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de Coimbra, LAPP
2017/2018
Daniel Taborda
Enquadramento
• A palavra Auditoria tem sua origem no latim, vem de
"Audire", que significa ouvir.
• Auditoria consiste num processo de julgamento, que
assenta na recolha de evidência apropriada e
suficiente, que conduz e fundamenta a opinião do
auditor.
• O auditor é um profissional detentor de
competências técnicas que lhe permite formar bons
juízos, expressos na forma de opinião. Esta,
naturalmente, tem como limitação intrínseca o risco
de auditoria.
Enquadramento
• Auditoria é um exame ou verificação de uma
dada matéria, tendente a analisar a
conformidade da mesma com determinadas
regras, normas ou objectivos, conduzido por uma
pessoa idónea, tecnicamente preparada,
realizado com observância de certos princípios,
métodos e técnicas geralmente aceites, com vista
a possibilitar ao auditor formar uma opinião e
emitir um parecer sobre a matéria analisada.
• Prova + Opinião
Tipos de auditoria
Interna vs Externa
A auditoria financeira:
-verificar a conformidade com os PCGA
Resultados
ECONOMIA EFICIÊNCIA
(opção menos onerosa) (rendimento máximo)
(R/M)
EFICÁCIA
(realização dos
objectivos)
Resultados Obtidos
(R)
Objectivos Fixados
(O)
(R/O)
AUDITORIAS do TC
1. Verificação das Contas
• Na actividade do TC assume certa importância a verificação das contas que lhe são
submetidas, nos termos legais, pelas entidades a tal obrigadas (art. 51º).
• As contas são prestadas por anos económicos ou por gerências (art. 52º) e são
elaboradas e documentadas de acordo com as instruções emitidas pelo TC (art. 6º).
2. Outro tipo de Auditorias
• O TC pode realizar auditorias de qualquer tipo ou natureza (art. 55º), orientando-se
para uma actividade de controlo integrado. Assim, sem deixar de atribuir o devido
papel e importância à auditoria financeira, o legislador orientou a estratégia de
controlo do TC manifestamente para a auditoria de gestão e abriu portas à realização
de auditorias de qualquer tipo ou natureza.
• Os processos de auditoria são concluídos com a elaboração e aprovação de um
relatório, o qual deverá ser sempre remetido ao Ministério Público, eventualmente
acompanhado do respectivo processo e documentação pertinente, a fim de serem
desencadeados eventuais procedimentos jurisdicionais.
• O TC pode, nos termos e para os efeitos consignados no art. 56º, recorrer a empresas
de auditoria ou a consultores técnicos para a realização de tarefas indispensáveis ao
exercício das suas funções.
Fases de Auditoria Gerais
Planeamento
Execução
Relato
Assim, o auditor deverá ajuizar de que forma se desenvolveu a actividade financeira e caracterizar se a
gestão foi correcta, boa ou meritória.
A sua aplicação permite concluir que:
1. Uma gestão é eficaz se o objectivo fixado foi atingido;
2. É económica se tiverem sido escolhidos os meios menos onerosos para atingir um dado objectivo;
3. É eficiente se os meios utilizados tiverem sido aplicados da maneira mais apropriada.
Outras
• Auditoria Integrada – Examina tanto a informação financeira de uma empresa
como o desempenho da gestão, ou seja, nesta auditoria é realizada
simultaneamente uma auditoria financeira e uma auditoria operacional.
AUDITORIA INTEGRADA
Análise das
Análise da Análise da gestão sob o ponto
contas e da
legalidade e da de vista da economia, eficiência
situação
regularidade e eficácia
financeira
Para tanto, na descrição dos sistemas podem ser utilizados, isolada ou conjuntamente, os
seguintes métodos:
•Descrições narrativas;
•Fluxogramas
Confirmação dos sistemas
Após efectuada a descrição do sistema é necessário verificar a exactidão da informação
registada mediante a realização de testes de procedimento que consistem em
seleccionar uma operação e acompanhá-la através de todo o circuito.
verificação fiscalização
História,
Definições e supervisão
exame
Tipos de
Auditoria
credibilização julgamento
comprovação
A profissão de Revisor Oficial de
Contas
ESTATUTO DA ORDEM DOS REVISORES OFICIAIS DE CONTAS - Lei n.º 140/2015, de 07/09
a) Uma introdução que identifique, pelo menos, as contas do exercício que são objecto da revisão
legal, bem como a estrutura de relato financeiro utilizada na sua elaboração;
b) Uma descrição do âmbito da revisão legal das contas que identifique, pelo menos, as normas
segundo as quais a revisão foi realizada;
c) Um parecer sobre se as contas do exercício dão uma imagem verdadeira e apropriada de acordo
com a estrutura do relato financeiro e, quando apropriado, se as contas do exercício estão em
conformidade com os requisitos legais aplicáveis, sendo que o parecer de revisão pode traduzir
uma opinião sem ou com reservas, uma opinião adversa ou, se o revisor oficial de contas não
estiver em condições de expressar uma opinião, revestir a forma de escusa de opinião;
d) Uma referência a quaisquer questões para as quais o revisor oficial de contas chame a atenção
mediante ênfases, sem qualificar a opinião de revisão;
e) Um parecer em que se indique se o relatório de gestão é ou não concordante com as contas do
exercício; se foi elaborado de acordo com os requisitos legais aplicáveis e se, tendo em conta o
conhecimento e a apreciação da empresa, foram identificadas incorreções materiais no relatório
de gestão, dando indicações quanto à natureza das mesmas
f) Data e assinatura do revisor oficial de contas.
Revisão legal das contas e revisão voluntária das contas - FORMA POSITIVA:
Garantia razoável de fiabilidade (reduzir o risco de trabalho a um nível
aceitavelmente baixo)
segurança elevada mas não absoluta.
Porquê?
julgamentos no relato financeiro; fraude;
oportunidade do relato
3) Apropriação ou Adequação das Divulgações nas Demonstrações Financeiras. As distorções podem surgir
quando:
• (a) As demonstrações financeiras não incluem todas as divulgações exigidas pelo referencial de
relato financeiro aplicável;
• (b) As divulgações nas demonstrações financeiras não estão apresentadas de acordo com o
referencial de relato financeiro aplicável;
• (c) As demonstrações financeiras não proporcionam as divulgações necessárias para atingir uma
apresentação apropriada.
Limitação do âmbito da auditoria
Incapacidade do auditor para obter prova de
auditoria suficiente e apropriada (uma incapacidade
para executar um procedimento específico não
constitui uma limitação do âmbito da auditoria se o
auditor conseguir obter prova de auditoria suficiente
e apropriada através de procedimentos alternativos).
Pode surgir por:
(a) Circunstâncias fora do controlo da entidade;
(b) Circunstâncias relacionadas com a natureza ou
oportunidade do trabalho do auditor;
(c) Limitações impostas pela gerência.
Circunstâncias fora do controlo da
entidade
• Os registos contabilísticos da entidade foram
destruídos.
• Os registos contabilísticos de um componente
significativo foram apreendidos
indefinidamente por autoridades
governamentais.
circunstâncias relacionadas com a natureza ou
oportunidade do trabalho do auditor
• Exige-se que a entidade use o método da equivalência
patrimonial para uma entidade associada e o auditor
não é capaz de obter prova de auditora suficiente e
apropriada acerca da informação financeira mais
recente para avaliar se o método da equivalência
patrimonial foi adequadamente aplicado.
• A data da designação do auditor é tal que não lhe
permitiu observar a contagem dos inventários físicos.
• O auditor determina que a execução exclusiva de
procedimentos substantivos não é suficiente, mas os
controlos da entidade não são eficazes.
limitação do âmbito da auditoria
imposta pela gerência
• A gerência não permite que o auditor observe
a contagem dos inventários físicos.
• A gerência não permite que o auditor peça
confirmações externas de saldos de contas
específicas.
(deve renunciar)
CLC
CLC com opinião não modificada
CLC com reservas por limitação do âmbito
CLC com reservas por desacordo
opinião modificada- opinião adversa
1) O título da secção “Opinião” é alterado para “Opinião adversa”, e o título da
secção “Bases para a opinião” é alterado para “Bases para a opinião adversa”.
3) Na secção “Bases para a opinião adversa”, devem ser descritas as situações que
motivam a opinião modificada antes do parágrafo que começa por “A nossa
auditoria foi efetuada de acordo com…”. O último parágrafo desta secção deve ser
substituído por “Estamos convictos que a prova de auditoria que obtivemos é
suficiente e apropriada para proporcionar uma base para a nossa opinião adversa”.
opinião modificada- escusa de opinião
1) O título da secção “Opinião” é alterado para “Escusa de opinião”, e o título da secção
2) Na secção “Escusa de opinião” o início do primeiro parágrafo deve ser substituído por
deve ser substituído por “Não emitimos uma opinião sobre as demonstrações financeiras
anexas. Devido à relevância da(s) matéria(s) referida(s) na secção “Bases para a escusa de
opinião”, não obtivemos prova de auditoria suficiente e apropriada que nos proporcionasse
uma base para emitirmos uma opinião sobre as demonstrações financeiras anexas.
3) Na secção “Bases para a escusa de opinião” devem ser descritas as situações que
motivaram a escusa de opinião, e o parágrafo que começa por “A nossa auditoria foi efetuada
2.A empresa A está numa situação muito difícil e tem os capitais próprios inferiores a metade do capital social. O
Anexo inclui uma nota referindo que os acionistas assegurarão os fundos necessários ao funcionamento da
empresa. Qual a sua posição?
3.A empresa A utiliza o MEP para uma associada. Esta associada não enviou as contas auditadas relativas a N. O
reconhecimento foi feito com base em contas internas. O valor do investimento é de 5 M dos quais 500k foram
considerados ganhos por aplicação do MEP. Qual a sua posição?
4.A empresa A negociou durante o exercício N a rescisão de contratos com trabalhadores por mútuo acordo por 1 500 k.
Dada a poupança futura decidiu reconhecê-los ao longo de três anos. Qual a sua posição?
1.
a) Não é obrigatório, mas pode fazer-se uma ênfase, assim: chamamos a atenção para a situação referida na nota X do Anexo, cujo
desfecho é desconhecido e, como tal, não foi feita qualquer provisão nas DF para qualquer passivo que possa daí resultar. A nossa
opinião não é modificada em relação a esta(s) matéria(s).
Se estiver em causa a continuidade, pode utilizar-se a secção “Incerteza material relacionada com a continuidade” (ver ex. 2)
b) Esta incerteza tem de ser divulgada, portanto origina uma reserva por desacordo: O Anexo não divulga uma incerteza quanto ao
processo judicial X. O seu desfecho não pode ser determinado pelo que não foi feita qualquer provisão nas DF para qualquer passivo
que possa daí resultar.
O título da secção “Opinião” é alterado para “Opinião com reservas”, e o título da secção “Bases para a opinião” é alterado para “Bases
para a opinião com reservas”.
Na secção “Opinião com reservas” o início do segundo parágrafo deve ser substituído por “Em nossa opinião, exceto quanto aos efeitos
da matéria referida na secção “Bases para a opinião com reservas”, as demonstrações financeiras anexas apresentam…”.
Na secção “Bases para a opinião com reservas”, devem ser descritas as situações que motivam a opinião modificada antes do parágrafo
que começa por “A nossa auditoria foi efetuada de acordo com…”. O último parágrafo desta secção deve ser substituído por “Estamos
convictos que a prova de auditoria que obtivemos é suficiente e apropriada para proporcionar uma base para a nossa opinião com
reservas”.
2.
Incerteza material relacionada com a continuidade
(Esta secção apenas é utilizada quando, nos termos do artigo 45.º, número 2, alínea f) do Estatuto da OROC, existir
“…qualquer incerteza material relacionada com acontecimentos ou condições que possam suscitar dúvidas
significativas sobre a capacidade da Entidade para dar continuidade às suas atividades.”)
Esta secção só deve ser utilizada “quando existir incerteza material relacionada com acontecimentos ou condições
que possam suscitar dúvidas significativas sobre a capacidade da Entidade para dar continuidade às suas
atividades.”, e quando é feita divulgação adequada da situação nas demonstrações financeiras.
Isto significa que o ROC terá que obter prova suficiente e apropriada sobre os acontecimentos e condições que coloquem dúvida
(que deve ser significativa) sobre a continuidade das operações. O facto de uma entidade ter metade do capital social perdido (isto
é, absorvido por prejuízos), é um indicador (uma condição) sobre a eventual incapacidade de continuar as atividades. Essa prova
(esse indicador) deve ser avaliada pelo ROC em conjunto com outras, por exemplo, se existe um plano de negócios coerente e
credível para o futuro, se continua a existir apoio dos acionistas, se existe algum plano de financiamento bancário, etc. Tudo isto
pode ser prova para ajudar o ROC a determinar se existe ou não dúvida significativa sobre a capacidade da entidade em continuar
as operações. Assim, o simples facto de uma entidade estar na condição de perda de metade do capital prevista no artigo 35.º do
CSC pode não ser suficiente para a sua consideração nesta secção do relatório.
A situação a existir deve, porém, ser objeto de referência no relatório do órgão de fiscalização, nomeadamente nos casos em que o
ROC é o Fiscal Único, chamando a atenção para as medidas que o órgão de administração tomou, ou deveria ter tomado, para
cumprimento das disposições legais aplicáveis.
Incerteza material relacionada com a continuidade
O título da secção “Opinião” é alterado para “Opinião com reservas”, e o título da secção “Bases para a opinião” é alterado para
Na secção “Opinião com reservas” o início do segundo parágrafo deve ser substituído por “Em nossa opinião, exceto quanto aos
possíveis efeitos da matéria referida na secção “Bases para a opinião com reservas”, as demonstrações financeiras anexas
apresentam…”.
Na secção “Bases para a opinião com reservas”, devem ser descritas as situações que motivam a opinião modificada antes do
parágrafo que começa por “A nossa auditoria foi efetuada de acordo com…”. O último parágrafo desta secção deve ser substituído
por “Estamos convictos que a prova de auditoria que obtivemos é suficiente e apropriada para proporcionar uma base para a nossa
• Integridade (honestidade)
• Objetividade (imparcialidade/isenção)
• Competência e zelo profissional (conhecimento e
habilitações técnicas)
• Confidencialidade (sigilo)
• Comportamento profissional (cumprimento de
leis e regulamentos e dignificação da profissão)
Código de Ética – ameaças (ao
cumprimento destes princípios)
• Auto-revisão (fazer e julgar)
• Interesse pessoal (conflitos de interesse)
• Representação (advocacia que impede
isenção)
• Familiaridade (relacionamento que impede
isenção)
• Confiança ou intimidação (ameaças à isenção)
•
DATAS
A assembleia geral, segundo os art. 65º, n.º5 e 376º do CSC (este último aplicável às
sociedades anónimas), deverá apreciar os documentos de prestação de contas do exercício
anual nos prazos de três ou cinco meses a contar do respectivo encerramento. Este último
prazo é aplicável às sociedades obrigadas à elaboração de consolidação de contas ou que
apliquem o método de equivalência patrimonial na valorização das suas participações
financeiras.
• O CSC prescreve ainda no art. 289º, n.º1, alínea e) o direito de consulta pelos accionistas na
sede da sociedade, para além de outros, de todos os referidos documentos durante os 15 dias
anteriores à data da assembleia geral anual.
• O conselho de administração, ou o conselho de administração executivo, deve enviar o
relatório de gestão e as demonstrações financeiras ao ROC “até 30 dias antes da data da
assembleia geral” (art. 451º, n.º1 e 453º, n.º1 do CSC).
• Considerando finalmente que nas sociedades com conselho fiscal, comissão de auditoria, ou
conselho geral e de supervisão (incluindo comissão para as matérias financeiras) deve ser
elaborado por este órgão um parecer sobre o relatório de gestão, as contas do exercício e a
certificação legal das contas (art. 452º, n.º1 e 453º, n.º3), que deve ser remetido ao órgão de
gestão “no prazo de 15 dias a contar da data em que tiver recebido os referidos elementos de
prestação de contas” (art. 452º, n.º4), resulta que, nas sociedades anónimas, deverá a
certificação legal das contas estar disponível entre a data de emissão das demonstrações
financeiras e a data de envio dos documentos do órgão de fiscalização para o de gestão.
• Tal significa, no limite dos prazos legais, respectivamente, 30 e 15 dias anteriores à data de
realização da assembleia geral, ou seja 1 de Março e 15 de Março ou 1 de Maio e 15 de
Maio, consoante as assembleias gerais tenham de reunir até 31 de Março ou até 31 de Maio.
Quanto à data da certificação legal das contas, deverá ser a data em que é terminado o
trabalho de campo, necessariamente posterior à data do relatório de gestão e das
demonstrações financeiras.
Prova de auditoria
• A prova é a convicção razoável obtida pelo auditor que os registos
contabilísticos incluídos nas DF’s estão devidamente suportados e que foram
adequadamente registados, ou seja, que as asserções são verdadeiras.
• A prova de auditoria poderá ser obtida em relação a cada uma das asserções,
sendo a sua credibilidade influenciada pela respectiva fonte (externa ou
interna) e pela sua natureza (oral, visual ou documental).
• Para se obter prova em auditoria é indispensável efectuar um ou vários
(combinados entre si ou não) procedimentos de auditoria.
• A documentação da prova deve ser apropriada e suficiente para possibilitar que
um auditor experiente compreenda:
– A natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria
– Os resultados dos procedimentos de auditoria e a prova de auditoria obtida
– As matérias significativas de auditoria, as conclusões atingidas e os
julgamentos profissionais significativos efetuados para atingir essas
conclusões
Exemplos de prova de
auditoria
Para alguns riscos, o auditor pode considerar que não é possível obter prova
apenas através de procedimentos substantivos. Nestes casos, os controlos são
relevantes para a auditoria
Procedimentos
É necessário conhecer
- entidade e o seu negócio (compreender o risco do negócio, que é mais vasto do que o RDM)
-controlo interno :
• ambiente de controlo;
• processo de avaliação do risco pela entidade;
• sistema de informação;
• Procedimentos de controlo (actividades de controlo relevantes para a auditoria);
• monitorização dos controlos.
RISCOS
• RDM (RI x RC)
• RD
• O risco de distorção material ao nível da
asserção é inversamente proporcional ao risco
de deteção
Documentação da avaliação do RDM