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A Liahona
MATÉRIA DA CAPA:
Paternidade — o
Maior Desafio do
Mundo, p. 2
Como Responder
a: Os Mórmons
São Cristãos? p. 36
A Escolha de um
Herói, p. A14
A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS • OUTUBRO DE 2005
A Liahona
P A R A O S A D U LT O S
2 Mensagem da Primeira Presidência: Mil Laços de Amor
Presidente James E. Faust
8 Fortalecendo a Família: Como Parceiros Iguais
10 Prestar Testemunho Élder Jay E. Jensen
14 Pérolas Polinésias Richard M. Romney
25 Mensagem das Professoras Visitantes: Regozijar-se no
NA CAPA
Fotografia de Christina
Conhecimento da Família Eterna
Smith, posada por modelos. 26 As Chaves do Sacerdócio Élder Russell M. Nelson
34 Mensagens de Doutrina e Convênios: Quão Grande Será Vossa
Alegria Élder Rodrigo Myrrha
44 Vozes da Igreja
O Coração Cheio de Compaixão Juan Aldo Leone
Cervos na Estrada Arlene Housman
Sem Condições de Pagar o Dízimo? Ana Cristina Merino Rivas
“Proibido para Mórmons” Nome Omitido
48 Comentários
PA R A O S J O V E N S
CAPA DE O AMIGO 22 Perguntas e Respostas: “Como posso ajudar a incentivar minha
Ilustrado por Taia Morley. família a realizar a noite familiar, a oração familiar e o estudo das
escrituras em família?”
31 Perseverar após a Conversão Vaclava Svobodova
36 Você É Mórmon? Ana Lee Graniela López
40 Mergulhar no Seminário Adam C. Olson
O A M I G O : PA R A A S C R I A N Ç A S
A2 Vinde ao Profeta Escutar: Perdoe
Presidente Gordon B. Hinckley
A4 Tempo de Compartilhar: Escolherei Sempre o Que É Certo
Margaret Lifferth VER “MERGULHAR
NO SEMINÁRIO”,
A6 Da Vida do Presidente David O. McKay: PÁGINA 40
Uma Oração por Lou Jean
A8 De um Amigo para Outro: O Evangelho Nos Faz Felizes
Élder Jean A. Tefan
A10 Música: A Verdade Restaurada Alan L. Jones Jr. E
Ludwig van Beethoven
A11 Boas Escolhas Julie Wardell
A12 Meus Padrões do Evangelho –
Marcador de Livros
VER “MEU ÍDOLO”, A14 Meu Ídolo Kimberly Webb
PÁGINA A14
Outubro de 2005 Vol. 58 Nº. 10 COMO UTILIZAR A LIAHONA
A LIAHONA 25990 059
Publicação oficial em português d’A Igreja de Jesus Cristo
Idéias para a
dos Santos dos Últimos Dias.
A Primeira Presidência: Gordon B. Hinckley,
Thomas S. Monson, James E. Faust.
Quórum dos Doze: Boyd K. Packer, L. Tom Perry,
Noite Familiar
Russell M. Nelson, Dallin H. Oaks, M. Russell Ballard,
Joseph B. Wirthlin, Richard G. Scott, Robert D. Hales,
Jeffrey R. Holland, Henry B. Eyring, Dieter F. Uchtdorf,
David A. Bednar
Editor: Jay E. Jensen
Consultores: Monte J. Brough, Gary J. Coleman,
Yoshihiko Kikuchi
Diretor Gerente: David L. Frischknecht
Diretor Editorial e de Planejamento: Victor D. Cave
Diretor Gráfico: Allan R. Loyborg Esta página pode ajudá-lo morreu tão infeliz. Leia em voz
Diretor Editorial das Publicações: Richard M. Romney
Gerente Editorial: Marvin K. Gardner a usar A Liahona para refor- alta o último parágrafo e preste
Equipe Editorial: Collette Nebeker Aune, Susan Barrett,
Shanna Butler, Ryan Carr, Linda Stahle Cooper, LaRene çar seu ensino em casa e testemunho a respeito da paz
Porter Gaunt, Jenifer L. Greenwood, R. Val Johnson, Carrie
Kasten, Melvin Leavitt, Sally J. Odekirk, Adam C. Olson, na sala de aula. que o perdão proporciona.
Judith M. Paller, Vivian Paulsen, Don L. Searle, Rebecca M.
Taylor, Roger Terry, Janet Thomas, Paul VanDenBerghe, “As Chaves do Sacerdócio”, Dê a cada membro da família um
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Julie Wardell, Kimberly Webb
Gerente Gráfico da Revista: M. M. Kawasaki página 26. Prepare uma licença que pedaço de cordão, para que se lembre
Diretor de Arte: Scott Van Kampen
Gerente de Produção: Jane Ann Peters
Equipe de Diagramação e Produção: Howard G.
autorize um privilégio especial para de perdoar.
Brown, Thomas S. Child, Reginald J. Christensen, Kathleen
Howard, Denise Kirby, Tadd R. Peterson, Randall J. Pixton,
um membro da família. Apresente-o “Meu Ídolo”, página A14. Peça aos
Kari A. Todd, Claudia E. Warner
e discuta a importância de termos membros da família que falem o nome
Gerente Comercial: Larry Hiller
Diretor de Impressão: Craig K. Sedgwick
Diretor de Distribuição: Kris T Christensen
‘licença’ para fazer determinadas coi- de alguém a quem admirem, e que
A Liahona: sas. Leia a respeito do privilégio e digam por que admiram essa pessoa.
Diretor Responsável: Wilson R. Gomes
Produção Gráfica: Eleonora Bahia
Editor: Luiz Alberto A. Silva (Reg. 17.605)
das responsabilidades que a licença Como a garota dessa história percebeu
Tradução: Edson Lopes
Assinaturas: Cezare Malaspina Jr.
médica do Élder Russell M. Nelson que o cantor não poderia ser seu
© 2005 Intellectual Reserve, Inc. Todos os direitos deu a ele. Peça a cada membro da ídolo? Coloque em discussão quem
reservados.
O texto e o material visual encontrado n’ A Liahona família que use uma seção do artigo deve ser nosso ídolo. Leia uma escri-
podem ser copiados para uso eventual, na igreja ou no
lar, não para uso comercial. O material visual não pode ser para ensinar a respeito das chaves do tura que pode nos ajudar a decidir
copiado se houver qualquer restrição indicada nos créditos
constantes da obra. As dúvidas sobre direitos autorais
devem ser encaminhadas para Intellectual Property Office,
sacerdócio. Fale sobre como sua vida sobre quem devemos admirar. (Ver,
50 East North Temple Street, Salt Lake City, UT 84150,
USA; e-mail: cor-intellectualproperty@
é abençoada por aqueles que são por exemplo, 3 Néfi 27:27; Morôni
ldschurch.org.
portadores das chaves do sacerdócio. 7:16–17.)
A Liahona pode ser encontrada na Internet em vários
idiomas no site www.lds.org. Para vê-lo em inglês clique “Quão Grande Será Vossa
em “Gospel Library”. Para vê-lo em outro idioma clique
no mapa-múndi. Alegria”, página 34. Estudem juntos
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DE CENSURA DE DIVERSÕES PÚBLICAS, do D.P.F., D&C 18:13–16. Incentive os mem- TÓPICOS DESTA EDIÇÃO
sob nº 1151-P209/73 de acordo com as normas em
vigor. bros da família a compartilhar seus A = O Amigo Obra missionária, 34, 36,
“A Liahona” © 1977 d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos
dos Últimos Dias acha-se registrada sob o número 93 do sentimentos sobre esses versículos. Amizade, 44 A8
Livro B, nº 1, de Matrículas e Oficinas Impressoras de
Amor, 2 Oração, 22, A6
Jornais e Periódicos, conforme o Decreto nº 4857, de
9-11-1930. Impressa no Brasil por Prol Editora Gráfica –
Leia em voz alta a história do Élder
Arbítrio, A4 Padrões, A12, A14
Avenida Papaiz, 581 – Jd. das Nações – Diadema – Rodrigo Myrrha. Preste testemunho
SP – 09931-610 Ativação, 34 Palavra de Sabedoria, A8,
ASSINATURAS: A assinatura deverá ser feita pelo
telefone 0800-130331 (ligação gratuita); pelo e-mail
dos três princípios contidos na lista Compaixão, 44 A11
distribuicao@ldschurch.org; pelo Fax 0800-161441 que se encontra no final desse artigo. Conversão, 31, 34 Paternidade, 2, 8
(ligação gratuita); ou correspondência para a Caixa Postal
26023, CEP 05599-970 – São Paulo – SP.
“Você É Mórmon?”, página 36. Dízimo, 44 Perdão, A2
Preço da assinatura anual para o Brasil: R$ 18,00. Preço
Ensino, 1, 2, 10 Plano de Salvação, A4
do exemplar em nossa agência: R$ 1,80. Para Portugal –
Centro de Distribuição Portugal, Rua Ferreira de Castro,
Leia os primeiros seis parágrafos
Estudo das escrituras, 22 Polinésia, 14, 40, A8
10 – Miratejo, 2855-238 Corroios. Assinatura Anual: dessa história e pergunte aos mem-
10 Euros; Para o exterior: Exemplar avulso: US$ 3.00; Exemplo, 36, 44, A8, A14 Preparação, 26
Assinatura: US$ 30.00. As mudanças de endereço devem
ser comunicadas indicando-se o endereço antigo e o bros da família o que cada um faria Família, 2, 8, 22, 25 Primária, A4
novo.
Envie manuscritos e perguntas para: A Liahona,
em uma situação semelhante. Felicidade, A8 Professoras visitantes, 25
Room 2420, 50 East North Temple Street, Salt Lake City,
Pergunte-lhes como acham que a his- Filhos, 2, 8 Proteção, 44
UT 84150-3220, USA; ou mande e-mail para:
cur-liahona-imag@ldschurch.org História da Igreja, 14 Restauração, A10
“A Liahona”, um termo do Livro de Mórmon que significa
tória irá terminar. Coloque em discus-
História familiar, 25 Sacerdócio, 26
“bússola” ou “orientador”, é publicada em albanês, são como devemos responder a
alemão, armênio, búlgaro, cambojano, cebuano, chinês, Jesus Cristo, 44, A4 Seminário, 40
coreano, croata, dinamarquês, esloveno, espanhol,
estoniano, fijiano, finlandês, francês, grego, haitiano, hindi, respeito da Igreja. Pratique represen- Liderança, 26 Smith, Joseph, 25, A10
húngaro, holandês, indonésio, inglês, islandês, italiano,
japonês, letão, lituano, malgaxe, marshallês, mongol, tando a situação descrita nesse artigo. Mestre familiar, 7, 34 Templos e ordenanças do
norueguês, polonês, português, quiribati, romeno, russo, Mídia, A14 templo, 14, 25
samoano, sinhala, sueco, tagalo, tailandês, taitiano, tâmil, “Perdoe”, página A2: Conte a his-
tcheco, télugo, tonganês, ucraniano, urdu e vietnamita. Noite familiar, 1, 22 Testemunho, 10, 31
(A periodicidade varia de uma língua para outra.) tória do camponês e coloque em dis-
cussão as razões pelas quais ele
MENSAGEM DA PRIMEIRA PRESIDÊNCIA
Mil Laços
de Amor
P R E S I D E N T E J A M E S E . FA U S T oportunidades oferecem maior potencial de
Segundo Conselheiro na Primeira Presidência alegria. Certamente não há trabalho mais
A
paternidade é o maior desafio do importante a ser feito neste mundo do que
mundo. Na verdade cada pai tem uma preparar nossos filhos para serem tementes
opinião diferente sobre o assunto, a Deus, felizes, honrados e produtivos. Os
mas são poucos os que afirmam ter todas as pais não encontrarão maior felicidade e rea-
respostas; e eu certamente não sou um deles. lização do que a de serem honrados por
Acho que atualmente há mais rapazes e seus filhos e vê-los seguir seus ensinamen-
moças notáveis entre o nosso povo do que tos. Essa é a glória da paternidade. João tes-
em qualquer outra época da minha vida. Por tificou: “Não tenho maior gozo do que este,
isso, é de se presumir que muitos desses o de ouvir que os meus filhos andam na
jovens excelentes tenham uma boa família e verdade”.3 Certamente não há
pais dedicados e responsáveis. Mesmo assim, Em minha opinião, ensinar, educar e trabalho mais impor-
até os pais mais conscienciosos sentem treinar os filhos exige mais inteligência, tante a ser feito
que talvez tenham cometido alguns erros. compreensão intuitiva, humildade, força, neste mundo do que
ESQUERDA: ILUSTRAÇÃO DE LINDA MATERN; DIREITA: FOTOGRAFIA DE BUSATH PHOTOGRAPHY
Lembro-me que uma vez agi com falta de sabedoria, espiritualidade, perseverança e preparar nossos
consideração e minha mãe exclamou: “Onde trabalho árduo do que qualquer outro desa- filhos para serem
foi que eu errei?!” fio na vida. Isso é ainda mais verdadeiro tementes a Deus,
O Senhor ordenou: “[Criem] vossos filhos quando os fundamentos morais da honra e felizes, honrados e
em luz e verdade”.1 Para mim, não há realiza- decência estão se corrompendo ao nosso produtivos.
ção humana mais importante. Ser pai ou mãe redor. Para termos lares bem-sucedidos, os
não é somente um grande desafio, um cha- valores precisam ser ensinados, é preciso
mado divino; é uma realização que exige con- haver regras e padrões, e é preciso haver
sagração. O Presidente David O. McKay crenças e valores absolutos incontestáveis.
(1873–1970) declarou que ser pai é “a mais Muitas comunidades dão aos pais pouco
séria responsabilidade dada ao ser humano”.2 apoio no que se refere a ensinar e honrar os
valores morais. Muitas culturas estão ficando
Um Grande Desafio essencialmente desprovidas de valores e
Embora poucos desafios humanos sejam muitos jovens nessas sociedades estão se
maiores do que o de ser bons pais, poucas tornando moralmente cínicos.
4
questão é que a disciplina dos filhos deve ser
movida mais pelo amor do que pelo castigo.
Brigham Young (1801–1877) aconselhou: “Se
em determinado momento vocês forem cha-
mados para castigar uma pessoa, jamais o
façam a ponto de exceder a eficácia do bál-
samo que possuem no próprio âmago, capaz
de curar os ferimentos”.6 A orientação e a dis-
ciplina certamente são parte indispensável da
educação dos filhos. Se os pais não disciplina-
rem os filhos, o poder público o fará, e de um
modo que não agradará os pais. Sem disci-
plina, os filhos não respeitarão as regras do
lar nem as da sociedade.
Um dos principais objetivos da disciplina é
ensinar a obediência. O Presidente David O.
McKay disse: “Quando os pais deixam de
ensinar os filhos a serem obedientes, e a
ma parte
U
família não promove a obediência, a socie- pais mostram, demonstram e explicam as coi-
dade a exige e consegue. Portanto é melhor sas aos filhos para que eles possam fazer o essencial de
educar os filhos no lar e ensinar-lhes a obe- que Leí ensinou, ou seja “agirem por si mes- ensinar os
diência com bondade e compreensão do que mos e não receberem a ação”?9 filhos a serem disci-
ser insensível e deixar que sejam disciplina- Luther Burbank, um dos maiores horticul- plinados e responsá-
dos pelos meios brutais e frios que a socie- tores do mundo, disse: “Se não déssemos veis é ensiná-los a
dade imporá, se essa obrigação não for mais atenção às nossas plantas do que aos trabalhar. Os melho-
cumprida no lar”.7 nossos filhos, estaríamos agora vivendo num res professores
verdadeiro matagal”.10 do princípio do
A Responsabilidade de Ensinar Os filhos também desfrutam do arbítrio trabalho são os
Uma parte essencial de ensinar os filhos a moral graças ao qual todos temos a oportuni- próprios pais.
serem disciplinados e responsáveis é ensiná- dade de progredir, crescer e desenvolver-nos.
los a trabalhar. Quando crescemos, muitos de Esse arbítrio também permite que os filhos
nós somos como o homem que disse: “Gosto façam a escolha alternativa que é o egoísmo,
do trabalho... ele me fascina. Posso sentar-me o desperdício, a complacência consigo mes-
e ficar olhando para ele horas a fio”.8 Mais mos e a autodestruição. Os filhos muitas
uma vez são os pais os melhores professores vezes já exercem esse arbítrio quando ainda
FOTOGRAFIA: ROBERT CASEY, POSADA POR MODELOS
6
devem ensinar? As escrituras nos dizem que os pais devem NOTAS
1. D&C 93:40.
ensinar aos filhos a “fé em Cristo, o Filho do Deus vivo, e 2. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: David O. McKay (2003),
[o] batismo e [o] dom do Espírito Santo” bem como “a p. 169.
3. III João 1:4.
doutrina do arrependimento”.14 Essas verdades devem 4. “Text of Mrs. Bush’s Speech”, Washington Post, 2 de junho de 1990,
ser ensinadas em casa. Elas não podem ser ensinadas na sec. C, p. 4.
5. I Timóteo 5:4.
escola nem serão patrocinadas pelo governo ou pela socie- 6. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Brigham Young (1997), p. 219.
dade. É claro que os programas da Igreja podem ajudar, 7. The Responsibility of Parents to Their Children (folheto, s. d.), p. 3.
8. Jerome Klapka Jerome, The International Dictionary of Thoughts
mas o melhor lugar para ensinar essas coisas com bons (1969), 782.
resultados é em casa. 9. 2 Néfi 2:26.
10. Em Elbert Hubbard’s Scrap Book (1923), p. 227.
Os momentos em que os pais ensinam os filhos 11. “The Man of Christ,” Ensign, maio de 1975, p. 101.
não precisam ser solenes, dramáticos nem intensos. 12. Alma 56:47.
13. Alma 56:48.
Aprendemos isso com o Mestre dos Mestres. Ao falar do 14. D&C 68:25.
Salvador, certo escritor disse: 15. Charles Henry Parkhurst, Leaves of Gold (1938), p. 177.
16. Ver 3 Néfi 20:25–26; Orson F. Whitney, Conference Report, abril de
“A beleza perfeita da vida de Cristo não é mais do que 1929, pp. 110–111.
o resultado da soma da beleza de pequenos atos imper-
ceptíveis de beleza: falar com a samaritana; (...) mostrar
ao jovem príncipe a ambição secreta que tinha no cora- IDÉIAS PARA OS MESTRES FAMILIARES
ção e que o impedia de entrar no reino do Céu; (...) Depois de preparar-se em espírito de oração, dê esta
ensinar um pequeno grupo de seguidores a orar; (...) mensagem usando um método que incentive a participação
acender o fogo e assar o peixe para os discípulos terem daqueles a quem ensina. Seguem-se alguns exemplos:
o que comer quando chegassem à praia com frio, cansa- 1. Diga às pessoas da família que um santuário é um
dos e desanimados depois de passarem a noite na pesca. lugar em que temos proteção contra o perigo ou a aflição.
Todas essas coisas, como vemos, revelam-nos com tanta Peça que cada pessoa faça um desenho de como acha que
facilidade a verdadeira natureza e caráter dos interesses seria um santuário. Peça-lhes que expliquem o que desenha-
[de Cristo], tão absolutamente específicos, tão voltados ram e por que aquilo é um santuário. Leia em voz alta o pri-
para as coisas pequenas, tão absortos nas menores meiro parágrafo depois do subtítulo “A Maior Esperança”.
coisas.”15 Como nossa casa pode ser um santuário?
É isso que significa ser pais. As pequeninas coisas se tor- 2. Leia em voz alta a primeira frase da mensagem.
nam grandes quando reunidas na tapeçaria da família por Depois, mencione as coisas que, de acordo com o
milhares de laços de amor, fé, disciplina, sacrifício, paciên- Presidente Faust, são alguns dos desafios da paternidade.
cia e trabalho. Peça aos membros da família que falem de como acham que
Há grandes promessas espirituais que podem se cum- os pais poderiam enfrentar essas dificuldades. Que conselho
prir para abençoar os pais, essas são as mesmas promes- do presidente Faust a família poderia pôr em prática nos pró-
sas divinas feitas a seus valentes antepassados que ximos meses?
cumpriram nobremente seus convênios. Deus Se lem- 3. Leiam juntos as seções “A Responsabilidade de
brará dos convênios de que os pais se lembrarem. Os Ensinar” e “A Crença Firme na Deidade” e façam uma lista do
filhos poderão assim passar a ser os beneficiários e her- que o Presidente Faust disse que os filhos precisam apren-
deiros desses convênios e promessas grandiosos; isso por der. Escolha um ou dois desses tópicos para discutir. Sugere-
serem filhos do convênio.16 se que você inclua algumas escrituras. Preste testemunho
Que Deus abençoe os pais honrados deste mundo que das bênçãos de ensinar e aprender o evangelho em casa.
lutam e se sacrificam. Que Ele honre principalmente os
convênios que os pais fiéis de nosso povo cumprem e
guarde os filhos do convênio. ■
C O M O PA R C E I R O S I G UA I S
Continuação de uma série que traz reflexões para o estudo
e uso de “A Família: Proclamação ao Mundo”.
“Segundo o modelo divino, o pai deve presi- autoridade sobre seus súditos. “Não será
dir a família com amor e retidão, tendo a assim entre vós”, advertiu Ele, “mas todo
responsabilidade de atender às necessidades aquele que quiser entre vós fazer-se grande
de seus familiares e de protegê-los. A respon- seja vosso serviçal; e, qualquer que entre vós
sabilidade primordial da mãe é cuidar dos quiser ser o primeiro, seja vosso servo.” (Ver
filhos. Nessas atribuições sagradas, o pai e a Mateus 20:25–27.) Assim, presidir é amar,
mãe têm a obrigação de ajudar-se mutua- servir e sacrificar-se. O Apóstolo Paulo ensi-
mente, como parceiros iguais.”1 nou: “Vós, maridos, amai vossas mulheres,
como também Cristo amou a igreja, e a si
Presidir, Atender às Necessidades Materiais mesmo se entregou por ela”. (Efésios 5:25)
e Proteger O Presidente Ezra Taft Benson (1899–1994)
O pai deve presidir no lar, mas presidir ensinou: “Irmãos, digo-lhes com toda a serie-
não quer dizer reinar ou exercer injusto dade que [Jesus Cristo] é o modelo que deve-
domínio sobre a esposa ou os filhos. O mos seguir ao dirigir nossa família. Isso se
Salvador ensinou a Seus apóstolos que aplica principalmente a sua relação com a
os governantes entre os gentios exerciam esposa”.2
8
O Senhor disse que “todo homem que plano de Deus. (...) Não se deixem desviar
for obrigado a manter sua própria família, do plano de nosso Deus para seguir os
O
que a mantenha; e ele de modo algum per- marido e a caminhos do mundo, onde a maternidade
derá sua coroa”. (D&C 75:28) No mundo de mulher devem é menosprezada, a feminilidade é depre-
hoje, conseguir manter a família depende dividir como ciada e o papel divinamente estabelecido
em geral da disposição e oportunidade parceiros iguais as res- de esposa e mãe é ridicularizado”.6
do pai para adquirir instrução suficiente. ponsabilidades de pais e Os profetas ressaltaram a importância
Contudo, estudar, conseguir um emprego ajudar-se mutuamente de a mãe dedicar-se em tempo integral à
adequado e suprir as necessidades vitais em espírito de sacrifício criação dos filhos. Contudo, para aquelas
não significa passar um tempo excessivo tra- abnegado. que precisam trabalhar para atender às
balhando para alcançar um padrão de vida necessidades da família, o Presidente
elevado. O Presidente Spencer W. Kimball Gordon B. Hinckley disse: “Façam o
(1895–1985) disse que alguns pais passam tempo demais melhor que puderem. Espero que, caso trabalhem em
trabalhando para ter luxos que vão muito além das necessi- tempo integral, estejam fazendo-o para garantir o supri-
dades vitais, a ponto de transformar os bens materiais em mento de suas necessidades básicas e não simplesmente
seus falsos deuses e terem pouco tempo para presidir a para satisfazer ao desejo de uma casa sofisticada, automó-
família com amor e retidão.3 veis caros e outros luxos”.7
A responsabilidade do pai de proteger a família em
muito transcende o dever indiscutível de prover abrigo Ajudar-se Mutuamente como Parceiros Iguais
À ESQUERDA: FOTOGRAFIA DE STEVE TREGEAGLE; ACIMA: FOTOGRAFIA DE STEVE BUNDERSON, POSADA POR MODELOS, REPRODUÇÃO PROÍBIDA
físico e segurança material. O Presidente Howard W. A responsabilidade primordial da mãe é cuidar dos
Hunter (1907–1995) ensinou: “O pai justo protege os filhos e a do pai é presidir, atender a suas necessidades
filhos com seu tempo e presença nas atividades e respon- materiais e protegê-los. No entanto, esses papéis não se
sabilidades sociais, educativas e espirituais deles”.4 O pai excluem mutuamente. O marido e a mulher devem dividir
pode proteger seus filhos ensinando-os a fazer escolhas como parceiros iguais as responsabilidades de pais e aju-
sábias no tocante a filmes, livros e aos amigos com quem dar-se mutuamente em espírito de sacrifício abnegado.
passam seu tempo. O desígnio divino de dar à mãe e ao pai responsabilida-
des primárias diferentes na família reflete certas diferenças
Criar os Filhos eternas entre o homem e a mulher. “A Família: Proclamação
Em 1942, a Primeira Presidência declarou: “A materni- ao Mundo” ensina que “o sexo (masculino ou feminino) é
dade (…) é um chamado sagrado, uma dedicação santa uma característica essencial da identidade e do propósito
para levar avante os planos do Senhor, uma devoção consa- pré-mortal, mortal e eterno de cada um”.8 Essas diferenças
grada à criação dos filhos, ao desvelo para com eles, ao inatas e responsabilidades únicas permitem ao casal ligar-se
desenvolvimento do corpo, mente e espírito dos que guar- em unidade, complementar as forças e dons de cada um e
daram seu primeiro estado. (...) O papel da mãe é ajudá-los criar o relacionamento que torna possível a família eterna. ■
a guardar seu segundo estado. (...) A maternidade é muito
NOTAS
próxima da divindade. É o serviço mais nobre e sagrado 1. “A Família: Proclamação ao Mundo”, A Liahona, outubro de 2004, p. 49.
que pode ser prestado pela humanidade. Coloca aquela 2. “To the Fathers in Israel”, Ensign, novembro de 1987, p. 50.
3. Ver “The False Gods We Worship”, Tambuli, agosto de 1977, pp. 2–3.
5
que honra esse chamado e serviço santos perto dos anjos”. 4. “Being a Righteous Husband and Father”, Ensign, novembro de
Uma das artimanhas mais eficazes de Satanás é rebai- 1994, p. 51.
5. Conference Report, outubro de 1942, pp. 12–13.
xar a função da esposa e mãe no lar. O Élder Richard G. 6. “The Joy of Living the Great Plan of Happiness”, Ensign, novembro
de 1996, pp. 74–75.
Scott, do Quórum dos Doze Apóstolos, advertiu-nos: 7. “Women of the Church”, Ensign, novembro de 1996, p. 69.
“Trata-se de um ataque contra os próprios alicerces do 8. A Liahona, outubro de 2004, p. 49.
A PARTIR DO ALTO: PREPARAI O CAMINHO, DE HARRY ANDERSON © PACIFIC PRESS PUBLISHING ASSOCIATION, REPRODUÇÃO PROIBIDA; IRMÃO JOSEPH, DE DAVID LINDSLEY, REPRODUÇÃO
Dos Setenta Costuma-se definir testemunho como o
E
m minhas experiências em casa e na conhecimento ou certeza de uma verdade
Igreja, aprecio cada vez mais o poder que uma pessoa declara pelo poder de per-
de prestar testemunho. Poucos relatos suasão do Espírito Santo. O Apóstolo Paulo
na história da Igreja exerceram um impacto ensinou: “Ninguém pode dizer que Jesus é o
mais profundo sobre mim do que as seguin- Senhor, senão pelo Espírito Santo”. (I
tes palavras do Presidente Brigham Young Coríntios 12:3) Como as coisas de Deus são
(1801–1877), que era influenciado por um conhecidas apenas pelo poder do Espírito,
testemunho puro: precisam ser declaradas pelo Espírito e isso
Testifico que há um “Se todo o talento, tato, sabedoria e refi- quer dizer prestando testemunho.
PROIBIDA; LUZ E VERDADE, DE SIMON DEWEY, CORTESIA DE ALTUS FINE ART, AMERICAN FORK, UTAH, REPRODUÇÃO PROIBIDA
poder divino que namento da humanidade fossem reunidos Como o testemunho é pessoal, ao testifi-
acompanha a decla- numa única pessoa e ela fosse enviada a car em geral começamos com o pronome eu.
ração de um teste- mim com o Livro de Mórmon e declarasse (Os pais, missionários e os líderes da Igreja às
munho puro. com a maior veemência do mundo sua vera- vezes podem usar o pronome nós.) O teste-
cidade, propondo-se a prová-lo com seu munho pode ser identificado pelo uso de
conhecimento e a erudição do mundo, verbos fortes como saber, testificar, crer,
isso para mim seria como a fumaça que se garantir, declarar, afirmar, prestar teste-
ergue rumo ao céu apenas para desaparecer munho, assegurar. Usualmente, é uma
logo em seguida. Porém, quando ouvi um declaração do que sabemos, sentimos, expe-
homem pouco eloqüente e sem talento rimentamos ou cremos, como: “Escutamos!
para falar em público, que apenas conseguia Contemplamos! Admiramos!” (Joseph
dizer: ‘Eu sei, pelo poder do Espírito Santo, Smith—História 1:71, observação) De modo
que o Livro de Mórmon é verdadeiro e que geral, o testemunho é curto, preciso e
Joseph Smith é um Profeta do Senhor’, o conciso.
Espírito Santo que emanava daquele indiví- O Presidente Boyd K. Packer, Presidente
duo iluminou minha compreensão, reve- Interino do Quórum dos Doze Apóstolos, fez
lando-me luz, glória e imortalidade.”1 a seguinte observação:
Usando as escrituras e as palavras dos pro- “Tive uma experiência no campo missioná-
fetas, examinemos o que é um testemunho e rio que muito me ensinou sobre o testemu-
como devemos prestá-lo. nho. Apesar de tudo parecer sob controle,
10
não estávamos progredindo tanto quanto poderíamos.
Senti que não era tanto por estarmos fazendo algo que não
deveríamos, mas sim por deixarmos de fazer algo que
deveríamos.
Realizamos uma série de conferências de zona para
melhorar a espiritualidade na missão. Em vez de ministrar-
mos instruções sobre técnicas missionárias, decidimos rea-
lizar uma reunião de testemunho. Na última conferência,
no testemunho de um dos humildes élderes, achei a res-
posta para o problema. Havia algo diferente no breve
testemunho desse élder novo e inseguro. Ele ficou
de pé por menos de um minuto, mas com seu tes-
temunho aprendi o que estava nos faltando.
O testemunho que ouvíramos de todos os
outros missionários eram algo do tipo: ‘Sou grato
por estar no campo missionário. Tenho apren-
dido muito. Tenho um companheiro excelente.
Aprendo muito com ele. Sou grato por meus
pais. Tivemos uma experiência interessante
na semana passada. Estávamos batendo em
portas e (…)’ Então, o missionário contava
uma história. A conclusão era em geral algo
do gênero: ‘Sou grato por estar no campo
missionário. Tenho um testemunho do evangelho’.
E ele terminava com a frase: ‘Em nome de Jesus
Cristo. Amém’.
Aquele jovem élder agira de modo diferente.
Ansioso e sem querer ficar de pé um segundo a
mais do que o necessário, disse simplesmente, de
modo apressado e assustado: ‘Sei que Deus vive.
Sei que Jesus é o Cristo. Sei que temos um pro-
feta de Deus à frente da Igreja. Em nome de
Jesus Cristo. Amém’.
Esse fora um testemunho. Não fora
apenas uma experiência ou a expressão
de gratidão, mas uma declaração, um
testemunho!
A maioria dos élderes dissera: ‘Tenho
um testemunho’, mas não o tinham decla-
rado. Aquele jovem élder havia, em poucas
palavras, prestado seu testemunho: algo
direto, básico e, ao ser enunciado, incisivo.
12
Uma ilustração contundente de um teste-
munho puro vem do relato da visão dos três
graus de glória recebida pelo Profeta Joseph
Smith e Sidney Rigdon:
“E agora, depois dos muitos testemunhos
que se prestaram dele, este é o testemunho,
último de todos, que nós damos dele: Que
ele vive!
Porque o vimos, sim, à direita de Deus; e
ouvimos a voz testificando que ele é o
Unigênito do Pai —
Que por ele e por meio dele e dele os
mundos são e foram criados; e seus habitan-
tes são filhos e filhas gerados para Deus.”
(D&C 76:22–24)
O
Joseph Smith — História em Pérola de o testemunho de Deus, o Pai, que declarou: s professores
Grande Valor é publicado em forma de pan- “Sim, as palavras do meu Amado são verda- devem con-
fleto para a obra missionária com o título O deiras e fiéis. Quem perseverar até o fim, esse cluir as
Testemunho do Profeta Joseph Smith (36081 será salvo”. (2 Néfi 31:15) aulas com um teste-
059 e 32667 059). Nesse relato, o Profeta O Salvador testificou do Profeta Joseph munho formal,
declarou de modo simples e direto: “Eu Smith e da tradução do Livro de Mórmon: “E para coroar tudo
tivera uma visão; eu sabia-o e sabia que Deus ele traduziu o livro, sim, aquela parte que lhe o que foi dito.
o sabia e não podia negá-la nem ousaria fazê- ordenei; e assim como vive vosso Senhor e
lo; pelo menos eu tinha consciência de que, vosso Deus, ele é verdadeiro”. (D&C 17:6)
se o fizesse, ofenderia a Deus e estaria sob O Salvador testificou de Si mesmo: “Eu
condenação”. (Joseph Smith — História 1:25) sou o primeiro e o último; sou o que vive,
Sabemos que João Batista prestou um tes- sou o que foi morto; eu sou vosso advogado
temunho puro ao usar o verbo testificar: junto ao Pai”. (D&C 110:4)
“E eu, João, testifico que contemplei sua Sou imensamente grato pela força do tes-
glória, como a glória do Unigênito do Pai, temunho puro. Avalio constantemente minha
cheio de graça e verdade, sim, o Espírito da própria maneira de prestar testemunho, a fim
verdade, que veio e habitou na carne e habi- de mantê-la em sintonia com os princípios
tou entre nós. (...) corretos ensinados nas escrituras e pelos pro-
E eu, João, testifico e eis que se abriram os fetas modernos. Testifico que há um poder
céus e o Espírito Santo desceu sobre ele, na divino que acompanha a declaração de um
forma de uma pomba, e pousou nele; e do testemunho puro. ■
céu ouviu-se uma voz que dizia: Este é meu
NOTAS
Filho amado. 1. Deseret News, 9 de fevereiro de 1854, p. 4; ver
E eu, João, testifico que ele recebeu a ple- Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Brigham
Young (1997), p. 315.
nitude da glória do Pai.” (D&C 93:11, 15–16) 2. Teach Ye Diligently, ed. rev. (1991), pp. 323–324.
3. Carta da Primeira Presidência, 2 de maio de 2002;
Em algumas escrituras, o Pai ou o Filho ver também M. Russell Ballard, “Testemunho Puro”,
presta testemunho. Por exemplo, Néfi ouviu A Liahona, novembro de 2004, pp. 40–43.
Polinésia Francesa, como as pérolas À beira da estrada num dos extremos da ilha de Tubuai,
FOTOGRAFIAS DE RICHARD M. ROMNEY, EXCETO QUANDO INDICADO EM CONTRÁRIO; FOTOGRAFIAS DE PÉROLAS E ÁGUA DE CHRISTINA SMITH
Ronny Harevaa e sua esposa, Sandrine, cuidam da terra
que tornam essas ilhas famosas, cresce em volta de um monumento de pedra dedicado à memó-
camada sobre camada, tornando-se ria do Élder Addison Pratt, o primeiro missionário da Igreja
mais reluzente e bela com o passar a visitar essa ilha situada a 700 quilômetros ao sul do Taiti.
do tempo. Addison Pratt foi criado em New Hampshire, Estados
Unidos, mas, aos 19 anos de idade, tornou-se marinheiro.
RICHARD M. ROMNEY Viajou ao que hoje se chama Havaí e depois navegou pelo
A Liahona
Pacífico, Atlântico, Caribe e Mediterrâneo antes de casar-se
A
s pérolas são o produto da paciência. Elas cres- e fixar residência em Nova York. Em 1838, ele e a esposa
cem camada sobre camada, ganhando brilho filiaram-se à Igreja. Em 1841, uniram-se aos santos em
com o passar do tempo. Na Polinésia Francesa, Nauvoo, Illinois. Em maio de 1843, Addison Pratt foi cha-
a fé no evangelho restaurado também tem aumentado mado pelo Profeta Joseph Smith para ajudar a iniciar a
dessa forma. Esse crescimento começou em 1844, obra missionária no Pacífico. Em 30 de abril de 1844, ele e
quando chegaram os primeiros missionários e, geração dois outros élderes, Noah Rogers e Benjamin Grouard,
após geração, tem trazido esperança e propósito. chegaram a Tubuai.
Atualmente, os santos dos últimos dias constituem 8 por Os nativos desejavam muito ter um missionário em seu
cento da população — 20.000 membros em 79 congrega- meio, e o Élder Pratt lá permaneceu. Começou a aprender
ções. São conhecidos como pessoas que se preocupam taitiano e a pregar. O primeiro converso foi seu intérprete,
uns com os outros e com todos ao redor. Como no caso outro americano. Seis ou sete marinheiros estacionados
das pérolas, seu brilho é discreto. Contudo, ao refletirem na ilha também foram batizados e confirmados. Então, em
a luz que vem de Cristo, resplandecem verdadeira- 22 de julho de 1844 — três anos antes da chegada dos
mente. A seguir, teremos um vislumbre da vida de pioneiros santos dos últimos dias a Utah — foram batiza-
alguns desses santos. dos os primeiros conversos polinésios. Em fevereiro de
14
Em toda a Polinésia
Francesa, os santos dos
últimos dias edificam
sobre os alicerces de
um legado iniciado em
1844. Acima: Tera
Temahaga, de Takaroa,
exibe objetos artesa-
nais. Heiana Teriipaia,
Garry Mou Tham e Fari
Le Bronnec (acima) e a
família Teihotaata (à
esquerda) de Raiatea
dizem que o evangelho
os ajuda a permanecer
fortes. Abaixo: Em
Tubuai, Sandrine e
Ronny Harevaa cuidam
do monumento ao Élder
Addison Pratt.
16
quatro anos de seminário e ouviu ex-missio- aumentar a espiritualidade sempre que ora-
nários falar de sua missão. Contudo, lembra- mos com fé.” O programa do seminário e do
se também das consultas com o dentista, instituto é forte na Polinésia Francesa, com
dos tratamentos e dos anos que passou um total de 740 alunos do seminário e 524
usando aparelho. “Em certos momentos, do instituto no ano escolar 2004–2005.
quase desisti”, conta ele. No entanto, com o Outra fonte de força é o exemplo que os
incentivo da família e sua própria perseve- membros dão para as pessoas interessadas no Acima: Iosua Brothers,
rança, manteve viva a esperança. Hoje, está evangelho. Isso ajudou a levar Adrien e Greta hoje patriarca de
servindo fielmente na Missão Taiti Papeete. Teihotaata e seus filhos para a Igreja. Embora estaca no Taiti, foi bati-
Para Morôni e outros jovens santos dos últi- durante muitos anos eles não tivessem reli- zado e confirmado em
mos dias como ele, a Igreja em Raiatea é um gião, “decidimos mudar”, conta a irmã Moorea em 1968. Como
refúgio e uma força. Garry Mou Tham, de 16 Teihotaata. “Pedimos ao Senhor que nos muitos outros, ele viu a
anos, membro da Igreja de terceira geração da guiasse.” Apenas alguns dias depois, vizinhos Igreja tornar-se uma
Ala Avera, explica. “Aqui”, diz ele, “somos dife- convidaram-nos para uma atividade na Ala força para o bem em
rentes do mundo exterior. Temos bons relacio- Uturoa. “Decidimos voltar no domingo”, lem- todas as ilhas. Abaixo:
namentos com os pais e amigos. Contamos bra o irmão Teihotaata, “e na Igreja ficamos Em Takaroa, a nova
com os ensinamentos dos profetas para lem- impressionados ao ver o envolvimento de geração inclui Ranitea
brar-nos de ficar perto de nossa família, ler todos: ensinando, assistindo a aulas, cui- e Vehina Teihoarii e
as escrituras juntos e realizar a noite familiar. dando das crianças. Eles pareciam verdadeira- Vaimiti Nyjland.
Sabemos que a Igreja vai progredir e optamos mente amar uns aos outros.”
por fazer parte da grandiosa obra do Senhor.”
Fari Le Bronnec, 14 anos, amigo de Garry,
concorda. Ele fala de duas coisas que o prote-
gem do mundo: o seminário e a oração. “O
seminário é uma injeção de espiritualidade
todas as manhãs”, diz
ele. “E a ora-
ção pode
Taiti: Centro de Força
Uma maneira de ver o quanto
a Igreja progrediu na Polinésia
Francesa é conversar com o
conselho de assuntos públicos em
Papeete, Taiti. Numa reunião recente,
eles recordaram acontecimentos
significativos:
18
O coro deixou muitos com lágrimas nos sobre a eternidade. Erguemo-nos acima
olhos ao entoar “Eu Sei que Vive meu desta vida mortal.”
Senhor” (Hinos, 70) e “Deus Vos A família de Pepe Mariteragi também
Guarde”. (Hinos, 85) sentiu as bênçãos do templo. Quando
• O Templo de Papeete Taiti come- eles se reuniram na casa da família em
morou seus 20 anos em outubro de Paea em outubro de 2003, falaram sobre
2003. Para marcar a data, os membros Tepahu, a esposa de Pepe —sua mãe e
da Estaca Pae Taiti realizaram ordenanças de 7h da manhã avó. “Ela faleceu há sete meses”, explicou Lucien, um de
às 21h, a fim de que todos os membros com investidura seus filhos, “mas nosso coração ainda está voltado para ela.”
participassem pelo menos de uma ordenança. “É graças ao evangelho que conseguimos lidar com
“A Igreja chegou à maioridade aqui”, diz Marama Tarati, essas provações”, disse Jean-Marie, outro filho. “As bênçãos
diretor nacional de assuntos públicos da Igreja. “Em toda a do templo ajudaram-nos a compreender que podemos ser
Polinésia Francesa, ela é reconhecida como uma força para uma família eterna.”
o bem.” No Taiti, a Igreja tem belas capelas, congregações O fato de o evangelho estender-se por várias gerações é
cheias de santos fiéis e — como a mais bela jóia — o tem- outro indicador da maturidade e força da Igreja. O Bispo
plo, um ponto de referência na capital. Morôni Alvarez, da Ala Tavararo, e sua esposa, Juanita,
A luz do templo tocou a vida de muitos. “Antes de tornar- falam da herança que remonta a seu avô. Eles mostram
me membro da Igreja, eu não sabia como seria minha vida com orgulho os diplomas de seminário e instituto de todos
depois da morte”, explica Marguerite Teriinohopua. Sua os seus seis filhos e fotografias de todos os seis enquanto
família aprendeu sobre a Igreja porque outra família orou serviam como missionários de tempo integral. Falam de
para encontrá-los. Ernest Montrose, hoje primeiro conse- filhos casados no templo e netos sendo criados na Igreja.
lheiro na presidência da Estaca Faaa Taiti, era na época o “Conversávamos, estudávamos e orávamos juntos e prestá-
bispo da Ala Heiri. Quando os missionários incentivaram vamos testemunho”, explica o Bispo Alvarez. “Agora eles
os membros a orarem para achar pesquisadores, “decidi estão fazendo o mesmo com seus próprios filhos.”
que nossa família deveria ser a primeira”. E eles receberam Ao conversar com Jared Peltzer, de 21 anos, da Ala
inspiração. O Bispo Montrose convidou um colega de tra- Matatia, Estaca Paea Taiti, que está se preparando para
balho, Danielson Teriinohopua, a trazer sua família para partir para a missão nas Filipinas, encontramos também
uma noite familiar com os missionários. seu irmão Lorenzo, de 30 anos, que serviu na Polinésia
“Ao mesmo tempo, estávamos orando para ser guiados Francesa há vários anos, e dois irmãos mais novos, Narii,
à verdade”, lembra-se Danielson, que hoje é membro do de 18 anos, e Hyrum, de 14 anos, que pretendem servir no
sumo conselho. “Ao fim daquela noite, dissemos a eles futuro como
que queríamos saber mais — imediatamente.” O Bispo missionários de
Montrose marcou outra reunião na noite seguinte e tempo integral.
depois nas duas outras. Em questão de semanas, a família “Não tínhamos
Teriinohopua foi batizada e confirmada e, um ano depois, uma tradição
selada no templo. “Hoje tenho resposta a minhas pergun- missionária na
tas”, diz Marguerite. “No templo sinto grande
paz e alegria.”
Chanterel Hauata, da Ala Heiri, também
conhece a alegria de freqüentar o templo.
Embora um tumor cerebral benigno o tenha
deixado cego seis anos atrás, no templo ele
vê as coisas com nitidez. “É um local de cla-
reza”, explica ele. “No templo aprendemos
só voltaram em 1892. Mas quando o fize-
ram, acharam uma congregação de 100
Tahia Brown, de Takaroa, trabalha pessoas em Takaroa que tinha permane-
numa das dezenas de fazendas de pérolas cido fiel. E esses santos dos últimos dias
espalhadas pela ilha. estavam construindo uma grande capela
onde poderiam reunir-se. Dentro de um
família até agora”, diz Jared. “Mas Lorenzo foi para a mis- mês, os missionários batizaram e confirmaram 33 novos
são, e isso me deu vontade de fazer o mesmo, e agora membros, e a congregação voltou a crescer.
estamos incentivando também nossos irmãos mais novos.” “Hoje, a capela domina a paisagem na aldeia, assim
Camada sobre camada, a pérola continua a crescer. como a Igreja ocupa um lugar central em nossa vida”, diz a
irmã Mahotu, de 82 anos. Suas raízes SUD iniciam-se com
Takaroa: Terra de Herança seus bisavós. “A capela”, ressalta ela, “lembra-nos do legado
Todos os moradores de Takaroa conhecem algo sobre deixado por nossos antepassados. É um lembrete para ser-
as pérolas. Muitos dos que vivem na ilha tiram seu sus- mos fiéis como eles o foram.”
tento dessa atividade. Alguns cultivam as ostras nas quais No Centro de História da Família situado num anexo
se desenvolvem as pérolas. Já outros limpam as conchas, da capela, a diretora Suzanne Pimati trabalha para honrar
passam cordas nas ostras, introduzem seixos que virão a esses antepassados. Regularmente, organiza serões e passa
tornar-se pérolas, penduram as ostras na água, colhem as muitas horas no telefone incentivando todos na ilha a par-
pérolas ou confeccionam jóias e souvenirs. ticipar. “Fico ansiosa para que todos encontrem seus ante-
“Usamos as coisas que o Pai Celestial nos concedeu passados”, diz ela. O espírito de Elias é forte em Takaroa.
e fazemos brilhar a beleza que há nelas”, explica Tahia E com o auxílio do computador no trabalho, a irmã Pimati
Brown, que trabalha numa das dezenas de fazendas de planeja o envio de muitos nomes ao templo.
pérolas espalhadas pela ilha. Ela e Marie Teihoarii, ambas “Em certa época, a população de Takaroa era 90 por
ex-presidentes da Sociedade de Socorro do ramo, adoram cento SUD”, explica Thierry Teihoarii, presidente do
mostrar os colares, decorações para mesa e outros objetos Distrito Takaroa Tuamotu. Na década de 1950, a população
de artesanato confeccionados por santos dos últimos estava em declínio, mas nos anos de 1960 a indústria das
dias. “Aprendi a fazer isso com minha mãe”, explica a irmã pérolas trouxe as pessoas de volta. Atualmente, há dois
Brown. “A maioria das irmãs aqui faz esse ou outros tipos ramos em Takaroa, com um total de 380 membros, para
de trabalho que exigem uma técnica apurada. Trabalhamos uma população total de 1.000 pessoas na ilha. Há também
para sustentar-nos e fazer bom uso de nosso tempo, mas quatro ramos com outros 450 membros em ilhas vizinhas.
também para criar coisas belas.” “Nosso maior desafio nas ilhas ainda é a emigração”,
As pérolas e conchas não são as únicas coisas belas cria- explica o Presidente Teihoarii, “principalmente dos
das aqui. Irmãs como Tera Temahaga tecem fios de plantas jovens”. Embora muitos dos jovens vão embora para
e fazem belos leques, chapéus e cestas, enquanto outras estudar em internatos, para os que ficam o seminário e
como Tipapa Mahotu usam tecidos e linha para costurar col- o instituto tornam-se a principal fonte de instrução. “O
chas e travesseiros de cores vivas. A tradição afirma que a seminário ajuda-os a não esquecer o evangelho”, diz o
confecção de colchas foi ensinada inicialmente pela esposa Presidente Teihoarii.
de Addison Pratt, Louisa, que foi para as ilhas em 1850. A freqüência ao templo também. “Todos os anos,
Outra evidência da habilidade do povo de Takaroa é o organizamos caravanas para realizar as ordenanças do tem-
edifício mais alto da ilha: uma bela capela da Igreja cuja plo, e os jovens fazem batismos pelos mortos”, conta o
construção começou em 1891. A capela é extraordinária Presidente Teihoarii. “Isso é um grande incentivo para os
pelo patrimônio histórico que representa. A situação política jovens. Não se trata apenas da vitória de economizar o bas-
na Polinésia Francesa e nos Estados Unidos obrigou os mis- tante para a viagem. Eles sabem que se desejarem ir ao
sionários a retirarem-se das ilhas em 1852. Os missionários templo, precisam ser dignos, e isso os ajuda a ficar firmes.”
20
Embora seu chamado às vezes o obrigue branca à medida que os santos se reúnem: À esquerda: No Taiti,
a ausentar-se para visitar outras ilhas, o os jovens no seminário, a irmã Pimati para Bettey Tama prepara-se
Presidente Teihoarii afirma que sua família é fazer o trabalho de história da família, o para batizar Eddy
abençoada generosamente. “A primeira coisa Presidente Teihoarii em reunião com dois Tama.
que faço quando volto para casa é falar da fé presidentes de ramo. É o crepúsculo, uma
e do testemunho dos membros com Marie e hora de luz suave, tal qual a luz emitida
nossas duas filhas. São momentos edificantes pelas pérolas locais. ■
para a família. Sentimos verdadeiramente que
o Espírito está conosco.” Sua esposa con-
corda. “Há muito o que aprender na Igreja”,
diz ela, “e também inúmeras bênçãos. Há um
trabalho agradável a realizar e, ao fazê-lo, a
Igreja prosperará.”
V
ocê está fazendo a coisa certa ao orações e o estudo pes- eles mesmos poderão dar aulas. Diga-lhes
querer incentivar a oração familiar, a soal das escrituras. que você está disposto a ajudá-los.
noite familiar e o estudo das escritu- Se seus pais forem membros da Igreja, é
Incentive os membros
ras. Essas atividades fortalecem a fé, melho- bem provável que tenham o desejo de fazer
de sua família a partici-
ram a comunicação, criam bons sentimentos essas coisas e que precisem apenas de um
par e torne a noite
na família e também podem ser divertidas. familiar agradável pouco de auxílio. Ofereça-se para preparar
Poucas coisas na vida familiar são mais para eles. uma lição. Incentive seus irmãos a participa-
importantes do que o estudo do evangelho e rem com uma atitude positiva. Esteja pronto
a oração em família, mas pode ser algo difícil Ajude sua família a quando seus pais os chamarem para essas
sentir o Espírito sendo
de pôr em prática, mesmo que sua família atividades. Mesmo que seus pais não sejam
reverente e cheio
inteira seja ativa na Igreja. A fim de incentivá- de amor.
membros, é possível que apóiem uma noite
los, dê um bom exemplo. Faça as orações, familiar semanal. Planeje uma ou duas delas
o estudo das escrituras ou a noite familiar Seja paciente com sua para que eles vejam como a noite familiar
sozinho se necessário ou com um irmão ou família e continue a pode ser algo bom para a família.
empenhar-se. As bên-
irmã caso a família inteira não esteja envol- E, o mais importante de tudo, convide o
çãos da oração familiar,
vida. Seu exemplo ao cumprir esses manda- Espírito do Senhor durante as orações, o
estudo das escrituras e
mentos servirá de incentivo para os demais noite familiar compen- estudo das escrituras e a noite familiar. Você
membros da família. sarão o esforço. pode fazer isso sendo reverente, prestando
À medida que os membros da família se testemunho e externando seu amor e grati-
unirem a você na noite familiar, tente torná-la dão pelo evangelho e por sua família.
divertida para eles. Inicialmente, vocês podem Quando seus familiares forem tocados pelo
fazer um jogo ou assistir a um filme da Igreja. Espírito, desejarão continuar essas atividades.
Prepare pratos e atividades que eles apreciem. Às vezes, você poderá ficar frustrado com
Nas lições, mostre-lhes como o evangelho sua família, mas tente ser paciente. A frustra-
pode aplicar-se em sua vida. Posteriormente, ção é o contrário dos sentimentos que essas
22
FOTOGRAFIA DE WELDEN C. ANDERSEN, POSADA POR MODELOS
atividades pretendem criar. Em vez estudo das escrituras e a noite familiar um calendário e relembrar com antece-
disso, empenhe-se ao máximo para fortalecerão sua família e aproximarão dência a pessoa responsável pela lição.
incentivar sua família — convide-os, vocês do Senhor. Courtney Moss, 15 anos, Ala Hidden Springs,
jejue e ore por eles, planeje noites Estaca Moreno Valley Califórnia
familiares divertidas e espirituais e
assim por diante — e então permita
LEITORES A chave é a oração, o amor
que sua família faça suas próprias Quando chega a hora do estudo das escri- e a fé. Assim, com o passar
escolhas. Se você der um bom exem- turas e da oração familiar, digo a meus do tempo, sua família se
plo com paciência e amor, eles pode- irmãos e pais: “Escrituras e oração daqui a sensibilizará com seu
rão vir a unir-se a você. cinco minutos”. Assim, eles têm tempo para esforço para manter a união
Quer você faça essas atividades terminar o que estiverem fazendo. No caso familiar e seu desejo de ter uma família
sozinho, com um irmão ou irmã ou da noite familiar, revezamo-nos para dar eterna.
com a família inteira, será abençoado as aulas. Talvez você possa mencionar essa Diana Martins, 18 anos, Ala Lisboa V,
por seus esforços. A oração familiar, o idéia a seus pais e oferecer-se para fazer Estaca Lisboa Portugal
24
MENSAGEM DAS PROFESSORAS VISITANTES
A
s chaves são importantes e valiosas. A distinção entre possuir o sacerdócio e possuir
maioria de nós leva chaves no bolso as chaves do sacerdócio. Quando um homem
ou bolsa por todos os lugares aonde recebe chaves, não recebe um suplemento de
vai. Outras chaves não são apenas importan- sacerdócio. O que ele tem é o direito de diri-
tes e valiosas — são preciosas, poderosas e gir o trabalho do sacerdócio.
invisíveis! Possuem significado eterno. São as
chaves do sacerdócio.1 Preparação e Permissão
O Profeta Joseph Smith ensinou: “Os prin- Para servir bem como portador do santo
As chaves são confe- cípios fundamentais, governo e doutrina sacerdócio, um homem precisa tanto de pre-
ridas pela imposição da Igreja dependem das chaves do reino”.2 paração como permissão. Vou relatar uma
de mãos por alguém Essas chaves dizem respeito ao direito de pre- experiência pessoal. Antes de meu chamado
que possua a devida sidir a autoridade do sacerdócio em nome do para o Quórum dos Doze Apóstolos, traba-
autoridade e cuja Senhor Jesus Cristo. As chaves detêm o direito lhei como médico e cirurgião. Eu tinha dois
autoridade seja de presidir uma organização local da Igreja, títulos de doutor e o credenciamento de duas
conhecida na Igreja. como uma estaca, ala ou ramo, missão ou dis- juntas de especialistas. Essa longa preparação
trito, quórum do sacerdócio ou templo. As consumira muitos anos, mas os estudos em si
chaves são conferidas pela imposição de mãos não me autorizavam a servir ao público. Por
por alguém que possua a devida autoridade e quê? Porque eu precisava de permissão legal.
cuja autoridade seja conhecida na Igreja.3 Essa permissão só podia ser concedida por
Todas as chaves do reino de Deus na Terra autoridades do governo estadual e de juntas
são possuídas pelos membros da Primeira diretoras dos hospitais nos quais eu desejava
Presidência e do Quórum dos Doze Apóstolos. trabalhar. Depois de receber das autoridades
O presidente da Igreja — o apóstolo sênior — competentes a licença e permissão, eu podia
preside a Igreja inteira e é a única pessoa na cuidar de pacientes que precisavam de trata-
Terra que exerce todas as chaves em sua pleni- mento cirúrgico para seus problemas de
tude.4 Ele delega autoridade conferindo ou saúde. Depois de os administradores legais
autorizando o conferimento de chaves a exercerem suas chaves, eu podia prestar os
outros portadores do sacerdócio em seus ofí- serviços para os quais eu fora preparado.
cios e chamados específicos.5 Em contrapartida, eu tinha contas a pres-
O sacerdócio é a autoridade de Deus dele- tar às pessoas que me tinham concedido
gada ao homem para ministrar para a salvação aqueles privilégios. Eu precisava obedecer a
26
FOTOGRAFIA DAS CHAVES FEITA POR GETTY IMAGES; FOTOGRAFIA DE ORDENAçÃO FEITA POR CRAIG DIMOND, POUSADA POR MODELOS
normas éticas e jurídicas e nunca abusar do poder que me é importante que os portadores do sacerdócio se prepa-
fora confiado. rem para servir com poder? Porque o sacerdócio é de
Os passos importantes de preparação e autorização rela- significado eterno. O sacerdócio beneficia a todos os
tivos à medicina (e outras profissões) aplicam-se também homens, mulheres e crianças que vivem hoje, viveram no
ao serviço no sacerdócio. Os portadores do sacerdócio — passado ou ainda hão de viver na Terra. Os portadores do
Aarônico e de Melquisedeque — têm autoridade para ser- sacerdócio precisam preparar-se para pôr as bênçãos do
vir no sacerdócio. Como agentes do Senhor, têm o direito sacerdócio ao alcance de todos os filhos de Deus. Os
de realizar ordenanças sagradas do evangelho. As chaves detentores das chaves do sacerdócio precisam compreen-
autorizam a realização desse serviço. der como usar essas chaves com sabedoria e retidão.8
Existe também a distinção entre autoridade do sacerdó-
cio e poder do sacerdócio. Quando alguém é ordenado a História das Chaves do Sacerdócio
um ofício no sacerdócio, recebe autoridade. Contudo, o As chaves e autoridade do sacerdócio podem ser traça-
poder vem do exercício dessa autoridade em retidão.7 das em três períodos da história: na antigüidade, durante o
Assim, embora os portadores do sacerdócio tenham auto- ministério mortal do Senhor e em nossos dias.
ridade, precisam preparar-se para ter poder. Fazem-no ao Primeiro Período: Antigüidade. A autoridade do sacer-
tornarem-se pessoalmente dignos e aprenderem e pratica- dócio era conhecida na antigüidade, mesmo antes da
rem os deveres e doutrinas do sacerdócio. criação da Terra. O Profeta Joseph Smith declarou: “O
Por que essas coisas são tão importantes? Por que o Sacerdócio é um princípio eterno e existiu com Deus
poder de agir em nome de Deus é tão importante? Por que desde toda a eternidade e existirá para toda eternidade”.9
28
O
Posteriormente, o Senhor falou com Joseph uma ilustração. Imaginem que possuem cha- sacerdócio
e Oliver sobre outros homens a quem tinham ves de algo de valor em sua vida: um veículo, foi conferido
sido conferidas chaves adicionais específicas uma casa ou um instrumento precioso. Se aos homens
do sacerdócio.27 Cada um deles, por sua vez, vocês emprestarem essas chaves a outras pes- na antigüidade
conferiu essas chaves a Joseph e Oliver: soas para que usem seu objeto, vocês têm cer- “através da linha-
• Moisés conferiu as chaves da coligação tas obrigações. Como donos, vocês têm um gem dos pais deles”.
de Israel e da liderança das dez tribos;28 dever para com o êxito da pessoa que tomou
• Elias, as chaves do convênio abraâmico;29 o objeto emprestado. Assim, devem instruir e
• E Elias, o profeta, as chaves da autori- treinar adequadamente o usuário, a fim de
dade seladora.30 protegê-lo e, ao mesmo tempo, salvaguardar
Joseph Smith conferiu essas chaves do seu próprio objeto de valor. A pessoa que
sacerdócio restaurado a todos os apóstolos recebe também tem obrigações. Ela precisa
chamados em seus dias.31 Essas chaves foram conhecer as leis aplicáveis e segui-las, cuidar
transferidas então ao longo das gerações até do bem e prestar contas da forma como o
os líderes atuais da Igreja. Hoje em dia, o pre- utilizou.
sidente da Igreja possui ativamente cada Os mesmos conceitos aplicam-se às chaves
chave detida por “todos os que receberam do sacerdócio. Os presidentes de templo,
uma dispensação em qualquer tempo, desde presidentes de missão, presidentes de estaca,
o começo da criação”.32 presidentes de distrito, bispos, presidentes
Um momento sagrado de minha vida de ramo e presidentes de quórum de élderes
aconteceu em 12 de abril de 1984, quando a possuem chaves de presidência do sacerdó-
Primeira Presidência e membros do Quórum cio. Suas chaves controlam o poder de sua
dos Doze Apóstolos impuseram as mãos unidade da Igreja. Para que a missão da Igreja
sobre minha cabeça. Como se fizera com se cumpra, esses líderes não apenas fazem
outros homens antes de mim, foram-me con- chamados e desobrigações, mas também trei-
feridas todas as chaves do sacerdócio. Assim nam as pessoas a quem chamam e pedem
como cada membro do Quórum dos Doze, que lhes prestem contas. Assim, os membros
possuo todas as chaves do sacerdócio con- que recebem ordenanças ou chamados do
forme restauradas nestes últimos dias, mas sacerdócio para servir na Igreja têm obriga-
algumas chaves só são usadas sob a direção ções de obediência e responsabilidades.
específica do apóstolo sênior ou por ocasião Todos os quóruns do sacerdócio têm um
de sua morte. Todos nós no Quórum dos presidente, seja um quórum de diáconos,
Doze Apóstolos sentimos o peso da respon- mestres, sacerdotes, élderes ou sumos
sabilidade e o fardo da confiança infinita sacerdotes. Cada presidente possui chaves
depositada em nós. Sabemos que as chaves de autoridade. As atividades e oportunida-
que possuímos foram restauradas “para os des de serviço no quórum são autorizadas
últimos dias e pela última vez”.33 pelo presidente, que detém essas chaves.
Embora o presidente do quórum possua
Obrigações e Responsabilidades chaves, seus conselheiros não. Os presiden-
Quando se impõem as mãos sobre a cabeça tes das auxiliares não possuem chaves. Os
de um homem para ordená-lo ou designá-lo, conselheiros e o presidente das auxiliares
tanto aquele que ordena como o que é orde- servem sob designação de alguém que pos-
nado à autoridade do sacerdócio tem obriga- sui chaves que, por sua vez, delegou autori-
ções e responsabilidades. Permitam-me fazer dade para cada um deles agir.
30
Perseverar
após a ConversãoInicialmente, eu não acreditava, mas tudo mudou quando
aprendi sobre a veracidade do evangelho.
A
o longo de toda a minha vida, foi-me ensinado que para casa ou ser designada para outra família.
Deus não existia. Eu mal sabia o quanto isso iria Quando cheguei a Utah, Emily, uma das filhas, veio
mudar quando me inscrevi para fazer intercâmbio buscar-me no aeroporto. Ela tinha 16 anos de idade, estava
estudantil nos Estados Unidos, representando a República usando roupas normais e informais e era muito simpática.
Tcheca. Quando preenchi os formulários de candidatura, Pensei: “Nossa! Talvez não vá ser tão ruim assim!” A família
uma das perguntas era: “Qual é sua preferência religiosa?” inteira recebeu-me calorosamente, de braços abertos.
Eu sabia que os americanos eram, em sua maioria, Tive de adaptar-me à nova cultura. Vi que a
cristãos, assim foi isso que escrevi. Mas na verdade família anfitriã orava antes de cada refeição e
eu não tinha crença alguma. antes de dormir. Eles não tomavam bebi-
Com grande ansiedade, esperei o resultado das alcoólicas nem fumavam. Levavam
da candidatura. Onde eu iria morar? uma vida pautada por princípios
Fui designada para a família de Grant e morais elevados. Tudo se contrapu-
Jewel Hodson, santos dos últimos dias, em nha frontalmente ao modo de vida
Utah. Onde ficava Utah? Mórmons? Quem dos adolescentes
são eles? Fiz pesquisas sobre Utah em livros
e procurei também informações sobre os
mórmons. Os livros diziam coisas
terríveis sobre a Igreja e principal-
mente sobre Joseph Smith.
Passei minha última noite
ILUSTRADO POR BRIAN CALL
Sobre os Mórmons
FATOS SOBRE UTAH Guia de V
iagens de
Utah
que eu conhecera antes. mais a barreira lingüística; não tive
E parecia que quase a mínima dificuldade para falar inglês.
todas as pessoas que eu conhe- Estava fluente pela primeira vez! Eu
cia eram membros da Igreja SUD. nunca sentira algo assim antes. Falei
Fiquei impressionada ao ver que, ao conforme vinha a inspiração. Era um
falarem de sua igreja, diziam: “Eu sei” sentimento cálido e belo. De
e não: “Eu acredito”. Eu nunca ouvira modo sereno, estava-me
antes tal convicção em declarações religiosas. sendo ensinado: “Você
Se essas pessoas podiam saber, deduzi que deveria sabe que o que está dizendo é verdade.
haver um meio para eu também saber. Eu era o tipo de Você sabe que eu existo. Você sabe”.
pessoa que precisava saber, pois se eu aceitasse os ensina- E eu de fato sabia! Com lágrimas nos olhos, sentei-me.
mentos da Igreja, teria que fazer mudanças em meu modo Pensei: “O que era aquilo?” Respondendo como se tivesse
de vida e em meus planos futuros. ouvido essa minha pergunta silenciosa, a mãe da família
Com o forte desejo de saber por mim mesma sobre a disse com serenidade: “O que você está sentido é o
veracidade da Igreja, observei o exemplo de minha família Espírito”. Tudo o que eu conseguia pensar era: “Nossa! É
anfitriã. Eles não faziam proselitismo, mas seu modo de verdade!”
vida despertou em mim o desejo de saber o que inspirava Com a permissão de meus pais na República Tcheca,
seus atos. Eu nunca vira tamanha fé. pedi ao pai da família Hodson que me batizasse em A
Ouvi um líder da Igreja dizer: “As pessoas desejarão Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Foi um
conhecer a Cristo por conhecerem vocês”. Eu queria dia de grande alegria para mim. Senti-me tão limpa e reno-
conhecer a Cristo por conhecer a família Hodson. Eles vada! Além dos Hodson, eu estava cercada de muitos
eram um grande exemplo para mim da maneira como membros da ala que tinham vindo apoiar-me. Fiquei muito
deve viver uma família. grata por isso.
Comecei a orar. Orei durante três semanas e nada acon- Quando saí de Utah e voltei para a República Tcheca, eu
teceu. Fiquei um pouco desanimada. Achei que talvez eu era o único membro da Igreja em minha cidade, Chrastava
não fosse digna de sentir o amor de Deus. (8.000 habitantes) e também em Liberec (120.000 habitan-
Naquela mesma semana, decidi participar da tradicional tes), uma cidade a cerca de 10 quilômetros de Chrastava.
reunião de testemunhos da família Hodson, realizada a Eu trabalhava como recepcionista num hotel e dava aulas
cada primeiro domingo do mês. A mãe, Jewel, perguntou- de inglês numa escola secundária particular. Eu estava ten-
me se eu gostaria de dizer algo. Respondi: “Claro”. Mas tando de todas as formas achar meu novo lugar em casa.
32
V
aclava,
ou Wendy,
como às
vezes é cha-
mada, leva a
mensagem do
evangelho por
todos os lugares
em que passa.
Ela lembra-se da
noite em que o
Espírito lhe sussur-
Desde aquela época, freqüentei a Universi- Talvez eu também venha a exercer rou que ela já sabia
dade Brigham Young — Idaho e concluí meu influência como professora de Artes. As pes- que o Pai Celestial
curso de Belas Artes na Universidade Brigham soas daqui precisam do evangelho e tam- existia e que essa
Young — Havaí. Um dos pontos altos de meu bém da arte. Como desejo que saibam o que era Sua Igreja.
período na BYU — Havaí foi jogar na equipe sei. Quero ensinar-lhes o verdadeiro plano
de voleibol. Naquele campus especial, meu de felicidade. Sei que o Pai Celestial deseja
testemunho fortaleceu-se. que meu povo tenha o evangelho e todas
Agora estou de volta ao lar na República as coisas boas da vida. Sei que meu Pai
Tcheca. Quero propagar a mensagem do Celestial me ama e me ajudará a dar o
evangelho. No início, meu pai e minha máximo de mim, embora eu tenha imperfei-
mãe acharam que eu estivesse louca por ções. Continuo a querer ser guiada por Ele
converter-me. Em seguida, passaram sempre. ■
a apoiar-me completamente e sentiam-
Vaclava Svobodova é membro do Ramo
se gratos por meus estudos. Liberec, Distrito Praga República Tcheca
MENSAGENS DE
DOUTRINA E CONVÊNIOS
A
seção 18 de Doutrina e Convênios liares. Todos os meses, eu e ele visitávamos
ensina-nos que o Senhor ama Seus quatro lares, e eu preparava quatro mensa-
filhos e deseja que trabalhemos para gens diferentes com o intuito de fortalecer
a salvação deles. A cada vez que leio esta meu amigo e ajudá-lo a voltar à atividade no
seção, vêm-me à mente muitas experiências evangelho. Com o tempo, ele tomou a deci-
sobre a ativação e retenção de membros da são de arrepender-se, assistir fielmente às
Igreja — experiências que me fazem lembrar reuniões e tomar o sacramento com sinceri-
que o Senhor guiará a obra se tivermos fé dade. O sacrifício do Senhor estava tendo
O Pai Celestial nos Nele e fizermos os esforços necessários. efeito na vida dele.
ama e deseja que Uma dessas experiências começou há Durante seis meses, visitamos um pai que
façamos o trabalho alguns anos quando fui designado como era o único membro da Igreja em sua família.
missionário e de mestre familiar de um rapaz que fora criado Apesar de nosso empenho e embora sempre
ativação à Sua numa família fiel da Igreja. Depois de sair fôssemos bem recebidos, não conseguimos
maneira. de casa para freqüentar a faculdade, esco- ativá-lo nem batizar a esposa e os três filhos.
lheu outros caminhos. Mês após mês, meu Então, fomos inspirados a envolver as crian-
companheiro no ensino familiar e eu o visi- ças e começamos a levá-las à Igreja aos
távamos sem sucesso; ele nem parecia ouvir domingos. Essa responsabilidade recaiu
o que lhe dizíamos. Contudo, quando vie- sobre meu companheiro.
ram provações e ele ficou confuso, sem Nossos esforços começaram a surtir efeito.
saber o que fazer para resolver seus proble- As crianças adoravam ir à Igreja e logo foram
mas, foi a seus mestres familiares que ele batizadas. A ala inteira empenhou-se para
procurou. envolver os pais, mas era preciso ainda que o
Naquela época, eu era seu presidente de Espírito do Senhor tocasse a vida deles.
estaca. Ele disse-me que se lembrara de algo Certa vez meu companheiro, que mal
ILUSTRADO POR MICHAEL T. MALM
que sua mãe lhe ensinara: “O Senhor ouve abrira a boca durante nossas visitas mensais,
as orações dos que O buscam com sinceri- tomou a palavra e prestou testemunho com
dade”. Ao confidenciar-me que voltara a muita emoção. Ele passara por muitas difi-
orar e ler as escrituras, vi com alegria que culdades em sua vida e agora contava como
o Senhor o tocara. era maravilhoso estar nos braços do Senhor.
34
Seu testemunho foi tão sincero e contundente e o E agora, se vossa alegria é grande com uma só alma que
Espírito estava tão forte que todos fomos tocados. tiverdes trazido a mim no reino de meu Pai, quão grande
Naquela mesma semana, a esposa decidiu ouvir as pales- será vossa alegria se me trouxerdes muitas almas!” (D&C
tras missionárias e finalmente foi batizada. O marido vol- 18:13–16)
tou à atividade plena. Essa experiência ensinou-me três princípios essenciais:
Hoje, a família permanece ativa e totalmente integrada 1. O Senhor está à frente desta obra. Ele preparou o
na ala e foi selada no templo do Senhor. Meu companheiro caminho. Ele interessa-Se e envolve-Se diretamente em
continua a progredir rapidamente no evangelho. Casou-se nosso trabalho missionário.
com uma jovem maravilhosa no templo e agora eles têm 2. As visitas dos mestres familiares e professoras visitan-
dois filhos. Estão felizes e prestam um serviço valioso a tes devem ser consistentes e bem preparadas. Temos que
nossa ala e à Igreja. levar o Espírito do Senhor aos lares que visitarmos.
Seis pessoas converteram-se ao evangelho como resul- Precisamos também conquistar a confiança deles.
tado dessa experiência. Um milagre coletivo! Sinto a ale- 3. É essencial envolvermos outras pessoas no processo
gria descrita nas escrituras: de ativação e conversão. Os líderes da ala ou ramo podem
“E quão grande é sua alegria pela alma que se arrepende! coordenar o trabalho com o conselho da ala ou ramo e o
Portanto sois chamados para clamar arrependimento a comitê executivo do sacerdócio para ajudar-nos a atingir
este povo. nossos objetivos missionários.
E, se trabalhardes todos os vossos dias clamando arre- Testifico que Deus é nosso Pai. Ele nos ama e deseja
pendimento a este povo e trouxerdes a mim mesmo que que façamos o trabalho missionário e de ativação à Sua
seja uma só alma, quão grande será vossa alegria com ela maneira. Podemos tornar-nos instrumentos eficazes em
no reino de meu Pai! Suas mãos para a salvação de Seus filhos amados. ■
Você É
Mórmon?
Um colega ANA LEE GRANIELA LÓPEZ
D
de trabalho urante meu segundo ano de facul- dizer? Como poderia responder a um comen-
dade, trabalhei na biblioteca da uni- tário desse tipo? A única coisa que me veio à
tinha algu- versidade como estudante assistente. mente foi: “Mas é a Igreja de Jesus Cristo!”
mas informa- Certo dia, em dezembro, fui escalada para tra- Eu sabia que tinha de repetir mentalmente
ções negativas balhar com outro estudante. Eu não o conhe- o lema das Moças — “Defender a Verdade e a
sobre os san- cia antes, assim ao iniciarmos o expediente, Retidão” — e pô-lo em prática. Mas como?
tentei iniciar uma conversa. Falamos sobre a Comecei a dizer ao outro assistente que
tos dos últi-
faculdade, o trabalho e nossa família. nossa igreja é a Igreja de Jesus Cristo, que
mos dias. À tarde, ele começou a cantarolar músicas acreditamos Nele como nosso Salvador e que
Como eu que mencionavam Deus. Perguntei sobre a eu compreendia o amor que Ele tem pelos
poderia religião dele. Eu esperava que ele me fizesse filhos de Deus. Exprimi do fundo da alma que
ajudá-lo a a mesma pergunta, para que eu pudesse falar- eu acreditava em Jesus Cristo, que era mem-
lhe da Igreja, e ele o fez. Fiquei entusiasmada, bro de Sua Igreja e que aprendera a amá-Lo e
compreender pois era uma excelente oportunidade missio- seguir Seu exemplo.
que somos de nária. Com um enorme sorriso, respondi que Meu colega não quis mais dar-me ouvidos.
fato cristãos? era membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Respondeu com hostilidade a meus comentá-
Santos dos Últimos Dias. Ele demonstrou rios enquanto eu tentava explicar-me. E falou
surpresa e, com um tom de voz não muito do Livro de Mórmon da mesma forma que
agradável, replicou: “Os mórmons? Você é falara da Igreja. Era fácil notar que ele não
mórmon? Aquelas pessoas que não crêem em estava disposto a ouvir. E eu tampouco queria
ILUSTRADO POR GREGG THORKELSON
36
O QUE segundo os ensinamentos de Jesus’.
SIGNIFICA Assim, duas características identifi-
S E R C R I S T Ã O ? cam os cristãos: (1) eles professam
“Algumas pessoas crer num Salvador e (2) agem em
acham erronea- harmonia com os ensinamentos
mente que A Igreja do Salvador. Os membros fiéis
de Jesus Cristo dos Santos dos da Igreja, chamados santos dos últi-
mos dias, preenchem claramente que eu fizera. A oração era a melhor
Últimos Dias e seus membros não
ambos os requisitos. Em nossas ferramenta que eu tinha. A oração e
são cristãos. Temos dificuldade para
crenças e atos, demonstramos que o Espírito Santo tinham-me ajudado
compreender por que alguém aceita-
‘Jesus Cristo é a principal pedra de a saber o que dizer e como testificar
ria e promoveria uma idéia tão
esquina’ [Efésios 2:20] de nossa fé.” para meu colega e também a saber
distante da verdade. (...)
Élder Joseph B. Wirthlin, do Quórum dos que o Pai Celestial estava contente
Doze Apóstolos, “Christians in Belief and comigo.
Action”, Ensign, novembro de 1996, p. 70.
Essa experiência ajudou-me a
saber com uma certeza ainda maior
que esta é a verdadeira Igreja de
Jesus Cristo e que, assim como Ele
foi perseguido, Sua Igreja também
o é. Aprendi a importância de ter
Um dicionário define cristão um testemunho firme do evange-
como ‘alguém que professa crença lho de Jesus Cristo e Sua Igreja.
em Jesus como o Cristo ou segue a Acho que todos os membros
religião baseada [na vida e ensina- jovens da Igreja devem procu-
mentos de Jesus]’ e ‘alguém que vive rar adquirir um testemunho
firme a fim de poderem tes-
tificar às outras pes-
Quando saí da biblioteca, soas, mesmo que
fiquei a perguntar-me como não consigam
alguém podia falar da Igreja mudar a
daquela maneira. Pensei no que
sentira ao testificar para ele e
fiquei a indagar-me se deveria
ter-lhe permitido expressar-se
daquela forma. Senti raiva e
medo e ocorreram-me coisas
que poderia ter dito. Fiquei
frustrada e tive dúvidas sobre
meu próprio grau de espiritua-
lidade, pois ele não mudara de
idéia. Eu fracassara?
A caminho de casa, orei. Eu
queria livrar-me dos sentimen-
tos negativos. Desejava ter
certeza das coisas que eu
aprendera a vida inteira e
sentir que o Pai Celestial
estava satisfeito comigo pelo
38
mentalidade delas. Quando testificamos, nosso testemu- EXTRA! EXTRA!
nho, por sua vez, se fortalece e podemos ao menos plantar Há mais artigos em inglês sobre este assunto na Biblioteca do
uma semente no coração das pes- Evangelho em www.lds.org: Richard C.
soas. Ainda que elas não demons- Edgley, “A Disciple, a Friend” (Ensign,
POR QUE NÃO
trem interesse inicialmente, maio de 1998); Stephen E. Robinson,
poderão conhecer melhor nossas
USAMOS A “Are Mormons Christians?” (New Era,
crenças. ■ C R U Z ? maio de 1998); e Robert E. Wells, “We
Ana Lee Graniela López é membro da Certa vez, um Are Christians Because . . .” (Ensign,
Ala Cabo Rojo II, Estaca Mayaguez ministro perguntou janeiro de 1984).
Porto Rico.
ao Presidente
Gordon B. Hinckley por que os san-
tos dos últimos dias não usam cru-
zes ou as exibem em suas capelas.
O Presidente Hinckley respondeu:
COMO RESPONDER “‘Não quero ofender nenhum de
Lembre-se do que o Senhor disse: meus colegas cristãos, que usam a ●Leve-os ao centro de visitantes
“Não procures pregar minha palavra, local, se possível. Peça-lhes que
cruz no campanário das catedrais e
mas primeiro procura obter minha olhem os quadros e estátuas do
nos altares das igrejas, que a usam
palavra e então tua língua será desa- Salvador e conversem com os
nas roupas e impressa em seus livros
tada; e então, se o desejares, terás missionários.
e outras publicações; mas para nós,
meu Espírito e minha palavra, sim, o
poder de Deus para convencer os
a cruz é o símbolo da morte de ●Convide-os para irem à Igreja com
homens”. (D&C 11:21) Cristo, e nossa mensagem é uma você a fim de verem por si mesmos
Depois de estudar e conhecer as declaração do Cristo vivo’. que os membros da Igreja acreditam
doutrinas básicas da Igreja relativas [O ministro] então perguntou: ‘Se no Salvador.
ao Salvador, veja a seguir algumas não usam a cruz, qual é o símbolo
sugestões sobre como explicar às de sua religião?’ ●Encaminhe-os ao link “Perguntas
pessoas que você pertence a uma Respondi que a vida de nosso feitas freqüentemente” no site
igreja cristã. povo deve se transformar na expres- www.mormon.org em português a
são mais significativa de nossa fé”. fim de terem mais explicações das
●Explique-lhes que o nome com- Presidente Gordon B. Hinckley, “O Símbolo doutrinas básicas da Igreja.
JESUS APARECENDO A QUINHENTAS PESSOAS, DE GRANT ROMNEY CLAWSON
Cristo dos Santos dos Últimos ●Se eles não se mostrarem receptivos
Dias. Os outros nomes são ape- ao que você disser, não entre em
nas apelidos. discussões. Preste testemunho do
Salvador e diga-lhes o que você
●Diga-lhes que os membros da sabe ser verdade.
Igreja acreditam na Bíblia e
mostre-lhes passagens do ●Não se sinta rejeitado se as pessoas
Livro de Mórmon que testificam não acreditarem em seu testemu-
de Jesus Cristo. nho. Lembre-se de que as coisas que você conhece conti-
nuam a ser verdadeiras e que esta é a verdadeira Igreja
●Explique a Restauração do evangelho — que Joseph Smith foi de Deus. Faça com que seu modo de vida testifique que
um grande profeta e que restaurou a Igreja de Cristo na Terra. você é cristão.
FOTOGRAFIAS DE ADAM C. OLSON, EXCETO QUANDO INDICADO EM CONTRÁRIO; à ESQUERDA: FOTOGRAFIA DE JOHN LUKE; NO FUNDO, à DIREITA: FOTOGRAFIA © RUBBERBALL PRODUCTIONS
A DA M C . O L S O N
Revistas da Igreja
E
m algum lugar, no meio do oceano, missão e o casamento, converter-se, servir ao
numa bela ilha tropical onde a brisa Senhor, sentir-se bem e encontrar segurança.
cheira a flores e as palmeiras se esten- Estão descobrindo que o seminário os ajuda a
dem rumo ao céu, os jovens santos dos últi- conseguir tudo isso e muito mais.
mos dias estão descobrindo o poder das
escrituras. Interessar-se pelas Escrituras
Na ilha do Taiti, palavra que significa “local “Venho para aprender”, diz Raymonde
Os jovens no de reunião”, muitos desses rapazes e moças Chapman, 15 anos, da Ala Orofero, Estaca
Taiti mergu- estão reunindo-se todas as manhãs, às vezes Paea Taiti, “para conhecer melhor as escrituras
lham no às 5h15, para estudar as escrituras e aprender e a vida dos profetas. Quero compreender.”
como o evangelho pode mudar sua vida. Se Raymonde quer aprender mais sobre as
estudo das O seminário no Taiti, como em várias das escrituras, o seminário é o lugar certo. Não é
escrituras. 117 ilhas que compõem a Polinésia Francesa, incomum ouvir um professor do seminário
é bem freqüentado. É verdade que é difícil dizer algo como: “Tentamos despertar o inte-
levantar-se cedo, mas esses jovens estão resse dos alunos pelas escrituras para que
verificando que as bênçãos superam os elas se tornem parte da vida deles”.
sacrifícios. É óbvio que esses alunos estão se interes-
“Não é fácil”, conta Vaitiare Timo, de sando pelas escrituras e que as escrituras estão
17 anos, da Ala Mahina, Estaca Arue Taiti. começando a fazer parte integrante deles.
“Mas não há como escapar. Preciso ir. Tenho Nos últimos tempos, a escritura favorita
que servir ao Senhor, pois Ele já fez muito de Karere Teiho, de 18 anos, é D&C 10:5:
por mim.” “Ora sempre, para que saias vencedor; sim,
Cada um dos jovens tem seus próprios para que venças Satanás e escapes das mãos
motivos para freqüentar o seminário. Eles vêm dos servos de Satanás, que apóiam o traba-
para aprender, compreender, aplicar o evange- lho dele”.
lho, ver os amigos, receber auxílio diário para “Satanás é muito forte”, afirma Karere,
os problemas da vida, preparar-se para a membro da Ala Mahina. “Todas as manhãs
40
“Gostei da parte em que José perdoou a Para Karere Teiho,
seus irmãos”, diz uma colega de Benjamim, Vaitiare Timo, Kent
Rumia Temauri, de 14 anos, falando sobre a Manarani (abaixo) e
ocasião em que José foi vendido ao Egito. Rumia Temauri (à
“É um bom exemplo de como devemos ter esquerda), o seminário
bons relacionamentos com a família. Isso me não os ajudou apenas
ajudou.” a compreender as
antes do seminário, oro para receber auxílio A irmã Ariiotima Mahirava, escrituras, mas tam-
para ser protegido das tentações. Funciona.” professora de seminário de bém a aplicá-las
Ele encolhe os ombros: “Não sou perfeito, Benjamin e Rumia, pede aos na vida.
mas até agora fui abençoado para achar for- alunos que aprendam
ças para resistir”. uma passagem de
Quando alunos como Karere começam a domínio das escrituras
pôr em prática o que aprenderam, o poder todas as semanas. No
das escrituras começa a verdadeiramente
mudar sua vida.
“O seminário ajuda-nos a aplicar
o evangelho em nossa vida”, diz
Benjamin Tuahiva, 14 anos, da
Ala Orofero. “A vida dos profe-
tas é um exemplo para nós.”
AMIGOS DO
SEMINÁRIO
“Obrigado por esta-
rem procurando
(...) [freqüentar] o
instituto, por faze-
verso de cada cartão de domínio rem o seminário, por compartilha- temos a oportunidade de conhecer
das escrituras, há uma sugestão rem as bênçãos que ali podem alunos de outras classes e outras
sobre como os alunos podem apli- receber, não somente com respeito alas. Como a maioria de nós estuda
car em sua vida o ensinamento da ao ensino do evangelho mas tam- na mesma escola, isso nos ajuda a
passagem. A irmã Mahirava desafia bém no convívio uns com os outros. fazer amigos no colégio que são
os alunos a viverem essa aplicação Quero dizer a vocês que procurem membros da Igreja.”
pessoal durante a semana e depois fazer amigos entre os membros da Ter amigos que seguem os
a prestarem seu testemunho na Igreja. Reúnam-se e fortaleçam uns mesmos padrões ajuda esses
classe de como isso os abençoou. aos outros. Desse modo, quando a aprendizes das escrituras a defen-
“Acho que os alunos estão perce- tentação vier, terão alguém com derem suas crenças como alunos
bendo que o evangelho não é algo quem contar para os abençoar e da escola.
que se vive apenas aos domingos”, lhes dar a força de que necessitam.” “Fazemos muitas coisas com
diz a irmã Mahirava. “É maravilhoso Presidente Gordon B. Hinckley, “Palavras nossos amigos que não são mem-
vê-los descobrir a luz brilhar.” do Profeta Vivo”, A Liahona, agosto de bros”, diz Vaitiare. “Mas às vezes
1998, p. 16.
é agradável contar com apoio de
As Bênçãos do Seminário alguém que possui as mesmas
Os alunos do seminário na crenças que nós.”
Polinésia Francesa são gratos pela
oportunidade de freqüentar esse programa. Reconhecem Em Segurança nos Últimos Dias
as muitas bênçãos que estão recebendo por sua fidelidade. Vaitiare também tem uma escritura predileta —
“É uma grande bênção saber que o Livro de Mórmon é pelo menos até encon-
a palavra de Deus”, afirma Karere. “Ele é a pedra funda- trar outra em seus estu-
mental de nossa religião. Ele nos ajudará a converter-nos dos que a ajude da
a nosso Pai Celestial e Jesus Cristo. Passei a amá-Los mesma forma. É
profundamente.” Apocalipse 1:3: “Bem-
Os alunos também começaram a sentir gratidão pelas aventurado aquele que
palavras e experiências dos profetas. lê, e os que ouvem as
“As histórias que aprendemos nas escrituras ajudam-nos palavras desta profecia,
todos os dias”, diz Vaitiare. “O que os profetas fizeram no e guardam as coisas
passado nos auxilia hoje. As experiências da vida dos pro- que nela estão escritas;
fetas modernos ajudam-me também, principalmente porque o tempo está Raymonde Chapman gosta de estudar
Joseph Smith.” próximo”. as escrituras no seminário.
“Sei que o seminário me ajudará”, diz Karere. “Sei que “As escrituras nos
ir todas as manhãs para aprender sobre o ensinarão a verdade se as lermos”, diz ela. “O que
evangelho me ajudará quando eu for para a os profetas nos ensinam é um guia para nós. Se
missão a saber como ensinar e testificar.” seguirmos as escrituras e as palavras dos profetas,
estaremos em
Contar com o Apoio de Alguém segurança nos
O seminário está não apenas ajudando a forta- últimos dias.”
lecer os alunos individualmente, mas eles estão Esse é apenas
encontrando também força juntos. mais um motivo para
“Há algumas classes que se reúnem ao reunir-se no seminário e
mesmo tempo”, diz Vaitiare. “Assim, estudar as escrituras. ■
42
SEMINÁRIO AO que o seminário é como uma escola para tudo, pescamos. Pescamos para comer,
ANOITECER nós e assim vêm. Aprendemos muito e mas também para divertir-nos.”
RICHARD M. ROMNEY gostamos de estar juntos. O seminário Os domingos e quartas-feiras, em parti-
Revistas da Igreja permite-nos continuar a aprender.” cular, são aguardados com ansiedade. “Aos
N
a ilha de Takaroa, a 600 quilômetros Como a maioria dos jovens de Takaroa, domingos, é claro, vamos à Igreja e nas noi-
a nordeste do Taiti, o seminário não Tetuarere trabalha nas fazendas de pérolas. tes de quarta-
acontece de manhã, mas à noite. Ele precisa levantar-se às 4h30 da manhã feira temos o
Uma vez por semana, às quartas-feiras, ao e passa o dia mergulhando e nadando, seminário”,
pôr-do-sol, a irmã Hina Garbutt ensina seus levantando redes pesadas de ostras e explica Hinanui.
à ESQUERDA: FOTOGRAFIA DE STARFISH © PHOTODISC; à DIREITA: FOTOGRAFIAS DE RICHARD M. ROMNEY
alunos a respeito do evangelho restaurado. levando-as aos barcos. Outros, como as “Aprendemos
Ela está seguindo um padrão de ensino jovens (à direita) Hinanui Tehina, 14 anos, muito sobre o
estabelecido na década de 1850 quando e Tapiu Tino, 15 anos, trabalham o dia evangelho.”
os missionários santos dos últimos dias inteiro prendendo ostras a fios de náilon Tetuarere fala de
começaram a pregar lá. De fato, a classe do para que outras pessoas as coloquem de um dos muitos princípios que estudou:
seminário reúne-se numa capela construída volta na água. É assim que as pérolas a importância do templo. “Não se pode ir
na década de 1890. crescem, e isso ajuda a manter viva a eco- lá levando consigo as coisas do mundo.
Para os adolescentes que moram em nomia de Takaroa. “Somos necessários É a casa do Senhor, e nada impuro pode
Takaroa, o seminário é a única opção de aqui”, explica Tapiu. Ela estudou no inter- entrar lá.”
estudos existente. Embora haja o ensino nato durante algum tempo, mas achou que De fato, uma das metas que entusias-
primário, a única alternativa para a escola havia muitas influências negativas lá, mam os alunos do seminário daqui é
secundária é ir para um internato em outra assim voltou para perto da família, onde economizar o dinheiro que ganham e ir
ilha, muito longe de lá. está cercada pelas pessoas amadas. com os demais membros do ramo para
“Entre os rapazes, só temos sacerdo- Depois de um longo dia de trabalho, o templo no Taiti. “Vamos realizar batis-
tes”, diz Tetuarere Temahaga (acima), 17 o que os jovens de Takaroa fazem para mos pelos mortos”, diz Hinanui. “É uma
anos, do Ramo Takaroa II, Distrito Takaroa relaxar? “Nada de mais”, ri Tetuarere. boa meta. Tudo o que aprendemos no
Tuamotu. “Os diáconos e mestres foram “Assistimos à televisão, embora não haja seminário leva-nos na direção da casa
todos para o colégio interno. Todos acham muito o que ver, ou nadamos. Acima de do Senhor.” ■
N
inguém rigidez. Numa noite ter-
quis ajudar rível, um projétil explo-
o sargento diu não muito longe do
moribundo. Então, sargento e feriu-o grave-
depois de alguns mente. O oficial coman-
instantes de dante estacionou um
silêncio, o irmão velho caminhão que
Thamas prontifi- sempre passava para
cou-se. transportar mortos e
O Coração Cheio de feridos e levá-los para
longe da frente de bata-
Compaixão lha para serem tratados
ou enterrados.
Juan Aldo Leone
O pelotão acompa-
O
irmão Thamas, um homem o húngaro. Nas curtas conversas com nhou à distância o destino de seu líder
idoso e magro, em geral os membros que tentavam fazer ami- moribundo. Ninguém foi ajudá-lo. O
sentava-se sozinho, um zade com ele, ele falava de seu dis- oficial pediu um voluntário para levar
pouco longe dos demais membros tante país natal, a Hungria. o homem ao caminhão e acompanhá-
que se reuniam para cumprimentar-se Certo dia, o bispo pediu-lhe que lo para a área de segurança. Ninguém
no início de nossas reuniões de fizesse um discurso de alguns minu- se prontificou.
domingo. Ele era de baixa estatura e tos na reunião sacramental. Ele ficou Então, depois de alguns instantes,
aparência humilde. Fora batizado surpreso, mas aceitou. Nós também o irmão Thamas apresentou-se.
ILUSTRADO POR KRISTIN YEE
recentemente e não tinha família. Seu ficamos surpresos ao ouvir seu nome “Com o coração cheio de compai-
espanhol, embora compreensível, era ser anunciado. Esperávamos um tes- xão”, contou-nos, “decidi carregar
uma mistura de português, francês, temunho breve e simples. nosso companheiro desafortunado
alemão, inglês e seu idioma materno, Contudo, quando ele chegou ao e acompanhá-lo em sua viagem.
44
uma coisa, não sobrava mais nada
P
à frente de batalha, verifiquei que ouco depois de nuasse o mesmo.
um forte bombardeio matara um ser batizada, Inicialmente, não
grande número de homens na terrí- casei-me com consegui acreditar
vel noite de minha partida. Além de um homem que não no que estava
mim, nenhum homem de meu pelo- era membro da Igreja. acontecendo.
tão sobrevivera. Então, compreendi. Ele controlava todo o Então, li a passagem
Agradeci a Deus por ter-me conce- dinheiro que eu ganhava da Bíblia em que o
dido a compaixão. Ele salvou-me a e nunca me deixava pagar o Senhor diz: “Fazei prova
vida e deu-me a oportunidade de dízimo. de mim nisto (...) se eu não
ouvir o evangelho restaurado.” Sofri durante dez longos e infelizes vos abrir as janelas do céu, e não
Nossa simples simpatia por aquele anos, um período em que não pude derramar sobre vós uma bênção tal
homem curvado transformou-se em progredir. Por fim, divorciei-me e até que não haja lugar suficiente
estima, admiração e gratidão por ter- comecei a trabalhar para sustentar a para a recolherdes”. (Malaquias
nos dado um exemplo do puro amor mim mesma e minha filha. Contudo, 3:10) Ajoelhei-me e, em lágrimas,
de Cristo. ■ o que eu recebia não era o bastante agradeci ao Senhor. Ele nunca me
Juan Aldo Leone é membro da Ala Villa para pagar nosso aluguel, contas, abandonou. ■
Allende, Estaca Córdoba Argentina Sierras. Ana Cristina Merino Rivas é membro
comida, roupas e outras necessida- da Ala North Park II, Estaca Provo Utah
des. Se eu tinha o suficiente para North Park.
Cervos na
Estrada Para ficar acordada naquela viagem estava a montanha e, à esquerda, um
Arlene Housman tarde da noite, eu estava cantaro- rio. Não havia para onde ir, apenas em
lando o último hino que tínhamos frente. Segurando o volante com uma
H
á muitos anos, eu estava vol- entoado na Igreja, “É Tarde, a Noite mão e o bebê com a outra, preparei-
tando para casa de carro Logo Vem” (Hinos, 96). Enquanto eu me para o impacto. Contudo, para
depois de deixar meu marido cantava, começou a chover. Ao che- minha surpresa, os animais simples-
na faculdade. O trajeto incluiria a pas- garmos ao cânion, a chuva transfor- mente se afastaram, permitindo que
sagem por um cânion nas mara-se em neve e passássemos.
montanhas de Utah. colava-se no asfalto. Depois de passar pelo rebanho
Nosso bebê recém- Ao fazer uma curva sem problemas, olhei o retrovisor.
nascido, April, estava numa estrada estreita O rebanho não tinha ficado imóvel
comigo. Isso foi bem antes de mão dupla, deparei- diante dos faróis nem se dispersado
da época dos assentos para me com um bando de cer- — como costuma acontecer com
bebês, assim a April estava vos que vinha diretamente em os cervos quando se assustam.
envolta por um cobertor sobre minha direção. Pisei no freio, Simplesmente se afastaram o bastante
um travesseiro no banco da e o carro derra- para a passagem de um pequeno
frente, com a cabeça em minha pou. A minha fusca. Para mim, era como se tivesse
perna. direita, sido a divisão do Mar Vermelho. A
A
caminho de casa, a 16 quilô- o terminar apreciávamos cada Dia escrituras para aprender sobre inte-
metros, regozijei-me ao uma curva, do Senhor e a oportuni- gração, bondade e serviço ao pró-
agradecer a Deus por ter deparei-me dade de ir à Igreja. ximo. Em seguida, empenhei-me
“[habitado] no meu lar”. com um bando de Nossa única preocupa- para pôr esses princípios em prática
Quando cheguei a casa e cervos em meu ção eram nossos filhos, no cotidiano. Eu sabia que se eu con-
saí do carro, dei-me conta caminho. Pisei no que tinham poucos seguisse mostrar ao povo da cidade
da tragédia da qual eu fora freio, e o carro amigos de sua idade como as famílias da Igreja podem ser
poupada. Lágrimas começa- derrapou. no ramo para brincar. bondosas e amáveis, aquele grupo
ram a cair. Mesmo que eu Meu marido e eu decidi- acabaria por aceitar-nos.
houvesse atingido um mos procurar meios de No entanto, o tempo passou e,
único animal, isso teria pro- fazer amizades fora da embora tivéssemos feito amizade
vocado sérios danos ao Igreja para que as crian- com os líderes do grupo social, eles
pequeno veículo e ferimen- ças fizessem novos ami- permaneceram firmes em sua posi-
tos em mim e no bebê. O gos e conhecessem ção de “proibido para mórmons”.
incidente acontecera a oito quilôme- pessoas de religiões diferentes. Então, decidi continuar a ser amá-
tros da fazenda mais próxima, e não Todavia, minhas esperanças logo vel e gentil com as pessoas a nossa
cruzamos nenhum automóvel na se desfizeram quando um grupo local volta, mas também decidi buscar um
estrada no cânion ou no restante do para crianças me disse que, por ser- grupo semelhante numa cidade vizi-
trajeto para casa. Chorei de alegria, mos “mórmons”, não éramos bem- nha. Mas lá também foi-me dito que
segurando minha filhinha nos braços vindos entre eles. Eu pertencera a os santos dos últimos dias não
e agradecendo a Deus por ter-nos grupos semelhantes em outras tinham permissão para participar. A
protegido do acidente. ■ regiões do país onde não havia mui- essa altura, eu estava tão frustrada
Arlene Housman é membro da Ala White tos santos dos últimos dias, e a reli- que tinha vontade de chorar. Qual
River, Estaca Auburn Washington.
gião nunca fora um empecilho antes. era o problema com as pessoas des-
Garanti aos líderes do grupo que eu sas duas cidades? Será que não conse-
não tentaria fazer proselitismo nem guiam ver que éramos uma família
“Proibido para forçar ninguém a seguir minha reli- gentil e divertida?
gião; eu e minha família desejávamos Orei para que o Espírito me guiasse
Mórmons” apenas fazer amigos e conhecer e me ajudasse a ser o mais amistosa e
Nome Omitido novas pessoas. Contudo, eles perma- bondosa possível. Orei para que as
neceram firmes em sua decisão e não pessoas que tivessem contato comigo
A
cabáramos de mudar-nos para permitiram que aderíssemos. sentissem no coração que éramos pes-
uma cidadezinha do interior Decidi seguir o exemplo de Cristo soas boas. Orei para que passassem
onde não havia muitos mem- e ser bondosa e amável com os habi- por uma mudança de coração que as
bros da Igreja. Nosso pequeno ramo tantes da cidade para que vissem que levasse a aceitar-nos. Ainda assim,
era unido e cheio de calor humano, e os membros de A Igreja de Jesus senti que minhas orações não estavam
46
sendo respondidas. Por mais que me calçada não significavam nada para solidariedade — eu estava agindo da
esforçasse, não consegui enternecer- aquelas pessoas. Onde eu errara? forma mais cristã que podia. Ainda
lhes o coração. Naquela noite, orei e fiz uma assim, a única impressão que recebi
Então, certa noite recebi um tele- súplica fervorosa e sincera para rece- foi “Siga a Cristo”.
fonema que destruiu por completo ber ajuda para lidar com aquelas pes- Então, percebi que quando minhas
minhas esperanças. Os líderes do soas que tinham sentimentos tão energias estão voltadas para seguir
grupo telefonaram e disseram-me fortes contra a Igreja. Eu sentia que a Cristo, não sou tão afetada pelas
de novo que minha família não era merecia o reconhecimento delas opiniões alheias. Sirvo as pessoas por-
bem-vinda entre eles. Eles estavam devido a meus esforços e expliquei que é a coisa certa e não porque isso
preocupados que estivéssemos isso ao Pai Celestial. melhorará minha imagem como santo
esperando ser admitidos no futuro A resposta foi mais intensa do que dos últimos dias. Sou gentil e presta-
por termos feito tantos amigos na qualquer impressão que eu recebera tiva porque me sinto assim, não por
comunidade. Disseram algumas durante muito tempo: “Siga a Cristo”. ter motivos egoístas para sê-lo.
coisas muito duras, e chorei, com No início, fiquei confusa. “Sim”, “Siga a Cristo” tornou-se meu lema
mágoa no coração. Todos os jantares pensei, “mas já estou fazendo isso.” sempre que fico incomodada com as
que organizáramos, os projetos de Os doces que distribuo, a amizade, a pessoas que não gostam de nós por
serviço, as bolachas que oferecêra- causa de nossa religião. Agora sinto
O
mos e as conversas informais na s líderes de alegria ao servir as pessoas a despeito
um grupo de sua reação a minha bondade e
local de considero-me abençoada por isso.
crianças disse-nos Não vim à Terra para ganhar a aprova-
que, por sermos ção alheia, mas para preparar-me
“mórmons”, não para voltar à presença de meu Pai
poderíamos Celestial, e a única maneira de fazê-lo
participar. é seguir o Salvador. ■
COMENTÁRIOS
Deixe seu
Como uma Barra de Ferro
Desejo externar minha sincera gra-
Talento
tidão a meu Pai Celestial pela revista
Liahona. Nos cinco anos desde que
me tornei membro da Igreja, ela é
BRILHAR!
para mim como uma barra de ferro,
conservando-me no caminho estreito
e apertado. Ela fortalece meu teste-
Grata pelos Conselhos do Profeta munho de que o Senhor guia Sua
Gostaria de externar minha gratidão Igreja e seus membros por meio dos
pela revista Liahona. Fico cheia de profetas.
alegria ao ler o testemunho de outros Javier Enrique Bohórquez Zambrano,
santos dos últimos dias de todo o Ala Calderón,
mundo. Gostei muito da admoestação Estaca Guayaquil Equador Sul
do Presidente Gordon B. Hinckley na
Mensagem da Primeira Presidência
de setembro de 2004 para erguermos A Liahona Traz-me Felicidade
nossa voz contra o mal. Os artigos Gosto muito de ler a Liahona. A
sobre o fortalecimento da família inspi- seção das crianças traz-me felicidade e
ram-me a cada dia. Sou grata pelo pro- contém artigos interessantes que me
feta e pela revista, que une os santos ajudam. Escolho com cuidado amigos
S
e você for um artista ou fotógrafo
em todo o mundo. que me ajudam a fazer o que é certo e
profissional interessado em ser con-
Carolina Tello Vargas, tento dizer apenas palavras gentis e
tactado para designações como
Ala Ventilador, ter uma atitude positiva.
freelancer para as revistas da Igreja,
Estaca Neiva Colômbia Lehonti Melquisedec Ramos Ochoa, 9 anos, convidamo-lo a escrever para nós. As
Ala Auditorio,
designações para freelancers exigem a
Estaca Guadalajara México
capacidade de criar trabalhos artísticos
O Espírito do Templo Independencia
editoriais e documentais dentro de prazos
Sempre adorei o sentimento que o
específicos.
templo traz a minha vida. Quando fui
Queira enviar até 10 amostras em for-
chamado para servir como missioná- Fonte de Força
mato digital de seu trabalho (arquivos PDF
rio numa área em que eu não poderia Nem tenho palavras para exprimir
ou JPEG de no máximo 1,5 megabytes por
freqüentar o templo, tive receio de como sou grata pela revista Liahona.
e-mail), informações para contato e um
não contar com esse sentimento É minha fonte de força neste mundo
breve histórico profissional para cur
durante dois anos. Então, descobri cheio de desafios. Quando leio as
-artist-photographer@ldschurch.org.
que o Pai Celestial nos enviou um pre- mensagens dos profetas, sinto o amor
Se preferir, envie seus dados e amostras
sente que pode proporcionar um sen- de Deus por mim. O que mais eu
de seu trabalho para Artists and
timento semelhante, a despeito de poderia pedir?
Photographers, Liahona, 50 East North
onde estivermos. Sou muito grato Mary Ann D. Ranches, Temple Street, Floor 24, Salt Lake City, UT
pela revista A Liahona. Quando leio Ramo Alaminos I,
84150-3220, USA.
as mensagens que ela traz, sinto o Distrito Alaminos Filipinas
mesmo espírito que sentia no templo.
Élder Allan Herbert Silva,
Missão Brasil Goiânia
48
PA R A A S C R I A N Ç A S • A I G R E J A D E J E S U S C R I S T O D O S S A N T O S D O S Ú LT I M O S D I A S • O U T U B R O D E 2 0 0 5
OAmigo
VINDE AO PROFETA
ESCUTAR
Perdoe
PRESIDENTE GORDON B. HINCKLEY
G
uy de Maupassant, o escritor fran- pela mágoa, ficou muito doente e morreu.
cês, conta a história de um campo- No delírio que antecedeu sua morte, repe-
nês chamado Hauchecome, que, tidamente murmurava: “Um pedaço de
num dia de feira, foi à vila. Enquanto cami- cordão, um pedaço de cordão”. (Ver “The
nhava pela praça, viu um pedaço de cordão Piece of String” em The Works of Guy de
caído ao solo. Pegou-o e colocou-o no Maupassant, s. d., pp. 34–38.)
bolso. Variando as personagens e circunstân-
Mais tarde, no mesmo dia, alguém cias, essa história poderia ser repetida mui-
se queixou do furto de uma bolsa. tas vezes em nossos dias. Como nos é difícil
Hauchecome foi preso e levado diante perdoar àqueles que nos injuriaram.
do prefeito, a quem protestou inocência, Irmãos e irmãs, vamos curar as feridas
O Presidente mostrando o pedaço de cordão que havia causadas por planos de vingança contra
Hinckley exorta-nos apanhado do chão. Ninguém, porém, aqueles que nos tenham prejudicado.
a pedir ao Senhor acreditou nele; limitaram-se a rir dele. Todos nós temos um pouco desse espírito
forças para perdoar. No dia seguinte, a bolsa foi encontrada de vingança dentro de nós. Felizmente,
e Hauchecome absolvido. Ressentido, também temos o poder de elevar-nos
porém por haver passado por aquela acima dele. Rogo que vocês peçam ao Pai
vergonha devido a uma acusação falsa, forças para perdoar. Pode não ser fácil nem
A2
O Amigo
INÍCIO
TEMPO DE
COMPARTILHAR
ESCOLHEREI SEMPRE
O QUE É CERTO
“Escolhei hoje a quem sirvais; (…) porém eu e a minha casa Labirinto “Escolha o Que É Certo”
serviremos ao Senhor.” (Josué 24:15) Siga pelo labirinto da página A4 Escolha as figuras
que representam decisões corretas. À medida que fizer
M A R G A R E T S. L I F F E R T H escolhas certas, o labirinto o levará a Jesus Cristo.
Primeira Conselheira na Presidência Geral da Primária
Pense nas escolhas que você faz diariamente. Idéias para o Tempo de Compartilhar
escrituras contêm a palavra de Deus ensinada pelos um bom amigo. Peça a cada classe que escolha uma gra-
Seus profetas. Elas podem ajudá-lo a saber o que fazer. vura e leia a história sobre ela contida nas escrituras
Hoje, nosso profeta e outros líderes são os servos ou no verso da gravura. À medida que cada classe fizer
de Deus. Ouça o que eles disserem na conferência uma pequena representação da história, discuta as
geral. Se seguir seus conselhos, você escolherá o que maneiras pelas quais o exemplo de Jesus nos ajuda a
é certo. ser um bom amigo. ●
“Voltarei assim
que possível.”
A6
No domingo, o Élder McKay deixou que seus filhos
Lawrence e Llewelyn fossem à Igreja sozinhos enquanto
ele e sua esposa, Emma Ray, ficaram em casa para cuidar
de Lou Jean.
O A M I G O OUTUBRO DE 2005 A7
DE UM AMIGO
PARA OUTRO
O Evangelho
Nos Faz Felizes
“Agora, o que ouvimos no evangelho fuma? Não bebe? Então não é homem, é
que recebemos? Uma voz de alegria!” um maricas!”
(D&C 128:19) No final do ano letivo, quando estava no
C
resci no Taiti e minha mãe e meu pai penúltimo ou último ano, alguns dos meus
filiaram-se à Igreja quando eu era colegas trouxeram bebida alcoólica para
criança, mas não fui batizado logo. uma festa. Eles me agarraram, me seguraram
Quando tinha onze anos, fui à Primária no chão e tentaram despejar champanhe em
certa tarde de quarta-feira. Estávamos sen- minha boca. Não queriam me machucar, só
tados numa esteira debaixo de uma man- queriam se divertir comigo. Felizmente, eu
gueira enquanto a professora da Primária consegui escapar. Nunca me arrependi de
nos contava a história da Primeira Visão. Ao guardar a Palavra de Sabedoria. Alguns de
ouvi-la falar, meu coração começou a bater meus colegas já morreram desde aquela
Extraído de uma mais forte. Tive um forte sentimento de época, mas sou grato por ainda estar vivo,
entrevista com o que a Primeira Visão de Joseph Smith era com saúde e tentando servir ao Senhor.
Élder Jean A. Tefan, verdadeira e de que ele era um profeta ver- Um dos meus colegas tornou-se muito
Setenta de Área, dadeiro. Após aquela experiência espiritual, rico quando adulto. Certa vez, ele me
Área Ilhas do contei aos meus pais: “Eu tenho um teste- disse: “Eu admiro você. Minha família
Pacífico; por munho e quero ser batizado.” tem dinheiro, mas não somos tão felizes
Kimberly Webb, Desde o dia em que fui batizado até o quanto você”. Senti como se ele estivesse
Revistas da Igreja dia da minha formatura no colégio, eu era elogiando todos os santos dos últimos
o único membro da Igreja da minha dias. Ele percebeu que viver o evangelho
escola. Meus colegas diziam: “Você não tornava as pessoas felizes.
A8
Servi como presidente da Missão Suva Fiji. Um dia na
ilha de Quiribati, estava caminhando com dois élderes
quando um homem bêbado se dirigiu a nós. Eu quis
mandá-lo embora, mas ele viu a plaqueta missionária com
meu nome e chamou-me: “Presidente Tefan, gostaria que
você e seus missionários fossem jantar na minha casa”.
Élder Tefan com sua família.
Pensei: “Ele nem sabe o que está dizendo”. Virei-me
para os élderes e perguntei: “Como se sentem?
Gostariam de aceitar o convite?” Eles disseram que gos- para jantar e abrindo minha boca para pedir que ele
tariam de ir, então me senti constrangido a aceitar. ouvisse o evangelho.
Na noite seguinte tivemos um ótimo jantar chinês — Crianças, convido-as a abrirem a boca — convidem
frango, peixe, outros tipos de carne e macarrão. Os mis- seus amigos para virem à Igreja e aprenderem sobre o
sionários ficaram satisfeitos porque foi uma mudança no evangelho. Vocês nunca sabem que milagres poderão
seu cardápio diário de arroz e peixe. Ao fim do jantar, ocorrer. ●
agradeci ao homem e disse: “Agora gostaria de oferecer-
lhes um presente. Vocês gostariam que os missioná-
rios lhes ensinassem o evangelho de Jesus
Cristo?”
Ele disse que não estava interessado, mas
que os missionários poderiam ensinar sua
esposa e seu filho de dezoito anos. Três meses
depois o filho foi batizado. No ano seguinte a
esposa foi batizada, e o homem começou a
freqüentar a Igreja. Ele pediu-me uma
bênção para ajudá-lo a parar de
fumar e beber, e abandonou tudo
isso. Na última vez que visitei
aquela família, o filho havia
recebido uma bolsa de estu-
dos integral na Universidade
Brigham Young — Havaí e
também um chamado mis-
sionário para servir em
Hong Kong.
Quando me lembro
dessa experiência com
ILUSTRADO POR DILLEEN MARSH
C C g
! Y AC C C
A
C C C CB C CB C CB O C B
Dois glo - ri-o - sos per - so - na - gens, bri - lham mais que o Sol, no céu.
O ˘ de
Li - vro Mór - mon es - sa pre - ci - o - sa˘ lei tra-duz.
B C C C C C B C C B BB
# Y A C A B
A
! Y CB C CB C CB C C CB C CB C C CB C CC X C C B
Dai - Lhes gló - ria, pe - la ver - da - de res - tau - ra - da na o - ra - ção,
Va - mos ler, bus - car, pon - de - rar e a al - ma e - le - var em o˘ - ra - ção,
B B B C ˘ B ˘
# Y A C B CC C BB
A B WB C
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! Y AC C C
A
C C C CB C CB C CB O C BB
A FOTOGRAFIA É CORTESIA DA BONNEVILLE INTERNATIONAL
A10
Boas Escolhas J U L I E WA R D E L L
Revistas da Igreja
O
Pai Celestial quer que cuidemos do nosso são saudáveis para você, colorindo a figura desta página.
corpo. Ele nos falou, na seção 89 de Doutrina e Para isso, utilize o código de cores abaixo. Deixe em
Convênios, acerca de alguns alimentos que são branco os espaços sem número. Você pode usar essa
bons para o nosso corpo. Essa seção é chamada de figura para falar sobre a Palavra de Sabedoria numa
Palavra de Sabedoria. Encontre alguns alimentos que noite familiar ou na Primária. ●
3 3
1
3 2 3
1
2
3 2 1
2
3 1
4
4 4
3 3 3
4
3
4
3
3 3 2
3
3
2 3 3 2
2
6
Código 3
2
de Cores
6 3
1 = vermelho
2 2 2
2 = verde 3 3
3 = marrom 2
2
ILUSTRADO POR THOMAS S. CHILD
4 = amarelo 2 2
5
5 = laranja
6 = azul
5
A12
MEUS PADRÕES
Instruções:
DO EVANGELHO
SOU UM
no mapa múndi.
Seguirei o plano do Pai Celestial FILHO DE
para mim.
Lembrarei do meu convênio batis- DEUS
mal e ouvirei o Espírito Santo.
Escolherei o que é certo. Sei que
posso me arrepender quando
cometer um erro.
Serei honesto com o Pai Celestial,
com as outras pessoas e comigo
mesmo.
Usarei o nome do Pai Celestial e de
Jesus Cristo com reverência. Não
direi palavrões.
1
Manterei o corpo e a mente sagra-
dos e puros e não comerei nem Sei que o Pai Celestial me
beberei coisas que sejam prejudi-
ciais a mim. ama e eu O amo.
Irei vestir-me com recato para Posso orar ao Pai
padrões da Igreja.
qualquer lugar.
Meus Padrões
A
pareça lá em casa depois da escola”, disse Caroline. “Você não acha que a roupa dela está meio ousada?”
“Tenho o novo CD da Alisha.” (O nome da artista Caroline franziu a testa. “É, mas talvez a igreja dela
foi modificado.) não ligue muito para esse tipo de coisa. Ela provavel-
Suspirei de surpresa. “OK!” Embora minha avó fosse mente não tem coisa melhor. Agora, ouve essa música
me levar ao shopping no meu aniversário, no sábado, — é a minha preferida.” Ela ligou o aparelho e eu
não podia esperar até lá. Eu estava desesperada para peguei a contracapa do CD para ver a letra da música.
ouvir logo aquele CD. Senti-me aliviada ao ver que não havia palavrões nem
A Alisha era o meu ídolo. Caroline e eu queríamos linguagem obscena.
ser como ela e usávamos nossa escova de cabelo como “Viu? Esse CD é bom”, eu disse a mim mesma.
microfone para acompanhar suas músicas. Às vezes, Contudo, continuei com um sentimento ruim durante
mamãe nos pedia que diminuíssemos o volume, mas ela aquela noite.
não se importava tanto com o barulho porque as músi- ****
cas da Alisha eram muito boas. Essa cantora era religiosa No sábado pela manhã assisti a alguns desenhos
— eu havia lido isso em uma revista. enquanto esperava pela minha avó, que me levaria para
Depois da escola, corri para o meu quarto e terminei o passeio ao shopping. Durante um intervalo comercial,
meu dever de casa. Acima da minha cama eu podia ver um anunciante disse que o novo clipe da Alisha seria
ILUSTRADO POR TADD R. PETERSON
A16
NÃO PODE SER COPIADO