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Maputo, 2021
Inácio Matabela
Maputo, 2021
Introdução
No presente trabalho iremos abordar sobre as estratégias genéricas de Porter, daremos uma
breve definição de como surgiram as estratégias genéricas de Porter, e de seguida falaremos
da estratégia de liderança de custos, estratégia de diferenciação, estratégia de foco, estratégias
híbridas e os demais tópicos que iremos abordar ao longo do trabalho.
Estratégias Genéricas de Porter
A forma como as empresas exploram as suas competências nucleares para conseguir uma
vantagem competitiva ( de custo ou diferenciação) sobre os concorrentes da mesma «
indústria« pode assumir diversas modalidades. De acordo com Porter, as estratégias básicas a
que, por isso, lhes chamou estratégias genéricas são três: Liderança em custos,
Diferenciação e foco.
Porter sublinha que as estratégias genéricas para concorrer numa específica indústria são
apenas três, devendo a empresa escolher apenas uma para ser bem sucedida, pois cada uma
das três estratégias genéricas, sendo bem escolhida, permite as empresas que o façam um
desempenho estratégico superior em relação aos concorrentes. Cada uma destas estratégias
genéricas representa uma opção a que corresponde uma área de atuação que cada empresa
( ou organização em geral ) pode explorar de forma proveitosa. As três opções podem ser
explicadas a partir de dois aspetos essenciais do ambiente competitivo:
A estratégia da liderança em custos é a estratégia seguida por uma empresa que se propõe
produzir ou fornecer, ao menor custo relativamente à concorrência, bens ou serviços com
atributos considerados aceitaveis pelos clientes.
O líder em custos numa indústria, para conseguir esssa posição, tem de construir e manter as
suas instalações, equipamento, custos de mão-de-obra e práticas de trabalho de tal modo que
lhe permita conseguir os menores custos em relação aos seus concorrentes.
Mas para cortar nos custos, um produtor low-cost tem de descobrir e explorar todas as fontes
possíveis de vantagens de custos. O produtor Low-Cost, tipicamente, vende um produto
estandardizado, sem extras, e coloca uma enfâse estratégica no total aproveitamento dos
ganhos de escala ou vantagens absolutas de custo obtidas em toda e qualquer fonte. Para
atingir essa posição de liderança em custos uma empresa tem de minimizar os custos de toda
e qualquer atividade da sua cadeia de valor, onde isso for possível.
Uma estratégia de liderança em custos pode traduzir-se em vários benefícios para uma
empresa, designadamente:
Obtenção de proveitos mais elevados por praticar preços iguais, ou mesmo mais
reduzidos do que os concorrentes, tendo custos mais baixos;
Possibilidade de aumentar as vendas e quota de mercado pela redução dos preços
abaixo da concorrência ( isto, no pressuposto de significativa elasticidade da
procura );
Possibilidade de entrar em novo mercado ( com preços inferiores aos praticados pelos
concorrentes instalados );
Criação de uma adicional barreira à entrada na indústria.
Há, contudo, alguns problemas potenciais que convém ter presente quando uma empresa se
decide por uma estratégia de liderança em custos, nomeadamente:
Estratégia de Diferenciação
Uma estratégia de diferenciação bem sucedida, geralmente está associada a enfâse colocada
na inovação, design, pesquisa e desenvolvimento, e um perfeito conhecimento das específicas
necessidades dos clientes que integram esse segmento de mercado, bem como a bem
delineadas ações de marketing.
Uma estratégia de diferenciação pode traduzir-se em vários benefícios para as empresas que a
desenvolvam criteriosamente. Podem destacar-se os seguintes:
Mas, para serem bem sucedidas, há também que evitar alguns problemas que podem ocorrer e
para os quais há que estar precavido, designadamente:
A diferença não representar grande valor, isto é, não chega ser diferentes, é necessário
que o cliente valorize essas diferença;
Demasiada diferenciação, preço-prémio demasiado elevado; os clientes valorizam a
diferenciação até um certo nível e estão dispostos a pagar a diferença de preço, mas a
partir de determinado nível de diferenciação a diferença de preço pode ser excessiva e
o cliente vir a preferir uma menor diferenciação com preço não tão elevado decidida
por outro ou outros concorrentes;
Diferenciação de fácil imitação, pois como é lógico, produtos ou serviços que sejam
facilmente imitados não representam uma boa base de uma estratégia de diferenciação
sustentável;
Diluicao da marca através da extensão das linhas de produtos, o que acontece quando
as empresas adicionam a uma marca prestigiada produtos ou serviços de menor preço
e inferior qualidade. Muitas vezes, no curto prazo, até contribui para aumentar os
resultados, mas a médio ou longo prazo torna-se prejudical os resultados nem sempre
acompanham a evolução das receitas;
Diferenças de percepção da diferenciação entre quem compra e quem vende; algumas
vezes as empresas tem alguma dificuldade em distinguir o que pensam os clientes e o
que pensa a empresa; por vezes os clientes não consideram os seus produtos
diferenciados em relação aos concorrentes, contrariando o poensamento da empresa;
Estratégia de Foco
A estratégia de foco é a estratégia seguida por uma empresa que decide vir ao encontro das
necessidades específicas dos clientes que constituem um segmento de mercado em vez de
procurar satisfazer as necessidades mais gerais da totalidade dos clientes que constituem a
indústria ou mercado alargado. Na base desta estratégia esta a ideia de que exsite um
particular nicho de mercado que é diferente do resto da indústria e a possibilidade vista pela
empresa de atender as necessidades desses clientes co mais eficácia ou eficiência que os
concorrentes que atuam no mercado alargado. O êxito da estratégia vai depender portanto da
capacidade que a empresa demonstrar pra identificar segmentos de mercado cujas
necessidades sejam tão específicas que os concorrentes actuando no mercado alargado
preferem ignorar os segmentos de mercado que estejam a ser mal « trabalhados« pelos
concorrentes actuando no mercado alargado.
Uma empresa quando opta por uma estratégia foco, fá-lo ponderando, naturalmente, as
vanatagens e os incovenientes dessa decisão. Como principais vantagens de uma estratégia
de foco podem apontar-se:
Uma empresa que opte por uma estratégia de foco tem possibilidade de obter lucros acima da
média, possibilidade tanto maior quanto maior for a capacidade e o engenho para escolher
nichos de mercado menos vulneraveis a produtos ( ou serviços) substitutos, ou nichos em que
a concorrência é menos forte. O sucesso de uma estratégia de foco implica que a empresa
tenha nesse segmento de mercado vantagens competitivas claras em custos ou em
diferenciação, ou em ambos.
De acordo com Porter , as estratégias geníricas são três: liderança em custos; diferenciação e
foco, devendo uma empresa escolher apenas uma delas, e não tentar diferenciar e liderar em
custos simultaneamente, pois só assim consegue obter sucesso. Tentar a liderança em custos e
a diferenciação em simultâneo, segundo Porter , seria uma tentativa de fracasso, ficar «presa«
no meio das duas (stuck in the middle), pois uma empresa nessa posição estará a concorrer
em desvantagem porque a empresa líder em custos, a que se diferencia ou a que focaliza,
qualquer uma delas estará em melhor posição para concorrer em qualquer segmento. Com
isso, uma empresa «presa no meio« tera rentabilidade muito menor em relação as empresas
concorrentes que seguem uma das estratégias genéricas.
Esta posição de Porter tem vindo a ser cada vez mais contestada por um número crescente de
autores que tem vindo a demostar que existem várias empresas que adoptando uma estratégia
híbrida ou integrada (simultaneamente diferenciação e liderança de custos) conseguem ser
bem sucedidas, isto nos mercados globalizados onde se tem notado empresas que adoptam
estratégia integrada terão melhores condições de adaptação rápida e as mudanças do
ambiente, conseguindo assimilar novas capacidades e tecnologias e alavancar eficazmente as
suas competências nucleares em todas as unidades de negócios e linhas de produtos.
Outros autores, entre os quais Gregory Dess, consideram que as empresas tem vindo a
descobrir novas formas de cometividade para além daquelas duas ( diferenciação e custo) e
citam o EX: Da resposta rápida, que consideram ser algo mais que uma outra espécie de
diferenciação, embora as duas sejam complementares.
Um exemplo bem conhecido de uma empresa que adopta uma estratégia «Híbridas»
(combianando elementos de diferenciação com competividade em preço e custos) podemos
citar a Nissan, a empresa japonesa construtora de automóveis cujos custos unitários se situam
entre os mais baixos na indústria mas cujos preços são comparáveis ou superiores à média, o
que é conseguido porque os clientes veêm os seus produtos como sendo de confiança e com
um elevado nível de especificações para um produto estandardizado.
Um dos maiores benefícios para as empresas que conseguem integrar com sucesso uma
estratégia de baixo custo com diferenciação resulta da maior dificuldade de imitação por
parte dos concorrentes. Devemos providenciar ao cliente dois tipos de valor, sendo atributos
de diferenciação (qualidade elevada, marca, reputação) e preços mais baixos (em virtude dos
custos reduzidos nas actividades criadoras de valor).
Contudo, as estratégias híbridas tem também os seus riscos. Querer conseguir e manter
vantagens competitivas em custos e diferenciação simultaneamente pode vir a revelar-se
demasiado caro e a empresa pode ser tentada a subavaliar os desafios que se colocam e as
despesas necessárias para uma perfeita coordenação das atividades geradoras de valor ao
longo da cadeia de valor.
Conclusão
Após a elaboração do presente trabalho, como forma de conclusão, o grupo concluiu que as
estratégias genéricas de Porter é de extrema importância devendo uma empresa escolher uma
das estratégias, e não tentar diferenciar e liderar em custos simultaneamente, pois só assim
consegue obter sucesso.