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Biologia

11ºano

Bruna Teixeira
Crescimento e renovação celular
DNA e RNA

Composição química dos ácidos nucleicos: DNA e RNA

Os ácidos nucleicos são constituídos por unidades básicas designadas por nucleótidos.

Base azotada
Formado por:
Fosfato 5’ o Grupo fosfato
o Pentose
o Base azotada
Pentose

3’

Cada fosfato liga-se a 2 pentoses

Existem 2 tipos de ácidos nucleicos:


o DNA (ácido desoxirribonucleico)
o RNA (ácido ribonucleico)

A principal diferença entre estes dois


reside na pentose
• No DNA a pentose é desoxirribose
• No RNA a pentose é ribose

Quanto às bases azotadas, estas dividem-se em 2 tipos:


o Púricas – adenina e guanina (anel duplo)
o Pirimídicas – uracilo, timina e citosina (anel simples)
As bases azotadas presentes no DNA são a adenina, a guanina, a citosina e a timina,
enquanto que no RNA são a adenina, a guanina, a citosina e o uracilo.

Bruna Teixeira
Estrutura do DNA

Ligação fosfodiéster

Cadeia polinucleotídica

Modelo dupla hélice – a molécula de DNA é composta por duas cadeias


polinucleotídicas, que se dispõem em sentidos inversos, designando-se, por isso, antiparalelas.
Nas zonas mais externas (zonas hidrofílicas) da
As cadeias desenvolvem-se em
dupla hélice, encontram-se o grupo fosfato e
sentidos opostos, iniciando-se uma
a pentose desoxirribose. Na parte mais na extremidade 5’ e terminando na
extremidade 3’ e a outra ao
interna (zona hidrofóbica) surgem as bases
contrário
azotadas.

As bases azotadas apresentam uma complementaridade, sendo que, a adenina só


emparelha com a timina (por 2 pontes de hidrogénio) e a guanina emparelha apenas com a
citosina (por 3 pontes de hidrogénio).

Quantidade de Quantidade de

Bruna Teixeira
Ligações:
o Os nucleótidos dentro da mesma cadeia nucleotídica ligam-se entre si através de
ligações covalentes (fosfodiéster), que se estabelecem entre o grupo fosfato e os
carbonos 3’ e 5’ das pentoses.
o As duas cadeias antiparalelas ligam-se entre si, por pontes de hidrogénio, que se
estabelece entre as bases azotadas.

Estrutura do RNA

A molécula de RNA é formada por uma cadeia simples de nucleótidos.

Em determinadas regiões, a molécula de RNA pode dobrar-se devido ao


estabelecimento de pontes de hidrogénio entre as bases complementares (Adenina – Uracilo;
Guanina – Citosina)
.

As moléculas de RNA são sintetizadas a partir


do DNA e podem apresentar, sob o ponto de vista de
estrutura e função, 3 formas distintas:
o mRNA (RNA mensageiro)
o tRNA (RNA de transferência)
o rRNA (RNA ribossómico)

Bruna Teixeira
Replicação do DNA

A molécula de DNA tem a capacidade de copiar a sua própria


informação, ou seja, de se replicar.

Segunda a hipótese semiconservativa, a dupla cadeia de


DNA separa-se, na presença de enzimas específicas, as DNA
polimerases, por rutura das ligações de hidrogénio.
Cada cadeia serve de molde à formação de uma nova cadeia
a partir de nucleótidos livres na célula. As cadeias complementares
desenvolvem-se em direção antiparalela em relação à cadeia que
serve de molde.

No fim do processo, formam-se duas moléculas de DNA,


idênticas à molécula-mãe. Em cada uma das novas moléculas existe
uma cadeia que pertence à molécula inicial.

Síntese de proteínas

Para que a síntese proteica ocorra é necessário que a informação genética, contida na
molécula de DNA, seja inicialmente copiada para uma molécula de mRNA → transcrição.
De seguida, a informação genética (contida no mRNA) será traduzida num polipéptido →
tradução.

O segmento de DNA que contém a informação necessária para sintetizar proteínas é o gene.

Bruna Teixeira
Código genético

Forma
ADN: codogene/tripleto um
3 nucleótidos mRNA: codão aminoácido
tRNA: anticodão

tRNA → é responsável pelo transporte de um determinado aminoácido (codão já


traduzido) até ao local de síntese proteica – ribossomas.

Características do código genético

֍ O tripleto AUG tem dupla função:


▪ Codifica o aminoácido metionina
▪ Constitui o codão de iniciação para a síntese proteica

֍ Os tripletos UAA, UGA e UAG são codões de finalização.

֍ O código genético é redundante → existe mais do que um codão para codificar um


aminoácido.

֍ O código genético não é ambíguo → um determinado codão não codifica mais do que
um aminoácido.
´

Bruna Teixeira
Mecanismos envolvidos na síntese proteica

transcrição processamento tradução


DNA mRNA ribossoma polipéptido

SERES EUCARIONTES

Transcrição

É o processo de síntese de RNA pré-mensageiro a partir


de uma cadeia de DNA.

Ocorre no interior do núcleo

֍ Para que a transcrição comece é necessário que um


determinado gene se desenrole com a ação da RNA
polimerase.
֍ A síntese do RNA pré-mensageiro faz-se pela adição
sucessiva de nucleótidos, presentes no
nucleoplasma, no sentido 5’-3’.
֍ A transcrição terminada quando a RNA polimerase
atinge o tripleto de finalização (UAA; UGA; UAG).
֍ Após a transcrição, a cadeia de RNA pré-mensageiro desprende-se da molécula de DNA,
que retoma as ligações de hidrogénio entre as bases azotadas.
▪ A transcrição permite a síntese do mRNA, tRNA e rRNA.

Processamento

É o processo a partir do qual o RNA pré-mensageiro passa a RNA mensageiro, ou seja,


passa de não funcional a funcional.

֍ Quando a transcrição acaba o RNA possui intrões e exões. Durante o processamento


os intrões são removidos e os exões ligam-se entre si, formando o mRNA.
֍ No fim deste processo o RNA é constituído apenas pelas sequências que codificam os
aminoácidos de uma determinada proteína.

Bruna Teixeira
Tradução

Ocorre no ribossoma

֍ A subunidade menor do ribossoma liga-se à extremidade 5’ do mRNA.


֍ A subunidade menor do ribossoma desliza ao longo da molécula de mRNA até
encontrar o codão de iniciação (AUG).
֍ O tRNA que transporta o aminoácido metionina liga-se por complementaridade ao
codão de iniciação. (este codão codifica a metionina)
֍ A subunidade maior liga-se à subunidade menor do ribossoma.

֍ Um segundo tRNA transporta um aminoácido específico, ligando-se ao codão.


֍ Estabelece-se uma ligação peptídica entre o aminoácido recém-chegado e a metionina.
֍ O ribossoma avança três bases ao longo do mRNA no sentido 5’-3’, enquanto o processo
repete-se ao longo da molécula de mRNA.
֍ Os tRNA, que se tinham ligado inicialmente, vão-se desprendendo.

Bruna Teixeira
֍ O ribossoma encontra um codão de finalização (UAA, UAG, UGA).
֍ O último tRNA abandona o ribossoma, as subunidades do ribossoma separam-se e a
proteínas é libertada.

A síntese proteica é um processo anabólico que exige consumo de energia, no entanto a


cada molécula de mRNA podem ligar-se vários ribossomas, formando um polirribossoma.

RNA de transferências (tRNA):


o Nas moléculas de tRNA apresentam-se cadeias de 75 a 80
ribonucleótidos que funcionam como intérpretes da
linguagem do mRNA e da linguagem das proteínas.
o Apresenta uma cadeia em forma de «folha de trevo» em
resultado de pontes de hidrogénio entre as bases
complementares.
o Apresenta uma região – local aminoacil – que lhe permite
fixar um aminoácido específico.
o Apresenta uma sequência de 3 nucleótidos, complementar
do codão do mRNA, designado anticodão.

DNA RNA
Pentose Desoxirribose Ribose
Bases púricas Adenina e guanina Adenina e guanina
Bases pirimídicas Citosina e timina Citosina e uracilo
Estruturas 2 cadeias helicoidais 1 cadeia
Origem Replicação Transcrição do DNA
Enzima sintética DNA polimerase RNA polimerase
Função Informação genética Síntese de proteínas
Tempo Permanente Pode ser temporário

Bruna Teixeira
Alteração do material genético

O genoma de um indivíduo pode sofrer


alterações, chamadas mutações.
As mutações génicas (alterações que afetam um
gene) resultam da substituição, do
desaparecimento ou da adição de um nucleótido da
sequência que constitui o gene. Estas mutações
génicas podem conduzir à produção de proteínas
mutantes, podendo então originar-se doenças.

Mutação silenciosa – por vezes ocorrem mutações que não provocam alterações nas proteínas,
pois, devido à redundância do código genético, o codão mutado pode codificar o mesmo
aminoácido.

Diversos agentes podem interagir com o DNA, causando as mutações, chamando-se


assim, agentes mutagénicos (ex: físicos → raio X; químicos → tabaco).

Albinismo
o Resulta de uma hipopigmentação geral.
o É uma doença rara.
o Resulta da presença de um alelo mutante que não é capaz de codificar uma enzima
necessária para a produção de um pigmento – a melanina.

Anemia falciforme
A sua origem resulta de uma mutação de um gene localizado no cromossoma 11 que
conduz à formação de uma hemoglobina anormal, a hemoglobina S, provocando deficiência no
transporte de oxigénio.

o Num indivíduo com drepanocitose, as hemácias ficam


com forma de foice.
o As hemácias em foice são mais rígidas e mais frágeis do
que as hemácias normais, experimentando uma
destruição muito rápida.

Bruna Teixeira
Ciclo celular

Condensação:
Resulta da associação entre as histonas
(proteína) e o DNA. Nesta fase cada cromossoma é
constituído por dois cromatídeos (duplicação do
filamento inicial de cromatina) unidos por uma
estrutura resistente, o centrómero.
Filamento de
cromatina Cromatídeo

Centrómero

O ciclo celular corresponde ao


conjunto de transformações que
ocorre desde que uma célula é
formada até ao momento em
que ela se divide, originando
duas células-filhas idênticas.
Podem considerar-se 2 fases
que, por sua vez, se dividem em
etapas diferentes: a interfase e
a fase mitótica.

Interfase
A interfase corresponde ao período compreendido entre o fim de uma divisão celular e
o início da divisão celular seguinte. Os cromossomas encontram-se dispersos pelo núcleo e não
são visíveis.

o G1: São produzidas moléculas de RNA para sintetizar proteínas, lípidos e glícidos. Ocorre
crescimento celular. No caso de a célula não sofrer mais divisões entra na fase G0.
o S: Caracterizado pela replicação do DNA, por replicação semiconservativa. Ao DNA
replicado associam-se histonas, formando-se cromossomas.
o G2: Síntese de mais proteínas e estruturas membranares. O volume da célula
praticamente duplica.

Bruna Teixeira
Mitose
Processo que permite que um núcleo se divida originando dois núcleos-filhos, cada um
contendo uma cópia de todos os cromossomas e de toda a informação genética do núcleo
original.

Prófase

֍ É a etapa mais longa da mitose.


֍ Os cromossomas enrolam-se, tornando-se
progressivamente mais condensados, curtos e grossos.
֍ Os centrossomas (2 pares de centríolos) afastam-se
para polos opostos, formando o fuso acromático →
formado por feixes de fibrilas de microtúbulos proteicos.
֍ No final desta fase, os nucléolos desaparecem e o invólucro nuclear desagrega-se.

Metáfase

֍ Os cromossomas apresentam a sua máxima condensação.


֍ Os cromossomas, ligados ao fuso acromático, dispõem-se no
plano equatorial da célula, formando a placa equatorial.

Anáfase

֍ Verifica-se o rompimento do centrómero, separando-


se os dois cromatídeos.
֍ Os cromossomas iniciam a ascensão polar ao longo
das fibrilas dos microtúbulos.

֍ No final da anáfase, cada polo da célula possui um conjunto de cromossomas


(constituído por 1 cromatídeo) exatamente igual.

Bruna Teixeira
Telófase

֍ Inicia-se a organização dos núcleos-filhos.


֍ Forma-se o invólucro nuclear em torno dos
cromossomas de cada núcleo filho.
֍ Os cromossomas iniciam um processo de
descondensação.
֍ As fibrilas do fuso acromático desorganizam-se.

Citocinese
Divisão do citoplasma que ocorre após a divisão nuclear (mitose).

o Nas células animais:

A citocinese inicia-se na anáfase ou na telófase.


Nas células animais, o início da citocinese é marcado
pelo surgimento de uma constrição da membrana
citoplasmática na zona equatorial da célula.
O estrangulamento resulta da constrição de um conjunto de filamentos proteicos que
estão localizados junto da membrana plasmática. Este processo acentua-se até que a célula-
mãe seja dividida em 2 células.

o Nas células vegetais:

Nas células vegetais, a existência de parede celular não permite a citocinese por
estrangulamento.
O complexo de Golgi produz vesículas (contêm: celulose, proteínas), que são
depositadas na região equatorial da célula. As biomoléculas, transportadas pelas vesículas,
originam uma lamela mediana, que se vê na telófase. A deposição de celulose nessa lamela
vai originar uma parede celular, que se começa a
formar do centro da célula para a periferia. Ao
atingir a parede da célula-mãe, completa-se a
citocinese.

Bruna Teixeira
Crescimento e regeneração de tecidos
vs. Diferenciação celular

Células estaminais

O ciclo celular pode repetir-se inúmeras vezes. Assim, a partir de uma única célula, pode
obter-se um organismo multicelular. Para que a partir de uma célula inicial se obtenha uma
variedade tão grande de células tem que existir um processo de diferenciação.

Células estaminais (células que são responsáveis pela


construção do corpo das plantas e dos animais):
o São células indiferenciadas;
o São capazes de se dividirem e de se
diferenciarem em diferentes tipos;
o Têm capacidade de autorrenovação e
divisão assimétrica (criar uma célula-filha
diferenciada e outra indiferenciada).

Células
estaminais

Embrionárias Adultas

Totipotentes Pluripotentes Multipotentes

Bruna Teixeira
o Ovo – célula totipotente (capaz de originar qualquer tipo de célula)
o Vão-se formando células indiferenciadas;
o Com a repetição dos ciclos celulares, as células sofrem diferenciação, originando células
especializadas – células multipotentes.

Nos tecidos adultos das plantas também existe células indiferenciadas, agrupadas em
tecidos chamados meristemas, que são capazes de se dividirem, levando ao crescimento de
órgãos ou à renovação de zonas lesadas.

Clonagem

Para clonar um organismo é necessária a reprogramação do núcleo de uma célula


diferenciada, tornando-a totipotente. Assim, funde-se uma célula diferenciada com um óvulo
anucleado, que se tornará um embrião.

Bruna Teixeira
Diferenciação celular

O que conduz à diferenciação celular são fatores citoplasmáticos envolvidos na


transcrição e na tradução, que interagem com alguns genes. Assim, a diferenciação ocorre
porque alguns genes são ativados, enquanto que outros são bloqueados.

Como se regula a expressividade dos genes?

Ex: Funcionamento do operão LAC

Não havendo lactose


no meio não é
necessário que haja a
produção das
enzimas que a
degradam pois ia
haver um desperdício
de energia.

Com a presença da
lactose há
necessidade de
produzir enzimas,
para ocorrer o
metabolismo da
mesma.
A alolactose liga-se ao
repressor retirando-o
do DNA, para ocorrer
a transcrição.

No caso considerado:
o Três genes estruturais (D, E e F) que codificam a produção de três enzimas necessárias ao metabolismo da
lactose.
o Um gene regulador (A) responsável pela produção de um repressor, que é uma proteína.
o Um gene operador (C) que é o gene onde se fixa o repressor, impedindo a transcrição dos 3 genes
estruturais.
o Um gene promotor (B) onde se liga a RNA-polimerase para iniciar a transcrição dos genes estruturais.

Bruna Teixeira
Diferenciação celular e cancro

No final da G1, se as moléculas de DNA não se apresentam de forma adequada,


desencadeia-se a apoptose (morte celular programada).

Se ocorrer falha nos sistemas de regulação, pode originar, por exemplo, cancro ou
neoplasia maligna. As células iniciam uma proliferação descontrolada e há diminuição da
apoptose. Simultaneamente, há perda de diferenciação (displasia) das células, originando
grandes aglomerados de células malignas – cancro in situ.
´ Se as células malignas invadirem os vasos sanguíneos ou linfáticos, deslocam-se para
outras partes do corpo, originando metástases → ocorre metastização.

Bruna Teixeira
o Permite o aparecimento de novos indivíduos, através da divisão celular;
o É essencial para a perpetuação da espécie;
o Não é essencial para a sobrevivência do indivíduo.

Reprodução

Assexuada Sexuada

Um indivíduo dá origem a Está dependente


outros, sem a ocorrência da fecundação,
de fecundação, ou seja, ou seja, da união
sem a união de gâmetas de 2 gâmetas.

Reprodução assexuada

FORMAÇÃO DE NOVOS INDIVÍDUOS A PARTIR DE UM SÓ PROGENITOR

o Os seres resultantes são geneticamente idênticos ao progenitor, denominando-se


clones.
o Não contribui para a variabilidade genética.
o Muitos dos organismos que se reproduzem assexuadamente também o podem fazer
sexuadamente, sempre que as condições do meio se tornem desfavoráveis.

Bruna Teixeira
Estratégias reprodutoras

Bipartição/ Cissiparidade/ Divisão binária

Divisão de um indivíduo ou de uma célula em


dois, com idênticas dimensões.
Ex: bactérias; paramécias

Divisão múltipla/ Esquizogonia

O núcleo da célula-mãe divide-se em vários núcleos, cada núcleo é rodeado por uma
porção de citoplasma e de uma membrana, dando origem às células-filhas.
Ex: plasmódios

Fragmentação

Separação de fragmentos do corpo, originando cada


fragmento um novo indivíduo por regeneração.
Ex: estrela-do-mar; espirogira; planária

Bruna Teixeira
Gemulação/ Gemiparidade

Formação de uma ou mais saliências,


denominadas de gemas ou gomos, que se
desenvolvem e separam, originando um novo ser
geralmente de menores dimensões do que o
progenitor.
Ex: leveduras; hidra

Partenogénese

Desenvolvimento de um indivíduo a
partir de um oócito não fecundado (ou seja,
forma-se um novo indivíduo exclusivamente a
partir do desenvolvimento de gâmetas
femininos).
Ex: abelhas; ratos; peixes

Esporulação

Formam-se células reprodutoras,


denominados esporos, e cada um dos quais
pode originar um novo indivíduo.
Ex: fungos

Multiplicação vegetativa (natural ou artificial)

É um processo exclusivo das plantas → meristemas – mantêm a capacidade de


diferenciação. Consiste na formação de novos seres a partir do desenvolvimento de certas
estruturas vegetativas, como raízes, caules e folhas.
Ex: batateira; cenoura; morangueiros

Bruna Teixeira
Cultura de plantas in vitro por micropropagação

Esta técnica é baseada no facto de existirem nas


plantas tecidos meristemáticos, cujas células são
indiferenciadas e mantêm a capacidade de se
diferenciarem em todos os tipos de células existentes
num organismo adulto. O uso de meios de cultura
adequados, com todos os nutrientes e hormonas
necessárias ao desenvolvimento das plantas, permite
replicar várias vezes o fragmento da planta-mãe.

Vantagens e inconvenientes da reprodução assexuada

Vantagens:
o Vantagens económicas – permite selecionar variedades de plantas com as
características pretendidas;
o Produção numerosa e rápida.

Desvantagens:
o Ausência de variabilidade genética – pode levar à extinção da espécie com o
aparecimento de condições ambientais desfavoráveis;
o Pode conduzir a uma redução considerável da diversidade das espécies cultivadas;
o A homogeneidade das culturas pode torná-las mais sensíveis a doenças e a alteração
do meio.

Bruna Teixeira
Reprodução sexuada

Durante a fecundação ocorre a cariogamia, isto é, a fusão dos 2 gâmetas (haplóides –


possuem apenas metade do nº normal de cromossomas da espécie – n), o que dá origem ao
ovo/zigoto (diplóide – possui o nº normal de cromossomas da espécie – 2n).

A fecundação e a meiose são fenómenos


complementares e que se alternam entre si.

o Na fecundação ocorre a duplicação


cromossómica.
o Na meiose ocorre a redução
cromossómica.

Meiose

o Processo de divisão celular a partir do qual uma célula diplóide (2n) origina quatro células
haplóides (n). As células filhas apresentam metade do nº de cromossomas da célula-mãe.

o Durante a meiose ocorrem 2 divisões


nucleares antecedidas de uma replicação
de DNA (que tem lugar na interfase no
período S). Nesse processo verifica-se a
duplicação da quantidade de DNA, os
cromossomas passam a apresentar 2
cromatídeos unidos pelo centrómero.

Bruna Teixeira
Divisão I – Divisão reducional

Nesta divisão, um núcleo diplóide (2n) origina dois núcleos haplóides (n) com 2
cromatídeos cada.
Ocorre a redução do nº de cromossomas para metade, acompanhada, de uma redução
da quantidade de DNA.

Prófase I

֍ É a fase mais longa da meiose.


֍ Os cromossomas vão ficando sucessivamente mais
condensados.
֍ O invólucro nuclear e os nucléolos desagregam-se.
֍ Nas células animais, os centríolos dividem-se e
colocam-se em polos opostos, formando o fuso
acromático.
֍ Emparelhamento dos cromossomas homólogos:
▪ Ocorre a sinapse, os cromossomas homólogos (têm forma e estrutura
semelhantes e portadores de genes para as mesmas características) emparelham,
formando pares de cromossomas (com 4 cromatídeos) → bivalentes/díada
cromossómica/tétrada cromatídica.
▪ Durante a sinapse surgem pontos de cruzamento entre os cromatídeos dos
bivalentes, chamados pontos de quiasma.
֍ Crossing-over:
▪ Nos pontos de quiasma pode ocorrer troca de informação genética, isto é,
quebras e trocas de segmentos entre cromatídeos de cromossomas homólogos.

Metáfase I

֍ Os bivalentes dispõem-se aleatoriamente na placa equatorial,


equidistantes dos pólos e presos pelos centrómeros às fibras do
fuso acromático.
֍ São os pontos de quiasma que se localizam no plano equatorial.

Bruna Teixeira
Anáfase I

֍ Os dois cromossomas homólogos separam-se


aleatoriamente – redução cromática
֍ Ocorre a ascensão polar de cada um dos cromossomas
(constituídos por 2 cromatídeos).

Telófase I

֍ Os cromossomas após chegarem às zonas polares,


começam a sua desespiralização, tornando-se finos e
longos.
֍ Desorganiza-se o fuso acromático e aparece o invólucro
nuclear e os nucléolos.
֍ Forma-se dois núcleos haplóides (n) com cromossomas
com 2 cromatídeos cada → com metade dos
cromossomas da célula inicial.

Divisão II – Divisão equacional

Nesta divisão ocorre a separação dos cromatídeos, obtendo-se assim, quatro núcleos
haplóides (n) com 1 cromatídeo cada.
O nº de cromossomas mantém-se, embora a quantidade de DNA reduz-se a metade.

Prófase II

֍ Os cromossomas com 2 cromatídeos


condensam-se.
֍ O fuso acromático forma-se após a divisão
do centrossoma.

Bruna Teixeira
Metáfase II

֍ Os cromossomas apresentam a sua máxima


condensação.
֍ Os cromossomas dispõem-se na placa equatorial
presos pelo centrómero às fibras do fuso
acromático.

Anáfase II

֍ Ocorre a divisão do centrómero e dá-se a


ascensão polar, ou seja, os cromatídeos do mesmo
cromossoma afastam-se para polos opostos.

Telófase II

֍ Ao nível de cada zona polar, os cromossomas


descondensam-se, tornando-se mais finos, longos
e visíveis ao microscópio.
֍ Desorganiza-se o fuso acromático e diferenciam-
se os nucléolos e as membranas nucleares,
formando-se quatro núcleos haplóides (n) com
cromossomas com 1 cromatídeo cada.

Ideias a reter…
Os indivíduos originados por reprodução sexuada apresentam variabilidade genética
entre si e em relação aos progenitores.
A variabilidade genética dos indivíduos deve-se à meiose e à fecundação:
o À meiose, porque a separação dos cromossomas homólogos se faz ao acaso, e
também devido ao fenómeno de crossing-over.
o À fecundação, porque ocorre união ao acaso dos gâmetas, com informação
genética diferente.

Bruna Teixeira
Mutações cromossómicas

São modificações que ocorrem nos cromossomas e que podem afetar o cariótipo dos
indivíduos, qualitativa ou quantitativamente.
Assim, podem alterar a estrutura de um ou mais cromossomas – mutações estruturais
– ou o número de cromossomas – mutações numéricas.

Podem ocorrer:
▪ Durante a divisão reducional, pela não separação dos homólogos.
▪ Durante a divisão equacional, pela não separação dos cromatídeos.
▪ Durante o crossing-over.

Bruna Teixeira
Diversidade de estratégias na reprodução sexuada

Reprodução sexuada nos animais

Espermatozóides
Masculinas Testículos / gâmetas
masculinos
Gónadas

Femininas Ovários Óvulos/Oócitos

Existem animais onde os testículos e os ovários se encontram no mesmo indivíduo –


animais hermafroditas. Estes seres podem ser hermafroditas suficientes (ocorre
autofecundação) ou hermafroditas insuficientes (ocorre fecundação cruzada – cada

organismo funciona como macho e fêmea, dando e recebendo gâmetas masculinos).

Na maioria dos casos, os sexos estão separados e os animais designam-se


unissexuados. A fecundação nestes animais pode ser:
o Fecundação externa – efetua-se em meio líquido; os gâmetas são
libertados para o meio onde se dá a fecundação. Ocorre na maioria das
espécies aquáticas.
o Fecundação interna – ocorre no interior do organismo fêmea. (Este tipo
de fecundação é fundamental nos seres terrestres, uma vez que os
gâmetas não resistem à dissecação que se verifica no meio terrestre).

Reprodução sexuada nas plantas

Musgos:

Masculino Anterídeo Anterozóides

Gametângio

Feminino Arquegónio Oosferas

Bruna Teixeira
Os pinheiros (gimnospérmicas):

Masculino Microsporófilos Grãos de pólen

Gametângio
Megasporófilo
Feminino Óvulo
(pinhas)

As plantas com flor (angiospérmicas):

Estames
Masculino Grãos de pólen
(Antera + filete)
Gametângio
Carpelos
Feminino (estigma + Óvulo
estilete + ovário)

o Os óvulos, após a fecundação, originam sementes.


o As paredes dos ovários desenvolvem-se, formando
o pericarpo.

Semente (s) + pericarpo = fruto

As plantas podem ser consideradas:


o Monóicas – quando têm presente órgãos masculinos e femininos
o Dióicas – Quando existe uma planta com órgãos masculinos e outra com órgãos
femininos.

Bruna Teixeira
Ideias a reter…
o Na reprodução sexuada dos animais ocorrem diversas estratégias que facilitam o
encontro dos gâmetas masculino e feminino da mesma espécie, permitindo a
fecundação.
o A fecundação cruzada ocorre em muitos seres com hermafroditismo insuficiente e nos
seres unissexuados.
o Nas plantas com flores, os mecanismos de polinização contribuem para a diversidade
genética dos indivíduos.
o A presença de sementes e a variedade de processos de dispersão permitem a
propagação das plantas com flores por áreas distantes.

Ciclos de vida

Ciclo de vida – sequência de estados na história reprodutiva de um organismo, começando na


conceção do indivíduo até à produção da sua própria descendência.

Dos fenómenos de meiose e fecundação resulta sempre uma alternância de fases


nucleares características:
o Fase haplóide/haplófase (com n cromossomas) – tem início nas células que
resultam da meiose.
o Fase diplóide/diplófase (com 2n cromossomas) – tem início no ovo/zigoto.

Bruna Teixeira
EXISTEM TRÊS TIPOS DE CICLOS DE VIDA:

Ciclo Haplonte Ciclo Diplonte Ciclo Haplodiplonte


o Os gâmetas (n) fundem-se, o Meiose pré-gamética o Existe uma alternância de gerações
originando o zigoto (2n). o Zigoto (2n) divide-se por [esporófita (2n) / gametófita (n)]
o O zigoto sofre meiose e origina mitoses sucessivas, o A meiose ocorre no esporófito (2n),
células (n) que, através de originando um indivíduo dá origem a esporos (células n).
mitoses sucessivas, formam adulto (2n). o O esporo por mitoses sucessivas
um organismo haplóide, que origina um organismo multicelular
produz gâmetas por mitose. n (gametófito)
o O gametófito produz gâmetas por
mitose.
o Da fecundação dos gâmetas resulta
o zigoto (2n)

Espirogira – Ciclo de vida haplonte Polipódio – Ciclo de vida haplodiplonte

Bruna Teixeira
Unicelularidade e multicelularidade

o Cada indivíduo provém dos seus progenitores e todos provimos de um ancestral comum.
o Através dos fósseis somos conduzidos, até aos primeiros seres vivos.

O planeta Terra formou-se há cerca de 4600 M.a


No entanto, as primeiras formas de vida surgiram
por volta dos 3800 M.a, uma vez que só a partir dessa
altura é que a Terra entrou numa fase mais calma.

Os primeiros seres encontrados no registo fóssil


devem ter surgido num período que oscila entre os
3800 e os 2500 M.a e assemelham-se aos atuais
procariontes (bactérias e cianobactérias).

Dos procariontes aos eucariontes

Alguns dos seres procariontes desenvolveram um processo metabólico que conduz à


libertação de oxigénio – a fotossíntese.

Muitos grupos de procariontes extinguiram-se, envenenados pelo oxigénio. Contudo,


alguns conseguiram sobreviver em ambientes que permaneciam anaeróbios. Entre os
sobreviventes, contam-se indivíduos que desenvolveram capacidade de resistirem ao oxigénio,
utilizando este gás para oxidar os compostos orgânicos, obtendo assim uma grande quantidade
de energia – a respiração.

Modelos que permitem explicar a origem das espécies eucariontes:


o Modelo autogénico
o Modelo endossimbiótico

Bruna Teixeira
Modelo Autogénico

o As células desenvolveram sistemas endomembranares resultantes de invaginações da


membrana citoplasmática de células procarióticas ancestrais.
o Essas invaginações terão rodeado porções de DNA, formando o núcleo e outras
evoluíram no sentido de produzir organelos semelhantes ao retículo endoplasmático.
o Algumas porções do material genético abandonaram o núcleo e evoluíram sozinhas
no interior de estruturas membranares, originando as mitocôndrias e os cloroplastos.

Esta hipótese pressupõe que o material genético do núcleo e dos organelos (sobretudo
das mitocôndrias e dos cloroplastos) seja praticamente igual. Contudo, atualmente tal não se
verifica, o que faz meter de lado a hipótese autogénica.

Modelo Endossimbiótico

o Os sistemas endomembranares e o invólucro nuclear ter-se-á originado por


invaginações da membrana citoplasmática.
o As mitocôndrias e os cloroplastos desenvolveram-se a partir de células procarióticas
que estabeleceram uma relação de simbiose com as células hospedeiras (de maiores
dimensões), passando a viver e a desenvolver dentro delas.

Ancestrais das mitocôndrias → procariontes heterotróficos aeróbios


Ancestrais dos cloroplastos → procariontes fotossintéticos/cianobactérias

Bruna Teixeira
Incorporação sequencial – ocorreu primeiro a formação do núcleo por invaginações
(pois existem seres eucariontes sem mitocôndrias), de seguida formou-se as mitocôndrias por
simbiose e só depois a criação de cloroplastos (pelo facto de existirem cloroplastos em plantas
e em algas e não haver nos animais).

Argumentos que apoiam o Modelo Endossimbiótico:

o Mitocôndrias e os cloroplastos assemelham-se aos procariontes atuais.


▪ Há uma proximidade entre as sequências nucleotídicas dos genes analisados dos
organelos e de alguns procariontes atuais.
o Mitocôndrias e cloroplastos têm o seu próprio genoma (molécula de DNA circular sem
histonas associadas – semelhante à maioria dos procariontes atuais).
o Dividem-se por um processo semelhante à bipartição das bactérias.
o Atualmente existem associações simbióticas entre bactérias e alguns eucariontes.

Da unicelularidade à multicelularidade

Os seres de maiores dimensões apresentavam


vantagem em relação aos de menores dimensões –
havia fenómenos de predação. Contudo, os organismos
não podem aumentar indefinidamente de tamanho.

Bruna Teixeira
Quando há um aumento de volume, aumenta também o metabolismo, mas a célula não pode
contar com um aumento equivalente na eficácia das trocas com o meio externo, uma vez que
a superfície não aumenta na mesma proporção.

Existem duas formas de o organismo sobreviver:


Reduzir o metabolismo
Apresentar multicelularidade

o Os ancestrais dos organismos multicelulares seriam simples


agregados de seres unicelulares, que formavam estruturas
designadas colónias;
o Inicialmente todas as células da colónia desempenhavam a
mesma função. Ao longo do tempo, algumas das células ter-
se-ão especializado em determinadas funções.
o A diferenciação celular e a cooperação permitem que as
células se combinem, formando um ser multicelular.

Vantagens da multicelularidade

o Permitiu a ocorrência de mecanismos de regulação que conduziram à diferenciação


celular, que impulsionou a evolução dos seres vivos;
o A grande diversidade de formas e funcionalidades possibilitou a adaptação a diferentes
ambientes;
o Os seres de maiores dimensões sobreviveram sem comprometer as trocas com o meio
externo, pois surgiram órgãos especializados na realização dessas trocas;
o Aumentou a eficácia na utilização de energia (devido à especialização);
o Passou a existir maior independência em relação ao meio externo, uma vez que os
vários órgãos passaram a contribuir para a manutenção do meio interno em condições
favoráveis à vida.

Bruna Teixeira
Mecanismos de evolução
Evolucionismo vs. Fixismo

Fixismo

o Seres vivos são imutáveis;


o Espécies originadas tal e qual como são na atualidade;
o Espécies permanentes, perfeitas e não sofrem evolução.

A explicação para a origem das espécies radicava no


Criacionismo.

Segundo esta teoria, os seres vivos foram originados por


criação divina – implica perfeição e estabilidade

Evolucionismo

Defende que os seres vivos que existem, atualmente, na


Terra são o resultado da modificação de seres vivos que existiram,
no passado. As espécies de seres vivos relacionam-se umas com as
outras e alteram-se ao longo do tempo.

O Evolucionismo era explicado pelo Catastrofismo e


pelo Uniformitarismo / Princípio das Causas Atuais. (Geologia 10ºano

p.6)

Bruna Teixeira
Teorias Evolucionistas

Lamarckismo

A causa responsável pela evolução dos seres vivos: ambiente e as necessidades dos
indivíduos.

Lamarck admitia que os seres vivos têm um impulso interior que lhes permite
adaptarem-se ao meio quando pressionados por alguma necessidade imposta pelo ambiente.

o Lei do uso e do desuso: a necessidade de se adaptarem às condições ambientais


conduziria ao desenvolvimento ou ao atrofio de determinados órgãos, dependendo do
uso e do desuso dos mesmos.
o Lei da transmissão dos caracteres adquiridos: as modificações que ocorrem no
organismo de um indivíduo são transmitidas à sua descendência, provocando uma
adaptação da espécie ao longo de gerações.

Críticas:

֍ O facto de a teoria de Lamarck admitir que a matéria viva teria uma «ambição natural» de
se tornar melhor, de forma a que cada ser vivo seria impelido para um grau de
desenvolvimento mais elevado;
֍ A lei do uso e do desuso, embora válida para alguns órgãos (ex: músculos), não explica
todas as modificações;
֍ A lei da transmissão dos caracteres adquiridos não é válida. A atrofia ou a hipertrofia de
uma estrutura adquirida durante a vida do ser vivo não é transmitida à descendência.

Bruna Teixeira
Darwinismo

o Os organismos de uma determinada população apresentam


variabilidade.
o As populações originam mais descendentes do que aqueles que os
recursos existentes no ambiente podem suportar.
o Entre os indivíduos de uma determinada população estabelece-se
uma luta pela sobrevivência, devido à competição pelo alimento,
pelo espaço e outros fatores. Assim, em cada geração, um nº
significativo de indivíduos é eliminado.
o Alguns seres apresentam características que são favoráveis à sua
sobrevivência no meio em que se encontram. Os indivíduos que
não apresentarem características vantajosas, resultantes da
variação natural, vão sendo eliminados ao longo de gerações, a
Natureza seleciona os seres vivos mais aptos → seleção natural.

A seleção natural favorece determinadas características em detrimento de outras. Os


indivíduos mais aptos ao meio, sobrevivem melhor e reproduzem-se mais, o que faz com que
essas características passem a existir num maior nº de indivíduos na geração seguinte.

Lamarck: o ambiente era responsável por criar


necessidades que conduziam a comportamentos, que,
por sua vez, levavam a modificações nos indivíduos.

Darwin: o ambiente era o motor da evolução por


realizar uma seleção natural dos mais aptos.

Bruna Teixeira
Dados que apoiam o Evolucionismo

Dados da Anatomia Comparada

Semelhanças anatómicas entre seres aparentemente


diferentes

Estruturas homólogas – estruturas que


apesar de poderem desempenhar funções diferentes,
apresentam plano estrutural semelhante, a mesma
posição relativa e origem embriológica idêntica.

As estruturas homólogas permitem construir séries filogenéticas, que traduzem a evolução


dessas estruturas em diferentes órgãos:
o Série filogenética progressiva – apresentam uma complexidade crescente
o Série filogenética regressiva – os órgãos homólogos tornam-se, progressivamente,
mais simples.

Evolução divergente – verifica-se a divergência de organismos a partir de um ancestral


comum que colonizou diferentes habitats e, por isso, sofreu pressões seletivas distintas. A
seleção natural operada sobre as estruturas originais seleciona aquelas que permitem uma
melhor adaptação dos indivíduos ao habitat colonizado.

Bruna Teixeira
Estruturas análogas – estruturas com
origem embrionária diferente, mas que
desempenham a mesma função.
Estas estruturas resultaram de pressões
seletivas idênticas sobre seres de diferentes
grupos.

o Não evidenciam parentesco e derivam de ancestrais diferentes;


o Têm interesse evolutivo, na medida em que mostram como é possível que grupos de
seres vivos não relacionados filogeneticamente, se adaptem a ambientes semelhantes;
o O aparecimento das estruturas análogas resulta de, no mesmo meio, a seleção natural
favorecer os indivíduos cujas características os tornam mais aptos, independentemente
do grupo a que pertencem.

Evolução convergente – os indivíduos têm origem distinta, mas quando sujeitos a


condições ambientais semelhantes, foram selecionados os que apresentavam estruturas que
desempenhavam funções semelhantes.

Estruturas vestigiais - são estruturas atrofiadas, sem


uma função evidente nem importância fisiológica num
determinado grupo de seres vivos, mas que se apresentam
bem desenvolvidos e funcionais noutros grupos de seres
vivos.
Remetem-nos para uma perspetiva evolucionista,
como órgãos que foram úteis em ancestrais do passado.

Bruna Teixeira
Dados da Paleontologia

Os fósseis, ao revelarem espécies inexistentes atualmente, contrariam a ideia da sua


imutabilidade (fixismo) e apoiam o evolucionismo.

Archaeopteryx
Existem fósseis que possuem características que
correspondem, na atualidade, a dois grupos diferentes de
organismos – formas intermédias/sintéticas.

Archaeopteryx é considerada a primeira ave. Ainda


apresenta escamas na cabeça, dentes, garras e cauda com
ossos, apesar de já apresentar asas e penas.

Algumas formas sintéticas podem ser chamadas Ichyostega

também de transição, uma vez que se crê que fizeram a


transição de um grupo para outro de organismos. Admite-se
que o Ichtyostega tenha feito a transição dos peixes para os
anfíbios, ainda apresenta escamas e barbatana caudal, mas
já tem uma caixa torácica desenvolvida e membros pares.

As árvores filogenéticas são representações gráficas do percurso evolutivo de um


determinado grupo de seres vivos, partindo do seu ancestral, até às formas atuais.

Dados da Embriologia

A Embriologia diz-nos que para os mesmos


estádios de desenvolvimento existem analogias
entre os indivíduos → ancestral comum.
Quanto mais semelhante for o
desenvolvimento embrionário de vários seres mais
aparentados eles são e, quanto mais afastadas
evolutivamente forem as espécies mais cedo se
notam diferenças nos seus desenvolvimentos.

Bruna Teixeira
Dados da Biogeografia

A Biogeografia estuda a distribuição geográfica dos seres vivos. As espécies tendem a


ser tanto mais semelhantes, quanto maior for a sua proximidade geográfica.
Quanto mais isoladas, maiores são as diferenças entre si, mesmo que as condições ambientais
sejam semelhantes.

Dados da Biologia Molecular

o Todos os organismos são formados pelo mesmo tipo de biomoléculas.


o O código genético é universal, no qual intervêm o DNA e o RNA na síntese de proteínas.

A Biologia Molecular permite analisar sequências de aminoácidos, que têm fornecido provas
a favor de uma origem comum dos seres vivos.

Hibridação do DNA:
Nesta técnica, misturam-se fragmentos das cadeias de
DNA desenroladas de espécies diferentes. Espera-se que
o emparelhamento entre as cadeias de espécies
diferentes ocorra. Quanto mais rápida for a formação de
moléculas híbridas e quanto maior for a quantidade de
bases complementares emparelhadas, mais próximas
serão as espécies do ponto de vista filogenético.

Bruna Teixeira
Neodarwinismo/Teoria Sintética da Evolução

O Neodarwinismo é a reformulação
do Darwinismo, à luz dos
conhecimentos da genética.

IDEIAS PRINCIPAIS:

1. Variabilidade genética
o Mutações – alterações génicas (na sequência nucleotídica) ou
cromossómicas (na disposição dos genes/ nº de cromossomas).
Se forem viáveis e favoráveis, sendo transmissíveis, constituem
uma fonte primária de variabilidade genética.

o Recombinação genética – meiose (crossing-over e separação


dos cromossomas homólogos) e fecundação (união aleatória dos
gâmetas).

2. Seleção natural
o A unidade evolutiva é a população, isto é, um conjunto de indivíduos da mesma
espécie que vive num determinado lugar e ao mesmo tempo.
o Quanto maior a diversidade, maior será a probabilidade de ela se adaptar a
mudanças que ocorram no meio, pois, nessa diversidade pode haver um conjunto de
indivíduos portadores de conjuntos genéticos favorecidos pela seleção natural
(sobrevivem mais tempo e originam maior descendência).
o Quando ocorrem alterações climáticas, o conjunto génico mais favorável pode deixar
de o ser nas novas condições.
o A seleção natural não atua de forma isolada, mas sim sob a globalidade dos
indivíduos de uma população com toda a sua carga.

Bruna Teixeira
Fatores que atuam sobre o fundo genético de uma população

Conjunto de todos os genes presentes numa população, num dado momento

Mutações

As mutações permitem o aparecimento e alteração dos genes nas populações. Assim,


as mutações são a fonte primária da variabilidade e, portanto, o motor da microevolução
(evolução numa população).

Migrações

As migrações originam alterações do fundo genético, porque há


fluxo de genes entre populações.

Imigração → alteração do fundo genético dos indivíduos e da população


onde se integram, por reprodução.
Emigração → alteração do fundo genético de onde saíram.

Cruzamentos ao acaso

Cruzamentos ao acaso Cruzamentos não ao acaso


(panmixia) (apanmixia)

Permite a manutenção do
fundo genético Priviligiam-se determinadas
ex: junção de animais de características
diferentes raças (cães)

Alteração do fundo genético


maior variabilidade
genética ex: junção de animais da
mesma raça (cães)

Bruna Teixeira
Deriva genética

Corresponde à alteração do fundo genético, em populações de pequeno tamanho,


devido ao acaso.

CAUSAS DA REDUÇÃO DA POPULAÇÃO:

1. Efeito fundador – um nº restrito de indivíduos, de uma determinada população, desloca-se


para uma nova área, transportando uma parte restrita do fundo genético da população
original. Por haver poucos fundadores, existe uma quebra acentuada na variabilidade
genética da nova população em relação à população original.

2. Efeito de gargalo – uma determinada população sofre uma diminuição brusca do seu nº de
indivíduos devido a fatores ambientais (alterações climáticas, epidemias e desastres
naturais). Assim, um determinado conjunto de genes dos sobreviventes será fixado na
população, enquanto que outros genes são eliminados, não devido à seleção natural, mas
devido ao acaso.

Bruna Teixeira
Seleção natural

o Natural:
▪ A seleção natural atua sobre fenótipos – são selecionados os indivíduos que
possuem fenótipos que os tornam mais aptos ao ambiente onde vivem,
permitindo-lhes deixar mais descendentes, havendo uma maior produção.
▪ A seleção natural pode promover a manutenção de um determinado fundo
genético ou conduzir à sua alteração.

o Artificial:
▪ O Homem pode ser responsável pela modificação de determinadas espécies,
sendo possível preservar e desenvolver indivíduos que reúnem as características
desejadas (ex: plantas cultivadas pelo Homem; animais domésticos), promovendo
a sua reprodução.
▪ A intervenção do Homem pode alterar o sentido da evolução natural de algumas
variedades, pois aquilo que lhe interessa pode não ser favorável pela seleção
natural.

Bruna Teixeira
Sistemas de classificação

Sistemas de classificação

Práticos Racionais

Agrupam seres vivos de acordo Horizontais Verticais


com o seu interesse ou utilidade
para o Homem
Persistem até à atualidade Naturais Artificiais Filogenéticos

Utilizam todas as Baseavam-se num Agrupam os seres vivos


informações disponíveis pequeno nº de de acordo com o grau
sobre os seres vivos, características, com de parentesco entre
refletindo as suas poucos grupos e muito eles
afinidades naturais heterogéneos

Consideram o fator tempo –


Não consideram o fator tempo – classificações dinâmicas
classificações estáticas

Diversidade de critérios

Tipo de Organização
Modo de
simetria estrutural
nutrição

Sem Simetria Simetria Seres


Seres
simetria radial bilateral Fonte de Fonte de
procariontes eucariontes
carbono energia

Autotrófico Heterotrófico Fototrófico Quimiotrófico

Bruna Teixeira
Taxonomia e Nomenclatura

o Os grupos hierárquicos (taxa) estabelecidos por


Lineu no seu sistema de classificação (System
Naturae) ainda hoje são usados.
o Consideram-se 7 grupos taxonómicos principais:
Espécie, Género, Família, Ordem, Classe, Filo e
Reino. (Este Gato Faminto Olhou Carapau Frito Roeu)

Espécie: representa um grupo natural constituído


pelo conjunto de indivíduos que partilham o mesmo
fundo genético, morfologicamente semelhantes, que
podem cruzar-se entre si, originando descendentes
férteis.

Regras de Nomenclatura:

Ex:
Canis aureus Espécie

Género Restritivo
específico

o Cada espécie é designada por dois termos em latim – nomenclatura binominal;


o O 1ºtermo é o nome do género e começa por maiúscula; o 2ºtermo é o restritivo
específico e começa por minúscula;
o Quando se designa a espécie é necessário referir os dois termos, que devem ser escritos
em itálico, ou, quando manuscritos, sublinhados;
o Uma subespécie é designada pelo nome da espécie seguido de um terceiro termo – o
restritivo subespecífico (nomenclatura trinominal);
o O nome da família, é obtido acrescentando ao género um sufixo:
▪ Animais – idae
▪ Plantas – aceae

Bruna Teixeira
Sistema de classificação de
Whittaker modificado

O sistema de classificação de Whittaker em


cinco reinos, baseia-se nos seguintes critérios:
o Organização estrutural;
o Tipo de nutrição;
o Interação nos ecossistemas.

A classificação de Whittaker é a mais apoiada pois apresenta maior coerência em relação


à sistematização de características importantes dos principais grupos de organismos, e tem mais
em consideração a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas.

Bruna Teixeira
Os sistemas de classificação mais recentes, baseados essencialmente nos dados
moleculares, agrupam os seres vivos em seis reinos e três domínios.

Reinos:
Reino: Protista, Fungi,
Eubacteria Plantae e Animalia
Reino:
Archaebacteria

o Dois domínios incluindo procariontes (Archae e Bacteria);


o Um domínio incluindo eucariontes (Eukarya).

Construir a árvore da vida continua a ocupar e a desafiar os sistematas. A classificação dos


organismos encontra-se num contínuo processo de mudança. Os grupos taxonómicos e as
árvores filogenéticas são «hipóteses» em que são usados os dados disponíveis para traçar a
árvore da vida…

Bruna Teixeira

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