.
22. O Guia para Estudo das Escrituras explica
que hosana significa “salva-­nos”. A palavra
foi extraída de Salmos 118:25. “O canto
desse salmo esteve presente na Festa
dos Tabernáculos com o aceno de ramos
de palmeiras; daí o uso da palavra pelas
multidões na entrada triunfal de nosso
Senhor em Jerusalém” (Bible Dictionary,
“Hosanna”). Ver Mateus 21:9, 15; Marcos
11:9–10; João 12:13.
23. Marcos 15:14; Lucas 23:21.
112 SESSÃO DA TARDE DE DOMINGO
24. A peça central do plano de salvação de
nosso Pai Celestial era uma Expiação
infinita que garantiria a imortalidade a
todos os Seus filhos e exaltação às pessoas
dignas de receber essa bênção. Quando
o Senhor disse “Quem enviarei?”, Jesus
Cristo Se apresentou e disse: “Eis-­me aqui,
envia-­me” (Abraão 3:27). O presidente
Russell M. Nelson ensinou: “[A missão de
Jesus Cristo] foi a Expiação. Essa missão
era exclusivamente Sua. Nascido de mãe
mortal e Pai imortal, Ele era o único que
poderia voluntariamente dar a vida e
depois retomá-­la (ver João 10:14–18). As
gloriosas consequências de Sua Expiação
são infinitas e eternas. Ele desfez o aguilhão
da morte e tornou temporária a dor da
sepultura (ver 1 Coríntios 15:54–55).
Sua responsabilidade pela Expiação era
conhecida desde antes da Criação e da
Queda. Não apenas ela proporcionaria a
ressurreição e a imortalidade para toda a
humanidade, como também nos permitiria
ser perdoados de nossos pecados, sob as
condições por Ele estabelecidas. Assim,
Sua Expiação abriu o caminho pelo qual
podemos unir-­nos a Ele com nossa família
para toda a eternidade” (“A missão e o
ministério de Jesus Cristo”, A Liahona, abril
de 2013, p. 20).
25. A ressurreição consiste na reunião do corpo
e do espírito em um estado imortal, o corpo
e o espírito ficando inseparáveis, além de
não estarem mais sujeitos às doenças da
mortalidade ou à morte (ver Alma 11:45;
40:23).
26. Alma 5:26; ver também Alma 5:14.
27. A parábola das dez virgens se encontra
em Mateus 25:1–12; ver também Doutrina
e Convênios 45:56–59. Os capítulos que
antecedem e sucedem Mateus 25 sugerem
que Jesus ensinou essa parábola durante
Sua última semana, após entrar em
Jerusalém, conforme relatado em Mateus
21, e pouco antes da Última Ceia e de ser
preso, conforme relatado em Mateus 26.
Além da parábola das dez virgens ensinada
naquela última semana, Jesus ensinou a
parábola da figueira (ver Mateus 21:17–21;
24:32–33), a parábola dos dois filhos
(ver Mateus 21:28–32) e a parábola dos
lavradores maus (ver Mateus 21:33–46).
28. Mateus 25:1.
29. Mateus 25:6.
30. Doutrina e Convênios 45:57.
31. Doutrina e Convênios 45:59.
32. Doutrina e Convênios 45:59.
33. Mateus 25:12. No Sermão da Montanha,
o Senhor Se refere àqueles que supõem
ter “feito muitas maravilhas”, dizendo,
conforme descrito na história das cinco
virgens insensatas, “Não vos conheço” (ver
Mateus 7:22–23).
34. Assim como a água é essencial para a
manutenção da vida mortal, Jesus Cristo
e Seus ensinamentos (a água viva) são
essenciais para a vida eterna (ver Guia
para Estudo das Escrituras, “Águas vivas”,
scriptures.ChurchofJesusChrist.org; ver
também Isaías 12:3; Jeremias 2:13; João 4:6–
15; 7:37; 1 Néfi 11:25; Doutrina e Convênios
10:66; 63:23).
35. 3 Néfi 4:32.
36. Apocalipse 7:9.
 Élder Vern P. Stanfill
Dos setenta
A colheita imperfeita
O Salvador está pronto para aceitar nossas
humildes ofertas e aperfeiçoá-­las por meio de Sua
graça. Com Cristo, não há colheita imperfeita.
Quando eu era jovem, aprendi a amar
as drásticas mudanças das estações do
ano no sudoeste de Montana, onde
cresci. Minha estação favorita era o
outono, a época da colheita. Nossa
família esperava que nossos meses
de trabalho árduo fossem recompen-
sados com uma colheita abundante
e orava por isso. Meus pais se preo-
cupavam com o clima, com a saúde
dos animais e das plantações, e com
muitas outras coisas sobre as quais
tinham pouco controle.
À medida que fui crescendo, passei
a entender ainda mais como aquelas
coisas eram importantes. Nosso sus-
tento dependia da colheita. Meu pai
me ensinou sobre o equipamento que
usávamos para colher grãos. Eu obser-
vava enquanto ele movia o maquiná-
rio no campo, cortava uma pequena
faixa de grãos e depois verificava atrás
da colheitadeira para garantir que
o máximo de grãos possível caísse
no tanque de retenção e não fosse
jogado fora com a palha. Ele repetia
esse processo várias vezes, ajustando
a máquina a cada intervalo. Eu corria
ao lado, apalpava a palha com ele e
fingia que sabia o que estava fazendo.
Certa vez, depois de meu pai
ter ficado satisfeito com os ajustes
na máquina, ainda assim encontrei
alguns grãos em meio à palha no
chão e os mostrei a ele com um olhar
crítico. Nunca me esquecerei do que
meu pai me disse: “Está bom o sufi-
ciente e é o melhor que esta máquina
pode fazer”. Não muito satisfeito
com a explicação, ponderei sobre as
imperfeições daquela colheita.
Pouco tempo depois, quando as noi-
tes passaram a ficar mais frias, observei
milhares de cisnes, gansos e patos
migrarem para os campos a fim de se
alimentar em sua longa jornada rumo
ao sul. Eles comeram os grãos que
sobraram da nossa colheita imperfeita.
Assim, Deus tornou perfeita aquela
colheita, e nenhum grão foi perdido.
Estados Unidos
Muitas vezes, a obsessão com a
perfeição é uma tentação em nosso
mundo e até mesmo dentro da cultura
da Igreja. As mídias sociais, expectati-
vas irrealistas e com frequência nossa
própria autocrítica criam sentimentos
de inadequação — de que não somos
e nunca seremos bons o suficiente.
Alguns até entendem mal o convite do
Salvador quando Ele diz: “Sede vós,
pois, perfeitos”.1
Lembrem-­se de que o perfeccio-
nismo não é o mesmo que ser aperfei-
çoado em Cristo.2 O perfeccionismo
requer um padrão impossível que
impomos a nós mesmos e que nos
compara com outras pessoas. Isso
causa culpa e ansiedade e pode nos
fazer ter o desejo de nos retrairmos e
nos isolarmos.
Ser aperfeiçoado em Cristo é algo
diferente. É o processo — guiado amo-
rosamente pelo Espírito Santo — de
nos tornar mais semelhantes ao Salva-
dor. Os padrões são estabelecidos por
um Pai Celestial bondoso e onisciente
e claramente definidos nos convê-
nios que somos convidados a aceitar.
Isso nos alivia do fardo da culpa e da
inadequação, sempre enfatizando
quem somos aos olhos de Deus. Por
MAIO DE 2023 113
mais que esse processo nos inspire e
nos motive a nos tornarmos melhores,
somos medidos pela devoção pessoal
a Deus que manifestamos em nossos
esforços para segui-­Lo com fé. Ao
aceitarmos o convite do Salvador para
nos achegarmos a Ele, logo percebe-
mos que nosso melhor já é suficiente e
que a graça de um Salvador amoroso
compensará nossas imperfeições de
maneiras que não podemos imaginar.
Podemos ver esse princípio colo-
cado em prática quando o Salvador
alimenta as cinco mil pessoas.
“Então Jesus, levantando os olhos,
e vendo que uma grande multidão
vinha ter com ele, disse a Filipe: De
onde compraremos pão, para estes
comerem? (…)
Filipe respondeu-­lhe: Duzentos
denários de pão não lhes bastarão,
para que cada um deles receba um
pouco.
E um dos seus discípulos, André,
irmão de Simão Pedro, disse-­lhe:
Está aqui um rapaz que tem cinco
pães de cevada e dois peixinhos; mas
que é isto para tantos?”3
Vocês já se perguntaram como
o Salvador deve ter Se sentido em
relação àquele jovem que, com a fé de
114 SESSÃO DA TARDE DE DOMINGO
uma criança, ofereceu o que ele sabia
ser totalmente insuficiente diante
daquela situação?
“E Jesus tomou os pães e, havendo
dado graças, repartiu-­os pelos discípu-
los, e os discípulos, pelos que estavam
assentados; e igualmente também dos
peixes, quanto queriam.
E quando já estavam saciados, disse
aos seus discípulos: Recolhei os peda-
ços que sobejaram, para que nada se
perca.”4
O Salvador aperfeiçoou aquela
humilde oferta.
Pouco depois dessa experiência,
Jesus enviou Seus discípulos adiante
em um barco. Eles logo se depara-
ram com um mar agitado no meio
da noite. Ficaram assustados quando
viram uma figura que parecia um
fantasma caminhando em direção a
eles na água.
“Jesus, porém, lhes falou logo,
dizendo: Tende bom ânimo, sou eu,
não tenhais medo.
E respondeu-­lhe Pedro, e disse:
Senhor, se és tu, manda-­me ir ter
contigo por cima das águas.
E ele disse: Vem. E Pedro, descendo
do barco, andou sobre as águas para ir
ter com Jesus.
Mas, sentindo o vento forte, teve
medo; e começando a afundar, cla-
mou, dizendo: Senhor, salva-­me.
E logo Jesus, estendendo a mão,
segurou-­o, e disse-­lhe: Homem de
pouca fé, por que duvidaste?”5
Irmãos e irmãs, esse pode não ter
sido o fim da conversa. Acredito que
quando Pedro e o Salvador voltaram
para o barco de braços dados, com
Pedro encharcado e talvez se sentindo
muito tolo, o Salvador pode ter dito
algo assim: “Ah, Pedro, não tema; não
se preocupe. Se você pudesse ver a si
mesmo como Eu o vejo, sua dúvida
desapareceria e sua fé aumentaria.
Eu amo você, querido Pedro; você
conseguiu sair do barco. Sua oferta
é aceitável e, mesmo que você tenha
vacilado, sempre estarei a seu lado
para levantá-­lo das profundezas, e sua
oferta se tornará perfeita”.
O élder Dieter F. Uchtdorf ensinou:
“Creio que o Salvador Jesus Cristo
gostaria que vocês vissem, sentissem
e soubessem que Ele é sua força. Que,
com a ajuda Dele, não há limites para
o que vocês podem realizar. Que seu
potencial é ilimitado. Ele quer que
vocês vejam a si mesmos do modo
que Ele os vê. E o modo como Ele os
vê é muito diferente da maneira como
o mundo os vê. (…)
Ele dá poder aos cansados; e mul-
tiplica as forças das pessoas que se
sentem incapazes”.6
Devemos lembrar que, qualquer
que seja nossa melhor oferta, mesmo
imperfeita, o Salvador pode torná-­la
perfeita. Não importa quão insig-
nificantes possam parecer nossos
esforços, nunca devemos subestimar
o poder do Salvador. Uma simples
palavra de bondade; uma breve, mas
sincera, visita de ministração; ou
uma lição da Primária ensinada com
amor — tudo isso pode, com a ajuda
do Salvador, proporcionar consolo,
abrandar corações e mudar vidas
eternas. Nossos esforços desajeitados
podem levar a milagres e, no pro-
cesso, podemos participar de uma
colheita perfeita.
Muitas vezes somos colocados em
situações que nos desafiam. Podemos
sentir que não estamos qualificados
para a tarefa. Podemos olhar para
aqueles com quem servimos e sentir
que nunca seremos bons o suficiente.
Irmãos e irmãs, se vocês se sentem
assim, olhem para os extraordinários
homens e mulheres sentados ao púl-
pito, atrás de mim, com quem eu sirvo.
Eu sei como vocês se sentem.
Porém, aprendi que, assim como o
perfeccionismo não é o mesmo que
ser aperfeiçoado em Cristo, a auto-
comparação não é o mesmo que nos
espelhar em alguém. Quando nos
comparamos com outras pessoas, só
pode haver dois resultados. Ou acha-
remos que somos melhores do que
os outros e nos tornaremos críticos
que julgam as pessoas, ou acharemos
que somos inferiores e ficaremos
ansiosos, autocríticos e desanimados.
Comparar-­nos com outras pessoas
raramente é produtivo, não é edifi-
cante e, às vezes, é absolutamente
deprimente. Inclusive, essas compa-
rações podem ser espiritualmente
destrutivas, impedindo-­nos de rece-
ber a ajuda espiritual de que precisa-
mos. Por outro lado, espelharmo-­nos
naqueles que respeitamos e que
demonstram atributos cristãos pode
ser instrutivo e edificante e pode aju-
dar a nos tornar melhores discípulos
de Jesus Cristo.
Ao Se espelhar no Pai, o Salvador
nos deu um modelo a seguir. Ele
instruiu Seu discípulo Filipe: “Estou
há tanto tempo convosco, e não me
conheces, Filipe? Quem me vê a mim
vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-­nos
o Pai?”7
E depois Ele ensinou: “Na verdade,
na verdade vos digo que aquele que
crê em mim também fará as obras que
eu faço”.8
A despeito de quão insignifican-
tes possam parecer nossos esforços,
se formos sinceros, o Salvador nos
usará para realizar Sua obra. Se sim-
plesmente fizermos o melhor que
pudermos e confiarmos que Ele vai
compensar nossas imperfeições,
podemos nos tornar parte dos mila-
gres que nos cercam.
O élder Dale G. Renlund disse:
“Vocês não precisam ser perfeitos,
mas nós precisamos de vocês, porque
todos os que estão dispostos podem
fazer algo”.9
E o presidente Nelson nos ensina:
“O Senhor ama o esforço”.10
O Salvador está pronto para aceitar
nossas humildes ofertas e aperfeiçoá-­
las por meio de Sua graça. Com
Cristo, não há colheita imperfeita.
Devemos ter a coragem de acredi-
tar que Sua graça existe para nosso
benefício — que Ele vai nos ajudar, vai
nos resgatar das profundezas quando
vacilarmos e vai aperfeiçoar nossos
esforços imperfeitos.
Na parábola do semeador, o Sal-
vador descreve as sementes que são
plantadas em boa terra. Algumas
produzem cem; algumas, sessenta; e
outras, trinta. Todas fazem parte de
Sua colheita perfeita.11
O profeta Morôni convidou a
todos: “Sim, vinde a Cristo, sede aper-
feiçoados nele (…); e se vos negardes
a toda iniquidade e amardes a Deus
com todo o vosso poder, mente e
força, então sua graça vos será sufi-
ciente; e por sua graça podeis ser
perfeitos em Cristo”.12
Irmãos e irmãs, testifico de Cristo,
que tem o poder de aperfeiçoar até
mesmo nossa oferta mais humilde.
Que possamos fazer o nosso melhor,
trazer o que pudermos e, com fé,
depositar nossa oferta imperfeita a
Seus pés. Em nome Dele, o Mestre
da colheita perfeita, sim, Jesus Cristo,
amém. ◼
NOTAS
1. Mateus 5:48.
2. Ver Morôni 10:32.
3. João 6:5, 7–9.
4. João 6:11–12.
5. Mateus 14:27–31.
6. Dieter F. Uchtdorf, “Jesus Cristo é a força
dos jovens”, Liahona, novembro de 2022,
pp. 9–10.
7. João 14:9.
8. João 14:12.
9. Dale G. Renlund, em Aubrey Eyre,
“Elder Renlund Visits Caribbean Saints
Preparing to Withstand ‘Seismic Hits of
Life’”, Church News, 4 de março de 2020,
ChurchofJesusChrist.org.
10. Russell M. Nelson, em Joy D. Jones, “Um
chamado particularmente nobre”, Liahona,
maio de 2020, p. 16.
11. Ver Mateus 13:1–23.
12. Morôni 10:32.
MAIO DE 2023 115
 Élder W. Mark Bassett
Dos setenta
Após o quarto dia
Ao prosseguirmos com fé em Jesus Cristo, o quarto
dia sempre chegará. Ele sempre virá para nos
socorrer.
Como fomos lembrados nesta manhã, Apesar da gravidade da doença de
hoje é Domingo de Ramos, que marca Lázaro, o Senhor “ficou ainda dois dias
a entrada triunfal do Salvador em no lugar onde estava. Depois disso,
Jerusalém e o início da Semana Santa disse aos seus discípulos: Vamos outra
que precedeu Sua grandiosa Expia- vez para a Judeia”.2 Antes de iniciar a
ção, que incluiu Seu sofrimento, Sua jornada para a casa de Seus amigos em
Crucificação e Sua Ressurreição. Betânia, “Jesus disse [a Seus discípu-
Não muito antes de Sua profetizada los] claramente: Lázaro está morto”.3
entrada na cidade, Jesus Cristo estava Quando Jesus chegou a Betânia e
totalmente engajado em Seu minis- encontrou primeiro Marta e depois
tério quando ouviu de Suas queridas Maria, talvez por estarem frustradas
amigas, Maria e Marta, que o irmão com Sua chegada tardia, elas O cum-
delas, Lázaro, estava enfermo.1 primentaram dizendo: “Senhor, se tu
estivesses aqui, meu irmão não teria
morrido”.4 Marta disse mais: “Já cheira
mal, porque já é de quatro dias”.5
Esses quatro dias foram marcantes
para Maria e para Marta. De acordo
com algumas tradições rabínicas,
acreditava-­se que o espírito de
alguém que morria permanecia com
o corpo por três dias, dando a espe-
rança de que voltar à vida ainda era
possível. Entretanto, no quarto dia,
essa esperança já estava perdida, tal-
vez porque o corpo tivesse começado
a se decompor e a “[cheirar] mal”.6
Maria e Marta estavam em estado
de desespero. “Jesus, pois, vendo
[Maria] chorar, (…) moveu-­se muito
em espírito, e perturbou-­se.
E disse: Onde o pusestes?
Disseram-­lhe: Senhor, vem, e vê.”7
116 SESSÃO DA TARDE DE DOMINGO
É neste momento que vemos um
dos maiores milagres do ministério
mortal do Salvador. Primeiro o Senhor
disse: “Tirai a pedra”.8 Depois de dar
graças a Seu Pai, “clamou com grande
voz: Lázaro, sai para fora!
E o que estava morto saiu, tendo
as mãos e os pés atados com faixas, e
o seu rosto envolto num lenço. Disse-­
lhes Jesus: Desatai-­o, e deixai-­o ir”.9
Assim como Maria e Marta, temos a
oportunidade de vivenciar tudo o que
envolve a mortalidade, mesmo a dor10
e a fraqueza.11 Cada um de nós viven-
ciará a dor resultante da perda de
alguém que amamos. Nossa jornada
mortal pode incluir doenças que tere-
mos ou doenças debilitantes de um
ente querido; depressão, ansiedade
ou outros problemas relacionados à
saúde emocional; dificuldades finan-
ceiras; traição; pecado. E, às vezes,
tudo isso é acompanhado por senti-
mentos de desesperança. E comigo
não é diferente. Assim como vocês, já
passei por inúmeros desafios, os quais
são esperados que vivenciemos nesta
vida. Penso muito nesse relato sobre o
Salvador e o que ele me ensina sobre
nosso relacionamento com Ele.
Durante nossas maiores preocupa-
ções, nós, assim como Maria e Marta,
buscamos o Salvador ou pedimos ao
Pai Sua intervenção divina. A história
de Lázaro nos ensina princípios que
podem ser aplicados em nossa própria
vida ao enfrentarmos nossos desafios
pessoais.
Quando o Salvador chegou a
Betânia, todos haviam perdido a espe-
rança de que Lázaro pudesse ser salvo
— já haviam se passado quatro dias,
e ele estava morto. Às vezes, durante
nossos próprios desafios, podemos
sentir que Cristo chegou tarde
demais e isso pode inclusive colocar
nossa esperança e fé à prova. Meu

testemunho é que, ao prosseguirmos
com fé em Jesus Cristo, o quarto dia
sempre chegará. Ele sempre virá para
nos socorrer ou para renovar nossas
esperanças. Ele prometeu:
“Não se turbe o vosso coração”.12
“Não vos deixarei órfãos; voltarei
para vós.”13
Às vezes, pode parecer que Ele
não virá até que chegue o figurativo
quarto dia, depois que toda a espe-
rança tiver sido perdida. Mas por que
a demora? O presidente Thomas S.
Monson ensinou: “Nosso Pai Celestial,
que nos dá tantas coisas com as quais
podemos nos deleitar, também sabe
que aprendemos, crescemos e nos
tornamos mais fortes quando enfren-
tamos e sobrevivemos às provações
pelas quais precisamos passar”.14
Até mesmo o profeta Joseph Smith
enfrentou uma desafiadora experiên-
cia de quarto dia. Vocês se lembram
de sua súplica? “Ó Deus, onde estás?
E onde está o pavilhão que cobre teu
esconderijo?”15 Ao confiarmos Nele,
podemos esperar uma resposta como
esta: “Meu filho [ou minha filha], paz
seja com tua alma; tua adversidade e
tuas aflições não durarão mais que um
momento”.16
Outra lição que podemos aprender
com a história de Lázaro é sobre que
papel nós mesmos podemos desempe-
nhar na intervenção divina que busca-
mos. Quando Jesus Se aproximou da
tumba, Ele primeiro disse aos que esta-
vam ali: “Tirai a pedra”.17 Com o poder
que o Salvador tem, Ele não poderia
milagrosamente remover a pedra sem
esforço? Isso seria algo impressionante
de se ver e uma experiência inesque-
cível, porém Ele disse àqueles que
estavam ali: “Tirai a pedra”.
Segundo, o Senhor “clamou com
grande voz: Lázaro, sai para fora!”18
Não teria sido mais impressionante
se o próprio Senhor tivesse milagro-
samente colocado Lázaro na entrada
da tumba para que ele ficasse imedia-
tamente visível à multidão quando a
pedra fosse removida?
Terceiro, quando Lázaro saiu, ele
estava com “as mãos e os pés atados
com faixas, e o seu rosto envolto num
lenço. Disse-­lhes Jesus: Desatai-­o, e
deixai-­o ir”.19 Tenho certeza de que o
Senhor era capaz de colocar Lázaro
na entrada da tumba, já limpo e aces-
sível, com suas faixas perfeitamente
dobradas.
Qual é o meu objetivo ao salientar
esses aspectos? Cada uma dessas
três coisas tinha algo em comum —
nenhuma delas exigia o uso do poder
divino de Cristo. Aquilo que Seus dis-
cípulos poderiam fazer, Ele os instruiu
que fizessem. Os discípulos certamente
eram capazes de mover a pedra; após
voltar à vida, Lázaro era capaz de se
levantar e de se apresentar na entrada
da tumba; e aqueles que amavam
Lázaro eram absolutamente capazes
de ajudá-­lo a remover suas faixas.
No entanto, o único que tinha o
poder e a autoridade para levantar
Lázaro dos mortos era Cristo. Tenho
a impressão de que o Salvador espera
que façamos tudo o que pudermos
fazer, e Ele fará aquilo que apenas Ele
pode fazer.20
Sabemos que a “fé [no Senhor Jesus
Cristo] é um princípio de ação”21 e
que “os milagres não produzem a fé,
que é vigorosamente desenvolvida
pela obediência ao evangelho de
Jesus Cristo. Em outras palavras, a fé
provém da retidão”.22 Ao nos esforçar-
mos para agir em retidão ao fazer e
cumprir convênios sagrados e aplicar
a doutrina de Cristo em nossa vida,
nossa fé sozinha não será suficiente
para aguentarmos até o quarto dia,
mas, com a ajuda do Senhor, também
seremos capazes de mover pedras que
estão em nosso caminho, erguermo-­
nos em meio ao desespero e nos livrar
de tudo que nos prende. Embora
o Senhor espere que “façamos
MAIO DE 2023 117

alegremente todas as coisas que esti-
verem a nosso alcance”23, lembrem-­se
de que Ele nos dará a ajuda necessária
em todas as coisas se confiarmos Nele.
Como podemos mover essas
pedras e edificar nosso alicerce sobre
Sua rocha?24 Podemos seguir os conse-
lhos dos profetas.
Por exemplo, em outubro passado,
o presidente Russell M. Nelson nos
pediu que cuidássemos de nosso
próprio testemunho do Salvador e do
Seu evangelho, que trabalhássemos e
o nutríssemos, alimentando-­o com a
verdade e evitando poluí-­lo com falsas
filosofias dos incrédulos. Ele prome-
teu a cada um de nós: “Ao fazerem
do fortalecimento contínuo de seu
testemunho de Jesus Cristo sua maior
prioridade, observem os milagres
acontecerem em sua vida”.25
Nós podemos fazê-­lo!
Como podemos figurativamente nos
levantar e sair? Podemos nos arrepen-
der com alegria e decidir obedecer aos
mandamentos. O Senhor disse: “Aquele
que tem os meus mandamentos e os
guarda, esse é o que me ama; e aquele
que me ama será amado de meu Pai, e
eu o amarei, e me manifestarei a ele”.26
Podemos nos esforçar para nos arre-
pender diariamente e seguir em frente
com alegria e com um coração disposto
e cheio de amor pelo Senhor.
118 SESSÃO DA TARDE DE DOMINGO
sagrado nome Dele que sempre virá,
sim, Jesus Cristo, amém. ◼
NOTAS
Nós podemos fazê-­lo!
Como podemos, com a ajuda do
Senhor, livrar-­nos de tudo que nos
prende? Primeiro, podemos intencio-
nalmente nos ligar ao nosso Pai Celes-
tial e a Seu Filho, Jesus Cristo, por
meio dos convênios. O élder D. Todd
Christofferson ensinou: “Qual é a
fonte de [nosso] poder moral e espiri-
tual, e como a [encontramos]? A fonte
é Deus. O acesso que temos a esse
poder é por meio dos convênios feitos
com Ele. (…) Nessa aliança divina,
Deus Se obriga a nos suster, santificar
e exaltar como recompensa por nosso
comprometimento de servi-­Lo e de
cumprir Seus mandamentos”.27 Pode-
mos nos preparar para fazer e cumprir
convênios sagrados.
Nós podemos fazê-­lo!
“Tirai a pedra.” “Sai para fora.”
“Desatai-­o, e deixai-­o ir.”
Conselhos, mandamentos e convê-
nios. Nós podemos fazê-­lo!
O élder Jeffrey R. Holland prome-
teu: “Algumas bênçãos nos vêm logo,
outras vêm depois, e outras não nos
chegam nesta existência. Mas, para
os que aceitam o evangelho de Jesus
Cristo, elas certamente virão”.28
E, por fim, “portanto, tende bom
ânimo e não temais, porque eu, o
Senhor, estou convosco e ficarei ao
vosso lado”.29
Esse é o meu testemunho, no
1. Ver João 11:3.
2. João 11:6–7.
3. João 11:14.
4. João 11:21, 32.
5. João 11:39.
6. “A alma, segundo a crença judaica, perma-
nece próxima ao corpo por três dias após
a morte. Segundo a convicção judaica,
portanto, uma ressuscitação de alguém que
havia morrido era impossível no quarto dia,
já que a alma não entraria novamente no
corpo, pois ela teria mudado de lugar. Foi
ainda mais impressionante para as testemu-
nhas do milagre o fato de que Jesus levantou
Lázaro dos mortos no quarto dia. O quarto
dia, portanto, tem um significado especial
nesse contexto e foi deliberadamente
adotado pelo narrador para uso em conexão
com o maior de todos os milagres possíveis
de ressurreição” (Ernst Haenchen, John 2: A
Commentary on Gospel of John, capítulos 7–21,
ed. por Robert W. Funk e Ulrich Busse, tra-
dução de Robert W. Funk, 1984, pp. 60–61).
7. João 11:33–34.
8. João 11:39.
9. João 11:43–44
10. Ver Moisés 4:22–25.
11. Ver Éter 12:27.
12. João 14:1.
13. João 14:18.
14. Thomas S. Monson, “Não te deixarei nem
te desampararei”, A Liahona, novembro de
2013, p. 87. O presidente Monson explicou
ainda: “Sabemos que há ocasiões em que
sentiremos uma tristeza devastadora, em
que sofreremos e nas quais poderemos ser
testados até o nosso limite. Contudo, essas
dificuldades permitem que mudemos e nos
tornemos melhores, que reconstruamos
nossa vida da maneira que o Pai Celestial nos
ensina e que nos tornemos diferentes do que
somos: melhores e mais compreensivos, com
mais empatia, com um testemunho mais
forte” (“Não te deixarei nem te desampara­
rei”, A Liahona, novembro de 2013, p. 87).
Ver também Doutrina e Convênios 84:119:
“Pois eu, o Senhor, estendi minha mão para
exercer os poderes do céu; não podeis vê-­lo
agora, mas em pouco o vereis e sabereis que
eu sou e que virei e reinarei com meu povo”.
Ver também Mosias 23:21–24:
“Não obstante, o Senhor julga conve-
niente castigar seu povo; sim, ele prova sua
paciência e sua fé.
Entretanto, quem nele confia será elevado
no último dia. E assim foi com este povo.
Pois eis que vos mostrarei que eles foram
 Élder Ahmad S. Corbitt
Dos setenta

“Você sabe por que eu,

reduzidos ao cativeiro e ninguém poderia
salvá-­los, exceto o Senhor seu Deus, sim, o
Deus de Abraão e Isaque e de Jacó.

sendo cristão, acredito

E aconteceu que ele os libertou e
mostrou-­lhes o seu grande poder; e grande
foi a sua alegria”.
15. Doutrina e Convênios 121:1.

em Cristo?”
16. Doutrina e Convênios 121:7.
17. João 11:39.
18. João 11:43.
19. João 11:44.
20. O presidente Russell M. Nelson comentou:
“Com frequência, meus conselheiros
e eu vimos com os olhos marejados
como Ele intercedeu em circunstâncias
extremamente difíceis, depois de termos
feito o melhor ao nosso alcance e de nada Jesus Cristo teve de sofrer, morrer e ressuscitar a
mais podermos fazer. Isso realmente nos
causou grande assombro” (“Mensagem de
boas-­vindas”, Liahona, maio de 2021, p. 6).
fim de redimir toda a humanidade da morte física
21. Bible Dictionary, “Faith”.
22. Guia para Estudo das Escrituras, “Fé”, e oferecer a vida eterna com Deus.
scriptures.ChurchofJesusChrist.org.
23. Doutrina e Convênios 123:17.
24. Ver 3 Néfi 11:32–39.
25. Russell M. Nelson, “Vencer o mundo e
encontrar descanso”, Liahona, novembro de
2022, p. 98. Há alguns anos, em uma noite depois morrer por meus pecados”. Ela pode-
26. João 14:21. do trabalho, embarquei, como de cos- ria perguntar: “Por que Jesus tinha de
27. D. Todd Christofferson, “O poder dos tume, no ônibus de volta para casa, morrer? Deus não poderia facilmente
convênios”, A Liahona, maio de 2009, p. 20.
28. Jeffrey R. Holland, “O sumo sacerdote dos de Nova York a Nova Jersey. A mulher nos perdoar e nos purificar de nossos
bens futuros”, A Liahona, janeiro de 2000, ao meu lado observou o que eu estava pecados se pedíssemos a Ele?”
p. 45. digitando no computador e pergun- O que vocês responderiam em tão
29. Doutrina e Convênios 68:6.
tou: “Você acredita em… Cristo?” Eu pouco tempo? Como explicariam
disse: “Sim, eu acredito!” Enquanto isso a um amigo? Crianças e jovens,
conversávamos, descobri que ela perguntem depois a seus pais ou a um
acabara de se mudar de seu belo país líder: “Por que Jesus teve de morrer?”
na Ásia para trabalhar no altamente E, irmãos e irmãs, tenho uma confis-
competitivo setor de tecnologia da são a fazer: embora eu pensasse que
informação em Nova York. soubesse tudo a respeito da doutrina,
Naturalmente, perguntei a ela: da história, das diretrizes da Igreja,
“Você sabe por que eu, sendo cristão, entre outras coisas, a resposta para
acredito em Jesus Cristo?” Ela reagiu essa questão fundamental para nossa
normalmente e me permitiu conti- religião não me ocorreu com facili-
nuar a falar sobre o assunto. Porém, dade. Naquele dia, decidi me concen-
ao começar a falar, tive um daqueles trar no que é mais importante para a
momentos em que muitos pensamen- vida eterna.
tos inundaram minha mente. Essa Bem, eu disse à minha nova amiga1
era a primeira vez que eu explicaria o que, além do nosso corpo, nós temos
“porquê” do cristianismo para alguém um espírito e que Deus é o Pai de
que eu não conhecia e que era muito nosso espírito.2 Disse a ela que vivía-
inteligente. Eu não poderia simples- mos com nosso Pai Celestial antes de
mente dizer: “Eu sigo a Jesus Cristo nascermos neste mundo mortal.3 E
porque Ele Se dispôs a sofrer e a por Ele amá-­la e amar a todos os Seus
Costa do Marfim

MAIO DE 2023 119


filhos, Ele criou um plano para rece-
bermos um corpo à imagem de Seu
corpo glorificado,4 fazermos parte de
uma família,5 retornarmos a Sua amo-
rosa presença e desfrutarmos da vida
eterna com nossa família,6 assim como
Ele desfruta com a Dele.7 Eu disse,
no entanto, que enfrentaríamos dois
obstáculos principais neste mundo
certamente decaído:8 (1) a morte física
— a separação de nosso corpo e nosso
espírito. E é claro que ela sabia que
todos nós morreríamos. E (2) a morte
espiritual — a separação de Deus como
consequência de nossos pecados,
erros e falhas como seres mortais,
distanciando-­nos assim de Sua santa
presença.9 Ela também compreendeu.
Falei que isso era o efeito da lei da
justiça. Essa lei eterna exige que uma
penalidade eterna seja paga por nossos
pecados, ou pelas violações das leis ou
da verdade de Deus, ou nunca pode-
ríamos voltar a viver em Sua santa
presença.10 Isso seria injusto, pois
Deus “não pode negar [a] justiça”.11
Ela entendeu isso facilmente e tam-
bém que Deus é misericordioso, amo-
roso e tem o desejo de nos conceder a
vida eterna.12 Eu disse à minha amiga
que teríamos também um adversário
astuto e poderoso — a fonte do mal
e das mentiras — opondo-­se a nós.13
Portanto, alguém com infinito poder
divino para vencer todas as oposições
e obstáculos precisaria nos salvar.14
Depois, compartilhei a boa notícia
— as “novas de grande alegria (…) para
todo o povo”15 — de que “Deus amou o
120 SESSÃO DA TARDE DE DOMINGO
mundo de tal maneira, que deu o seu
Filho Unigênito, para que todo aquele
que nele crê não pereça, mas tenha
a vida eterna”.16 Testifiquei à minha
amiga, e presto testemunho a vocês,
que Jesus Cristo é esse Salvador, que
Ele teve de sofrer, morrer e ressuscitar —
Sua infinita Expiação — a fim de redimir
toda a humanidade da morte física17 e
oferecer a vida eterna com Deus e com
nossa família18 a todos que O seguissem.
O Livro de Mórmon declara: “Assim
(…) Deus (…) [ conquistou] a vitória
sobre a morte; dando ao Filho o poder
de interceder pelos filhos dos homens
(…); estando cheio de [misericórdia e]
compaixão (…); havendo rompido as
ligaduras da morte, tomado sobre si
as iniquidades e transgressões deles,
havendo-­os redimido e satisfeito as
exigências da justiça”.19
Os passos que Deus revelou que
deveríamos dar para seguir a Jesus e
receber a vida eterna são chamados
de doutrina de Cristo. Eles incluem fé
em Jesus Cristo e em Sua Expiação,
arrependimento, batismo [em A Igreja
de Jesus Cristo dos Santos dos Últi-
mos Dias], receber o Espírito Santo e
perseverar até o fim.20 Compartilhei
esses passos com ela, mas aqui estão
algumas maneiras pelas quais a dou-
trina de Cristo pode abençoar todos os
filhos de Deus, conforme os profetas e
apóstolos têm ensinado recentemente.
O presidente Russell M. Nelson
instruiu: “A doutrina pura de Cristo
é poderosa. Ela muda a vida de todos
os que a compreendem e que buscam
implementá-­la em sua vida”.21
O élder Dieter F. Uchtdorf ensinou:
“O guia Força dos Jovens declara fir-
memente a doutrina de (…) Cristo [e
convida vocês, jovens,] a fazer escolhas
com base [nela]”.22
O élder Dale G. Renlund ensinou:
“Nós convidamos os missionários a
fazer aquilo que eles convidam as pes-
soas que eles ensinam a fazer: aplicar
a doutrina de Cristo em sua vida [e]
trilhar e permanecer no caminho do
convênio”.23
A doutrina de Cristo capacita aque-
les que estão enfrentando dificuldades
ou sentem que não pertencem à Igreja
porque ela os ajuda, como decla-
rou o élder D. Todd Chistofferson:
“[Afirmo]: Jesus Cristo morreu por
mim [e] (…) Ele me ama”.24
Pais, se seus filhos têm dificuldades
com algum princípio do evangelho
ou com algum ensinamento profé-
tico, por favor, resistam a qualquer
tipo de maledicência25 ou ativismo
contra a Igreja ou contra seus líderes.
Essas atitudes baixas e profanas não
condizem com vocês e podem ser
letais para a fidelidade de seus filhos a
longo prazo.26 É muito bom que vocês
queiram proteger ou defender seus
preciosos filhos, ou mostrar sinais de
solidariedade para com eles. Minha
esposa, Jayne, e eu sabemos por expe-
riência própria que ensinar a nossos
amados filhos por que precisamos
tanto de Jesus Cristo e como aplicar
Sua jubilosa doutrina é o que vai
fortalecê-­los e curá-­los. Que os levemos a
Jesus, que é seu verdadeiro Advogado
junto ao Pai. O apóstolo João ensinou:
“Todo aquele que (…) persevera na
doutrina de Cristo (…) tem tanto o Pai
como o Filho”. Então, ele nos advertiu
a ficar atentos “se alguém vem ter con-
vosco, e não traz essa doutrina”.27
Jayne e eu recentemente visitamos
o deserto onde Moisés levantou a
serpente de bronze diante dos filhos
errantes de Israel. O Senhor prome-
tera curar todos os que foram mor-
didos pelas serpentes venenosas se
eles apenas olhassem para a serpente
de bronze.28 Ao trazer a doutrina
de Cristo diante de nós, o profeta
do Senhor está fazendo o mesmo,
“[curando] as nações”.29 A despeito de
quais sejam os desafios, as adversida-
des ou as tribulações que vivenciamos
neste deserto mortal, que não sejamos
como aqueles que, no passado e atual-
mente, poderiam ter sido curados,
mas que infelizmente “nem quiseram
olhar (…) [porque] não acreditavam
que isso os curaria”.30 O Livro de
Mórmon afirma: “Eis que este é o
caminho; e não há qualquer outro
caminho ou nome debaixo do céu
pelo qual o homem possa ser salvo no
reino de Deus. E agora, eis que esta é
a doutrina de Cristo”.31
Naquela noite em Nova Jersey, ao
compartilhar por que precisamos de
Jesus Cristo e de Sua doutrina, minha
amiga e eu nos sentimos como irmãos,
filhos do Pai Celestial. Sentimos a
paz e o testemunho confirmador do
Espírito Santo. Naturalmente, eu pedi
que ela me desse suas informações
para contato e a convidei a continuar
a conversa com nossos missionários.
Ela ficou feliz em fazê-­lo.
“Portanto, quão importante é tor-
nar estas coisas conhecidas dos habi-
tantes da Terra”, declara o Livro de
Mórmon — amar, compartilhar e con-
vidar32 à medida que coligamos Israel
em todas as comunidades e famílias —,
“para que saibam que nenhuma carne
pode habitar na presença de Deus a
menos que seja por meio dos méritos
e misericórdia e graça [e doutrina] do
Santo Messias”.33 Em nome de Jesus
Cristo, amém. ◼
NOTAS
1. Optei por não divulgar o nome de minha
amiga nem utilizar um nome fictício.
2. Ver Romanos 8:15–17; Hebreus 12:9;
Doutrina e Convênios 88:15.
3. Ver Jeremias 1:4–5; Doutrina e Convênios
138:55–56; Abraão 3:22–23, 26; Guia para
Estudo das Escrituras, “Vida pré-­mortal”,
scriptures.ChurchofJesusChrist.org;
“Lição 2: O plano de salvação”, Pregar Meu
Evangelho: Guia para o Serviço Missionário,
2019, p. 48.
4. Ver “Lição 2: O plano de salvação”, Pregar
Meu Evangelho, p. 48.
5. O plano perfeito do Pai — chamado de
grande plano de felicidade, plano de
salvação e plano de redenção, entre outros
nomes — é organizado de modo que todos
os que entram na mortalidade o façam
necessariamente em uma família, e todos
fazem parte de uma família. É claro que
nem todas as circunstâncias familiares são
ideais, algumas são trágicas ou não estão
de acordo com a visão amorosa de nosso
Pai para todos os Seus filhos. No entanto,
ao vivermos a doutrina de Cristo, Ele nos
ajuda a receber todas as bênçãos que o Pai
reservou para Seus filhos por meio de Seu
plano misericordioso e abrangente. Ver
também nota de rodapé 6 a seguir.
6. Uma das maiores promessas que Deus fez
a Seus filhos é também a maior de todas as
Suas dádivas: a exaltação, ou vida eterna,
que é viver eternamente “na presença de
Deus e continuar a viver em família” (Tópi-
cos do Evangelho, “Vida eterna”, topics.
ChurchofJesusChrist.org; ver também Dou-
trina e Convênios 14:7). “Famílias” incluem
um marido, uma esposa e os filhos, assim
como nossos parentes vivos e falecidos que
aceitam e vivem a doutrina de Cristo. Fami-
liares falecidos que não tiveram a oportuni-
dade de aceitar a doutrina de Cristo nesta
vida podem fazê-­lo no mundo espiritual por
meio de ordenanças como o batismo, o rece-
bimento do dom do Espírito Santo e outras
ordenanças que nos ajudam a perseverar
até o fim. Essas ordenanças são realizadas
com amor por parentes vivos nos templos
de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias. Além disso, a promessa de
vida eterna não é destinada apenas àqueles
que são casados nesta vida. O presidente M.
Russell Ballard ensinou: “As escrituras e os
profetas modernos confirmam que todos os
que forem fiéis no cumprimento dos convê-
nios do evangelho terão a oportunidade de
exaltação” (“Esperança em Cristo”, Liahona,
maio de 2021, p. 55; grifo do autor). Citando
o presidente Russell M. Nelson e o presi-
dente Dallin H. Oaks, o presidente Ballard
prosseguiu: “O tempo e a maneira precisos
em que as bênçãos da exaltação são concedi-
das não foram revelados em sua totalidade,
mas, apesar disso, elas estão garantidas”
(“Esperança em Cristo”, p. 55; grifo do
autor). O presidente Nelson ensinou: “No
devido tempo e à maneira do Senhor,
nenhuma bênção será negada a Seus santos
fiéis. O Senhor julgará e recompensará cada
pessoa de acordo com seu sincero desejo,
bem como suas ações” (“Casamento celes-
tial”, A Liahona, novembro de 2008, p. 94).
MAIO DE 2023 121
 E o presidente Oaks explicou: “Muitas das
privações mais significativas da mortalidade
serão corrigidas no Milênio, que é a época
designada para o cumprimento de tudo o
que estiver incompleto no grande plano de
felicidade para todos os filhos dignos do Pai”
(“O grande plano de felicidade”, A Liahona,
janeiro de 1994, p. 81). Ver também nota de
rodapé 5.
7. Ver Guia para Estudo das Escrituras,
“Plano de Redenção”, scriptures.
ChurchofJesusChrist.org; ver também
Tópicos do Evangelho, “Plano de salvação”,
topics.ChurchofJesusChrist.org; “Lição 2: O
plano de salvação”, Pregar Meu Evangelho,
pp. 48–49, 53.
8. Ver “Lição 2: O plano de salvação”, Pregar
Meu Evangelho, p. 49.
9. Ver “Lição 2: O plano de salvação”, Pregar
Meu Evangelho, pp. 48–50.
10. Ver “Lição 2: O plano de salvação”, Pregar
Meu Evangelho, pp. 48–50.
11. Mosias 15:27. Referências à justiça eterna
ou à justiça de Deus encontram-­se em
abundância nas escrituras, mas ver
especialmente Alma 41:2–8 e Alma 42.
12. Ver Alma 42:14–24; Moisés 1:39.
13. Ver “Lição 2: O plano de salvação”, Pregar
Meu Evangelho, pp. 48–50.
14. Ver Alma 34:9–13; ver também Mosias 13:28,
34–35; 15:1–9; Alma 42:15.
15. Lucas 2:10.
16. João 3:16.
17. Ver Helamã 14:15–17; Mórmon 9:12–14.
18. Ver notas de rodapé 5 e 6, acima.
19. Mosias 15:8–9.
20. “Qual é o meu propósito como
missionário?”, Pregar Meu Evangelho,
capítulo 1, ver também “Lição 3: O
evangelho de Jesus Cristo”, Pregar Meu Peru
Evangelho, p. 63.
21. Russell M. Nelson, “Verdade pura, doutrina 26. Ver Ahmad S. Corbitt, “Activism vs. Disci-
pura e revelação pura”, Liahona, novembro pleship: Protecting the Valiant”, discurso
de 2021, p. 6, grifo do autor. proferido no seminário para capelães, outu-
22. Dieter F. Uchtdorf, “Jesus Cristo é a força bro de 2022, cdn.vox-­cdn.com/uploads/
dos jovens”, Liahona, novembro de 2022, p. chorus_asset/file/24159863/Brother_Cor-
11; ver também Força dos Jovens: Um Guia bitt_Chaplain_seminar.pdf; video: media2.
para Fazer Escolhas, 2022, p. 4. ldscdn.org/assets/general-­authority-­
23. Dale G. Renlund, “Conversão dos features/2022-­chaplain-­training-­seminar/
missionários para toda a vida”, (discurso 2022-­10-­1000-­activism-­vs-­discipleship-­
proferido no Seminário para a Liderança da 1080p-­eng.mp4.
Missão, 25 de junho de 2021, p. 1, Biblioteca 27. 2 João 1:9–10.
de História da Igreja, Salt Lake City. 28. Ver Números 21:5–9.
24. D. Todd Christofferson, “A doutrina da 29. 2 Néfi 25:20.
inclusão”, Liahona, novembro de 2022, p. 30. Alma 33:20.
56; ver também D. Todd Christofferson, “A 31. 2 Néfi 31:21.
alegria dos santos”, Liahona, novembro de 32. Ver “Transmissão de 2021: Princípios de
2019, pp. 15–18. amar, compartilhar e convidar”, broadcasts.
25. Ver Tiago 4:11; Doutrina e Convênios ChurchofJesusChrist.org; ver também
20:54; Guia para Estudo das Gary E. Stevenson, “Amar, compartilhar,
Escrituras, “Maledicência”, scriptures. convidar”, Liahona, maio de 2022, pp. 84–87.
ChurchofJesusChrist.org. 33. 2 Néfi 2:8.

122 SESSÃO DA TARDE DE DOMINGO

 Élder David A. Bednar
Do Quórum dos Doze Apóstolos

“Tu permanecerás em
justificarei; e as montanhas fugirão
diante de ti e os rios desviar-­se-­ão de
seu curso; e tu permanecerás em mim e

mim e eu, em ti; portanto,

eu, em ti; portanto, anda comigo.”4
Por fim, Enoque se tornou um
poderoso profeta e um instrumento

anda comigo”
nas mãos de Deus para realizar uma
grande obra, porém não foi assim que
ele começou seu ministério! Em vez
disso, sua capacidade foi ampliada
ao longo do tempo à medida que ele
aprendia a permanecer com o Filho
A promessa do Salvador de permanecer em nós é de Deus e a andar com Ele.

verdadeira e está ao alcance de todo membro que Oro sinceramente pela ajuda do
Espírito Santo ao ponderarmos jun-
faz convênios e pertence à Sua Igreja restaurada. tos o conselho dado a Enoque pelo
Senhor e o que ele pode significar
para vocês e para mim hoje.

“Tu permanecerás em mim”

Enoque, o antigo profeta descrito sentimos como Enoque. No entanto, O Senhor Jesus Cristo faz a cada
no Velho Testamento, em Doutrina acredito que a resposta do Senhor à um de nós o convite de permanecer-
e Convênios e na Pérola de Grande súplica inquisitiva de Enoque é instru- mos Nele.5 Mas como podemos apren-
Valor,1 foi fundamental para o estabe- tiva e se aplica a cada um de nós hoje. der a permanecer Nele?
lecimento da cidade de Sião. “E o Senhor disse a Enoque: Vai e A palavra permanecer significa se
O relato das escrituras no qual ele faze o que te ordenei e homem algum manter fixo ou estável e suportar
foi chamado para servir indica que te ferirá. Abre tua boca e ela encher-­ sem ceder. O élder Jeffrey R. Holland
“ele ouviu uma voz do céu, dizendo: se-­á e dar-­te-­ei palavras. (…) explicou que “permanecer” significa
Enoque, meu filho, profetiza a este Eis que meu Espírito está sobre “‘estar, mas estar para sempre’. Esse é
povo e dize-­lhes: Arrependei-­vos, (…) ti; portanto, todas as tuas palavras o chamado contido na mensagem do
porque o coração deles endureceu
e seus ouvidos estão ensurdecidos e
seus olhos não conseguem enxergar
longe”.2
“E tendo ouvido essas palavras,
Enoque prostrou-­se (…) e falou
perante o Senhor, dizendo: Por que é
que encontrei graça aos teus olhos?
Sou apenas um menino e todo o povo
odeia-­me, pois sou lento no falar; por
que razão sou teu servo?”3
Notem que, no momento em que
Enoque foi chamado para servir, ele
reconheceu precisamente suas inade-
quações e limitações pessoais. Suspeito
que todos nós, em um momento ou
outro de nosso serviço na Igreja, já nos

MAIO DE 2023 123

evangelho para (…) todas as pessoas
do mundo. Vinde, mas vinde para
permanecer. Vinde com convicção
e perseverança. Vinde permanente-
mente para vosso próprio bem e o
bem de todas as gerações futuras”.6
Assim, permanecemos em Cristo
quando somos firmes e inabaláveis em
nossa devoção ao Redentor e a Seus
santos propósitos, tanto nos bons
quanto nos maus momentos.7
Começamos a permanecer no
Senhor exercendo nosso arbítrio
moral para tomar sobre nós Seu jugo8
por meio dos convênios e das orde-
nanças do evangelho restaurado. A
conexão por convênio que temos
com nosso Pai Celestial e Seu Filho
ressurreto e vivo é a fonte celestial de
perspectiva, esperança, poder, paz e
alegria duradoura; é também o ali-
cerce seguro como uma rocha9 sobre
o qual devemos edificar nossa vida.
Permanecemos Nele ao nos esfor-
çarmos continuamente para fortalecer
os laços de nosso convênio individual
com o Pai e o Filho. Por exemplo, orar
sinceramente ao Pai Eterno em nome
de Seu Filho Amado aprofunda e
fortalece nossa conexão por convênio
com Eles.
Permanecemos Nele ao verdadei-
ramente nos banquetearmos com as
palavras de Cristo. A doutrina do Sal-
vador nos aproxima Dele, como filhos
do convênio,10 e ela nos dirá todas as
coisas que devemos fazer.11
Permanecemos Nele ao nos prepa-
rarmos zelosamente para participar
da ordenança do sacramento, revendo
e ponderando as promessas de nosso
convênio e nos arrependendo sincera-
mente. Ao participarmos dignamente
do sacramento, testificamos a Deus
que estamos dispostos a tomar sobre
nós o nome de Jesus Cristo e a nos
esforçar para “recordá-­lo sempre”,12
124 SESSÃO DA TARDE DE DOMINGO
especialmente após esse curto
período que usamos para participar
dessa ordenança sagrada.
E permanecemos Nele ao servirmos
a Deus servindo a Seus filhos e minis-
trando a nossos irmãos e nossas irmãs.13
O Salvador disse: “Se guardardes os
meus mandamentos, permanecereis
no meu amor; como eu tenho guar-
dado os mandamentos de meu Pai, e
permaneço no seu amor”.14
Descrevi brevemente várias das
muitas maneiras pelas quais podemos
permanecer no Salvador. E agora
convido cada um de nós, como Seus
discípulos, a pedir, buscar, bater e
aprender por nós mesmos, pelo poder
do Espírito Santo, outras maneiras sig-
nificativas pelas quais podemos fazer
com que Cristo seja o centro de nossa
vida em tudo o que fazemos.
“E eu, em ti”
A promessa do Salvador a Seus
seguidores é recíproca: se permane-
cermos Nele, Ele permanecerá em
nós. Mas é realmente possível que
Cristo permaneça em vocês e em
mim — individual e pessoalmente?
A resposta para essa pergunta é um
sonoro sim!
No Livro de Mórmon, aprendemos
a respeito dos ensinamentos de Alma
e de seu testemunho aos pobres cujas
aflições os haviam tornado humildes.
Em suas instruções, ele comparou a
palavra a uma semente que deve ser
plantada e cultivada, e descreveu a
“palavra” como a vida, a missão e o
sacrifício expiatório de Jesus Cristo.
Alma disse: “Começai a acreditar
no Filho de Deus, que ele virá para
remir seu povo e que ele sofrerá e
morrerá para expiar os pecados deles;
e que ele se levantará dos mortos,
proporcionando-­nos a ressurreição;
que todos os homens comparecerão
diante dele, a fim de serem julgados
no último dia, o dia do juízo final,
segundo suas obras”.15
De acordo com a descrição da
“palavra” fornecida por Alma, pon-
derem a conexão inspiradora que ele
identifica em seguida.
“E agora (…) desejo que planteis
esta palavra em vosso coração; e quando
ela começar a inchar, cultivai-­a com
vossa fé. E eis que se tornará em
árvore, crescendo em vós para a vida
eterna. E permita Deus que vossas
cargas sejam leves pela alegria em seu
Filho. E tudo isso podereis fazer, se
assim o quiserdes.”16
A semente que devemos nos esfor-
çar para plantar em nosso coração é
a palavra — sim, a vida, a missão e a
doutrina de Jesus Cristo. E, à medida
que a palavra é cultivada pela fé, ela
se torna uma árvore que cresce em nós
para a vida eterna.17
Qual era o simbolismo da árvore na
visão de Leí? A árvore pode ser consi-
derada uma representação de Cristo.18
Meus amados irmãos e irmãs, a
Palavra está em nós? As verdades do
evangelho do Salvador estão escritas
nas tábuas de carne do nosso cora-
ção?19 Estamos nos achegando a Ele
e, gradualmente, tornando-­nos mais
semelhantes a Ele? A árvore de Cristo
está crescendo em nós? Estamos nos
esforçando para nos tornarmos uma
“nova criatura”20 Nele?21
Talvez esse milagroso potencial
tenha inspirado Alma a perguntar:
“Haveis nascido espiritualmente de
Deus? Haveis recebido sua imagem
em vosso semblante? Haveis experi-
mentado esta poderosa mudança em
vosso coração?”22
Devemos sempre nos lembrar da
instrução do Senhor a Enoque: “Tu
permanecerás em mim e eu, em ti”.23
Testifico que a promessa do Salvador
de permanecer em nós é verdadeira e
está ao alcance de todo membro fiel
que pertence à Sua Igreja restaurada.
“Portanto, anda comigo”
O apóstolo Paulo admoestou os
fiéis que receberam o Senhor: “Assim
também andai nele”.24
Andar no Salvador e andar com
o Salvador dá ênfase a dois aspectos
vitais do discipulado: (1) obedecer
aos mandamentos de Deus e (2) lem-
brar dos convênios sagrados que nos
conectam ao Pai e ao Filho e honrar
esses convênios.
João declarou:
“E nisto sabemos que o conhe-
cemos: se guardarmos os seus
mandamentos.
Aquele que diz: Eu conheço-­o, e
não guarda os seus mandamentos, é
mentiroso, e nele não está a verdade.
Mas qualquer que guarda a sua
palavra, o amor de Deus está nele
verdadeiramente aperfeiçoado; nisso
conhecemos que estamos nele.
Aquele que diz que está nele tam-
bém deve andar como ele andou”.25
Jesus convida cada um de nós:
“Vem, segue-­me”26 e “Anda comigo”.27
Testifico que, ao prosseguirmos
com fé e andarmos na mansidão do
Espírito do Senhor,28 seremos aben-
çoados com poder, orientação, prote-
ção e paz.
e bebereis livremente do pão e da
água da vida”.29
Enfatizo a abrangência absoluta
do apelo do Salvador. Ele anseia por
abençoar com Sua graça e misericór-
dia cada pessoa que vive, que já viveu
e que ainda viverá na Terra.
Alguns membros da Igreja aceitam
como verdadeiros a doutrina, os prin-
cípios e os testemunhos proclamados
repetidamente deste púlpito no
Centro de Conferências e nas con-
gregações locais em todo o mundo e
ainda assim pode ser difícil para eles
acreditar que essas verdades eternas
se aplicam especificamente à vida e
às circunstâncias deles. Eles creem
genuinamente e servem diligente-
mente, mas a conexão por convênio
com o Pai e Seu Filho redentor ainda
não se tornou uma realidade viva e
transformadora na vida deles.
Prometo que, pelo poder do Espí-
rito Santo, vocês podem saber e sentir
que as verdades do evangelho que
tentei descrever se aplicam a vocês —
individual e pessoalmente.
Testifico alegremente que Jesus
Cristo é nosso amoroso Salvador e
Redentor, que Ele vive. Se permane-
cermos Nele, Ele permanecerá em
nós.30 E, ao andarmos Nele e com
Ele, seremos abençoados de modo
a produzirmos muitos frutos. Presto
testemunho disso no sagrado nome
do Senhor Jesus Cristo, amém. ◼
NOTAS
1. Ver Gênesis 5:18–24; Doutrina e Convênios
107:48–57; Moisés 6–7.
2. Moisés 6:27.
3. Moisés 6:31.
4. Moisés 6:32, 34; grifo do autor.
5. Ver João 15:4–9.
6. Jeffrey R. Holland, “Estai em Mim”, A
Liahona, maio de 2004, p. 32.
7. Ver João 15:10.

Testemunho e promessa
Alma descreve uma súplica amo-
rosa do Senhor a todas as almas
viventes:
“Eis que ele envia um convite
a todos os homens, pois os braços
de misericórdia lhes estão esten-
didos e ele diz: Arrependei-­vos e
receber-­vos-­ei.
(…) Vinde a mim e participareis do
fruto da árvore da vida; sim, comereis
Mongólia

MAIO DE 2023 125

 8. Ver Mateus 11:29–30.
9. Ver Helamã 5:12.
10. Ver 3 Néfi 27:14–15.
11. Ver 2 Néfi 32:3.
12. Morôni 4:3; 5:2.
13. Ver Mosias 2:17.
14. João 15:10.
15. Alma 33:22.
16. Alma 33:23; grifo do autor.
17. Ver Alma 26:13.
18. Expliquei esse princípio em um devocional
em 2017:
“Alma (…) ‘[começou] a pregar a palavra
de Deus ao povo, entrando em suas sinago-
gas e em suas casas; sim, e até pregavam
a palavra nas ruas’ [Alma 32:1; grifo do
autor]. Ele também comparou a palavra de
Deus a uma semente.
‘Ora, se derdes lugar em vosso coração
para que uma semente seja plantada, eis
que, se for uma semente verdadeira, ou
seja, uma boa semente, se não a lançardes
fora por vossa incredulidade, resistindo ao
Espírito do Senhor, eis que ela começará a
inchar em vosso peito; e quando tiverdes
essa sensação de crescimento, começareis
a dizer a vós mesmos: Deve ser uma boa
semente, ou melhor, a palavra é boa porque
começa a dilatar-­me a alma; sim, começa a
iluminar-­me o entendimento; sim, começa a
ser-­me deliciosa’ [Alma 32:28; grifo do autor].
Curiosamente, uma boa semente se
torna uma árvore ao ser plantada no cora-
ção, e começa a inchar, a brotar e a crescer.
‘E eis que, à medida que a árvore
começar a crescer, direis: Tratemos dela
com muito cuidado, para que crie raiz, para a árvore da vida — uma representação do do Livro de Mórmon — convidar todos a
que cresça e dê frutos. E agora, eis que se a ‘amor de Deus’ [1 Néfi 11:21–22]. virem a Cristo [ver Morôni 10:32] — é de
tratardes com muito cuidado, criará raiz e ‘Porque Deus amou o mundo de tal suma importância na visão de Leí [ver
crescerá e dará frutos. maneira, que deu o seu Filho Unigênito, 1 Néfi 8:19]” (“[O] poder de sua palavra
Mas se negligenciardes a árvore e dei- para que todo aquele que nele crê não que está em nós”, [discurso proferido no
xardes de tratá-­la, eis que não criará raiz; pereça, mas tenha a vida eterna’ [João 3:16]. Seminário para a liderança da missão, 27 de
e quando chegar o calor do sol e a abrasar, O nascimento, a vida e o sacrifício expia- junho de 2017], pp. 4–5.
secará por falta de raiz; e arrancá-­la-­eis e tório do Senhor Jesus Cristo são as maiores 19. Ver 2 Coríntios 3:3.
lançareis fora. manifestações do amor de Deus por Seus 20. 2 Coríntios 5:17.
Ora, isso não é porque a semente não filhos. Conforme testificou Néfi, esse amor 21. A analogia de Alma nos ensina que o desejo
seja boa nem porque o seu fruto seja é ‘a mais desejável de todas as coisas’ e ‘a de acreditar planta a semente em nosso
indesejável, mas porque vosso terreno é maior alegria para a alma’ [1 Néfi 11:22–23; coração, o cultivo da semente por meio
estéril e não cuidais da árvore; não podeis, ver também 1 Néfi 8:12, 15]. O capítulo 11 de nossa fé faz brotar a árvore da vida, e
portanto, obter seu fruto. de 1 Néfi apresenta uma descrição deta- o cultivo da árvore produz seu fruto, que
E assim, se não cultivardes a palavra, lhada da árvore da vida como símbolo da é “mais doce que tudo que é doce” (Alma
esperando com os olhos da fé o seu fruto, vida, do ministério e do sacrifício do Salva- 32:42) e é “a maior de todas as dádivas de
nunca podereis colher o fruto da árvore dor — ‘a condescendência de Deus’ [1 Néfi Deus” (1 Néfi 15:36).
da vida. 11:16]. A árvore pode ser considerada uma 22. Alma 5:14.
Se, porém, cultivardes a palavra, sim, representação de Cristo. 23. Moisés 6:34; grifo do autor.
cultivardes a árvore quando ela começar a Uma maneira de pensar sobre o fruto da 24. Colossenses 2:6.
crescer, com vossa fé, com grande esforço e árvore é como um símbolo das bênçãos da 25. 1 João 2:3–6; grifo do autor.
com paciência, esperando o fruto, ela criará Expiação do Salvador. O fruto é descrito 26. Lucas 18:22.
raiz; e eis que será uma árvore que brotará como ‘desejável para fazer uma pessoa feliz’ 27. Moisés 6:34.
para a vida eterna’ [Alma 32:37–41; grifo do [1 Néfi 8:10] e produz grande alegria e o 28. Ver Doutrina e Convênios 19:23.
autor]. desejo de partilhá-­la com os outros. 29. Alma 5:33–34; grifo do autor.
(…) A figura central no sonho de Leí é De modo significativo, o tema principal 30. Ver João 15:5.

126 SESSÃO DA TARDE DE DOMINGO

 Presidente Russell M. Nelson
Presidente de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos
dos Últimos Dias
A resposta é sempre
Jesus Cristo
A despeito das perguntas ou dos problemas que
vocês tenham, a resposta é sempre encontrada
na vida e nos ensinamentos de Jesus Cristo.
Meus queridos irmãos e irmãs, fomos
nutridos espiritualmente nestes dois
últimos dias. A música apresentada
pelo coro foi magnífica. Todos os que
discursaram foram instrumentos nas
mãos do Senhor. Oro para que bus-
quem o Espírito Santo a fim de guiá-­
los em seu estudo ao contemplarem
as verdades ensinadas neste púlpito.
Elas verdadeiramente foram enviadas
do céu.
Daqui a uma semana, será o
domingo de Páscoa. Essa é a obser-
vância religiosa mais importante
para os seguidores de Jesus Cristo. A
principal razão pela qual celebramos
o Natal é a Páscoa. A lição do Vem, e
Segue-­Me desta semana vai motivá-­los
a estudar a entrada triunfal do Salva-
dor em Jerusalém, a purificação do
templo, Seu sofrimento no Jardim do
Getsêmani, Sua Crucificação, Sua glo-
riosa Ressurreição e Suas subsequen-
tes aparições a Seus seguidores.1
Apreciem esses versículos sagrados
e encontrem todas as maneiras possí-
veis de agradecer a nosso Pai Celestial
por nos enviar Seu Filho Unigênito.2
Graças a Jesus Cristo, podemos nos
arrepender e ser perdoados de nossos
pecados. Graças a Ele, cada um de
nós ressuscitará.
Convido-­os também a estudar
novamente o relato da aparição do
Salvador aos nefitas nas Américas,
conforme registrado em 3 Néfi. Não
muito antes dessa aparição, Sua voz
foi ouvida entre o povo, incluindo
estas palavras de súplica:
“Não volvereis a mim agora,
arrependendo-­vos de vossos pecados
e convertendo-­vos, para que eu vos
cure?
(…) Eis que meu braço de mise-
ricórdia está estendido para vós e
aquele que vier, eu o receberei”.3
Queridos irmãos e irmãs, Jesus
Cristo faz o mesmo convite a vocês
hoje. Eu suplico a vocês que se ache-
guem a Ele para que Ele possa curá-­los!
Ele vai curá-­los do pecado à medida
que se arrependerem. Ele vai curá-­los
da tristeza e do medo. Ele vai curá-­los
das feridas deste mundo.
A despeito das perguntas ou dos pro-
blemas que vocês tenham, a resposta é
sempre encontrada na vida e nos ensi-
namentos de Jesus Cristo. Aprendam
mais sobre Sua Expiação, Seu amor, Sua
misericórdia, Sua doutrina e sobre Seu
evangelho restaurado de cura e pro-
gresso. Voltem-­se a Ele! Sigam-­No!
Jesus Cristo é a razão pela qual cons-
truímos templos. Cada um deles é Sua
santa casa. Fazer convênios e receber
MAIO DE 2023 127
ordenanças essenciais no templo, bem
como ali procurar se aproximar Dele,
abençoará sua vida de maneiras que
nenhum outro tipo de adoração pode
abençoar. Por esse motivo, estamos
fazendo tudo o que está ao nosso
alcance para tornar as bênçãos do tem-
plo mais acessíveis aos nossos mem-
bros em todo o mundo. Hoje, sinto-­me
grato por anunciar nossos planos para
a construção de um novo templo em
cada um dos seguintes locais:

• Retalhuleu, Guatemala
• Iquitos, Peru
• Teresina, Brasil
• Natal, Brasil
• Tuguegarao City, Filipinas
• Iloilo, Filipinas
• Jacarta, Indonésia
• Hamburgo, Alemanha
• Lethbridge, Alberta, Canadá
• San Jose, Califórnia
• Bakersfield, Califórnia
• Springfield, Missouri
• Charlotte, Carolina do Norte
• Winchester, Virgínia
• Harrisburg, Pensilvânia

Meus queridos irmãos e irmãs,

presto testemunho de que Jesus Cristo
dirige os assuntos de Sua Igreja. Tes-
tifico que segui-­Lo é a única maneira
de obter felicidade duradoura. Sei que
Seu poder está sendo derramado sobre
Seu povo que cumpre convênios, que
está “[armado] com retidão e com o
poder de Deus, em grande glória”.4
Presto testemunho dessas coisas com
meu amor e minha bênção a cada um
de vocês, no sagrado nome de Jesus
Cristo, amém. ◼
NOTAS
1. Ver Vem, e Segue-­Me — Estudo Pessoal e
Familiar: Novo Testamento 2023, pp. 57–60.
2. Ver João 3:16.
3. 3 Néfi 9:13–14.
4. 1 Néfi 14:14.

128 SESSÃO DA TARDE DE DOMINGO

Relatório estatístico
de 2022
Para a informação dos membros da Igreja, a Primeira Presidência divulgou o
seguinte relatório estatístico referente ao crescimento e à situação da Igreja até
31 de dezembro de 2022:

UNIDADES DA IGREJA

Estacas 3.521

Missões 411

Distritos 517

Alas e ramos 31.330

MEMBROS DA IGREJA

Número total de membros 17.002.461

Novas crianças registradas durante 2022 89.059

Conversos batizados durante 2022 212.172

MISSIONÁRIOS

Missionários de proselitismo de tempo

62.544
integral

Missionários seniores de serviço da Igreja 27.070

Jovens missionários de serviço da Igreja 2.736

MAIO DE 2023 129

Novos chamados
Élder Ahmad S. Corbitt
Setenta autoridade geral
O élder Ahmad S. Corbitt diz que a oportunidade de
ministrar em todo o mundo como conselheiro na presi-
dência geral dos Rapazes ajudou a trazer para seu novo
chamado “uma capacidade maior de ouvir as orienta-
ções e instruções proféticas e apostólicas com muito
mais cuidado e fé”.
Chamado para servir na presidência geral dos Rapa-
zes em abril de 2020, o élder Corbitt passou os últimos
três anos trabalhando com outros líderes dos jovens
para fortalecer a nova geração e convidá-­los a participar
ativamente no trabalho de salvação e exaltação.
“Acho que meu senso de urgência para fortalecer a
nova geração nunca diminuirá”, disse ele. “Eles serão
melhores líderes do que nós porque terão crescido com
oportunidades de fazer o trabalho de salvação e exalta-
ção de maneiras mais elevadas e sagradas.”
Ahmad Saleem Corbitt, 60 anos, nasceu em 16 de
agosto de 1962, filho de James Earl Corbitt e Amelia Cor-
bitt, na Filadélfia, Pensilvânia, EUA. Em seu aniversário
de 18 anos, Ahmad se filiou à Igreja, seguindo sua mãe
e alguns irmãos às águas do batismo. Seu padrasto foi
batizado no ano seguinte.
Depois de frequentar o Ricks College (agora Univer-
sidade Brigham Young–Idaho) e servir na Missão Porto
Rico San Juan, de 1982 a 1984, ele conheceu Jayne Joslin
durante uma caravana de jovens adultos solteiros ao
templo. Eles se casaram em agosto de 1985, no Templo
de Washington D.C. O casal tem seis filhos.
O élder Corbitt é formado pela atual Universidade
Stockton em Nova Jersey e pela Faculdade de Direito
da Universidade Rutgers. Serviu como presidente da
Missão República Dominicana Santo Domingo Leste,
presidente de estaca, conselheiro em duas presidências
de estaca e sumo conselheiro.
Trabalhou como advogado, em relações públicas e
governamentais, como diretor do Escritório de Assuntos
Públicos e Internacionais da Igreja em Nova York e como
especialista de missão da área. ◼
130 193ª CONFERÊNCIA GERAL ANUAL
Élder Robert M. Daines
Setenta autoridade geral
O élder Robert M. Daines trabalhava como professor
de direito e negócios na Universidade Stanford quando
foi chamado para servir como professor do seminário
diário.
Como era membro da Igreja desde pequeno, o élder
Daines conhecia o evangelho, mas algo sobre o chamado
o motivou a estudar as escrituras como nunca antes. Sua
esposa, Ruth, disse que muitas vezes ele ia dormir cedo
e se levantava às quatro horas, porque precisava de três
horas para se preparar para a aula diária com 15 alunos.
“Algumas pessoas têm talento; outras têm que correr
atrás”, disse ele. “Estou na categoria ‘é melhor correr’.”
O élder Daines disse que estudou atentamente as
escrituras por horas todos os dias porque queria conhe-
cer e sentir o amor do Salvador e depois ajudar seus
alunos a fazer a mesma conexão. A experiência de uma
década teve um impacto vigoroso em sua fé e em seu
testemunho.
“Sinto que fui verdadeiramente convertido e aprendi
a conhecer Jesus Cristo quando servi como professor
do seminário em Palo Alto, Califórnia”, afirmou o élder
Daines, apoiado como novo setenta autoridade geral
durante a Conferência Geral de Abril de 2023.
Robert Merrill Daines nasceu em Bloomington,
Indiana, EUA, em 28 de julho de 1964, filho de Robert
Henry Daines III e Janet Lundgren Daines. Cresceu em
Provo, Utah, e se casou com Ruth Ann Glazier no Tem-
plo de Salt Lake, em dezembro de 1988. Eles têm cinco
filhos.
O élder Daines graduou-­se na Universidade Brigham
Young antes de se formar em direito na Universidade
Yale. Trabalhou como advogado associado na Goldman
Sachs e depois foi professor na Universidade de Nova
York e em Yale. Nas últimas duas décadas, o élder Daines
trabalhou como reitor associado e professor ‘Pritzker’ de
direito e negócios na Universidade Stanford.
O élder Daines serviu como missionário de tempo
integral na Missão Suíça Zurique. Outros chamados da
Igreja incluem presidente de estaca, sumo conselheiro,
bispo e líder do berçário. Ele servia como presidente de
estaca na época de seu chamado. ◼
 Élder J. Kimo Esplin
Setenta autoridade geral
Poucos meses depois de sua missão, o élder J. Kimo
Esplin sofreu um acidente de carro que matou seu pai.
Apenas alguns meses depois, com sua mãe sentada ao
lado dele, seu carro foi atingido por trás. O veículo capo-
tou, e sua mãe e sobrinha faleceram.
Apesar das tragédias e tristezas que vivenciou, o
élder Esplin se considera abençoado. Ele atribui esse
sentimento ao Senhor, à Sua bondade e às Suas ternas
misericórdias.
“A vida tem sido boa”, disse ele.
Um de seus ditados favoritos é: “O Senhor não está
fazendo isso com você; Ele está fazendo isso por você”.
Após a morte de seus pais, suas irmãs mais velhas jun-
taram dinheiro e o enviaram para estudar no exterior, no
Centro da Universidade Brigham Young em Jerusalém.
Lá, ele conheceu Kaye Davis.
Os dois se tornaram bons amigos enquanto acam-
pavam em grupo no deserto do Sinai, trabalhavam em
plantações de banana e estudavam juntos o Velho e o
Novo Testamentos.
Depois de voltarem para Provo, Utah, começaram a
namorar. Eles se casaram no Templo de Salt Lake em
dezembro de 1985. O casal tem oito filhos.
Jon Ross Kimo Esplin nasceu em 18 de agosto de 1962,
em Kahuku, Havaí, EUA. Ele era o caçula — e único
menino — dos oito filhos de Ross S. e Olive Ora Moody
Esplin.
O élder Esplin graduou-­se em contabilidade pela Uni-
versidade Brigham Young em 1987. Depois de se mudar
com a família para Chicago, Illinois, começou sua car-
reira no setor bancário de investimentos e fez mestrado
em administração de empresas.
Quando o élder Esplin se tornou vice-­presidente exe-
cutivo e diretor financeiro da Huntsman Corporation, a
família se mudou por um curto período para a Bélgica,
antes de se estabelecer em Cottonwood Heights, Utah.
O élder Esplin, que era setenta de área na época de
seu chamado como setenta autoridade geral, serviu
como presidente de missão nas Missões Japão Tóquio e
Japão Tóquio Sul. Quando jovem, serviu como missio-
nário de tempo integral na Missão Japão Kobe. Serviu
também como presidente de estaca, sumo conselheiro
e bispo. ◼
Élder Christophe G.
Giraud-­Carrier
Setenta autoridade geral
Ao iniciar a vida adulta, o élder Christophe G. Giraud-­
Carrier tinha grandes planos — começar a faculdade,
obter uma prorrogação do curso de graduação a fim de
servir missão de tempo integral, casar-­se com sua namo-
rada de juventude e depois começar a vida familiar e sua
profissão como engenheiro na França, sua terra natal.
A missão e o casamento ocorreram conforme plane-
jado, mas as outras expectativas não. Uma transferência
para a Universidade Brigham Young (BYU) ocorreu em
vez da prorrogação do curso, que foi seguida pelo desejo
de lecionar em nível universitário. Posições em univer-
sidades na França eram escassas para pessoas formadas
fora do país, por isso, criar uma família, ter uma carreira
diferente e servir na Igreja ocorreu em diferentes países
e no tempo do Senhor.
“O simples fato de que pouquíssimas coisas acon-
teceram da maneira que planejamos nos fez perceber
que, se deixarmos o Senhor fazer o que Ele deseja e nos
direcionar, lá será o lugar onde Ele quer que estejamos
e onde poderemos servir”, disse o élder Giraud-­Carrier.
“Isso nos ajudou a aprender a confiar Nele, a confiar que
Ele pode fazer de nossa vida mais do que nós mesmos
poderíamos.”
Christophe Gérard Giraud-­Carrier nasceu em 21
de janeiro de 1966, em Lyon, França, filho de Gérard
Giraud-­Carrier e Annie Giraud-­Carrier. Após seu ser-
viço missionário de tempo integral na Missão Canadá
Montreal, casou-­se com Isabelle Sophie Mauclair em
julho de 1988, em Cholet, França. Eles foram selados três
dias depois no Templo de Berna Suíça. O casal tem oito
filhos.
Depois de concluir o bacharelado, mestrado e dou-
torado em ciência da computação pela BYU, o élder
Giraud-­Carrier trabalhou como palestrante sênior na
Universidade de Bristol, na Inglaterra, e como gerente
sênior da ELCA Informatique, na Suíça, antes de passar
19 anos como professor de ciência da computação na
BYU.
Na época de seu chamado como setenta autoridade
geral, o élder Giraud-­Carrier servia como presidente da
estaca Provo Utah 16 para jovens adultos solteiros. Os
chamados anteriores na Igreja incluem o serviço como
presidente da Missão França Lyon, sumo conselheiro
e bispo. ◼
MAIO DE 2023 131
 Élder Alan T. Phillips
Setenta autoridade geral
Desde bem jovem, o élder Alan T. Phillips sentia que a
Igreja era verdadeira, mas desejava um testemunho mais
pessoal do Salvador antes de embarcar no serviço mis-
sionário de tempo integral.
“Jejuei, orei e fui a um bosque”, disse ele. “Eu espe-
rava uma resposta grandiosa.”
Então, numa semana, quando sua família estava fora
cumprindo uma designação, ele assistiu à reunião sacra-
mental sozinho.
“Eu não estava buscando. Eu estava lá, me prepa-
rando para o sacramento e cantando com a congrega-
ção”, disse ele. “Pela primeira vez, as palavras e a noção
de que ‘Cristo na cruz se deixou pregar; pagou minha
dívida’1 simplesmente saltaram aos meus ouvidos e
entraram em meu coração. Senti a realidade Dele em
relação a mim, não mais como um conceito, não mais
como algo abstrato. Ele foi, naquele momento, meu
Salvador.”
Mais tarde, o élder Phillips orou agradecendo ao Pai
Celestial e prometendo-­Lhe que seria fiel pelo resto de
sua vida àquele conhecimento recém-­adquirido que
Deus lhe dera.
Foi naquele momento que ele recebeu a confirmação
da veracidade do Salvador. Ele disse que todo o restante
de seu testemunho foi edificado a partir daquele “ali-
cerce seguro” (Helamã 5:12).
Alan Thomas Phillips nasceu em Kent, Inglaterra, em
junho de 1970, e cresceu em Buckinghamshire, Ingla-
terra. Casou-­se com Lindsey Iorg em julho de 2005, no
Templo de Mesa Arizona. Eles têm quatro filhos e são
membros da histórica Estaca Hyde Park, em Londres.
O élder Phillips se formou e fez mestrado pela Facul-
dade de Economia e Ciências Políticas de Londres.
Trabalhou para várias organizações de negócios, finan-
ças e educação, inclusive nos últimos quatro anos como
diretor acadêmico do Centro da Universidade Brigham
Young em Londres.
O élder Phillips serviu como missionário de tempo
integral na Missão Inglaterra Manchester. Serviu tam-
bém como conselheiro na presidência da Área Europa
Norte, setenta de área, presidente de estaca, conselheiro
na presidência da estaca, sumo conselheiro e conselheiro
no bispado. ◼
NOTA
1. “Assombro me causa”, Hinos, nº 112.
132 193ª CONFERÊNCIA GERAL ANUAL
Presidente Emily Belle
Freeman
Presidente geral das Moças
Muitas pessoas já devem estar familiarizadas com Emily
Belle Freeman como oradora, autora, podcaster e pro-
fessora. Mas, para aqueles que não a conhecem — e até
mesmo para aqueles que a conhecem —, a presidente
Freeman espera que a primeira coisa que saibam a res-
peito dela é que ela tem uma crença profunda e dura-
doura em Jesus Cristo.
“Foi por meio de experiências pessoais com Ele que
conheci o Pai Celestial e recebi revelação”, disse a pre-
sidente Freeman. “Esse tem sido o fator essencial em
minha vida — estar em Sua companhia por toda a vida.”
Ao começar seu trabalho como autora e podcaster, ela
se perguntou em que gostaria de se concentrar. A res-
posta foi: em testificar de Jesus Cristo e de Sua Expiação.
Ela nasceu em 31 de dezembro de 1969, em Boston,
Massachusetts, EUA, enquanto seu pai, McKinley McVi-
chie Oswald, frequentava a Universidade de Harvard.
A presidente Freeman disse que sua mãe, Leslie James
Oswald, era uma daquelas mulheres “com muita energia
e muito amor”.
A presidente Freeman, a mais velha de seis filhos,
cresceu em Sandy, Utah. Sua vida mudou durante o
último ano do Ensino Médio, quando seus pais foram
chamados para liderar a Missão Califórnia Ventura. Ela e
seus irmãos participaram de cada conferência de missão,
zona e estaca com seus pais. Depois do Ensino Médio,
ela saiu da Califórnia para estudar na Universidade
Brigham Young.
Quando Gregory Garth Freeman, que havia servido
na Missão Califórnia Ventura, voltou para casa em
Bountiful, Utah, seus líderes da missão lhe pediram que
fosse ouvir a filha deles em um de seus compromissos de
oratória em Utah. Emily e Gregory começaram a namo-
rar logo depois e se casaram em dezembro de 1989, no
Templo de Los Angeles Califórnia. Eles têm cinco filhos.
A presidente Freeman escreveu mais de uma dúzia
de livros e falou em várias conferências, workshops e
reuniões. Ela ensinou por muitos anos no Sistema Edu-
cacional da Igreja e serviu como professora do curso
Doutrina do Evangelho e como presidente das Moças e
da Sociedade de Socorro da ala. ◼
 Irmã Tamara W. Runia
Primeira conselheira na presidência
geral das Moças
Durante sua vida, a irmã Tamara (Tammy) W. Runia
teve vários chamados — instrutora da classe de escrituras
da estaca, conselheira na presidência da Sociedade de
Socorro da estaca, líder com seu marido na Missão Aus-
trália Sydney —, mas passou a maior parte de seu serviço
com as Moças.
“Adorei todos os chamados em que servi”, disse a irmã
Runia, que também serviu como presidente das Moças
da estaca. Ela acrescentou: “Tenho que dizer que me
sinto em casa com as Moças”.
A irmã Runia disse que já foi ao acampamento
das Moças mais de 20 vezes. Em um dos anos, até lhe
foi pedido que participasse como líder de torcida do
acampamento.
Ela quer que todas as moças saibam o quanto o Pai
Celestial as ama. Esse amor é “vasto como o céu, pro-
fundo como o oceano”, disse ela. E disse também: “O Pai
Celestial quer que todos voltem para casa”.
Ela disse que sentir essa conexão vai mudar a vida das
moças “porque tem mudado minha vida”.
A irmã Runia nasceu em 2 de março de 1961, em Con-
cord, Califórnia, EUA, filha de Vincent Alma Wood e Gail
Hilton Wood. Ela cresceu em Walnut Creek, Califórnia.
Ela era caloura na Universidade Brigham Young
estudando jornalismo quando conheceu R. Scott Runia.
Eles se casaram em maio de 1981, no Templo de Oakland
Califórnia. Eles têm sete filhos e agora moram em Provo,
Utah.
A irmã Runia foi apoiada durante a conferência geral
de abril como primeira conselheira na nova presidência
geral das Moças. Ela começará seu serviço em 1º de
agosto.
Além de seu serviço na Igreja, ela passou 20 anos na
junta da Food and Care Coalition em Provo, que fornece
recursos para pessoas sem-­teto e de baixa renda. ◼
Irmã Andrea Muñoz
Spannaus
Segunda conselheira na presidência
geral das Moças
Quando eram crianças, morando na Argentina, Andrea
Veronica Muñoz e sua irmã mais velha frequentaram
uma escola católica. Elas nunca tinham ouvido a res-
peito de outros ensinamentos religiosos até Andrea ter
9 anos. Foi então que os missionários santos dos últimos
dias começaram a ensinar sua família sobre o evangelho
restaurado.
Logo depois que os missionários terminaram a lição
e foram embora, a mãe de Andrea explicou que havia
mais de uma religião. Andrea perguntou à mãe qual
igreja ela achava que melhor representava Deus. Sua
mãe respondeu: “Acho que é esta” — A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias, sobre a qual os mis-
sionários tinham acabado de ensinar a eles.
Durante toda a vida, Andrea sempre “quis agradar
a Deus”, por isso se preocupou se deveria aceitar uma
nova fé. Porém, essa sensação durou apenas alguns
minutos e foi substituída pelo desejo de aprender mais
sobre a Igreja.
A família foi batizada, “e começamos uma nova vida”,
disse a irmã Spannaus. “Foi realmente maravilhoso o
modo como nossa vida familiar mudou para todos nós.”
Andrea Veronica Muñoz Spannaus nasceu em 18
de maio de 1968, em Buenos Aires, Argentina, filha de
Carlos Alberto Muñoz e Elida Menicucci. Ela cresceu
em Béccar, Argentina. Casou-­se com Alin Spannaus, no
Templo de Buenos Aires Argentina, em outubro de 1992.
O casal tem duas filhas.
A irmã Spannaus é formada em educação infantil
e também estudou arte e design de interiores. Atual-
mente, ela está servindo no conselho consultivo geral
da Sociedade de Socorro. Anteriormente, ela serviu no
Comitê da Conferência FSY da Área Sul da América do
Sul, no Comitê da Conferência Latino FSY Utah e com o
marido como líder da Missão México Cuernavaca.
Serviu também como presidente da Sociedade de
Socorro, das Moças e da Primária da ala, professora do
seminário matutino, consultora da ala de jovens adultos
solteiros de língua espanhola e missionária na Missão
Argentina Resistencia. ◼
MAIO DE 2023 133
 Irmão Bradley R. Wilcox
Primeiro conselheiro na presidência
geral dos Rapazes
Anos antes de servir como conselheiro na presidência
geral dos Rapazes, o irmão Bradley R. Wilcox e sua
esposa, Debi, enviaram seu relutante filho de 14 anos
para o FSY na Universidade Brigham Young.
Eles temiam que ele não tivesse “um pingo de espi-
ritualidade”. O rapaz voltou para casa diferente — mais
concentrado e sensível às coisas espirituais. Agora, anos
depois, ele está servindo no bispado e orientando os
jovens de sua própria ala.
Foi isso que o irmão Wilcox observou repetidas vezes
no verão passado, quando jovens santos dos últimos
dias em todo o mundo participaram das conferências do
FSY. Repetidamente, aqueles “que não tinham certeza se
queriam ir” voltaram para casa diferentes e melhores.
O irmão Wilcox — que servia como segundo conse-
lheiro na presidência geral dos Rapazes desde 2020 e
foi apoiado como primeiro conselheiro na Conferência
Geral de Abril de 2023 — disse que esse foi um momento
emocionante para servir aos jovens santos dos últimos
dias. As presidências gerais dos Rapazes e das Moças
estão frequentemente trabalhando juntas, e “as confe-
rências do FSY, assim como o guia e a revista Força dos
Jovens, estão alcançando mais jovens do que nunca”.
Bradley Ray Wilcox, 63 anos, nasceu em Provo, Utah,
EUA, em 25 de dezembro de 1959, filho de Ray T. Wilcox
e Val C. Wilcox. Foi criado em Provo, mas passou alguns
anos de sua infância na Etiópia.
Após servir missão de tempo integral em Viña del
Mar, Chile, o irmão Wilcox se casou com Deborah Gun-
nell no Templo de Provo Utah, em outubro de 1982. Eles
têm quatro filhos e moram em Provo, Utah.
O irmão Wilcox se formou e fez mestrado na Uni-
versidade Brigham Young, assim como doutorado em
educação na Universidade do Wyoming. Ele é professor
do Departamento de Escrituras Antigas na BYU. Desde
1985, ele dedica a maior parte de seus verões ao pro-
grama FSY da BYU.
O irmão Wilcox serviu como bispo, membro da pre-
sidência da estaca, presidente da Missão Chile Santiago
Leste e membro da junta geral da Escola Dominical. ◼
134 193ª CONFERÊNCIA GERAL ANUAL
Irmão Michael T. Nelson
Segundo conselheiro na presidência
geral dos Rapazes
Para o irmão Michael T. Nelson, seu tempo como pre-
sidente de missão confirmou que ensinar princípios
corretos àqueles que são da nova geração e depois
confiar neles produz os melhores resultados — tanto
para o trabalho missionário quanto para a vida de cada
missionário.
“Confiança é o mais importante. Nós aprendemos
a confiar neles”, afirmou o irmão Nelson a respeito de
seu trabalho com os missionários de tempo integral na
Missão Califórnia San Bernardino, onde a família Nelson
serviu na liderança da missão entre 1998 e 2001.
O irmão Nelson diz que aprender — e dar aos jovens
a oportunidade de liderar — continua sendo parte inte-
gral de seu serviço na Igreja e assim continuará em seu
novo chamado na presidência geral dos Rapazes. Nos
últimos três anos, o irmão Nelson serviu como secretário
executivo da presidência geral dos Rapazes. Nos dois
anos anteriores, ele serviu como membro do Conselho
Consultivo Geral dos Rapazes.
Michael Terry Nelson nasceu em 10 de junho de 1956,
em Salt Lake City, Utah, EUA, filho de Monte Cannon
e Viola Eliza Nelson, e cresceu na região de Salt Lake.
Após servir na Missão Chile Santiago, estudou comuni-
cações organizacionais na Universidade Brigham Young
e na Universidade de Utah. Em 1982, casou-­se com
Barbara Fluckiger no Templo de Jordan River. A família
Nelson morava em Sandy, Utah, antes de se mudar para
Wallsburg, Utah. O casal tem nove filhos.
O irmão Nelson é diretor financeiro de uma empresa
de investimentos e de imóveis comerciais e residenciais.
A família Nelson, com dois filhos que moram em casa,
também cuida de uma pequena fazenda em sua pro-
priedade familiar. Ser ativo e passar tempo ao ar livre
deve ser importante para os jovens da Igreja, diz o irmão
Nelson, assim como isso tem sido importante para sua
família.
O irmão Nelson serviu como presidente de estaca,
conselheiro na presidência da estaca, secretário exe-
cutivo da estaca, bispo e presidente dos Rapazes da
ala e da estaca. Em 1997, ajudou a levantar fundos e a
organizar as inscrições e a logística para o comboio de
carroções do sesquicentenário que recriou a jornada da
primeira companhia até o Vale do Lago Salgado. ◼
FOTOGRAFIA: JEFFREY D. ALLRED, DESERET NEWS
NOTÍCIAS DA IGREJA
Um olhar sobre os cinco anos de ministério do presidente
Russell M. Nelson como presidente da Igreja
Em seu primeiro discurso público
como o 17º presidente de A Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias, proferido há cinco anos, o pre-
sidente Russell M. Nelson voltou a
atenção para Jesus Cristo e foi além.
Ele disse: “O Senhor sempre ins-
truiu e sempre vai instruir e inspirar
seus profetas. O Senhor está ao leme.
Nós que fomos ordenados a prestar
testemunho de Seu santo nome em
todo o mundo continuaremos a pro-
curar conhecer Sua vontade e segui-­la”
(“Ao seguirmos adiante juntos”, Lia-
hona, abril de 2018, p. 6).
Receber revelação para guiar a Igreja
O presidente Nelson agiu sob a
orientação do Senhor ao viajar para
35 nações, ajustar a organização da
Igreja, usar a tecnologia para com-
partilhar o evangelho, liderar a Igreja
durante uma pandemia, fazer convi-
tes históricos e construir pontes de
entendimento.
Durante seu período como presi-
dente da Igreja, o presidente Nelson
falou a centenas de milhares de santos
dos últimos dias e se reuniu com reis,
presidentes e primeiros-­ministros. Ele
consolou as vítimas de crimes e outras
pessoas que sofrem, e aprofundou
seu relacionamento com os principais
líderes da National Association for
the Advancement of Colored People
(NAACP), recebendo um convite para
discursar na convenção da NAACP de
2019, em Detroit, Michigan, EUA.
Por revelação e com todo o apoio
da Primeira Presidência e do Quórum
dos Doze Apóstolos, ele também pôs
em prática várias mudanças nas nor-
mas da Igreja.
Sob sua liderança inspirada, os líde-
res santos dos últimos dias substituí-
ram o ensino familiar e as professoras
visitantes pela ministração; ajustaram
a programação das reuniões domini-
cais para acomodar o estudo do evan-
gelho centralizado no lar e apoiado
pela Igreja; e pediram aos membros
que utilizassem o nome completo e
correto da Igreja. A Igreja colocou
em vigor uma norma permitindo que
casais casados no civil sejam selados
no templo assim que estiverem pre-
parados; renomeou o acerto anual do
dízimo como declaração do dízimo; e
estabeleceu uma norma que permite
que as mulheres sirvam como teste-
munhas dos selamentos do templo e
que mulheres, jovens e crianças que
são membros dignos da Igreja sirvam
como testemunhas de batismos.
“Uma das coisas que o Espírito tem
repetidamente gravado em minha
mente desde que fui chamado como
presidente da Igreja é como o Senhor
está desejoso de revelar Sua mente
e Sua vontade”, disse o presidente
Nelson durante a Conferência Geral
de Abril de 2018 da Igreja (“Revelação
para a Igreja, revelação para nossa
vida”, Liahona, maio de 2018, p. 94).
Em 2020, a Igreja comemorou o
bicentenário da Primeira Visão de
Joseph Smith, não com uma grande
celebração, mas com os líderes da
Igreja convidando os membros em
todo o mundo a aprender a ouvir
melhor e com mais frequência a voz do
Senhor. Em um discurso da Conferên-
cia Geral de Abril de 2020, o presidente
Nelson apresentou uma proclamação
histórica: “A Restauração da Pleni-
tude do Evangelho de Jesus Cristo:
Uma Proclamação do Bicentenário ao
Mundo” (ver “Ouvir o Senhor”, Lia-
hona, maio de 2020, pp. 90–92).
Liderar a Igreja durante a Covid-­19
Com a experiência de um cirurgião
cardíaco pioneiro, mas principalmente
MAIO DE 2023 135
 Em agosto de 2022, o presidente
Nelson viajou para fora de Utah pela
primeira vez desde que a pandemia se
intensificou em março de 2020 para a
rededicação do renovado Templo de
Washington D.C.

Receber o Prêmio da Paz

Gandhi-­King-­Mandela
A Morehouse College, uma facul-
O presidente Russell M. Nelson e Derrick Johnson, presidente e CEO da NAACP, cumprimentam-se no dade historicamente negra na Geór-
Edifício Administrativo da Igreja em Salt Lake City, em maio de 2018. À esquerda está o reverendo gia, EUA, anunciou que daria seu
Amos C. Brown. primeiro Prêmio da Paz Gandhi-­King-­
Mandela ao presidente Nelson. A
instituição concedeu essa nova honra
como profeta do Senhor e líder de Sarah Jane Weaver, “Vídeo: President ao profeta, de 98 anos de idade, em 13
uma religião mundial, o presidente Nelson Talks about the ‘Painful’ Deci- de abril de 2023, durante a Assembleia
Nelson liderou a Igreja durante a sion to Close Temples amid Covid-­19”, Worldhouse Interfaith and Interdeno-
pandemia da Covid-­19 que começou Church News, 27 de julho de 2020, minational no Martin Luther King Jr.,
em 2020. thechurchnews.com). Ele disse: “O capela internacional em Atlanta.
A resposta dos Serviços Humanitá- lado positivo da pandemia foi encon- O prêmio recebe esse nome em
rios da Igreja à pandemia tornou-­se a trar maneiras de se envolver com os homenagem a Mahatma Gandhi,
maior ajuda até o momento na histó- santos dos últimos dias sem precisar Martin Luther King Jr. e Nelson Man-
ria da Igreja, com auxílio sendo forne- pegar um avião”. Por meio da tecnolo- dela. Ele é destinado, de acordo com
cido em mais de 150 países. gia, o presidente Nelson dirigiu-­se aos a instituição, a alguém que promova a
Em uma entrevista para o Church santos dos últimos dias na Venezuela paz e a transformação social positiva
News em maio de 2020, o presidente e na Europa, bem como na Califórnia por meios não violentos e use sua lide-
Nelson disse: “Mesmo em meio a e Oklahoma, nos EUA, e também no rança global para declarar paz, justiça,
nuvens de tristeza, pode-­se encontrar Canadá. Ele também falou aos jovens diversidade e pluralismo.
um lado bom em todas as coisas” (em adultos em todo o mundo. O presidente Nelson aceitou o
prêmio por vídeo, e o Tabernacle
Choir at Temple Square se apresentou
O presidente Russell M. Nelson conclui a cerimônia de assentamento da pedra angular do Templo de virtualmente.
Roma Itália, em março de 2019, e segura uma criança em Bancoque, Tailândia, em abril de 2018. Os cinco anos de ministério do pro-
feta são marcados por suas exortações
para amar e respeitar a todos. Em
um evento em 2018 comemorando o
40º aniversário da revelação de 1978
sobre as bênçãos do sacerdócio sendo
estendidas a membros dignos de
todas as raças, ele ensinou os santos
dos últimos dias a “erguer pontes de
cooperação em vez de paredes de
segregação” (“Building Bridges”, New
Era, agosto de 2018, p. 6). ◼

136 193ª CONFERÊNCIA GERAL ANUAL

O ministério dos apóstolos continua no
mundo inteiro
O élder David A. Bednar visitou a
Suíça, a Áustria, a Albânia e a Hungria
em outubro de 2022. Na Suíça, ele se
reuniu com diplomatas de alto escalão
da ONU e representantes de organi-
zações globais que colaboram com
a Igreja em projetos humanitários.
Nos outros países, ele se reuniu com
os membros, muitos dos quais foram
pioneiros na fé naquelas nações.
“Estamos interagindo com os san-
tos que estão estabelecendo o alicerce
da Igreja que durará por gerações”,
disse ele.
No dia 10 de novembro de 2022, o
élder Ronald A. Rasband participou
de uma transmissão ao vivo no Face-
book, direto do Centro de Visitantes
do Templo de São Paulo, na qual com-
partilhou seu testemunho do Salvador
Jesus Cristo.
“Lembrem-­se sempre de que Jesus
Cristo é o Rei dos reis. Ele é o Senhor
dos senhores e o Príncipe da Paz”,
testificou o élder Rasband.
Também em novembro, o élder
Gary E. Stevenson discursou no
Fórum de Religião do G20, em Bali,
Indonésia. Ele disse que as religiões
podem melhor ajudar a resolver os
problemas do mundo quando “elas
se mantêm fiéis aos seus princípios
fundamentais, ao mesmo tempo em
que são guiadas por mais luz e conhe-
cimento divinos”.
O presidente M. Russell Ballard,
presidente em exercício do Quórum
No alto: Presidente Dallin H. Oaks em um devocional à noite em Wilmette, Illinois, EUA. O élder Dieter F. Uchtdorf e a irmã Harriet Uchtdorf visitam
os membros da Igreja na Índia. O élder David A. Bednar se reúne com diplomatas das Nações Unidas e representantes de organizações mundiais
em Genebra, Suíça. O élder Quentin L. Cook cumprimenta membros da Igreja em Antananarivo, Madagascar.
dos Doze Apóstolos, falou aos mis-
sionários no Centro de Treinamento
Missionário da Cidade do México, em
dezembro de 2022, e testificou sobre o
“privilégio de declarar ao mundo que
Jesus Cristo é o Salvador e o Redentor
de toda a humanidade”.
Em dezembro de 2022, o élder
Jeffrey R. Holland visitou uma classe
do seminário na Califórnia, EUA, e
falou aos membros de língua espa-
nhola em oito estacas da região de
Ventura, Califórnia. Ele falou em
inglês e em espanhol. Exortou os
membros a se concentrarem na juven-
tude e pediu aos jovens e líderes na
congregação que fossem missionários
naquele momento, porque “Deus vive,
irmãos e irmãs, Deus vive. A Igreja é
verdadeira”.
O presidente Dallin H. Oaks,
primeiro conselheiro na Primeira
Presidência, falou aos membros e
amigos da Igreja em Illinois, Indiana
e Wisconsin, EUA, em 11 de fevereiro
de 2023. Ele falou na sede da estaca
em Wilmette, Illinois, com a reunião
sendo transmitida para 14 estacas. Na
noite seguinte, ele falou a cerca de
900 jovens e jovens adultos reunidos
na sede da estaca Rockford Illinois.
A reunião foi transmitida para outros
locais em Illinois, Indiana e Wisconsin.
Os membros e voluntários de
serviço da Igreja na Índia receberam
o élder Dieter F. Uchtdorf quando
visitou Nova Déli, Haiderabade
MAIO DE 2023 137
 e Bangalor de 6 a 17 de fevereiro.
“Nós amamos a Índia e seu povo”,
exclamou o élder Uchtdorf. “Fica-
mos profundamente emocionados e
impressionados.”
O élder Quentin L. Cook ensinou
os santos em Madagascar, Zâmbia e
Moçambique durante uma visita em
fevereiro. Mais de 500 pessoas que não
são membros da Igreja participaram de
uma conferência combinada de estacas
em Maputo, Moçambique, para ouvir o
apóstolo falar. “Como havia muitas pes-
soas que não eram membros de nossa
religião na reunião de domingo, adap-
tamos nossas mensagens para abordar
princípios doutrinários e deixar uma
visão geral do evangelho, apresentar o
significado dos profetas e edificar a fé
em Jesus Cristo e em Sua Expiação”,
explicou o élder Cook.
Em fevereiro, o élder D. Todd
Christofferson se reuniu com os mem-
bros em Gana, na Nigéria, Costa do
Marfim e Libéria durante uma visita
de 12 dias à Área África Oeste. A via-
gem incluiu uma reunião com o presi-
dente de Gana. Eles falaram sobre seu
enfoque comum na educação e ana-
lisaram os programas BYU–Pathway
Worldwide e Gathering Place.
O élder Dale G. Renlund visitou
Honduras, Belize, Panamá, Nicarágua
e Guatemala em fevereiro. Ele estava
acompanhado de sua esposa, Ruth.
Durante a visita, ele foi a um hospital
na Nicarágua, e a irmã Renlund aju-
dou com uma doação da Igreja de kits
de higiene e roupas para imigrantes
em Honduras.
No alto: Os líderes da Igreja de Papua-Nova Guiné se reúnem com o élder Ulisses Soares em Sydney, Austrália. O élder Gary E. Stevenson fala com Sua
Excelência Yenny Wahid no Fórum Inter-religioso do G20, em Bali, Indonésia. O élder Gerrit W. Gong cumprimenta pioneiros da Igreja em Puebla, México.
O élder Jeffrey R. Holland cumprimenta um professor do seminário em Ventura, Califórnia, EUA.
138 193ª CONFERÊNCIA GERAL ANUAL
Em março, o élder Neil L. Andersen
visitou o Brasil, onde se reuniu com
líderes cívicos importantes, visitou
o Templo de Brasília Brasil, que logo
será dedicado, e ensinou e testificou
aos membros, missionários e líderes
em todo o país. Durante a visita, ele
e a irmã Kathy Andersen se reuniram
com a primeira-­dama do Brasil.
Durante uma visita ao México,
em março, o élder Gerrit W. Gong
se reuniu com Adán Augusto López,
ministro do interior do México. López
é a segunda autoridade de mais alto
escalão do governo mexicano. Em
uma reunião na sede do Ministério
do Interior, o élder Gong falou sobre
os esforços da Igreja para edificar as
famílias no México. “Ao fazermos isso,
estamos contribuindo para o fortaleci-
mento da sociedade”, afirmou ele.
O élder Ulisses Soares incentivou
os membros da Igreja na Área Pací-
fico a manter o foco em Jesus Cristo.
“Quando focalizamos nossa vida no
Salvador Jesus Cristo e nos esforçamos
para viver Seu evangelho restaurado,
podemos sempre encontrar paz,
descanso e alegria em nossa jornada”,
disse ele em março, durante uma
visita à Nova Zelândia, Tonga e Fiji. ◼
A presidente Johnson e a presidente Cordon visitam a África

A s presidentes gerais das organizações da Sociedade de

Socorro e das Moças foram para a África oriental e central
em março a fim de se reunir com os santos dos últimos dias e
líderes governamentais e visitar locais humanitários. A presi-
dente geral da Sociedade de Socorro, Camille N. Johnson, e a
presidente geral das Moças, Bonnie H. Cordon, iniciaram sua
visita de ministração de nove dias em Nairóbi, Quênia.
A presidente Cordon viajou para Quênia, Uganda,
República Democrática do Congo e República do Congo.
“Conversamos com líderes governamentais que têm o desejo
de ajudar as famílias e ficamos muito impressionados com os
líderes que desejam seguir a Jesus Cristo”, disse a presidente
Cordon. “Como líderes religiosos, compartilhamos um objetivo
comum para ajudar a construir famílias, e isso tem sido
notável.”
A presidente Johnson viajou para o nordeste de Uganda
com o UNICEF (originalmente Fundo Internacional para Crian-
ças das Nações Unidas, atualmente Fundo das Nações Unidas
para Crianças) e se reuniu com os membros em Lubumbashi,
República Democrática do Congo. “Esse é um esforço que vai
além de nossos membros para atender às necessidades — as
necessidades humanitárias — das crianças do mundo, e nós
as encontramos. Foi glorioso”, disse a presidente Johnson
sobre a viagem com o UNICEF. “Foi algo emocionante e angus-
tiante ao mesmo tempo, mas saí de lá com esperança.” ◼

No alto: Bonnie H. Cordon, presidente geral das Moças,

reúne-se com os jovens santos dos últimos dias, suas famílias
e missionários em Brazzaville, República do Congo. Camille N.
Johnson, presidente geral da Sociedade de Socorro, brinca com um
grupo de crianças pequenas em uma área atingida pela seca no
nordeste de Uganda.

MAIO DE 2023 139

Relatório de 2022: Cuidar dos necessitados
O relatório anual de 2022 da Igreja sobre cuidar dos necessitados
mostra que esse trabalho incluiu mais de 1 bilhão de dólares em
despesas, 6,3 milhões de horas de trabalho voluntário e 3.692 projetos
humanitários em 190 países e territórios.
O dinheiro veio por meio do auxílio das ofertas de jejum, auxílio
humanitário, mercadorias distribuídas pelos armazéns do bispo e
lojas das Indústrias Deseret, e serviços como fazendas, instalações de
processamento de alimentos, aconselhamento dos Serviços Familiares
e centros de autossuficiência.
As maiores doações financeiras que a Igreja fez em 2022 incluem
32 milhões de dólares para o Programa Mundial de Alimentos (PMA) e
5 milhões de dólares para o programa mundial de nutrição da UNICEF,
que ajuda crianças desnutridas.
“Jesus sente ternura pelas crianças”, disse a presidente geral da
Sociedade de Socorro, Camille N. Johnson, quando a doação para o
PMA foi anunciada. “Ele chora ao vê-­las sentir fome. E Ele Se regozija
até com o menor esforço para ajudá-­las.”
Outras doações significativas foram de 5,1 milhões de dólares para
a Cruz Vermelha Americana (além de mais de 1 milhão de bolsas de
sangue doadas por santos dos últimos dias) e outros 5 milhões de
dólares para a Rotary International para serem investidos em vacinas
contra a poliomielite e vacinação materna e neonatal contra o tétano.
A Igreja também fez contribuições financeiras significativas para
ajudar o crescente número de pessoas afetadas por desastres naturais
e conflitos armados. Isso incluiu auxílio aos refugiados ucranianos;
sobreviventes do tsunami em Tonga; vítimas de tempestades no
Kentucky, na Flórida e na África do Sul; e vítimas de conflitos civis na
República Democrática do Congo.
“É impressionante ver o amor e o desejo de ajudar”, disse Julia,
membro da Igreja na Áustria que ajudou refugiados em vários países da
Europa oriental. “O coração das pessoas se aproximou uns dos outros.”
140 193ª CONFERÊNCIA GERAL ANUAL
A Igreja também ajudou a levar eletricidade para uma comunidade
Navajo em Utah, e os membros se uniram a sikhs em um projeto
de serviço nos Emirados Árabes Unidos. Os santos dos últimos dias
fizeram parceria com a NAACP em projetos de serviço comunitário
para mães em Memphis, Tennessee, EUA, e para os que precisam de
alimentos saudáveis em São Francisco, Califórnia. E as máquinas de
doação da campanha Seja a Luz do Mundo coletaram fundos para
comprar alimentos e outros itens para necessitados em 28 locais em
todo o mundo.
As 6,3 milhões de horas voluntárias doadas em 2022 incluíram
serviço em fazendas, pomares, fábricas de enlatados e lojas das Indús-
trias Deseret, missões para cuidar dos necessitados e limpeza após
desastres naturais.
Além dos 3.692 projetos humanitários, 16.285 novos projetos de
serviço foram organizados pelo ServirAgora.org, o portal de voluntá-
rios on-­line gratuito da Igreja, disponível em 14 países. A ferramenta
conecta as pessoas a oportunidades de serviço que atendam a seus
interesses e a sua localização.
O bispo presidente, Gérald Caussé, chamou o programa ServirA-
gora de “um movimento e uma maneira de vivermos nossos convê-
nios” que “abençoarão e fortalecerão [nossa] comunidade” (em “As
Bênçãos Virão: Benefícios da Implementação do ServirAgora”, vídeo,
ChurchofJesusChrist.org).
A Igreja também continuou suas iniciativas de responsabilidade
ambiental. Desde 2018, a sede da Igreja tem reduzido seu consumo
anual de água em aproximadamente 144 milhões de litros. Mais de
500 capelas em todo o mundo agora têm painéis solares. As Indústrias
Deseret processaram 73 milhões de produtos reciclados. E o Centro
de Impressão e Distribuição da Igreja reciclou quase 4 mil toneladas
de papel, metal, papelão e plástico. ◼
O profeta anuncia 15 novos templos
Durante a Conferência Geral de abril
de 2023, o presidente Russell M. Nel-
son anunciou templos nos seguintes
locais:
• Retalhuleu, Guatemala
• Iquitos, Peru
• Teresina, Brasil
• Natal, Brasil
• Tuguegarao City, Filipinas
• Iloilo, Filipinas
• Jacarta, Indonésia
• Hamburgo, Alemanha
• Lethbridge, Alberta, Canadá
• San Jose, Califórnia, EUA
• Bakersfield, Califórnia, EUA
• Springfield, Missouri, EUA
• Charlotte, Carolina do Norte, EUA
• Winchester, Virgínia, EUA
• Harrisburg, Pensilvânia, EUA
Nicarágua, Templo de Willamette Val- e derretimento de neve na praça
ley Oregon (EUA), Templo de Torreón do edifício dos escritórios da
México, Templo de Miraflores Guate- Igreja; início do novo trabalho de
mala Cidade da Guatemala, Templo pavimentação.
de Porto Vila Vanuatu e Templo de • Início da construção dos pavilhões
Heber Valley Utah (EUA). de experiência dos convidados e
nos três novos andares inferiores
Atualização sobre a reforma da Praça do anexo do templo, que incluirão
do Templo dois batistérios, salas de selamento,
O projeto de reforma do Templo vestiários e escritórios administrati-
de Salt Lake completou recentemente vos. ◼
seu terceiro ano. Em 2022, ocorreram
as seguintes obras principais:
• Impermeabilização e paisagismo na
Main Street Plaza.
• Instalação de vigas de concreto
armado sob os alicerces existentes
do templo.
• Instalação de conduítes de aque-
cimento para impermeabilização

O progresso nos novos templos

continua
Os seguintes templos foram dedi-
cados ou rededicados desde a última
conferência geral de outubro:

• O Templo de Hamilton Nova

Templo de San Juan Porto Rico
Zelândia foi rededicado em 17 de
outubro de 2022.
• O Templo de Quito Equador foi
dedicado em 20 de novembro.
• O Templo de Belém Brasil foi dedi-
cado em 20 de novembro.
• O Templo de San Juan Porto Rico
foi dedicado em 15 de janeiro de
2023.

O Templo de Richmond Virginia

será dedicado em 7 de maio.
Foi feita a abertura de terra para os
seguintes templos: Templo de Que-
rétaro México, Templo de Manágua

MAIO DE 2023 141

Cantores internacionais se unem ao Coro do Tabernáculo para a conferência
P ela primeira vez, os participantes que
moram fora dos Estados Unidos se
uniram ao Tabernacle Choir at Temple Square
durante a conferência geral.
O coro ampliou recentemente sua
missão de alcançar um público global, disse
o presidente do coro, Michael O. Leavitt,
que descreve o programa piloto como uma
progressão natural no crescimento do
coro. “Estamos nos desenvolvendo da única
maneira que sabemos, que é dando um passo
de cada vez — aprendendo, melhorando e
pedindo mais orientação ao Senhor”, disse
ele. “A cada passo, fica mais claro que isso
pode acontecer.”
Devido à rigorosa programação de ensaios
do coro, é exigido que os membros do coro
morem a menos de 160 quilômetros do
histórico tabernáculo em Salt Lake City. No
entanto, Leavitt disse que o programa piloto
abre as portas para que outras pessoas com
habilidades musicais excepcionais também se
envolvam de modo temporário.
Além de sua capacidade vocal, foi necessá-
rio que esses participantes de fora dos
Os participantes globais ouvem os membros do Coro do Tabernáculo cantarem “Deus vos guarde” como despedida após a conferência geral no domingo,
2 de abril de 2023, no Centro de Conferências em Salt Lake City, Utah.
142 193ª CONFERÊNCIA GERAL ANUAL
Estados Unidos demonstrassem profi-
ciência em teoria musical e inglês durante o
processo de seleção.
Os participantes internacionais partici-
param dos ensaios do coro, frequentaram a
escola do coro, visitaram vários locais históri-
Os selecionados para cantar com o coro cos da Igreja e visitaram a Praça de Bem-­Estar
vieram de seis países: da Igreja, a Praça do Templo e o Armazém
Central do Bispo.
• Alvaro Jorge Martins, de Natal, Brasil,
Ao término da conferência geral, os mem-
barítono
bros do coro de Utah cantaram “Deus vos
• Rodrigo Domaredzky, de Curitiba, Brasil,
guarde” para os participantes visitantes como
barítono
despedida.
• Thalita de Carvalho, de São Paulo, Brasil,
O bispo Gérald Caussé expressou seu
segundo soprano
amor e gratidão pelos participantes globais.
• Tubo-­Oreriba Joseph Elisha, de Acra, Gana,
“Espero que, quando voltarem a seu país,
tenor
prestem testemunho dessa experiência e
• Jonathan How, de Kuala Lumpur, Malásia,
criem uma nova geração de cantores em todo
segundo tenor
lugar — por todo o mundo”, disse ele.
• Denisse Elorza Avalos, de Tijuana, México,
A experiência de duas semanas ajudou os
segundo soprano
participantes a sentir mais conexão e união
• Georgina Montemayor Wong, de Monter-
com a comunidade da Igreja. “Passamos
rey, México, segundo soprano
bastante tempo com o departamento de
• Ronald Baa, de Cagayan de Oro, Filipinas,
música da Igreja. Enquanto nos reuníamos
tenor
com eles, realmente senti que os líderes da
• Sundae Mae Indino, de Cagayan de Oro,
Igreja esperam que os santos dos últimos dias
Filipinas, primeiro soprano
em todo o mundo tenham uma experiência
• Pei-­Shan Chung (Kylie Zhong), de Taipei,
espiritual mais profunda por meio da música”,
Taiwan, primeiro contralto
disse Pei-­Shan Chung. ◼
Vem, e Segue-­Me
Ensinar, aprender e aplicar as
mensagens da conferência geral
Os quóruns de élderes e a Sociedade de Socorro desempenham um papel vital Ucrânia
no trabalho de salvação e exaltação. Durante as reuniões dominicais, eles deba-
tem como aplicar os ensinamentos contidos nas mensagens da última conferência geral a seus esforços nesse trabalho. As
presidências do quórum de élderes e da Sociedade de Socorro selecionam uma mensagem da conferência para aprender
durante cada reunião de domingo com base nas necessidades dos membros e na orientação do Espírito. Ocasionalmente,
o bispo ou o presidente da estaca também podem sugerir uma mensagem. Normalmente, os líderes devem escolher as
mensagens dos membros da Primeira Presidência e do Quórum dos Doze Apóstolos. Entretanto, qualquer mensagem da
conferência geral mais recente pode ser debatida.
Os professores se concentram em como ajudar os membros a aplicar à vida deles os ensinamentos contidos nas men-
sagens da conferência geral. Os líderes e os professores buscam maneiras de incentivar os membros a lerem a mensagem
selecionada antes da reunião.
Para mais informações sobre as reuniões do quórum de élderes e da Sociedade de Socorro, consulte o Manual Geral:
Servir em A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, itens 8.2.1.2 e 9.2.1.2, ChurchofJesusChrist.org.

Planejar o ensino
As perguntas a seguir podem ajudar os professores a planejar como utilizarão a mensagem da conferência geral para
ensinar. Quando necessário, os professores se aconselham com a presidência do quórum de élderes ou da Sociedade de
Socorro ao ponderarem sobre essas perguntas.

• Por que a presidência do quórum de élderes ou da Sociedade de

Socorro escolheu essa mensagem para debater? O que eles esperam
que os membros saibam e façam depois de debater essa mensagem?

• O que o orador ou a oradora quer que os membros compreendam?

Quais princípios do evangelho estão sendo ensinados? Como esses
princípios se aplicam a meu quórum ou à Sociedade de Socorro?

• Quais escrituras o orador ou a oradora usa para reforçar sua mensa-

gem? Há outras escrituras que os membros podem ler para aumen-
tar sua compreensão? (Algumas escrituras podem ser encontradas
nas notas da mensagem ou no Guia para Estudo das Escrituras
[scriptures.ChurchofJesusChrist.org].)

• Que perguntas posso fazer para ajudar os membros a refletir sobre a

mensagem e aplicar os ensinamentos contidos nela? Que perguntas
vão ajudá-­los a ver a relevância desses ensinamentos para sua vida,
para a vida de seus familiares e para o trabalho do Senhor?

• O que posso fazer para convidar o Espírito a estar presente em nossa

reunião? O que posso usar para enriquecer o debate, incluindo
histórias, analogias, músicas ou obras de arte? O que o orador ou a
oradora fez para ajudar os membros a entender sua mensagem?

• O orador ou a oradora fez algum convite? Como posso ajudar os

membros a sentirem o desejo de agir de acordo com o que foram
convidados a fazer?

MAIO DE 2023 143

 Ideias de atividades
Há muitas maneiras pelas quais os professores podem ajudar os membros
a aprender com as mensagens da conferência geral e aplicá-­las. Veja alguns
exemplos. Os professores podem ter outras ideias que possam ser mais
adequadas a seu quórum de élderes ou à Sociedade de Socorro.

África do Sul

• Aplicar as verdades à nossa vida. • Compartilhar declarações da mensagem.

Peça aos membros que examinem a mensagem da con-
ferência e identifiquem verdades que possam ajudá-­los
a realizar o trabalho que Deus lhes deu individualmente
ou como quórum de élderes ou Sociedade de Socorro.
Por exemplo, o que aprendemos que pode nos ajudar
como ministradores, pais ou membros missionários?
Como essa mensagem influencia nossos pensamentos,
sentimentos e ações?
• Debates em grupos.
Divida os membros em grupos pequenos e peça a eles
que leiam e debatam uma parte diferente de uma men-
sagem da conferência. Depois, peça a cada grupo que
compartilhe uma verdade que encontraram e como ela
se aplica a eles. Ou você pode criar grupos de membros
que estudaram diferentes seções da mensagem e deixá-­
los compartilhar uns com os outros o que encontraram.
• Procurar respostas para as perguntas.
Convide os membros a responderem a perguntas como
as seguintes sobre a mensagem da conferência: Que
verdades do evangelho encontramos nessa mensagem?
Como podemos aplicar essas verdades? Que convites
foram feitos e que bênçãos foram prometidas? O que
essa mensagem nos ensina sobre o trabalho que Deus
quer que façamos? Ou elabore algumas perguntas que
incentivem os membros a pensar profundamente sobre
a mensagem ou sobre como aplicar as verdades que ela
ensina. Permita que os membros selecionem uma des-
sas perguntas e encontrem respostas na mensagem.
Convide os membros a compartilhar declarações de uma
mensagem da conferência que os inspirem a cumprir
suas responsabilidades no trabalho de salvação e exalta-
ção. Incentive-­os a pensar em como eles podem compar-
tilhar essas declarações para abençoar alguém, incluindo
seus familiares e as pessoas a quem ministram.
• Compartilhar uma lição com objetos.
Com antecedência, convide alguns membros a trazer
objetos de casa que possam ser usados para ensinar a
mensagem da conferência. Durante a reunião, peça aos
membros que expliquem como esses objetos se relacio-
nam com a mensagem e como a mensagem se aplica à
vida deles.
• Preparar uma aula para ensinar no lar.
Peça aos membros que, em dupla, planejem uma aula
para a noite familiar com base em uma mensagem da
conferência. Eles podem responder a perguntas como
estas: Como podemos tornar a mensagem relevante
para nossa família? Como podemos compartilhar essa
mensagem com as pessoas a quem ministramos?
• Compartilhar experiências.
Leiam juntos várias passagens de uma mensagem da
conferência. Peça aos membros que compartilhem
exemplos das escrituras e da vida deles para ilustrar ou
reforçar a doutrina ensinada nessas passagens.
• Encontrar uma frase.
Peça aos membros que encontrem em uma mensagem
da conferência frases que sejam significativas para eles.
Convide-­os a compartilhar as frases e o que aprenderam
com elas. Peça-­lhes que compartilhem como esses ensi-
namentos os ajudam a realizar a obra do Senhor. ◼

Para mais ideias sobre como estudar e ensinar com as mensagens da conferência geral, ver “Ideias para ensinar e apren-
der por meio da conferência geral”. (Clique em “Ideias para estudo” em “Conferência Geral” na Biblioteca do Evangelho.)

144 193ª CONFERÊNCIA GERAL ANUAL

 O MAIOR NO REINO, DE J. KIRK RICHARDS, REPRODUÇÃO PROIBIDA
“Pensem por um momento no que Jesus deve ter sentido enquanto humildemente lavava os pés de Seus discípulos,
sabendo que um deles O trairia naquela mesma noite. (…) O Salvador, apesar de estar sob excessiva tristeza e estresse,
ensinou-­nos por meio de Seu exemplo que ‘a caridade é sofredora, é benigna; (…) não é invejosa; (…) não trata com
leviandade, não se ensoberbece, não trata com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita [e] não suspeita
mal’ (1 Coríntios)”.
— Élder Ulisses Soares, “Seguidores do Príncipe da Paz”
“A mensagem do Salvador é clara: Seus verdadeiros discípu-
los edificam, elevam, incentivam, persuadem e inspiram; por
mais difícil que seja a situação”, ensinou o presidente Russell
M. Nelson durante a Conferência Geral Anual nº 193 da Igreja.
“Os verdadeiros discípulos de Jesus Cristo são pacificadores.”