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COLÉGIO INTERATIVO

POLIEDRO

A Democracia e Platão

Volta Redonda, 2010


COLÉGIO INTERATIVO
POLIEDRO

A Democracia e Platão

Trabalho apresentado por


Gabriel Hidasy Rezende
Terceiro ano.

Volta Redonda, 2010


Platão, a ideia do rei filosofo, sua aplicação e defeitos

A critica de platão a democracia vem do fato de que ela da a todos,


indiscriminadamente o direito de exercer um papel politico, de votante a candidato, do
mais instruido ao mais ignorante, ou seja, é um sistema que da ao poder ao povo, e
não a um especialista na arte de governar.

Platão diz que existem 3 classes de individuos, a classe economica, a militar e a


dos legisladores, e que cada classe deveria se ocupar de um dos papeis fundamentais
da cidade, os na sua visão de governo, e as classes não deveriam interferir umas com
as outras, os da classe economica e da militar não devem participar da politica da
cidade, apenas os legisladores, que teriam preparo e interesse para tal, estes por sua
vez deveriam apenas cuidar do governo e não participar de qualquer outro ponto da
vida da cidade.

Segundo platão dar a multidão poder sobre as delicadas decisões da politica da


cidade seria como um capitão pedir aos passageiros de um navio opiniões de como
navegar, ou perguntar a uma multidão, e não ao medico, que remedio seria indicado
para uma determinada doença, o mesmo se aplica a projetar uma casa por si mesmo,
sem delegar essa tarefa a um arquiteto.

É obvio que tais procedimentos levariam o navio e o paciente e o projeto ao


fracasso, assim tambem se aplica ao estado segundo platão especialista esse que
seria o filosofo atuando como rei a governar a nação, pois apenas com governantes
instruidos e preparados pode o estado ter sucesso.

Traçando um paralelo com o Brasil no momento atual, que é de um estado


democratico, vemos claramente como isso se aplica, o voto obriatorio não apenas
permite, mas força que até o mais desintereçado cumpra um papel policico, e isso
leva a uma grande quantidade de candidados sem a menor condição de governar
sendo eleitos com enormes quantidades de votos, por exemplo temos o Palhaço
Tiririca (2222) que pelas pesquisas do momento será eleito com enorme votação entre
os menos instruidos, recebendo votos pela sua fama e não pelo potencial que tem
como governantes e legisladores.

E pior, com o quoeficiente eleitoral não apenas se elegem palhaçoes, como a


votação alta que eles recebem ainda serve para levar politicos da mesma coligação,
mesmo que estes sejam rejeitados até pelo publico desintereçado, porque este não se
preocupa em checar as coligações de seus vedetes.

O argumento de Platão possui algumas falhas bastante graves, que são o fato
do governo proposto ser uma ditadura, a confiança demasiada no especialista e a
propria condição humana deste.

O governo proposto é uma Ditadura, de pessoas preparadas mas ainda assim


uma ditadura, visto que um unico governante (o Rei-Filosofo) ou uma unica classe, os
legisladores, controlariam todos os aspectos da politica da cidade, e como ditadura
tem diversos pontos negativos, entre eles o abuso de poder, a censura e a opressão,
opositores podem argumentar que em um governo de um especialista ele saberia o
que fazer para evitar isso, mas podemos confiar cegamente nas especialidades? Até
que ponto vai o dominio delas do mundo de hoje?
Medicos erram, arquitetos erram, capitães erram, os especialistas politicos
tambem errariam, menos que os eleitos, mas os eleitos tem uma razão para não errar,
a necessidade de obter votos para continuar ou para eleger seu sucessor, o Rei-
Filosofo não tem esse vigia constante, mais uma vez os defensores da teoria do Rei-
Filosofo podem argumentar que este iria se aperfeiçoar por ser comprometido com a
sociedade? Neste caso ainda temos mais um problema, talvez o maior da teoria do
Rei-Filosofo.

O especialhista é um humano, é suscetivel a corrupção, a interesses proprios e


de terceiros, a preguiça e todos os outros aspectos inerentes ao ser humano, e com o
poder esses problemas se revelrariam na forma de corrupção, opressão ao povo,
endurecimento da ditadura dos filosofos, e o povo não poderia tentar uma reação pelo
poder do voto, isso no final é o motivo de qualquer governo sem algum mecanismo de
rotatividade terminar por se corromper e destruir.

O modelo de rei filosofo tambem não é o melhor para a sociedade, dar poderes
acima de qualquer controle para qualque um é uma catastrofe em potencial, no caso
das profissões onde é delegado algum poder o problema não ocorre por poder-se, se
assim for desejado, trocar o especialista, o medico, o arquiteto, dos quais podemos
discordar se desejarmos, e até procurar outro especialista que tenha uma opinião
diferente, já no caso do governantenão teriamos esta opção, ele seria poderoso
demais, e uma vez no poder teria controle sobre os cidadãos que nada poderiam fazer
para se libertar.

Para o Brasil então se tem uma solução intermediaria, por exemplo uma com a
exigencia de certo nivel educacional para o candidato, variando com o cargo mas
sempre em nivel superior ou maior, preferencialmente com a instituição de cursos
especificos para altos cargos, o que evitaria que pessoas sem qualquer preparo
entrassem na politica pela sua fama anterior, e a desobrigação do voto que iria
permitir que a massa que não se interessa tenha o dever que deseja, isso é, não se
envolver.

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