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pattannenae
por Francisco Negrão
PRINTE9 N BK~ IL
GENEALOGIA PARAN AHNSE
por
g:-rancisco Tiegrão
••
!Ilustrações do Dr. Pedro Macedo
•
Volume 5. 0
•
1946
Curityba
Impressora Pnrnonense S. A.
DEDICA TORIAS
~· cn.
~o Snr.
'augusto WeRerfin
t'>aMCissimo artista t17pograpf>ico,
FRANCISCO NEGRÃO.
Curilyba, Abril de 1930.
A Familia Paranaense
. . . cedo sorriso em noua vida
Planta a cruz da saudade na exlslencla.·
Silveira Netto (luar de hlnverno J,
boa religiosa, se chamou Izabel da Madre de Deos. Lasso, se ti 11 ha alguma obrigação de casar com elle,
« Houve tambem Gaspar de Betanc_or, de sua 1:1ul~er ainda que ella levava desgosto por razão do que se
dona Guiomar de Sá, algumas filhas; - a pnme1ra, dizia amigo reconciliado, e com esta licença da
dona Beatriz de Sá que foi dama do paço, ~m tempo imperatriz, ~ dispensa do papa, se receberam; e tam-
de el-Rey dom Manoel, o qual lhe deu seis . mo10s bem entre ambos não houveram filhos.
de trigo em cada anno de tença, nos propnos da << Outra filha teve Gaspar de Betancor de sua mulher,
fazenda de Martim Vaz, contador, e depois P?r i::iorte chamada dona Guiomar de Sá, como sua mãe, que
d'ella, trespassou esta mercê a d?na Izabel, 1rma de casou com Antonio Juzarte de Mello, fidalgo, natural
dona Beatriz; a qual dona Beatnz se ~reou com el- d'Evora, a quem deu em casamento quinhentos mil
Rey dom Joam terceiro do nome, e foi para Castella reis, que n'aquelle tempo era m.uito dinheiro, pelo
com a princeza de Portugal, quan~o casou com . o pouco que havia. Perdeu-se Antomo Juzarte de Mello,
imperador Carlos quinto. No caminho sendo. mmto em uma armada que fez o marquez de Aiamonte ao
privada da princeza, dom Pedro Lasso da Veiga, que Rio da Prata, por n'aquelle tempo viv~r no dito Jogar
fora nas communidades de Castella com dom Pedro de Ainmonte, e andar fora do reyno de Portugal, por
Giram, e dom Joam de Padilha, andando fora. da razão d'um corregedor que matou quasi na face d'el
graça do dito imperador, que por este caso lhe tmha Rey, que lhe tinha dado seguro Real. Houve dona
tomado sua fazenda, e alcadarias, e todo se~ senh<?- Guiomar do dito Antonio Juzarte de Mello, quatro
rio vendo que pela privança de dona Beatriz, podia filhas, as quaes todas foram para o reyno de Castella .ª
ser' restaurado, teve intelligencia de casar com ella, servir a imperatriz por suas damas, por razão da valia
o que se effectuou; e por ella lhe foram tornadas as de sua tia dona Izabel, irmã de sua mãe, da qual já
villas dos Arcos Bactes e Carros, e outras de que fica dito que as adquirio lá, e lhes deu os dotes, e
1
antes era senha/ Estando casada com elle adquirio, e casou algumas: uma chamada dona Be~triz está ~m
assim por sua privança a sua irmã dona Izabel, se- Toledo freira professa, da ordem de Santiago, e pno-
gunda filha de , Gaspar de. Betancor para ~ama da reza muitas vezes. Outra chamada dona Maria, foi
imperatriz, que desta ilha foi chamad~ para isso. casada com dom Francisco de Cisneiros, padroeiro
«Morrendo dona Beatriz sem ter filhos de dom dos estudos de Alcalá, os quaes fundou o arcebispo
Pedro Lasso teve tal estrella sua irmã dona Izabel, de Toledo seu tio e senhor, e senhor de quatorze
que veio a ~er camareira-mór da _imperatriz, e aia dos mil cruzados de r~nda, do qual houve a dita dona
príncipes, e em tan~a conta era tida!, que nos annos Maria, que é já fallecida, ~res filhos, e duas filhas,
ultimas de sua pnvança, estando Jª fora do paço, damas do paço hoje em dia. .
quando el-Rey Philippe fa\lava n'ella,. não a nomeava «Outra chamada dona Guiomar, casou com dom Lu1z
senão por dona Izabel, m1 madre; tendo toda esta Valhegas, aposentador~mór d'el-Rey Philippe, q~e vei?
privança e estrella por si com os principes castelhanos, por embaixador a este reino de Portugal, e foi estn-
fez uma' cousa que lhe estranhou muito, que foi casar- beiro-mór da rainha, ultima mulher do meemo rey,
se com dom Pedro Lasso, seu cunhado, marido que por ser enviada á Boemia a tratar este casamento, e
fora de sua irmã dona Beatriz; e assim andou enco- irazer como trouxe a rainha a Castella, do mesmo
bertamente dous annos, sem ser de todo descoberto reyno de Boemia, onde comeu com o imperador por
o desposaria, ainda que se murmurava d'isso. Até razão da embaixada que levava do qual tem dona
que a imperatriz adoecendo d'uma grave enfermidade, Guiomar cinco filhos entre machos e femeas, elles
a chamou e lhe disse que casasse com dom Pedro com boas e ricas commendas de Santiago. Outra filha
GENEALOGIA PAHANAE.N!>E
Tlt'ULO CORRtA DE BITTENCOUIU 13
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.::....::..-------- - -~ ga do martyr Sam Sebastião, da cidade de Pont.
de Antonio Juzarte de Mello, e de dona Guiomar Delgada, por alvará que teve de merce do Rey, da
de Sá, chamada dona Jzabcl, por n~o terem n'esta
ilha tanta renda, a queiriam casar aqui com Ruy Gag.o sepultura para elle, mulher e filh s; em que lambem
da Camara, e elle não quiz pelo puuco dote que ti- lhe concedia que pudesse ter sobre ella u, arma-s
nha; e o que fez de pobres ricos, de pe4uenos gran- dependurada com bandeira descida, cc mo teve alguns
des e sabe com quem reparte seus dons, e quem annos, até que se desfez a egreja, para s acr ccnfor
meÍhor os merece ordenou cnmo fo::se levada a como agora está, e depois nãu houve filho n m ndo
I
Castella, e por ser a dita dona lznbcl muito Grave a quem lembrasse uma merc('. tão grande, que a ne-
e formosa, e de grande virtude, casou-a com dom nhuma pe.soa abaixo dos infantes se concedeu. Dona
Joam Colomo, vice-rey da ilha Sardenha, que é ago- Guiomar de Sá, sua mulher que falleceu, no anno
ra conde de Thoas em Valença, e tem nove contos de mil quinhentos e quarenta e sete, tambem está
de renda do qual tem quatorze filhos e filhas. De com elle enterrada; fez em vida doação de quinze
modo q~e por todos tem agora dona Guiomar de alqueires de terra aos padres de Sam Francisco, unde
Sá mulher de Antonío Juzarte de Mello, d'estas ditas pudecem fazer casas e officinas, para rú:llas servirem
tres filhas vinte oito netos em Castclla. a Deos, comu depois fizeram um sumptuoso convento,
«A qual dona Guiomar de Sá, fallecido Antonio Ju- com encargo d'uma missa resada na semana, e missas
zarte de Mello, casou com dom f ernando de Castro, resadas no Natal, Paschoa e Espírito Santo.
de quem não houve filhos, e falleceu n'esta ilha, e ~sua filha dona lzabel, mulher de dom Pedro Lasso,
está enterrada na capt:lla-mór do convento de Sam de quem atraz fica dito, morrendo em C1stella no
Francisco da cidade de Ponta Delgada, unde deixou anno de mil quinhentos e setenta e quatro, dei.·ou
uma capella e um maio de trigo para sempre, de renda toda a herança que n'esta ilha tinha de seu pay, em
cada anno, aos Lazaros desta ilha; era seu administra- capellas, e por administradores o rrovedor e irmãos
dor Antonio de Sá, seu sobrinho. Outra filha teve Gas- da casa de Misericordia da cidade de Ponta Ddoada,
par de Betancor, de sua mulher dona Guiomar de Sá, e por capellães parentes de sua linha; fez tambem
chamada dona Margarida de Betancor, que casou com esmola do chão em que se fez a egreja do Corpo
Pedro Ruy da Camara, filho natural de Joam Ruy Santo na mesma cidade, para os mareantes d'ella.
da Camara, quarto capitão d'esta ilha, unico do nome, Deixou tambem Gaspar de Betancor, um filho natu-
ao qual deu em casamento duzentos e cincoenta mil reis ral, que houve de Maria Dias, moça solteira, e kgi-
que n'aquelle tempo era como agora muitos mil cru- timou-o depois, por nome Gasrx1r Pordomo, o qual,
zados; da qual houve estes filhos: Joam Ruy da Ca- como já disse na geração dos Velhos, casou com
mara, Manoel da Camara, Simão da Camara, Ruy Gon- Beatriz Velha, filha de Joam Affonso Corcos, e de
çalves da Camara, Antonio de Sá, Henrique de Betancor, Leonor Velha, filha de Pedro Velho, da ual huu e
todos fidalgos com moradias nas casab uos reys de Por- os filhos e filhas já ditos na geração dos Velho , a
tugal, e alguns commendadores da ordem de Christo: e saber -Manoel de Betancor, que casou primeiro com
dona Francisca, mulher de dom Antonio deSouza: e dona uma filha de Joam do Porto, irmã de A\ano~I do
Maria, dos quaes direi particularmente, quando adiante Porto, e depois com dona lzabel irmã de Melchior
tratar dos capitães d'esta ilha, na geração dos Camaras. Roiz, escrivão da camara da cidade, e de nenhuma
g, falleceu Gaspar de Betancor no anno de mil qui- houve filhos; e Balthazar de Betancor, que casou, e
nhentos e vinte e dous, e do deluvio de Villa franca; não houve filhos; e Melchior Bctancor, que casou
foi enterrado na capella-rnór d'el-Rey da egreja anti- e teve filho e filhas.
TITULO COR.MA DE BITTENCOURT 15
GENEALOGIA PARANAENSE
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sua m~lher Anna Joaquina dos Santos, natural de Curi-
<<Houve mais Gaspar Pordomo duas filhas, a primei- tyba, filha d~ Manoel João dos San~os, casado em Curityba
ra dona Francisca, que não casou; a segunda, dona a 9 de Abnl de 1782, com Francisca dos Santos Almeida ·
Simôa, que casou em Portugal com dom Joam Pereira, neta pela_ parte paterna de Antonio Gomes e de sua mu~
bisneto do conde de Feira, de quem houve uma lher _Mana de A_breu; neta pela parte materna de Antonio
filha chamada dona Beatriz, que casou com Joam de P~re1ra de Almeida e de sua mulher Quiteria Pedrosa de
Frias, filho do licenciado Bartholomeu de Frias, da Lim~. Por seu _avô Antonio Pereira era bisneta de João
qual tem alguns filhos. Teve mais Gaspar de Betan-
cor outro filho natural, homem basa, chamado Rnphael Pe~ei~a de Almeida ~ de . su~ mulher Maria dos Passos
Ohve1ra; por sua avo Qu1tena era bisneta de Antonio Dias
de Betancor, que falleceu sem ter filhos. de Leme e de sua mulher Maria Pedrosa de Lima
"'São os Betancores fidalgos de solar conhecido dos
principaes deste reyno, e disem que descendentes dos foi aba~ta~o industrial de herva matte em Curityb~, onde
se _constitu10 vulto de destaque. Exerceu varias cargos de
doze pares de França, e dos reys das Canarias (como eleição popular e administrativos.
tenho dito) que aquelles de França vieram a conquis- filhos:
tar como pessoas nobres e poderosas. Tem por in- 1-1 Brigadeiro Manoel José da Cunha Bittencourt § }.o
signeas das suas armas as sete ilhas de Canarias, e 1-2 Padre Francisco Corrêa de Bittencourt . . . § 2.º
sete corôas entremeadas em seu escudo ao redor
1-3 Brigadeiro José Corrêa de Bittencourt . . . § 3.º
d'um leão, que está d'uma parte no meio d'elle com
1-4 lphigenia Maria de Bittencourt. . . . . . § 4.º
uma corôa na cabeça, e da outra parte um castello
1-5 Coronel Joaquim José Bellarmino de Bittencourt § 5.º
com. sete bandeiras, e em cima do escudo uma aguia 1-6 Rosa Maria de Bittencourt . § 6.º
partida com duas cabeças, e uma corôa, como a te- § 7.º
ve o que da sua progenie foi Rey das mesmas ilhas 1- 7 Maria da Gloria Bittencourt.
de Canarias, e sobre ella uma flor de liz, que é das § }.o
armas de França, o qual titulo de Rey lhe concedeu
a rainha de Castella dona Catharina, por seus ante-
cessores terem ajudado a el-Rey de Castella em cer- 1-1 Brigadeiro Manoel José da Cunha Bittencourt1 foi
tas guerras. » homem de valor político e social· exerceu varios car-
Teve José Corrêa de Bittencourt de seu matrimonio gos administrativos e de eleiçã~ popular, entre os
os seguintes filhos: quaes o de Deputado a Assembléa Provincial Admi-
nistrador de Barreiras, Administrador dos Cor~eios do
1 - Tenente Coronel Manoel José da Paraná_ e. Director Geral dos lndios, cargo que lhe
Cunha Bittencourt . . . . . . Capitulo l .º deu . d1re1to as honras de Brigadeiro. Casado com
2 - Capitão João José Corrêa de Bit- B_albma de Camargo Bittencourt, filha de José Custo-
tencourt. . . . . . Capitulo 2.º dio de Camargo e de sua mulher Joaquina de Mello
Camargo.
CAPITULO l .º filhos:
2-1 Dr. Theodorico Camargo de Bittencourt Bacha-
1 - Tenente Coronel Manoel José da Cunha Bitten- rel em direito, formado pela Academi; do Pa-
court, foi casado em Curityba, a 12 de Maio de raná, é chefe de secção aposentado da Secretaria
1819, com Anna Maurícia, filha do Sargento-mór Geral do Estado. Casado com Maria Rosa do
Manoel Dias da Costa, natural de Portugal, e de Nascimento Bittencourt, filha do Major f rancisco
16 GENEALOGIA PARANAENSE
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TITULO CORRtA DE BITTENCOURT 17
Gonçalves do Nascimento Ro~a e de sua mu- o tinha em evidencia. Exerceu os cargos de Deputado
lher Olympia Oarcez do Nascimento. provincial, Juiz districtal, Vereador, Director geral dos in-
filhos: dios e Administrador dos Correios do Paraná.
3- 1 Abgail, fallecida em criança. . Era gemeo com seu irmão Manoel.
3-2 Dr. Fausto Nascimento de 81ttencourt, Ba- filhos:
charel em direito. 2-1 Tenente Coronel João Oualberto de Bittencourt, foi
3-3 Oswaldo Bittencourt. Prefeito municipal de Colombo, onde foi chefe poli-
3-4 Maria Bittencourt. tico, fallecido em Junho de 1929, em Curityba; era
3-5 Ivette Bittencourt. casado com Hercilia Espinola de Bittencourt, filha de
2-2 Manoel José de Camar~o Bittenc?urt, casad_o Francisco Cezar Espinola e de sua mulher Maria Leo-
com Clara Sigwalt de B1ttencourt, fil.ha d~ Em1- cadia Pereira de Lima.
lio Sigwalt e de sua mulher Ernestma S1gwalt. Filhos:
E' serventuario publico. 3-1 José Espinola de Bittencourt, fallecido.
Filhos: 3-2 Clodoaldo Espinola de Bittencourt.
3- 1 Manoel de Camargo Bittencourt filho. 3-3 Mercedes, fallecida.
3-2 Clarice. 3-4 Orlando Espinola de Bittencourt.
3-3 Cléa. 3-5 Zeneida Espinola de Bittencourt, casada.
3-4 ... 3-6 Zorah Espinola de Bittencourt, solteira.
2-3 Helia de Bittencourt Pacheco, casada com o Ca- 3- 7 João Oualberto de Bittencourt Filho, fallecido.
pitão Pedro Pacheco da Silva Netto, filho de 2-2 Maria Clara de Bittencourt Coelho, casada com Luiz
João Pacheco da Silva e de sua mulher Fran- Antonio da Silva Coelho, já fallecidos. Foi elle pro-
cisca Pacheco da Silva. prietario da « Pendula Meridional ,, ; homem laborioso
E' Director da Secretaria de Fazenda do Estado. e luctador.
Pertence ao exercito de 2.a linha. Filha unica:
Sem descendentes. 3-1 Hercilia Coelho, casada em primeiras nupcias
com Armando Paiva e em segundas nupcias com
§ 2.º o Dr. Caio Machado Lima, advogado e jorna-
lista de merito, filho do Dr. Vicente Machado
1- 2 Padre Francisco Corrêa de Bittencourt, foi Vigario de da Silva Lima e de sua primeira mulher Antonia
S. José dos Pinhaes. foi político de evidencia, repre- Moreira de Lima.
sentando essa cidade na Assembléa Provincial, em Sem filhos de seus dous matrimonias.
varias legislaturas. foi vulto de valor. 2-3 Olympia de Bittencourt Miranda Rego, viuva do Ma-
jor Henrique de Miranda Rego.
§ 3.º Teve:
3-1 Olympia de Bittencourt Miranda Rego.
1-3 Brigadeiro José Corrêa de Bittencourt, casado com 2-4 Anna Maurícia de Bittencourt Vasconcellos, casada
Escolastica Franco de Bittencourt, filha do Brigadeiro com o Capitão João Carlos de Vasconcellos, já falle-
Manoel de Oliveira Franco e de sua mulher Esco- cidos.
lastica franco de Sá Ribas. Teve:
foi prestigioso membro do Partido conservador que 3-1 Amphiloquio de Bittencourt Vasconcellos.
GENEALOGIA PARANAENSE
TITULO CORR:~A DE BITTENCOURT J9
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4-1 Benedicto }
2-5 Virgilio franco de Bittencourt, falleceu soltei~o. . 4 _2 . . . . . . gemeos.
2-6 Octavio Leão franco de Bittencourt,. fallec1do, . foi 4-3 Esther, fallecida.
casado com Leopoldina Camargo de B1tte~court, filha 4-4 Maria lzabel.
do Tenente José de Camargo Pinto, fallec1~0. a 28 de 4-5 Octavio, fallecido.
Novembro de 1871 (sendo seus. bens, consbtutdos por
terras e propriedades no ~alm1tal 1 Atuba, Papanduva, 4-6 Leopoldina, fallecida.
Caivá e Espigão, inventanad?s por 36:860$000) e de 4- 7 Antonio, fallecido.
4-8 Ewaldo.
sua mulher Leodobina Francisca da Costa. 4-9 Gabriel.
Filhos: C 4-1 O Orlando.
3-1 Walfrido de Bittencourt, casado com Anna a-
bra! de Bittencourt. 4-11 Therezinha de Jesus.
filhos: 3-5 Maria José de Bittencourt, casada com Se-
4-1 Iracema de Bittencourt. vero Cancio Fontoura.
filhos:
4-2 Jandyra de Bittencourt.
4-1 Anthenor.
4-3 Jacyra de Bittencourt. 4-2 Alaide.
4-4 Oswaldo de Bittencourt.
4-5 Juracy de Bittencourt. 4-3 Anadir.
4-6 Octavio de Bittencourt. 4-4 Ary.
3-2 Maria da Luz Bittencourt, casada com Urquisa 4-5 João.
Roberto Franco. 4 -6 Maria da Luz.
Teve: 4- 7 Octavio.
4-1 Eloisa, fallecida.
4-2 Maria Clara. § 4.o
4-3 Antonio.
4-4 João. 1-4 lphigenia Maria de Bittencourt, casada com o Tenente
4-5 Orlandina. Aurelio Joaquim Ribeiro de Campos, natural de Ser-
4-6 Octavio, fallecido. zedello, arcebispado de Braga, Portugal, casado em
4- 7 Daizi. Curityba a 5 de Agosto de 1838; filho de José Joa-
4-8 Aroldo. quim Ribeiro de Campos e de sua mulher Anna da
3-3 Maria Olympia de Bittencourt, casada com Luiz Silva Dias, naturaes de Portugal.
Adão de Camargo. Teve:
Teve: 2-1 Padre Julio Ribeiro de Campos, nascido em Cu-
4-1 Octavio Adão de Camargo. rityba a 18 de fevereiro de 1850, e ahi fallecido
4- 2 Maria da Luz. a 7 de Abril de 1885. Completando seu curso
4-3 Ludovina. de preparatorios no Lyceu de Curityba, seguiu
4-4 Dalila. para São Paulo, onde se matriculou no Semina-
4-5 Octaviano. rio Episcopal da Diocese, recebendo as Or-
3-4 Maria Magdalena de Bittencourt, casada com dens Sacras a 11 de Julho de 1873. No Semi-
Francisco Beira Fontana. nario foram-lhes confiadas as aulas de Portu-
Teve: guez, Latim e Mathematica. Era considerado
TITULO CORRÊA DE BITTENCOURT
20 GENEALOGIA PARANAENSE 21
grande mestre e profundo pensador. Sentindo-se aba- 4-3 Alba Natal, casada com Laura Godo.
lado em sua saude, deixou o Serninario em 1876, Teve:
por desejar repousar no Paraná, sendo nomeado viga- 5- 1 Beatriz.
rio da Vara de Paranaguá, d'onde foi retirado em 4-4 Joanna Natal, casada com Edgard Simone.
1879 para exercer o lugar de Vigario Geral forense
Teve:
do Paraná, em Curityba, de cuja Vigararia foi o pri- 5-1 Gastão.
meiro nomeado. Reorganisou o Archivo Ecclesiastico 4-5 Antonietta Natal, casada com Guilherme Jank.
que se achava em desordem, prestando com isso Teve:
grandes serviços aos investigadores. foi um grande 5-1 João Lucio.
vulto do clero nacional e especialmente do Curity- 4-6 Hildebrando Natal.
bano que contou grande numero de sacerdotes nota- 4- 7 Beatriz, fallecida.
veis pelo seu saber, por suas virtudes e relevantes 4-8 Alceu Natal.
serviços prestados a catechese e civilisação indígena. 4-9 Eloah Rosina Natal.
2-2 Coronel Aurelio Ribeiro de Campos, nascido a 15 de 3-2 Tenente françisco de Paula Campos, nascido a 16
Outubro de 1842; era official hcnorario do Exercito de Novemb~o de 1870 e fallecido a 29 de Agosto
pelos relevantes serviços prestados durante a guerra d~ 1908, foi casado com Leonor Loureiro de Campos.
do Paraguay, tendo se distinguido pela sua bravura Filhos:
e sangue frio em todos os combates em que tomou 4-1 Eurides, fallecido em criança.
parte, durante toda a campanha. Por occasião da Re- 4-2 Waldemar de Campos, casado com Estella Müller.
volução de 1894, fez parte das forças legaes que de- 4-3 Jacy .de Campos, casado com Jeny Briggemann.
fenderam o Estado, prestando optimos serviços, ape- 4-~ Lo.unyal de Campos.
zar de sua avançada edade. Exerceu varias cargos 3-3 Juho R1be1ro de Campos, nascido a 27 de Dezembro
publicas e ao fallecer exercia o lugar de cobrador de 1~72, foi Tenente Coronel Commandante da Força
da divida colonial. Verdadeiramente popular, gozou Publica ~o Estado, fallecido em 18 de Agosto de
sempre de larga estima e consideração. falleceu a 18 1917, foi casado com Julietta de Andrade Campos
de Dezembro de 1907. tambem fallecida. '
Era casado com Alexandrina Maria dos Santos. Filhos:
Tiveram os seguintes filhos: 4-1 Pl!n!o, fallecido em criança.
3-1 Ramira de Campos Natal, fallecida a 31 de Ju- 4-2 Plmto Manoel, fallecido em criança.
nho de 1926, foi casada com Gabriel Antonio 4-3 Professora Izaura de Campos casada com Car-
Natal, serventuario publico do Estado. los Feóla, fallecido. '
Teve: Filho:
4-1 Alayde de Campos Nalal, casada com Raul 5-1 Ney.
Ferreira Leite, filho do Coronel João Fer- 4-4 Dr. Manoel Ribeiro de Campos, nascido a 5 de
reira Leite e de sua mulher Hygina Celia Agosto de 1898, casado com Hortencia Chio-
de Jesus. ratto.
Teve: Filha:
5-1 Alice. 5-1 Zuleica.
5-2 João. 4-5 Elzira de Campos, casada com Alfredo Teixeira
4-2 Elpidio Natal, fallecido aos 33 annos, solteiro. Graça.
GENEALOGIA PARANAENSE
22 TITULO CORRtA DE BITTENCOURT
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filha:
5-1 Eunice. 3-10 Alice Campos, casada com Alfredo Barbosa
4-6 Dejanir Campos, nascido em 24 de Outubro de Junior.
1903, casado com Irene Gomes. Teve:
4-1 Herminia.
Filhos:
5-1 Acyr. 4-2 Guilherme de Campos Barbosa.
5-2 Maria May. . 2-3 Sophia Aurelio de Campos, casada com Manoel Bit-
4- 7 Nahir Campos, casada com. Deom1ro Zene. tencourt, ambos fallecidos.
4-8 Julio Ribeiro de Campos filho, nascido a 17 de Sem filhos.
Dezembro de 1911. . 2-4 Amelia Joaquina de Campos Loureiro, fa!Iecida, foi
3-4 Francisca Maria Campos, fallecida em ~nança. . casada em Curityba a 18 de Abril de 1863, com José
3-5 Sophia Maria Campos, casad~ com Victor Blaudam Fernandes Loureiro, de quem ella foi a primeira mu-
Gomes da Silva, ambos fallec1dos. lher; foi importante commerciante e abastado capita-
Teve: lista d'esta praça; exerceu varias cargos de eleição
4-1 Adherbal Gomes da Silva, casado com Alice popular, entre os quaes o de Camarista e Presidente
Ferreira. da Camara da Capital, prestando bons serviços. Era
Filhos: natural de Portugal e falleceu em Curityba, onde go-
5-1 Victor. zou de larga estima e merecida consideração por seu
5-2 Dayse. elevado caracter e honestidade; filho de Manoel
4-2 Aurora Gomes da Silva. Fernandes Loureiro e de sua mulher Euphemia do
3-6 Alayde Campos, fallecida aos 12 annos de edade. Carmo.
3- 7 Jphigenia Campos, casad~ com o Tenente Henrique Teve:
Luiz Torres, ambos fallec1dos. 3-1 Julia Loureiro de Oliveira, fallecida, foi casada
Teve: com o Coronel José Carvalho de Oliveira, filho
4-1 Leonilia Torres, casada com Antonio Eduardo de João Carvalho de Oliveira e de sua mulher
Gineste. Francisca de Bittencourt e Oliveira.
Filhos: Teve:
5-1 Iphigenia. 4-1 Judith Carvalho de Oliveira, já fallecida, foi
5-2 Odilah. casada em primeiras nupcias com seu tio
5-3 Julio. Godofredo Carvalho de Oliveira e em se-
4-2 Alkindar, fallecido com 2 annos de edade. gundas nupcias com Hippolito Michaud,
4-3 Joaquim fallecido com 6 annos de edade. filho de Hippolito Michaud e de sua mu-
4-4 Jacyra Torres, casada com Paulo Klingelfuss. lher.
Teve: Do primeiro matrimonio teve:
5-1 Kibal. 5-1 Antonio Carvalho de Oliveira.
3-8 Oliva Campos, fallecida solteira aos 22 annos de Do segundo matrimonio não deixou filhos.
edade. 4-2 Josephina Carvalho de Oliveira, casada com
3-9 Aurelio Ribeiro de Campos filho, fallecido, foi casado seu tio Plinio Carvalho de Oliveira.
com Maria Petronilha de Oliveira. Teve:
Sem filhos. 5-1 José, fallecido.
5-2 Jenny.
GENEALOGIA PARANAENSE TITULO CORR:~A DE BITTE.NCOURT
24 25
5-3 Juvina. Sem filhos.
5-4 Jayme. 3-2 Amelia Correia Sant'Anna, casada com Atha-
5-5 Julia, fallecida. nazio Sant'Anna, commerciante desta praça.
5-6 Julie, fallecido. Teve:
5- 7 Jayme, fallecido. 4-1 Cecília, fallecida.
5-8 Jenny, fallecida.. . . . 4-2 Alice.
3-2 Josephina Loureiro de S1.que1ra, . fallec1da,. fo! a 4-3 Leonor.
primeira mulher de Ad~ho .Paulino de S1que1ra, 4-4 Maria.
filho de José Soares de S1que1ra e de sua mu~her 4-5 Arminda.
Maria da Conceição Siqueira, naturaes da Lapa. 3-3 Francisco Correia, solteiro, Pharmaceutico
Teve: foi sacio de seu irmão. '
4-1 José Loureiro de Siqueira. 2- 7 Anna de Campos Rebello, casada a 26 de No-
4-2 Arnoldo Loureiro de Siqueira. vembro de 1881, com o Major Hermogenes
4-3 Amelia, fallecida. Góes Rebello, secretario aposentado da Camara
4-4 Augusto, fallecido. Municipal de Curityba, já fallecido.
3-3 Julietta Loureiro de Ascenção, casada _com o ca- Teve:
pitalista Manoel Fernandes de Ascençao. 3-1 Manoel, fallecido.
Teve: 3-2 Vicente Góes Rebello, casado com Gertru-
4-1 Dr. José Loureiro de Ascenção, _formado ~m des Castro Rebello.
medicina pela Academia do Rio de Janeiro Sem filhos.
em Dezembro de 1927. 3-3 Julia Campos Regis.
4-2 João Loureiro de Ascenção. 3-4 Ernesto Góes Rebello.
4-3 Joel, fallecido. 3-5 Hermogenes Góes Rebello Filho.
3-4 Juvelina Fernandes ~oureiro, casada . co!11 se~ 2-8 Messias de Campos Loureiro, por morte de sua
primo Augusto Loureiro, abastado cap1tahsta, fi- irmã Amelia, se casou com seu cunhado José
lho de Manoel Fernandes Loureiro e de sua Fernandes Loureiro, 2-4 de pagina 23.
mulher Francisca Gonçalves Loureiro. Sem filhos.
Sem filhos. 2-9 Emilia de Campos, fallecida solteira.
2-5 Emília de Campos Gomes, casada em primeiras nu- 2-10 Maria Clara de Campos, fallecida solteira.
pcias com Joaquim Severo Correia e em segundas
nupcias com Manoel Francisco Gomes. § 5.º
Sem filhos de ambos os matrimonias.
2-6 Arminda de Campos Ramos, fallecida, foi casada em J .5 Coronel Joaquim José Bellarmino de Bittencourt, ca-
primeiras nupcias com Manoel Francisco Correia e sado a 7 de Setembro de 1867 com Libania Car-
em segundas nupcias com Antonio Francisco Ramos. neiro Guimarães Bittencourt, natural de Castro, filha
Do primeiro matrimonio teve: do Coronel lrineu Gonçalves Guimarães e de sua
3-1 Manoel Francisco Correia Netto, Pharmaceutico "'!ulher Theodora Carneiro Lobo. Politico de presti-
diplomado pela Academia de Medicina do Rio gio, era um dos cabos eleitoraes de Curityba. foi
de Janeiro, jornalista e homem de letras, já fal- deputado provincial, camarista e presidente da Ca-
lecido, foi casado com Annita Correia. mara e juiz districtal. Em Janeiro de 1887 foi, por
26 GENEALOGIA PARANAENSE TITULO CORRÊA DE BITTENCOURT
=-~~~~~~~~- -~~~~~~~~~-
27
Carta imperial, nomeado Tabellião do Pu.blico 1-1 Damazo Corrêa de Bittencourt . . § J.o
Judicial e Notas da Capital. Na ~u~ ~0~1dade 1-2 José Manoel Corrêa de Bittencourt § 2.o
foi industrial de herva matte, a prmc1p10 Junta- 1-3 Francisca Rosa de Bittencourt . . § 3.o
mente com seu pai e mais tarde por conta pro- 1-4 ldalina Bittencourt Bonoso . . .
pria. Chegou a adquirir bôa fortuna. § 4.º
1-5 Maria de Paula Bittencourt f aleão § 5.o
Com descendentes descriptos em 5-5 do 2. 0 vo- 1-6 Stephania Bittencourt . . . . . § 6.o
lume, pagina 522. 1- 7 Maria da Conceição Bittencourt. . § 1.º
1-8 Adolpho Bittencourt. . . . . . § 8.o
§ Õ.º 1-9 Manoel Dias Corrêa de Bittencourt § 9.o
1-6 Rosa Maria de Bittencourt, natural de Paranaguá, § J.o
casada em Curityba a 23 de Junho de 1853
com o Major Engrado Ortiz Taborda Ri~as, na-
tural de Triumpho, Rio Grande do Sul, ftlh? _de 1-1 Capitão Damazo Corrêa de Bittencourt, foi escrivão
Miguel Taborda Ribas e de sua mulher Bng1da de Orphãos da Capital, comediographo e amador dra-
Candida Ortiz e Silva. matico; foi co-proprietario do Theatro S. Theodoro
Com descendentes descriptos em 5-1 de 4-5 de hoje Guayra. falleceu aos 51 annos de edade a 8 d~
pagina 532 do 2. 0 volume desta obra. fevereiro de 1897. Casado com Christina Thereza de
Moura Brito, que por morte de seu marido passou a
§ 7.o segundas nupcias com Horacio da Silva Pereira.
'
filhos:
1-7 Maria da Gloria Bittencourt, casada em Curityba 2-1 Cecília de Bittencourt Linhares, casada com Ed-
em 17 de Maio de 1855 com o Major Manoel do gard Cordeiro Linhares, abastado industrial de
Nascimento Abreu, natural do Maranhão, homem herva matte.
de alguma illustração, que representou papel sa- Teve:
liente na política do Paraná. Advogava no foro e 3-1 Themistocles Linhares, industrial.
era entendido em medicina. Por morte de sua mu- 3-2 Sílvio Linhares, academico de medicina.
lher passou a segundas nupcias com Prescilliana 3-3 Cecília Linhares.
Lisbôa de Abreu. Era elle filho de João Antonio 3-4 Ophelia Linhares.
de Abreu e de sua mulher Rosa Helena Lopes. 3-5 Edgard Linhares.
Sem filhos. 3- 6 Celia Linhares.
2-2 Dr. Alcebiades Corrêa de Bittencourt, bacharel
CAPITULO 2.º em direitos, casado com Iria Cunico, filha de
João Cunico e de sua mulher Josepha C:unico.
2 - Capitão João José Corrêa de Bittencourt, natural da Filha:
Ilha da Graciosa, casado em Curityba a 2 de Setem- 3-1 Josepha Christina.
bro de 1837 com Maria da Conceição Dias, filha do 2-3 Agatharcho Corrêa de Bittencourt, casado com
Sargento-mór Manoel Dias da Costa, natural de Por-
Clothilde Sabatella, fallecida, filha de Antonio
tugal, e de sua mulher Anna Joaquina dos Santos. Sabatella e de sua mulher Maria da Luz.
Com ascendentes descriptos no Capitulo 1.o. Filha:
Filhos: 3-1 Erothylde.
28 G-ENEALOGIA PARANAENSE TITULO CORRltA DE BIT TENCOURT 29
2-4 Damazo Corrêa de Bittencourt, serventuario postal, Filhos:
casado com a Professora ltacelina Teixeira de Bitten- 3-1 Murillo.
court Sub-Directora da Escola Normal, filha do Dr. 3-2 Egypcialinda.
Deze:Ubargador Francisco I_tac_iano Tei~eira e de sua 3-3 Maria Christina.
mulher Adelaide Miiller Te1xe1ra, fallec1dos. 3-4 Antonio Damazo.
filhos: 2-9 Damazina Corrêa de Bittencourt Macedo, casada
3-1 Maria Adelaide, professora normalista. C?í!1 o. Dr. Raul de Azevedo Macedo, engenheiro
3-2 Damazo de Bittencourt, academico de direito. civil, filho do Coronel João Ribeiro de Ma-
2-5 Dr. Aristoxenes Corrêa de Bittencourt, Juiz de Direito cedo e de sua mulher Anna Maria de Azevedo
da Capital, casado com Hilda Langer Rodrigues, fi- Macedo.
lha de Herculano José Rodrigues e de sua mulher Filhos:
Thusnelda Langer. 3-1 Dyrce.
filhos: 3-2 Cassia.
3-1 Cloris. 3-3 Raul.
3-2 Herculano, fallecido.
3 -3 Damazo Carlos. § 2.º
2-6 Aristheu Corrêa de Bittencourt, Professor Normalista,
Commerciante, casado em primeiras nupcias com 1-2 José Manoel Corr~ de ~ittencourt -. Nho Jéca - ,
Myrthe Codega e em segundas nupcias com Fanny casado com Eulaha Nascimento de B1ttencourt. Foi
Ma.der, filha do Coronel Nicolau Ma.der e de sua typo popular e de bondade; dotado de bôa verve,
mulher f rancisca da Costa Ma.der. quando exerceu o lugar de estafeta do Correio trazia
Do primeiro matrimonio teve: os viajantes dos trens em constante hilaridade.'
3-1 Damazo. filhos:
3-2 Domingos. 2-1 João Augusto Corrêa
•
de• Bittencourt1 militar' foi
Do segundo matrimonio teve: casado com Juha Moreira do Couto; falleceram
3-3 Milton. sem deixar filhos.
3-4 Maria Christina. 2-2 Maria Dolores de Bittencourt Laranjeira, casada
2- 7 Marília Corrêa de Bittencourt, casada com Nelson com Henrique Dias Laranjeira, empregado postal
f auler, filho de Frederico Fauler e de sua mulher aposentado.
Anna Zimmermann. Filhos:
Filhos: 3- 1 Thucydides Dias Laranjeira, casado com Rosa
3-1 Damazo. Alberti Laranjeira.
3- 2 Maria da Luz. Filhos:
3-3 Nelson, fallecido. 4-1 Osmar Laranjeira.
3-4 Fernando. 4-2 Jandyra Laranjeira.
3-5 Lyncol. 4-3 Deahyr Laranjeira.
2-8 Egypcialinda Corrêa de Bittencourt, casada com o Dr. 4-4 Ernesto, fallecido.
Francisco Natel de Camargo, engenheiro civil, filho 3-2 Olivia Laranjeira Vechione, casada com Ho-
de Antonio Joaquim de Camargo e de sua mulher racio Oarcez Vechione.
Augusta Natel. Sem filhos.
TITULO CORRtA DE BITTENCOURT
30 GENEALOGIA PARANAENSE 31
2-3 Julia Francisca Bittencourt de Paula, fallecida, foi Carvalho de Oliveira e de sua mulher Maria Rita
casada com o Dr. José Maria de Paula, lnspector de Oliveira.
do Serviço de Protecção aos Indios do Paraná. Teve:
Teve: 2-1 Major João Carvalho de Oliveira Junior, nascido
3-1 José Bittencourt de Paula. a 28 de Junho de 1854, casado com Maria Ru-
3-2 Antonio Bittencourt de Paula. fina de Macedo Ribas, filha de Tiburcio Borges
3-3 Julio Bittencourt de Paula. de Macedo e de sua mulher Anna Rufina Ribas
3-4 Juracy Bittencourt de Paula. de Macedo, casados em 2 de Setembro de 1858
2-4 Sarah Bittencourt de Passos, viuva de Pedro em Castro. '
Abrelino de Passos, official do exercito. Com descendencia já descripta em 7-3 de pagina
filho: 373 do 2. 0 volume.
3- 1 Aymoré Bittencourt de Passos, casado a 3 2-2 Maria Rit~ de Oliveira, nascida em Curityba em
de Outubro de 1929, em Curityba, com Joan- 6 de Janeiro de 1857. Casou-se em primeiras
nita de Oliveira Bernette, filha de Cydro nupcias em 27 de Julho de 1872 com Manoel
Bernette e de sua mulher Seraphina de José da Costa e Silva e em segundas nupcias
Oliveira. com o capitalista Pedro Luiz de Souza Rocha
2-5 Aristides Corrêa de Bittencourt, casado com Ame- nascido em 5 de Abril de 1851, no Estado d~
lia de Almeida Bittencourt. Santa Catharina, já fallecido.
Filho: Sem descendentes de ambos os matrimonias.
3-1 Jardilino Bittencourt. 2-3 Coronel José Carvalho de Oliveira, nascido em
2-6 Mario Corrêa de Bittencourt, casado com An- 5 de Agosto de l 859, casado em 19 de Dezem-
tonia Tulio de Bittencourt. Elle foi assassinado bro de 1885 com Julia Fernandes Loureiro filha
em uma lamentavel disputa com um seu des- do capitalista José Fernandes Loureiro e de sua
affecto, que ferido, veio perder a vida pouco primeira mulher Amelia de Campos Loureiro.
tempo depois. Com descendentes já desc:riptos em 3-1 de 2-4
filhos: do § 4. 0 do Capitulo 1.0 , deste Titulo.
3- l Jorge Corrêa de Bittencourt. 2-4 Januaria Carvalho de Oliveira, nascida em 24
3-2 Djanira Corrêa de Bittencourt. de Outubro de 1861, casada em Curityba em 8
2- 7 Juvenal Corrêa de Bittencourt, casado com He- de Dezembro de 1877 com o Dr. Emygdio
lena Wekerlin Bittencourt. Westphalen.
filho: Já mencionado no volume 4. 0 em 4-5 de pagi-
3-1 Edwalda Bittencourt. na 478.
Sem descendentes.
§ 3.o 2-5 Major Francisco Carvalho de Oliveira, nascido
em 28 de Agosto de 1863, casado em 20 de
1-3 Francisca Rosa de Bittencourt e Oliveira, nasceu em Novembro de 1885 com Amelia Augusta Ribeiro
Curityba em 17 de Outubro de 1838, casou no dia de Oliveira, filha de João Baptista Ribeiro e de
17 de Setembro de 1853 com o capitalista João Car- sua mulher Tiburcia de Freitas Ferreira.
valho de Oliveira, nascido em 19 de Agosto de Já mencionado no volume 1.0 , pagina 570.
1827, na freguezia do Minho, Portugal, filho de José Ahi a descendencia.
TITULO CORRÊA DE RITTENCOURT
32 GENEALOGIA FARANAENSE 33
2-2 Pedro Alves Monteiro, major reformado do exer- Commendador Antonio Vicente da Fontoura Menna
cito, casado com Nezinia de Araujo Monteiro. Barreto e de sua mu!her Clarinda Francisca Portella
2-3 Pompeu Bittencourt Monteiro, casado com Jose- e em se~undas n_upc1as com o Coronel de artilharia
phina Guimarães Monteiro. I~nocenc10 B_ene~1cto Fe_rraz de Oliveira, já fallecido.
filhos: Filhos do pnme1ro matrimonio:
3-1 Nelson.
2-1 Honorina, fallecida aos 2 annos.
3-2 Pedro. 2-2 Francisco, fallecido com dias.
3 -3 f ran cisca. Do segundo matrimonio teve:
3-4 Pompeu. 2-3 Pericles Bitten~ourt Ferraz, Major de artilharia,
2- 4 Francisca Amelia Bittencourt de Abreu, casada casado com Ehsa Abreu Ferraz, filha do Capi-
com Octacilio de Abreu, foi Capitão intendente tão de Fragata Dr. Amido Abreu Lente da Es-
1
1 - Domingos Cardoso dos Santos Filho - Porta-ban- tes, de S. Th iago do Jopol, termo de Caminha-Braga.
deira - falleceu em 1788 em estado de solteiro, le- Exerceu os cargos da Oovernança de Paranaguá, en-
gando seus bens a dous filhos naturaes - florentina tre os quaes o de Juiz Ordinario, Provedor das Fa-
e Ignacio Cardoso - , pelo que seus irmãos promo- zendas Reaes, de Depositas e Ausentes, Intenden~e
veram em juízo uma acção de annullação de herança. dos Reaes Quintos e Superintendente das Terras M1-
Era mineiro e explorou o serviço de extracção de neraes. Em J763 exercia o cargo de Ouvidor geral
ouro das minas de Penajoia e do Marumby. por Lei. Demandou contra sua sogra, allegando sone-
gação de dinheiro no inventario de seu sogr_o .. Pos-
CAPITULO 2.o suía terras e intensa lavoura na Lagoa e res1d1a em
Marretes 1 na Ponte Alta. Falleceu em Marretes a 28
2 - Veríssimo Cardoso dos Santos, era solteiro por occa- de Junho de 1797, tendo antes exp!orado, com sua
sião da morte de sua mãi. grande escravatura, o serviço das Mmas de ouro do
Anhaya.
GENEALOGIA PARANAENSE Tll'ULO CARDOSO DE UMA
40 41
4-6 Maria da Luz Silveira Miró, casada com seu tio Fran- 6-5 Ruy Miró Monteiro.
cisco Miró, 3-5 adiante. 6- 6 Maria da Luz Monteiro.
filhos: 6- 7 Milton Miró Monteiro.
5-1 Capitão Ercilio Miró, da força Publica do Pa- 6-8 .. .
raná, casado com Maria Joppert. 6-9 .. .
Filhos: 6-1 O .. .
6- 1 Francisco Miró. 4- 7 Coronel August_o. Silveira de Miranda, exerceu varias
6-2 Nady Miró. cargos da Admm1stração do Estado do Paraná foi
6-3 Jorge Miró. Commissario de Policia, e como tal assumiu o Íugar
6-4 Edith Miró. de Chefe de Policia durante o governo do Dr. Vi-
6-5 Maria da Luz Miró. cente Machado. Era político em evidencia. Foi casado
5-2 Mario Miró, casado com Anna Fonseca Miró. com Maria Ferreira Leite.
filhos: Teve:
6-1 Annita Miró Vernalhe, casada com o Dr. 5-1 Maria Augusta Silveira de Miranda, casada com
Roque Vernalhe, medico do Serviço de Pro- João Barbosa de Almeida.
phylaxia do Estado do Paraná. filho:
filhos: 6-1 Antonio Barbosa de Almeida 1 casado com
7-1 Nelson. Cecília Ologer.
7 - 2 Rosal ia. Filhos:
7-3 Milton. 7 - 1 Antonio.
6-2 Javert Miró. 7-2 Léa.
6-3 Esther Miró. 7-3 Ruy.
6-4 Altiva Miró. 5-2 Maria Clara Miranda, casada com Alberto Silva.
6-5 Maria Antonietta Miró. Filhos:
6-6 Mario Miró Filho. 6-1 Daura.
6- 7 Walkiria Miró. 6-2 Louri.
5-3 João Miró, casado com Anna Turner, filha de 6-3 Alberto.
Guilherme Turner, natural da Inglaterra. 4-8 Capitão de fragata Bernardo Silveira de Miranda
Filhos: official da armada de guerra Nacional, já fallecido'.
6-1 Maria Elisa Miró, casada com ..... da Costa. Exer~e~ o commando em. varias paquetes do Lloyd
Sem filhos. Bras1le1ro, passando depois a pertencer a alta Admi-
6-2 João Miró Filho. nistração dessa Empreza. Foi casado com Beatriz
6-3 Diva Miró. Ferro Cardoso de Miranda.
5-4 Maria Christina Miró, casada com Antonio Mon- Sem filhos.
teiro. 4-9 Lucia Silveira Orillo, casada com Sebastião Francisco
Filhos (10): Orillo, filho do portuguez Manoel Francisco Orillo,
6-1 Aline Miró Monteiro. que foi acreditado commerciante em Morretes, e de
6-2 Accacia Miró Monteiro. s~a mulher Joanna do Nascimento Orillo. E' nego-
6-3 Lauro Miró Monteiro. ciante e capitalista, residente em Curityba.
6-4 Alice Miró Monteiro. Filhos:
TITULO CARDOSO DE LIMA
52 GENEALOGIA PARANAENS.E 53
5- t Noemia Grillo de Souza Lobo, casada com Rogerio 5- 7 Marina Grillo Barbosa Lima, casada com o
de Souza Lobo. Dr. José Barbosa Lima, medico.
Filhos: filhos:
6-1 Ary. 6-1 Hebe.
6-2 René. 6- 2 Maria de Lourdes.
6-3 Loé. 6-3 Candida Maria.
6-4 Ivette. 5-8 Beatriz Grillo Soares, casada com Omilio
6-5 Rogerio. Soares, Engenheiro agronomo.
6-6 Arlette. Ainda sem filhos.
5-2 Maria Grilto Malheiros Pinto, casada com José Ma- 5-9 Volanda Grillo, solteira.
lheiros Pinto, commerciante em Curityba. 3-4 Commendador José Miró de Freitas, fallecido a 4 de
filhos: Dezembro de 1881, casado com Catharina Ferreira
6-1 Adahyr. Alves, filha de Joaquim José Alves, fallecido a 20 de
6-2 Lelia. Julho de 1865, e de sua mulher Maria Joaquina
6-3 Raul. Luiza Monteiro de Mattos; neta pela parte materna
6-4 Ruth. do Sargento-mór José Joaquim Pinto do Valle e
6-5 José Maria. de sua mulher Anna Rosa de Lima; neta pela parte
6-6 Orlando. paterna do Capitão-mór, de Antonina, Manoel José
6- 7 Regina. Alves.
5-3 Dr. Cezar Silveira Grillo, engenheiro civil. E' official Filhos:
de gabinete do Ministro da Viação, casado com Ma- 4-1 Guilhermina Miró Alves, casada com o Com-
ria de Lourdes Pereira Grillo, filha do Almirante mendador Joaquim José Alves, filho de Joaquim
Theotonio Pereira. José Alves - o velho - e de sua mulher Sera-
Filhos: phina Rodrigues Ferreira.
6-1 Cezar. Filhos:
6-2 Ledo. 5-1 Maria Eugenia Miró Alves, foi casada com
6-3 Claudio. José Borges de Macedo Ribas.
5-4 Lucia Silveira Grillo, foi casada em primeiras nupcias filhos:
com Laura da Silva Pereira e em segundas nupcias 6-1 José Borges Junior, casado com Car-
com Cezar da Rocha, filho de João Pedro da Rocha men Carvalho.
e de sua mulher Maria Clara Silveira, 5-2 de 4-4, retro. filhos:
filho do primeiro matrimonio: 7 - 1 Carmen Maria, fallecida.
6-1 Laura. 7 - 2 Maria José.
Do segundo matrimonio ainda não tem filhos. 6-2 Dr. Oscar Borges Ribas, casado com
5-5 Alice Grillo Pimentel, casada com o Dr. Roberto Nadyr Junqueira.
Pimentel. filhos:
Ainda sem filhos. 7 - l Maria Olympia, fallecida.
5-6 Dr. Heitor Viniccius Silveira Grillo, agronomo. Assis- 7-2 Nice.
tente do Instituto Biologico do Rio de Janeiro, do 7 -3 Lia.
Ministerio da Agricultura. Solteiro. 7 -4 Carlos Eduardo.
54 GENEALOGIA PARANAENSE
TITULO CARDOSO DE LIMA
55
6-3 Anna Miró Borges Ribas, casada com Alfredo 7 -2 Carlos.
Guimarães Villela. 6-5 Dr. João Vieira de Alencar, medico.
Filhos: 5-4 Guilhermina, fallecida.
7 -1 Sylvio, fallecido. 5-5 Guilhermina Miró Alves, solteira.
7 -2 Alfredo Ribas Villela. 5-6 Dr. Euclides Miró Alves, casado com Clara Alves
6-4 Léa, fallecida. . Pégas.
5-2 Joaquim José Alves Junior, casado com J?aquma Bar- 5- 7 Maria Clara Miró Alves, fallecida, foi casada com
ros Alves filha do Commendador Antomo de Barros Eugenio Bittencoutt.
e de sua' mulher Thereza de Lima Barros, 6-4 de pa- Filha:
gina 58 do 3.0 volume. 6-1 Guilhermina Miró Alves de Bittencourt.
Filhos: 5-8 Maria Julia Miró Alves, casada com o Coronel
6-1 Thereza de Barros Alves Lopes, casada com o José Borges de Macedo Ribas.
Dr. Francisco Avelino Lopes. Filhos:
Filha: 6-1 Francisco Alves de Macedo Ribas.
7-1 Nylsa.
6-2 Euclides Alves de Macedo Ribas.
6-2 Guilhermina Barros Alves, casada com Vicente
6-3 Estella Alves de Macedo Ribas.
Giorgio. 6-4 Cynira Alves de Macedo Ribas.
Filha: 5-9 José Miró Alves, fallecido.
7-1 Eunice.
5- 1O Esther Miró Alves, solteira.
6-3 Laura Barros Alves, fallecida, foi casada com 4-2 Maria Miró Ribeiro Vianna, viuva do Commendador
Antonio Couto Pereira.
Filha: João Manoel Ribeiro Vianna, filho do Comn:iendador
7-1 Cléa.
Bernardo José Ribeiro Vianna, natural de V1anna de
6-4 Maria da Conceição, fallecida. Castella, e de sua mulher Rosa Maria do Nasciment_o
6-5 Cecília Barros Alves, casada com Arion Vascon- Vianna; neto pela parte paterna de João Ma_noel Ri-
cellos. beiro e de sua mulher Gertrudes Rosa, de V1anna de
Filha: Castella; neto pela parte mate~na de José ~orges de
7 -1 Zilá. Macedo e de sua mulher Mana Rosa de Lima; por
6- 6 Ary Barros AI ves. esta bisneto do Capitão Nicoláu Pinto Rebello - o
5-3 Ismenia Miró Alves Vieira de Alencar, casada com o velho - e de sua mulher Lourença Floriana de Li-
Dr. Manoel Vieira B. de Alencar. Advogado do Foro ma, natural de Paranaguá, fallecida com testamento
da Capital, foi Juiz de Direito no Interior do Estado. em Curityba a 18 de Março de 1860; por esta, .era
Filhos: terceiro neto do Capitão-mór Manoel Nunes de Lima
6-1 Dr. Manoel Vieira de Alencar. e de sua mulher Joanna Cardoso de Lima; por esta,
6-2 Dr. Alarico Vieira de Alencar. quarto neto do Sárgento-mór Domingos Cardoso de
6-3 Gastão Vieira de Alencar. Lima e de sua mulher f elicia Xavier Barbosa, que
6-4 Violeta Vieira de Alencar, casada com o Dr. Pau- servem de Titulo deste.
lino Franco de Carvalho. Pelo Ajudante José Borges de Macedo, .era bisneto do
Filhos: Capitão Cyrino Borges de Macedo, res1d.en~e em ~s-
7 - 1 Maria Violeta. tro; por este, terceiro neto de Bento Rtbetro Guima-
rães e de sua mulher Maria Correia de Macedo, fal-
Tll'ULO CARDOSO DE LIMA
56 GENEALOGIA PARANAEN E 57
tecida em Antonina em 1786; por esta, quarto neto Filhos :
de João Correia da Fonseca e de sua mulher Catha- 6-1 (?r. Newton Balster Yianna, engenheiro ci-
rina de Macedo Baldraga, fallecida com testamento em vil, casado com Glona Cardoso Vianna.
Curityba a 13 de Agosto de 1799, no qual declarou ser 6- 2 Aracy .Balster Vianna Rosa, casada com
natural da cidade de S. Paulo, filha de Duarte de Tavora Theophtlo Rosa filho.
Garnbôa e de sua mulher Maria de Cerqueira Leme. Filho:
Os dados da ascendencia do Capitão Cyrino Borges 7 - 1 Rogne Luiz.
de Macedo foram por nós extrahidos do Cartorio de 6- 3 Za'ira, fallecida.
Orphãos de Curityba, então a cargo do saudoso Co- 6-4 Helcia Balster Vianna.
ronel lzaias Alves, do livro de Registro de Testamen- 6-5 Ogarita Balster Vianna.
tos. Por elle conseguimos a ligação de Maria de Cer- 5-6 Ma~ia E~genia \:iann~ '(ossio Brigido, viuva de
queira Leme com a Genealogia Paulistana do Dr. Luiz Jose Mana Voss10 Bngtdo, alto funccionario de
Gonzaga da Silva Leme, no volume 3.0 , Titulo Bor- fazenda, .f~llecido em Paranaguá em I 923, quando
ges de Cerqueira, pagina 536 em 3-2 de 2-2, o que no ex~rc1c10 do cargo de lnspector da Alfandega,
equivale a remontar os troncos da f amilia á data da que vinha exercendo em commissão ha alguns
fundação da nacionalidade portugueza. O progenitor annos.
dos - Borges - foi Gonçalo Annes, 11.0 avô de Era natural do Ceará.
Simão Borges de Cerqueira, da linhagem dos - Re- filhos:
gos - muito illustre de Portugal, cujas armas vem 6- 1 Rosa Vianna Brigido.
descriptas no volume 3. 0 da Genealogia Paulistana, 6- 2 Zilda \:ianna Brigido Rangel, casada com
em nota de pagina 515. seu pnmo ~r. Francisc~ da Costa Rangel,
filhos: advogado residente no Rio de Janeiro onde
5-1 Dr. João Manoel Ribeiro Viamia Junior, medico é abastado commerciante. '
formado pela Academia do Rio de Janeiro. Fal- filhos:
leceu em consequencia de urna operação a que 7-1 Maria Francisca.
se subrnetteu no Rio de Janeiro. Era solteiro. 7-2 José Julio.
5-2 Rosa do Nascimento Vianna, falleceu solteira em 6-3 Maria José, fallecida.
plena mocidade. 6-4 Raymundo, fallecido.
5-3 Elvira, fallecida. 6-5 Odette Vianna Brigido.
5-4 Dr. Bernardo Ribeiro Vianna, medico de nomeada 6-6 João Vianna Brigido, solteiro.
e fazendeiro em Palmas, onde se casou com 6- 7 José Vianna Brigido, solteiro.
Maria Nazareth Ribas Vianna. 5- 7 Helvia, fallecida.
filhos: 5-8 Eugenio, fallecido.
6-1 Moacyr, fallecido. 4-3 Coronel José Miró de Freitas casado com Anna Ba-
6-2 Iracy Ribeiro Vianna, academico de medicina. ptista Rosa. '
6-3 Helvia Ribeiro Vianna. Filha:
5-5 Majo.r Erasmo Ribeiro Vianna, representante com- 5-1 Anna Baptista Miró Guimarães, casada com o
merc1al, casado com Mary Balster Vianna, filha Dr. flavio Guimarães.
de Arthur L. Balster e de sua mulher Maria filhos:
Luiza Machado Balster. 6-1 Eunice.
TITULO CARDOSO DE LIMA
GENEALOGIA PARANAENSE
58
6-2 José. 4-1 Adolpho
4-2 Alzira
1 fallecidos em criança.
6-3 Plauto.
3-5 Francisco Miró, casado com Maria da Luz Silveira, -1-3 Julia
filha do Capitão João Silveira de Miranda e de sua 2-2 Victoriano José de Freitas.
mulher Maria Miró Silveira de Miranda. 2-3 Maria Ritta de Lima, casada a 14 de Janeiro de
Com descendencia descripta em 4-6 de 3-3 retro. 1816 com o Tenente Ignacio José de Loyola.
3-6 Francisca Miró Gonçalves Pecego, casada em Marre- filhos:
tes a 23 de Maio de 1863 com José Gonçalves Pe- 3-1 José Ignacio de Loyola, casado com Maria
cego Junior, que foi commerciante em Paranaguá da Luz Paraizo Loyola, 5-1 de 4-5 de pa-
e um dos concessionarias da Estrada de ferro do gina 113 do 2. 0 volume, ahi a descendencia
Paraná. e ascendencia e 4-1 de 3-6 de pagina 149
filhos: do 4.º volume.
4-1 Dr. Manoel Pecego Junior, engenheiro, casado 3-2 João de Loyola e Silva, casado com Bene-
com Gilda Guedes, filha do Almirante Guedes. dicta Maria dos Prazeres Loyola, 4-3 de 3-6
filho: do }.o volume, pagina 215, ahi os ascen-
5-1 Edmundo Pecego Junior. dentes e descendentes e 4-3 de pagina 165
4-2 Luiz Pecego Junior. do 4. 0 volume.
4-3 Esther Pecego Junior. 3-3 Antonio de Loyola e Silva, casado com Joa-
4-4 Ercilia Pecego Junior. quina Maria de Lima, 5-3 de 4-8 de pagina
4-5 Joaquim Pecego Junior, casado com uma filha 231 do 3. 0 volume, ahi a ascendencia e des-
do Almirante Pereira Guedes. cendencia e 4-3 de pagina 154 do 4.0 volume.
3- 7 Rosa Miró da Rocha, casada com Joaquim Pedro da
Rocha, residiu em Marretes de 1846 a 1863 quando § 4.º
transferia sua residencia para o Rio da Prata.
filhos: 1-4 Manoel Lourenço Pontes filho, casado com Izabel
4-1 Rosalina Rocha, viuva de Rodolpho Moreira. Maria Antunes do Amaral, filha de José do Amaral
filhos: e de sua mulher lzabel de Souza.
5 - 1 Maria Rosa. Filhos:
5-2 Rosalina. 2-1 Manoel Lourenço Pontes Netto, natural de Mar-
5-3 Rodolpho. retes, onde falleceu em 18 de Junho de 1840,
5-4 Sarah. casado com Candida Anna Maria.
5-5 Ivan. Sem filhos, pelo que deixou seus bens a sua mu-
4-2 Rosina Rocha, casada com Alexandre Lorona. lher, e si esta fôr fallecida, deixa:
4-3 Maria Rocha, casada com Carlos Lacacio Rosa. 1) a Benedicta Lourença do Amaral e a seu ma-
Residem na Argentina. rido Pedro Luiz Cordeiro e a sua filha legitima
Com filhos. Clara, devendo a autoridade lhe tomar conta
3-8 Ritta Miró, fallecida com testamento a 9 de Dezem- quando qualquer deste casal tenha procedimento
bro de 1856, casada com Francisco Antonio Nobrega, ( escandaloso no modo de viver;
fallecido a 29 de Janeiro de 1880. 2) a sua madrinha Maria Manuela do Amaral,
filhos: casada com Lupercio José Taveira - Pai;
T ITULO CARDOSO DE LIMA 61
60 GENEALOGlA PARANAENSE
3) a sua irmã Mariana, casada com Venancio Car- 26 annos de edade em 9 de Abril de 1927,
neiro dos Santos; solteiro.
4) a sua irmã Antonia Lourenço do Amaral, casada 5-4 Ary Costa, casado com Zinah Accioly da Costa.
com lgnacio José da Costa. Sem filhos.
5) a seu irmão Hyppolito Lourenço das Neves. 5-5 Ignacio, fallecido em criança.
2-2 Marianna Lourenço do Amaral, casada com Venancio 5- 6 Jand yra, fallecida em criança.
Carneiro dos Santos. 4. 2 Ignacio, fallecido com 3 annos.
2-3 Hyppolito Lourenço das Neves. 4-3 Antonia da Costa Fonseca, nascida a 29 de Junho de
2-4 Antonia Lourenço do Nascimento Costa, casada com 1858, e fall ecida a 16 de Setembro de 1892, casada
Ignacio José da Costa. com João Pereira da Fonseca, já fallecido.
Filhos: Teve:
3-1 Cypriano José da Costa, casado com Candida 5-1 Candida Fonseca de Britto, casada com Miguel
Maria Gomes, fallecida no Quarteirão do Atuba- de Britto, já fallecido.
Curityba a 13 de Fevereiro de 1862, victimada Teve ~ filhos:
por um raio quando se achava a passeio; filha 6- 1 Celsa de Britto Correia Lima, casada com
de Antonio Luiz Gomes - o maneta - que foi José Correia Lima.
advogado provisionado em Marretes, e de sua Sem filhos.
mulher Maria Rosa do Sacramento. Possuia fa- 6-2 Amenaide, falleceu solteira.
brica de beneficiar herva matte em S. João da 5-2 José Pereira da Fonseca, nascido a 12 de Setem-
Graciosa, no lugar chamado Fortaleza, e em bro de 1879, casado com Amelia Silva, já fal-
Marretes. lecidos.
filhos: filhos:
4-1 Coronel lgnacio Gomes da Costa, nascido 6-1 Attilio Fonseca, casado.
a 30 de Setembro de 1857, casado com sua Com dous filhos.
sobrinha Candida Saldanha da Costa. Offi- 6-2 Darcy.
cial reformado do exercito. foi um dos bra- 6-3 Jacy.
vos defensores da cidade da Lapa, durante 6-4 Zai·ra.
o memoravel assédio de 1894, em que as 5-3 Anna da Fonseca Miró, casada com Maria Miró.
forças legalistas sub o cornmando do intre- filhos:
pido General Antonio Ernesto Gomes Car- 6-1 Annita Miró, casada com o Dr. Roque Ver-
neiro defenderam, durante 26 dias, a praça, nalha, medico.
atacada por forças federalistas do General filhos:
Gumercindo Saraiva em numero muitas ve- 7-1 Nelson.
zes superior. Foi Commandante da Guarda 7-2 Roque.
C:ivica de Curityba e da força militar do 7-3 Milton.
Paraná. 6-2 Javert.
filhos: 6-3 Esther.
5-1 Hylza da Costa, solteira. 6-4 Altiva.
5- 2 Cypriano Gomes da Costa, solteiro. 6-5 Diva, fallecida.
5-3 Moacyr Gomes da Costa, fallecido com 6-6 Maria Antonieta.
.,
GENEALOGIA PARANAENSE TITULO CARDOSO DE LIMA 63
62
6- 7 Mario. 6-3 Ruy.
6-8 Walkiria. 6-4 Leny.
4-4 Ou leia da Costa Saldanha, nascida a 22 de Setembro 5-9 Maria da Gloria, casada com João Argemiro
de 1861, fal lecidJ, foi casada com Pedro Martins de Loyola.
Saldanha. Filhos:
Filhos: 6- 1 Agostinho.
5- 1 Capitão Alcides da Costa Saldanha, foi official 6-2 Acyr.
da força Publica do Paraná, casado com Cecí- 3-2 Ireno José da Costa, casado em Curityba a 18 de
lia da Costa Lobo, já fallecidos. fevereiro de 1834 com Maria de Deus e Silva, filha
Filhos: de Manoel Borges de Sampaio e de sua mulher lza-
6-1 Rubens. bel Maria da Silva.
6-2 Eloah Saldanha de Almeida, casada com Filhos:
Hydes Velloso de Almeida. 4- 1 João AI ves da Costa.
filhos: 4-2 Antonio Borges da Costa.
7-1 Ahyr. 4-3 Manoel Alves da Costa - Nhônhô -, casado.
7 -2 Hariclée. Com filhos.
5-2 Candida Saldanha, casada com seu tio o Coronel 3-3 Iphigenia Lourença do Amaral. casada em primeiras
Ignacio Gomes da Costa, atraz referido. nupcias com Antonio Luiz Gomes e em segundas
5-3 Ormindo, fallecido em criança. nupcias com Venancio do Amaral.
5-4 Oswaldo da Costa Saldanha, casado com Rosa Sem descendentes.
Lombardi. 3-4 Ritta Lourença da Costa Britto, casada com José Ma-
filhos: ria de Castro Britto, natural de Portugal. foi homem
6-1 Levy. de alguma cultura. foi professor particular de Portu-
6-2 José. guez, Francez, Latim, Mathematica, Historia e Geo-
5-5 Pedro, fallecido. graphia, no Porto de Cima, prestando relevantes ser-
5-6 Honorata, fallecida. viços a mocidade. Negociou em herva matte com seu
5- 7 Pedro da Costa Saldanha, casado com Anna de cunhado Cypriano da Costa.
Macedo Saldanha. Filhos:
filhos: 4-1 Francisco }
6-1 Osiris. 4-2 Gil .
6-2 Pedro. _
4 3 João fallec1dos.
6-3 Jurandyr. 4-4 Maria
6-4 Luiz. 4-5 Antonia do Amaral, foi casada com Joaquim José
6-5 Osny. Buquera, Telegraphista Nacional aposentado, filho
6-6 Reny. de José Joaquim Gonçalves - o Buquera - e
5-8 Elvira da Costa, casada com João de Oliveira de sua mulher Sebastiana Pereira de Amorim,
Franco Gomes. naturaes de Guaratuba. Por terem residido no
Filhos: Rio Buquera, proximo a colonia Euphrosina, na
6-1 Dulcia. Bahia de Paranaguá, foram chamados - Buquera.
6-2 Lelia. Teve:
64 GENEALOGIA FARANAENSE
TITULO CARDOSO DE LIMA 65
5-1 Joaquina Buquera Arantes, viuva de Alfredo Fer- filho:
reira Arantes. 6-1 ..
filhos: 5-3 Maria Ribeiro da f onseca, solteira.
6-1 Manoel. 5-4 Aracy Ribeiro da Fonseca, solteira.
6-2 Antonio. 5-5 José Ribeiro da Fonseca Ju11ior.
6-3 Cleonice. 3- 5 Manoel José da Costa, casado com Maria
5-2 Sophia Buquera Bastos, casada com Eugenio Pe- da Costa.
reira Bastos. Filhos:
filhos: 4-1 Cypriano Costa, casado com Balbina
6 -1 Maria José. Costa.
6-2 Diva, fallecida. Sem filhos.
6 -3 José Maria. 4-2 Manoel José da Costa Filho, casado.
6-4 Joaquim. Com filhos.
6-5 Dermeval. 4-3 Maria da Costa, casada com Antonio
5-3 Emmanuel Buquera, casado com Virgilia Arantes. Possidente.
Filhos: Com varios filhos.
6-1 Annita.
6-2 Joaquim.
6-3 Adhemaro. § 5.o
5-4 Antonio Buquera, casado com Maria da Concei-
ção Correia. 1-5 João Bernardino de ~ontesi casado con: _ sua P.rima
Filhos: Maria Joaquina da Silva, filha do Cap1tao_ Antc~to
6 - 1 Dicezar. Borges da Silva e de sua mulher Antoma Xavier
6-2 Antonio. Cardoso, este, natural de S. Clara do Torrão-Portugal,
6-3 Murillo. filho do Dr. Manoel Borges da Silva e de sua mu-
6-4 Maria da Luz. lher Brigida do Nascimento, naturaes da referida fre-
5-5 Lydia Buquera. guezia de S. Clara. § 8. 0 do Capitulo 6. 0
5-6 Elpidia Buquera.
5- 7 Oodofredo Buquera.
5-8 Maria da Conceição Buquera. CAPITULO 6. 0
5-9 Lília Buquera.
5- 1O Levy Buquera. 6 - Antonia Xavier Cardoso, casada com o Capitão Ani-
4-6 Francisca de Britto Fonseca, casada com José Ribeiro ceto Borges da Silva, que serviu nos cargos da Oo-
da Fonseca. vernança de 1750 a 1800, filho do Dr. Mano~! Bor-
Filhos: ges da Silva e de sua mulher Brigi~a do Nascimento,
5-1 Darcy Ribeiro da Fonseca, casado com Antonia naturaes de S. Clara do Torrão, Bispado do Porto-
Peixoto. Portugal.
Sem filhos. filhos:
5-2 Heloisa Ribeiro da Fonseca, casada com Anto- 1-1 Ritta Xavier Cardoso da Silva § I.o
mo ..... . 1 -2 Serafim Borges da Silva . . § 2.º
..
TITULO CARDOSO DE LIMA
66 GENEALOGIA PARANAENSE 67
foi em 1833 Juiz Municipal interino. f amilia á data d~ fundação da nacionalidade portu-
filhos: gueza. O progAemtor .dº.: - Borges - foi Gonçalo
2-1 Bernardo Pinto Rebello, natural de Paranaguá. Partiu ~nnes, 11.0 avo de S1mao Bo_rges de Cerqueira, da
para o Sul, d'onde não deu noticias durante 30 annos. linhagem dos - Regos - 1 muito illustre de Portugal
2-2 fermiano Pinto Rebello, partiu para as guerrilhas do cujas armas vêm descriptas no volume 3.o da Genea~
sul, d'onde não mais deu noticias suas. logia Paulistana, em nota final de pagina 515.
2-3 Manoel Pinto Rebello, partiu para o sul com seus O Ajudante José Borges de Macedo falleceu com
irmãos, sem dar noticias suas. testamento em Curityba a 4 de Agosto de 1851. Foi
2-4 José Pinto Rebello, partiu para o sul com seus irmãos político de destaque e prestigioso membro ·-do Par-
acima referidos. tido Liberal. Exerceu com dignidade e zelo os car-
2-5 Maria floriana de Lima, casada com o Ajudante José gos d_a g_overn~~ça. Muito trabalhou em pról da
Borges de Macedo, natural de Castro, filho do Capi- ema.nctpaçao. poltti~a da então Comarca de Paranaguá-
tão Cyrino Borges de Macedo, natural de Castro; por Cuntyba, cu1a realtsação não chegou a ver, pois fal-
este, neto de Bento Ribeiro Guimarães e de sua mu- leceu 2 annos antes desse acontecimento. foi Dele-
lher Maria Correia de Macedo, fallecida em An to nina gado de Policia em Curityba, onde foi Camarista e
em 1786; por esta, bisneto de João Correia da Fon- Presidente da Camara. Com a reorganisação munici-
seca e de sua mulher Catharina de Macedo Baldraga, pal realisada em 1833, foi pelo Presidente de S. Paulo
fallecida com testamento a 13 de Agosto de 1799, nomeado, a 28 de Agosto desse anno, para o lugar
do qual extrahimos sua ascendencia e descendencia, então creado, de Prefeito municipal de Curityba. Em
e onde declarou ser natural da cidade de S. Paulo e 12 de Outubro de 1834 assignou a Ada de accla-
ser filha de Duarte de Tavora Oambôa e de sua mu- mação e applauso da approvação e juramento da
lher Maria de Cerqueira Leme. Reforma da Constituição do Imperio, perante a Ca-
Attribuimos o desapparecimento do sobre-nome - mara Municipal de Curityba, onde compareceram as
Tavora - ás lutas políticas e religiosas entre o Mar- principaes pessoas da Villa, sendo dados os vivas do
quez de Pombal e a illustre e nobre família Tavora estylo. Tal era o seu valor politico que, em 1850,
de Portugal, que occasionou tão funestas perseguições desejando o partido conservador, então no pc1der,
contra ella, como é do domínio da historia. vencer a eleição que se ia disputar nas urnas, resol-
O testamento de Catharina de Macedo Baldraga, foi veu formar um processo contra a Camara de que
transcripto em livro de Testamentos existente no Car- José Borges de Macedo era Presidente, sendo elle e
torio de Orphãos de Curityba, d'onde colhemos esses os demais camaristas presos e remettidos para o Rio
dados graças a obsequiosidade do seu então proprie- de Janeiro, o que magoando-o profundamente contri-
tario Snr. Coronel lzaias Augusto Alves, illustre ami- buiu para abreviar a sua morte. Curityba honrando-
go, a quem rendemos as nossas saudosas homena- lhe a memoria, deu o seu nome a uma das suas ruas.
gens, por nos ter franqueado por muitos annos o seu Filhos:
precioso cartorio. Por este testamento conseguimos a 3-1 Rosa Borges Vianna, fallecida com testamento
hgação genealogica de Maria de Cerqueira Leme com em 1900, casada com o Commendador Bernardo
a preciosa Genealogia Paulistana do saudoso e illus- José Ribeiro Vianna, natural de Vianna de Cas-
trado Dr. Luiz Gonzaga da Silva Leme, no volume tello-Portugal, filho de João Manoel Ribeiro e
3. 0 , Titulo Borges de Cerqueira, pagina 536, em 3-2 de sua mulher Gertrudes Rosa Ribeiro.
de 2-2, o que equivale a remontar os troncos da Foi abastado commerciante e industrial.
r
GENEALOGIA PARANAENSE
70 TITULO CARDOSO DE LIMA
71
filhos: «lmmediatamente se dirigiu a casa do dr. Herculano
4-1 Commendador João Manoel Ribeiro Vianna, foi com- de Freitas, para lhe dar a grata nova. Ambos parti-
merciante em Antonina a cuja edilidade pertenceu; foi ram, então, em trem especial, para Batatas, e ahi, no
casado com Maria Miró Vianna, filha do Commen- edificio da Camara Municipal, onde tambem se en-
dador José Miró de Freitas e de sua mulher Catha- contrava o senador Rodolpho Miranda, fizeram ao
rina Ferreira Alves, com descendentes em 4-2 de 3-4 povo a communicação solemne da proclamação da
de 2-1 do § 3.º, Capitulo 5. 0 , deste Titulo. Republica.
4-2 Major Francisco de Paula Ribeiro Vianna, casado « Por occasião da revolta de 93 formou ao lado das
com Francisca Munhoz Vianna, 5-6 de pagina 249 forças de Floriano Peixoto, prestando serviços que
do 1.º volume, ahi a descendencia. lhe valeram a promoção de tenente-secretario ao posto
4-3 Carolina Vianna Ramos, casada com José Joaquim de major e mais tarde ao de coronel.
Teixeira Ramos. «Terminada a revolta, foi nomeado secretario da In-
Acreditado negociante em Curityba. tendencia Municipal, na vaga aberta com o pedido
Filhos: de demissão do dr. Americo de Campos Sobrinho.
5-1 Coronel Alvaro Teixeira Ramos casado com «Com a reforma da Prefeitura foi nomeado seu dire-
Maria Diniz Ramos. ctor geral, cargo que occupou durante 25 annos.
O «Estado de S. Paulo >> assim noticiou a sua «Foi secretario do conselheiro Antonio Prado, quando
morte: prefeito, sendo um dos seus bons auxiliares.
«Coronel Alvaro Ramos. , «O coronel Alvaro Ramos contava 59 annos de
«Falleceu hontem, repentinamente nesta capital, edade e era filho do sr. José Joaquim Teixeira Ramos
ás 15 horas, o sr. coronel Alvaro Ramos, director e de d. Carolina Vianna Ramos. Era viuvo da exma.
geral aposentado da Prefeitura Municipal. sra. d. Maria Diniz Ramos e deixa os seguintes fi-
<( Natural de Curityba, Estado do Paraná, fez os lhos: sr. Luiz Ramos, director da Directoria do Ex-
seus primeiros estudos no antigo Lyceu Para- pediente da Prefeitura, casado com d. Alice Vidigal
naense, hoje Gymnasio do Estado, tendo tido da Silva Ramos; d. Isaura Ramos Christoffel, casada
como companheiros Emilio de Menezes, Nestor com o dr. Arthur Rangel Christoffel, e d. Alzira Ra-
Victor, Emiliano Pernetta, Rocha Pombo e outros. mos Gonçalves, casada com o dr. Annibal Mendes
«Collaborou no jornal «A Republica», de Curi- Gonçalves.
tyba, fundado pelo Dr. Eduardo Mendes Gon- «Deixa tambem seis netos.
çalves, seu cunhado, batendo-se pela causa repu- «O enterro sahirá hoje, ás 16 horas e meia, da ave-
blicana. nida Angelica n. 9, para o cemiterio da Consolação.
« Transferindo, mais tarde, sua residencia para « - O sr. dr. Pires do Rio, prefeito municipal, ao
Ribeirão Preto, alli fundou o jornal « Diario da ter conhecimento do fallecimento do sr. coronel AI-
Manhã». Naquella cidade, com Francisco Glyce- varo Ramos, que por muitos annos exerceu o cargo
rio, Alves Guimarães e Herculano de Freitas, orga- de director geral daquelle departamento, encarregou o
nisou a Junta Republicana, da qual foi secretario. dr. Luiz Tavares, director geral, de apresentar pesa-
«Achava-se elle na redacção do seu jornal, em mes á família e determinou que o expediente fosse
15 de Novembro, quando lhe vieram trazer o hoje suspenso, em homenagem ao extincto.,
telegramma expedido pelo general Glycerio, com- filhos:
municando a proclamação da Republica. 6-1 Luiz Ramos, Directot da Directoria do Expe-
GENEALOGIA PARANAENSE
72 TITULO CARDOSO DE LIMA
73
diente da Prefeitura de S. Paulo, casado com
Alice Vidiaal da Silva Ramos. 4-4 Ermelina Vianna de Lima Santos, casada com o Dr.
6-2 Izaura Ra~os Christoffel, casada com o Dr. Ernesto Francisco de Lima Santos, fallecido a 16 de
Arthur Rangel Christoffel. Agosto de 1890. Bacharel em Direito, foi Juiz de
6-3 Alzira Ramos Gonçalves, casada com seu Orphãos e ausentes de Curityba; por ado de 15 de
primo Dr. Annibal Mendes G?nçalves. fevereiro de 1862, do Presidente da Província, foi
5- 2 Maria Eugenia Ramos Antunes, vmva do Dr. nomeado para o lugar de lnspector geral da Instru-
cção Publica. Nesse mesmo anno foi nomeado Dele-
Olympio Cezar Ant~nes:... . , gado de Policia de Curityba e depois Juiz Municipal.
5-3 Candida Ramos Gmmaraes, vmva do C_oronel filha:
Paulino de Souza Guimarães, dotado de bnlhante 5-1 Helia de Lima Santos.
intelligencia e de idea~s- avançados, propug~ou 4-5 Maria Rosa Vianna Massa, viuva de Frederico Vicente
efficazmente pe1a abohçao do elemento servil e Massa.
pela republica, de cujas idéa.s foi ardoroso adepto. filhos:
5-4 Julieta Ramos Gonçalves, vmva do Dr. Eduardo 5- 1 Vicente Massa, casado com lracema da Motta
Mendes Gonçalves engenheiro civil, que foi ar-
Doria Massa, filha do Capitão Arthur de Mene-
doroso propagandi~ta. da rep~blica, na então P~o- zes Doria e de sua mulher Sylvia da Motta
vincia do Paraná. f01 camansta supplente, eleito Do ria.
pelo partido republicano; ao .emposs~r-se do lu_gar filhos:
de camarista, apresentou vanas moçoes repu?hca- 6-1 Arthur, fallecido.
nas. foi um dos fundadores do Club Republicano 6- 2 Maria Rosa.
de Curityba e um dos re~actores. da _«A Repu- 6-3 Stella, fallecida.
blica», orgam desse partido. f01 D1rector de
Obras Publicas. Proclamada a nova forma de go- 5- 2 Cezar Massa, casado com Alayde Kost Massa.
,, Filhos:
verno assumiu posição de destaque, sendo eleito 6-1 Frederico Vicente Kost Massa.
Deputado federal á Constituinte Brasileira. 6-2 Edith, fallecida.
filho: .
6-1 Dr. Annibal Mendes Gonçalves, casado com 6-3 Lysette, fallecida.
sua prima Alzira Ramos, 6-3 de 5-1, retro. 4-6 Philomena Vianna Garcez, casada com Theoph1lo
Moreira Garcez, abastado commerciante em Curityba,
5-5 Rosa Ramos Durão, viuva do Major Dr. Arthur onde falleceu a 7 de Abril de 1890.
Durão, engenheiro militar. Filhos:
5-6 Carolina Ramos Bayma, viuva do Dr. Theodoro 5-1 Dr. Bernardo Moreira Garcez, Bacharel em di-
Bayma, medico de nomeada em S. Paulo, que
reito. foi Commissario de Policia da Capital e
prestou relevantes serviços ao Paraná. jugulando
Juiz Substituto Federal da Secção do .Paraná.
a epidemia da febre typhoide de ~u~1tyba para1
foi casado com Noemia Feijó Garcez, filha do
onde veio de S. Paulo como hyg1emsta. Coronel Thimotheo de Souza Feijó e de sua
5- 7 Ermelinda Ramos Americano, esposa do Dr. Os- mulher Laura Adelina Feijó, naturaes do Rio
car Americano.
Grande do Sul; neta pela parte paterna de João
5-8 Mercedes Ramos Moreira, esposa do Dr. Joaquim
de Lima Fernandes Moreira. de Souza Feijó, natural do Rio Grand~. ?º Sul,
e de sua mulher Ambrosina Garcez fetJO, natu-
5- 9 Dr. Plínio Ramos, fallecido. ral do Paraná; neta pela parte materna do Por-
GENEALOGIA PARANAENSE TITULO CARDOSO DE LIMA 75
74
tuguez João da Cunha e de sua mulher Ama- 4-1 Maria da Conceição Garcez Ribas, foi casada com 0
bilia da Cunha, do Rio Grande do Sul. Major João Evangelista dos Santos Ribas, fallecido
Possuía importante fazenda de criação de filho de Antonio dos Santos Pinheiro e de sua mulhe;
gado vaccum no Tibagy. f alleceu a 17 de Gertrudes de Oliveira Ribas, 5-8 de 4-9 de pagina 417
Agosi.o de 1925. do 2. 0 volume, ahi os ascendentes e descendentes.
Filhos: 4-2 Balbina Garcez Guimarães, foi casada com José Ma-
6-1 Odette Garcez Barros, casada com Ar- thias Guimarães, já fallecidos.
naldo de Lima Barros, filho de José de filhos:
Barros e de sua mulher Guilhermina 5- 1 Maria Augusta Garcez Missorelli, casada com
de Lima Barros. José Missorelli.
Filhos: 5- 2 Rosa Garcez Moratori, casada com Orestes Mo-
7 -1 Arnaldo Garcez de Barros. ratori.
7 - 2 Bernardo Garcez de Barros. 5-3 Nestor Garcez, falleceu solteiro.
7-3 Maria de Lourdes. 4-3 João Moreira Garcez Sobrinho, casado com Maria
6-2 Theophilo Moreira Garcez, casado com Lina f. Garcez.
Cecília Bittencourt Unhares. filhos:
Sem filhos em 1930. 5- 1 Rosina Garcez, fallecida solteira.
6-3 Timotheo Moreira Garcez. 5-2 Durvalina Garcez, viuva de Zacarias de Paula
6-4 Zilda Feijó Garcez. Xavier filho.
6-5 Hylda Feijó Garcez. filho:
6-6 Bernardo Moreira Garcez. 6-1 Ismail.
5-2 Dr. João Moreira Garcez, Engenheiro civil. 4-4 Anna Rosa Oarcez Franco, casada com o Major Adol-
Foi Director de Obras Publicas, Secretario pho Ribas de Oliveira franco, filho do Brigadeiro
de Obras Publicas e Prefeito Municipal de Manoel Oliveira Franco e de sua mulher Escolastica
Curityba que lhe deve assignalados serviços Joaquina de Sá Ribas, com ascendentes e descenden-
com a remodelação geral da Cidade, o cal- tes descriptos em 6-5 de 5-9 de paginas 461 e 469
çamento a asphalto de varias ruas e a pa- do 2. 0 volume.
rallelepipedo de grande numero de outras 4-5 Julio Ferreira Garcez, natural de Castro, casado com
ruas. E1 actualmente Deputado federal pelo Julia de Almeida Garcez, residentes no Rio Grande
Paraná. E' casado com Leonor Silveira da do Sul.
Motta, filha do Dezembargador Joaquim Filhos:
lgnacio Silveira da Motta e de sua mulher 5-1 Manoel Ferreira Garcez, casado.
Etelvina de Oliveira Lima, 7-7 de 6-1 de Com 5 filhos.
pagina 478 do 2.0 volume, ahi os traços 5- 2 José Ferreira Garcez, casado.
biographicos, ascendentes e descendentes. Com 3 filhos.
3- 2 Maria do Rasaria Borges Garcel, nascida a 5 de 5-3 Anna de Almeida Garcez, solteira.
Outubro de 1831 e fallecida em 1912, foi casada a 5-4 Laura de Almeida Garcez, solteira.
17 de Junho de 1847 com Joaquim Moreira Garcez, 5-5 Maria Antonietta Oatcez, casada.
natural de Penafiel, Portugal. filhos:
Filhos: 6-1 Julio.
GENEALOGIA PARANAENSE TITULO CARDOSO DE LIMA 77
76
De seu matrimonio teve os seguintes filhos: co1onia allemã do Rio Negro e os aldeiamentos de
2-1 Padre Augusto Gonçalves <;)uimarães: Antes ~e se or- Jatahy, na antiga Provinda do Paraná, e a de S. João
denar se dedicou a negocios de ammaes, CUJa~ com- Baptista do Rio Verde, na de S. Paulo.
pras effectuava no Sul para revender nas feu-as de fez explorações, e foi incumbido pelo Governo, da
Sorocaba, tendo em 1O de Janeiro de 1795, seu Pai abertura de uma estrada que, partindo do littoral da
firmado contracto com seu cunhado Manoel Nunes provinda do Paraná, fôsse terminar em certo ponto
de Lima, por cujo contr~do seu filho ~ugusto devia da de Matto-Orosso. Em recompensa destes serviços
acompanhar Nunes de Lima em sua viagem ao Sul. e de outros, foi agraciado com o titulo de veador
f alleceu em Curityba a 7 de Junho de 1835, sendo honorario da casa imperial, grande dignatario da Or-
seus bens partilhados entre seus irmãos. Por sua alma dem da Rosa e barão com honras de grandeza, sendo
foram mandadas rezar 5 missas pela Irmandade do eleito e escolhido em 1854 senador pela antiga pro-
Santíssimo Sacramento, em 16 de Novembro de 1835. víncia do Paraná.
2-2 Balbina Iria Guimarães Branco, casada com o Tenente Relativamente a seus serviços de explorações das cor-
Antonio José Pereira Branco. Já descripta em Titulo rentes dos nossos grandes rios, procurando a melhor
Pereira Branco, neste volume. via de penetração e communicação com a Província
2-3 Anna Ubaldina de Guimarães e Silva, casada com o de Matto Grosso, relevantes foram elles e sobre esse
Chefe de Legião João da Silva Mach~do, dep?is Ba- assumpto o sabio Dr. J. A faivre, assim responde a
rão de Antonina e Senador do Impeno, nascido na circular do Presidente da Província do Paraná, diri-
villa de Taquary, Estado do Rio Grande do Sul, a gida em 1857 á elle e a diversos sertanistas, pedindo
17 de Junho de 1782, filho de Manoel da Silva Jorge informações relativas a navegabilidade dos Rios Ivahy,
e de sua mulher Antonia Maria de Bittencourt. Tibagy e Paranapanema:
Residiu desde moço na então província de S. Paulo, «Julgo preferível a navegabilidade do Rio lvahy aos
e ao seu progresso e desenyolvimento de~!cou toda demais. Não tendo estudado pessoalmente os Rios,
a sua vida, começando . a figurar na pohbca desde procurei colher informações a respeito, sabendo que
1821, em que o encontram~s eleitor _para a Cons~i- em 1845 o Snr. Vergueiro, genro do Barão de Anto-
tuinte portugueza na paroch1a de Cuntyba, e ~ep?ts, nina, com 1O ou 12 camaradas, desceu pelos Rios
em l 829, já no posto de tenente-coronel de m1hc1as, Verde, Tibagy, Paranapanema ao Paraná e por este
eleito como um dos primeiros supplentes do Con- desceu 8 a 1O leguas até enfrentar ao Ivinheima no
selho do Governo, e da· 1.ª legislatura provincial Rio lvahy, por este subio sem grandes difficuldades
(1835 - 37) sendo que, nas 2.ª, 3.ª e 4.ª, foi contem- até o lugar da Colonia Thereza, com canoas de 30 a
plado pelos eleitores paulistas como um dos mem- 1
40 saccos de arroz. Da embocadura do lvahy até o
bros da Assembléa. Foi chefe de legião e comman- ( rio Mourão, 30 leguas, pódem navegar barcos a va-
dante superior da guarda nacional da comarca de por. . . . . . . . Apresenta o lvahy váos e
Curityba, e pelo seus serviços á causa legal obteve corredeiras mais ou menos rapidas, porem todas na-
em 1842 a nomeação de coronel honorario do exer- vegaveis sem maiores esforços. As corredeiras quasi
cito e o gráo de official da Ordem do Cruzeiro, sendo que desapparecem nas enchentes. O rio que não é
anteriormente eleito para vice-presidente da província caudaloso corre por declive manso . . . . . .»
pela Assembléa Provincial no biennio de 1837-38. Conclue o Dr. Faivre opinando pela navegabilidade
Além destes serviços prestou outros em relação á do Rio lvahy.
colonisação e catechese dos índios, estabelecendo a O Coronel Joaquim José Pinto Bandeira, assim res-
_AR~A_N_A_E_N_S_E~~~~~~-
_ _P TITULO CARDOSO DE LIMA 97
~ L_OG_IA
9~6~~~~~~G_E_N_EA
superiores arm~dos, do Regimento de Cavallari~ Mi- e convenientes ordens que segure o resultado de
liciana de Cuntyba, o qual destacamento em tnmes- quanto fica expendido.
tres successivos será substituído por outro com 0 « Tendo referido quanto lembra tendente a derrubada
vencimento e municio respectivo, sendo estes pagos e fatura da nova estrada, cumpre não ficar em silen-
pela pessoa encarregada de dita estrada, e a mesma cio sua conservação e reparo que por tantos títulos
tambem os fornecerá de polvora e bala para que com se faz recommendavel, e para que a necessaria des-
segurança, não só sirvam de escoltar os transportes pesa com a dita conservação e reparo não recaia em
de mantimentos como de guarda aos pontos do tra- dispendio da Real fazenda, parece conveniente que
balho, e mesmo naquelles que parecer conveniente, para isto se lance mão da lembrança, ou offerecimento
com ordem ao Commandante para que faça observar que fizeram os tropeiros de contribuir com 100 reis
0 que recommendado lhe for pela pessoa encarregada por animal assim vaccum, como cavallar ou muar,
da sobredita obra. que pela nova estrada passar, cuja cobrança poderá
<< Resta tratar da precisa indemnisação aos adiantados ter logar logo que se dê principio a factura da mesma
e importantes desembolsos por que deve passar a para que assim por dito rendimento se faça esta des-
pessoa que desta tão assignalada tarefa haja de se pesa e quando pareça mais conveniente que o mesmo
encarregar, quando é bem conhecido o interesse que encarregado da factura da nova estrada, o seja do
della deve precisamente resultar, não só a bem do reparo e conservação, a esse se permittirá a cobrança
commercio, como do Estado, o qual succedendo ter de dito rendimento para lhe ficar pertencendo com
em vista a factura desta obra, sem que para ella a obrigação de a fazer conservar e reparar como fica
Real Fazenda adiante os precisos desembolsos, bem dito e isto durante o tempo dos sabidos quatro trie-
se pode facilitar esta empreitada confiando-a a quem nios. (Maço das Ordenanças de Curityba - Plano de
com segura firma afiance o resultado, e a esse se Antonina). »
poderá ceder a renda dos Meios Direitos do Regis- «Conseguiu ainda Oyenhausen que os tropeiros da
tro de Curityba por quatro trienios, satisfazendo como Estrada da Matta se promptificassem a pagar desde
é de estyllo para a Real fazenda por cada um de logo a contribuição a que se tinham obrigado, cui-
ditos trienios a somma de trinta contos de reis, fi- dando, pois, de resolver o problema pelo lado pecu-
cando o lucro ou perda que deste contracto possa niario, escassas como eram as rendas publicas.
resultar, em parte da paga de dita estrada, a qual « . . . . • • Assim o Brigadeiro Raphael Tobias de
deverá no todo ficar satisfeita pelos Meios Direitos Aguiar, na sessão de 27 de Outubro de 1824 propoz
que percebe a Casa Doada no mesmo Registo de que se «concertasse a estrada da matta, que commu-
Curityba, pois que tendo esta uma igual vantagem nicava esta Provincia com a do Rio Grande do Sul,
na abertura da estrada, deve passar por uma propor- estabelecendo-se uma freguezia no meio della, ou no
cionada quota e nenhuma mais razoavel a este rendi- lugar que parecesse melhor, com u':1 paroch~ _e des-
mento Doado, qual a de se ordenar, que quanto em tacamento militar de 30 homens, afim de fac1htar os
cada um dos referidos quatro trienios exceder á som- recursos aos viandantes e mesmo aquelle concerto >).
ma de trinta contos de reis, pertença a pessoa que ~Queria o Brigadeiro Tobias que a povo~ção fosse
da dita obra se encarregar, sem que a mesma casa, feita junto ao Rio Tajahy, no lugar denominado Ro-
todavia resulte responsabilidade por aquelles trienios deio Grande.
em que seu rendimento não chegue aos ditos trinta «O Conselho do Governo, em sessão de 1O de No-
contos de reis e para tudo se precederão as precisas vembro de 1824, depois de discutir aquelle projecto,
GENEALOql A PARANAEN SE TITULO CARDOSO DE LIMA 105
104
assentou: «que a fundação de uma povoação na es- quantia pelo, tem_po de s.eis annos, para a despeza
trada da Matta era util e interessante, porém que para com a consnucçao e destinando-se os cem reis que
esse mesmo fim se devia quanto antes dar principio os tropeiros já tinham offerecido, para a despeza de
á abertura da mencionada Estrada da Matta, na forma conservação. (O prazo para a construcção da estrada
determinada pela Carta Regia de 9 de Setembro de seria reduzido para 3 annos se se fizessem sómente
1820 e Aviso de 30 do dito mez e anno, por ser esta os pontos peiores, 13 leguas.)
obra a mais importante, não só para esta Provinda «Approvado pelo Conselho do Governo em sessão
mas tambem para todas as províncias deste Imperio: de 4 de fevereiro de 1826, o Barão de Congonha
para onde se exportam bestas muares, sem as quaes do Campo, encarregou-o, a 20 do mesmo mez da
não se pode fazer a importação e exportação dos ge- Inspecção da Estrada, conforme o plano que propoz.
neros do commercio para as mesmas provindas e «E' do theor seguinte a Portaria que o nomeou:
igualmente a mais vantajosa para os interesses da «Para o Sargento Mór João da Silva Machado.
Fazenda Nacional por ser a principal fonte das rendas «Merecendo approvação o plano que offereceu o Snr.
della >>. Deliberou ainda o Conselho: que por todas Sargento Mór João da Silva Machado para o concerto
as villas do sul fossem convidadas as familias que geral, ou parcial da Estrada da Matta attento o con-
alli se quizessem estabelecer, gosando áos privilegias sideravel prejuizo que presentemente soffrem os tro-
conferidos aos novos povoadores dos lagares infes- peiros, e bem assim o arbítrio que propoem para se
tados pelos indios barbaras pela Carta Regia de 13 occorrer ás indispensaveis despelas, como deliberou
de Maio de 1808, mandada observar em São Paulo o Conselho do Governo em Sessão de 4 do corrente,
pelo Aviso de 9 de Dezembro do mesmo anno. Ex- por isso que estando já determinado pela Carta Regia
pediu ordem á Camara de Villa Nova do Príncipe de 9 de Setembro de 1820 o mencionado concerto e
para que convidasse os commerciantes de bestas e os meios pecuniarios de que se devia lançar mão,
gado a se prestarem ao pagamento da contribuição coincide esta disposição com o que indica o referido
que offereceram no anno de 1820, de 100 reis por Plano; e tendo cessado os motivos que naquella
cabeça de animaes que passassem na Estrada da Matta. epoca obstavam a que o mesmo Snr. Sargento Mór
finalmente, as camaras de Villa Nova do Príncipe, fosse encarregado da direcção de semelhante obra,
Curityba e Castro deviam lembrar tudo quanto lhes de reconhecida utilidade publica, e que portanto con-
parecesse conveniente para a abertura da Estrada e vem seja principiada quanto antes, visto que até o
estabelecimento da Povoação e nomear um homem presente não tem comparecido lançadores á ella, os
de conhecida probidade, intelligencia e conhecimento quaes foram convidados pela Portaria constante da
do Paiz para inspeccionar a obra. cópia inclusa: o Presidente desta Provinda ha por
«Com as informações dessas camarns, resolveu o Con- bem encarregar da direcção, inspecção della o referido
selho do Governo, em sessão de 13 de Outubro de Snr. Sargento Mór João da Silva Machado, conforme
1825, que se puzesse em praça esta obra. o que propõe naquelle Plano, dando principio á mes-
«Não tendo havido arrematantes, João da Silva Ma- ma em tempo proprio, e para o que deverá desde já
chado, em 29 de Dezembro de 1825 apresentou ao ir deduzindo quinhentos reis dos Direitos que se pa-
Presidente da Província novo plano para realisai-a no gam de cada besta no Registo tanto para a fazenda
todo ou em parte, tirando-se do imposto que se pa- Nacional, como para a Casa Doada, para o que é
gava no registo de Coritiba, das partes que compe- auctorisado pela ordem junta, exigindo dos Capitães
tiam a Fazenda Nacional e á Casa Doada uma certa Móres das Villas circumvisinhas todos os auxílios de
TITULO CARDOSO DE LIMA 107
GENEALOGIA PARANAENSE
106
trabalhadores, e o mais de que precisar, que lhe pres- mente para defendei-os das continuadas aggressões
tarão com zelo e efficacia, á vista da presente deter- dos índios selvagens.
mi nação, confiando do seu z~lo, prestimo e actividade, «Ainda a seu pedid_o! tiveran: ordem os capitães mó-
que desempenhará satisfa_donamente esta commissão, r~s de C~stro, Conti~a e Vtlla do Principe de auxi-
da qual dará conta no ftm de cada anno, bem como lt~rem efflcazmente o tnspector da estrada e, para que
das despezas que fizer n~ c~:mcerto geral da Estrada, nao lhe faltassem trabalhadores, aos mesmos capitães
ou dos cinco l?º~tos pnnctp~es ~e que trata o que móres foi determinado que acariciassem os povos re-
fica ao seu arb1tno pela expenencta que tem, do que fugiados e os fizessem ir trabalhar na Estrada ven-
é mais util e interessante ao bem Publico. - Palacio
cendo o competente jornal, sem receio de que fossem
do Governo de São Paulo 20 de fevereiro de 1826. vexados por qualquer motivo.
Barão de Congonha do Campo. » << ~ntes de termin_ada a estrada, poude o snr. João da
11: Tendo iniciado os trabalhos da construcção da Es- Silva Machado dispensar o destacamento da 2.a linha
trada em 26 de Março, João da Silva Machado fazia em Janeiro de 1829 por desnecessario visto como
a 8 de Maio ao Presidente da Provinda essa com- havia a maior ordem e socego entre os' trabalhadores
municação, adaptando para tal fim uma serie de pro- e mesmo porque estes eram sufficientes para se de·
videncias, que ao Governo pareceram acertadas (off. fenderem de algum ataque do gentio.
«João da Silva Machado não se limitou a fazer a es-
de 15 de Julho de 1826). trada sómente no territorio de São Paulo; quando foi
«Assim construiu o 11:Abarracamento de S. Lourenço»
nas margens do rio do mesmo nome, composto de; se approximando dos limites desta Provinda, reque-
uma casa coberta de telhas, com 131 palmos de frente reu ao Imperador que fosse feita tambem na parte
com cozinha de 19 palmos, emendada no flanco di~ que pertencia á Província de Santa Catharina e teve
reito da casa; tinha de frente 7 portas e 2 janellas, a satisfação de receber a necessaria ordem por Aviso
no fundo 5 portas; por dentro 6 e na varanda do de 14 de fevereiro de 1828.
« Em 2 de Setembro de 1828 com muni cava elle ao
flanco 4 janellas. Governo que a estrada já se achava quasi concluída.
«Um paiol separado, porem, no mesmo alinhamento
da casa, o qual, coberto de telhas com uma porta em A este respeito, por occasião da abertura do Conse-
frente e o mais fechado de páo a pique, tinha 33 lho do Governo em 4 de Outubro, escreveu o Bispo
palmos de frente e 28 de fundo. D. Manoel, vice-presidente em exercido, na Falia do
«Dois monjollos juntos, debaixo de uma casa de pa- Governo:
lha a 200 passos da do Abarracamento, que traba- «Eu me congratulo com o Conselho pelo quanto é
lhavam com agua que trazia um rego de 600 braças digno de louvor o haver determinado a abertura da
de comprimento. Estrada da Matta, quando era um trilho, entre esta e
«Uma olaria e forno de cozer telha a 150 passos da a Província do Rio Grande do Sul, e faço justiça ao
frente da casa do Abarracamento. patriotismo do sargento-mór João da Silva Machado
«Uma porção de capoeiras que levavam 60 alqueires
pelo zelo, acerto e promptidão com que ha desem-
de planta de milho. penhado a confiança que nelle se pozera, visto que
« Pediu e lhe foi enviado, um destacamento composto
a esfrada está tocando ao seu fim, e dest'arte não
terão de estremecer os mais intrepidos negociantes
de. um cabo e oi!o soldados do Regimento de Caval- na passagem de suas tropas, deixando, como outrora,
Jana n. 18, da 2.ª hnha do exercito, não só para man·
ter entre os trabalhadores a ordem, como principal- de naufragar n'aquelle transito a fortuna de honestas
GENEALOGIA PARANAENSE 1'1'l'ULO CARDOSO DE LIMA 109
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famílias: o dito sargento-mór tem sido incansavel, e «Sendo imprescindível conservai-a por mais dois an-
sobretudo é notavel que não se lhe mandasse pôr nos, roçando as brotas em toda a largura da mesma
em pratica o projecto de criar uma freguezia no meio e compor os passos, afim de se não perder uma
do sertão e elle a tenha feito nascer, edificando uma obra de tão grande custo, João da Silva Machado
capella, p~ra a qual logo nom~ei um Capellão Curado apresentou um calculo aproximado para esse serviço
e conta já não pequeno numero de ~ovos povoadores. » annualmente, revelador do grande escrupulo que se
«Em Maio de 1829 estava terminada a Estrada da tinha ao dispôr dos dinheiros publicas. Esse calculo,
Matta tendo-se chegado ao Campo Alto, Jogar mar- bastante interessante para se lêr, importava em . . . .
cado para o seu termo. A estrada ficou no seu co- 1:666$800 reis.
meço no Campo do Tenente ao Campo Alto, com «O Presidente em Conselho resolveu remettel-o á
uma extensão de 20 leguas, quando pelo seguimento Assembléa Geral Legislativa, para esta tomar em con-
da antiga, essa distancia foi sempre avaliada em 40 sideração a providencia reclamada, seja impondo a
Ieguas. A escolta de trabalhadores q~e a tinha con- mesma contribuição que os trapeiras já tinham offe-
cluído, vinha regressando com o serv1_ço de roçar as recido, cuja cobrança não se tinha exigido por jurí-
brotas e compôr os passos que precisavam alguma dicos fundamentos, ou a que parecesse bastante, cal-
mão de obra e, achando-se em Julho já no salto de culando-se pelo numero de animaes que estavam na
Tajahy, distante do Abarracamento 8 leguas, termi- Provincia, ou seja auctorisando que a despesa de
nava completamente este serviço em 3 de Setembro, 1:666$800, julgada necessaria para a conservação da
data em que chegou sem embaraço algum ao Abar- Estrada, ficasse a cargo da fazenda Publica, visto que
racamento de S. Lourenço um carro, que João da a Carta Regia determinando a factura da Estrada, só
Silva Machado fez para transportar áquelle logar as auctorisou a despesa para a sua construcção.
ferramentas, utensilios de casinha e outros objectos, «Ficou resolvido, de accordo com a proposta do lns-
usados no trabalho de construcção. pector da Estrada, conservar-se o Abarracamento de
«O Bispo D. Manoel, recebendo tão grata noticia, S. Lourenço, como um ponto de apoio, d'onde pu-
não poude deixar de felicitai-o, pedindo para receber dessem facilmente ser soccorridos os trabalhadores
mais uma vez os justos e bem merecidos louvores e que fossem destinados aos futuros reparos da Estrada
agradecimentos pelo zelo, actividade e patriotismo com da Matta entre S. Paulo e Rio Grande do Sul, visto
que conseguiu áquella tão util, como grande obra. como alli se devia conservar o gado para munido,
« Estava, pois, realisada essa obra reclamada durante animaes de transporte e a ferramenta necessaria.
muitos annos, como sendo de premente necessidade, «João da Silva Machado, depois de haver feito a Es-
apesar das difficuldades que tiveram de ser vencidas, trada da Matta, ainda continuou por annos a cuidar
no espaço de tempo de tres annos. della, e sendo encarregado de concertai-a em 1835,
«De todas as despezas feitas João da Silva Machado teve occasião de apresentar ao Presidente da Provin-
apresentou ao Presidente da Província em 22 de Abril da Rafael Tobias de Aguiar as seguintes considera-
de 1830, uma conta detalhada, conta que em 28 de ções: « E' preciso todos os annos nos primeiros dias
Abril de 1830 foi remettida ao Conselho. Por não do mez de Março entrarem 50 trabalhadores, para
tel-a achado nos papeis dessa corporação não pode- roçar as brotas, compor passos, aterrados e pontes e
mos publicar a importancia despendida e assim fazer- igualmente destrancar a madeira dos flancos da Es-
mos uma ideia do que na epoca se reputava uma trada, arredando-a para as encostas do matto, ou pon-
obra de grande custo. do-a ao correr da mesma, afim de que toda a largura
GENEALOGIA PARANAENSE TITULO CARDOSO DE LIMA 111
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das 20 braças de derrubada s_irva afi~al de passadiço «A fortuna, as terras que possuía, o conhecimento
para as tropas, e fique um dt~ reduzida aguella es- profundo dos homens, as relações innumeras que ad-
trada a uma continuada campma. Este serv_1ço ha de quiriu no tempo de sua vida errante, foram-no insen-
absorver annualmente 1:600$000 pouco mais ou me- sivelmente encaminhando para os cargos de represen-
nos, visto que os salarios tem subido, bem ~o~o os tação, onde poderia prestar á Patria os serviços ines-
.
preços dos mantimentos e rezes para o m. umc10_; ~: timaveis que até então tinha prestado a si proprio.
contudo passar algum anno sem se compor, então Ja 4.Em 1821 era escolhido eleitor da quinta comarca de
não se faz o reparo com a dita quantia. São Paulo, encarregado da eleição dos representantes
** do Brasil ás Côrtes Constituintes de Lisboa, em 1829,
«O Barão de Antonina *(João da Silva Machado) é alem de Presidente da Camara de Villa Nova do Prín-
um daquelles magnificas exemplos de brasileiros an- cipe, ia como supplente para o Conselho Geral da
tigos que, sem as ~o~~ras da _fortu,na e as prer~ga- Província de São Paulo e membro effectivo na se-
tivas da cultura no 1mc10 da vida, a custa exclusiva- gunda Legislatura (1830-1833); era eleito deputado
mente de uma intelligencia lucida e perspicaz e de á Assembléa Provincial de São Paulo da primeira,
uma vontade ferrea, foi aos poucos galgando os mais segunda, terceira e quarta legislaturas, de 1835 a 1843,
altos postos da política e da admin_istração. exercia no período de 1837 a 1838, o cargo de vice-
«filho legitimo de Manoel da Silva Jorge e de d. presidente da província.
Antonia Maria Bittencourt, nasceu a 17 de Junho de «Os serviços que prestou ao Estado, nesse período
1782 na Villa de Taquary, província do Rio Grande de sua vida, são aquelles que melhores ftuctos pro-
do Sul. No inicio de sua vida adulta exerceu o hu- duziram posteriormente, pois se referem todos ao po-
milde mistér de alfaiate; sua energia e intelligencia, voamento do nosso solo. Encarregado de aldeiamento
porem, não permittiram que por muito tempo se de- de índios, da abertura de estradas importantissimas,
dicasse a esse ramo de trabalho. Passava em breve da fundação de colonias estrangeiras, da exploração
a ser feitor de uma fazenda, e depois a negociar com de terrenos com metaes preciosos, houve-se com tal
gado, adquirindo tropas na região do Prata, atraves- proficiencia e previsão que sua acção benefica foi o
sando com ellas todo o sul do Brasil, e indo ven- marco inicial do desenvolvimento ulterior das regiões
dei-as nas feiras de Sorocaba, em São Paulo, de Sant' ás quaes dedicou sua actividade. Cumpre salientar
Anna na Bahia e até de Caxias, no Maranhão. desses trabalhos, a construcção da Estrada da Matta,
«Taes viagens, ao mesmo tempo que lhe ensinavam via publica que poz em communicação as províncias
a conhecer os homens, iam lhe despertando o amor do Rio Grande do Sul e de São Paulo, atravessando
pela nossa natureza, exhuberante e virgem, infundindo- Santa Catharina e Paraná, arteria aorta do commercio
lhe na alma o sentimento da terra, unico que apri- no Sul do Brasil. A colonia allemã do Rio Negro, o
mora os espiritos e crea as verdadeiras aristocracias. segundo nucleo estrangeiro em nossa terra, .tambem
«Com a fortuna ganha a custa do trabalho, adquiriu é obra sua. Tem portanto o Barão de Antomn~ uma
e negociou latifundios nos sertões de São Paulo, Pa- grande parte na origem desse phenomeno social de
raná e Matto Grosso. tão grande monta para nós, que é o da transfusão
«Casou-se já rico, com d. Anna Ubaldina do Paraizo do sangue europeu na nossa gente, trazendo-lh~s no-
Guimarães, filha do Coronel Manoel Gonçalves Gui- vas enerofas e concorrendo para o engrandecimento
marães e de d. Maria Magdalena de Lima, deixando futuro d; nossa patría. Ainda podemos mencionar a
uma numerosa descendencia em São Paulo. construcção da estrada de Coritiba a Antonina (1830),
GENEALOGIA PARANAENSE TITULO CARDOSO DE LIMA
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a estrada da Graciosa, a de. P~raná ª. Matto Grosso. espinhosos, resultaram para o Barão de Antonina hon-
Dentre os aldeiamentos de md1os, ~ahe~te11:os os dos rarias e dignidades, assim como um favor crescente
rios de Jatahy, Paranapanema, Para~a, _lvmhe1ma, Dou- junto á Casa Imperial. Dignitario da Ordem da Rosa
rado e Santa Maria, entre as provmc1as do Paraná e guarda-roupa honorario da Casa Imperial, Barão d~
Matto Grosso; de São João Bapt.ista do Rio Verde, Antonina, por decreto de 11 de Setembro de 1843,
na de São Paulo, que deram ongem a florescentes Barão com grandesa, por decreto de 13 de Agosto
povoações. de 18601 obteve ainda o Officialato da Imperial Ordem
«Naquelles tempos, ~ posse d~ . terra estava quasi do Cruzeiro, a Vedaria de S. M. a Imperatriz, etc.
sempre ligada ao prestigio_ na poltt1:a e ao comm.ando «Quando foi creada a província do Paraná em 1853,
no militarismo. Não fugm o Barao de Antomna a foi.º seu primeiro representante no Senado do Im-
esta regra. Tomou parte em varias campanhas, e peno.
passou por varias postos de comr:na~do, tendo sido «falleceu, depois de uma vida laboriosa e util aos
Capitão mór da Villa Nova do Prmc1~e, Tenente Co- seus semelhantes, com 93 annos de idade, a 19 de
ronel de Milícias, Commandante Superior dos guardas Março de 1875. Muito lhe deve a colonisação e po-
nacionaes do sul da Província e Coronel Honorario voamento do Sul de São Paulo, principalmente o
do Exercito. Estado do Paraná, centro principal de sua actividade.
«Quando as missões foram invadidas em virtude da
guerra que mantínhamos com a Republica Argentina, «Tomando desde logo providencias para se promo-
promptamente organizou elle em Coritiba um bata- ver a catechese dos indios que habitavam o sertão
lhão de voluntarias, com o qual iria repellir a inva- da Matta, João da Silva Machado escolheu da Villa
são. Tal não foi necessario, porem, devido a paz fir- do Príncipe, em que morava, e da de Coritiba, aquel-
mada co!lJ aquella Republica pelo nosso Governo les índios, que outr'ora apprehendidos, estavam suf-
Imperial. ficientemente instruidos em o nosso idioma, requisi-
«A sua estrella militar, porem, brilhou com mais ful- tando-os então aos capitães móres das referidas villas
gor por occasião da revolta liberal de 1842. . . para a empresa premeditada.
«A quinta comarca de São Paulo, ac:tual provmc1a do
Paraná, era uma das melhores esperanças dos revolu- ·«Já então João da Silva Machado tinha feito nascer,
cionarias liberaes. no Rodeio Grande, como queria Rafael Tobias, uma
« Encarregado pelo Governo de suffocar ainda no e~- povoação nas margens do Rio Negro, construindo á
brião a revolta dessa comarca, o Barão de Antonma 8 kilometros do Abarracamento de São Lourenço, na
empregou no desempenho desse mistér não só a força margem esquerda, uma Capella, no local onde se
de suas tropas militares, como tambem o seu presti- acha hoje uma praça ajardinada, denominada Hercilio
gio e as suas relações. Para avaliarmos da importan- Luz e pertencente a Santa Catharina, em virtude do
cia da missão que lhe foi confiada, que era a do accordo que este Estado fez com o do Paraná na
Com mando Superior das forças em operações no sul questão de limites entre elles. Em 1859 foi removida
da provinda, basta attentar para o facto de que, se para a margem direita e collocada no local onde se
Coritiba adherisse aos revoltosos, os liberaes de São encontra, actualmente, a Matriz.
Paulo fundir-se-iam com os liberaes do Rio Grande , Esta Capella foi logo elevada a Cape/la Curada,
do Sul, tambem em revolta. conforme se vê da seguinte Provisão do Bispo de
«Da felicidade com que se houve nesses encargos São Paulo, Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade:
GENEALOlilA PARANAENSE TITULO CARDOSO DE LIMA
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«D. Manoel Joaquim Gonçalves , de And_rade, .Por muito Rev~re~do Parocho da Villa do Principe, mar-
mercê de Deus e confirmação da Se Apostohca, Btspo cando os hm1tes da Capella conforme a Provisão por
de São Paulo, e do Conselho de Sua Magestade Im- nós mandada passar por signaes naturaes, V. O., rios
perial, etc. etc.: caudalosos, montes, etc., fixará aos mencionados mo-
«Aos que esta Provisão virem Saúde e Benção em radores do seu ról para serem lançados no do Ca-
0 Senhor. fazemos saber que attendendo ao que por pellão Curado, para cujo effeito será esta apresentada
sua petição representou o Sargento-Mór João da ~ilva a ambos, afim de que dêm inteiro cumprimento lan-
Machado, Director da Estrada da Matta no Cammho çando tudo nos livros do Tombo para todo o t~mpo
para o Continente do Sul: Havemos por bem pela constar e farão patente lendo por tres vezes a Esta-
presente erigir e construir Ca~ella ~ur.ada a qu~ está ção da Missa Eventual. Dada em São Paulo aos 9
constituída na dita Matta, CUJOS hm1tes depms de de Setembro de 1828. - (a.) Manoel, Bispo.»
bem combinados entre o muito Reverendo Parocho
da Villa do Príncipe e o Reverendo Capellão, serão ·«o· Minis~r~ ·cio· i~p~r·i~, ·vi;c~nd~ ct~ São.Le~po·1c10:
designados por termo a que ambos assig~arão, bem por portana de 8 de Novembro de 1827 determinou
assim será apontado o numero de apphcados que ao p_resid~nte de _São Paulo que désse d~sde logo as
ficam pertencendo a dita Capella, cujo t_ermo será re- prov1denc1as precisas para o recebimento de colonos
mettido em carta feichada a Camara Episcopal, sendo que iam ser enviados para cá, recommendando-lhe
obrigado o muito Reverendo Capellão a ter os livros que na distribuição das terras fossem escolhidas as
competentes para os assentos de baptisados, obitos mais salubres, não só porque assim o aconselhava a
e casamentos, e o livro do Tombo da Villa do Prín- humanidade, mas, porque as vantagens de que uns
cipe para todo o tempo constar. . gozassem, podiam decidir outros a que viessem pro-
«Dada em São Paulo sob o nosso S1gnal e Sello curai-as e deixando ao seu discernimento fixai-os se 1
das nossas Armas, aos 26 de Julho de 1828. E eu, julgasse conveniente, na nova povoação dos Cam pos
o Padre Ildefonso Xavier Ferreira, Official da Camara de Ouarapuava ou em Villa Nova da franca do Im-
Episcopal, o escrevi. D. Manoel, Bispo.» perador, ou em qualquer outro Jogar que em Conse-
«Quarenta e quatro dias depois desta Provisão, esse lho elegesse por mais vantajoso.
mesmo Bispo, attendendo á justa representação de «Em consequencia da Portaria Imperial a Inspecção
108 moradores, afim de se crear a11i uma nova fre- da Colonisação estrangeira na Côrte remetteu para
guezia, baixou esta nova Provisão: São Paulo, em diversas levas, 955 colonos allemães,
«Tendo chegado a nossa presença a representação de assim discri mi nadam ente:
108 moradores, constantes de uma petição, da Capella 13 de Dezembro de 1827 - Oaléra Maria 226
Curada da Matta, no Caminho do Sul, munida do 31 de Janeiro de 1828 - Bergantin Paquete do Rio 39
officio do Director da Estrada do mesmo Caminho, 22 de Maio de 1828 - Sumaca Santa Delfina 89
para levarmos á Augusta Presença de Sua Magesta~e 27 de Junho de 1828 - Sumaca Rocha 175
Imperial, afim de crear-se alli uma nova fregu~zt.a, 13 de Novembro de 1828 - Oaléra Nova Piedade 397
conhecendo nós tão justa reclamação e em benef1c10 16 de Março de 1829 - Bergantim Prudente
tanto espiritual como temporal dos mesmos morado- José Egypto 29
res: Havemos por bem pela presente por nós somente «Determinou o Governo Geral em 21 de Março de
assignada determinar que os sobreditos moradores 1828 que se desse a cada família 400 braças de terra
fiquem pertencendo desde já a Capella Curada e o em quadra no lagar em que ficassem estabelecidos,
TITULO CARDOSO DE LIMA
116
GENEALOGIA PARANAENSE 117
favor este que o Ministro _do Imperio P?r Aviso de col~~ia por ~cto de 6 d~ Dezembro de 1828. Essas
5 de Maio de 1828 ampliou aos s?l.te1ros que. ~e fam_1h as, confiadas ao cu idado do Barão de Antonina,
casassem. A cada colono que se su1e1tasse a residir sah1ram. de San~os em 30 de Novembro de 1828 no
nas colonias1 maior de• • 1O annos, mandou-se dar um 1 Bergant1m americano 'tÜHer» do commando do Ca-
subsidio de 160 réis d1anos, por um anno, e aos me- l pitão R Scathc~rt, e ~hegaram a Paranaguá a 7 de
nores de 1O annos, 80 réis. D_ezemb ro, . d~h1 seguiram para Morretes, Curitiba,
«foram todos desembarcados no porto de Santos e, 1 V~ll a do Pnnc1pe, chegando ao Jogar do seu desti no,
como durante muito tempo ficasse incerto o seu des- R10 _~egro, em 19 de Fevereiro de 1929. Uma das
tino, a despesa só com o subsidio annual attingiu fam11I as, .ª de Carlos Trome_r,. fico u em Paranaguá,
cerca de 50:000$000. onde veio a comprar um sitio do Virrario e duas
«Esses colonos deram origem as duas primeiras co- out:as fi cara:11 proviso:iamente em Curitibapor mo-
lonias estrangeiras que se. ~undaram ~m ~ão Paulo ~~ lest1as, seguin do depois para o seu desti no. A des-
epoca da colonis~ção offlcial, colomsaçao, como Ja pesa com o transporte foi de mais de 1:000$000 até
vimos, que a Lei de 1? de Setembro de 1830 pr?- Marretes, segundo o officio do Presidente da Pr~vin-
hibiu. Essas duas colomas foram Santo Amaro e Rio cia ao Ministro do lmperio em 19 de fevereiro de 1829
Negro, fundadas em 18~9.. A primeira n.as margens «As 19 famil ias foram arranchadas, umas no arrua~
do rio Taquacetuba, distncto da fregue~ia de Santo mento da Povoação e outras nos suburbios, onde
Amaro a seis e meia leguas desta Capital, e a se- for:m aram suas chacrin has, visto que todo o terreno
gunda' na capella do Rio Negro, nas margens do rio al11 era devoluto, devendo depois lhes ser demarcadas
do mesmo nome, na estrada geral da antiga província 400 braças de terras em Matta. Em 18 de Jul ho de
de São Paulo para a de Rio Grande do Sul. 1829 a povoação já contava mais de 160 fogos.
<( foram enviados para o Rio Negro 238, e~ virtude <,A chegada dos colonos allemães no Rio Nerrro deu
de deliberação que já se tinha tomado. Seguiram para um grande imp~lso á 1:ascente povoação, porque,
Conceição de Itanhaem, onde ficaram localisados 39 como assevera Joao da Silva Machado em officio de
e ficaram no Cubatão de Santos 37. O restante to- 18 de Junho de 1829, fora m logo faze ndo suas casas
mou o destino que lhes aprouve, ou ajustaram-se de um e outro lado do ri o, no que foram im itados
com particulares, ou se dedicaram á industria f~bril, por outros povoadores, estabelecendo-se assim um
ou entregaram-se ao commercio por conta propna. grande movim ento em ambas as maro·ens do Ri ~ Ne-
«Não vieram mais colonos para São Paulo porque gro em busca de vi veres e outros ; bjectos preciosos.
assim o exigiu o Presidente da Província, do Minis- Alem das casas de moradia, fo ram feitas tam bem ca-
tro do Imperio em 20 de Novembro de 1828, pon- sas de negocio, fo rmando-se assim uma bella povoa-
derando que as despesas que estavam sendo feitas ção, cortada ao meio pelo referi do rio, com mais de
com os que já tinham vindo, eram superiores ás for- 160 fogos.
ças dos cofres provinciaes. «Hayendo necessi dade de se fazer uma ponte sobre
«Houve duas remessas de colonos para Rio Negro a o_ R10 Negro_ para uso dos moradores, propoz o Ba-
pedido do Barão de Antonina. A primeira foi deter- rao de Anton111a que se arrecadasse uma meia passa-
minada pelo Conselho do Governo na sessão de 19 gem dos tropeiros para esse fim , procedendo-se assim
de Novembro de 1828 e a segunda pelo presidente do modo por que se fazia em Castro e Sorocaba
da Província em 5 de Maio de 1829. que tinham moradores em ambas as margens dos rio~
«O Barão de Antonina foi nomeado Director dessa que banhavam esses lagares.
GENEALOGIA PARANAENSE
TITULO CARDOSO DE LIMA 119
118
que criou, para o que pediu a remessa das mesmas
«O Presidente da Provincia, José Carlos Pereira de
familias, contin~aria a prestar-lhes toda a protecção,
Almeida Torres, em officio ?~ 20 de Outubro de
como era propno de seu caracter.
1829, determinou a João da Silva Machado qu~, logo
que O recebesse, fizesse suspender o sub~1d10 aos «Ouvido o Co~selho do Governo, este foi de pare-
1 cer que se pedisse a Sua Magestade Imperial a ne-
colonos allemães que se encontr~va~ no R10 Negro, i
visto como a esse tempo ter-se-ta fmdo o praso pelo cessaria auturisação para dar- se aos colonos de que
qual Sua Magestade, o Imperador, lh'os mandara ab?- se trata, outro mez de subsidio alem daquelle com
nar e que continuando .ª promover o bom a~ranJo que o Presidente os tinha mandado soccorrer, o que
foi approvado por aviso de 30 de Janeiro de 1830.
dos ditos colonos, appltcasse todo o ~eu cuidado, • «O Governo deixou ao criterio do Barão de Anto-
afim de que elles se emprega~se~ effect1vamente nos
trabalhos de agricultura e cnaçao d~ gado, con~e-
l nina dar.º sub~idio de Janeiro, q_uando visse que
guindo desta sorte os meios necessanos para subsis- delle havia maior necessidade, pois o Barão vinha
tirem independentemente dos soccorros ~~ Fazenda providenciando para que os colonos tivessem traba-
Publica, a qual não se achava nas con~1çoes de _os lhos e ganhassem por si nos diversos serviços que
prestar, ainda quando não houvesse expirado o dito estavam sendo feitos na povoação. . .... . .... .
1 «Rio Negro só passou de Capella á Freguezia depois
praso. . de alguns annos.
~o Barão de Antonina ponderou que, se cumprisse f «João da Silva Machado, já em 18 de Julho de 1829,
a ordem, os colonos ficavam completamente desam-
parados, em um sertão ~alto de todos o~ recur~os, verificando que a povoação ia progredindo com grande
pois, tendo chegado alh de pouco, mal tm_ham bdo vantagem, possuindo então mais de 160 fogos, e por-
tempo de fazer um rancho para o seu ~bngo e pe- tanto, fazendo-se digna da protecção do Governo, so-
quenas plantações, das quaes nã? pod1a_m obter o licitava ao Presidente da Província as necessarias pro-
preciso sustento tão de prompto; ainda _mais, algumas videncias no sentido de ser erecta em f reguezia do
famílias tendo por chefes velhos ou v1Uvas, que de- Bom Jesus da Columna do Rio Negro.
viam s~stentar filhos de menor idade, iam lutar com «Tanto o Conselho do Governo como o Bispo Dio-
um futuro muito desgraçado, se o Estado não lhes cesano, convencidos da necessidade e utilidade que
continuasse dar mais alguns soccorros até que pudes- resultava aos povos, da creação da supracitada Ca-
sem libertar da miseria a que ficavam expostos. pella em freguezia, propuzeram a Sua Magestade Im-
«A' vista de taes ponderações, o Presidente da Pro- perial a adopção da medida solicitada... . ..... .
víncia mandou que João da Silva Machado pagasse (assignado) Dr. Djalma Forjaz.> >
o subsidio até o mez de Dezembro, não obstante as - O historiador Dr. Ermelino de Leão, na sua pre-
ordens do Imperador a este respei_to, mas, esper~ndo ciosa monographia «A Revolução dos farrapos e a
por isso mesmo do zelo e patr1o~ismo com que tm~a f. quinta comarca de São Paulo », publicada no Livro
promovido o arranjo e estabelecimento da Coloma, commemorativo ao centenario da colonisação allemã
elle empregasse todo o seu cuidado em dirigil-os á no Rio Negro, editado pelos Snrs. Mario felippo
uteis trabalhos de que pudessem quanto antes colher Olivero e Leonardo Arbigaus, tratou largamente da
?ª
vantajosos resultados, deixando de ficar. á ~argo vida e serviços do Barão de Antonina, donde extra-
himos o seguinte excerpto:
Fazenda Publica e livres de vexames e misena, mmto
certo de que, tendo mostrado tão louvaveis desejos «O movimento revolucionario, que irrompeu em Porto
de promover a prosperidade da nascente Povoação Alegre a 20 de Setembro de 1835, tinha ao começo,
GENEALOGIA PARANAENSE TITULO CARDOSO DE LIMA 121
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se circumscripto á Prov~ncia do Rio Orand~ d.o Sul, os seus processos tyranicos e deshonestos, como nos
de sorte que pouco sens1vel se tornou pa~a a vida ~a conta o Almirante Boiteux na monographia - - Re-
· comarca de São Paulo, que mais tarde vetu publica Catharinense.
terce1 ra , E ta nto, a Juta «Uma das pessoas que cahiu no desagrado de Lou-
a constituir o Estado do Par~na. ntre
ue se travava nos Pampas, m~eressaya .ª. toda ~ .na- reiro e do Presidente Pardal foi Silva Machado, o
q. 1·dade porque alli se debatiam pnnc1p1os pohhcos fundador do Rio Negro, Chefe de Legião da Guarda
c10na 1 , . D 1d Nacional de Curityba, por ter offerecido abrigo gene-
que a dividiam e o apaixonavam. . e um a o se A
encontraram os restauradores, que visavam repor 0 . roso aos fugitivos das duas facções em luta, todos
Pedro I, no throno, e que son~ava ..... em parte, seus conterraneos, exigindo, porem, em troca do asylo,
com um retrocesso ao absolutismo dos te.mp?s colo- perfeita observancia da ordem e da tranquillidade da
. . de outro, os avançados
maes, . !. que não satisfeitos
· t
com comarca. De facto, alguns documentos do archivo
s consequencias da abd1caçao, tent~vam m egrar o do meu avô paterno denunciam que, a sombra do
Brasil, ao systema politico do Co.nhn~nte, tomando, prestigioso chefe curitybano, agiam agentes dos revo-
por isso, a denominação de «contmentmos ». . lucionarias; de sorte que surgia a mais nitida des-
«As duas forças - a conservadora, systemabsada e confiança, mal mascarada, do governo provincial de
arregimentada pelas Sociedades Defens~ras da. ln~e- São Paulo.
pendencia, visando conservar ~ monarch1a constt~uc10- ....................... ' ' ... . . . . .
nal proclamada na colina do Ip1r~nga; e a repu1?hcan~, «Com a tomada de Lages pelos republicanos, a at-
que considerava o Sete de Ab.nl, como uma J.º1:!rnee tenção do governo regencial voltou-se para a comarca
des dupes (pois quando pro1ectavam a ab_ohç~o da de Paranaguá e C:urityba; sobretudo para a freguezia
dymnastia, surgia, inesperadamente, a ~bd1caçao de do Rio Negro, que era a sua chave.
D. Pedro I e o advento do segundo rema~o) ~epa- «Sebastião Rego Barros, ministro da guerra, mandou
ravam-se a frente dos restauradores d.os m1guehstas, guarnecer o Rio Negro, enviando forças compostas
saudosos dos ominosos tempos colo~1aes: . de recrutas e soldados bahianos, compromettidos na
«A Republica de Piratinim s~ _havia l(m1tado aos lucta da Sabinada e dispostos a deserção na primeira
pagos gauchos; e era.ª? p~inc1p10, considerada uma opportunidade. A 16 de Outubro de 1837 officiava
luta regional, sem efftc1enc1a fora da ~ona, em que elle ao Prefeito de Paranaguá, recommendando que
irrompera. Quando, po~e~, os republicanos. procu- recebesse as armas que seguiam em vaso de guerra
raram conquistar a Provmc1a de S.anta Cathanna, o~- e fizesse immediata remessa para Curityba, afim de
cupando Lages, a revolução. assumm um car~cter ma(S armar a guarda nacional, que deverá partir para o
grave, obrigando a Regenc1~ a tomar medidas m~s Rio Grande, em defesa da legalidade.
eneraicas e a lançar suas vistas para o Su 1 de Sao «-Eram estas as primeiras providencias que o governo
Pauk>, ameaçado de invasão. imperial tomava, no sentido da defesa da comarca.
....... . . «O brigue Imperial <, Pedro », commandado pelo glo-
·« D~sd~ i,io~~~b~~ d~ i 83.7 · ~e· ~eh~ v~ em Lages, o rioso capitão-tenente Francisco Manoel Barroso, a 26
coronel reformado Manoel dos Santos Loureiro, com- de Novembro de 1837, chegava a Paranaguá, com-
mandando uma força de 150 homens da Gua~da boiando um brigue mercante, trazendo forças e arti-
Nacional; e praticando ~ma serie de .extorsões e v~o- lharia, destinado ao Rio Negro e que deviam reforçar
lencias, segregando de s1 as symp_athtas das propnas a columna do Brigadeiro Cunha.
autoridades locaes, que não dese1avam pactuar com «O coronel João da Silva Machado, chefe da legião
TITULO CARDOSO DE LIMA 123
GENEALOGIA PARANAENSE
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luntarios que se apresentasse~, deixasse-os segmr, velho, glonoso, mas prepotente guerreiro, para comman-
fornecendo-lhes tudo gue precisas~em ao mando do dar as forças da Província de São Paulo. . . . . . . . . .
valente e distincto capitão Hypp?hto, que se achava « Rio Negro continuou guarnecido sob o commando
nesta villa, vindo de Lages estraviado, com u1:1a ~or- do brioso militar coronel Pimentel. Não estava finda a
ção de homens; alem destes se podem reunir tnn? guerra civil do sul, quando surgiu a revolta de Sorocaba.
e tantos voluntarias, que se acham no togar denomi- «Era mister impedir que a comarca de Curityba
nado Sepulturas (como guarda_ avançada) ao mando adherisse ao movimento chefiado pelo brigadeiro Ra-
do capitão Francisco de Assis Marques da Costa phael Tobias. Silva Machado era amigo e corre-
Pacheco e todos os mais que se apresentarem, que, ligionario do chefe liberal revoltoso ; era imprescindível
tudo reunido, se aprompta~ia o _numero de 100 ho- que o governo imperial contasse com o seu apoio.
mens, pois que estes re~mdos ~ força. que se acha -.Q Barão de Monte Alegre, presidente de São Paulo,
em Curitybanos, não senam mmto fac1lment_e ata~- mandou chamai-o a sua presença; Silva Machado
dos, emquanto V. Ex. ~~o dá melhores prov1denc1as, acceitou o convite e entrou em negociações com o
pois se perder esta occa~iao, e aquella força se desgarra, presidente e o general Barão de Caxias (depois Duque).
como dizem os respect1vos chefes, que de certo acon- « Exigiu pelo seu . apoio á causa dos seus adversarios,
tecerá quando lhe faltem os soccorros re~lama??s, as seguintes condições: a elevação da comarca a ca-
seremos muito infelizes, e esta comarca muito ?u1e1ta tegoria de provinda; a sua nomeação para seu pri-
sem duvida a invasão dos rebeldes, quando deixe de meiro presidente; o titulo de barão; o commando em
marchar com promptidão esta segu~da columna. Eu chefe de todas as forças em operação no sul da pro-
participo isto a V. Ex. porque assim ~e tem .orde- vincia. Promettido tudo quanto desejou, veiu elle
nado, como simples cidadão; outros1m dese10 as assumir o commando das forças, quando Caxias já
propriedades ~a n~ção, o s~stent~culo da ordem.! havia entrado em Sorocaba, sem detonar um tiro !
finalmente a mtegndade do impeno. Eu . amanha «Estava salva a ordem da comarca. O denodo das
faço seguir um proprio para .as fo_rças de Cuntybanos, forças curitybanas; a astucia do coronel Mello de
afim de esperançar as providencias de V. Ex. e de Albuquerque, seguida pela artificialidade de Padilha
estarmos ao facto de tudo o que orcorrer. e pelo valor de Valentiniano Lima, com os seus bra-
Deus guarde a V. Ex. por muitos annos. vos fragueiros de Campo do Tenente, conseguiram
Villa do Príncipe, 18 de Janeiro de 1840. Manoel impedir a invasão dos revolucionarios republicanos.
« Uma das victimas destas campanhas, foi um dos
Antonio da Cunha.
ti{ Era lamentavel a situação das forças que guarne- colonos allemães. (Assignado) Ermelino de Leão.»
ciam a comarca, desmoralisadas com a derrota de - O Snr. João Henrique Ellioth informa:
Santa Victoria, sem um chefe capaz de levantar-lhes ~ . . . . . . . . . . O Barão de Antonina fez explorar
GENEALOGIA PARAN AENSE TITULO CARDOSO DE LIMA 139
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Paranapanema desd~ a barra _do rio ltararé at~ o f alleceu em S. Paulo a 19 de Março de 1875.
rio Paraná com o intuito de abnr uma commumca- Teve os seguintes filhos:
ção com Matto Grosso, em 1845. A' te~ta dess~ em- 3-1 Maria Antonia da Silva Machado, viuva do te-
preza se achou o Tenente Co_ronel Lu!z Perem~ de nente-coronel Marianno José da Cunha Ramos.
Campos Vergueiro e o sertamsta Joaqmm Francisco 3-2 Francisca da Silva Machado, fallecida antes de
Lopes e eu os acompanhei na qualidade ~e pi!oto e se~ pai, f~i casada com o tenente-coronel Joa-
desenhador. Da barra do It~rare p~ra ba1x~ e uma quim da Silva Prado, tambem fallecido.
serie de cachoeiras e corredeuas pengosas ate o Salto 3-3 Balbina da Silva Machado, casada com o tenen-
Grande dos Dourados (12 ou 14 leguas) gue tem te-coronel Luiz Pereira de Campos Vergueiro.
uns 20 pés de queda. Dahi até o rio das Cmzas ha foi infatigavel investigador e dirigiu em 1845
12 leguas sempte de difficil navegaç~o, dahi .até o a~ explorações dos rios Paranapanema, Verde,
saltinho de Jupiá (3 ou 4 leguas acima do T1ba~y) Tibagy, Ivahy e Paraná, de que seu sogro se
começa a ser navegavel co~ alguns estorvo~ ate o achava encarregado. Tinha por companheiros o
Pirapó, a corredeir.a d~s Cap!varas e ,a ,cachoeira d!s sertanista Lopes e o desenhista e piloto Ellioth
Larangeiras. Do Pirapo ª? ~10 Parana e a navegaçao como atraz ficou dito. '
franca tendo uma agua ligeira chamada os - aper- 3-4 Anna da Silva Machado, fallecida tambem antes
tados ( - Do Tibagy ao Paraná ha 28 ~u 30 leguas. de seu pai, tendo sido casada com o commen-
(/. Do Pirapó ao Paraná ha uma profundidade de 4 a dador fidelis Nepomuceno Prates.
6 palmos. . . . . . . O :ªra~apa~ema é impraticavel 3-5 Innocencia da Silva Machado, casada com o Dr.
portanto á navegação ate o Rio Tibagy, só sendo na-
1
em medicina fidencio Nepomuceno Prates.
vegavel por canoas e. pranchas, ~ó send~ navegavel 2-4 Francisca de Paula Lima, conhecida por D. Francisca
por embarcações ma10res do Pira~ó at~ o ,Par~ná. de Carambehy, por ser a proprietaria das terras de
«Uma estrada partindo do Jatahy ate o P1rapo evita- Carambehy, que herdára de seu pai; foi casada a 7
ria todos os obstaculos e diminuiria metade da dis- de Outubro de 1806 com o Sargento-mór de ordenan-
tancia. O terreno é plano e não tem br~jos. Em poder ças da villa de Castro, Francisco Teixeira de Azevedo.
do Dr. Feliciano Nepomuceno Prates existe um mappa filhos:
muito minucioso da Provinda do Paraná e com es- 3-1 João Teixeira de Carvalho.
pecialidade dos Rios Paranapanema, .Tiba.gy e lvahy. 3-2 Anna Placidina de Azevedo, casada com Antonio
Esta informação é datada da Coloma militar do Ja- José de Madureira. Já descriptos em Titulo Car-
tahy, a 10 de Abril de 1~57. >> . rasco dos Reis, do 1.0 volume,' pagina 414; ahi
-- Solicitado pela Commissão Centra! dos f est~JOS a descendencia.
commemorativos ao primeiro centenano da .Col~ms:- 2-5 Tenente José Gonçalves Guimarães, conhecido por
ção Allemã do Rio Negro para darmos a mscnpçao - Tenente José -, foi homem de grande energia e
de uma placa em homenagem ao Rio Negro, assim abastado de bens, possuindo grande numero de ses-
nos desobrigamos do encargo : . marias de terras no interior do Estado, as quaes per-
q:Barão de Antonina (Senador do lmpeno) 1782-:-1875. tencem hoje a seus herdeiros.
Bandeirante: - Desbravou terras; - Explorou nos; - Teve com Anna Rosa Borges de Macedo Gá viuva
Colonisou 1· - Defendeu e dignificou o Paraná. >> do Tenente-Coronel José florentino de Sá Bittencourt),
Com esta inscripção synthetica historiamos a vida do filha do Capitão Cyrino Borges de Macedo, os se-
grande vulto do lmperio. guintes filhos :
TITULO CARDOSO DE LIMA 141
GENEALOGIA PARAN A.ENSE
140
3-1 Coronel Claudio Gonçalves Guimarães, foi vulto de 5-5 Helena Requião.
prestigio social e politi~o, casad.o com Anna Rita Ri- 5-6 Esth~r Requi~o Otto, casada com Henrique Otto.
bas, filha de João Mananno .R1bas e de sua mulher 5- 7 Serg10 Requ1ão.
Maria Josepha, 6-10 de pagma 382 do 2.0 volume, 5-8 Misteriosa Requião, casada com Alberto de Oli-
veira.
ahi a descendencia. 4-3 Barbara Gonçalves da Rocha, casada com Claudio
3-2 Capitão Francisco Gonçalves Guimarães, casado com
Pulcherio de Andrade.
Joaquina Zenobia da Costa. Com diversos filhos.
Filhos: 4-4 Francisca Guimarães Borba, casada com Martiniano
4-1 Anacleta Guimarães, casada com Sergio de Al-
Borba, filho do Coronel Telemaco Borba.
meida Penteado. Filhos:
Filhos: 5-1 Tibagy Telemaco Borba, casado com Maria da
5-1 Julia Penteado, casada. Conceição Borba.
5-2 Octavio Penteado, fal1ecido.
5 -3 Belisaria Penteado, casada com Sezinando 5-2 Odette Borba, casada com Cid Borba.
Bittencourt. 5- 3 Dimas Borba.
5-4 Etelvina Penteado, casada com Jocelym Ta- 5-4 Herminia Borba.
ques. 5-5 Perigosa Borba.
5. 5 Zenobia Penteado, casada. 5-6 Judith.
5-6 Durvalina Penteado. 4-5 Major Tranquilino Gonçalves Guimarães, casado com
5- 7 Carmelita Penteado. Maria Candida Borba Carneiro.
5-8 Durvina Penteado. Filhos:
5-9 Rosalina Penteado. 5-1 Telemaco Borba Guimarães, casado com Carolina
5- 1O Fernandina. Pinto Martins.
1 5-2 Honorina Borba Guimarães, casada com Fran-
5-11 Franklin. r cisco Pinto Martins.
4-2 Anna Rosa Guimarães, casada com Virgilio
Requião. 5-3 Francisco Borba Guimarães, casado.
5-4 Lauro Borba Guimarães.
Filhos: 5-5 Duilio Borba Guimarães.
5 - 1 Sylvia Requião Reis, casada com Raul Reis.
Filha: 5-6 Euzebio Borba Guimarães.
6-1 Deucelia. 5- 7 Jocelym Borba Guimarães.
5- 2 Aristides RequiãQ, casado com Alice Requião. 5-8 Neudes Borba Guimarães.
Filhos: ) 4-6 Trajano Gonçalves Guimarães, casado com Elysa Borba
6-1 Anna Rosa. Carneiro.
6-2 Sedalina. Filhos:
6-3 Maria Candida.
1
5-1 Maria Antonietta Borba Guimarães, casada.
f 5-2 Eloyna Borba Guimarães, casada.
6-4 Raul. 5-3 Rogerio Borba Guimarães, casado.
5-3 Romolino Requião,casado com Leonor Vieira.
Filha: 5-4 Cypriano Borba Guimarães.
6-1 Eloah. 5-5 Brasileiro Borba Guimarães.
5-4 Euclides Requião Sobrinho. 5-6 Argemiro Borba Guimarães.
TITULO CARDOSO li>E LIMA 143
GENEALOGIA PARANAENSE
142
t~ A}layde Borba Guimarães.
4-6 Innocencio Gonçalves Guimarães casado com
Garib~ldina Taques, filha do Te~ente Coronel
t~o cujos nomes não descobrimos.
Baldumo de Almeida Taques e de sua segunda
mulher Ambros~na da. Rocha Bahls. Taques, 3-4
de. 2-1 do § 5., Capitulo 1.0 do Titulo Taques
5-11 adiante. '
3-2 Capitão f rancisco Gonçalves Guimarães. 4- 7 Joaquim Gonçalves Guimarães.
3-3 Coronel Joaquim Gonçalves Guimarães, casado com
Balbina Ribas Gonçalves Guimarães. Apezar de reite- 4-8 Balbina 9uimarães S:unha,. casada com Theophilo
radas diligencias nossas, não conseguimos dados com- Cunha, importante mdustnal de madeira, residente
pletos desse ramo. As nossas cartas.a varias membros em. P.onta Grossa, com grandes latifundios em
dessa respeitavel familia ficaram sem respostas. Te1xe1ra Soares, que foram de seu sogro
3-4 José Gonçalves Guimarães. ·
filhos: 3-5 Placidina Guimarães Villela, casada com o commen-
4-1 Capitão Ovídio Gonçalves Guimarães, abastado
industrial e grande proprietario de terras em Tei- ~ador Bonifacio José Villela, nascido em Florianopo-
xeira Soares, casado com Lavina Cordeiro Gui- hs, Estado de Santa Catharina. De uma Nota de fa-
marães, filha do Major Manoel Norberto Cor- mília, extrahimos os seguintes dados sobre o Com-
deiro, fazendeiro em Guarapuava. e de sua mu- mendador Villela:
lher Bemvinda Marcondes Cordeiro, 6-6 de pa- .:Com a id~de de 18 annos partiu de florianopolis
gina 51 O do 3.0 volume. em um nav1~ com carr~gamento de aguardente, para
v~~der no R1~ de Janetr~. A soi:te não lhe foi pro-
Teve: p1c1a, e o navio onde vmha arnbou com avaria ao
5-1 Balbina Cordeiro Guimarães. Porto de Paranaguá, resultando a perda total de seu
5-2 Bemvinda Cordeiro Guimarães. carregamento.
4-2 Capitão Bonifacio Gonçalves Guimarães, casado
com Ernestina Cordeiro Guimarães, irmã de La- «Se!11 recur?os para reparar o navio e para proseguir
a v1agef!l, ficou em Paranaguá e com a1gtim esforço
vina de 4-1 acima. consegu10 um emprego em uma casa commercial.
filhos: Passado algum tempo de trabalho e economia aven-
5-1 Joáquim Gonçalves Guimarães. turou seguir para o interior do Estado, indo 'residir
5-2 José Bonifacio Guimarães. em Ponta Grossa, onde se estabeleceu com uma pe-
5-3 Maria Angelica Guimarães. quena casa de seccos e molhados, no anno de 1854
5-4 Eunice Guimarães. sob a sua firma individual. '
4-3 Horacio Gonçalves Guimarães, casado com Eu- « Em 11 de Abril de 1858 se casou com Dona
genia Guimarães Villela, filha do Commendador Placidina Gonçalves Guimarães, filha do Tenente
Bonifacio José Villela e de sua mulher Placidina
José Gonçalves Guimarães e de Anna Rosa da
Gonça1ves Guimarães. 1
Silva.»
Com descendentes adiante descriptos em 2-3 de (1
D'esse matrimonio houveram 11 filhos, dos quaes 9
1-5, § 5.0 . estão vivos e residentes todos em Ponta Grossa e
4-4 Amelia Guimarães. são os seguintes: '
4-5 Placidina Guimarães, casada com José Bonifacio 4-1 Coronel Ernesto Guimarães Villela casado em
Guimarães Villela, 2-6 de 1-5 adiante, ahi os • • 1
pnme1ras nupcias com Maria Christina Ribas1 filha
descendentes.
TITULO CARDOSO DE LIMA 145
GENEALOGIA P ARANAENSE
144
lano f o~seca, commerciante nesta Capital, filho
de Cesar Marianno Ribas e de sua mulher f rancisca de franc1_sco Anacleto da f onseca e de sua mu-
Lustoza Ribas. Casado em segundas nupcias com lher Mana Candida Marcondes.
Sophia Novaes do Canto e Silva, vi uva de João Ribas. Teve:
Em 1881 foi admittido como sacio solidaria na firma 6-1 Acyr Guimarães f onseca.
commercial de Bonifacio José Villela & Filho. No 6-2 Alfredo Guimarães Fonseca.
anno de 1895 o Commendador Villela retirou-se da 6-3 Herculano Guimarães Fonseca
sociedade, e então o socio remanescente Ernesto Vil- 6-4 Maria Guimarães Fonseca.
lela, se associou a seus irmãos José Bonifacio Gui- 6-5 Placidina.
marães Villela e Arthur Guimarães Villela, passando 6-6 Cloris.
a firma a denominar-se Ernesto Villela & Irmãos, até 6- 7 Hamilton.
o anno de 1900, quando entraram mais como socios 5-2 Horacio ,Villela Guimarães, casado com Ottilia
seus irmãos Dagoberto Guimarães Villela e Alfredo Cunha, filha de. Theophilo Alves da Cunha e de
Guimarães Villela. sua mulher Jov1ta Gonçalves Guimarães.
A Sociedade adualmente está estabelecida á rua San- Teve:
tos Dumont n.0 29, em Ponta Grossa, em edificio 6-1 José Hamilton.
proprio da firma, e conta já 71 annos de existencia 5-3 Jorzelina Villela, casada com Arlindo Marques
prosperando sempre pela harmonia existente entre to~ filho de Affonso Marques de Souza e de su~
dos os irmãcs, que honrão sobremodo as tradicções mulher Zita Fonseca Marques.
de seu chefe e saudoso progenitor, que, pela sua illi- . Teve:
bada qualidade de caracter, foi um dos grandes bene- 6- 1 Abigail.
meritos de Ponta Grossa, terra natal de todos os seus 6-2 Adair.
filhos. 6-3 Alice.
O Coronel Ernesto Villela, muito tem trabalhado para 6-4 Altivo Rubens.
o engrandecimento da sua terra. São innumeros os r 5-4 Flavio Villela Guimarães, casado com Olivia Ma-
serviços prestados como chefe político e Prefeito Mu- riano Ribas, filha de Ovídio Mariano Ribas e
nicipal, cargo que exerceu por 12 annos consecutivos, de sua mulher Guilhermina Carneiro.
deixando indeleveis feitos da sua gestão. Filhos:
Teve do primeiro matrimonio: 6-1 Eloyna.
5-1 Cesar Ribas Villela. 6- 2 Maria Eugenia.
Do segundo matrimonio teve: 6-3 Nair.
5-2 Cyro Novaes Villela. 6-4 Aracy.
5-3 Ernesto Villela Junior. 6-5 Abigail.
4-2 Andrelina Guimarães Villela, casada com Amando 5-5 Bonifacio Villela Guimarães, solteiro.
Cunha, filho do Major Amando Cypriano da Cunha 5-6 Izolina Villela Guimarães.
e de sua mulher Seraphina da Cunha. #1 4-4 Ernestina Guimarães Villela, casada com Manoel Vi-
4-3 Eugenia Guimarães Villela, casada com Horacio Gon- cente B!ttencourt Junior, filho do Major Manoel Vi-
çalves Guimarães, filho do Major Joaquim Gonçalves cente Bittencourt e de sua mulher Maria Claudina
Guimarães e de sua mulher Balbina Ribas Guimarães. Correia Bittencourt.
Teve: 1 Tiveram 15 filhos a saber:
5-1 Placidina Villela Guimarães, casada com Hercu-
TITULO CARDOSO DE LIMA
GENEALOGIA PARANAENSE 147
146
5-11 Aida Villela Bittencourt, casada com Amadeu
5-1 Placidina Villela Bittencourt, casada com João Car- Mendes Barreto.
neiro Ribas filho de Ovídio Mariano Ribas e de sua Teve:
mulher OuÚhermina Carneiro Ribas. 6-1 f e_rnando Bittencourt Barreto.
Teve: 5-12LaCI~dud1Qnor Villela Bittencourt, casado com Luiza
6-1 Nadyr. p1 e.
6-2 Ovidio. 5-13 Alfr~do Yillela Bittencourt, solteiro.
6-3 Lauro. 5-14 Dano Vtllela Bittencourt, solteiro.
6- 4 Maria Stella. 5-15 _Orland.o Villela Bittencourt, solteiro.
6-5 Annita, fallecida. 4-5 Rozalma 9u1marães Villela, casada com Nestor Gon-
6-6 Olinda, fallecida. çalves 9m~arães, filho do Coronel Claudio Gonçal-
6- 7 Raul, fallecido. ves Gutmaraes e d~ sua mulher Anna Rita Ribas, 2-1
6-8 Oswaldo, fallecido. de 1-1, § 1.0 , Capitulo 5. 0 deste Titulo.
6-9 Lygia, fallecida. Teve:
5-2 Alcebiades Villela Bittencourt, fallecido. 5-1 Placidina Villela Guimarães, casada com Rodol-
5-3 Fernando Villela Bittencourt, fallecido. pho Osternack, filho de Carlos Osternack e de
5-4 Manoel Villela Bittencourt, fallecido. sua mulher Anna Osternack.
5-5 Ernestina Villela Bittencourt, fallecida. Teve:
5-6 Julia Villela Bittencourt, fallecida. 6- 1 Orlando.
5- 7 Bonifacio Villela Bittencourt, fallecido. 6-2 Aida.
5-8 Lília Villela Bittencourt, fallecida. 6-3 Lauro.
5-9 Judith Villela Bittencourt, casada em primeiras nu- 6-4 Nestor.
pcias com o Dr. Miguel Omena e em segundas nu- 6-5 Odette.
pcias com o Dr. João da Costa Maia. 6-6 Anna Rosa.
Do primeiro matrimonio teve: 5-2 Odette Villela Guimarães casada com Elias Za-
6-1 Dercilla Bittencourt Omena. charias dos Santos. '
6- 2 Deomar Bittencourt ómena, fallecida. 5-3 Rita Gu!marães Pimenta, casada com Carlos da
6-3 João Maria Bittencourt Omena, fallecido. Costa Pimenta.
6-4 Miguel Bittencourt Omena, fallecido. Teve:
Do segundo matrimonio teve: 6-1 Alberto.
6-5 Ruth Bittencourt da Costa Maia. 6-2 Maria Emília.
6-6 Eurico Bittencourt da Costa Maia. 5-4 Raul Villela Guimarães, solteiro.
5- 1O Maria Claudina Villela Bittencourt, casada com José 4-6 J?sé Bonifacio Guimarães Villela, foi Prefeito Muni-
Craveiro de Sá. cipal de Ponta Grossa, e foi na sua administração
Teve: que deram inicio aos importantes trabalhos da rêde
6-1 lrma Bittencourt Craveiro de Sá. de ~g~a e Esgotto, que trouxe um beneficio extra-
6-2 Wanda Bittencourt Craveiro de Sá. ordm~n.o a mesma cidade que luctava com as maio-
6-3 Ruy Bittencourt Craveiro de Sá. res d1ff1culdades para o seu abastecimento de agua.
6-4 Beatriz Bittencourt Craveiro de Sá. Exerceu tambem diversos outros cargos com bastante
6-5 Gisela Bittencourt Craveiro de Sá. proficiencia.
6-6 José Bittencourt Craveiro de Sá.
TITULO CARDOSO DE LIMA
GENEALOGIA PARANAENSE 149
148
Casado com Placidina Gon~lve~ Guimarães, filha 3-6 Balbi~a Guimarãe~ da Cunha, casada com o Coronel
de Joaquim Gonçalves Gu~maraes e de sua mu- Do_mmgos Antomo da Cunha, de quem foi a pri-
lher Balbina Guimarães R1bas. meira mulher.
Teve o filho unico:
filhos:
5-1 Laura Guimarães Villela, casado com Esther 4-1 Jo~o Capistrano da Cunha, dotado de talento,
Gomes Villela filha do Coronel Emilio Ba-
1
rnsm~ante e e~timado, c~rsava a Escola Poly-
ptista Gomes e de sua mulher Etelvina de techmca do Rio de Janeiro quando1 envolvido
Andrade Gomes. em assumptos de familia, foi assassin ado na Rua
Teve: da Quitanda,. por_ um seu collega de curso. A
6- 1 Carlos Gomes Villela. sua morte foi muito sentida e o seu funeral foi
5-2 Balbina Guimarães Villela, casada com Ar- acompa~hado por toda a colonia paranaense e
mando Costa. por eminentes vultos políticos da Côrte.
Teve: 3- 7 João Gonçalves Guimarães.
6-1 José. 3-8 Anna Gonçalves Guimarães, casada com Joaquim Ana-
6-2 Dalmo. cleto da f onseca.
6 -3 Orlando. filhos:
6-4 Hamylton. . . 4-1 Capitão João José da Fonseca, foi um dos bra-
5. 3 Alvaro Guimarães V11Iela, solteiro. vos da c~mpanha ~ontra o Paraguay; casado
5-4 Joaquim Guimarães Vil!ela, solteir?. com f ranc1sca Mathtlde Carneiro, já fallecidos.
5-5 Bonifacio Guimarães Villela, solteiro. filhos:
4- 7 Arthur Guimarães ViIIela, casado com Guilhermina 5-1 Leopoldo Carneiro da Fonseca, foi casado.
Ribas filha do Coronel Rodolpho de Macedo Ribas 5-2 Joaquim Carneiro da Fonseca, casado com
1
e de sua mulher Guilhermina Ribas Madureira. Carlinda Branco Xavier.
filhos:
filhos: 6-1 Rosita Carneiro Fonseca.
5-1 Iva Villela Santos, casada com Bilú Santos.
Teve: 6-2 Regina Carneiro Fonseca.
6-1 Lygia. 6-3 Argentina Carneiro Fonseca.
5-2 Ivonne Ribas ViIIela. 6-4 João Carneiro Fonseca.
4-8 Dagoberto Guimarães Villela, casado com Palmyra 5-3 Josino Carneiro da Fonseca, casado com
Fonseca filha de Francisco Anacleto da Fonseca Francisca Torres.
e de su~ mulher Maria Candida Marcondes. Filhos:
4-9 Alfredo Guimarães Villela, exerceu o cargo de 6-1 Acyr Carneiro da Fonseca.
Adjuncto do ~~ocurado! da Republi~ e !ereador 6- 2 Albary Carneiro da f onseca.
em dois exercic10s servmdo com dedicaçao e zelo. 6-3 Ary Carneiro da Fonseca.
Casado com Annita Borges de Macedo, filha do 6-4 Algacir Carneiro da Fonseca.
Coronel José Borges de Macedo Ribas e de sua 5-4 Nathalia Carneiro da Fonseca Cruz, casada
mulher Maria Miró Alves. com o Tenente Coronel do exercito Candido
Filhos: Flarys da Cruz.
5-1 Alfredo Villela Junior. filhos:
5-2 Sylvio B0r1;es Villela. 6-1 Ary da Fonseca Cruz.
GENEALOGIA PARANAENSE
TITULO CARDOSO DE LIMA 151
150
6-2 Candido flarys da Cruz. de Julho de 1857, era casado com Libania Maurícia de
6-3 Nelson flarys da Cruz. Sá Guimarães, filha de João Antonio da Costa e de sua
6-4 Nathalia Emília da Cruz. mulher Francisca de Paula Ribas.
5-5 Aurora Fonseca Mercer, casada com Em Dezembro de 1829 foi eleito Juiz ordinario de Curi-
Leopoldo Leo~el de S~ . Mercer, .chefe tyba, cargo que não assumiu por se ter ausentado.
politico e Prefeito mumctpal do Ttbagy. falleceu sua mulher com testamento, em Curityba, a 23
Com descendentes em 3-4 de 2-3 do § de Julho de 1866, 4-3 de pagina 518 do 2.o volume.
6.º do Capitulo 5.0 do Titulo Taques Filhos:
3-1 Tenente Coronel Antonio Mauricio da Costa Guima-
deste volume. rães, casado com Maria Leopoldina Madureira.
5-6 Rosina Carneiro da f onseca.
5- 7 Hermancia Carneiro da Fonseca. Por sua alma forai:n . mandadas rezar 5 missas pela
4-2 Francisco Anacleto da Fonseca, casado com Irmandade do Sant1ss1mo Sacramento, em Abril de
Maria Candida Marcondes. 1850, 5-2 de pagina 518 do 2.0 volume, ahi os des-
Com ascendentes e descendentes em 6-13 cendentes.
de pagina 502 do 3.0 volume. 3-2 Dr. José Mathias Gonçalves Guimarães, casado com
4-3 Antonio José da Fonseca, casado em Castro. Delphica Guimarães, de quem foi o primeiro marido
4-4 Pedro Olegario da Fonseca, casado em Ta- filha do Visconde de Nacar e de sua primeira mu~
tuhy, S. Paulo. lher Maria Clara Correia.
4-5 Joaquim José da Fonseca. Com descendentes já descriptos em 5-3 de pagina
4-6 Victor Anacleto da Fonseca. 519 do 2. 0 volume e 6-5 de pagina 186 do 3.º volume.
4- 7 José Anacleto da Fonseca, falleceu em Jagua- 3-3 Maria Joanna da Costa Guimarães, casada em Curi-
riahyva, deixando grande prole. , . tyba em 20 de Maio de 1842, com Francisco de
4-8 Maria da Fonseca, casada com Jose Rohm Paula e Souza, filho de Antonio José de Souza, na-
de Moura, residente no Pirahy. tural de Portugal, e de sua mulher Maria Magdalena
3-9 Brandina Guimarães, casada com ....... de de Jesus, 5-4 de pagina 521 do 2. 0 volume.
Teve:
Mesquita. 4-1 José da Costa de Souza Guimarães.
filhos: (2) 4-2 Marianno de Souza Guimarães.
4-1 Clara Gonçalves Guimarães, casada com Do-
mingos lgnacio de Araujo Rib~s, 6-3 de 4-3 Libania Guimarães, baptisada com 2 mezes a 19
pagina 378 do 2.º volume, ah1 a descen- de Janeiro de 1846.
dencia. 3-4 J?ão Gonç~lves Guimarães, não figurou nos inventa-
4-2 Anna Rosa Guimarães, casada com João Ba- nos procedidos por morte de seus pais, naturalmente
ptista Lustoza Ribas de Andrade - Lalu~ - , falleceu antes delles, em estado de solteiro ou viuvo
6-3 de pagina 251 do 2.~ volume, aht sua sem filhos.
ascendencia e descendenc1a. 3-5 lri~eu Gonçalves Guimarães, casado em primeiras nu-
2-6 Capitão Manoel Gonçalves Guimarães, era repr~- pc1as com Theodora Carneiro Lobo, filha do Capitão
sentado por seu curador quando falleceu soltei- João Carneiro Lobo e de sua mulher Anna Esteves
ro a 18 de Outubro de 1839, em estado de de- Carneiro, que foram proprietarios de latifundios em
Caxambú e no Vorá, e em segundas nupcias com
mencta. .
2- 7 Capitão Mathias Gonçalves Guimarães, fallec1do a 22 Porcina Borges.
TITULO CARDOSO DE LIMA 153
GENEALOGIA PARANAENSE
152
6-2 Theodoro Pinheiro Machado.
Teve do primeiro matrimonio: 6-3 Brasil Pinheiro Machado.
4-1 Coronel Theodoro Carneiro Gonçalves Guimarães,
nascido a 12 de Agosto de 1851 na fazenda «Ca- 6-4 Gastão Pinheiro Machado.
xambú,> (Castro), casado com Bal~ina Carvalho Gui- 6-5 Raul Pinheiro Machado.
marães filha de José Pedro da Silva Carvalho e de 6-6 Lygia Pinheiro Machado.
sua m~lher Maria da Conceição Branco de Carvalho. 6- 7 Odette Pinheiro Machado.
6-8 Ismenia Pinheiro Machado.
filhos: . 5-5 Annita Theodora Guimarães de Araujo, casada
5-1 Balbina Guimarães Virmond, vtuva de .Eduardo
Virmond, é casada em segundas nupc1as com c?m o ~oronel Lysandro Alves de Araujo.
Ja descnptos em 7-5 de pagina 85 do 3.º vo-
Octavio faria. lume, ahi a ascendencia.
Teve do primeiro matrimonio:
6 -1 Eduardo Virmond, casado com Aracy da filhos:
Rocha Virmond, filha de Herculano Alves 6-1 Maria da Luz Araujo Vianna, casada com
da Rocha e de sua mulher Laurinda de Ma- o Dr. f elix Vianna Junior.
cedo Rocha.
f filho:
Do segundo matrimonio teve: 7 -1 Arnaldo.
6-2 Theodoro Guimarães faria. 6-2 Henrique Alves de Araujo - o netto.
6-3 Marina Guimarães faria. 5-6 lnnocencia C...arvalho de Macedo casada com Ser-
6-4 Diva Guimarães faria. gio Rodrigues de Macedo. '
5-2 Mario Carvalho Guimarães, casado com Selmira Teve:
de Castro Guimarães. 6-1 Dagoberto.
6-2 Raul.
Filhos: 6-3 José.
6-1 Alice Guimarães. 6-4 Dr. Manoel Rodrigues de Macedo.
6- 2 Sylvio Guimarães. 6-5 Estacio, fallecido.
6-3 fausto Guimarães.
6-4 Theodoro Guimarães. 4-2 Libania Carneiro Guimarães Bittencourt, nascida a 27
6-5 Neuza Guimarães. de Dezembro de 1849, casada com o Coronel Joa-
5:-3 Dr. Flavio Carvalho Guimarães, casado com An- quim José Bellarmino de Bittencourt.
nita Miró de Carvalho Guimarães, filha de José Com descendentes descriptos em Titulo - Bitten-
Miró de frei tas e de sua mulher Anna Baptista ~ court - deste volume e 6-2 de pagina 522 do 2.0
volume.
Miró. 1 Do segundo matrimonio teve 3-5 mais os seguintes
Filhos: filhos:
6-1 Eunice. 4-3 Capitão lrineu Gonçalves Guimarães Junior, foi offi·
6-2 José Theodoro. cial da Policia do Paraná.
6-3 Plauto. 4-4 Hermancia Borges Guimarães, casada com Antonio
5-4 Maria Eugenia Guimarães Pinheiro, vmva de
Ricardo do Nascimento, de quem foi a primeira
Brasil Pinheiro Machado.
mulher.
Filhos: Já descriptos em Titulo - Rodrigues de França
6-1 Joaquim Pinheiro Machado, casado.com Vol·
landa Queiroz, filha de Lino Queiroz. 3.0 volume desta obra, pagina 124 em 6-5.
TITULO CARDOSO DE LIMA 155
GENEALOGIA PARANAENS.E
154
2-8 Capitão Joaquim Gonçalves Guimarães, era capitão re- § 3.o
formado do extincto Regimento de Cavallaria da 2.a
Linha. foi por muitos annos Presidente da Camara 1-3 Anna Rosa de Lima.
foram ~nfructiferas as nossas diligencias tendentes a
de Curityba. descobnr dados sobre Anna Rosa de Lima.
foi baptisado em Marretes a 21 de Julho de 1776.
f alleceu em Curityba a 6 de Março de 1850, em es-
§ 4.º
tado de solteiro.
Ao demolir-se a antiga Egreja Matriz de Curityba, em
fevereiro de 1880, foi encontrada uma urna contendo 1-4 José de Lima, fallecido em 1774 com 6 annos de
ossos humanos, que foram removidos para o Cemi- edade.
terio Publico, e n'ella havia uma chapa de prata com § 5.º
os seguintes dizeres: - «Aqui jazem os restos mor-
taes do Capitão Joaquim Gonçalves Guimarães, filho 1-5 Joaquim de Lima, fallecido em 1774 aos 4 annos de
legitimo do Tenente .coronel Manoel G.onçalves Gui- edade.
marães e de O. Mana Magdalena de Lima.
Baptisado em Marretes a 21 de Julho de 1776; fal-
leceu nesta Cidade de Curityba a 6 de Março de
1850. Viveu solteiro, fazendo companhia a seu pai
enfermo, e por morte d'este, a sua mãi e por morte
d'esta a sua irmã O. Maria Clara do Nascimento,
a quem não só fazia as vezes de irmão como de
pai, pela sua bondade, instituindo-a herdeira de seus
bens. »
2-9 Maria Clara do Nascimento. Solteira. falleceu em 28
de Dezembro de 1854, deixando testamento.
Seus bens foram inventariados e avaliados em ....
73:812$51 O, dos quaes legou 15:833$250 em terras
de criação, casas e dinheiro ao Coronel Francisco de
Paula Guimarães.
.•"'
O Coronel Manoel Gonçalves Guimarães alem dos
filhos mencionados, de seu matrimonio com Maria
Magdalena de Lima, 1-2 de pagina 86, teve mais com
Mariana Luiza Soares, natural de S. Paulo, filha de
Antonio Leite Cardoso e de Luciana Maria do Espí-
rito Santo, o filho:
a) Joaquim Antonio Guimarães, casado em 1804 com
Anna Maria da Luz, 4-6 de pagina 164 do 3.0 volu-
me, ahi a descendencia.
Titulo Taques
Mendes, de dom Mem Paes, o Bofinho, 6.0 senhor rei das Asturias (718-737), que foi f. 0 de Pedro, duqu~
de Baião, notavel cavalleiro que esteve no cerco de de Cantabria, e neto de f avilla, duque de Cantabria;
Lisboa em 1147, e de d. Sancha Paes, esta f.a de 1 ~-ª neta de ~om Pelagio e de d. Gaudina, aquelle,
dom Paio Curvo e de d. Maria do Maranhão; 5.a rei das Astunas e 1.0 conquistador das Hespanhas;
neta de dom Paio Godins, rico-homem, 5.0 senhor 12.a neta de dom f avi lia, duque de Cantabria, descen-
de Baião, e de d. Maria Martins do Vinhal, esta f.a dente dos antigos reis godos. Voltando a dom Egas
de Martim Annes do Vinhal e de sua 1.ª mulher Oozendes, foi d. Mecia Vasques de Azevedo, por elle,
Sancha Pires; 6.ª neta de dom Godinho Viegas, rico- 8.ª neta de dom Gonçalo Araldes, 2. 0 senhor de Baião,
homem, 4.0 senhor de Baião e mais terras, fundador Riba Douro e outras terras, e de d. Octaviana Peixoto,
do mosteiro de Villar de frades e de sua mulher d. esta, f.a de Manoel Peixoto, fidalgo de Guimarães;
Maria Soares, f.a de dom Soeiro Glledes._ e de d. Maria 9.a neta de dom Arnaldo, 1.0 senhor de Baião, que,
TITULO TAQUES
GENEALOGIA PARANAENSE 163
162
vencido em uma batalha contra Hugo, conde de Ar- seu Ii~ro «Saudades. da !erra., , e o padre Antonio
les, com O resto de suas for~as entrou em Portugal, C_?rde1r? na su~ «H1stona Insulana ~. Esta Ilha de
nde tendo conquistado muitas terras dos mouros, ?ªº Miguel fot ~escoberta por ordem do mesmo
~tabeleceu-se em Baião, e de sua mulher d. Ufa; infante dom Hennque por frei Gonçalo Velho Cabral
10.ª neta de Guida duque de Espolet?, conde de de Mello em 1444. c~mmendador do Castello de
Toscana, rei de Italia de 888 ~ 891, imperador. de ~lmourol, s~nhor ?ªs villa_s de Piais, Bezalga e Car-
891 a 894; 11.ª neta de d. Adelaide e de seu n:iand~ dig~,_ que ~ ella foi o _capitão donatario; este mesmo
príncipe italiano Lamberto; 12.ª neta de Pepm, rei cap1tao foi o descobndor da ilha de Santa Maria
0
da Italia de 781 a 81 O; 13.ª ~et~ de Carlos Magn?, em 15 de Agosto de 1432 e 1.0 donatario d1e1Ja
rei de França rei da Lombardia, imperador do Occ1- Em Gonç_alo Vaz Botelho n.º 13.º vem entroncar ~
dente de soo' a 814, e de sua 2.a mulhe_r Hildegarda, ascendencta de Paschoal Leite Furtado, interrompida
«Apontamentos Genealogicos do dr. Lmz P. Moretz- na nota a pag. 92 do V. 3.o. Gonçalo Vaz Bo-
sohn de Castro». . telho chamado «o Grande » por elle o ser no corpo
«De Affonso Martins Botelho n.0 8.0 f01 f. 0 : e condição,. e_ tambem por ter um f.o do mesmo
«9 o Diogo Affonso Botelho, infanção no mosteiro de nome, _era 1rmao_ de Pedro Alvares Botelho, cidadão
M~rcellos em 1339, casado com d. Maria f ernandes de mmta auctondade e do conselho de el-rei dom
de Carvalho f.a de Fernão Gomes de Carvalho e de João II, em c~jo tempo vivia, commendador-mór da
d. Mayor Rodrigues. Teve: . , . o~dem de Chnsto, segundo escreveu dom Antonio de
«1O.º Fernão Dias Botelho, alcaide-mor de Almeida, Ltm~. s_enhor de Castro Daire, em seu importante
casado com d. Violante. Teve: nob1ltano. Teve:
« 11.º Diogo Botelho, a]caide-mór de Almeida, valido « 14._ Nuno Gonçalves Botelho, que foi o J.o varão
de dom João I de Portugal, casado com d. Leonor bapttsado na pia de S. Miguel, porque nasceu no
Affonso Valente f.a de Martim Affonso Valente, al- mar, casou com d. Catharina Rodrigues, mulher muito
caide-mór de Lisboa, senhor do morgado da Pavoa. nobre, e teve 2 f.os, entre os quaes foi:
« 15. 0 Jorge Nunes Botelho, que tirou seu brazão de
Teve:
« 12.º Pedro Botelho, commendador-mór da ordem d~ armas em t~mpo de el-rei dom João III, deduzindo
Christo que veiu com sua gente soccorrer a el-ret a sua varoma dos Botelhos; casou-se com Margarida
dom J~ão I na batalha de Aljubarrota aos 14 de de Iravassos Cabral f.a de Gonçalo Velho e de Ca-
Agosto de 1385, como r~fere José Soar~ da Silva, thanna Alves de Benavidas (da geração dos Amados),
academico da real academia, nas Memorias de dom neta pat. de Pedro Velho Cabral, que fez a ermida
João I, tomo 3.º, Cap. 252, pag. 1254. D'~ste com- de N. S. do~ Remedias da _Lagôa, ilha de S. Miguel,
mendador Pedro Botelho faz menção o hvro <<Os e de Cathanna Affonso; b1sn. de Diogo Gonçalves
Grandes de Portugal » de dom Antonio Caetano de Travassos e de d. Violante Cabral (irmã de frei
Sousa á pag. 416, e outros nobiliarios; foi casado Gonçalo Velho Cabral de Metia descobridor e I.o
com lzabel Annes de Buacos f.a de Gonçalo Annes capitão donatario das ilhas de Santa Maria e de S.
de Buacos. Teve: Miguel) f.os do fidalgo Fernão Velho e de d. Maria
« 13.o Gonçalo Vas Botelho que, com sua mulher e Alvares Cabral; terneta, por Diogo Gonçalves Tra-
f.os, por ordem do infante dom Henrique, veiu po- vassos, de Martim Gonçalves Travassos fidalgo de
voar a ilha de S. Miguel pelos annos de 1445 a P.ortugal, e de d. Catharina Dias de Mello, como já
1450, segundo refere o doutor Gaspar f ructuoso em vimos na nota á pag. 92 do V. 3.o. Teve:
TITULO TAQUES
164
GENEALOGIA PARANAENSE 165
"16 o Nuno Gonçalves Botelho que foi provedor do Christo. Por seu bisavô f rancisco de Arruda Costa
·d· 0 na ilha de S. Miguel e casou-se com sua foi teme~ de Jo~o de Arruda Costa e de sua mulhe;
rimau segunda d. lzabel de Mace d.º f.a d.e Fernao
res1 - de d. Cathanna _Fav1lla, natural da ilha da Madeira, irmã
~acedo (irmão do capitão ~onatano da ilha ~o Fayal, de d. Marganda Mendes, mulher de Ayres Pires Cabral
Jobst Van Heurter, corrompido pela pronuncia portu- morador na cidade de Ponta Delgada; por João d~
ueza em Jorge d'Utra) e de sua mulher d. Anna Arruda Costa, 4.a neta de João Gonçalves Botelho
bomes que era neta do fidalgo Gonçalo Vaz Botelho
n.º 13.º, por ser f.~ de Gonçalo Vaz Botelho, o moço,
r (f.0 de Gonçalo Vaz Botelho, o Grande, n.º 13.º) ~
de ~ua mul~er d..Izabel Dias da Costa. Por d. Ca-
chamado O Andanlho. Teve: than~a fav1lla, foi 4.ª neta de João Favilla e de d.
« 17.º Jeronimo Botelho de Mac~do que s~ casou na Beatnz Coelho. Segundo se vê nas «Saudades da
ilha de Santa Maria com d. GUJomar Fale1ra Cabral, Ter~a » do dr. Gaspar Fructuoso <<a nobre família dos
e teve na villa da Ribeira Grande 7 f. 05, entre os fav11las procede do conde dom Favilla e do conde
quaes: dom Pelagio, ~sturianos que ajudaram a ganhar a
«18.º Gonçalo Vaz Botelho que c~sou com ~ua pa- Hespanha perdida em tempo de el-rei dom Rodrigo·
renta d. Anna de Arruda f.a do capitão Francisco do por terem perto de Olivença, no extremo de Castell~
Rego Cabral e de sua mulher d. Anna de Macedo, e Portugal onde moravam, grandes differenças ~ com
n. p. de 9aspar ?º Rego _e de sua Mulher Marga- alguns seus amigos, se vieram viver a este reino
rida Coutmho, b1sn. de Joao do Rego e de ..... . entre os quaes veiu um dom João FaviHa que el-rei
Beliago, tern. de Gaspar do. Rego e. de d.. Mana dom Affonso V casou com Beatriz Coelho dama da
I
Baldaia· por sua avó Marganda Coutmho, bisn. de sua casa, sobrinha ou f.a de um irmão do Coelho a
Manoei' Nunes Botelho e tem. de Diogo Botelho, e quem tiraram o coração pelas costas, por ser leal a
4.ª neta de Nuno Gonçalves Botelho n.0 14.o. Pela este reino, e o principe, depois de seu pai morto, o
parte materna foi d. Anna de Arruda neta de Sebas- matou com este genero de morte por se vingar d'elle».
tião de Arruda e bisn. de Francisco de Arruda Costa << Deste dom João Favilla, que se casou na ilha da
e de sua mulher d. Francisca de Viveyros Sousa. Madeira com Beatriz Coelho, procede entre outros:
Deste Francisco de Arruda Costa diz o dr. Gaspar Catharina favilla que casou com João de Arruda
fructuoso «que fôra homem de grande espírito, pru- Costa como dissemos acima. De Gonçalo Vaz Bo-
dencia discrição e liberalidades, e lhe dava o caracter telho n. 0 18.0 foram f. 05, entre 15, os 4 seguintes:
de pa{ da patria: teve o foro de fidalgo d~ casa real «a) Nicolau da Costa de Arruda que casou com
e foi cavalleiro professo da ordem de Chnsto,. e que d. lgnez Tavares, natural de Calhetas.
fôra capitão-mór do soccorro que levou da ilha de r «b) Francisco de Arruda e Sá que veiu a S. Paulo
S. Miguel para a de Santa Mana no anno de 1576 e é o do Cap. 1. 0 d'este Tit.
com 200 homens de armas, sustendados á sua custa <<e) André de Sampaio Arruda que veiu a S. Paulo
todo o tempo que se demorou com es~e soccorro e é o do Cap. 2. 0 d'este Tit.
na ilha de Santa Maria, a favor do donatano d'el\a-o «d) Sebastião de Arruda Botelho que veiu a S. Paulo
capitão Pedro Soares de Sousa, e que n'este s?ccorro e é o do Cap. 3.o d'este Tit.
levára comsigo a seu genro João de Mello, m~i nobre «As armas dos Botelhos, de que os descendentes tem
fidalgo, aquelle que fôra por parte. da cida~~ de brazão, são: << um escudo, em campo de ouro quatro
Ponta Delgada dar obediencia a el-rei dom F1hppe, bandas vermelhas; elmo de prata aberto e guarnecido
o qual lhe mandou lançar o habito da ordem de de ouro; timbre um meio leão de ouro. Estas mes-
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mas armas são as usadas pelos condes de S. Miguel, vernador e administrador geral das Minas de ouro e
por sua varonia de Botelhos. prata, Salvador Correia de Sá e Benevides, que se
«As armas dos Velhos-Mellos-Cabraes-Travassos achava em 1659 em S. Paulo, prestou relevantes ser-
são: ~um escudo esquartellado: no 1.0 quartel ~s viço~. pesso~es e auxilias de sua propria fazenda.
armas dos Mellos que são: em campo vermelho seis Aux1ltou valiosamente a Salvador Correia por occa-
besantes de prata entre dobre cruz tambem de prata, sião do levante que em 1660 se realisou no Rio de
e uma bordadura de ouro; no 2. 0 as dos Velhos: em Janeiro, contra a autoridade do Governador. Com
campo vermelho cinco vieiras de ouro em aspa; no grande pratica do sertão, onde tinha penetrado ante-
3.º as dos Cabraes: em campo de prata, duas cabras riormente com seu pai em conquista do gentio, rece-
pastantes de purpura; no 4. 0 as dos Travassos: em beu carta de D. Pedro, em 1674, convidando-o a
campo vermelho cinco rosas de tr~vo de o~ro em descoberta de ouro e prata, resolveu-se com seus ca-
aspa; timbre o dos Mellos que e uma agma preta bedaes e forças de armas a penetrar o sertão dos
com besantes de prata». gentios de Cataguazes e de Minas Oeraes. Falleceu
«As armas dos Regos são: um escudo com o campo em 1677, em avançada edade, como governador das
de verde e uma banda de prata e n' ella tres vieiras minas do Caethé; por este, era terceiro neto de Pe-
perfiladas de azul; elmo de prata aberto, gu~rnecido dro Taques que passou ao Brasil em 1591, no cara-
de ouro· paquife de ouro e verde, e por d1fferença der de secretario do governo, em companhia de D.
uma maÍeta de ouro; por timbre uma vieira de ouro Francisco de Souza, 7. 0 governador geral. Esteve na
entre dous pennachos verdes. Bahia até 1598, quando D. Francisco de Souza veio
«As armas dos Costas são: «um escudo com o campo a S. Paulo a visitar as minas de ouro e ferro, então
de vermelho, com seis Costas de ~rata em facha, com descobertas por Affonso Sardinha; ahi se casou Pedro
duas palas; e algumas tem por d1fferença uma !lor de Taques com Anna de Proença, filha de Antonio de
liz de ouro elmo de prata aberto, guarnecido de Proença (moço da camara do infante D. Luiz) e de
ouro; paquif~ de prata e vermelho, e por timbre duas t
Maria Castanho. Falleceu Pedro Taques em 26 de
das costas em aspa». 1
Outubro de 1644; era filho de f rancisco Taques Pom-
- Por seu pai Lourenço de Castanho Taques, e~a peu, natural de Brabante, dos Estados de Flandres,
neto de outro de igual nome e de sua mulher Mana da nobilissima familia de seu appellido; passou a
de Araujo, fallecida em 1683 em S. Paulo, donde era Portugal a tratar do commercio, em Setubal, onde se
natural; por esta, bisneto do Capitão Luiz Pedroso casou na freguezia de S. Jui ião com Ignez Rodrigues.
de Barros e de Leonor de Siqueira Oóes Araujo, na- Diogo de Lara e sua mulher Magdalena Fernandes
tural da Bahia; por seu avô Lourenço Castanho Ta- f de Moraes, têm seus ascendentes já descriptos nesta
ques, era bisneto de outro Lourenço Casta~ho Taques, obra no volume 4. 0 , pagina 30 e seguintes, em Titulo
casado em 1631 em S. Paulo, com Mana de Lara; Lara.
por esta, terceiro neto de Diogo de Lara e de sua O Capitão lgnacio Taques de Almeida foi casado em
mulher Magdalena Fernandes de Moraes. Este Lou- primeiras nupcias com Margarida da Silva Leme e
renço de Castanho Taques foi homem de grande va- ( em segundas nupcias com Anna Luiza de Quadros,
lor e intrepidez; foi estabelecido na Fazenda da Ribei- em Quartelá, município do Tibagy.
ra do lpiranga, e era opulento em cabedaes. Recebendo Teve do primeiro matrimonio:
uma carta firmada pelo real punho de D. João IV, 1 - Anna de Arruda Coutinho . Capitulo 1.0
que lhe recommendava désse ajuda e favor ao Oo- 2 - Manoel Ribeiro de Almeida. Capitulo 2. 0
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3- Antonia Ribeiro da Silva . . . . Capitulo 3.o CAPITULO 4. 0
4- José Pompeu. de ~lmeida . . . . Capitulo 4.0
Do segundo matnmomo teve: 4 - José Pompeu de Almeida, natural de Curityba, casado
5- Tenente Coronel Balduino de Almeida em 1760 em S. João de Atibaia, com Maria de Oo-
Taques. . . . . . . . Capitulo 5.o doy, filha de José Correia de Moraes e de sua mulher
6 - Anna Victoria Taques . . Capitulo 6.0 Maria de Góes. Filhos mencionados no volume 4.o da
1. «Genealogia Paulistana», pagina 236 em 4-1 de 3-3:
CAPITULO 1.0 1 - 1 Anna Correia da Luz . . . . . . . § t.o
1-2 lgnacio Taques Pompeu . . . . . . § 2.o
1 - Anna de Arruda Coutinho, se casou em Curityba em
1752 com Antonio Rodrigues Maciel, filho de An- § }.o
tonio Oracez (ou Oarcez?) Barreto e de Julianna An-
tunes; neto pela parte. paterna ~e Balthaza~ Oracez 1-1 Anna Correia da Luz, se casou em Atibaia em
Barreto e de Maria Bemta, fa1lec1da em Cuntyba em
1788 com Antonio Oodoy Lima, filho de Pedro
1712. de Lima Camargo e de sua mulher Francisca de
Não descobrimos a descendencia. Godoy Moreira.
Filhos:
CAPITULO 2. 0 2-1 Francisco de Oodoy, casado em primeiras
2 - Manoel Ribeiro de Almeida, se casou em Sorocaba nupcias em 1809, em Atibaia, com Manoela
com Anna Maria Bueno, filha de Paschoal Delgado Antonia Paes, filha de Joaquim José Pinto
de Moraes e de sua mulher Maria de Almeida Bueno. e de Marianna Paes; neta paterna de Ma-
Parece-nos serem estes os paes do bravo Marechal noel da Silva Pinto e de Luzia Bueno; neta
Bento Manoel Ribeiro da revolução Rio Grandense pela parte materna de Bartholomeu Bueno
de 1835, que sabemos positivamente ser neto ~o ça- Pedroso e de Narciza Bueno; casado em
pitão lgnacio Taques de Almeida, do seu pnmetro segundas nupcias em S. Carlos, em 1821,
matrimonio. com Gertrudes Maria, filha de Raphael Bueno
Não descobrimos a descendencia. Cardozo e de Messia da Silva.
2-2 Gabriel de Godoy Moreira, casado em Ati-
CAPITULO 3.0 baia em 1809 com AnnaJoaquina da Sih:a
filha de Bento Barbosa Pires e de sua mu-
3 - Antonia Ribeiro da Silva, casada a 4 de Junho de lher Izabel da Silva.
1761, no Capão Alto (registrada no Cartorio ecde- Filhos:
siastico de Curityba), com José Correia de Moraes, 3-1 Maria Joaquina de Godoy, casada em
filho do Tenente José Correia de Moraes e de sua 1830 em Itatiba, com Manoel João Bueno,
mulher Maria de Oóes; neto pela parte paterna de filho de Raphael Bueno Cardozo e de
José Correia de Lemos, de Atibaia, e de sua mulher Messia Silveira.
Lucrecia Bueno; neto pela parte materna de Fernando 3-2 Manoela Joaquina da Luz, casada em
de Oóes e de sua mulher Anna Maria de Camargo, 1830, com seu tio Antonio Francisco
estes de Atibaia. de Godoy, filho de Antonio de Oodoy
Não descobrimos a descendencia. Lima e de Anna da Luz Correia.
TITULO TAQUES
GENEALOGIA PARANAENSE 171
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3-3 Antonio Gabriel de Godoy, casado em 1840, 3-1 f rancisco Bueno de Camargo.
no Selem, com Escolastica Maria Franco, 3- 2 Maria de Camargo.
filha de Thomé d'Avila e de Maria Franco 3-3 José Bueno de Camargo.
Cardozo. 2-2 Pedro Pompeu, baptisado em Atibaia em 1792 ca-
3-4 Anna Joaquina, casada em 1842, no Belem, sado em 1812, na villa de S. Carlos com Ann~ An-
com João Paulino Nepomuceno, filho de tonia Soares, filha de Antonio Soar~s de Camargo e
Ignacio José dos Reis e de Maria Bernardina. de Anna Emerenciana de Campos.
3-5 Jacintha Eugenia, casada em 1844, no Be- filhos:
lem, com Theodoro Bueno da Silveira, filho 3-1 José Soares de Godoy, casado em 1837 na villa
de Raphael Bueno Cardozo e de Messia da de S. Carlos com Anna Euphrasia de Campos
Silveira. filha de Antonio de Godoy Campos e de Ann~
2-3 Bento de Godoy Lima, fallecido em S. Carlos Engracia da Silva.
em 1832, casado com Gertrudes Maria das Ne- 2-3 Anna Maria de Godoy, casada em 1817 com Manoel
ves, viuva de Joaquim Rodrigues. de Souza Murça, de ltú e morador na Limeira1 filho
Filhos: de Mathias de Souza Murça e de Anna Fra ncisca
3 -1 Daniel de Oodoy Lima. ·Barbosa.
3-2 Brandina de Godoy. filhos:
3-3 Francisco de Godoy Lima. 3-1 Francisca.
3-4 Gabriella de Godoy. 3-2 José.
3-5 Felippe de Godoy Lima. 3-3 Joaquim.
2-4 João de Oodoy Moreira. 3-4 Maria.
2-5 Francisco de Godoy Lima, era casado em 1845 3-5 Anna.
e residia na Limeira. 2-4 Christina Maria de Godoy, gemea com Anna Maria,
2-6 Manoela Joaquina de Godoy, casada com Ma- s.e casou em 1819 com Joaquim Bueno de Godoy,
noel Bueno da Cunha. filho de Bartholomeu Bueno Cordeiro e de Romualda
2- 7 Antonio Francisco de Godoy, casado em 1830, da Silva.
em Belem do Jundiahy, com sua sobrinha Ma- 2-5 Antonio Joaquim de Godoy, baptisado em 1796 em
noela Joaquina da Luz, 3-2 de 2-2 retro. Atibaia, se casou em 1821 com Anna Francisca, fiJha
de Joaquim Mariano d' Avila.
§ 2.0 2-6 Rosa de Godoy.
2-7 Francisca Maria de Godoy, casada em 1819 com João
1-2 lgnacio Taques Pompeu, casado em 1790 em Atibaia, Bueno de Godoy, fiJho de Domingos Rodrigues das
com Gertrudes de Godoy Lima, filha de Pedro de Neves e de Anna Bueno de Godoy.
Lima Camargo e de f rancisca de Godoy Moreira. 2-8 Gertrudes, casada com Francisco de Oliveira Bueno.
Filhos: (C. O. Campinas.)
2- 1 Maria Gertrudes, baptisada em 1790 .em Atibaia, CAPITULO 5.o
casada com Vicente Bueno de Camargo, filho de
lgnacio de Camargo Pimentel e de Ignez Fran- 5 - Tenente Coronel Balduino de Almeida Taques, se ca-
cisca de Moraes. sou com Maria Antonia Borges de Macedo, irmã do
Teve: ajudante José Borges de Macedo.
TITULO TAQUES
172 GENEAlOGlA PARANAENSE 173
182
por ahi levar a estrada de ferro que se destina a im-
O Major Virgilio foi abastado criador de gado vac- portante . Fazenda Monte Alegre, hoje pertencente a
cum, no lugar denominado «fazenda. do Vorá»! que um synd1rato extrangeiro, que adquiriu da viuva do
limita os municípios de Tibagy, Jaguanahyva e P1rahy, Dr. Javert de Madureira, os 65 mil alqueires de ter-
ainda litigiosos. . . . . ras de que ella se compunha, para a introducção de
A fazenda do Vorá se acha hoJe subd1v1d1da entre colonos agrícolas. Os estudos de ambas essas estra-
seus herdeiros, sendo que a Estancia da - Cruz do das já se acham ultimados. De Ponta Grossa ao Lam-
Vorá - de 500 alqueires de mattas e magnificas bedor ~a uma distanci~ de 16 leguas apenas, passando
campos criadores, pertence a suas filhas solteiras Ju- pelo T1bagy e Ventama, sendo que, até esta locali-
lieta de Macedo Taques e Maria da Conceição; a de dade ha bons caminhos que podem ser percorridos
- Pedra Branca do Vorá - hoje pertencente ao em caminhões ou automoveis em 5 horas. Augura-
Major Arthur Alfredo Taques, com cerca de 800 al- mos ás ~guas do Lambedor, uma procura igual as de
queires de optimos campos e_ m~ttas. As pastagens Caxambú, que em nada lhe sobrepujam nos effeitos
são magnificas e não são pre1ud1cadas pelas geadas e resultados medicamentosos, nem nas bellezas natu-
que ahi pouco damno cauzam. raes e suavidade de seu clima delicioso.
A fazenda do Vorá constituía uma parte das antigas Possuía mais as fazendas de Curralinho e Barreiros
sesmarias do Coronel João Carneiro Lobo, que as no Tibagy, hoje pertencentes a seus herdeiros. '
recebera como legitima, ao se casar com O. Anna Es- filhos:
teves Carneiro; abrangiam essas sesmarias quasi que 3-1 Julieta de Macedo Taques, é solteira e uma das
todas as terras que se estendiam de Itararé aos limi- co-proprietarias da Fazenda da Cruz do Vorá e
tes de Castro, e que hoje se acham subdivididas. das aguas do Lambedor.
Na Fazenda do Vorá existem as preciosas Aguas Sul- 3-2 Lothario Taques, fazendeiro no Vorá, casado com
phurosas, radio-activas, no lugar conhecido por - Anna dos Santos Taques.
Lambedor - distante 8 leguas do Pirahy. Ricas em filho:
principias medicamentosos, são essas aguas procuradas 4-1 Althayr, com 21/ 2 annos de edade.
por centenares de doentes do estomago, figado e rins 3-3 Maria José Taques, casada com seu primo Arthur
que ali vão recuperar a saúde. E' de se lamentar que Alfredo Taques, filho do Tenente-Coronel Bal-
a falta de bôas vias de communicação, de recursos e duino de Almeida Taques e de sua segunda mu-
de conforto de toda especie, tornem essas aguas ma- lher Ambrosina Rocha Bahls, 3-5 de pagina 188
ravilhosas, de difficil accesso aos soffredores. O clima deste.
é temperado e ameno, apezar de se achar ella nas cam- filhos:
panhas, acima da Serra das furnas; mais quente que 4-1 Maria Clara Taques de Mattos, casada com
o Pirahy e Jaguariahyva e mais frio que o Tibagy, o Tenente Theodoro de Mattos, do exercito
de cujos lugares dista 8 leguas; possue bôas fructas, nacional.
principalmente as laranjas que são saborosas. Sem filhos até 1929.
A projectada estrada de rodagem que do Pirahy se 4-2 Athenaide Taques, solteira.
dirigirá a S. Jeronymo e Jatahy, cortará as Estancias 4-3 Balduino Taques, gymnasiano.
de Pedra Branca e das Cruzes do Vorá, passando 4 4-4 Anah Taques, solteira.
kilometros distante das aguas; nesse dia estará re- 3-4 Maria da Conceição, solteira. E' co-proprietaria
solvido o problema, com a installação de hoteis e de da Fazenda da Cruz do Vorá e Lambedor.
habitações proximas das fontes. Projecta-se tambem
GENEALOGIA PARANAENSE
TITULO TAQUES 185
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3-5 Emma Taques de Albuquerque, casada com Con- Teve:
rado de Albuquerque. 3-1 Amantino Barbosa de Macedo Sobrinho, casado com
filhos: Amelia Ribas.
4-1 Laura Taques de Albuquerque. filhos:
4-2 Zaide Taques de Albuquerque. 4- 1 Francisco Barbosa de Macedo, solteiro.
4-3 flavio Taques de Albuquerque. 4-2 Luiz Barbosa de Macedo, casado com . . . . . ,
3-6 Edillia Taques Pimentel, viuva do Pharmaceutico filha de ldak Zinenisman.
Octavio Pimentel. Reside em Castro. Teve:
filhos: 5-1 Orley.
4-1 Raul Taques Pimentel. 4- 3 Laurinda Barbosa de Macedo, casado com Zica
4-2 Maria de Lourdes Pimentel.
4-3 Renée Taques Pimentel. Tiveram 5 filhos.
2-3 Elias de Assumpção Taques, casado com Maria An- 4-4 Wantuil Estrellatito Barbosa, solteiro.
tonia Taques. Já descriptos em 2-3 de 1-2, § 2. 0 , 4-5 Honorina Barbosa, casada com Eudes de Mello
Capitulo 1.o deste Titulo. Ahi a geração. e Silva.
2-4 Ambrosina Taques Ribas, casada com Geraldo Pinto Teve:
Ferreira Ribas. 5- 1 Ariel.
3-2 Feliciano Barbosa de Macedo, casado com Maria da
Sem filhos.
2-5 Anna Placidina de Assumpção Borges, casada com Conceição Barbosa de Macedo.
Tobias José Borges. Teve:
4-1 Maria Candida de Macedo, casada com Ozorio
Teve:
3-1 Constante José Borges, casado com Maria José, Rolim Borba.
filha de Alberto Martins de Araujo França e de Teve 3 filhos.
sua mulher Querubina Taques Martins. 3-3 Nestor Barbosa de Macedo, casado com Anna dos
filhos: Santos, filha de João Antonio dos Santos e de sua
4-1 Celeste Martins Borges. mulher ldalina Rocha.
4-2 Tobias Martins Borges. filhos:
4-3 Alberto Martins Borges. 4-1 Abigail.
4-4 Esther Martins Borges. 4-2 Annita.
4-5 Rosa Martins Borges. 4-3 João.
4- 6 Amanda Martins Borges. 4-4 Nouridino.
4- 7 Maria Candida Borges. E mais 2 filhos.
4-8 Vollanda Martins Borges. 3-4 Veridiana Barbosa Ribas, casada com Ju1io Ferreira
3-2 Euclides José Borges, casado com Lavinia Mer- Ribas.
cer Guimarães, filha de Bonifacio Gonçalves Gui- Teve:
marães e de sua mulher Alice Mercer Guimarães. 4- 1 Godofredo Barbosa Ribas, casado com Maria
Eugenia Guimarães, filha de Bon_ifacio Oonçalv~s
Teve: Guimarães e de sua mulher Altce Mercer Gui-
4-1 Elza Guimarães Borges.
2-6 Maria Antonia de Assumpção Barbosa, casada com marães.
Antonio Barbosa de Macedo. Tiveram 2 filhos.
TITULO TAQUES 187
GENEALOGIA PARANAENSE
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Filhos:
4-2 Abrilino Barbosa Ribas, casado com .... 4-1 Maria da Luz Taques Monteiro 1 casada com Ber-
Sem filhos. nardino José Gomes Monteiro, já fallecido.
4-3 Napoleão Ribas, solteiro. Teve:
4-4 lgnez Barbosa Teixeira, casada com Octavio 5- 1 Zenith Monteiro Krüger, casada com Dewet
de Paula Pinto. do Nascimento Krüger.
Tiveram 4 filhos. Teve:
4-5 Malvina Barbosa (amargo, casada com Joa- 6-1 Bernardino.
quim Ferreira Ribas. 5-2 Licio Taques Monteiro.
Sem filhos. 5-3 Manoel Taques Monteiro.
4-6 Maria da Conceição Borba, casada com Ti- 4-2 Rosa Taques de Lemos, viuva de Ricardo de
bagy Telemaco Borba, filho de Martiniano Lemos, funccionario da Secretaria Geral, poeta e
Borba; por este, neto do Coronel Telemaco literato, filho de Antonio Pereira de Lemos, na-
Borba. tural de Portugal, que foi honrado e acreditado
Teve 3 filhos. commerciante em Curityba, e de sua mulher Sa-
3-5 Ignez Barbosa Martins, casada com Tiburcio Bor- turnina Guimarães.
ges Martins. Teve:
Teve: 5- 1 Tullio de Lemos.
4-1 Urbano Barbosa Martins, casado com Con- 5- 2 Antonio de Lemos.
suelo Meira de Vasconcellos, filha do Dr.Jonas 5-3 Maria Joaquina.
Meira de Vasconcellos, Juiz de Direito em 4-3 Salvador Rolim Taques, casado com Rosa Bock.
Jaguariahyva, e de sua mulher Maria Candida. Filhos:
Tiveram 2 filhos. 5-1 Nilo.
4-2 Oswaldo Barbosa Martins, casado com Mar- 5-2 Gastão.
garida Martins. 4-4 Manoel Ayres Taques, solteiro.
Tiveram 1 filha. 4-5 Vollanda Taques de Freitas, casada com o Te-
4-3 Jonas Barbosa Martins, solteiro. nente do Exercito Francisco de Almeida Freitas.
3-6 Francisca Barbosa Macedo, solteira. Teve:
2- 7 Tenente-Coronel Balduino de Almeida Taques, que 5-1 Hamilton.
foi Prefeito em Ponta Grossa e Deputado á Consti- 4-6 Maria do Rasaria Taques, solteira.
tuinte do Paraná, foi casado em primeiras nupcias 3-2 Athayde dos Santos Taques, casado com Bernardina
com Maria da Luz Santos e em segundas nupcias Borges de Almeida, filha de José Eduardo de Almeida,
com Ambrosina da Rocha Bahls, que era viuva de fazendeiro e proprietario da fazenda da Tabatinga, no
Eduardo de Almeida, de quem houve um filho de Tibagy, com cerca de 1500 alqueires.
nome Jordão Bahls de Almeida. Era proprietario da filhos:
fazenda Santa Cruz, 4 Jeguas retirada da cidade de
Castro.
4-1 João de Almeida Taques 1
4-2 Ozorio de Almeida Taques casados e com des-
filhos do primeiro matrimonio : 4-3 Maria da Luz Taques 1· cendentes.
3-1 Manoel Antonio dos Santos Taques, casado com 4-4 Anna Taques
Maria Joaquina, filha de Salvador Rolim de Oli- 4-5 Leopoldo Taques, solteiro.
veira Ayres.
l
GENEALOGIA PARANAENSE
TITULO TAQUES 189
188
filhos:
4-6 Arthur Taques 4-1 Ambrosina.
4- 7 Ame_lia Taques solteiros. 4-2 Eurico.
4-8 Sylv1a Taques 4-3 David.
4-9 Emília Taques 4-4 Innocencio Ivo.
3-3 Marianna Ferreira Bittencourt, casada com o Tenente-
Coronel José Thimoteo de Sá Bittencourt, filho do 3-8 Frederico Taques, solteiro.
Tenente-Coronel José florentino de Sá Bittencourt e 3-9 Ernestina Taques, casada com Olympio Ribas de Ca-
de sua mulher Francisca Ubaldina Taques de Bit- margo, de Guarapuava.
filhos:
tencourt. 4-1 Heraclides Taques de Camargo.
Teve: 4- 2 Albirom Taques de Camargo.
4-1 Frederico 4-3 Lindaura Taques de Camargo.
4-2 Julieta 4-4 Carlinda Taques de Camargo.
4- 3 Sezi nando 4-5 Balduino Taques de Camargo.
4-4 Ernestina 4-6 Naylor Taques de ( amargo.
4-5 José Balduino 4- 7 Odomiro Taques de Camargo.
4-6 Ubaldino casados. 4-8 Leorival Taques de Camargo.
4- 7 Maria da Luz 3-10 Ubaldino Taques, casado com uma filha de Diogo
4-8 Francisca. Camargo, de Guarapuava.
4-9 Augusto
4-10 Leopoldo filhos:
4-1 Leomar Taques.
4-11 Ernesto
4-12 Amelia
4-2 Neuza Taques.
4-13 Jacy, solteira.
4-3 .. .
3-4 Arminda Taques Rolim Ayres, fallecida, foi casada com 4-4 .. .
Hygino Rolim Ayres, filho de Salvador Rolim Ayres. 3-11 Honorino Taques, solteiro.
Teve um filho que morreu antes della. 3-12 Carolina Taques, solteira.
3- 13 Iracema Taques Agner, casada com Aroito Agner.
filhos do segundo matrimonio de 2-7:
3-5 Arthur Alfredo Taques, casado com Maria José, filha Com um filho recemnascido.
de Virgílio de Assumpção Taques e de sua mulher 3-14 Anna Francisca Taques Pereira, casada com João
Guilhermina de Macedo Taques, 2-2 de 1-5 retro. Gonçalves Pereira.
E' abastado fazendeiro na Pedra Branca do Vorá e Filhos:
co-proprietario das Aguas Sulphurosas do Lambedor. 4-1 Walther.
Com descendentes em 3-3 de 2-2 de pagina 183. 4-2 Wairene.
3-6 Walfrido Taques, solteiro, reside no Vorá onde é fa- 4-3 Vacir.
3-15 Julia Taques, segunda mulher de Hygino Rolim de
zendeiro de gado vaccum. Oliveira Ayres, por morte de Arminda Taques, sua
3- 7 Garibaldina Taques, viuva de lnnocencio Gonçalves
Guimarães, filho do Coronel Joaquim Gonçalves Gui- irmã, 3-4 acima.
marães e de sua mulher Balbina Ribas, de Ponta Filhos:
Grossa, 2-6 do § 3. 0 do Capitulo 5.0 , Titulo Gon- 4-1 Ubirajara Taques Ayres, casada.
4-2 Alayde Taques Ayres, casada.
çalves Guimarães.
TITULO TAQUES 191
GENEALOGIA PA.RANAENSE
190
§ 6.o
4-3 Aldemira, viuva de Francisco Tavares So-
brinho. 1-6 Francisca Ubaldina Taques Bittencourt, segunda mu-
4-4 Jacyra Taques Ayres, solteira. lher de José florentino de Sá Bittencourt.
4-5 Aracy Taques Ayres, solteira. Teve 3 filhos:
4-6 Acyrena Taques Ayres, casada. 2-1 Tenente-Coronel José Thimoteo de Sá Bitten-
4- 7 Alberto Teixeira Mende~. court, casado com Marianna Ferreira Bittencourt
4-8 Zelita Taques, solteira. ambos fallecidos. '
4-9 Hygino Taques, solteiro. Tiveram 13 filhos, já descriptos em 3-3 de 2-7
2-8 Francisca Taques Ribeiro, casada com Joaquim Anto- de 1-5, § 5. 0 deste Capitulo.
nio Pinto Ribeiro. 2-2 Julia Borges de Macedo, casada com Julio Bor-
Teve 8 filhos: ges de Macedo.
3-1 Francisco Ribeiro Taques, casado em primeiras Sem filhos.
nupcias com Rosa Taques, filha de Amantino 2-3 Maria Antonia de Sá Mercer, casada com Her-
Barbosa de Macedo e de sua mulher Maria do bert Harrison Mercer, ambos fallecidos; este é
Nascimento, e em segundas nupcias com sua irmão de Frederico Mercer, que foi homem indus-
cunhada ..... , irmã da precedente. trial, artista e musico, solteiro, com filhos naturaes.
filhos: Deixaram 6 filhos:
4-1 3-1 Capitão João José de Sá Mercer, casado com
4-2 .. . Uricena Bittencourt Mercer, filha do Tenente-
4-3 .. . Coronel Luiz Barbosa de Sá Bittencourt.
3-2 João Ribeiro Taques, fallecido, foi casado com Sem filhos.
Etelvina Martins. 3- 2 Alice Mercer Guimarães, casada com o Ma-
3-3 Octaviano Ribeiro Taques, solteiro. jor Bonifacio Gonçalves Guimarães.
3-4 Presciliana Taques Ribeiro, casada com Alvaro Teve 11 filhos:
Baptista Ribeiro. 4-1 Julia Mercer Martins, casada com João
filhos: Martins Netto.
4-1 .. . Teve 5 filhos :
4-2 .. . 5-1 Cezar.
4-3 . . . 5-2 Aida.
4-4 .. . 5-3 Regina.
4-5 .. . 5-4 Vone.
3-5 Hermancia Taques Mercer, casada com Antonio 5-5 Renato.
José Mercer, filho de Frederico Mercer. 4-2 Albertina Bittencourt, casada com Leo-
Teve 6 filhos. poldo de Sá Bittencourt, filho do Te-
3-6 Querubina Ribeiro Martins, casada com Vespa- nente-Coronel José Thimoteo de Sá
siano Pinto Martins. Bittencourt e de sua mulher Marianna
Teve 6 filhos. Ferreira Bittencourt.
3- 7 Maria das Dores, casada com Arthur Mathias, Teve 3 filhos:
natural da Allemanha. 5- 1 Leopoldino.
3-8 Walfrido Ribeiro, solteiro.
T ITULO TAQUES 193
GENEALOGIA P ARANAENSE
192
Marti niano Borba Carneiro, irmão de
5-2 Eloine. Guataçara de Borba Carneiro.
5-3 Lindaura. Sem fil hos.
4-3 Maria Eugenia Guimarães Ribas, casada com Go- 4 -2 Edy Mercer Guimarães.
dofredo Barbosa Ribas. 4-3 José Mercer Guimarães.
Teve 2 filhos: 4 -4 Ruy Mercer Gu imarães.
5-1 .. . 4-5 Maria Mercer Guimarães.
5-2 . . . 4-6 Josias Mercer Guimarães.
4-4 Laura Mercer Guimarães, solteira. 4- 7 Laura Mercer Guimarães.
4-5 Lavinia Mercer Guimarães, casada com Euclides 4-8 Henrietta Mercer Ouim=trães.
José Borges. 3-6 Francisca Mercer Bittencourt, casada com
Teve 1 filha: Gaspari no Barbosa Bittencourt. filho de Luiz.
5-1 Elza. Barbosa de Sá Bittencourt e de sua mulher
4-6 Edilia Mercer Guimarães. Maria Amelia Taques Bittencourt.
4- 7 Alice Mercer Guimarães. Teve :
4-8 Uricena Mercer Guimarães. 4- 1 Uricena Mercer Bitte ncourt.
4-9 José Bonifacio Guimarães. 4- 2 Lu iz Alberto.
4-10 Alberto Mercer Guimarães. 4-3 Alice.
4- 11 Antonio Claudio Guimarães. 4-4 Placidina.
3-3 Agrimensor Edmundo Alberto Mercer, casado com 4-5 Maria.
Laurentina Bittencourt Mercer. 4- 6 Epitacio.
Com os descendentes descriptos em 4-2 de 3-1 de 4- 7 Aura.
2-2 de 1-2, § 2.º deste Capitulo. 4-8 Aline.
3-4 Leopoldo Leonel de Sá Mercer, foi Prefeito do Tibagy,
casado com Aurora Fonseca Mercer filha de João
José da Fonseca, de Castro. ' § 7.º
Tiveram 10 filhos :
4-1 Milton, fallecido. 1- 7 Maria Balduina Taques, casada com o Commendador
4-2 Nahir, fallecida. Francisco de Assis Ribas, de quem fo i a primeira
4-3 Oswaldo, fallecido. mulher; elle, filho do Sargento-Mór Benedicto Ma-
4-4 João Fonseca Mercer. rianno Ribas e de sua mulher Maria Ferrei ra do Sa-
4-5 Julieta, fallecida. cramento Ribas.
4-6 Zelia, fallecida. Já descriptos em Titulo Rodrigues Seixas em 5-3 de
4- 7 Maria Fonseca Mercer. pagina 385 do 2. 0 volume, ahi a descendencia.
4-8 Leopoldo.
4-9 Edith. § 8.o
4- 1O Douglas.
3-5 Henrietta Mercer Guimarães, casada com o Capitão 1-8 Libania Taques dos Santos, foi a segunda mulher de
Rodolpho Gonçalves Guimarães. Manoel Antonio dos Santos.
Com 8 filhos, a saber: Não deixou filhos.
4-1 Uricena Guimarães Borba Carneiro, casada com
GENEALOGIA PARANAENSE
194
§ 9.º
1-9 Delphina Taques dos Santos, por morte de sua
irmã Libania Taques, se casou com seu cunhado
Manoel Antonio dos Santos, de quem foi a ter-
ceira mulher.
CAPITULO 6.o
§ Unico.
Titulo Oliveira Vianna
1-1 Generoso Pinto Leal e Taques, não descobrimos
se foi ou com quem foi casado, sabendo apenas
que teve duas filhas, uma casada com Francisco
Mendes e outra com José ..... (baitaca).
l
Mais tarde estudou preparatorios, tirando com
3-4 Lucio Vianna, casado. brilhantismo alguns exames. O abalisado profes-
filhos: sor Elysio Vianna se aperfeiçoou em mathema-
4-1 Cidalia ticas e línguas, conhecendo perfeitamente o por-
4 - 2 Eloi~a solteiras. tuguez.
4-3 Cac1lda Por falta de recursos, deixou de proseguir os
4-4 Dinah estudos preparatorianos, dedicando toda a sua
§ 2.º vida ao magisterio, fundando um collegio a que
denominou «Collegio Vianna». Foi lente interino
1-2 Manoel Bento Vianna, casado em primeiras. ~upcias _a de portuguez do Oymnasio Paranaense, sendo
4 de Junho de 1836 com sua prima Dom1hlla Mana
TITULO OLIVEIRA VIANNA 201
GENEA.LOGIA PARANAENSE
200
3-4 Alzira.
depois transferido para igual cadeira da Escola 3-5 Francisca Vianna de Albuquerque1 casada com
Normal tendo sido mais tarde nomeado lente f ortunato de Albuquerque.
effectiv~ deste estabelecimento, após concurso Sem filhos.
brilhante. foi lente substituto da cadeira de fran- 2-4 Thereza Vianna, casada com Joaquim Saturnino Fer-
cez do Gymnasio Paranaense, da qual é hoje reira Bello.
lente effectivo por concurso. Sem filhos.
E' casado com Elvira Schmid, viuva de Generoso 2-5 Joaquim de Oliveira Vianna.
de Oliveira, filha de Adolfo_ Schmid e de sua 2-6 Licínio de Oliveira Vianna1 casado
mulher Emília Brenner Schm1d. filhos: •
3-2 João de Oliveira Vianna, foi secr~tar,io d~ _posto 3-1 João José de Oliveira Vianna.
zootechnico de Ponta Grossa, ho1e e auxiliar da 3-2 Josepha Vianna Ribas 1 casada com Sergio da
Inspecção de carnes e derivados; casado com Costa Ribas.
Rosa Vianna, filha do Major f rancisco ?e Paula Teve:
Ribeiro Vianna e de sua mulher Francisca Mu- 4-1 Rosa.
nhoz Ribeiro Vianna. 4-2 Sezefredo.
Com descendentes já descriptos em Titulo - Car- 4-3 Octavio, fallecido.
rasco dos Reis, em 6-6 de pagina 251 do 1.0 volume. 4-4 Alfredo.
3-3 José de Oliveira Vianna, habil guarda-livros em 4-5 Alcidia.
Curityba. 4-6 Marietta.
3-4 Antonio de Oliveira Vianna, commerciante, casado 4- 7 Laura.
com Rita de Siqueira Cortes, filha de Benedicto 4-8 Octavio.
de Siqueira Cortes e de sua mulher Anna An- 4-9 Settas.
gelica Sampaio. 2- 7 Theoberto de Oliveira Vianna, casado com Maria
filhos: Floria na.
4-1 Cidalia. 2-8 Manoel de Oliveira Vianna, casado com Francisca
4-2 Maria de Lourdes. Baptista.
4-3 Nilson. filhos:
4- 4 Hamilton. 3-1 Amelia.
3-5 Maria de Oliveira Vianna. 3-2 lzaura.
3-6 Anna de Oliveira Vianna. 3-3 Francisco.
2-3 Elysio de Oliveira Vianna, casado com Guilhermina 2-9 Leocadio de Oliveira Vianna.
Saldanha, fallecida em Abril de 1880 (mais ou me- 2-1 O José de Oliveira Vianna casado com Maria dos
nos), em Campo Largo. Anjos. '
filhos: 2-11 Leocadia de Oliveira ~ianna, casada com Pedro José
3-1 Maria. Machado, 4-1 O de pagma 366 do 3.º volume, ahi os
3-2 Mercedes. ascendentes e descendentes.
3-3 Alfredo de Oliveira Vianna, collector das rendas 2-12 Pedro de Oliveira Vianna, casado com Wlademira
estadoaes em Cambará, casado com Etelvina Fer- Pintu. Guarda-livros muito conceituado e estimado.
reira Bello, filha de Ildefonso Ferreira Bello e de Victima de injustiças e prepotencias policiaes, viu-se
sua mulher Ursula Martins Saldanha.
TITULO OL1VEIRA VIANNA 203
GENEALOGIA PARANAENSE
202
na contingencia de perpetr~r um crime, pelo 9ual Teve:
2-1 Maria Isabel Xavier, casada com Antonio Ignacio Xa-
respondeu a jury em Cuntyba, sendo absolvido. vier, natural de Portugal.
filhos: Teve:
3-1 Branca. 3-1 Maria Aristides Xavier de Sá casada com Fran-
1
3-2 Cacima. cisco José fortes de Sá, natural de Portugal
3-3 Oneida. fallecido; foi commerciante neste Estado. '
2-13 Isabel Vianna, casada com José Rochaél Pinto. Teve:
4-1 Celi:nira f_ortes de Sá Busse, professora nor-
§ 3.º m~ltsta, vmva do \ntrepido aviador Capitão
Joao Busse, fallec1do em consequencia de
1-3 Francisco de Oliveira Vianna, casado com fortunata desarranjo no avião que pilotava, em viagem
Silva. de São Paulo para o Paraná, depois de ter
Sem filhos. completado com brilhantismo o curso de
§ 4.º aviação.
O Capitão João Busse era natural de Curi-
1-4 floriano de Oliveira Vianna, casado. tyba, filho do sr. João Henrique Busse e de
Sem filhos. sua mulher Maria do Carmo Busse am-
§ 5.º bos já fallecidos. '
Nasceu em 28 de Março de 1886, revelando
1-5 Francisca de Oliveira Vianna, casada com José Anto- desde creança muita propensão para a arte
nio Serrão. militar. Não lhe sendo passivei emprehender
Teve uma filha: carreira no Exercito, verificou praça no an-
2-1 Maria Serrão Medeiros, casada com Antonio José tigo Regimento de Segurança, hoje força
Medeiros, residentes no Rio de Janeiro. Militar do Estado, na qual pela sua intelli-
Com descendentes. gencia, honestidade e amôr ao estudo alcan-
çou, numa brilhante carreira, o elevado posto
§ 6.o de capitão.
Prestando os melhores serviços á corpora-
1-6 Joaquim de Oliveira Vianna, fallecido solteiro no Rio ção a que pertencia, o Capitão João Busse
de Janeiro. occupou varias commissões, entre ellas a de
§ 7.º ajudante de ordens dos presidentes do Es-
tado sr. Xavier da Silva e Carlos Cavalcanti.
1- 7 Vicencia de Oliveira Vianna, casada com João flo- foi um dos fundadores da Escola Parana-
rencio Vianna. ense de Aviação, e tanto enthusiasmo tinha
Sem filhos. pela arriscada arte, que o governo do Estado
§ 8.o o commissionou para cursar a Escola de
Aviação da força Militar de São Paulo, onde
1-8 fortunata de Oliveira Vianna, casada com seu primo se brevetou, tendo sido discípulo do intre-
Major fausto Bento Vianna, 1-4 do § 4. 0 do Capi- pido aviador Otton Hoover.
tulo 2.0 adiante.
GENEALOGIA PARAN AENSE
TITULO OLIVEIRA VIANNA 205
204
Angelo O~azelli e eu prestamos todo o soccorro
Ha dois annos que se achava estudando. na ~pital pharmaceu~1co. Deve chegar 18 horas medico legista
paulista, e completando seu curso, alme1ava vir se trem especial. Em nome povo envio v. ex. sentimen-
apresentar ás autoridades do_ seu Estado e aos seus tos. Saudações. (a) ~aula Hugnes, Prefeito Municipab
patrícios pilotando elle propno ~m appa~e~ho. O Caudron approx1mava-se do Iogarejo Bury á mar-
O Capitão Busse e o mechamco S~rd1m Oennaro gem da Es~rada de Ferro Sorocabana, quand~ o mo-
deixaram o aerodromo da Companhia Mac-Hardey, tor, que vmha desde a partida funccionando irregu-
em Campinas, no dia 23 ás horas 8, pilotando um larmente, _soffreu nova «pane » sendo impossível o avia-
apparelho «Caudron », com motor de força de 120 dor suavizar a quéda com uma «chute en feuille »
cavallosI destinando-se a Curityba. D'essa forma, de uma altura de cerca de 300 metros.
Apenas iniciaram o vôo, e alcançaram Ir.daiatu_ba, os o apparelho se foi projectar viole:itamente ao sólo
1
aviadores devido a uma «pane>) no magneto, tiveram distando apenas 100 metros do cemiterio da pequen~
de aterra~ inesperadamente, o que fizeram ás horas 1O, localidade.
com surpreza da população local que não esperava a Preparava-se ali uma festiva recepção ao ousado avia-
visita dos aviadores. dor, quando tão contristador accidente espalhou um
foram ali muito bem recebidos pelas autoridades e pesar profundo em toda a villa.
povo, e no dia seguinte, 24, ás_ 14 horas o. ~vião Os ferimentos recebidos pelo Capitão Busse foram de
alou-se ao seu destino indo baixar em Itapetmmga. grande gravidade, deixando-o em estado desesperador.
Nessa cidade, procurou o Capitão Busse preparar ~m O seu mechanico, sr. Sardini Oennaro, soffreu menos,
novo tanque de gazolina em virtude dos reservatonos não apresentando ferimentos graves.
do apparelho serem insufficie~tes para vôos de lo~ga Por faltarem recursos medicas em Bury, foi o indi-
distancia 1 demorando-se por isso apenas •alguns dias.
•
toso aviador transportado em trem especial para Ita-
Sabbado o Capitão Busse tentou prosegu1r a sua via- petininga onde veio a fallecer a 31 de Maio de 1921 1
gem falhando por duas vezes o funccionamento do •
rodeado de todos os cannhos e conforto dos paulis-
app~relho, e vendo-se por isso obrigado. a regressar, tas. O seu corpo foi transportado para Curityba, re-
pedindo a vinda de mechanicos e material para lta- cebendo as consagrações de seus patrícios, já que não
petininga. teve a ventura de receber as homenagens que o aguar-
Não obstante esses incidentes, impelido por um forte davam quando esperado em seu regresso que deveria
enthusiasmo, o ardoroso moço não quiz parar em ser triumphal, si o desastre que o victimou não ti-
meio a sua viagem, e resoluto aventurou o vôo fatal,
que lhe custou a vida nesse horrível desastre em Bury. vesse occorrido.
A vida militar do aviador. - O Capitão João Busse
Eis como o Prefeito Municipal dessa localidade noti- verificou praça a 1.0 de Maio de 1904. A 21 de Março
cia o fatal acontecimento : «Bury, 30 de Maio de 1921. de 1905, foi graduado no posto de 2.0 Sargento em
Recebi seu telegramma; deu-se lamentavel desastre attenção aos bons serviços prestados no gabinete do
aviador Capitão Busse ás 13 horas; seu estado é gra- sr. Presidente do Estado como amanuense. Alferes em
vissimo; referiu mecha nico Ragni que obstruiu-se 28 de Julho de 1906, ficando á disposição da Presiden-
conducto oleo, deixou de funccionar conta giros, ca- cia do Estado. Em 1907 a 2 de Março foi nomeado
pitão mandou aterrar, para evitar bater numa casa ajudante de ordens do dr. Presidente do Estado. A'
muito a prumo, apparelho cambaleou aterrando capi- 1O de . . . . . de 1912 foi promovido a 1.0 Tenente.
tão Busse a 20 metros; povo correu local, mechanico A' 13 de Outubro de 1912, seguiu com a força para
illeso. Chefe político encontrando capitão desmaiado;
GENEALOGIA PARANAENSE
TITULO OLIVEIRA VIANNA 207
206
pela admiravel habilidade com que vem exercendo o
Palmas tendo tomado parte no combate do Irany, seu cargo, esforçando_-se para que esta corporação
junto ao Coronel João Gualberto. Ao r~gressar a es!a sempre e cada vez mais se eleve no conceito publico.
capital, requereu Conselho de Guerra, ~fim de que nao Setembro ~ á 19, o commandante geral da Força ao
pairassem duvidas sobre o seu procedimento ~o allu- fazer publico a . agradav_el impressão recebida pelo
dido combate. O Supremo Tribunal de Justiça con- co1:1mando d~ C1rcumscnpção Militar, por motivo da
firmando a Sentença do Conselho de Guerra o absol- revista e desfile na parada de 7 de Setembro, foi lou-
veu por unanimidade de votos, sendo louvado pelo vado pelo commandante do Batalhão, pelo auxilio e
exmo. sr. Presidente do Estado pela sua conducta no esfor_ço e a melhor boa vontade que empregou con-
Irany. A' 28 de Dezembro de 1914, foi designado segumdo que as praças nada deixassem a desejar.
para commandar um piquete ficando á disposição do Na mesma data obteve permissão para effectuar um
General Setembrino, piquete este que commandou. du- raid desta capital a Jaguariahyva.
rante todas as operações do Contestado, sendo diver- A' 25, conforme. communicação do sr. dr. presidente
sas vezes elogiado pelo General Setembrino. foi pro- da Escola de Aviação Paranaense, acha-se matriculado
movido a Capitão á 28 de fevereiro de 1926. A' 12 na referida Escola como alumno effectivo.
de fevereiro de 1920 teve permissão para matricular- A' 30, seguiu em serviço de Justiça a Jaguariahyva.
se na Escola de Aviação do Estado de São Paulo. Outubro - á 14, regressou, a 18, foi louvado pelos
A' 28 seguiu ao seu destino. esforços e a maxima boa vontade empregados para
As folhas da fé de officio do Capitão Busse encerram que na esphera de suas funcções, as dependencias deste
numerosos elogios, constituindo uma brilhante histo- Quartel e a repartição a seu cargo fossem encontra-
ria da vida do distindo militar. A escassez de tempo das em boa ordem e asseio, por occasião da visita do
obrigou-nos a reduzir estas notas, que opportunamente general Luiz Barbedo, commandante da Sexta Região
ampliaremos. Militar.
Em 1918. - Fevereiro. - A' 10, o sr. Tenente-Coronel
Teve:
commandante geral da força louvou-o á pedido do 5- 1 Doutora Vone Busse, diplomada em medicina.
sr. dr. Chefe de Policia pelo seu valioso concurso 4-2 José fortes de Sá, casado com Maria Julia Gonçalves
durante os tres dias de Carnaval, na manutenção de Sá. Elle foi assassinado em 4 de Setembro de
da ordem publica, disciplina e criterio com que se 1928, em uma disputa com um seu desaffecto que
houve no desempenho das ordens que lhe foram tambem tombou sem vida.
confiadas. filhos:
Maio - á 25, em face do artigo 1O.o da lei numero 5-1 fausto fortes de Sá, fallecido com 6 mezes.
1781, foi-lhe mandado contar pelo dobro, para effeito 5-2 Glauco fortes de Sá.
de reforma, os períodos de tempo decorridos de 13 4-3 Adherbal fortes de Sá, Capitão da força Publica do
de Outubro a 1.0 de Dezembro de 1912 e de 31 de
Estado.
Agosto a 1.0 de Outubro de 1914. 4-4 Oswaldo fortes de Sá, casado com Trindade Marins.
Junho - á 19, o sr. Tenente-Coronel Benjamin Au-
gusto Lage, commandante geral da força, ao deixar Teve:
5-1 Vale.
esse cargo, louvou-o pelos bons serviços que vem
5-~ Vára.
prestando com devotamento á força. 4-5 Antonio Ignacio fortes de Sá.
A' 27, o sr. Major João Monteiro do Rosario, ao dei- 4-6 fausto fortes de Sá.
xar o commando geral interino da força, elogiou-o
GENEALOGIA PARANAENSE
TITULO OLIVEIRA VIANNA 209
208
portamento, intelligencia e dedit:ação pelo serviço mi-
3-2 Fausto Xavier, casado com Damiana da litar e mais do que tudo, pelo seu acendrado patrio-
Silveira. tismo, demonstrado mais de uma vez.
« Intrepido, brioso e calmo, desempenhou arriscadas
§ 9.º commissões, que lhe valeram a estima e a conside-
ração de seus superiores hierarchicos.
1-9 Leonidia de Oliveira Vianna, casada com Fran- «- A Revolução liberal de Portugal no anno de 1821,
cisco José Machado, 4-5 de 3-5 de pagina 360 prodromo da nossa lndependencia, repercutia de for-
do 3.0 volume. ma benefica em todo o Brasil.
Teve: «Governos Provisorios foram estabelecidos de Norte
2-1 Auta Oliveira Machado, casada em Antonina
em 1872 com João de Souza Lopes, resi- a Sul, planejando a lndependencia do Brasil com a
dentes em Paranaguá; natural de Antonina. instituição de Provincias autonomas.
Com descendentes em 5-3 de pagina 360 «A região Parananiana, que então era parte integrante
de São Paulo, e que desde 1811 ardia em desejos de
do 3.0 volume. constituir Provinda aparte, não podia tornar-se indif-
2-2 Ildefonso Oliveira Machado, natural de Ta-
gassaba, município de Guarakessaba. falle- ferente aos acontecimentos.
« Paranaguá, que era o centro pensante desta região,
ceu solteiro. agitou-se e planejou organisar o seu Governo Provi-
2-3 Basílio de Oliveira Machado, casado com
Cora da Silva Machado. Natural de Anto- sorio, independente do de São Paulo, segundo narra
D. Cordula Rodrigues de França, contemporanea dos
nina, onde falleceu. acontecimentos, em carta, que se tornou memoravel,
Com descendentes em 5-2 de pagina 360
dirigida á seu filho José Martins de Araujo.
do 3.º volume. «Esse Governo devia se compôr do Ouvidor da Co-
marca de Paranaguá e Curityba, Dr. José Carlos Pe-
CAPITULO 2. 0
reira de Almeida Torres, do Coronel lgnacio de Sá
2 - Capitão Floriano Bento Vianna, natural de Paranaguá, Sotto-Maior, Commandante do Regimento de Caval-
cujo nome ficou gravado na Historia do Paraná. laria de Curityba, do Capitão José Luiz Pereira, como
São extrahidos da <, Galeria Nobre» do «Itiberê», im- Secretario do Interior, Bento Gonçalves Cordeiro do
portante revista que se publica em Paranaguá, os se- Nascimento e José Gonçalves do Nascimento, Depu-
guintes dados sobre esse eminente patriota: tados pela Agricultura; Capitão-mór Manoel Antonio
« Laborioso e intelligente, dedicou-se desde sua moci-
Pereira e Capitão Bento Antonio da Costa, Deputados
dade á afanoza vida do commercio e da agricultura, pelo Commercio; Capitão Amaral, de Antonina, De-
no chamado 2.0 districto de Paranaguá, onde possuía putado pela Marinha; Capitão Jacintho Xavier Neves
fabrica de beneficiar arroz, mandioca e aguardente, e Sargento-mór Antonio José Leite Bastos, Deputa-
no lugar «Tremomó », possuindo engenho de serra dos pela Tropa; Padre Antonio Rodrigues de Carva-
nas proximidades da Bahia das Larangeiras. lho, de Marretes, e Padre Manoel Antonio da Costa
«Assentou praça no Regimento de Milicia de Para- Nogueira, Deputados pelo Clero. .
naguá, subindo os postos de escala até o de Capitão «Chefiavam o movimento de propaganda separatista,
da 4.ª Companhia de seu regimento. em Paranaguá, o Sargento-mór Francisco Gonçalves
«- Desde logo se tornou notado pelo exemplar com-
da Rocha e o Capitão, mais tarde Sargento-mór, Igna-
TITULO OLrvEIRA VIANNA 211
GENEALOGIA PARANAENSE
210
gento: - «Ç) remedia se deve applicar ao mal logo
cio Lustoza de Andrade, ambos do Regimento de qu~ se mamfeste. Portanto, não pode haver occasião
Ordenanças da villa. Tudo fôra planejado para o dia mais opportuna.» (Memoria Historica de Paranaguá
15 de Jui ho de 1821, no momento. ~~ que a força de Antonio Vieira dos Santos.) '
estivesse formada em frente ao ed1hc10 da Camara <t_Os presentes emmudece:am, receiosos das consequen-
Municipal, onde se deveria jurar as bases da nova c1as que desse ado podia acarretar. Os proprios Sar-
Constituição. faltava porem, uma pessoa resoluta e gento~mór Francisco Gonçalves da Rocha e Capitão
desembaraçada, capaz de fazer a Proclamação do Go- Igna_c10 Lustoza de Andrade, instigadores do Sargento
verno Provisorio da nova Provincia. O Sargento-mór ~lonano, q~e, lhe prometteram apoio, ficaram silen-
Rocha e Capitão Ignacio Lustoza, procuraram o então c10sos e qu1ça acobardados. Nem siquer uma palavra
Sargento floriano Bento Viann_a, q~e reunia a intel- der.am em favor da santa causa, nesse momento his-
ligencia ao desembaraço, e o mduziram ao pronun- tonco.
ciamento separatista, destinando-lhe o importante pa- «felizmente, o facto não teve graves consequencias.
pel de solicitar do Ouvidor em nome do povo e das O S~rgen~o nem ~iquer foi prezo e, pouco tempo
tropas, que se representasse a sua magestade pedindo depois, . f.91 promovido a Official, chegando ao posto
a emancipação da comarca e a constituição della em de Cap1tao, e em attenção a seus serviços foi conde-
Província separada de São Paulo; appellaram para o corado com a Commenda da Ordem da Rosa.
seu patriotismo, promettendo-lhe que o apoiariam com «ü_ (?uvidor D:. José Carlos de Almeida Torres, que
o prestigio de seus cargos militares a fazer triumphar r~s1d1a em C~ntyba, escreveu a floriano Vianna, pe-
a causa nobre. O Sargento floriano orgulhosamente dmdo-lhe o mformasse do occorrido e applaudio o
aceitou a nobilitante missão, sem importar-se com as seu a~to. Quando en: 1847 o patriotice paranaense
consequencias que d'ahi lhe poderiam advir, pondo franc1sco de ~aula e Silva Gomes, no Rio de Janeiro,
em jogo a sua propria vida. procurava_ reviver a campanha separatista, appellou
«No dia aprazado, as forças achavam-se postadas na para flonano Bento Vianna, o incitando a proseguir
frente do Paço Municipal, em cujas sacadas se acha- na nobre causa q~e abraçára em 182 l, afim de que
vam as autoridades locaes, com o estandarte respe- podessem ver realisado o grande ideal da Emancipa-
ctivo, como era costume. ção do Paraná.
«Logo após a solemnidade do juramento da Consti- «Em honra a tão benemerito cidadão, as municipali-
tuição Portugueza e da acclamação de sua Magestade, dades de Paranaguá e Curityba deram o seu nome a
o Sargento floriano Bento Vianna, dando um passo uma das ruas destas duas cidades. )>
á frente de seu Batalhão, dirigia á Camara Municipal foi casado com sua prima Anna Gonçalves de Moraes
este requerimento verbal: - !, Illustrissimos Senhores. filha de José Gonçalves de Moraes e de sua terceir~
Temos concluido com o nosso juramento de fideli- mulher f rancisca Em ilia Vianna.
dade, agora queremos que se nomeie um Governo De seu consorcio houve 9 filhos:
Provisorio para que nos governe em separado da Pro- 1 -1 Floriana Sebastiana Vianna . § 1.0
vinda de São Paulo. Pedimos que deste requerimento 1-2 Oristella Decil de Mesquita . § 2. 0
se dê parte a Sua Magestade. » 1-3 Eulampio Bento Vianna (vêr pagina 196) § 3.0
«Ao que retrucou o Juiz de f óra que se achava na 1-4 fausto Bento Vianna (vêr pagina 202) § 4. 0
sacada: 1-5 Felismina Vianna. . . . . . . . . § 5.º
«Ainda não é tempo; com vagar se hade representar 1-6 Leopoldo Bento Vianna . . . . . . § 6.o
á Sua Magestade», respondendo-lhe o intrepido Sar-
GENEALOGIA PARANAENSE TITULO OLIVEIRA VIANNA 213
212
1 -7 Maria Amalia Vianna . . . § 7.o Condessa, portuguez, architecto, filho do architecto
1-8 Lília Vianna . . . . . . § 8.º Joaquim Condessa e de sua mulher Maria Rosa
1- 9 floriano Bento Vianna Filho § 9.o Condessa.
Francisco Joaquim Condessa apenas tinha recebido
§ t.o aquelle gráo conferido pela Universidade de Coimbra
quando deixou, com os seus tres irmãos, o velh~
1-1 floriana Sebastiana Vianna, casada com José Gabriel Portugal em demanda das nossas plagas.
Em 1882, empreitou a construcção das obras do
Pereira. «Roch_edo 'b , da linha de Paranaguá a Curityba, ponto
Teve: esse situado na Serra do Mar. Falleceu na cidade de
2-1 José Vianna Pereira..
2-2 Sizinio Vianna Pereira. Antonina pouco tempo depois de ter concluído o
2-3 Maria Vianna. difficilimo e penoso trabalho que hoje representa o
2-4 Augusta Vianna. conhecido « Viaducto Carvalho ».
Em segundas nupcias se casou com François Gheur,
§ 2.º natural de Liege (Belgica), engenheiro, filho de Lam-
bert Gheur e de sua mulher Maria Joanna Lambeye
1-2 Oristella Doei! de Mesquita, casada em primeiras nu- Gheur.
pcias com João França. François Gheur consagrou a maior parte da sua exis-
Casada em segundas nupcias com Lourenço Justiniano tencia, isto é, o período de 36 annos, ao serviço ferro-
Soares. viario do Paraná.
Do segundo matrimonio não teve filhos. Como auxiliar do Snr. Dr. Jorge Lalonette, construia
Teve do primeiro matrimonio: varies trechos da estrada de ferro de Curityba a Ponta
2-1 Francisco França, casado e com descendencia em Grossa e do ramal do Rio Negro.
Campos Novos, Santa Catharina. Mais tarde exerceu outros cargos de destaque, notada-
2-2 João Cardozo de França, casado com Jovina Gon- mente os de chefe da via permanente da Paraná e da
çalves Cordeiro, filha do Coronel Bento Gonçal- São Paulo - Rio Grande em cujo cargo se aposentou.
ves Cordeiro e de sua mulher Mathilde Gonçal- Morreu em Curityba, no anno de 1926, onde gozou
ves Cordeiro. sempre de vasta amisade e merecida estima.
Sem descendentes. Teve do primeiro matrimonio:
2-3 felinto. 4- 1 Dr. Francisco de figueiredo Condessa, bacharel
2-4 Alzira França Linhares, casada com o Coronel em direito pela Universidade do Paraná e Juiz
Joaquim Barnabé Linhares. Municipal de Marretes. Casado com Sebastiana
Teve: Medeiros de Moraes, filha do Capitão do Exer-
3- 1 Edwiges, fallecida solteira. cito Manoel Ignacio Pereira de Moraes, fallecido,
2-5 Deolinda França de Figueiredo, casada com An- e de sua mulher Honorina Medeiros de Moraes,
tonio Candido de figueiredo, natural de Portu- tambem fallecida.
gal, negociante em Marretes, onde falleceu. Filhos:
Teve: 5-1 Orlando.
3-1 Carolina de figueiredo Gheur, casada em 5-2 Paulina.
primeiras nupcias com Francisco Joaquim 5-3 Odilon.
TITULO OLIVEIRA VIANNA 215
GENEALOGIA PARANAENSE
214
Abril d; 1?29 com f austa Picheth, filha de Nico-
5-4 Ubirajára. la~ ]ase Picheth e de sua mulher Elvira Picheth.
5-5 Zelmi, fallecida. filho:
5-6 Arylon. 5-1 Wilson.
5- 7 Eros. 4- 7 Eleonora Gheur, casada com Francisco de Araujo
5-8 Zenon. Maciel, fazendeiro em Palmas.
Teve do segundo matrimonio: Filha:
4-2 Alice Gheur Godoy, casada com Euclides Godoy, 5-1 Zinára.
funccionario ferroviario. 4-8 Mari~a. Gheur Puglielli, casada com Francisco
Teve: Pughelh, commerciante, gerente da Casa Ideal de
5-1 Leony. Alberto Elias, filho de Luiz Puglielli e de sua
5-2 Cid. mulher Julia Puglielli.
5-3 Carmen. Teve:
5-4 Maria de Lourdes. 5 - 1 Cleomar.
5-5 Acyr. 4-9 E~mée G~eur! casada com lmer Colares Marques.
4-3 Aladya Gheur dos Santos, casada com A~albert? Ri- 3-2 Eugema de f1g~e1redo Condessa, casada com Luiz
cardo dos Santos funccionario da Secretaria de fman-
ças do Estado filho do Agrimensor Virgilio Ricardo C:ond,:ssa, fal_lecido em 1925, natural de Portugal,
dos Santos e 'de sua mulher Joaquina dos Santos, cidadao )abonos? e emprehendedor, geralmente esti-
mado. Era agrimensor pratico e constructor· filho
natural do Rio de Janeiro. de Joaquim Condessa e de sua mulher Mari~ Rosa
Teve: Condessa.
5-1 Mauro. Teve:
5-2 Zoê. 4-1 Dr. Eugenio de figueiredo Condessa, professor
5-3 Eglée. da Escola de Aprendizes Marinheiros de Para-
5-4 Adalberto. naguá. E1 Bacharel em Direito. Espirita lucido e
4-4 Gastão Gheur fiscal dos impostos de consumo, casado trabalhador incansavel. Casado com Ondina de
com Aurea Moura, filha do Coronel Brasilino Moura Oliveira Condessa, filha do Major Luiz Marianno
e de sua mulher Veronica Moura. de Oliveira, que foi Contador dos Correios do
Filhos: Paraná e hoje de Nictheroy, e de sua primeira
5-1 Vone. mulher Noemia Neves de Oliveira.
5-2 Sonia. Filhos:
5-3 François. 5-1 Milton.
5-4 Enoy. . 5-2 Dircéa.
4-5 Gilberto Gheur, funccionario do Banco do Brasil, em
5-3 Dalton.
florianopolis, onde é casado com Ondina Simone,
5-4 Nilza.
cantora de escola e de nomeada, filha de Paschoal 4-2 Sylvia Condessa Lobato, casada com Leoncio
Simone e de sua mulher Eugenia Simone. Lobato, guarda-livros.
Teve: Filhos:
5-1 Myrza. 5-1 ldanir.
4-6 Reinaldo Gheur, Chefe de secção do escriptorio da
5-2 Ledy.
via permanente da estrada de ferro, casado a 24 de
TITULO OLIVEIRA VIANNA 217
GENEALOGIA PARANAENSE
216 5-4 Dirceu.
5-3 Leoncio. 4-4 Galileu de figueiredo, casado com Rosa
5-4 Sylvia. Dallegrave.
5-5 Eugenio. Teve:
5- 6 Angelina. 5 - l Augusto.
5-7 Oly. 5-2 João Renato.
5-8 Myriam Led~. 4-5 Cincinato de figueiredo, casado com
4-3 Joaquim de figueiredo Condessa, ?ª força adua- 1 Jandyra Calderari.
neira da Alfandega de Paranagua, casado com Teve:
Palmyra Schmidlin. 5-1 Francisco Augusto.
filhos: 5-2 Lucília Amelia.
5-1 Cid. 5-3 Sara.
5- 2 Dicezar. 3-4 Luiz Nery de Figueiredo, falleceu ainda jovem
5-3 Adahyr. no Rio de Janeiro.
5-4 Dirceu. . . . 3-5 Antonio, falleceu ainda criança.
4-4 Exalda Condessa, casada com Ohv10 Paulus, soc10- 2-6 Luiz, fallecido.
gerente da o: Casa Londres ». 2- 7 Lourenço, fallecido.
Teve: 2-8 Narciso França, foi casado em primeiras nupcias
5-1 Ayrton. com Maria Carmeliana de Miranda, 3-3 de 2-5
5-2 Olivio. .. do § 1.0 , Capitulo 1.0 , Titulo Tavares de Miranda
3-3 Augusto de figueiredo, foi casado com Luc1ha Lan- deste volume; sem filhos.
dal filha do engenheiro francez Theodoro Landal e Casado em segundas nupcias com sua cunhada
de' sua mulher Gertrudes Daniel Landal. foi activo Lysia Rosa de França, 3-1 de 2-5 do § 1.0 do
commerciante em Curityba, onde falleceu. Capitulo 1.0 do Titulo Tavares de Miranda deste
filhos: . volume; ahi a descendencia.
4-1 Antonio de figueiredo, commerc1ant~, estabele-
cido em Blumenau, casado com Hilda Deeke.
_
§ 3.º
Até hoje sem descendencia.
4-2 Lucilia de figueiredo Garrido, casada com Joao
Garrido. 1-3 Eulampio Bento Vianna1 casado com Maria Euphra-
Teve: sia Vianna, de quem elle foi segundo marido. (Vêr
5- 1 Marilda. 1-1 do § 1.0 Capitulo 1.0 , deste Titulo, pagina 196.)
1
§ 2.º
1-2 Anna Escolastica de Oliveira Cordeiro, casada com o
Tenente Benedicto Vidal Pinto.
Teve:
2-1 Maria Escolastica de Oliveira, casada com Ma-
noel Balduino Lopes, de quem foi a segunda
mulher.
Teve os filhos descriptos em 3-1 de pagina 29
do 3.0 volume.
2-2 Pedro Ferreira Pinto, casado com Maria Vianna.
Teve:
Titulo Góes de Siqueira
ral de Curityba, a cuja governança pertenceu em 1734, casada em Curityba a 13 de Setembro de 17701
e fallecido a 1.0 de Dezembro de 1772. Era filho de com o Capitão Francisco Tavares de Miranda
Miguel Fernandes de Siqueira, natural de São Fran- filho de José Tavares e de sua mulher Antoni~
cisco, e de sua mulher Maria Luiz Tigre, natural de dos S~ntos; neto pela parte paterna de Francisco
Curityba, sendo que esta já era viuva de Manoel de Miranda e de sua mulher Antonia Alves de
Homem da Costa. Catharina de Siqueira Côrtes fal- Siqueira, elle de São Paulo e ella de São Francisco·
leceu em 1792 com mais de 100 annos, entrevada e neto pela parte materna, de Antonio dos Santo~
demente por caduquice, conforme justificação produ- Soares e de sua mulher Antonia Rodrigues Lamim.
zida a 1.0 de Novembro de 1792, por seu filho Ro- 2-5 lgnez de Chaves, rom 11 annos em 1767.
que, em nome dos demais irmãos. 2-6 Maria Fernandes das Neves, casada em Curityba
Teve: a 13 de Junho de 1793, com Victor Antonio de
0
1- 1 Salvador Fernandes de Siqueira . . § 1. Mattos, filho de José Luiz de Mattos e de sua
1- 2 Maria Dias de Si queira. . . . . § 2.º mulher Antonia Luiz Side (ou Marins); por esta
0
1-3 João Luiz de Siqueira . . . § 3. neto de Antonio Rodrigues de Lara e de su~
1· 4 Roque de Siqueira Côrtes. . § 4.00 mulher Maria Rodrigues Antunes.
1-5 Quiteria Luiz de Siqueira . . § 5. 0 2- 7 Roberto Fernandes de Si queira, com 1O annos.
1- 6 Francisca de Siqueira . . . § 6. 0 2-8 Maria das Neves, com 5 annos.
1-7 Domingas de Siqueira . . . . . § 7. 0 2-9 Maria Fernandes de Siqueira, com 18 annos.
1-8 Maria da Conceição de Siqueira . § 8. 0 Teve Salvador Fernandes mais um filho natural, que
1-9 lzabel de Siqueira Côrtes . . . . § 9. foi incluido no inventario:
0
1-10 Anna Luiza de Siqueira . . . § 10. 0 a) Lourenço, com 30 annos em 1767.
1-11 Francisco de Siqueira Côrtes . § 11.
1-12 Pedro Alexandrino Côrtes . . § 12.00 § 2.º
1- 13 Josepha de Si queira . . . § 13.0 1-2 Maria Dias de Siqueira ou Maria Luiz de Oóes, como
1-14 Antonio da Luz de Siqueira § 14.0 tambem era conhecida, foi casada com Manoel Dias
1-15 Antonio de Siqueira . . . § 15.
TITULO GÓES DE SlQUElRA 233
GENEALOGIA PARANAENSE
232
R<:drigu~s Li~b~a; neta pela parte paterna de
Collaço, natural de Curityba, filho de Francisco de Souza Joao Ro1z Te1xe1ra e de sua mulher Francisca
Aguiar e de sua mulher Felícia Dias de Meira, naturaes RJbeiro; neta pela parte materna de José Nicolau
de Itanhaen · casada em segundas nupcias com Antonio Lisboa e de sua mulher Antonia Leme da Silva.
Rodrigues Lisboa, filho de Manoel R?drigues Lisbo~, de 2-5 Luzia Dias de Meira, casada em Curityba a 7
Lisboa, e de sua mulher lgnez Rodrigues, de Cuntyba; de Junho de 1759, com Pedro de Lima Pereira
por esta, neto de Antonio Rodrigues Seixas e de sua mu- filho de Manoe1 de Lima Pereira e de sua mu~
lher Maria Soares. lher Luzia Martins; neto materno de Guilherme
Do primeiro matrimonio teve (C. E. Curityba): Dias Côrtes e de sua mulher Maria das Neves.
2-1 Francisco Dias de Meira, casado em Curityba a 13 Teve:
de Setembro de 1773, com Anna Martins de Oliveira, 3- 1 Manoel de Lima Pereira, casado a 31 de
filha de Sebastião Teixeira de Azevedo e de sua mu- Julho de 1790, com Cypriana Maria de
lher lgnez de Chaves das Neves; neta pela parte pa- Assumpção, filha de Francisco Fernandes
terna de José Teixeira de Azevedo, de lguape, e de sua Saraiva e de sua mulher Rita da Conceição
mulher Maria Rodrigues Side, de Curityba; neta pela França, 1-2 do § 2. 0 de pagina 570 do 3.o
parte materna de Manoel de Chaves de Almeida e de volume; ahi a descendencia.
sua mulher Anna Martins das Neves, elle de ltú e Do segundo matrimonio não teve filhos.
ella de Curityba.
Teve: § 3.º
3-1 Francisco José de Meira, casado em Curityba a
15 de Junho de 1795, com Rita Maria de Al- 1-3 João Luiz de Siqueira, natural de Curityba, fallecido
meida, filha de José Antonio Rodrigues e de sua na Lapa, foi casado com lzabel Rodrigues da Motta,
mulher Maria Francisca de Almeida. filha do Tenente-Coronel Manoel Rodrigues da Motta
2-2 Antonio de Meira Collaço, casado em Curityba a 17 e de sua mulher Helena Rodrigues Coutinho.
de Novembro de 1763, com Maria de Oliveira Side,
irmã de Anna Maria de Oliveira, de 2-1 acima. § 4.º
filha:
3-1 Izabel de Meira, casada em Curityba a 9 de 1-4 Roque de Siqueira Côrtes, fallecido em Curityba a 14
Maio de 1786, com Ignacio José de Almeida, de Outubro de 1802, casado com Rosa dos Santos
filho de Antonio Pereira de Almeida e de sua Pereira, fallecida em Curityba, onde era natural, com
mulher Quiteria Pedrosa de Lima. testamento, a 31 de Dezembro de 1810, filha de Se-
2-3 João de Meira Collaço, casado em Curityba a 17 de bastião dos Santos Pereira, natural de São Martinho
Novembro de 1763, com Joanna Lemos de Jesus, filha de Pecegueiro-Vizeu, e de sua mulher Joanna Gracia
de Antonio Cordeiro Mathozo e de sua mulher Ma- das Neves. Com descendencia em 2-4 de pagina 527
ria da Silva Lemos; neta pela parte paterna de do 1.0 volume desta obra.
Manoel Cordeiro Mathozo e de sua mulher Romana
Bicudo; neta pela parte materna de Manoel de Lemos § 5.o
Bicudo e de sua mulher Maria de Lemos Conde.
2-4 Salvador Fernandes de Siqueira, casado em Curityba 1-5 Quiteria Luiz de Siqueira, casada em Curityba a 23
3: 19 de Junho de 1782, c:om Thereza Maria de Jesus, de Novembro de 1751, com Manoel Gomes de Oli-
filha de João Roiz Teixeira e de sua mulher Josepha
GENEALOGIA PARANAENSE
TITULO GÓES DE SIQUEIRA 235
234
veira filho de Domingos Correia Pereira e de sua § 8.º
mulher Anna Gomes de Oliveira.
1-8 Maria da Conceição de Siqueira, baptisada em Curi-
filhos (C. E. Curityba): tyba a 2 de Abril de 1717, casada a 16 de Setem-
2-1 Maria Côrtes de Oliveira, casada em Curityba a
9 de Outubro de 1775, com Antonio José Pi- bro de 1754, com Francisco Dias Palhano.
nheiro, filho de Domingos Çardoso de Leão e Com descendencia em 2-5 de pagina 599 do l .º vo-
de sua mulher lgnez de Fana; neto pela parte lume desta obra.
paterna de f ruduoso de Leão e de sua mulher § 9.º
Antonia de Siqueira; neto pela parte materna de
José faria Paes e de sua mulher Anna Maria 1-9 lzabel de Siqueira Côrtes, natural de Curityba, onde
Velloso. se casou a 19 de Setembro de 1758, com Diogo
2-2 Luzia de Oliveira Côrtes, casada a 10 de Outu- Gonçalves Ribeiro, fallecido na Villa do Principe-Lapa,
bro de 1775, com Manoel Antonio de Siqueira, a 2 de Dezembro de 181 O, com testamento, onde de-
irmão de Antonio José Pinheiro, de 2-1 acima. clarou ser natural de Itanhaen, e filho de Domingos
2-3 Placido Francisco de Oliveira, casado a 7 de Gonçalves Ribeiro e de sua mulher Izabel Cardozo,
Maio de 1793 com Maria Clara de Lima, filha todos de Itanhaen; neto pela parte paterna de Diogo
de Antonio Gomes de Souza e de sua mulher Gonçalves e de sua mulher Maria da Silva, elle do
Josepha Maria de Lima. Porto e ella de Itanhaen; neto pela parte materna de
Domingos Cardozo, de São Paulo, e de sua mulher
§ Õ.º Thereza Neves, de Itanhaen.
Teve 8 filhos (Testamento de 1810 - Lapa):
1-6 Francisca de Siqueira, baptisada em Curityba a 26 de 2- 1 Antonia de Siqueira Côrtes, casada com João
Outubro de 1727, casada a 12 de Maio de 1746, com Machado.
Salvador Cuba de Moraes, de lguape, viuvo de Es- 2-2 Anna de Siqueira Côrtes, viuva de Manoel Fer-
colastica de Almeida. reira f unchal.
2-3 Maria de Siqueira Côrtes, casada com José An-
§ 7.º tonio ..... .
2-4 Beatriz de Siqueira Côrtes, casada com Salvador
Ferreira de Castilho.
1- 7 Domingas Fernandes de Siqueira Côrtes, baptisada em filha:
Curityba a 11 de Agosto de 1729, e fallecida a 17 3-1 Gertrudes de Siqueira, casada com Fran-
de Setembro de 1792, foi casada a 21 de fevereiro cisco Vaz.
de 1750, com João Machado Fagundes, natural de 2-5 Joanna de Siqueira Côrtes, casada com Manoel
Santo Amaro-São Paulo, filho de Antonio Machado Lourenço.
de Oliveira e de sua mulher Anna Maria de Si queira;
filha:
era elle viuvo de Antonia Cardozo Pazes, fallecida a 3-1 Escolastica.
6 de Março de 1849. Pouco sobreviveu elle ao seu 2-6 Francisco, fallecido.
segundo casamento, pois falleceu a 8 de Julho de 2- 7 Manoel, fallecido.
1750. 2-8 Francisca, fallecida.
Sem filhos.
GENEALOGIÀ PARANAENSE
TITULO GÓES DE SIQUEIRA 237
236
2-3 lzabel Maria Muniz, casada a 29 de Junho
§ 10. 0 de 1803, com Francisco Ferreira Nunes filho
de Euzebio Nunes de Oliveira e d~ sua
1-1 O Anna Luiza de Siqueira, casada com Manoel Rodri-
gues da Luz, filho do Sargento-mór Antonio Rodri- mulher Helena Rodrigues da Motta.
gues de Lara e de sua mulher Maria Rodrigues An-
tunes; com ascendentes e descendentes em 2-2 de 1-1, § 14.0
§ J.o, de paginas 70 e 63 do 4.0 volume desta obra.
1-14 Antonio da Luz de Siqueira, baptizado a 9 de
§ 11.o Junho de 1717, em Curityba, já era fallecido e
em estado de solteiro, quando falleceu seu pai.
1- 11 Francisco de Siqueira Côrtes, com 34 annos e sol-
teiro em 1773. § 15.o
§ 12.0
1 - 15 Antonio, fallecido em menor edade.
1-12 Pedro Alexandrino Côrtes, com 32 annos em 1773.
falleceu com testamento, na Lapa, em 14 de Novem-
bro de 1826, em avançada edade, sendo casado com CAPITULO 2. 0
Rosa Maria Cordeiro. 2 - Miguel de Oóes de Siqueira, casado com lzabel Leme
filhos: da Silva, filha de Luiz de Siqueira e de sua mulher
2-1
_ Antonio .
Manoel } fallec1dos antes de seu pai. Anna f ernandes de Siqueira, de São Francisco.
2 2
Filhos:
§ 13.0 1-1 Joanna de Oóes . . . . . § 1.0
1-2 Marcellina de Siqueira . . . § 2.0
1-13 josepha Fernandes de Siqueira, casada a 13 de Agosto 1-3 Manoel Nunes de Santiago . § 3. 0
de ~ 765, com Manoel Domingues Palhano, filho do 1-4 Miguel de Oóes . . . . . § 4.00
Capitão Luiz Palhano de Azevedo e de sua mulher 1-5 Maria da Silva. . . . . . § 5. 0
Maria Dias Domingues, 1-2 de pagina 597 do 1.º 1-6 Salvador de Oóes. . . . . § 6. 0
volume desta obra; ahi os ascendentes. 1- 7 Luiz de Oóes de Siqueira. . § 7. 0
Teve: 1-8 Anna de Oóes de Siqueira . § 8.
2-1 Manoel Domingues Palhano, casado em Curityba 1 -9 Antonio Fernandes de Siqueira . . § 9.0
a 27 de Janeiro de 1819, com Maria Rosa, filha 1-10 João de Oóes . . . . . § 10.º0
de Maria Pires. 1-11 Maria de Siqueira Côrtes . § 11.0
Teve: 1-12 Izabel de Siqueira . . § 12.
3-1 Jos~ Vianna, casado em Curityba a 20 de
Ma10 de 1840, com Maria Antonia, viuva § 1.0
de José Joaquim dos Santos.
2- 2 Maria lgnacia de Jesus, casada a 1O de junho de 1-1 Joanna de Oóes, nascida em 1705, casada com
1801, com Francisco Tavares de Miranda, filho Manoel Dias Leitão, viuvo de Monica, filho de
do Alferes Manoel Tavares de Siqueira e de sua Vicente Dias Leitão e de Luzia de Couto.
mulher Maria de Souza Pedrosa.
GENEALOGIA PARANAENSE
TITULO GÓES DE SIQUEIRA 239
238
Titulo Lara - do volume 4.0 desta obra· ahi a des-
§ 2.º cendencia. '
§ 4.o
1-2 Marcellina Nunes de Siqueira, casada com Bento Leme
Bicudo, natural de Curityba, filho de Sebastião felix 1-4 Miguel de_ Góes, nascido em 1712 casado em 17 47
Bicudo, fallecido em 5 de Março de 1739, e de sua com I?oi:nmgas Dias Vieira, filha 'de Antonio Alves
mulher Maria de Assumpção da Cunha, moradores de Ohvetra e de sua mulher Maria de Meira Collaço
em São José. Bento Leme Bicudo falleceu em ltape- de ltanhaen. ' ;
tininga, já viuvo, discriminando-se no seu inventario filhos. (valemo-nos aqui de dados colhidos pelo Dr.
os nomes de 6 filhos, a saber: Ermelmo de Leão):
2- 1 Victorino Leme de Siqueira, casado em Curityba 2-1 Antonia Dias de Meira, casada em 1768 com
a 27 de Junho de 1764, com Maria do Espírito João Alves de Mendonça, de Jundiahy, filho de
Santo, filha de Salvador Rodrigues da Silva e de Carlos de Moraes Navarro e de sua mulher
sua mulher Francisca de Mello Coutinho. Maria Garcia; por esta, neto de Thomé Alves
2-2 Antonio Leme de Siqueira, casado em Curityba Garcia e Francisca Vieira de Mendonça.
a 7 de Abril de 1761, com Maria Esteves do 2-2 Salvador Nunes de Aguiar, casado em 1774 com
Carmo, filha de Francisco Xavier Esteves e de Mes~ia Maria Angelica, filha de João Pires de
sua mulher Maria do Carmo Araujo. Santiago e de Anna Maria do Prado de Itú ·
2-3 Francisco Leme dos Santos. neta pela parte paterna de Manoel de' Lima Pe~
2-4 Quiteria Leme dos Santos, casada com Miguel reira e Luiza Maria das Neves; neta pela parte
Dias Leite. materna de João Leme do Prado e de Messia
2-5 Antonia de Siqueira Côrtes, casada em Curityba Leme de Siqueira.
a 15 de fevereiro de 1763, com Antonio Esteves 2-3 Miguel Alves de Oliveira, casado em 1789 com
Neves, filho de Antonio Esteves dos Reis e de Maria da Luz dos Pinhaes, filha de Marçal Luiz
sua mulher Thereza Nunes de Góes. e de Maria Esteves; neta pela parte paterna de
2-6 Maria Leme de Lima, casada em Curityba a 22 Manoel Homem da Costa.
de Julho de 1765, com Manoel Rodrigues da
Silva, filho de Salvador Rodrigues da Silva, fal- § 5.º
lecido em 1754, na barra do Rio de Janeiro, 1-5 Maria da Silva, nascida em 1713, casada em 1744
quando seguia prezo para a Bahia, e de sua com Domingos Pereira Nunes, filho de Antonio Pe-
mulher f ra~cisca de Mello Coutinho; por esta, reira Nunes e de Luciana da Silva.
neto de Lu1z Rosado e de sua mulher Maria de filha (segundo o Dr. Ermelino):
Pina Mello Coutinho. 2-1 Victoria Cardozo, casada em 1764 com Domin-
gos Luiz, do Rio de Janeiro, filho de João Ri-
§ 3.º beiro e de Helena da Cruz.
1-3 Manoel Nunes de Santiago, casado em 30 de Outu- § 6.º
bro .de 1733, com Margarida Rodrigues Antunes, 1-6 SalvadordeGóes, nascido em 1718, casado em 1744
bapbsada a 14 de Julho de 1715 filha de Antonio com Luzia Cardozo, filha de f rancisco da Gama
Rodrigues de Lara e de sua mulher Maria Rodrigues Cardozo e de Anna Luiz Hyppolita.
Antunes, 2-3 de 1-1 do § 1.0 de pagina 63 e 71 do
TITULO GÓES DE SIQUEIRA 241
GENEALOGIA. PARANAENSE
240
§ 11.0
§ 7.º
1-11 Maria de Siqueira Côrtes, nascida em 1730,
Luiz de Oóes de Siqueira, nascido em. 1719, ~asad? a casada em 1743 com Miguel Rodrigues Bicudo,
1-7 22 de Novembro de 1760 com Mana de Pma, filha
filho de Antonio Oracez Barreto e de Juliana
de Pedro da Maia e de Josepha. de Mello; neta pela Rodrigues.
rte paterna de Antonio da Maia e de sua mulher § 12.0
Maria Munhoz, ambos da Ilha de Leão-Castella; neta
ela parte materna de Luiz R~sado e de sua mulher
1-12 lzabel de Siqueira Côrtes ou Nunes de Siqueira.
Maria de Pina de Mello Coutinho.
CAPITULO 3.0
§ 8.º
1-8 Anna de Oóes de Siqueira, nascida em 17.21, casada. em I 3 - Capitão Francisco de Siqueira Côrtes, natural de Cu-
primeiras nupcias, em 1740 com. Custodi.9 Alves, !ilho rityba. Em seu testamento, aberto a 27 de Abril de
de Pedro Alves e de Stella fana, de Sao Francisco; 1762, declarou sua filiação e naturalidade e que era
em segundas nupcias, foi casada com Raym~ndo An- casado com Catharina Mendes Barbudo, filha do Pa-
tonio de Moura, de Cabo frio, filho do ~ap1tão Fran- dre Grego rio Mendes Barbudo e de sua mulher Fran-
cisco Moreira de Castilho e de Francisca Paes d~ cisca Maciel Sampaio. O Padre Oregorio Mendes
Moura Corte-Real; neto pela parte paterna de .Jose Barbudo, em seu testamento, feito em 30 de Novem-
Castilho Moreira, de Taubaté, e de Anna de ~a~ttlho; bro e aberto a 2 de Dezembro de 1739, declarou ser
neto pela parte materna de João ~aes deA V1digal e natural de Algarve-Villa de AI-Jesus, filho de Ignacio
Moura, de Vianna-Braga, e de Mana Correa Vasques Mendes e de sua mulher Maria Luiz; que antes de
seguir a carreira sacerdotal, fôra casado com Fran-
de Sá, de Cabo frio. cisca Maciel de Sampaio, de Paranaguá, de cujo ma-
Do primeiro matrimonio teve: trimonio teve 3 filhas: a) Joan na Maciel Sampaio,
2-1 Angela Joaquina da Conceição, casada em 1764
com Manoel Alves de Oliveira, de Ouaratinguetá, casada com Manoel Martins Valença, b) Catharina
filho de João Alves de Oliveira e de Maria Fran- Mendes da Cunha, casada com o Ajudante Francisco
cisca, viuvo de Maria das Neves; neto materno de Siqueira Côrtes e e) Maria Mendes, casada com
de Gonçalo Correia e de Maria da Luz, de Oua- Pedro da Silva Pinto.
Teve o Capitão Francisco de Siqueira Côrtes de seu
ratinguetá.
matrimonio apenas dois filhos:
§ 9.º 1-1 José de Oliveira Sampaio . . . . . . § 1.0
0
tubro de 1866, com 2 mezes de idade. Pedro de frei tas Saldanha, fallecido de febre
5- 1O Adalberto Alves, nascido a 20 de Setembro amarella a 3 de Maio de 1895, e de sua mulher
de 1868, falleceu em lmbituva. Ursula Borges Saldanha, fallecida a J.o de feve-
5-11 Cezar Augusto Alves, nascido a 4 de Ja- reiro de 1902, descriptos em nota de pagina 278
neiro de 1871. do 1.0 volume.
5-12 Ulysses Cezar Alves, nascido a 18 de Abril 4-3 Francisca Malvina de Siqueira, casada em 29 de Se-
de 1873, incorporou-se ás forças revolucio- temb~o de 1853, ~om o Capitão Domingos Carneiro
narias de 1894, não se tendo noticias suas, da Silva Braga, filho do Capi1ão Francisco Carneiro
desde então. da Silva Braga e de Francisca de Paula Diniz Car-
5-13 Telemaco Augusto Alves, nascido a 13 de neiro, naturaes de Iguape. Elle, falleceu a 9 de Setem-
Março de 1877. Reside em Paranaguá. Ca- bro de 1885, com 59 annos de edade, e ella falleceu
sado com Rosa Vida! Alves, sem filhos. em Junho de 1896.
4-8 José Bento de Siqueira (1), casado com Maria filhos:
Alexandrina Tosta, filha de João Palmeira Tosta 5- 1 f ra~cisca Carneiro de Souza, nascida a 24 de
e de sua mulher Joanna. foi commerciante em Mato de 1854, e casada a 25 de Outubro de
Curityba, e mais tarde mudou sua residencia para 1884, com o Capitão Manoel Francisco de Souza
o Rio Grande do Sul, onde foi empregado de nascido em 30 de Dezembro de 1853, filho d~
fazenda. portuguez f rancisco José de Souza e de sua se-
3-2 Antonio Francisco de Siqueira, nascido a 13 de Ju- gunda mulher Catharina Maria de Jesus, por esta
nho de 1795 e fallecido a '.2 de Abril de 1877. foi neto de Camillo Lelis Bittencourt e Maria Gon~
casado com Bernardina Francisca Cardenas, nascida çalves. Com descendencia descripta em 3-6 de 2-3
a 25 de Novembro de 1898, filha de Francisco José § 2. 0 , Capitulo 1.0 do Titulo Gonçalves da Rocha'.
Cardenas e de Maria Domingues. 5- 2 João Bernardino da Silva Braga, nascido a 12 de
Filhas: Julho de 1855 e fallecido em estado de solteiro.
4-1 Maria, baptisada em Paranaguá a 28 de Março 5-3 Coron~l Manoel Bonifacio Carneiro, nascido a 14
de 1829. de Maio de 1856. Casou-se a 12 de Novembro
4-2 Maria Cardenas de Siqueira Cunha, baptisada em de 1899 com Maria Leocadia Munhoz da Ro-
Paranaguá a 1.0 de Março de 1831, onde se ca- cha, viuva do Coronel Bento Munhoz da Rocha.
sou em 27 de Abril de 1847, com o Maestro Falleceu em Buenos Ayres.
Capitão Jacintho Manoel da Cunha, viuvo de Sem descendencia.
Joaquina Maria da Cunha, 4-2 de pagina 278 do 5-4 Capitão Antonio Carlos Carneiro, nascido a 12
1.0 volume desta obra, ahi seus traços biogra- de Novembro de 1858, casado a 19 de Outubro
phicos e descendentes. de 1884 com Catharina de Souza Carneiro. Fal-
Teve o filho unico: leceu em 2 de Fevereiro de 1920. (Vêr Titulo
Gonçalves da Rocha, Capitulo 1.0 )
1
( ) Houve outro José Bento de Slqueiro, follecido em Curityba, em Ou- 5-5 Cezar Carneiro, nascido em 21 de Setembro de
tubro de 1834, que foi cosodo em prlmelrt1s nupclos, com Anna Maria e em 1860, falleceu em criança.
segundas nupclos, com Ludovmo Maria, !ilho da viuva Delllna Eugenta.
GENEALOGIA 1?ARANAENSE TITULO GÓES DE SIQUEIRA 267
266
5-6 Major Benjamin Cezar Carneiro, nascido de Souza Araujo, 3-3 de 2-1 de pagina 597
a l .º de fevereiro de 1862, casado com do 1.0 volume.
Carmen Gomes Veiga. (Titulo Gonçalves 2-1 O Luiz de Siqueira, casado com Thereza Ma-
da Rocha.) ria de Jesus, 3-4 de 2-1 de pagina 597 do
Sem filhos. 1.0 volume.
3-3 Alferes Francisco Antonio de Siqueira, filho de
2-7 de pagina 243, casado com Maria Custodia CAPITULO 5.o
de Lacerda, elle, fallecido a 8 de Março de 1844,
e ella, fallecida a 14 de Dezembro de 1850. 5 - Maria da Graça de Siqueira, casada com Innocencio
Teve, por informação: Alves.
4-1 Gertrudes Maria de Siqueira, que foi a se- Filhos:
gunda mulher de José Maria dos Santos, n. 1-1 Josepha de Siqueira Côrtes . § }.o
5, de paginas 257 e 259. 1-2 Sebastião de Siqueira Côrtes. . § 2.0
Sem filhos.
4-2 Commendador José Antonio de Siqueira, § }.o
nascido a 3 de fevereiro de 1820, casado
a 3 de fevereiro de 1856, com Antonia 1- 1 Josepha de Siqueira Côrtes.
Marciana San José.
Era agraciado por D. Pedro II, por serviços § 2.º
relevantes prestados na Campanha do Para-
guay. foi Despachante Geral da Alfandega 1-2 Sebastião de Siqueira Côrtes, falleceu em 1735,
de Paranaguá. com 20 annos de edade.
4-3 João Antonio de Siqueira, serviu na cate-
chese dos indios, em Paranapanema. Foi - - -~=~*-- --
nomeado Despachante Geral da Alfandega
de Paranaguá, na vaga deixada por morte ERRATA:
de seu irmão José. Casado em primeiras nu-
pcias, a 24 de Julho de 1865, com Maria 4-5 Anna Aurelia de Si queira, de pagina 246, onde diz:
Teixeira Maia, e em segundas nupcias, com casada em segundas nupcias, a 3 de Julho de 1883,
Anna de Oliveira Pendão; deste segundo diga-se: a 22 de Maio de 1869.
casamento não houve filhos.
Filhos do primeiro matrimonio: 2 - Anna Maria Pereira do Carmo, de pagina 252, onde
5-1 Maria lvinheima de Siqueira, que foi a diz: 1862, diga-se: 1882.
segunda mulher do Coronel Antonio
Luiz de Bittencourt, político em evi- Accrescente-se a pagina 246, aos traços biographicos do
dencia em Paranaguá. Não deixou des- Coronel José Gonçalves Lobo, 5-2, depois das pala-
cendencia. vras: - Directorio Politico do Partido Republicano
2-8 Antonio Siqueira Côrtes, 3-2 de 2-1 de pagina 597 Paranaense - o seguinte, que escapou a nossa revi-
do 1.0 volume. são: - Afastado da direcção politica, em 1922, por
2-9 Maria dos Santos Martha, casada com Antonio Luiz profundos desgostos occasionados pela morte do seu
GENEALOGIA PARANAENSE
268
filho o unico sobrevivente, José Gonçalves Lobo Ju-
nior' só 6 annos apóz, a instancias de seus amigos,
e até de adversarias politicos, consentiu na apresen-
tação de seu nome, para o ~leito eleit.oral m~nicipal,
em 1928, conseguindo ser eleito Camansta mais vota-
do, pelo que, nesse caracter est~~e .. durante 9 mezes,
á testa da administração do mumc1p10, de 1929 a 1930.
Titulo Alves
...
~ a~~~~ EVE origem no Paraná, a illustre fami-
lia desse Titulo, no Capitão-mór de
Antonina - Manoel José Alves, casado
IJ.#:~A com Serafina Rodrigues Ferreira, filha
do Capitão José Rodrigues Branco e de
sua mulher Joanna Rodrigues Ferreira.
~i~~fSi~~ Era elle, natural da freguezia de São
Salvador da Fonte Bôa, nascido em 1762.
Foi estabelecido em Paranaguá, com estaleiro naval, onde
construiu varias sumacas de regulares tonelagens. Como
«carpinteiro da ribeira e armador)} , conseguiu se tornar
abastado em bens de fortuna, e occupar os mais elevados
cargos da governança dessa cidade, e da de Antonina. Na
milícia, attingiu os postos de Sargento-mór e por fim o
de Capitão-mór.
Teve os seguintes filhos:
GENEALOGIA PARANAENSE TITULO ALVES 271
270
l - Capitão Hyppolito José Alves. Capitulo 1.0 § 2.0
2- Alferes Joaquim José Alves. . Capitulo 2.º
3- Capitão Antonio José Alves Capitulo 3.o 1-2 Conselheiro Manoel Alves de Araujo casado com
4- A1rna Maria Alves. . . . Capitulo 4. 0 Maria Colleta dos Santos, 6-2 de pagina 70 do vo-
5- Ricardo José Alves . . Capitulo 5.o lume 3.0 , ahi a descendencia.
6- Maria Rodrigues Ferreira Capitulo 6.o
7- Ireno José Alves . . . Capitulo 7.0 § 3.º
8- Gertrudes Alves Ferreira Capitulo 8.º
1-3 Domitilla de Araujo Marcondes, casada com o Con-
CAPITULO 1. 0 selheiro Jesuino Marcondes de Oliveira e Sá 6-4 de
pagina 74 do volume 3.0 , ahi a descendenci~.
1 - Capitão Hyppolito José ~lves, qu_e foi casado com
Maria Rosa Alves de ArauJo, fallec1da a 28 de Junho § 4.º
de 1856, na cidade de Marretes, céga e paralytica;
filha do Commendador Antonio José de Araujo e de 1-4 Henrique Alves de Araujo, casado com Cherubina
sua mulher Domitilla da Silva freire, neta pela parte Marcondes Alves de Araujo, 6-9 de pagina 82 do
paterna de José de Araujo e de sua mulher Maria 3.0 volume, ahi a descendencia.
Rosa, ambos portuguezes; neta pela parte materna de
João Ferreira de Oliveira, portuguez, e de sua mulher § 5.o
Anna Gonçalves Cordeiro, por esta, bisneta de Ray-
mundo José Sanabio e de sua mulher Euphrosina da 1-5 Hyppolita de Araujo Cumplido, casada com D. Fanor
Silva Freire. Cumplido, 6-3 de pagina 72 do volume 3.o, ahi a
filhos: descen den eia.
1-1 Commendador Antonio Alves de Araujo. § 1.0 § 6.o
1-2 Conselheiro Manoel Alves de Araujo. § 2.0
1-3 Domitilla de Araujo Marcondes. § 3.0 1-6 Coronel Joaquim Alves de Araujo, casado com sua
1-4 Henrique Alves de Araujo. . . § 4.0 sobrinha lgnacia dos Santos Araujo, 6-7 de pagina
1-5 Hyppolita de Araujo Cumplido. § 5.0 80 do volume 3.0 , ahi a descendencia.
1-6 Joaquim Alves de Araujo . . . § 6.0
1- 7 Maria Rosa Alves de Araujo. . . . § 7.0 § 7.º
1-8 Brigadeiro Hyppolito Alves de Araujo § 8.0
1-9 Anna Alves de Araujo Belem . . . § 9.0 1- 7 Maria Rosa Alves de Araujo, casada com Francisco
Marques Leal Pancada, 6-5 de pagina 78 do volume
§ 1.0 3.o, ahi a descendencia.
Argentina de Dermatologia. Membro effectivo da So- Dentre seus trabalhos scientificos destacam-se os se-
ciedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade de guintes:
Medicina do Paraná. «O Granuloma venereum no Brasil. )) - Isolamento e
Tem exercido os seguintes cargos: Professor de His- estudo expe~iment~I do seu microbio. (Com 25 pho-
toria Natural no Externato Maurell da Silva, do Rio tos.) Memona enviada ao 7.° Congresso Medico Pan-
de Janeiro. Encarregado pelo governo do Paraná, para Americano, São Francisco da California, 1915.
fazer estudos sobre as condições medico-sanitarias do «_Um caso de Myceton:ia de Lindenberg.11 - (Com 3
littoral paranaense, e sobre a prophylaxia da lepra no figuras.) ~emona enviada ao 7.° Congresso Medico
Estado. Incumbido, mais tarde, de chefiar o combate Pan-Amencano, São f rancisco da California, 1915.
ao impaludismo no norte do Estado. «O Granuloma venéreo e a Roentgentherapia.»
Membro da Commissão de Estudos do Baixo Paraná, «O Granuloma venéreo na America do Sul.» - Com-
e sul do Continente, enviada, em 1918, pelo Instituto municações feitas ás Sociedades de Dermatologia e de
Oswaldo Cruz. Assistente ad-juncto effectivo do Ins- Mediei na Argentinas, em 11 de Outubro de 1915.
tituto Oswaldo Cruz. Membro da Commissão de com- «Estudo clinico do Granuloma venéreo. » - These
bate á peste nos Estados do Sul, enviada pela Saude inaugur~l com 1_23 paginas, 12 photographias e 3
Publica federal, em 1920. Chefe do Serviço do De- chromol1thograph1as, approvada com distincção, 1915.
partamento Nacional de Saude Publica, incumbido de «Problemas de hygiene. ,> - Cinco artigos sobre a
dirigir os Serviços de Saneamento e Prophylaxia Ru- lepra, publicados em Agosto e Setembro de 1916 na
ral no Estado do Paraná ( 1918 - 1921) e foi encarre- «A Republica ,> , Curityba, Paraná. '
gado da direcção de igual mister no Estado do Pará. «A Lepra no Paraná.)> - Communicação feita á So-
1921-1924 - Chefe do Serviço de Saneamento Rural ciedade Brasileira de Dermatologia, em 15 de Setem-
no Estado do Pará: Abril de 1921 a Julho de 1924. bro de 1916.
1924-1926 - «fellowship )> da fundação Rockefeller, «A Prophylaxia da Lepra no Paraná. » - (Nota pre-
New York, Julho de 1924 a Agosto de 1926. liminar.) Memoria lida perante o Primeiro Congresso
1924-1927 - Commissionado pelo Governo Federal Medico Paulista, em 7 de Dezembro de 1916, São Paulo.
(Ministro da Justiça e Negocios Interiores) para estu- << Granuloma venéreo. » - Monographia com 254 pa-
dar a Lepra no extrangeiro: Julho de 1924 a Janeiro ginas de texto, 7 estampas polychromicas e 40 figu-
de 1927. ras em negro, Rio de Janeiro, 1917.
1926-1931 - Assistente effecti vo do Instituto Oswaldo
«Notas dermatologicas. » - Trabalho lido perante a
Cruz. Sociedade Brasileira de Dermatologia, em sessão de 6
1928-1933 - Encarregado do Curso de Leprologia de Julho de 1917.
do Instituto Oswaldo Cruz. «O lmpaludismo no Norte do Paraná e a sua pro-
1931-1933 - Chefe de Laboratorio do Instituto Os- phylaxia.» - Relatorio apresentado ao Governo do
waldo Cruz. Paraná, em 31 de Julho de 1917.
1931 - Inspector-chefe da lnspectoria de Prophylaxia
«O Impaludismo no Paraná. » - Trabalho lido perante
da Lepra no Estado de São Paulo. o 8.0 Congresso Nacional de Medicina, em Outubro
1933 - Com missionado pelo Ministro da Educação de 1918, Rio de Janeiro.
e Saude Publica para estudar o problema da lepra << A Prophylaxia da Lepra no Paraná. » - Trabalho
nos Estados do Norte e elaborar um plano geral de lido perante o 8.° Congresso Nacional de Medicina,
prophylaxia. em Outubro de 1918, Rio de Janeiro.
TITULO ALVES 285
284 GENEALOGIA PARANAENSE
«Viagem scientifica no Rio Paraná e a Assumpção «O exerc1c10 ill~gal da Medicina. » - Artigo publi-
com volta por Buenos Aires, Montevidéo e Rio cado nos 11.Arch1vos Paranaenses de Medicina», Anno
Grande. » - Em collaboração com os Drs. A. Lutz e I, n. 9, pags. 300 - 303, de Janeiro de 1921.
O. da Fonseca. «Memorias do Instituto Oswaldo Cruz», «As verminoses nas creanças do Paraná.» - Traba-
anno 1918, tom. X, fasciculo II, pags. 104-173, com lho elaborado expressamente para o Primeiro Con-
108 photographias, Rio de Janeiro, 1918. gresso Brasileiro de Protecção á lnfancia. fevereiro
«A doença de «Carlos Chagas:,, no Paraná. >> - 1919. de 1921.
«Verificação da doença de Sokodú no Estado do «Geographia Medica do Paraná. » - Obra illustrada
Paraná.>> - Em collaboração com os Drs. Gomes de em 2 volumes, destinada á commemoração do Cen-
faria e Cesar Pinto, 1919. tenario da nossa lndependencia.
«Mappa do Estado do Paraná. » - (Carta nosogra- «A questão com a faculdade de Medicina do Para-
phica.) Publicada em Outubro de 1919. ná. » - (Coisas do ensino e do exercício da medi-
«Distribuição geographica da Ancylostomose no Pa- cina.) 1921, Curityba.
raná. » - (Com um mappa do Paraná em miniatura.) «A Lepra. Varias tentativas de cura. » - Outubro de
Trabalho apresentado á Sociedade de Medicina do 1921.
Paraná, 1919. << Os lndios do Gurupy.» - (Estudo ethnologico e
11.A Prophylaxia Rural no Estado do Paraná.» - Tra- nosographico.) 1922, Curityba.
balho resumido de todas as minhas campanhas de «A lepra. Modernos estudos sobre o seu tratamento
saneamento no Estado, 1919. e prophylaxia.>> - Artigos publicados na «folha do
«Notas epidemiologicas do Jatahy (Estado do Paraná)». Norte » do Pará, 1921-1923, e reunidos em folheto
1920. de 102 paginas, com 4 photogravuras. Belém, Pará,
«A Peste nos Estados do Sul. » - Em collaboração 1923.
com o Dr. Amarilio H. de Vasconcellos. Relataria «O lmpaludismo. O grande mal da Amazonia. » -
apresentado ao Exmo. Snr. Dr. Carlos Chagas, Dire- Conferencia realizada no Palace Theatre, Pará, em 9
dor Geral de Saude Publica, em 24 de Março de 1920. de Junho de 1922. Publicada em folheto. Belém, Pará,
«Questões de hygiene.» - Defesa contra accusações 1923.
do deputado Evaristo do Amaral, lida em sessão da «Estudos feitos e soccorros prestados pelas Commis-
Camara dos Deputados, de 19 de Julho de 1920, pelo sõe~ Medicas ambulantes. » - (Prophylaxia Rural iti-
deputado prof. Antonio Austregesilo. nerante.) Do livro «A Prophylaxia Rural no Estado
«Tratamento da lepra e da syphilis pelo Silbersalvar- do Pará». Belém, Pará, de 1922. Com 25 figuras.
san.» - Primeiro artigo publicado nos 11. Archivos Pa- «Estudos sobre a frequencia e extensão das helmin-
ranaenses de Medicina>1 , Anno I, n. 4, pags. 92- 98, thoses e do lmpaludismo no Estado do Pará.» - Do
Agosto de 1920. livro (/. A Prophylaxia Rural no Estado do Pará».
«Saneamento da Ilha do Mel.» - (Com uma photo- Belém, Pará, 1922.
gravura.) 1920. << A Frequencia e Prophylaxia da Lepra no Estado do
«A lepra no passado e no presente. Sua prophylaxia Pará. » - Do livro «A Prophylaxia da Lepra e das
e therapeutica.» - Conferencia realizada na Escola Doenças Venéreas no Estado do Pará». Belém, Pará,
Normal de Curityba, em 17 de Setembro de 1920. 1922.
«Serviço de Prophylaxia Rural no Estado do Paraná.»
I
«Organização dos serviços de Prophylaxia das Doen-
- Quatro relatarias trimestraes de 1920. ças Venéreas no Estado do Pará.» - Do livro «A
286 GENEALOGIA PARANAENSE TITULO ALVES 287
Prophylaxia da Lepra e das Doenças Venéreas no «Mosquito control by screening and by fish Culture.»
Estado do Pará». Belém, Pará, 1922. - Monographia exigida como complemento do curso
« f requencia e Prophylaxia ~a Lepra nas Ouyanas e de Engenharia Sanitaria da «School of Hygiene and
em Trinidad. » Trabalho tllustrado com 60 photo- Public Health », J. H. University, Baltimore, Dezem-
graphias e 8 planta~, apresent~do á Conferencia Ame- bro 1924. Folheto de 24 paginas. (Inédita.)
ricana da Lepra, Rio de Janeiro, ~utubro .de 1922. «Framboesia tropica (Vaws).» - Monographia exigida
Publicado em folheto com 129 pagmas. R10, 1924. como complemento do curso de Epidemiologia 1, da
«O aborto criminoso.» · - Artigo publicado na «Me- «School of Hygiene and Public Health », J. H. Uni-
dicamenta ». Rio, 1922. versity, Baltimore, 22 de Fevereiro de 1925. (Inédita.)
«Condições medico-sanitarias das Ouyanas e de Tri- 1<Venereal Disease Contrai in Brazil. » - Trabalho
nidad. » - Conferencia na «Sociedade de Medicina e apresentado como complemento do curso de Admi-
Cirurgia do Rio de Janeiro ». Rio, 1923. nistração Sanitaria, da ·< School of Hygiene and Public
«Resposta a uma "Critica de. um syste.ma de Prophy- Health », J. H. University, Baltimore, Março de 1925.
laxia Venérea".» - Conferencia na Sociedade de Me- (Inédito.)
dicina e Cirurgia do Rio de Janeiro. Impresso em «The Wassermann Reaction in Leprosy.» - Mono-
foi heto de 31 paginas. Belém, Pará, 1923. graphia exigida como complemento do curso de
~Fréquence et prophylaxie de la lepre dans les Ouya- Immunologia 1, da «School of Hygiene and Public
nes et à la Trinité.» - Travai! presenté à la llleme. Health », J. H. University, Baltimore, Março de 1925.
Conférence lnternationale de la Lepre, à Strassbourg, (Inédita.)
Juillet, 1923. Rapport du Prof. Marchoux, pp. 400-436, «The Leprosy Problem in Brazib - American Jour-
avec 8 figures, Bailliere et Fils. Paris, 1924. nal of Tropical Medicine, Baltimore, E. Unidos, 1925.
«Costumes Paraenses. » - I. Habitações, II. Costumes «The contrai of Venereal Diseases in the United Sta-
das populações do interior, do Ourupy ao Oyapock. tes. » - These de doutoramento em Saude Publica,
Rio, 1923. approvada pela Congregação da «School of Hygiene
«Lazaropolis do Prata.» - A primeira colonia agrí- and Public Health », John Hopkins University, em
cola de leprosos fundada no Brasil. Volume de 186 Junho de 1925. (Thesis for the degree of Dr. P. H.)
paginas, com 39 figuras. Belém, Pará, 1924. (Inédita.)
«A Prophylaxia da Lepra no Pará. » - Communica- «A organização dos Serviços Sanitarios do Estado de
ção á Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Alabama (Estados Unidos).» - Baltimore, Junho de
Janeiro, em 22 de Julho de 1924. «Brasil Medico», 1925.
Rio, 1924. «A prophylaxia da lepra no Hawaii. » - (Correspon-
«A lepra no Estado do Pará. Estatística de 30 me- dencia de 18 de Outubro de 1925.) «Brasil Medico »,
zes. » - Rio, 1924. Rio, 1925.
<<Correspondencia dos Estados Unidos. >> - (Setembro «Correspondencia do Japão.» - O 6.° Congresso de
de 1924.) «Jornal do Commercio », Rio de Janeiro, Medicina Tropical do Extremo Oriente, etc. (Kobe, 6
1924. de Novembro de 1925.) «Brasil Medico»1 Rio, 1926.
«Les lndiens de l'Amazone. » - Conferencia feita no «Some aspects of the tropical diseases in Brazib -
«Cosmopolitan Club », «John Hopkin~ University», Conferencia feita na «School of Hygiene and Tropi-
Baltimore, E. Unidos, em 6 de Dezembro de 1924. cal Medicine», Calcutta, lndia, 15 de Fevereiro de
(Inédita). 1926. (Inédita.)
GENEALOGIA PARANAENSE íITULO ALYES 289
288
«Leprosy as a World's sanitary problem. >> - Memo- dade de Medicina de Bello Horizonte, Sociedade de
randum prepared for an~ presented to the Health Dermatologia de Montevidéo e Instituto Baderiolo-
Committee, League of Nabons, Oeneve, October, 1926. gico de Buenos Aires, de Abril a Dezembro de 1927.
(Trabalho inédito.) «Tratamento moderno da Lepra.» - Trabalho apre-
<<Sobre o Granuloma venéreo.» - Conferencia na sentado á 8.ª Conferencia Sanitaria Pan-Americana 1
«Academia Espaíiola de Dermatologia», Madrid, 26 reunida em Lima, Perú, em Outubro de 19':>..7, e lido
de Novembro de 1926. Actas da Academia, 1926/27. na Academia Nacional de Medicina de Buenos Aires,
«Estado actual de la profilaxis de la lepra en Hawaí, em 22 de Dezembro de 1927. folheto de 30 pagi-
Japon, filipinas, lndia y Noruega. - Conferencia feita nas. Rio, 1928.
na f acuidade de Medicina de Madrid, em 30 de No- «Sur le Kala-Azar aux lndes et le Bouton d'Orient à
vembro de 1926. ln «Adas Dermosifiliograficas », Ma- Bagdad. >> - Communicação feita á Sociedade Brasi-
drid, 1926/27. Transcripto na «La Medicina Argen- leira de Biologia, em 6 de Janeiro de 1928, e publi-
tina », Buenos Aires, 1927. cada nos C. R. de la Société de Biologie, Paris, 1928.
«Tratamento da Lepra nas Philippinas. » - Conferen- «Epidemiologia e Prophylaxia da Peste no Brasil. » -
cia feita na << Sociedade das Sciencias Medicas de Lis- Com o Dr. Amarilio de Vasconcellos. Publicado no
bôa» em 13 de Janeiro de 1927. Publicada na «Re- «Jornal dos Clínicos~, Rio, 1928.
vista' Medica de Hamburgo », 1927, e na «Medica- «O problema da lepra no Brasil em 1928.» - Artigo
menta», Rio. publicado no «Jornal do Commercio >>, em 25 de
«Cultura do bacillo da lepra.» - Artigo: «Brasil Me- Março de 1928, Rio.
dico », Rio, 1927. «O problema das doenças venéreas no Brasil. » -
«O problema da Lepra: Necessidade d'uma coopera- Artigo publicado no «Jornal do Commercio», em 20
ção internacional. » - «Sciencia Medica», Rio, 1927. de Maio de 1928, Rio.
«O problema da Lepra: Como resolvei-o no Brasil. » cO problema da lepra no Prata.» - (Uruguay e Ar-
Ibidem. Rio, 1927. gentina.) Publicado na «Sciencia Medica », Rio, 1928.
«O problema da lepra no Brasil. » - Em torno dos «Tratamento externo da Lepra. » - Communicação
discursos proferidos na Camara federal pelos Depu- feita á Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de
tados Raphael Fernandes e Manoelito Moreira. Ibi- Janeiro, em 8 de Março de 1928, e publicada na
dem. Rio, 1927. <<Sciencia Medica», Rio, 1928.
<< Plan de estudios sobre la Lepra. » - Trabalho lido «Sur la transmission de la lepre humaine à la Souris
perante a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio blanche.» - Communicação feita á <<Sociedade Brasi-
de Janeiro em 12 de Julho de 1927 e publicado na leira de Biologia», em 25 de Julho de 1928. C. R.
«La Medicina Argentina», Buenos Aires, 1927. «Soe. Biai.», avec une figure, Paris, 1928.
«A Lepra na Infancia.» - Communicação á Socie- «Estudos sobre a lepra: I. Transmissão da lepra hu-
dade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, em mana ao camondongo branco. » - · Communicação á
22 de Outubro de 1927 e publicado no «O Jornal », Academia Nacional de Medicina em 2 de Agosto
Rio, 1927. de 1928, Boletim, com 7 figuras, 11 Sciencia Medica »,
«O Problema mundial da Lepra. >> - Conferencias, Agosto de 1928, e Supplemento das Mem. do 1. O.
com projecções luminosas, feitas no Instituto Oswaldo Cruz, Agosto de 1928, Rio. , .
Cruz, Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de «A escarlatina. » - Trabalho apresentado a Academia
Janeiro, Sociedade de Biologia de São Paulo, Sacie- Nacional de Medicina para concorrer a uma vaga de
TITULO ALVES 291
GENEALOGIA P ARANAENSE
290
membro titular. Approvada. Publicada n~ «Sciencia «Estudos sobre a lepra: III. Transmissão da lepra
Medica» Rio 1928. folheto com 76 paginas. humana ao camondo~go branco (2.ª ~ota COf!1 6 figu-
«O problema' da lepra no Brasil. » -:- Disc~rso de ras). »..- Trabalho lido na Academia Nacional de
posse de membro titula~ da Academia Nac10~al de Med1cma, em 31 de Maio de 1929, e publicado no
Medicina em 31 de Ma10 de 1928. ln Boletim da Supplemento das Memorias do lnst. Osw. Cruz em
Academi~ e <.< Sciencia Medica)) , Rio, 1928. portuguez e inglez, Rio, 1929. '
«Essais de culture du Mycobacterium leprae (Cocco- «Studies upon leprosy. L Transmission of human le-
thrix leprae, Lutz, 1886). lsolément a partir: d'un lé- prosy to the white Mouse. » · - (Preliminary notice
prome d'un A~ti~omyces.- » -: A. lepromabs, n. sp. with 7 figures. Translation from the Portuguese.) Sup~
Sociedade Bras1le1ra de B1olog1a, sessao de 31 de Ou- plemento das Memorias do Inst. Osw. Cruz, Rio, 1929.
tubro de 1928, C. R «Soe. Biol. », Paris, 1928. «A Lepra nas :Artes. » - Conferencia feita na «Liga
«Tentativas de cultura do Mycobacterium leprae (Coc- da Defesa Nacional >>, por occasião da Semana dos
cothrix leprae, Lutz, 1886). lsolame~to de um acti- Lazaros, publicada na Rev. Med.-Cirurg. do Brasil
nomyces de um lepro~a. >) - O Actmom_yces lepro- Rio, 1929. '
matis, n. sp. (Nota prévia em portuguez e mglez, com .:Um leprosaria modelo.» -- Conferencia na «Semana
11 figuras). Supplemento das Memorias do Inst. Osw. dos ~azaras », e.m 19 de Julho de 1929, publicada no
Boletim da Sociedade de Assistencia aos Lazaros, etc.,
Cruz, Rio, 1928. São Paulo, 1929.
«Estudos sobre a Lepra: II. Tentativas de cultura do
Mycobacterium leprae (Coccothrix leprae, Lutz, 1886).» «Curso d~ leprologia pelo radio.» - (Radio Educa-
- Isolamento de um actinomyces de um leproma. O dora Paulista.) 14 conferencias feitas em São Paulo
Actinomyces lepromatis, n. sp. (Amostra Hilda). Tra- das quaes as 3 primeiras, foram publicadas na Revist~
balho completo, em portuguez e inglez, com 12 pho- Medico-Cirurgica do Brasil, Rio, 1929, e Boletim Soe.
togravuras e 1 estampa colorida. Memorias do Insti- de Assist. aos Lazaros, etc., São Paulo, 1929 e 1930.
tuto Osw. Cruz, Rio de Janeiro, 1929. «A Lepra. Estudos realizados em 40 paizes (1924 a
«The frequency of Leprosy in Brazil.» - ln << Leprosy 1927).» -- Volume de 393 paginas, 184 figuras e 66
Notes», 1929, The «British Empire Leprosy Relief quadros, Rio, 1929.
Assn. )>, London. «Leprosy. Survey made in forty countries (1924-1927). »
«Hospital para luéticos.» - Artigo: «Diario da Tar- Vol. 400 pgs. and 184 illustrations, 66 tables Rio
1929. I I
de», de 18 de Março de 1929, Curityba, Paraná.
« Protecção dos filhos dos leprosos contra a lepra. >>
«A febre amarella no Rio de Janeiro.» - Artigo:
«Diario da Tarde», de 22 de Março de 1929, Curi- - A acção social do Asylo Santa Therezinha do Me-
tyba, Paraná. nino Jesus. Artigo: «Boletim da Sociedade de Assis-
«Das Lepraproblem in Brasilien.» - ln «Seuchen- tencia aos Lazaros, etc. », São Paulo, 1930.
bekãmpfung», Jahrgang 6, Vienna, 1929. «O problema da lepra em São Paulo. )) - Artigo pu-
«Como se combate a lepra em São Paulo.)) - ln blicado no Boletim da Sociedade de Assist. aos La-
«Sciencia Medica ~, Abril 1929, Rio. Transcripto no zaros, etc., São Paulo, 1930.
Boletim da Sociedade de Assistencia aos Lazaros e «Tratamento da lepra. » - Communicação á Acade-
defesa contra a Lepra, São Paulo, 1929. mia Nacional de Medicina, em 20 de Novembro de
« Uma manhã entre os Lazaros (no Paraná).» - Ar- 1930. Revista Medico-Cirurgica do Brasil, Rio, 1930.
tigo: «Revista Medico-Cirurgica do Brasil:,, Rio, 1929. « Experimental leprosy. » - Communicação á Royal(l
TITULO ALVES 293
GENEALOGIA PARANAENSE
292
thr~x leprae, Lutz, 1886) por el metodo de Sumiyoshi-
Society of Tropical Medicine and Hxgiene >> 1 Londres, Sh1ga. ». - (Trabalho cof!lplet?.) Publicado na «Revista
em 19 de fevereiro de 1931, e publicada nas Trans- Argentina de Dermotos1f1log1a» Buenos Aires 1932
I
actions Vol. 26, com 3 estampas coloridas e 8 pho- «São La~aro, o pad~oeiro dos Leprosos.» - ' Artig~
tograv~ras London Abril 1931. (Sómente em inglez.) c~m 3 figuras, pubhcado na «A Noite I1lustrada »
«Treatment of Lepr~sy.» - Oito, dito. Ibidem, seguido Rio, 1932 '
das discussões, London, 193 '1. «O P_rofessor Rodolpho Krause (Estudo bio-biblio-
« Le traitement modem e de la lepre dans les princi-
graph1co). » - J?rnal do C?mmerci o, de 26 de Julho
paux centres de léprologie. » - Conferen.cia feita pe- de 1932, e Revista Med.-C1rurg. do Brasil, Rio, 1932.
rante as Sociedades Belgas de Oermatolog1a e de Me- «!"-, campanh~ contra a lepra em São Paulo.» - Re-
dicina Tropical 1 na fondation Universitaire, em 22 de vista M~d.-Ctrurg. do Brasil, Rio, 1932. folheto com
Março de 193 1, Bruxellas, e publicada no « Bruxelles 17 paginas.
Médical », 1931. «A Cirurgia e a Leprologia. » -- ln «Revista Brasi-
<< Plano de leprosario modelo.» - (Bases da concor- leira de Cirurgia», Rio, 1932.
rencia publica para a construcção do 1.0 leprosaria «~ emetina como auxiliar no tratamento chaulmoo-
modelo de São Paulo.) Em collaboração com os en- gnco d.a lepra.» - . Traducção e critica do artigo do
genheiros Drs. Maria Ayrosa, H. Pujol Junior e f. Dr. Mt~uel Antomo Oalán, da Colombia, lido na
Palma Travassos. folheto de 45 paginas, mappa do Academia Nac. de Med., em 1.0 de Setembro de 1932
terreno e 1 eschêma do plano geral, São Paulo, 1931. e Revista Brasil. de Med. e Pharmacia, Rio 1932. '
«Como resolver-se o problema da lepra em São Paulo.» «?ão _Lucas, ~edico, pintor e evangelista.» ~ (Estudo
- Communicação á Academia Nacional de Medicina, h1stonco.) Artigo publicado no «Jornal do Commer-
em 16 de Julho de 1931 1 e publicada na Revista cio», de 18 de Outubro de 1932, Rio.
Medico-Cirurgica do Brasil, Julho 1931. «Benedicto de Spinoza. O tricentenario do seu nas-
« Resultados praticas da Conferencia Internacional de c~mento.» - (Estudo historico.) «Jornal do Commer-
Leprologia realizada em Manila (9 a 23 de Janeiro c10 », de 24 de Novembro de 1932 Rio.
de 1931).» - Communicação á Academia Nacional «A Polonia rediviva. » - (Estudo historico.) Revista
de Medicina, em 1O de Setembro de 1931, Bol. Soe. « Brasil-Polonia», Rio, 1932.
Assist. aos Lazaros, etc., São Paulo, 1931, e Revista «A acção do Cantharidinato de potassio na lepra.» -
Med.-Cirurg. do Brasil, Rio, 1932. «Boletim da Acad. Nac. de Medicina » 19321 e «Mo-
«A cuti-reacção de Bargehr na lepra.» - (Nota pré- vimento Medico », Rio, 1932. '
via.) ln «Medicamenta», Rio, 1932, e «La cutireacción «Haverá uma fórma filtrante do Mycobacterium le-
de Bargehr en la lepra)> , (Nota prévia). ln «Adas prae ?» · - « Brasil Medico»1 19331 e Boletim da Acad.
Dermo-sifiliograficas», Madrid, 1932. Nac. de Medicina, Rio, 1933.
«Ensaios de cultura do Mycobacterium leprae.» - <<Tentativas infructiferas de cultura do Mycobacterium
Anais Brasileiros de Medicina e Cirurgia, Rio, 1932. leprae pelo methodo de Lowenstein.>> - «Brasil Me-
« Essais de culture du Mycobacterium leprae (Cocco-
dico », Rio, 1933.
thrix leprae, Lutz, 1886) par la méthode de Sumi- «O problema da lepra nos Estados do Norte.» -
yoshi-Shiga. » - (Nota prévia.) Soe. Brasil. Biol., em (Relatorio preliminar ao Snr. Ministro da Educação e
29 de Junho de 1932, C. R Soe. Biol., Paris, 1932, Saude Publica, em 18 de Março de 1933.) «Brasil
e «Internat. Jour. Leprosy», Manila, 1933. Medico », Rio, 1933.
«Ensayo de cultivo del Mycobacterium leprae (Cocco-
TITULO ALVES
294
GENEALOGIA PARANAENSE 295
das confluencias do Ivahy e Invinhema, como proprias pondo .º Paraguay, e approximando-se de um cami-
para a sua fundação, poder~ s~r edificada nas circ~m- nho existente. entre Tarijá e Vil la Real, ganha a linha
visinhanças da barra do P1qu1ry, na mesma posição o ~aJJe do P1lc?mayo, que, tendo, segundo O diccio-
em que outr'ora existiram Oua~ra e Outi~eros. nano geograph1co de BouilJet, nesse curso 130 km
«Não foi debalde, e sem perfeito conhecimento das não offe;ecerá d_ifficuldades para um traçado de vi~
localidades, que os jesuitas lançaram nas adjacencias ferrea ate Chuqmsaca, na altitude de quasi 4.000 me-
da catadupa das 7 Quedas, os fundamentos da cidade, tros. E por um braço deste rio, que passa proximo
capital da vasta provincia de Ouayra, que chegou a d_e Potos1, , poder-se-á destacar um ramal para esta
ser povoada, por mais de 100.000 indígenas. Alli, cidade, out rara povoada por mais de 120.000 habi-
portanto, o poderoso influxo da via ferrea, o aprasivel tantes, e então afamada pelas inexhauriveis minas de
da paisagem, e a suavidade de seu clima extra-tropical, prata, da serra do mesmo nome. Do Chuquisaca
attrahindo laboriosa população nacional e extrangeira, alcança o traço o vale do Dasaguadero e corrend~
farão sem duvida, renascer o novo Ouayra, que virá pelo plateau (platô) encerrado pelas cordilheiras orien-
a ser não só o centro de um vastissimo commercio, tal e occidental dos ~ndes, atravessa o departamento
como tambem a vigilante atalaia de nossas fronteiras. de Oruro, entra depois no de La Paz, e por fim pro-
A porção da estrada de ferro, desde a foz do Piquiry, cura des~er para o porto de Arica, percorrendo desde
pelos ribanceiros do Paraná, até defronte da bocca o Atlanttco até o Pacifico, uma distancia muito mais
do Iguaney, onde deverá ser lançada a ponte para a curta e no meu entender muito mais racional direc-
estrada transcontinental, sendo prolongada poucas le- ção, do gue a delineada no projecto do Capm. Palm,
guas mais abaixo, até a barra do pequeno rio S. Fran- que termma em lslay-Road. O mappa annexo1 onde
cisco, ligará a navegação do curso superior e interior estão traçados as linhas que proponho, e a do Capm.
do Paraná, interrompido pelo salto das 7 Quedas. Palm, torna patente e~~~ asserção. Ahi vê-se que, rejei-
« E então, claro é que, a povoação que for fundada ta~o o porto de Cob1Ja pelo motivo que já dei, o de
nas immediações da grande cataracta, ha de ser o Anca, situado no angulo formado pelas direcções
centro de navegação, que estabelecer-se no alto e baixo N. S., N. O. e S. E., que apresenta a costa do Pacifico
Paraná. Com eJJa, poderão commerciar o Corpus, Ita- e o qu~ liga?º a bahia de Paranaguá, offerece mai~
púa e Candelaria e todas as colonias que forem crea- curta d1stanc1a para a construcção de uma via ferrea
das na vastissima e opulenta bacia superior do Paraná transoceanica.)>
e seus affluentes. Penetrando na Republica do Para-
guay, pelo valle do Igany, ou outro que mais conve- :<F~ça~o~, qu~nt~ a~te~, ~ e~tr~da· d~ Matto · Ôro~so·
niente seja, a linha do Piquiry, ou antes das 7 Quedas, que, só o Paraná, tem elementos para sobre elle~
tambem será a estrada de Assumpção, sobre que já exercer-se a actividade, de muitos milhões de indi-
tanto se tem escripto. Para isso, bastará que da villa viduas.
de Curuguay, se construa um ramal para aquella ci- «Demos, esse primeiro passo, para a estrada trans-
dade; o que entretanto, não julgo necessario, visto oceanica, que um dia chamará para a nossa costa todo
1
que centenas de leguas de navegação franca, no rio ? commercio do Paraguay, Bolívia, Perú e dos mais
Paraguay, estabelecerão faceis communicações entre importantes emporios da Australia.
Villa Real, ponto de passagem da via ferrea trans- «E, que não surjam os estrategicos, os phantasiadores
oceanica, e todas as povoações das margens desse de guerras, objectando que a linha das Sete Quedas,
rio, desde o Bumiagi, seu affluente, até Cuyabá. Trans- que proponho, exporá o nosso territorio, ás invasões
TITULO ALVES
GENEALOGIA PARANAENSE 309
308
paraguayas, a tomadas de flanco e quejandas, porque ~ios_o :e~atorio sobre_ as duas primeiras, discutindo a
de ante-mão lhes respondo: msbt~1çao ~~s colomas militares sob o ponto de vista
4{ - Que os mesmos caminhos de ferro que condu- techmco m1htar.
ziram os prussianos a Paris, teriam levado os france- « Pelo mesmo motiv_o_~ Muni~ipio de Curityba em 23
nunca havida em casos semelhantes, a fraude e a der- es~ava resolvido a escolha do meu nome, para assu-
rama de dinheiros publicos, para custeio de eleições mir as redeas do governo civil do Paraná, como -
de um partido político, foram factos, que muito me Interventor.
indignaram, e que concorreram definitivamente, para a Iniciado o movimento, no dia 3 de Outubro1 as 5
mudança da mentalidade que até então cultivava. Al- horas da tarde, hora essa combinada nos Estados do
mejava ardentemente uma revolução ampla, geral, que Rio Grande do Sul e Minas Oeraes, tive ímmediata-
tivesse força bastante para dar a este Brasil, uma ou- mente, por Plínio, conhecimento do facto, e tambem
tra forma de vida, onde imperasse, principalmente, a conheci~e~to que o Paraná, por sua guarnição, se
Justiça e a Liberdade. Tornara-me um revolucionaria, pronunctana a 5 desse mez. A indicação de minha
muito embora não tivesse tomado parte dírecta, em pessõa, para chefe do governo revolucionaria do Pa-
reuniões de conspirações. raná, já era do conhecimento de muita gente, e diver-
Assim procedendo, o fazia, não por mêdo ou pavor, sos ínterpellaram-me a respeito.
porque, prova dei em contrario, quando em Outubro Assim, a 5 de Outubro, proximamente as 6 horas da
de 1930, com desassombro assumia revolucionaria- manhã, um esquadrão do 5. 0 Regimento de Cavalla-
mente o governo do Estado, num momento em que, ría Isolada, commandado pelo Capitão Nelson Pinto,
mal se desenhava no horizonte do destino, o lado escolta de um auto, conduzindo o Major Cícero Cos-
para o qual iria pender a balança da victoria, tendo tard, e outros, que a memoria não me ajuda a decli-
nesse momento historico, jogado num dos pratos nar os nomes, veio a minha casa buscar-me, para assu-
dessa balança, o meu futuro, a minha tranquilidade e, mir o Governo do Estado, já acephalo, com a fuga
quem sabe, até a vida, como o futuro e a tranquili- do seu Presidente. Não acceitei de momento o con-
dade de minha familía; com effeito, logo se verificou, vite, receioso que me falhassem forças para obra tão
que a víctoria integral da revolução, talvez periclita- ingente, como - governar um Estado, num período
TITULO ALVES
318
GENEALOGIA PARANAENSE 319
desse. Insistido por uma segunda vez,_ receios~ que a Continúo affirmando, o movei era a ambição. A este
recusa fosse taxada de mêdo, acced1, assummdo o ou aquelle, porque não se lhe satisfazia a sua nomea-
Governo do Estado, as 5 horas da tarde, do dia 5 ção _p~ra uma Pre~eitura; a um outro, porque não se
de Outubro. O que foi esse ado, nada posso infor- dem1tba um Tabelhão, para a col\ocação de um irmão·
mar1 dada a balburdia do momento, a grande emo- a um outro, porque não se acceitava a indicação d~
ção moral que natur~Jmente me empolgou, e o povo um parente, para alto cargo na administração.
que invadia o Palac10. A i_ngenui~ade política de uns, a exaltação de ideo-
Fui investido no Governo, pelo commandante das tro- logias exoticas de outros, vieram engrossar, em uma
pas revolucionarias. . . . ar:i~lgama heterogenea, o grupo d'aquelles oppositores.
Começou 1 desde então, a mmha «via-cruczs», carre- Civis, por este ou aquelle motivo, contribuíram tam-
gando o pesado lenho das ambições, das perfidias, bem, para este grande mal. Nós, isto é, Plínio e eu
das calumnias e das traições. não fômos impellidos por assômos de ambições ron~
- As revoluções, semelham-se a viol~ntos tornados, das de hypocrisias, aspirações de mando, que s~mpre
revolvendo tranquillas aguas, de tranqu11los lagos, tur- foram contra o nosso feitio moral.
vando a limpidez dellas, com a vasa que sobre-nada E assim, logo que tivemos conhecimento, que junto
á tona! - ao Governo Provisorio se tramava, se trabalha~a con-
Vinganças pessoaes desenfreadas, soltas; prisões e tra a situação do Paraná, passamos, o que ninguem
cerco de casas de famílias, de collegio religioso e até até hoje conhece, o seguinte telegramma:
a pratica de crimes, foram lembrados! Estas, as pri- « 18 de Novembro de 1930. - Dr. Oswaldo Ara-
meiras difficuldades, que tive de vencer, oppondo-me nha, D. Ministro Justiça. - Rio. - Reservado. -
a esses desatinos. A sequencia dos factos, que ante- Chegando-nos atravez recados, ha serias difficul-
cederam e prepararam a revolução, indicavam-me que, dades, resolução caso Paraná, e como não dese-
deveria governar com homens civis, que nella toma- jamos, de modo algum, causar embaraços acção
ram parte. Neste proposito, procurei ~ercar-n:ie daquel- Governo Provisorio, tomamos liberdade depôr
les que pertenciam á chamada - (<Alhança L1berab>- . mãos V. Ex.ª, cargos para os quaes fomos esco-
Era entretanto, um desconhecedor dos políticos e dos lhidos, momento emergencia, período revolucio-
•
1
homens publicas, bem como de suas attitudes anteno- naria. Conscios, havermos cumprido nossos deve-
res. D'ahi, ter de origem, commettido erros que me res, e cheios de fé, pela sublimidade resultados
trouxeram serias dissabores. Victoriosa militarmente a movimento regenerador, não embaraçaremos orien-
revolução, porque sob outra forma, até hoje ainda não tação Governo Provisorio, e solicitando nossas
está, com o regresso das tropas, começaram a appa- exonerações, asseguramos a V. Ex.ª, continuare-
recer os primeiros indícios de opposição ao meu go- mos a prestar nosso apoio causa revolucionaria,
verno. Desenhava-se o chamado «Partido dos Tenen- mesmo afastado funcções provisorias, com que
tes », como tambem o apparecimento das «Legiões nos distinguia confiança governo. - Respeitosas
Revolucionarias », os «3 de Outubro » e outros gru- saudações. - Mario Tourinho, Chefe Governo
pamentos políticos, que muito prejudicaram o Pai~, Provisorio Paraná. - Plinio Tourinho, Comman-
retardando a sua reorganisação. Mas, o que se percebia dante 5.ª Região Militar. »
em todas essas agremiações, era o desejo do mando. Isto, 43 dias após, termos assumido o governo. A res-
O Paraná, não fugia a esse mal. A ambição pessoal, posta, foi a minha confirmação no governo, como In-
foi o movel principal de opposição ao meu governo. terventor.
TITULO ALVES
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320
confiança que o Dr. Getulio me manifestara não dei-
A 20 de Novembro de 1930, passava o seguinte tele- ~ei de me ir apercebendo, que, estava send~ uma dif-
grarnrna ao Prefeito de Guarapuava: «Muito sensibi- f1culdade ao seu governo.
lisado, agradeço deferencia povo guarap~av~no, esco- Trabalhado por esse elemento descontente, prepara-se
lhido meu nome, para dar a urna das pnnc1paes pra- e desencadea-se a greve operaria contra a companhia
ças dessa cidade. Devo, entretanto, recornn:endar com de força. e Luz, explorada a bôa fé e ingenuidade
muita insistencia, que taes horn_enagens .se1am presta- do operariado, . que nada lucrou, apoz a terminação
dos unicamente a indivíduos Já fallec1dos, accordo de\la. foram dias de depredações e de incertezas em
meus princípios hoi:1~rn publi~o e b~as normas rn~- Curityba.
ral republicana. S0hc1to, por 1sso se1a com. urgenc1a
1 Agio apenas como um elemento político nas mãos dos
annullado decreto n. 0 3, sendo-me commumcada an- meus oppositores.
nullação. » . . Concomitantemente, a tropa federal, sem motivo pon-
- Apeiado do Gov~rno o Dr.. ~ashrngton Lu~s, e deravel, em Ponta Grossa, faz um ataque em regra,
substituido por uma 1unta de m1hta:es, parec~ tmha ao quartel do destacamento policial. Deste facto gra-
ella o desejo, que as tro1~as rev~luc1onanas na_o che- víssimo, ~ando conhecimento ao governo, nenhuma
gassem ao Rio, e. ella, a J~nta, ficasse co~ a mc.um- providencia urgente de repressão aos chefes militares,
bencia de reorgamsar o pa1z. A esse respeito,, mobvou foi tomada. Percebi, desde este momento, que era de
o seguinte telegrarnma nosso, ao General Goes M~n- facto uma difficuldade ao governo do Dr. Oetulio.
teiro, Chefe do Estado Maior das forças Revoluc10- No meu proprio palacio, naquelles dias de atribula-
narias: «25 de Outubro de 1930. - Resposta vosso ção intensa para mim, e\le que se achava sempre
telegramma hontem, tenho prazer ma~if~star concor- cheio, senti o vacuo; todo mundo fugia, talvez re-
dancia absoluta, sem nenhuma restncçao, Governo ceiando comprometter-se, com uma nova situação, que
Provisorio Paraná com os itens mesmo telegramma, se desenhava. Poucos me acompanharam, nem mais e
sendo pensament~ dominante, como necessidade im- nem menos que os meus auxiliares imrnediatos. Mesmo
prescendivel objectivos revolução, ele~aç~o Dr. Ge_tu- d'aquelles, cuja profissão ordenava, pelo menos apa-
lio Vargas, como Chefe Governo Proy1s?r~o Repu~hca, rentar uma certa expressão de vigor, notava-se tris-
para inteira observancia elevados pnnc1p10s << Alhança teza e frouxidão. Jugulada a greve, levada a paz a
Liberal » expostos notavel plata-forma, hd~ esplanada Ponta Grossa, resolvi exonerar-me, passando ao Dr.
do Castello. Podeis contar com a nossa sohdanedade.» Getulio o telegramma, de 29 de Dezembro de 1931,
A minha acção política no governo, foi sempre de que adiante transcrevemos, com a resposta do Dr.
molde, a não hostilisar a nenhuma corrente, dand? a Getulio, que foi pela imprensa publicado, e por ella,
todos inteira liberdade de acção, desde que não im- no Rio, criticada a acção do Governo Provisorio.
plicasse na perturbação da ordem. A prova, está em Sahi com a minha consciencia tranquila, de bem ter
ceder o theatro t Guayra», edifício publico, á sessõ~s servido o meu Estado, nos primeiros e incertos mo-
da chamada «Legião Revolucionaria», já em oppos1- mentos de uma revolução. Quem leu a minha renuncia,
ção ao meu governo. Todos os meios de combate publicada no jornal <t Ü Dia)> , de 30 de Dezembro de
contra mim, foram postos em pratica: telegrammas 1931, terá verificado a realização do meu vaticínio:
mentirosos; denuncias falsas; relatorios calumniosos ~ - << o que me abalou o animo, na hora angustiosa
foram dirigidos ao dictador. E, como é certo o di- do rebate, foi a visão da Patria enfraquecida, deante
tado popular, que ·- agua mole em pedra dura, tanto de uma luta altiva, mais esteril, contra competições de
bate que a fura - e, apezar das manifestações de
TITULO ALVES
322
GENEALOGIA PARANAENSE 323
interesses, que por si mesmo, se hão de aniquilar e Awicultores ! In_dustriais ! Coinmerciantes !
se destruir. » . Vos, que formai? a base inabalavel da grandesa
E, com effeito, se aniquilaram e ~e des~ru1ra_m. dos povos; o alicerce em que as civilisações as-
Ignorante do feitio dos homens, e passivei tivesse me s~ntam as colunas principaes da sua estrutura
enganado na escolha delles .. quanto a mi~~a admi- gigantesca.
nistração, melhor que este ligeiro relato, d1~a ª. men- f unccionarios publicas!
sagem dirigida ao Chef~ _d? Governo Provisona. Que sois, os impulsor~s. infatigaveis do grande
Nella se verá quanto e m1usta a campanha que me aparelh~mento ~as ª?mm1strações de Estado; que
fazem de ha~er descuidado das obras do Porto de consumis a ex1stenc1a ao ardor dessa incessante
Paran~guá. Em um período de _14 mezes,_ dos quaes luta.
deduzidos 4, ainda de balburdia, confusao e o res- Acade~icos ! E~tudantes de todas as etapas!
tante sob uma constante athmosphera de perturbação Que sois a mocidade, - a sementeira immensa do
da drdem mais 1 era impossível fazer. )) f~turo: a chamma luminosa das esperanças por-
- Para ~elhor se poder apreciar os acontecimentos, vmdouras.
que se prendem a acç~o e reacçã? operadas ~º. Pa- E vós, Senhores, que já tendes integrado o tesouro
raná1 durante a patriot1ca e morahsadora adm1mstra- ~o vosso sab~r, cabendo-vos, por isso, o tributo
ção, do proveda General Maria Tourinho, abai_xo mgente, de guiadores da collectividade em marcha
transcrevemos dos jornaes da epoca, os factos prm- Po_v~~ Enfim .. : que, reunido, formais o poder d~
cipaes que a ella se prendem: . ?Pinta? das soc1~dades organisadas; a grande força
«O discurso do Snr. General Mano Tourinho. mvenc1vel e um versai, da consciencia humana ...
q; Meus senhores! nos vos testemunhamos, nestas palavras tôscas
- • 1
Nessa eclosão intensa de ardor civico, que vem mas na expressao smcera do nosso leal sentir
fazendo vibrar a alma paranaense, por ímpetos t?d_o o nosso reconhecimen~o, e toda a nossa gra~
indefinidos de patriotismo, e de apego e amor á tida~, dea~te da ~xpontanetdade desta expressiva
terra que lhe embala os arroubos sonhadores, - mamfestaçao publica, de apoio e de solidariedade
terra carinhosa e boa, solicita e dadivosa, que moral, á causa paranaense, que o nosso Governo
extende pelos seus recantos infindaveis, a exhube- encarna.
rancia fecunda da vida creadora, e a natureza Senhores!
opulenta dos seus magicas encantos, sente-se .r~- Quando se ergueu, em nossa terra, o movimento
viver e fluir o alento espartano de uma coled1v1- regenerador da nossa patria, ao ímpeto inicial de
dade1 que hade rasgar nos horisontes da patria, uma peleja, que repetidos erros consumaram e
o rumo luminoso do seu destino - que ha de buscastes conduzir-nos ao posto em que nos ~n-
traçar na historia no seu paiz, o quadro immorre- contramos, - ainda dentro das primeiras horas
douro da sua grandeza! dessa campanha civica, quando o nevoeiro da
Operarias! duvida, ainda ensombrava de incertesas crueis e
Vós, que representais a grande força constructora, de interrogações, as probabilidades da victoria, em
dos soberbos alicerces, em que as civilisações as- aceitando-o e assumindo-o, bem aquilatava, nessa
sentam, marcando uma éra de brilhante progresso, hora, com a nossa consciencia de cidadão e de
de constantes e incansaveis labutações, pela evo- soldado, - das dimensões e do vulto de graves
lução da humanidade. responsabilidades, que ao hombro sopesavamos.
GENEALOGIA PARANAENSE TITULO ALVES
324 325
Não foi ao soar o clarim da victoria, q~e assu- tentes, existe o prolongado estoicismo das vigí-
mi mos ~s responsabilidades do posto, ~ sim, entre lias estafantes, e o crepitar do fogo lento das ener-
a nevoa espêssa, dentro da qual se _ia.~ travar gias consumidas.
os ainda primeiro encontros da luta 1mc1ada. ~este :urto praso de dez mezes, de agitada admi-
força é concluir, portanto, que na mes1_na hora mstraçao do nosso Estado, pouco se tem feito
em que se marchava para a fr~nte das lmhas de em relação á mass~. i~mensuravel das tarefas por
combate, já nos ~ncon_travamos a frente_ dos_ com- fazer, - mas, mu1tiss1mo grande tem sido a obra
promissos indechnave1s do cargo de d1recçao su- conseguida; muitíssimo dilatados os estudos e
prema do Estado - , nu~ momento, em que da as refori:nas ;_ muitíssimo valiosos os planos de
luta, aqui, não se conheciam nem os traços ge- novas d1retnzes, nas normas carcomidas de tristes
raes da sua extensão. tradições.
Não nos moveram inspirações de mando, nem Na moralisação e no reajustamento do nosso re-
ambições pessoaes, nem sentime~to~ outros, que gímen financeiro, têm-se consumido as energias
não fossem os anhelos e as conv1cçoe~ profundas mais serenas, que, - mais de uma vez, - se
de bem servir á terra dos nossos maiores, com esboroam e se destroem, deante do vulto impres-
a constribuição integral dos nossos esforços, e sionante dos compromissos do Thesouro.
dos nossos trabalhos, na obra geral de regen~- Da lista dos grandes encargos, herdados do pas-
ração politica e adminish~tiva da nossa patna, sado, tivemos que pagar, fataes, reclamados, -
cooperando para o bem ~1sado, pelo embate re- mez traz mez, - após a luta vencedora, alta monta
volucionario, com o dese10 ardente de acertar e de compromissos estrangeiros, que, a cerca de
de vencer na grande arena em que a luta ape- dois mil contos attingiram; e foi na compressão
nas se esboçava, e ainda perdura e se desdobra. sistematica das cifras de orçamento - lado a lado
Não indagamos, aos que nos buscava~ para. -~ - ao largo corte das despesas supprimidas -
luta do sacrifício, do trabalho e do pengo, s1_1a que pudemos, pouco a pouco, reunir as parcellas
cortavam os horisontes patrícios, traços anuncia- dos recursos, que taes encargos reclamavam.
dores das esperanças de victoria; nem pergunta- foi pago o funccionalismo, de Outubro para a
mos, aos que proclamavam as idéas do levante, frente. Os demais gastos do Thesouro, a partir de
si eram impelidos pela mesma centelha d~ ardor data igual, são todos attendidos com firmesa.
patriotico, de despreendimento, de renuncia e de- Na ordem administrativa, na ordem financeira, na
sambição pessoal, que nos arra~tavam, - para ordem economica, na orbita da justiça, as medi-
o calor da luta, e para a impetuosidade dos e~tre- das de reforma, de adaptação e de defesa, repe-
choques, de onde, - tanto poderia resultar a v1cto- tem-se e avolumam-se, sem que as fibras diri-
ria - como tambem a derrota completa e fra- gentes se entibiem, deante das duras refregas re-
ga~osa, dos ideaes reformadores, com !odo o seu sultantes do entrechoque de interessantes refreados.
cortejo de sofrimentos e amarguras, so enfrenta- Temos por principio soberano, as normas da
dos com firmesa e decisão, pelas fortes almas lu- justiça.
tadoras. Si alguma vez erramos na Cruzada, não teme-
E, desde então, aqui nos encontramos. - _Senh_o- mos recuar.
res - nesta estacada da luta, onde, s1 nao exis- A linha que traçamos para o alvo desejado, é
te~ hoje mais, as amêias das trincheiras comba- reda e sem penumbras.
TITULO ALVES 327
GENEALOGIA p.ARANAENSE
326 multiplos serviços afectos á administração publica
Ao cargo a que nos trouxe a confiança do povo
I Paranaense.
da nossa terra e logo após, a do Chefe da Na- ~umpre-me,. n_esse sentido, preliminarmente, soli-
ção, não no~ prendem laços de ambições, nem citar a ~atn?ti_ca attenção de V. Exa. para as in-
laivos de vaidade. superave1s difftculdades de ordem financeira que
Nelle permaneceremos, emquanto pudermos servir a~soberbam ? Govêrno do Paraná, quer prove-
á nossa terra commum, enquanto pudermos conti- mentes da cnse economica universal, quer advin-
nuar a merecer a confiança que inspiramos, e das sobretudo dos pesados onus e encargos le-
enquanto pudermos manter illesas e. inta~giveis, gados pelas passadas administrações.
a honra e a dignidade, que são o patnmomo mo- Essa prem~n!e. si~uação t~m paralisado, até agora,
ral do homem. quaesquer imciativas realisadoras, nem só relati-
E' reconfortante - senhores! - e grata ao nosso vas ao regular proseguimento de differentes tra-
coração de paranaense, a exteriorisação da vossa balhos publicas inadiaveis, como tambem quanto
solidariedade leal e boa. ás refórmas imprescindíveis reclamadas pela cres-
Ella nos sensibilisa profundamente, e nos obriga cente amplitude dos demais serviços a cargo do
a dizer-vos que, apezar das densas ~uvens que Estado.
ainda se estendem por sobre os honzontes dos A minha esphera de acção governamental, por tais
dias presentes, nós cremos na grandesa futura da motivos, se tem principalmente circumscripto ás
nossa terra. soluções dos problemas economicos do Estado e
Temos fé no valor indomavel dos seus filhos e á normalisação preliminar da sua precaria vida
antevemo~ para o porvir, quando vencidos todos financeira.
os abices dias luminosos de victoria. Parece-me que, só assim, após essa dupla reali-
Nós vos ~gradecemos, e vos saudamos, povo ami- sação de grande monta, poderão as futuras ad-
go e bom, da terra paranaense - herdeiros va- ministrações dispôr, com o augmento progressivo
lorosos da fibra bandeirante. das rendas do Estado e a acquisição de novos
Viva o Paraná. recursos orçamentarias, dos elementos propulso-
Viva o Povo paranaense !» res dos progressos materiaes do Paraná, em todos
(1. 0 de Agosto de 1931.) os ramos de sua auspiciosa adividade.
Da - MensaO"em - dirigida pelo Interventor federal . . . . . . .
ao Paraná, G~neral Mario Tourinho, ao Chefe do Go- .... a precaria situação financeira do Govêrno,
verno Provisorio, extrahimos alguns dos seus pontos tem obstado a sua viva actuação no sentido de
principaes, a saber: manter e mesmo desenvolver os serviços relati-
<< Exmo. Snr. Dr. Getulio Vargas, D.D. Chefe do vos á diffusão, no Estado, do ensino primaria,
Governo Provisorio da Republica. normal, secundaria, profissional e superior, bem
Ao completar o primeiro anno da minha gestão, como os que se relacionam á organisação da
no exercício do cargo de Interventor federal, justiça, da saude publica, da policia civil e mili-
com que a nobre e generosa confiança de V.. Exa. tar, da assistencia publica, da agricultura, da in-
me tem sobremaneira honrado, cumpro o mde- dustria e do commercio.
clinavel dever de relatar, com lealdade, em sue- Verificará V. Exa., de fato, por este succinto rela-
cinta exposição, as principais ocurrencias, nesse torio, que a Interventoria do Paraná, neste pe-
período, aqui succedidas, bem como o estado dos
TITULO ALVES 329
GENEALOGIA PARANAENSE
328
..... !s prementes condições financeiras do Es-
tiodo de um anno, se tem esforçado, com os pou- tad?, Jª então apuradas, em parte, por um pri-
cos recursos de que dispõe, em attender, tanto metr~ balanço geral do Thesouro, e os seus im-
quanto passivei, a todas as nec~ssida?,es primor- pr~s~1onantes compromissos, externos e internos
diaes do povo Paranaense, cuJa satisfação, em ex1g1am, sem delongas, uma funda compressã~
suas differentes modalidades, seja de qualquer d~s despezas, porém, _sem ~a~rificio dos serviços
modo dependente da acção governamental. d1rectamen~e af:c~o? a adm1mstração publica.
Por essa fórma, nutro a firme convicção de ha- ( ~esse sentido, 1mc1ou o meu Govêrno uma revi-
ver, até aqui, procurado corresponder, sem exhibi- sao dos quadros do f~nccionalismo publico, as-
ções, contrarias ao meu feitio moral, porém, com sustadoramente accres~tdos .nos quatrienios passa-
sincero e leal devotamento, á desvanecedôra con- dos, sobretudo nos dois ultimas annos anteriores
fiança de V. Exa., como Chefe supremo do Go- q~ando o d.esdobramento da Secretaria Geral, e~
vêrno Provisorio da Republica. t~es ~ecr:tanas, trouxe como consequencia a crea-
Julgo-me, assim, igualmente com o direito de çao mubl e excessiva de departamentos novos
proclamar que, no exercicio arduo das funcções dotados de numeroso pessoal. '
de Interventor desta unidade da federação, tenho
procurado tanto quanto o permittem as circums- Torno.u-s~ ~ecessari~, ~o~o · m~dida ·m~raÍisadô~
tancias, porém com firme determinação, collabo- ra, o exame escrupuloso dos actos e trabalhos
rar na obra redemptora da reconstrução política e ( anteriore? de di~erentes departamentos dos servi-
moral da Patria, de accordo com o programma a ços pubhcos, afim de que por uma severa syndi-
que se impuzeram os chefes da revolução nacio- c~nc1a, fossem apuradas as responsabilidades func-
nal de Outubro ultimo. c10naes correspondentes.
Essa modesta, porém leal e devotada contribui- Nesse sentido, por successivas portarias ractifica-
1
ção do meu govêrno, á obra revolucionaria tem- das, mais tarde, pelo decreto n. 0 515, de 22 de
se feito sentir sem violencias, nem arbitrarieda- Novembro, da lnterventoria Federal do Paraná o
des, antes, com serena ponderação e discreta pru- Secre~ario Geral designou differentes Commissões
dencia e sobretudo com escrupuloso respeito ás espec1aes d~ Syndicancia, para procederem ao exa-
liberdades e aos direitos dos cidadãos, consoante me da escnpta, ao balanço geral e á tomada de
ao espirita do regimen republicano que, desde contas no Thesouro estadoal, no Banco do Estado
15 de Novembro de 1889, felicita nossa Patria. d~ P~raná, no D~partamento de Agricultura, na
. . . . . . . . . . . pnme1ra Colle~tona estadoal da Capital, no Syndi-
O empolgante espedaculo de enthusiasmo revolu- c~to ~e Madeiras do Brasil, na Commissão de
cionaria do povo Paranaense, que então se pa- f1sca!tsação das Obras do Porto de Paranaguá
tenteava, por seu concurso em massa, para a or- e nos Departamentos de Terras. . .
ganisação dos batalhões patrioticos, estimulava o foram igualmente designadas ainda Commissões
Govêrno a proseguir, assim, sem vacilações, na especiaes para a verificação e medição dos servi-
obra de saneamento moral do Estado, contando ços a cargo da Companhia Brasileira de Viação e
com o apoio das classes armadas, que se ante- Commercio, dos empreiteiros da rodovia S. Paulo-
punham, como um circulo de ferro, a quaesquer Paraná, e da execução de serviços de construcção
veleidades reacionarias, por parte dos vencidos. e reconstrucção de estradas, no Norte do Paraná.
. . . . . . . . . . . . . . .
TITULO ALVES 331
GENEALOGIA PARANAENSE
330
Para O fim de coordenar e orientar os trabalhos Pela clausul~ XIX d? mesmo contracto, taes favo-
res foram amda mais ampliados, obrigando-se 0
das Commissões especiaes, foi tambem designada
uma Com missão Central de Syndicancia, com pode- Estado. a entreg;a_r á Companhia contractante, co-
mo me10 d_e facilitar as transacções para obtenção
res alem disso, para directamente proceder a quaes- dos dez mil contos de_ r~i?, a que esta se compro-
qu~r trabalhos de verific~ção _que se fizesser1: n~ces- m~t~era a despender 1mc1almente, titulas de do-
sarios a uma melhor cohmaçao dos seus ob1ecbvos.
m!nt~ pleno e a~soluto de uma área de dois
. . . . . mtlhoes e cem mil hectares de terras devolutas a
. . . . os onerosos contractos de construcção de que a mesma tinha direito em virtude do contra~to
estradas de ferro, de rodagens, e outros lavra- lavrado a 8 de Setembro de 1917.
dos pelos govêrnos passados, pesavam . sobre o Entretanto, pela letra d da clausula 2.ª, dêsse con-
erario publico, causando, no presente, msupera- tracto de 1920 e de conformidade com a clausula
veis embaraços financeiros á administração es- V do . anterior, de ~ de Setembro de 1917, só
tadoal, constituindo, para o futuro, gravissimas p~d~na a Companhia obter taes titulas de do-
ameaças, pelos extensos compromis_sos que assu- 1:111110 s?bre as _terras devolutas marginaes, rela-
mira o Estado em relação ás respechvas emprezas !t~a~ as h~has, c_u1a construcção não estivesse ainda
contractantes. 1mc1ada, a medida e na proporção correspondente
Dentre as inumeras concessões desta natureza aos trechos que fossem sendo entregues ao tra-
sobresahia, pela prodigalidade inominavel ~e f~vo- fego publico.
res concedidos, que contravinham aos mais vitaes Esta clausula e a anteriormente referida como se
interesses Paranaenses, a serie de contractos assi- vê, estavam, as~if:1, em verdadeiro antagonismo,
gnados pelo Govêrno estadoal, originariar:nente com com gr~ves pre1u1zos para o patrimonio estadoal.
a Cia. de Estrada de ferro S. Paulo- Rio Grande, ~ra~sfendo ? aludido contracto á Companhia Bra-
mais tarde por esta ultima transferida á Cia. Bra- s1le1ra de Viação e Commercio, firmou esta com
sileira de Viação e Commercio, quanto á parte re- o Estado, a 8 de Junho de 1928, um additamento
lativa á construcção da via ferrea de Guarapuava. ao mesmo, pelo qual obrigou-se a iniciar, a }.o
De facto em virtude do contracto, a 23 de Agosto de Julho do mesmo anno, o serviço de construc-
de 1920, firmado entre o Estado e a Cia. S. Pau- ção da estrada de ferro de Guarapuava.
lo - Rio Grande, para a construcção da estrada de Por ~ste u~ico compromisso assumido pela Com-
ferro de Guarapuava, obrigára-se esta ultima, a panhia, obrigou-se o Estado a contribuir a titulo
contribuir com o capital inicial de dez mil contos de adiantamento, com a quantia correspondente
de réis, para levar a etfeito a referida construcção. ao_ complemento sobre o que excedesse aos dez
O Estado compromettera-se, pelo mesmo contracto, mtl contos. de réis a que a outra parte contractante
a garantir os juros da importancia excedente a~s estava obrigada a despender, para a execução das
dez mil contos de réis e que se fizesse necessana obras.
á conclusão das obras, e, mais, á cessão gratuita, Não foi esse, entretanto, o unico favor concedi-
para a Cia. contractante, de uma área de terras do á nova Companhia, em compensação ao unico
devolutas correspondente a nove kilometros para compromisso de iniciar, a 1.0 de Julho, a construc-
cada lado do eixo da estrada, objecto da concessão, ção da estrada, pois o art. 7. 0 do additivo referi-
multiplicados pelo desenvolvimento total das refe- do outorgou-lhe ainda o de receber do Estado
ridas linhas.
TITULO ALVES 333
GENEALOGIA PARANAENSE
332
quinze por cento sôbre o valor total ~as folhas p_an~ia consignados pelos mesmos contractos res-
mensaes relativas aos trabalhos, e mais metade cmd1dos.
da economia que realisasse em relação á quantia
~e~tr~ as_ ob~as · e~pr~h~nd.id~s ~as· admi~islra~
orçada para a~ referidas ob'.~s.
Todavia respeitou esse add1bvo, no seu art. 11, çoes anteriores, mediante contractos considerados
as dem~is clausulas já firmadas pelo contracto onero~o~ para o Estado, a construcção do ramal
anterior de 23 de Agosto de 1920, e, entre essas, ferrov1ano de Ouarapuava, a que já me referi, e
a que determinava o prazo de dois ,~nnos para as o~ras de . m_elhoramentos do Porto de Para-
a applicação dos dez mtl contos de r~1~, .ª que a nagua, consbtuiram as de maior vulto e aquellas
Companhia se obri_gava a despender m1c1almente, portan~o, para as quaes se deveriam voltar co~
e ainda a que a obrigava a entrar para o Thesouro os cuidados que exigiam, as attenções d~ meu
do Estado com as quótas de fiscalisação, em presta- governo.
ções semestraes adiantadamente. A construcção das obras de melhoramentos do
A falta de cumprimento de qualquer de uma destas Port~ de Pa'.anaguá achavam-se a cargo da Com-
duas obrigações, a que co~tinuava sujeita a Com- panhia Nacional de Construcções Hydraulicas
panhia, dava lugar, em virtude da clausula XLIV por um contracto de locação de serviços de admi~
do contracto de 23 de Agosto de 1920, á cadu- nistração firmado com o Estado, pelo qual, entre
cidade do privilegio, concessão e mais favores, outros favores, gosava a Companhia do direito
salvo caso de força maior, julgado tal pelo Go- a 15°/o sobre todas as obras effectuadas, bem co-
mo sobre as compras e quaesquer outras despe-
verno e sómente por elle. zas, para aquelle fim realisadas.
Ainda mais, o art. 9. 0 do additamento referido, de-
terminava expressamente que se ~eixasse a Co~- Por esse regímen de administração contractada
panhia de applicar, no prazo e~~1pulado de do~s despendera o Estado, importancia superior ~
annos, os dez mil contos de reis a que se obri- 19.000:000$000, com a acquisição e installação da
gava a despender, com a construcção da estrada, aparelhagem necessaria para a execução das obras
reverteriam para o Estado, todas as obras contrac- com as desapropriações de trapiches e com ~
tadas, sem que coubesse a concessionaria direito construcção de cinco caixões de cimento armado
quatro dos quaes fluctuam no alinhamento d~
a qualquer indemnisação. cáes d~ atracação, e, o quinto, acha-se ainda sobre
faltando a Companhia ao cumprimento da dupla
obrigação contractual, pois, nenhum real dispen- a carreira, prestes a ser lançado.
deu 1 durante esses dois annos, dos dez mil contos Não sendo possível ao Estado, em face das vul-
de réis a que se comprometteu a emprega'. na tuosas despezas exigidas e da exiguidade de re-
construcção da estrada, nem tão pouco satisfez, cursos pecuniarios de que dispunha, continuar
nos dois ultimas semestres de 1930, ao paga- com a responsabilidade do financiamento de taes
mento das quótas de fiscalisação, esta Interventoria obras, entrei em entendimento directo com a em-
do Estado, pelo decreto n.0 300, de 3 de Nove~bro preza e, de commum accordo foi o contracto res-
do anno passado, rescindiu os contractos allud1dos, cindido.
bem como todos os actos dos mesmos conse-
quentes, e declarou, em consequencia, caduco o Mas, rescindid~, a~si~, de ~o~rn~m · ac~ordo ·co~ ~
privilegio, a concessão e mais favores á Com- empreza, o contracto para a construcção das obras
TITULO ALVES 335
GENEALOGIA PARANAENSE
334
de melhoramentos do Porto de Paranaguá, tor- com a construcção de cinco ca1xoes de cimento
nava-se urgente procurar o meu Governo, um armado, quatro dos quaes fluctuam já no alinha-
outro meio para a immediata continuação desses r:iento do. caes, e, o ultimo acha-se sobre a respec-
tiva carreira prompto para ser lançado.
trabalhos. Não sendo, entretanto, possível ao Estado em face
De fado, a paralisação, por muito tempo, das
obras do Porto poderá, no ponto em que se acham, d~ e!iguida_de dos recursos pecuniario~ de que
acarretar graves prejuízos para ~ ~sta.~o, nem S? d!spoe, continuar com a responsabilidade do finan-
pelos riscos da perda total dos ca1xoes Jª constrm- ciamento de taes obras, rescindia o meu Governo,
dos como tambem por exigir, a apparelhagem no mez de Maio passado, de commum accordo com
1
adq uirida para os trabalhos respectivos, uma con- a Companhia, o contracto com a mesma firmado.
servação dispendiosa. As obras de melhoramentos do Porto comtudo
Nestas condições, solicitei do Sr. Ministro de n~o pode1:1 mais ser adiadas e urge a ~ua imme~
Obras Publicas, as providencias que se me afi- d1ata continuação, por uma fórma menos enerosa
guraram necessarias para o proseguimento dos e que melhor se adapte as actuaes condições fi-
trabalhos de construcção dos melhoramentos pro- nanceiras do Estado.
jectados, ou por administração directa do Governo Ora, esse meio poderá ser facilmente proporcio-
do Estado, como melhor convem aos . supremos na~o pel~ propr~o Governo federal, por um acto
interesses publicas, ou pela transferenc1a do con- cuJa perfeita equidade, uma singela e succinta ex-
tracto a uma empreza idonea, capaz de executa-los. posição de motivos, com muita clareza, manifestará.
Assim, dirigi, a 20 de Junho deste anno, ao illustre O Governo federal, com effeito, durante todo o
titular do Ministerio de Obras Publicas, o se- tempo anterior ao contracto de concessão dessas
obras, que celebrou com o Estado, recolheu pa-
guinte officio: ra os seus cofres o producto da taxa de 2°/o ouro,
Exmo. Senhor Ministro.
Dentre os problemas, cuja solução immediata cons- arrecadada no Porto de Paranaguá.
titue vital necessidade para o Paraná, sobresae, fóra A _importanci_a assim cobrada pela União, e que
de duvida, o da continuação dos melhoramentos athnge a mais de 4.000 contos de réis uma vez
das Obras do Porto de Paranaguá, de que este revertida ao Estado sob a condicção de ~pplicação
Estado é concessionaria, por contracto lavrado exclusiva nas obras de melhoramentos do Porto1
com o Governo federal. será sufficiente para o financiamento, por parte
Taes trabalhos estiveram, até ha pouco, a cargo daquelle, dos primeiros 150 metros corridos de
da «Companhia Nacional de Construcções Hydrau- caes, e mais das dragagens necessarias ao canal de
licas >> , por um contracto de locação de serviços accesso do mesmo Porto e da acquisição da appa-
de administração, firmado pelo Governo do Esta- relhagem destinada ao serviço de carga e descarga.
do com a referida Companhia. Nessas condicções, os restantes 350 m. de caes
Por esse regímen, de administração contractada, de atracação, bem como o caes de saneamento e
despendeu o Estado importancia superior a de- o respectivo aterro, serão executados pelo Estado
zenove mil contos de réis, (19.000:000$000), com com a propria renda proveniente da immediata
a acquisição e installação da apparelhagem necessa- exploração commercial da parte já construida, con-
ria para a execução das obras e mais com as des- forme determina a propria clausula VI do con-
apropriações de terrenos e trapiches, bem como tracto de concessão federal.
GENEALOGIA PARANAENSE TITULO ALVES
336 337
A reversão ao Thesouro do Estado, da importancia 3.0 - - Prorogação, por seis mezes, do prazo esti-
correspondente á ta~a d_e 2~/o ouro, será, aliaz, pulado pela clausula XXIII, para a cessação da
uma medida de inteira 1usbça, porquanto sendo ar~ecadação, por parte do Estado, e em seu pro-
essa taxa cobrada para o fim especial e exclusi- v~1to, d? producto do imposto de 2º/o, ouro, de-
vo da construcção das Obras do Porto de Para- vido a mterrupção das obras do Porto.
naguá, não foi o seu pr~ducto absolutamente des- Estas duas 1:1Itimas medidas, justificam-se pelo
pendido com taes serviços, durante o praz? refe- facto da paraltsação actual das obras, por motivo
rido, isto é, durante todo o tempo anterior ao da ~evolução ~e Outubro ultimo, cujos effeitos
contracto entre a União e o Estado. se fizeram sentir, como V. Excia. sabe, com muita
Por outro lado, a paralisação das Obras do Porto premencia, neste Estado, que me coube desde
de Paranaguá, no pont~ _em que se acham, re- então, a honra de presidir.
dundaria em graves pre1u1zos para o Estado do Certo de que V. Excia. tomará na devida con-
Paraná, pela perda total, d~ntro de pouco tempo, sideração as solicitações das medidas acima lembra-
dos cinco caixões constrmdos, bem como pela das, antecipo, em nome do Estado do Paraná,
dispendiosa conservação d~ apparelhagem j~ adqui~ os meus agradecimentos por mais esse serviço
rida e convenientemente mstallada e destinada a de alta relevancia que o seu povo e o meu Go-
execução das referidas obras. . verno esperam do Governo Provisorio da Re-
Mas, será para tanto necessano tambem, que o publica.
Governo da União prorogue, por um anno, o Renovo a V. Excia., Senhor Ministro, os meus
prazo marcado pela clausula VI do contracto protestos de alta consideração e subido apreço.
com o Estado para a inaugur~ção effectiv~ e Saude e Fraternidade.»
efficiente das obras que permittam tmmediata Certo da bôa vontade do illustre titular do Mi-
exploração commerciaL do porto. . nisterio de Viação e Obras Publicas em relação
Nestas condições, tenho a honra de suggenr_ a aos serviços que affectam, como este, a collectivida-
V. Excia. a tres seguintes medidas, necessanas de nacional, e, seguro de que V. Exa. attenderá,
para a realisação do importante melhoramento, e com carinhoso interesse, ás justas pretenções con-
de solicitar as suas approvações por parte do signadas nesse officio, espero, logo apóz a sua
Governo federal: razoavel solução, proseguir nos trabalhos de me-
J.o - Reversão, para o Thesouro do Estado .do lhoramentos do Porto de Paranaguá, de que de-
Paraná, sob condição de sua applicação exclusiva, pendem, em grande parte, os futuros progressos
nas obras de melhoramentos do Porto de Para- materiaes do Paraná.
naguá, do producto da taxa de 2°/o ouro, arreca-
Secretaria d' Estado dos Negocios da Fazenda
dado, pela União, no referido Porto, durante o
e Industria.
tempo decorrido do inicio dessa cobrança até a
data da concessão ao Estado pelo Governo fe- Já tive occasião de deixar consignada, em decla-
deral das mesmas obras; rações que foram a seu tempo publicadas, a si-
2.0 - Prorogação, por um anno, do prazo mar- tuação financeira em que encontrei o Estado, ao
cado, pela clausula VI do contracto de concessão f_e- assumir as graves responsabilidades de sua ln-
deral das obras para a inauguração das que perm1t- terventoria. Informei naquella occasião ao povo
tam immediata exploração commercial do Porto. paranaense, que as responsabilidades do Thesouro,
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GENEALOGIA PARANAENSE 339
338
segundo os dados , exis~entes !1ª sua contabili- cicio financeiro, com o deficit vultuoso de R
dade respectiva, porem amda nao completamente 17.319:548$941, que passou para o exercici~
controlladas orçavam por 229.692:7 41 $264, dos actual.
quaes devia~ então ser .ª~atidas as seguintes par- Com effei~o, ~ estimativa orçamentaria da receita
cellas devidamente espec1f1cadas: de 1930, rn~ca que, ao confeccional-a, o legis-
lador de entao, ultrapassou tudo quanto a mais
Importancia de ;t 732.000, d~- elementar pru~encia aconselha em assumpto de
positadas em mãos dos banquei- tamanha magmtude, que envolve a vida do Es-
ros Lazard Brothers & Cia. Ltd., tado, e, enveredando pelo arbítrio teria, fatal-
em Londres, para o resgate dos mente, de chegar. ao resultado a que chegou:
emprestimos francezes de 1905, um orçamento v1sceralmente defeituoso visto
1913 e 1917, a 40$000 cada libra 29.280:000$000 como nenhum.a previsão, por qualquer d~s me-
Deposito em mãos dos mesmos tho~os conhecidos, poderia attingi-lo.
banqueiros, como supprimento Assim, orçada que foi a receita em 45.000:000$000
prévio, de accordo com o con- em igual cifra_ foi fixada a despeza, mas ao pass~
tracto do ultimo emprestimo 3.042:664$509 que aquella nao u~trapassou a arrecadação de Rs.
lmportancia a integralisar das 28.660:000$000,. c1f~a _redonda, esta, a despeza,
acções da Caixa de Liquidações 462:500$000 excedeu o propno limite da sua fixação e ele-
32.785: 164$509 vou_-se .ª Rs. 46.511 :454$81 O, inclusive a extra-
feitas as referidas deducções, ficaria a divida ge- ordmana de Rs. 8.298:314$390, realisada em cre-
ral do Estado representada pela cifra de Rs. ditos regulares, devidamente abertos.
196.907:576$755 e mais um restante de divida Como se vê, a situação de conjunto se desenha
com Alberto Pistolini, proveniente de indemnisa- de tal modo grave, que desafia o animo mais
ção á Brazil Coffee, de i 5.000, no total de pertinaz e o espírito mais familiarisado com o
Rs. 231: 180$600, que já foi pago pelo governo ac- manejo dos negocios da administração publica.
tual, e que elevaria a divida a Rs. 197.138:757$355. Nã~ obstante, a Interventoria, de que estou in-
Consignada ainda a importancia de 360:113$326 v~~tido, na i::tena consciencia das suas responsa-
que representa o saldo em Caixa, verificado no b1hdades e fiel aos compromissos que assumia
momento do balanço, e mais a receita provavel perante o povo paranaense e o proprio governo
do mez de Setembro que não se encontrava provisorio da Republica, tem encarado de frente
ainda escripturada, e com aquella calculada em e resolutamente o arduo trabalho que lhe foi
Rs. 1.500:000$000, teríamos todas as responsa- confiado, de sanear as finanças do Estado. Esse
bilidades do Estado, no momento em que se tr~~alho, porém, pelo seu vulto e pelas naturaes
operou no Pais a grande transformação politica, d1fftculdades que apresenta, não póde ser abre-
sob o influxo da revolução, representadas pela viado, sob qualquer influencia extranha á exten-
cifra de Rs. 195.638:757$355. ção dos males accumulados sobre o Paraná, nesta
Agora, com a demonstração já publicada da re- parte da sua administração. Ir.solvavel já era a
ceita e da despeza do Thesouro, referente a 1930, situação, muito antes da revolução de Outubro,
vê-se que tambem concorreu para aquelle resul- e até ahi muito mais se aggravou, não só com o
tado, o impressionante desequilíbrio desse exer- deficit orçamentaria, deixado pelo exercicio de
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GENEALOGIA PARANAENSE 341
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1930 como tambem pelos effeitos expressivos da no custeio dos :erviços public?$, "xcluidas quaes-
1
crise geral que o Paiz atravessa. quer des~e~as .~e caracter ad1avel e abolidas ou-
tras por m1usbf1caveis.
Situação economica e financeira. ~ssim, ao confeccionar o orçamento do exerci-
E' portanto, evidente que sem recursos novos, cio corrente, não tive excitações, aliás, sem des-
e;tra-orçamentarios, seja sob a forma de auxilias ordem na marcha da administração, em reduzir
do governo da Republi~a, ou sob a ~e empres- de Rs. 45.000:000$000, em quanto encontrei fixada
timos por aquelle autonsados, a soluçao do caso a d_cspeza do Est~do, para Rs. 33.276:300$000.
paranaense demanda o concurso de fadares di- Mais tarde, considerando ainda susceptivel de
versos, o tempo em prJmeiro lagar, para a com- compressão, reduzi novamente essa despeza num
pleta execução de med1d~s. adeguadas, e a con- o_r~amento organisado para o 2. 0 semestre d~ exer-
tinuidade de acção adm1mstrabva, com a com- c1c10, a Rs. 30.026:486$4 70, o que corresponde
pressão, cada vez maior, nas despezas com a a uma nova compressão de Rs. 3.249:813$530
gestão da cousa publica. Sem esses elemen_tos, 9ue a.dic~onados a ~s. 11.723:700$000 a quan~
que importam, be~ o conhe_ço_, em verdadeiros ba attmg10 a reducçao das despezas no primeiro
sacrifícios e renuncias, que irritam e provocam orçamento do anno, produz um total de Rs.
impaciencias incompatíveis com a grandeza do 14.973:513$530 reduzidos na despeza geral do
trabalho a realizar, nenhuma obra será de effei- Estado, em confronto com a do ultimo orça-
tos duradouros e permanentes, visando um fu- me~to do governo anterior. Ficou, portanto, re-
turo melhor e mais seguro para a nossa terra. duzida de um terço toda a despeza da adminis-
Haverá, entretanto, espíritos sofregos que criti- tração publica, sem que, com isso, soffressem o
quem e condemnem esse. ponto de vista, m~s menor abalo os. respectivos serviços, que conti-
estou firmemente convencido, pelo estudo o mais nuam sua perfeita normalidade.
detalhado do mal financeiro, em toda a sua ex- Dentro dos recursos prefixados pelos dois orça-
tenção, em confronto com os recursos e as pos- mentos da despeza, o geral, para todo o exercí-
sibilidades com que poderemos contar, seja para cio e o especial para o 2. 0 semestre do mesmo
solver os compromissos anteriores, seja para man- tem .° governo, com as cautelas precisas, desen~
ter em dia os serviços estrictamente necessarios volvido toda sua acção, restricta, aliás, á norma
da administração, sem esquecer de fomentar as que se traçou, de manter-se rigorosamente den-
riquezas do Estado, estimulando-lhe a producção, tro daquellas linhas orçamentarias tanto mais
1
estou firmemente convencido, dizia, que aquellas qu_anto .verificou, desde logo, no seu inicio, a
prescripções serão, no momento, as unicas que ex1stencia de despezas e compromissos da admi-
poderão ser utilisadas com proveito para o rea- nistração extincta, que não podiam, pelo seu ca-
justamento do nosso credito e a rehabilitação do racter especial e_ prazo fixo, deixar de ser prom-
bom nome que sempre desfructou o Paraná. ptamente attend1das, com os recursos do exerci-
Apezar das grandes difficuldades que decorrem cio corrente, por envolverem o proprio credito
da premente situação que deixei esboçada, esta do Estado, no exterior.
Interventoria tem procurado, com resoluta fir- Nest~ numero estão º? pagamentos, a que já me
meza, aproveitar do melhor modo os recursos de refen, de f 5.000, eqmvalentes em moeda nacio-
que dispõe o Thesouro, pela sua rigida applicação nal, a Rs. 231:180$600 feito no mez de Novem-
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bro de 1930 a A. Pistolini, resto do de i 20.500, annos anteriores, de perfeita normalidade o pe-
equivalentes a .Rs. 91 ?:28_2$520 en:i m~eda na,- riodo de mais fracas entradas no Theso~ro em
- 1
cional como mdemmsaçao garantida a Brazil comparaçao com o segundo semestre. De Julho
Coffe~ de Londres, e o de i 56.000, equivalen- a Dezembro de cada anno avulta a producção
tes a Rs. 2.986:914$600 em moeda nacional, para geral, o commercio e as industrias retomam o
resgate de 4 letras de i 14.000 cada uma, ven- seu ri.thmo habitual, com o augmento da riqueza
cidas nos mezes de Novembro e Dezembro de e a circulação do dinheiro. E' o semestre das
1930 e Janeiro e fevereiro de 1931, á lazard safras da herva matte, do café e outras.
Btothers & Co., de Londres, resto das presta- . . . . . . . . . . .
ções devidas pelo desdobramento do coupon da Taes são, em rapido esboço, a·s pre~is~s ~o~di~
divida externa, vencido em Setembro de 1930 e ções, na ordem política e na administrativa, em
não pago. que se enc?ntra o Paraná ao terminar o primeiro
Para attender a estes dois pagamentos, por sua anno da mmha gestão, como seu Interventor.
natureza inadiaveis e representados por títulos Mas, ao _concluir agora este simples relatorio, que
autonomos, o Tesouro despendeu, portanto, já na o cumpnmento de um dever elementar me acon-
actual administração, Rs. 3.218:384$600. selhou a dirigir ao Chefe da Nação permitta-me
E' aqui opportuno accentuar que no primeiro se- V. Exa. appellar ainda uma vez par; à seu reco-
mestre do anno financeiro, que representa ape- nhecido espJrito de incondicional patriotismo, afim
nas o inicio do periodo estavel após a transfor- de que se1am ao meu Estado proporcionados
mação radical da ordem política e a~mini~trativa pelo Governo Federal, os elementos essenciaes
do Paiz o Paraná soffreu e não podta deixar de de que carece para o seu reerguimento econo-
soffrer ~s consequencias do grande retrahimento mico e financeiro, sem nenhum sacrifício de vulto
do credito, que, por aquelle motivo, se verifico~ por parte da União.
geralmente nesse period?, de par_ com ~ quas1 Nesse sentido, será sufficiente, pelo menos no
paralisação do commerc10 e das mdustnas na- momento, que V. Exa. attendendo aos justos mo-
cionaes. Assim, e por isso mesmo, ao l~do d_a ti vos que dictaram o meu Officio ao Snr. Minis-
crise economica que estalou com tant~ mtenst- tro da Viação e de Obras Publicas, acima trans-
dade a vida financeira do Estado senbo-se for- cripto, sobre as obras do Porto de Paranaguá,
teme1nte abalada pelas deficiencias da circula~o haja de d~ferir as solicitações nelle contidas para
de valores e de transacções de toda a espec1e. o prosegmmento de taes serviços, de cuja reali-
Basta recordar os graves prejuízos que nos acar- sação dependem em grande parte, os futuros pro-
retou a Republica Argentina com a prohibição, gressos materiaes do Paraná. - Saude e Frater-
durante cerca de tres mezes, da importação da nidade. - Mario Alves Monteiro Tourinho, In-
nossa herva matte, ali, sabido como é, que aquelle terventor Federal.
paiz é o principal mercado da nossa producção Palacio da Interventoria Federal do Paraná em
hervateira e que esta é, por seu turno, a nossa Curityba, 5 de Outubro de 1931.'f>
principal fonte de renda orçamentaria. - Alem das medidas, tomadas pelo Interventor Tou-
Tudo isso occorreu no primeiro semestre do exer- rinho, das quaes fizemos o extracto acima, o Relato-
cício que já é de si, segundo o dem?nstra o rio dá noticias de todos os actos de sua administra-
exame da arrecadação das rendas pubhcas nos ção, como sejam :
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Reorganisação de todas as P_refeituras Mu~icipaes do Não me impelliram - já o tenho dito - asso-
Paraná e nomeação dos Prefeitos em substituição aos n:os de ambições, rondas de hypocrisias, aspira-
destituidos pela revolução i reo~ganisação geral da J_us- çoes de mando, que sempre foram contra o feitio
tiça; commissões de sy:1d1canc13:; sob_re sau~e publica; mor~l da minha linha imperturbavel de conducta
sobre instrucção pubhca e ass1stenc1a social; sobre publica.
terras colonisação e obras publicas, inclusive sobre o Não me no~tearam ,reflexos de intenções occultas,
abus~ de concessão de latifundios e terras devolutas nem me gmaram rotas por desvões excusos.
e a maneira de as conceder, revalidar e legitimar. Ci~adão e patriota, soldado e paranaense, pos-
Decreto determinando que os livros findos dos Car- su_mdo larga folha de serviços nunca deslustrados,
torios sejam recolhidos ao Archivo Publico. Rescisão foi, com a mesma serenidade e com a mesma
do contracto com a Empreza Matte Larangeira. Res- dedicação que inspiram a existencia na luta ale-
cisão do contracto da Estrada de ferro para Ouara- vantada dos princípios moraes da humanidade
puava e reversão de varios milhões de hectares de que accorri, a vosso chamamento para o post~
terras para o patrimonio do Estado, etc., etc. indicad_o pelo ímpeto das refrega;.
Tudo isso foi feito no periodo de 14 mezes, e em Cumprindo o meu dever, com dignidade e com
pleno regímen anormal e revolucionario. honr~, com o devotamento e com o desejo de
suavizar a nossa terra as horas dolorosas do
O Manifesto do Interventor Mario Tourinho ao presente, ~ de crear-lhe o ambiente propicio ao
povo paranaense. desenvolvimento das suas energias productoras
«Meus concidadãos! para a~ seáras rort.entosas do porvir, volto, agora:
filho e grande amigo da opulenta terra para- tranqu1llo e satisfeito, aos ambitos da vida dos
naense votado voluntariamente ao exame intimo que não immolam a consciencia no entrechoque
dos r~petidos problemas que condizem com o das lutas de ambição.
seu progresso e com a gloria dos seus destinos; Volto ao circulo_ sereno da paz do pensamento,
irmanado ás contingencias amargas das suas des- com a mesma firmeza dos princípios attinoidos
venturas e á alacridade juvenil dos seus trium- e a mesma intangibilidade dos ideaes cultu~dos,
phos; gravada na retina a belleza . sem par. dos lamentando que, pela perturbação de sentido com
seus paineis; saturado o ser da qumtessenc1a da que as inevitaveis vazas revolucionarias turvam a
sua vida espiritual e civica; acompanhando os pureza do ambiente das idéas, para a colheita
elances do seu contingente de patriotismo nesse dos frudos nefastos das ambições inconfessaveis,
esforço supremo para a rotura dos diques que. o alguma cousa da grandeza das doutrinas, sob
erro e a prepotencia levantaram em nossa Patna, cuja flammula a alma da Patria palpita, haja sido
durante decadas de tentativa republicana; dese- destruida e desviada do nível moral da luta para
nhadas na visão de patriota as linhas de novos o amago da obscuridade e para a sombra dos
horizontes, distendidos, como que amplian~o .ª cortchavos.
anciedade nacional, para a renovação de prmc1- Para entregar-vos o cargo confiado ao meu labor,
pios carcomidos; não pude fugir ao appello con- não me intibiaram a consciencia receios de lutas
terraneo, e vim para a arena da luta, armado e de refregas, como não me amolentaram o vigor
cavalleiro pelo ardor da vossa lealdade e pelo das energias, temores de sacrificios e de perdas;
vigor das vossas avançadas. pois seria isso a justa coroação triumphal da justiça
TITULO ALVES
346 GENEALOGIA PARANAENSE 347
da nossa causa, o legitimo tributo dos esforços Pa:an~, dados referentes a administração publica
da nossa gente. e as fi~anças do Estado, até a data presente em
O que me abalou o animo na hora angustiosa que deixo a lnterventoria Federal. '
•*
do rebate foi a visão da Patria enfraquecida diante •
Installado o governo provisorio do Estado acusou
de uma luta altiva mas esteril, contra competições
de interesses, que por si mesmas se hão - de o balanço do Thesouro um compromisso total de
aniquilar e destruir. . . . Rs. 23_5.698:014$002, entre divida externa, interna
foi o espectaculo do soffnmento nac10nal diante consohdada e fluctuante, importancias que por
da magua de um esforço heroico de patriotas, deducçõe~ de parce~las referentes a depositos e
contra o deflagrar de sentimentos, que conturbam valores,. f1_cou reduzida a 209.912:849$493.
a razão humana e a arrastam para a impetuosi- Para a d1v1da ~xter~a que era de Rs. 77.832:400$000,
dade das lutas inglorias. foram remetbdas 1mportancias referentes a quotas
foi a esperança e foi o desejo de que, em uma de um coupon em atrazo, do Governo anterior,
athmosphera de paz e de meditação, possam os como tambem referentes ao coupon integral do
poderes superiores do paiz, aquilatar das dime~- semestre sub~e~uente e, extraordinariamente, á
sões do mal que o perturba e o abate, nesta si- parcellas de d1v1das assumidas, tambem pelo Go-
tuação de instabilidade e de incertezas; e, na verno transacto, por operações fracassadas tudo no
firmeza das suas intenções patrioticas, assentar ~ontante total de Rs. 7.500:00_0$000, s~ndo que
os meios de fazer cessar o refluxo das agitações d1spoz o Estado, para esse effe1to, de um auxilio
constantes, para que reentrem no rithmo regular federal de 5.oqo:000$000 em titulos que descon-
da vida nacional, todas as parcellas de energias tados produziram a quantia liquida de Rs.
4.523:070$000.
della desviadas. Além disso está o Estado accumulando em de-
Eu vo-lo entrego - o nosso Paraná - com
toda a pujança das suas possibilidades economicas. posito nos Bancos do Brasil e London impor-
Eu vo-lo entrego, - confiando que ha-de elle tancias que já attingem a Rs. 958:996$326 no 1
desde logo franca camaradagem capitão Plaisant sendo afinal rechassados os atacantes.
havendo trocado telegrammas amistosos, dando-lhe Durante a luta sahiram feridos diversos soldados,
força, em desprestigio autoridade Doutor Francisco havendo um morto, pertencente ao 13.º R. I.
Pereira que, com rara energia e fino tacto, con- Rechassados os atacantes a policia dispõe-se em
seguia manter ferroviarios mais completa ordem. defeza, dentro do Quartel, temendo um novo
Acção commando Região considerei sempre por ataque, continuando, porem, por mais uma hora
demais tolerante. Sentindo claramente que esse disparos de parte a parte, sem maiores conse-
estado de coisas perdurará, sem que medidas outras, quencias, quando surgiram fortes contingentes do
não de tolerancia, sejam postas em execução, 13.0 R. 1., commandados pelo major Parintins,
prefiro, muito embora a todos esses obstaculos capitão Ayrton Plaisant e mais alguns officiaes,
tenha eu vencido com os recursos da propria que procederam ao cerco da Detenção com in-
força estadual, inutilisando todas essas tentativas tuito de obrigarem as praças de policia a rende-
desmoralisação actual regímen, e, tenha recursos rem-se o que só se deu mais tarde, devido a
para vencer novas demonstrações concretisadas intervenção do supplente do delegado Octavio
em motins esparsos, á bem da tranquillidade de meu Pereira da Silva e dr. Marie Amaral.
Estado e para não trazer difficuldades ao governo Rendidas as forças da policia, o 13.o R. 1. to-
de v. exa., entregar suas mãos cargo governo mou conta da cidade, apoderando-se do Telegra-
Estado, que o proprio Paraná conquistou nos dias pho Nacional, cortando as linhas telephonicas e
incertos de Iucta. pretendendo tambem occupar a Estação da Es-
Agradecendo a v. exa. as provas de confiança em trada de ferro.
mim depositadas, communico que nesta data afasto- As linhas telephonicas (para Curityba), só foram
me, do cargo de Interventor federal deste Estado, restabelecidas no dia seguinte, a meu pedido,
passando-o ao meu substituto legal dr. João tendo eu me communicado com v. exa. n'essa
Pernetta, Secretario de Justiça, fazendo os mais occasião.
sinceros e ardentes votos para que ao espírito O tenente Diniz, commandante do destacamento
esclarecido de v. exa. caiba escolher um homem de policia da cidade, segundo informações mais
~paz de trazer ao Paraná a felicidade e a tranquil- ou menos seguras que obtive, dirigia-se para a
hdade que elle tanto almeja, já que não me foi possí- Detenção pouco antes do ataque, quando já não
vel,. como era meu sin_cero desejo, chegar a esse lhe foi possível chegar a tempo, sendo repellido
des1deratum. - Respeitosas saudações. - Mario a tiros pelos atacantes, refugiando-se numa das
Tourinho. » casas proximas desse local.
<<Prefeitura Municipal de Ponta Grossa. - Ponta A maneira pela qual foi feito o assalto, dá a en-
Grossa, em 26 de Dezembro de 1931. - Exmo. snr. tender que houve premeditação, pois nessa tarde
General Maria Tourinho. - O.E>. Interventor vieram para a cidade patrulhas dobradas de sol-
federal do Paraná. - Curityba. dados do 13.0 R. I. e houve grande affluxo, a
Venho trazer ao conhecimento de v. exa. para tarde, de paisanas ligados a corrente que presti-
as devidas providencias, que na noite de 23 do gia o capitão Plaisant, ao centro da cidade, tendo
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354 GENEALOGIA PARANAENSE 355
alguns chegado a prevenir amigos do que iria tantas praças amotinadas e, muito menos, exigir,
occorrer. por aparatoso cerco, a rendição de uma praça
De que facto não foi um simples conflicto de que se mostrava .em defesa repellindo assalto de
soldados, mais grave, um começo de rebellião, soldados desordeiros. Presos estes estaria tudo
de caracter politico, attestam as seguintes cir- em paz. O mais que se fez foi excessivo ou
cumstancias: antes, ur~a acintósa demonstração de força com
a) A insistencia com que varias elementos do segunda mtenção.
partido do Capitão Plaisant agi ram junto aos Esperando que v. exa. tomará as providencias
leaders desta cidade para serem solidarias com que. o caso requer, pois destas dependem a ga-
os seus collegas grevistas de Curityba (leaders rantia e s~~urança da ordem futura, prevaleço-me
operarias); da occas1ao para apresentar a v. exa. os meus
b) Boatos e movimentações de civis durante o protestos de muito apreço e solidariedade. -
dia e poucas horas antes do ataque, principal- Saude e Fraternidade. - (a.) Ernesto G. Villela
mente de elementos suspeitos, nas principaes ruas Prefeito Municipal. » '
da cidade; «General Maria Tourinho. - Curityba. - Do
c) Patrulhas reforçadas do 13. 0 R I. para o po- Palacio do Cattete, 484, 40, 31, 14, 45.
liciamento e mais fortes contingentes de forças Lamentando resolução tomastes de renunciar cargo
postados na entrada da cidade, como que aguar- interventor esse Estado interrompendo o desem-
dando acontecimentos; penho duma funcção que sempre exercestes com
d) A presença de armamento na séde do jornal elevação criterio e patriotismo cumpro o dever
opposicionista 4( folha do Povo »; de agradecer-vos os relevantes serviços presta-
e) O concurso de civis da corrente opposicio- dos. - Cordeaes saudações. - Oetulio Vargas.»
nista em todo o desenrolar dos acontecimentos, "Dr. João Pernetta. - lnterventor federal. -
mormente após a vinda das Companhias do 13.º Curityba.
R. I. para o centro da cidade; Agradeço communicação haverdes assumido inte-
f) Propositos de empastelamento do jornal «Dia- rinamente pela renuncia General Tourinho func-
rio dos Campos », sympathico ao partido que ção Interventor. Deveis permanecer exercido cargo
prestigia o snr. General Interventor e tomada da até que seja escolhido substituto aquelle Inter-
Prefeitura Municipal e, sobretudo; ventor. - Cordiaes saudações. - (a.) Getulio
g) O facto de não ser necessario para prender Vargas. »
uns poucos soldados amotinados a sahida á rua - O Oe!'leral Mario Tourin_ho, foi casado em primei-
de todo um Regimento. ras nupc1as, em 11 de Janeiro de 1896, com Osminda
São estes os factos principaes dessa lamentavel Pinto Rebello, nascida em 16 de Maio de 1879 fal-
occurrencia que, se consequencia mais grave não Jecida a 7 de Julho de 1901, 6-5 de pagina 149 do
teve, deve-se a attitude francamente defensiva em 2. 0 volume, ahi os ascendentes e descendentes della.
que ficaram os policiaes, que, justiça lhes faça, Casado em segundas nupcias, em 8 de Setembro de
portaram-se com toda dignidade e bravura em 1903, com sua cunhada Leopoldina Pinto Rebello
face do inesperado ataque. Tourinho, 6-2 de pagina 147 do 2.º volume desta
Já referi acima que não era preciso um Regi- obra, ahi os ascendentes e descendentes della.
mento para recolher e chamar a ordem umas 2-2 Themira Alves Monteiro Tourinho, solteira.
GENEALOGIA PARA.NAENSE TITULO ALVES 357
356
2-3 Ovídio, fallecido na s~a primeira infancia. engenheiro, proceder a uma rigorosa inspecção nas
2-4 Astréa, fallecida em cna~ça. fortificações do littoral-Paraná-Santa Catharina, pro-
2-5 Ascanio, fallecido em cn~nça. pondo as medidas que julgou mais urgentes a exe-
2-6 Euclides, fallecido em_ criança. cutar para o pleno funccionamento dessas obras mi-
2 _7 Mercedes Alves Tounnho. litares. De regresso dessa importante missão, foi de-
2-8 João Baptista. } gemeos, fallecidos em criança. signado para auxiliar do Serviço de Engenharia, em
2-9 João Evangelista . . São Paulo, com a missão de construir o quartel do
2-10 Tenente-Coronel Plínio Alves M?ntciro Tourinho, 5.º B. C., na cidade de Rio Claro, cujas obras termi-
nasceu em Curityba, a 8 de f~~ere1ro de 1882. naram em Junho de 1919, recolhendo-se então ao seu
Aos 17 annos incompletos, venft~ou praça como .v~- corpo, o 5. 0 Batalhão de Engenharia, onde assumiu
luntario, no 6.º Regimento de Arblh~na, da guarmçao o comando da companhia de sapadores-mineiros, por
em Curityba, alcançando a promoçao de _cabo, posto ter sido promovido ao posto de capitão. Em 1924,
com O qual se matri~ulou, a 1.0 de Maio . de 1899, foi transferido para o quadro supplementar da arma,
na Escola Militar de R10 Pardo, Estado do Rio Grande afim de exercer as funcções de chefe da commissão
do Sul. t · f · fiscalisadora da construcção de quarteis na Região
Em 1902, tendo conclui do ~ .curso prepara ono, ~1 - Paraná-Santa Catarina - e promovido a major,
transferido para a Escola M1htar Sup_enor da Praia em 1926, passou a servir no Serviço de Engenharia
Vermelha, onde conquistou o prem10 de Alfere~- da Região, onde se encontrava ainda quando chefiou
alumno e concluindo o curso das tres armas, veio a revolução de 5 de Outubro de 1930, sendo por
novam~nte servir no regimento em que assento~ praça. este facto commissionado no posto de General de
Por determinação do governo, em 191 O, matnculou- Brigada, e escolhido pelos officiaes da guarnição, para
se, na Escola de Engenharia Militar, receben~o, .ªº commandante das forças rebeladas. Terminado o mo-
terminar o curso, o gráo de bacharel em sc1enc~as vimento rev.olucionario, a seu pedido, foi dispensado
physicas e mathematicas, e os dipl_omas de en~enhe1ro da commissão que exercia, e em Abril de 1931, o
militar e de official do Estado-Maior; transferido para chefe do governo, Dr. Getulio Vargas, tendo em con-
a arma de engenharia, foi designado para yrestar ser- sideração o seu devotamento a causa publica, promo-
viços no 2.º Batalhão dessa arma com sede em Pa- veu-o ao posto de Tenente-Coronel, em que se en-
ranaguá; em 1914, no periodo mais ~ntenso ~a luta contra adualmente, prestando serviços ao Paiz.
que se desenrolava em os nossos sertoes, ~eg~m para Dos muitos serviços que o Tenente-Coronel Plinio
o Contestado á frente de uma companhia de sapa- Tourinho realisou como engenheiro militar, mencio-
dores, e de transmissões, incorporando-se ás forças naremos, por serem os de maior importancia, as cons-
em operações, naquella zona, sob o commando do trucções dos quarteis do 5. 0 Batalhão de Caçadores,
general Frederico de Mesquita. Nesse. mesmo anno, em Rio Claro (São Paulo), do 13.0 Regimento de
promovido ao posto de 1.0 tenen~e, foi nom~!do ad- Infantaria, em Ponta Grossa, do picadeiro do 9.0 Re-
junto do Serviço do Estado-Maior da Reg1ao, vol: gimento de Artilharia Montada (de cimento armado)
vendo á sua unidade em 1915, onde se manteve ate em Curityba, do edifício principal do 15.0 Batalhão
1918, em que passou ao Telegrapho Nacional, para de Caçadores, em Curityba; a fiscalisação das obras
effeito de praticagem. Em Novembro desse anno, do quartel de cavallaria, em Castro; a organisação dos
achando-se o Brasil em estado de guerra com a Al- projectos dos quarteis do 14.0 Batalhão de Caça-
lemanha, o governo o incumbiu de, na qualidade de dores, em florianopolis e do 5. 0 Grupo de Artilha-
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358
ria na Lapa, e dos armazens de subsistencia militar. fileiras do Exercito, regressando como civil á sua terra
C~m uma vida cheia de trabalhos, a sua actividade natal, onde, para se manter, dedicou-se ao ensino da
se fez sentir no meio civil, pelo concurso que ha mathematica.
muitos armas vinha emprestando á lnstrucção Secun- Em Setembro de 1905, circumstancias políticas espe-
daria e Superior do nosso Estado. Com pendores es- ciaes conduziram o Congresso Nacional a decretar a
peciaes para º. ~agisteri?, em suas aulas .ministra á amnistia ampla, a todos que se envolveram naquelle
mocidade patncra, os ensinamentos que ouviu de seus movimento, e com esse ado, ingressou Plínio Touri-
mestres, e ao lado de Nilo Cairo e Victor do Ama- nho, novamente á Escola Militar, onde conquistou o
ral, ingressou em Dezembro de 1? 12, na Universi- seu galão de alferes-alumno.
dade do Paraná. Com especial dedicação á Faculdade Entretanto o estado geral do paiz não melhorara. Aos
de Engenharia, parte integrante desse grande estabe- poucos se vão desvanecendo as mais justas aspirações
lecimento de cultura, Plinio Tourinho é cathedratico do povo pelo systema republicano, instituído em 1889.
das cadeiras de Astronomia, Geodesia e Cartas; nos Os desmandos de ordem politica, e das más admi-
períodos em que exerceu o cargo de seu director, nistrações da riqueza publica, caminham paralellamente
deixou impresso o cunho de sua actividade, esfor- e progridem, á proporção que os governos se succe-
çando-se em melhorar as condições do ensino ·tech- dem, e que as oligarchias estaduais se perpetuam no
nico pela acquisição de novos gabinetes, beneficiando poder, ás espensas da fraude eleitoral, manejada habil-
os corpos docente e discente e mesmo lançando as mente pelos políticos de profissão, que nella acharam
bases da fundação do Instituto Astronomico e Me- o meio facil de se revesarem nas posições, sugando,
thereologico, de inestimavel utilidade, ao ensino dos como verdadeiras parasitas, as energias da nacionali-
alumnos e á climatologia do Estado. Profissional ze- dade. O 14 de Novembro de 1904, foi o primeiro
loso, acatado no meio civil e militar, por suas attítu- brado de alarme a despertar a consciencia brasileira,
des definidas, não era de extranhar que viesse a ter contra a pressão governativa, que, dia a dia, se tor-
uma situação de destaque nos acontecimentos de Ou- nava mais precaria e insupportavel, humilhante e ab-
tubro. Os seus ados são sempre moldados nos prin- surda. Outros movimentos se prepararam para reinte-
cipios de uma independencia sadia. Ainda muito jo- grar o paiz em seus direitos. O Congresso Nacional,
vem, quando alumno da Praia Vermelha, ao lado de orgão democratico por excellencia, capaz de por um
seus camaradas, tomou parte no movimento revolu- paradeiro á desordem generalisada, terminou abdicando
cionaria de 14 de Novembro de 1904, sob a chefia integralmente de suas prerrogativas, e pela sua maioria
do General Travassos e do impolluto cidadão Dr. subserviente, abafava as vozes dos fracos e abnegados
Lauro Sodré. E' que já naquella época se esboçavam patriotas que prevendo dias pesarosos para a Republica,
os primeiros atentados á lei, sustentaculo de toda investiam contra a oppressão governamental. Em 1922,
ordem jurídica e social; e essa reacção não deixou mais uma successão presidencial se effectivou, ás espen-
de ser uma seria advertencia aos governantes, e si sas do processo anti-democratico, tão em uso, sendo
estes se enquadrassem nas normas constitucionaes, eleito presidente da republica o Dr. Arthur Bernardes,
respeitassem a liberdade individual e collectiva, quan- que teve como competidor o republicano historico Dr.
tos males teriam sido evitados para o futuro? Fra- Nilo Peçanha. Agitadissimas foram as eleições, e a victo-
cassado o movimento, foi Plinio Tourinho, recolhido ria do candidato do governo, irritou profundamente
preso á Fortaleza de São João, e logo depoi? trans- a consciencia nacional e a uma grande parte das forças
portado para o Rio Grande do Sul e excluído das armadas, em vista da publicidade de uma carta de dize-
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res offensivos a essa corporação, e de autoria atribuída dos no levante, cumprissem com os seus deveres
ao Dr. Arthur Bernardes. Conspirava-se abertamente e adverte ao chefe da reacção, ser chegado o mo~
e o Paraná, séde de uma parte da guarnição militar' me~to de .correspon.der á confiança da tropa, por actos
não poderia ficar indifferente á nação que se preparav~ de 1mmed1ata energia. Mas, as resoluções consomem
para impedir a posse do presidente eleito. Em principias mezes, e as .vezes annos, para serem architectados
de Janeiro de 1922, chega á Curityba, uma alta pa- e basta um mmuto apenas, uma indecisão para desfaze;
tente do exercito, emissario dos Generaes Barbedo o trabalho insano de alguns abnegados. O chefe, não
Clodoaldo da Fonseca e Almirante Brasil Silvado, par~ estav~ tal~ado par~ enfrentar tão ardua situação, e até
o fim de congregar elementos na guarnição de Curi- o ultimo mstante, 11ludia aquelles com quem confa-
tyba, dispostos a reagir contra a investidura do can- bulava. Comtudo, ás mãos, á ultima hora I entibia-se J
didato official no alto cargo de Presidente da Republica. desapparece como por encanto, desarticulando com
O emissario, conforme indicação daquelles Generaes, esse ~eu gesto, a estructura da yontade collectiva, que
procurou entender-se com o Capitão Plinio Tourinho, desamf!lada, rect!sa-se a P:osegutr na acção, fracassan-
então commandante de uma companhia do 5.o Bata- do ass.1m na ongem, mais essa tentativa de integração
lhão de Engenharia, que acceitou como chefe do futuro do Pa1z, na ordem constitucional.
movimento, marcado para 22 de Abril de 1922. A Ascende ao poder, a 15 de Novembro de 1922 0
coordenação de elemenfos necessarios á preparação de Dr. Art~ur Bernardes, governo que se accentúa pela
um movimento revolucionaria, foi sempre um dos decretaçao eterna do estado de sitio, á sombra da
problemas mais difficeis e serias de uma conspiração, qual exerce uma serie de violencias odios perseaui-
porque. o Br~sil ~stava de ha muito subjugado por ções, de luta interminavel. Os quat~o estados qu; se
uma ohgarch1a disfarçada, em o estado de democracia collocaram em divergencia com a sua pessoa, soffre-
e que outro objectivo não tinha, senão o de annulla; ram um a um, as cons~quencias de snas proprias atti-
a vontade e o~ direitos do povo em beneficio proprio. tudes. O Estado do Rio, teve o seu presidente legi-
A formula capital para enfrentar a demagogia estava timamente eleito, e amparado por um habeas-c~rpus
consubstanciada atravéz de programmas lançados pelos sub~tituido por um preposto do governo central. A
elementos revoltados, que, procuravam incutir no animo Ba~1a soffreu as me~mas humilhações; Pernambuco
P.opular, o desregramento dos governantes, e as neces- capitulou, num arran10 com os elementos dominantes
sidades de reacção como remedia salutar. O ambiente e o Rio Grande do Sul teve seu solo juncado d~
era proprio. Reinava no seio da officialidade o enthu- cadaveres, graç~s a u~a revolução instigada e ampa-
siasm.o decorrente da propria propaganda reaccionaria, rad~ peJo propno presidente da Republica. Estes actos
e assim a missão de Plínio Tourinho tornou-se suave arbitranos, prepotentes, justificavam novas vindictas ·
conseguindo o apoio de 38 officiaes, dos mais distincto~ por~ua~t,o ª. idéa revolucionaria, accionada por força~
da guarnição, os quaes fixaram seus nomes em um sadias, 1ama1s se detem, e um dia será vencedora.
pact? de honra como garantia do compromisso as- Em a noite de 25 de Março de J924, chega a Curi-
sumido. tyba, o General Isidoro Dias Lopes, com a intenção
En_i fins. de Março, os preparativos attingiam ao seu de novamente congregar elementos para uma arran-
gra~ mais el~vado de probabilidade. No dia 22 de cada. geral em todo o Brasil, de modo a pôr um pa-
Abnl, determmado para o inicio do movimento Plínio radeiro, nos desmandos sempre crescentes dos gover-
Tourinho, revolta. o 5.0 Batalhão de Engenharia,~ aguar- nantes. Ainda desta vez deseja unicamente se entender
da que os demais corpos da guarnição, comprometti- com Plinio Tourinho que para esse fim comparece ao
ctENEALOGIA PARANAENSE
TI':túLO ALVES 363
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escriptorio do Snr. Anto~io Cou.t~ Pereira, no edificio e Rio, conforme affirmára o General Isidoro tendo
da Associação Commerc1al. Participaram desta confe- as forças do Paraná, cumprido fielmente as 'ordens
rencia além desses dois officiaes, os Capitães França do Presidente Arthur Bernardes. No desenvolver dos
Gom;s, Juarez Tavora,. Alberto _Krüg;er (ex-al~mno), a~onteci~entos ~e 5 de Julho, o então Capitão Pli-
Marinho e Couto Pereira. Em 1denttcas condicções mo. Tourmho fo~ mandado recolher-se preso ao Rio,
aos emissarios anteriores, expôz o General Isidoro o mmto embora nao se achasse envolvido no levante
fim de sua missão, discorrendo sobre o estado do pelos motivos que acabamos de narrar. Si é verdad~
Paiz, mergulhado na eterna noite de ~stado_ de sitio, que os movimentos parcellados 1 resultantes de con-
sob o guante de um governo despottco, vmgativo e chavos combinados ás pressas, em um meio absolu-
sedento de sangue. Que urgia uma reacção, consoante tamente vigiado pelos assedas do governo, teriam de
a altura da situação, e que para tal fim, já se con- ter duração ephe~era, concorrend? ainda mais para
tava com o apoio de grande parte das guarnições do arrefecer o enthus1asmo e conduzir ao desanimo os
Rio, São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul, e fortes espíritos fracos, não é menos verdade que elles con-
elementos na armada nacional, e que tendo de regres- tribuíram para disseminar o germem da revolução,
sar immediatamente a São Paulo, na manhã seguinte, que aos po~~os, penetrou no coração do povo, que
desejava levar a palavra do Paraná, aos camaradas da em breve vma lutar em defeza de seus direitos. O
commissão revolucionaria. Era, como se vê, um ver- governo despotico do Dr. Arthur Bernardes alcançava
dadeiro ultimatum que o General Isidoro lançava, sem seu fim, e sob os auspicias de ampla sympathia as-
levar em conta, que, assumpto de tanta importancia cendia ao governo da Republica, o Dr. Washington
não poderia ser resolvido no curto espaço de poucas Luis. A alma brasileira cançada de soffrer e de lutar
horas, ainda mais, achando-se ausente á reunião, a almejava a serenidade, a paz, a ordem, que produz ~
maioria dos officiaes da guarnição. Na impossibilidade cessação .da guerra fratricida. que enfraquecia o paiz,
de dar uma solução immediata, ponderou-lhe o então desmorahsando-o no conceito das nações. Precisa-
Capitão Plinio Tourinho, que seria preferivel ao Ge- mente nenhum outro governo apresentava melhores
neral Isidoro, transferir a sua viagem, pois, em se credenciaes, que o Dr. Washington Luís, devido a sua
tratando de firmar compromissos da ordem daquelles alta posição por consentimento unanime do paiz e,
que envolviam o futuro, e quiçá a propria vida de portanto com poderes bastante para lançar o manto
seus camaradas, conviria ouvi-los, para o que, preci- do esquecimento no passado inquieto, reintegrando
saria uma nova reunião em que o assumpto fosse pela amnistia ampla na collectividade brasileira todos
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plenamente debatido, e no caso da guarnição desejar os irmãos, della afastados pela luta de ideias em be-
acompanhar os seus camaradas de São Paulo, lavrar- neficio de uma Patria grande e respeitada em seus
se-hia uma ada, como penhor de segurança. direitos. Preferiu entretanto, arredar-se da unica dire-
O General Isidoro regeitou essa proposta, unica no ctriz sadia, reclamada pelos acontecimentos, envere-
caso, e no firme proposito de regressar a São Paulo, dando-se pela estrada tortuosa das venditas, e da
embarcou na manhã seguinte, commettendo com esse política facciosa, demonstrando-se um prepotente, mui-
seu gesto, o grave erro de despresar a acção do Pa- to mais pernicioso que todos os seus ultimas ante-
raná, no movimento revolucionário que architectava e cessores. Golpeou a Constituição nas suas partes mais
de resultados praticas adversos, pois a revolução de respeitaveis, e não contente ainda, humilhou o pe-
São Paulo, de 5 de Julho de 1924, ficou isolada, não queno Estado da Parahyba, acoroçoando o banditis-
contando com o apoio da guarnição do Sul, Minas mo a serviço da politicagem a ponto do Município
GENE1ALOGIA PARANAENSE TITULO ALVES 365
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de Princeza rebelado contra o governo de João Pes- chias de familias que se mantinham no poder e se
soa, procla~ar a sua in?ep~ndencia, arrogantemente, revesavam alternativamente nos altos cargos da Ad-
em pleno regimen constttuc1onal. Os seus desman- minis!ração do Estado, gue exhauriam em proveito
dos estenderam-se a varios Estados da federação e propno e no de seus apaniguados. A conspiração revo-
culminaram com o assassinato do Dr. João Pessoa, lucionaria espalhava-se por todos os recantos do Bra-
0 integro Presidente da Parahyba. As revoluções de
sil. Urgia accelerar a reacção quanto antes para impe-
1904, 1922 e 1924, que foram exemplos dignifican- dir a posse do novo governo. Em 14 de Junho de
tes de energia contra a oppressão dos governos, ha- 1930, o então major Plinio Tourinho, por intermedio
veriam de terminar com a de 1930, que saccudiu to- do capitão Djalma Outra Gá fallecido) recebeu as cre-
do o Paiz em defeza de seus direitos. Inegavelmente denciaes verbaes do seu antigo companheiro da Es-
o Dr. Washington Luis, foi o verdadeiro propagan- cola Militar, o Dr. Oetulio Vargas, para organizar no
dista da revolução outubrina, pois os seus actos de Paraná um movimento de apoio, ao que se ia reali-
prepotencia excederam os limites da paciencia do po- zar no Sul, Minas e Norte do Paiz. Mesmo se tra-
vo brasileiro e pela imprensa, pela palavra, pelos li- tando de uma missão ardua e de alta responsabilida-
vros, pregava-se francamente a revolução, como um de, Plinio Tourinho, muito embora já decepcionado,
mal necessario á reconstituição do Brasil. Os Estados com os fracassos sucessivos de tantas reacções, accei-
do Rio Grande do Sul, Minas Oeraes e Parahyba, tou essa pesada incumbencia, conseguindo o apoio
pelos seus Governos, deliberaram reagir contra a ne- de alguns officiaes da guarnição, convindo destacar
fasta politica do Chefe da Nação, chamando-o pri- entre os mais denodados, os seguintes: Major Cicero
meiro a ordem, por meios sensatos; convidando-o a Costard, Capitães Alvaro Barroso, Richter, Beranese
respritar a Constituição da Republica. Todos os es- e Antonio Viegas da Silva, do Q. O. da Região; Ca-
forços, nesse sentido, foram inuteis; sómente o extre- pitão Catão Menna Barreto, do 15.0 Batalhão de Caça-
mo recurso da revolução, da guerra civil, poderia por dores; Capitão Nelson Pinto, do 5.0 de Cavallaria; Ca-
termo a esse estado de verdadeira anarchia que im- pitão João Nobrega, do 5. 0 Grupo de Artilharia de
perava no Paiz, que forçosamente se agravaria com Montanha; Capitão Amaurety Osorio, do 9. 0 Regimento
a ascenção ao poder do Dr. Julio Prestes, cuja orien- de Artilharia Montada. O movimento, conforme com-
tação politica, se filiava a mesma escola, do então binações estabelecidas, deveria ter lugar a 7 de Se-
Chefe do Paiz. Mas, um movimento com capacidade tembro de 1930, data da nossa emancipação política;
para enfrentar com probabilidade de victoria, as hostes mas, grandes divergencias surgidas no Sul, á ultima
do governo central, necessitava além de uma perfeita hora, impediram a sua realisação. Convinha, ante esse
organisação, o concurso efficaz de elementos fortes e incidente reatar as negociações com os elementos
decididos a emprestar á causa nacional, o seu apoio revolucionarias do sul para que o animo e o enthu-
levado até ao sacrificio. O Paraná, pela sua situação siasmo do pequeno grupo de officiaes, compromettidos
geographica, pelo civismo e bravura de seu povo, não no levante, não arrefecesse, e assim o major Plinio
poderia ficar indifferente a essa acção collectiva de Tourinho, resolveu enviará Porto Alegre, um emissa-
reveindicação dos direitos nacionaes, tanto mais quan- rio de sua absoluta confiança, afim de, como seu in-
do, era elle um grande sacrificado, graças a acção termediaria, conferenciar com o Dr. Oetulio Vargas
nefasta e criminosa de seus ultimes governos, que em seu nome. Para essa ardua missão, escolheu o
lhe suggaram todas as suas rendas e energias, sacri- cidadão Antonio Couto Pereira, que pelo seu amor
ficando o seu patrimonio em beneficio das oligar- ao Brasil, já déra as melhores provas, arriscando o
GENEALOGIA PARÃNAENS:E TITULO ALVES 367
seu futuro e interesses particulares. No avião d~ car- com toda a urgencia, um destacamento do Exercito
reira, transportou-se Couto Pe:e~ra, á ~orto Alegre, constituído pelo 15. 0 Batalhão de Caçadores do 13.o
conferenciando em nome de Plm10 Tourinho, com o Regimento de Infantaria, do 9. 0 Regimento' de Arti-
Dr. Oetulio Vargas, e de regresso trouxe a bôa nova lharia Montada e do 5. 0 Grupo de Artilharia de Mon-
de que o movimento rebentaria no Sul e em Minas tanha, sob.º commando do Coronel João Pereira de
Oeraes a 3 de Outubro, ás 17 horas. Precisamente Castro Jumor, para Porto União, afim de construir a
nessa data e hora era o povo brasileiro despertado l .ª linha de resistencia, contra os revoltosos vindos do
pela noticia auspiciosa de que uma grande revolução Sul. Urgia impedir a marcha desse destacamento, pois
contra o governo do Dr. Washington Luis, estalára toda a tropa enquadrada difficilmente se revolta e
em varios pontos do Paiz. Para o faraná, dadas as para esse fim, Plínio Tourinho entrou em ente~di-
innumeras difficuldades de se conspirar francamente, mento com os officiaes dos corpos, e a rebeldia co-
pela continua vigilancia exercida pelos Governos esta- meçou de se manifestar francamente, pela resistencia
doai e federal, o compromisso limitou-se a acompa- passiva, imposta ás ordens emanadas do commando
nhar aquelles Estados, no maximo dentro de 48 ho- da Região, que, aos poucos sentia que a sua autori-
ras. No dia t .o de Outubro as forças da guarnição dade não mais prevalecia, tanto mais quando o com-
receberam ordem de promptidão, em vista das cons- mandante do destacamento, Coronel Castro Junior
tantes noticias de que a ordem publica seria alterada. desanimado, recusou-se a seguir com a columna, con~
A Região Militar do Paraná, nessa época se achava forme declarou, porque não depositava confiança nella.
sob o commando do General Eduardo Monteiro de A victoria da revolução na Capital Paranaense estava
Barros, e a 9.ª Brigada de Infantaria tinha a sua frente proxir'na.
o General de Brigada Maximino Barreto. Eram de pre- Para evitar a luta no seio da guarnição, restava o
ver portanto, as innumeras difficuldades com que te- pronunciamento do 9. 0 Regimento de Artilharia Mon-
riam de lut:u os officiaes compromettidos no levante, tada, unica unidade cujos officiaes, embora com ideias
não só pela acção vigilante desses dois Oeneraes, revolucionarias, desejavam entretanto, não ter um co-
como tambem por serem absolutamente legalistas os nhecimento mais amplo sobre os acontecimentos que
commandantes de todos os Corpos estacionados em se desenrolavam. Convinha, consequentemente, accele-
Curityba. As confabulações se faziam em pleno Quar- rar as ultimas demarches para o desencadeamento da
tel General, na sala do Serviço de Engenharia, de que revolução, pelo que Plinio Tourinho designou o Te-
era chefe Plínio Tourinho. Dahi emanavam todas as nente Alvaro Barroso, para em missão especial ir ao
ordens, e se estabelecia um constante contacto com quartel daquella unidade, e procurar se entender com
os elementos compromettidos, nos differentes Corpos. o Capitão Amaurety Osorio, dando-lhe conta de que
Na noite de 3 de Outubro, as altas autoridades mi- os demais Corpos da Guarnição estavam a postos,
1itares e civis, por intermedio do Governo central, ti- promptos para iniciar o movimento, que se esperava
nham conhecimento de que o movimento revolucio- ser effectuado, sem derramamento de sangue. Mas, a
naria estalára no Sul, em Minas e em Parahyba, e fatalidade se oppoz a esse generoso desejo.
por isso mesmo, se apressaram em tomar as medidas Precisamente no instante de chegar ao saguão do
julgadas necessarias á defeza da Região, bem como quartel do 9. 0 Regimento de Artilharia Montada, de-
exercer o serviço perfeito de espionagem, para evitar pois de difficilmente ter transposto o cordão de sen-
qualquer perturbação de ordem publica. Entre as me- tinellas, o Tenente Alvaro Barroso, devido a escuridão
didas de ordem militar, ficou determinado que seguisse que reinava não divisara a pessoa do bravo Major
'
GENEALOGIA PÁRANAENSE
368 TITULO ALVES 369
Corrêa Lima, unico official fiel ao governo, e então suas unidades para o centro da Cidade, afim de au-
em altas vozes, perguntou .ond~ se encontrav_a o Ca- xiliar os elementos já revoltados, na conquista inte-
pitão Amaurety Osorio, po!s. vmha ~m m1ssao e.spe- gral da Cidade. Estava realisado o movimento. Surgia
cial, por parte do 1':'ajor. Phrno Tourinho. Nesse mte- clara e límpida a madrugada de 5 de Outubro, alvi-
rim O Major Correa Lima, bastante exaltado, como çareira de novos horizontes para os destinos patrios.
era' natural declarou em altas vozes que elle era o As 6 horas, ao som do hymno nacional e de uma
commanda~te do 9.0 Regimento de Artilharia Mon- salva de 21 tiros, hasteava-se o pavilhão nacional, aos
tada e que só recebia ordens do. con:man~o da .Re- vivas das tropas e dos primeiros populares que cele-
gião. O que se passou então, f?1 rap1do e 1r~prev1sto. res accorriam aos quarteis, em confraternização com
O Capitão Amaurety se approx1mo.u _ do Ma1or Cor- os revolucionarias. Para corôar o exito dessa feliz
rêa Lima, passa-lhe ordem de pnsao, aponta-lhe a empreitada, as 6,30 apresentava-se ao Major Tourinho,
pistola ao peito e intima-o para que se rendess~, por- no quartel do 15.0 Batalhão de Caçadores, acompa-
quanto o Regimento est~va r~voltado. Em m_ovm~en.to nhado de todos os officiaes da força Militar do Es-
rapido de defeza, o Ma1or Lima, .com a mao d1re1ta tado, o integro Commandante Snr. General José Can-
dá uma pancada, de baixo para cima, ~o punho com dido da Silva Muricy, que comprehendendo o anseio
que o Capitão Amaurety ~mpunhava ª. p1sto_la; a arma da alma popular, resolvera não resistir, afim de evitar
disparou e a bala ao par~ir, fere o Ma1or L!ma, pouco derramamento de sangue irmão. Ás salvas, despertou
abaixo do nariz, produzindo-lhe a morte mstantanea. a população de Curityba, que pressurosa incorporou-
foi um facto lastimavel, uma perda deplorada pelos se immediatamente a revolução.
revolucionarias - a morte do Major Corrêa Lima, O enthusiasmo do povo Paranaense, não se limitava
pois era considerado como um dos offic~aes mais il- ás aclamações nas ruas; muito ao contrario, concre-
lustres do Exercito, pelo seu saber, capa~1dade ,de tra- tizou-se nas realizações de verdadeiro patriotismo;
balho e amor que possuía pelo seu Brasil. Apos es~e desde a mocidade que celere incorporou-se nos cor-
lamentavel incidente, o Major Tourinho em companhia pos da Região, marchando incontinente para o campo
do Capitão Cícero Costard, Tenentes AI varo Barroso de luta, como as demais classes sociaes, unanimes,
e Viegas da Silva, installou o seu Posto de commando cada uma concorrendo com seus esforços, em benefi-
no quartel do 15.º Batalhão de Caçadores, tendo an- cio da causa Nacional. No dia 7 de Outubro, já as
tes aconselhado ao commandante dessa unidade Ma- avançadas Paranaenses impunham a sua vontade nas
jor Peixoto, que não tentasse resistir, pois o movi- fronteiras de Itararé e na Ribeira, e no dia 1O, der-
mento revolucionario processava-se espontaneamente, rotaram completamente a columna do General João
graças ao enthusiasmo reinante no meio militar .e na Nepomuceno da Costa, que pretendia cortar a Estrada
população civil de Curityba. Ao toque de reu111r, o de ferro São Paulo - Rio Grande, em direcção ao Porto
15.o Batalhão de Caçadores entra em forma, na Praça União, passando com essa victoria, ao domínio da
da Republica, ao mesmo tempo que o 9.0 Regimento revolução, a parte mais rica do Estado de Santa Ca-
de Artilharia Montada toma posição na Praça, em tharina, ficando livres de qualquer ataque de flanco,
frente ao seu quartel. Pelo telephone o Major Touri- as tropas do Rio Grande do Sul, que já neste mo-
nho determina aos Commandantes do 5. 0 Grupo de mento demandavam as fronteiras do Itararé, e que em
Artilharia de Montanha e do 5. 0 Esquadrão de Ca- breve fariam juncção com as forças Paranaenses. A
vallaria, aquartelados no Bacachery, que se apossem victoria do Paraná foi quasi a victoria da Revolução.
do deposito de material bellico e avancem com as Pela sua situação geographica e pela unidade de vis-
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370
tas de seu povo e da guarnição milit_ar, como pelos autoridades. revolucio~arias do Paraná e as do Sul,
recursos bellicos existentes nos depositas do Exercito, todos pubh~ados nos ,1ornaes da época. O movimento
revoluc1onano, consolidou-se rapidamente, pelo apoio
0 s~u concurso á causa foi dos mais inestimaveis.
A mocidade Paranaense forneceu a Revolução, um ( que encontrou no povo do Paraná. Medidas de or-
contingente superior a 15 mil homens em armas. As dem fo:am immediatamente tomadas pelo Chefe da
classes sociaes mobilisaram-se expontaneamente, tudo
fornecendo a Revolução - 1 a que tambem se asso-
ciou a mulher Paranaense, que prestou assignalados
' revol~çao, de mo~o. a i:na~t~r integro o direito de
propriedade, os d1re1tos rnd1v1duaes e o maximo res-
peito, mesmo ás pessoas dos vencidos. Os anceios de
serviços e isso no momento em que a situação era liberda.de latentes. n~ alma do povo, explodiam num
duvidosa e incerta para a causa. enthus1asmo patnobco. A manhã de 5 de Outubro
Apoz a victoria, na manhã de 5 de Outu~xo, o Ma- P.ªr~ce que se ~nfeitou para festejar a redempção bra~
jor Plin.io Tourinho, ás 13 horas desse dia, en!r~ em sile1ra. O ar f1_no e transparente, o céu d'um azul
franca ligação pelo telegrapho com o Chefe CIVIi da punss1mo, enchia de alegria a cidade de Curityba e
Revolução - Dr. Oetulio Vargas - dando-lhe conta essa alew~a m~i~ se intensificou quando se soube que
das occorrencias mais importantes, e das medidas to- a g:uarmçao m1htar, o povo e os proceres revolucio-
madas para garantia da victoria do movimento revo- nanos escolheram para Governo Provisorio do Paraná
lucionario. Vamos transcrever os despachos telegra- um Paranaense digno, o General Mario Tourinho ca~
phicos mais importantes recebidos pelo Chefe da racter impeccavel, militar de passado irreprehen~ivel1
Revolução no Paraná, em resposta ás communicações dotado de prudencia, vontade firme e mais que tudo
honesto e justo. '
que fez:
«Porto Alegre, 5. - Major Tourinho. - Curi- A posse do novo Governo, realizou-se sob a assisten-
tyba. - Bravos! Bravos! Marcho com o Rio cia de mais de 10.000 pessoas, as 17 horas, do dia
Grande ao vosso encontro. Vamos todos. Exer- 5 de Outubro, lavrando-se desse acontecimento uma
cito e povo. Abraços - Getulio Vargas." acta. Empolgante foi o momento, em que o Chefe da
« Porto Alegre, 5. - Major Tourinho. - Curi- Revolução, entregou ao General Maria Tourinho as
tyba. - Communiquei ao Presidente o seu tele- redeas do Governo civil do Estado do Paraná. 'va-
gramma. S. Exa. pediu que em seu nome se rias proclamações foram expedidas pelo Major Plínio
congratulasse com brilhante ado patriotismo da Tounnho, todas tendentes á estabilisarem o movimento
guarnição do Paraná para a qual envia parabens, revolucionaria e incutir no espírito publico a ideia de
enviando a V. Exa. um grande abraço. - (a.) ordem. Transcrevemos as mais importantes:
Luiz Aranha.)> «Proclamação.
<< Porto Alegre, 5. - Major Tourinho. - Curi- O supremo pensamento da Revolução é a ordem.
tyba. - Sigo dentro meia hora para Curityba, O Com mando Geral das forças Revolucionarias
conduzindo grande reforço tropas gauchas. Es- em Operação na 5.ª Região Militar, vem scien-
pero dentro 5 dias estar Ponta Grossa, com 100 tificar e a~vertír a todos quantos interressar possa,
mil homens. - (a.) Coronel João Alberto.» que, a attitude de tolerancia que tem mantido e
« Porto Alegre, 5. - Paraná! libertou-se suas recommendado com empenho a todas as autori-
proprias mãos, com direito se governar por si dades sob a sua dependencia, se inspira nos altos
mesmo. - (a.) Oswaldo Aranha.» propositos de ordem moral e politica, que, ditam
Innumeros outros despachos foram trocados entre as o movimento liberal de que é orgam a Revolu-
TITULO ALVES
GENEALOGIA PARANAENSE 373
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prendimento e da honra pelo bem da Patria. E'
ção. Não quer dizer. porem1 q~e tal toler~ncia1 mistér pois, que todos ajam com firmeza, não
determinada por motivos sup~nores de orienta- usem de vascillações e procedam sempre com a
ção moral 1 possa s~r. confundido com qualquer maxima correcção e lealdade nos actos mais sim-
sentimento de pass1v1dade ou de_ fraqueza1 q~e ples, mais apparentemente sem importancia.
nunca existiu e nem se coadunaria com . ~s c1r- As attitudes prudentes e reflectidas são o melhor
cumstancias intrínsecas e a natureza pohbca _da penhor da segurança pessoal de cada um.
propria Revolução 1 que tem por ~en:ma, o pn~- Este é o appello, é a ordem do Commando Ge-
cipio jurídico, de que quando o (?1re1t? falha, d_a- ral das Forças Paranaenses, que confia na eleva-
se a desordem e em tal emergenc1a! so ~ reacçao ção moral e no civismo do Povo. - (a.) Plinio
é a ordem. A orientação revoluc1onana s~ faz Tourinho, General Commandante das forças do
sentir tolerante e benigna, porque a mentalidade Paraná. »
actual do Brasil, não é a mesma dos tempos «Ordem do dia.
coloniaes. Arduo e complexo seria relembrar-vos, detalha-
Todavia, ninguem pratique. usurpações, explore as damente1 no instante da despedida, as causas
circumstancias da anormalidade, ou commetta a~- determinantes do formidavel abalo que occasio-
tos repressiveis, illudi~do-se com a permanenc1a nou a grande Revolução de Outubro, quando é
do espírito de toleranc1a porque o supremo pen-
1 certo, que, ainda perdura na memoria de todos
samento da Revolução é a ordem. os Brasileiros o cortejo negro de iniquidades e
Aquelles que transgredirem qualquer das ~eter- de desrespeito á lei 1 praticados pela camarilha
minações deste Commando, consoa~te o grau de nefasta, que nestes ultimas annos do regimem
transgressão, serão severamente Rumdos, ~ na pu- republicano, apossou-se dos destinos do Brasil.
nição sentenciada, inutil será evitar o ngor do No meio das usurpações e dos desatinos, leva-
castigo, principalmente em se trata~do _de actos dos a effeito por essa especie de gente, que se
que por. qualquer f?r.ma ou maneira, 1mport~m não contentou somente em ferir os direitos da
em trah1ção ou pre1u1zo para a causa revolucio- collectividade, mas sim tambem, em delapidar a
naria, cuja bandeira foi desfraldada p~~a a s_alva- riqueza publica, distribuindo-a generosamente com
ção do Brasi~ do captiv~i~·o e do v1hpend10, a aquelles que lhes lambiam os pés, e cumpria~
que o reduziu um~ pol~ttcagem desnat~rada1 e religiosamente as suas ordens, pouco ou quas1
restauração, por assim dizer da Republica, que nada se salvou. Dahi a serie de movimentos ar-
se proclamou em 1889, para ~ grande obra a mados, precursores da arrancada de Outubro, q1:e
que se propuzeram os seus maiores. revolveu o Brasil de norte a sul, pondo em evi-
Depois1 é bem de salientar1 que toda a coopera- dencia a exhuberante energia de um povo, que
ção revolucionaria não deve,. não .pode s~r s~r- apparentemente morto para a luta, não hesitou
viço de mera novidade ou diletantismo:_ ~- Mis- em pegar em armas e marchar em defeza de seus
são de Honra, de Abnegação, de Sacnhc10, de direitos conspurcados por máus Brasileiros.
Patriotismo. A indesejavel política dos governadores, de cara-
Ninguem se deve illudir portanto, com a situa- der profundamente pessoal, conseguiu, em pouco
ção moral, que a Revolução procura crear no tempo, destruir as conquistas havida~ n~f!l pas-
animo do Povo Brasileiro, devendo todos ter sado glorioso, estiolando o poder 1ud1c1ano, a
bem presentes no espirita, as emanações do des-
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nossa suprema garantia, e avassalando nefasta- ao lado de seus irmãos civis, para a conquista
mente o poder legislativo, que não passava de dos grandes ideaes, não poderiamos ficar acom-
um poder bastardo, a serviço de todos os capri- modados ante o quadro verdadeiramente vergo-
chos mesquinhos dos senhores Presidentes da nhoso, que se nos apresentava, ante o cortejo de
Republica. iniquidades, que, á semelhança de um terrível
E' que, rompido o grilhão que nos prendia a
monarchia, pela reacção armada de 1889, a Na-
1 tufão, soprava furiosamente, devastando tudo que
a nossa Patria tinha de mais nobre.
ção, colhida de surpreza, vê a sua estabilidade Attendestes ao chamado do Povo ! Com vosso
ameaçada, e sem tempo de se recompor, dada a ardor cívico, e ante a figura da Patria que nos
falta de educação do povo, cae nas mãos dessa acenava, relembrando os passados homens que a
camarilha política que transformou o mais bello constituíram, esquecestes-vos das situações com-
de todos os ideaes, nesse systema pessoal de modas, accorrendo celeres á caserna, para, con-
governo, servindo-se hypocritamente, para a rea- jugados com o povo, reivindicardes nossas liber-
lisação de seus fins, de um arremedo de Cons- dades mortas, o thezouro de heroismo e abne-
tituição, cheio de valvulas para a pratica de toda gação legado pelos nossos heróes que jamais
a sorte de patifarias. O nucleo republicano, os temeram sacrifícios em beneficio da collectividade.
verdadeiros idealistas de 1889, em numero redu- Não desmentistes que sois filhos desta grande
zido, foi fatalmente absorvido pelos aulicos do Terra!
antigo regímen, que atraz de si, traziam a men- A ameaça do exilio, do fuzilamento e de todas
talidade antiga, cheia de odios, envenenando as- as vinganças de que seria capaz a tyrannia, hoje
sim o novo ambiente e perturbando a estabilisa- por terra, não fazia hesitar aquelles que, abra-
ção do regímen que se inaugurava. çando sua mãe, sua esposa ou seus filhos, atten-
Dahi o scenario triste que deparamos no decor- diam valentes ao chamado sagrado do Brasil.
rer de quarenta annos de vida republicana. filhos E' que a liberdade já conquistada, mas espesi-
de um Paiz riquíssimo, somos pobres, porque nhada, havia de encontrar em vossos peitos de
todo o systema economico desses magnatas, con- bronze, a sua defeza, vós que tendes a alma re-
sistia no methodo confuso de gastar muito mais temperada na escola do sacrificio e das prova-
do que rendia o Paiz, procurando nos empresti- ções. Participei comvosco e com o povo do Pa-
mos successivos, pesadíssimos factos, a unica the- raná, na arrancada gloriosa de Outubro; destes-
rapeutica, para dar ao publico a impressão da me os dias mais felizes de minha vida. Elevas-
marcha regular dos factos, escravisando-nos aos tes-me a uma culminancia nunca dantes sonhada.
argentarios extrangeiros, com grandes prejuízos Com o vosso valor, emprestastes brilho, a quem
para o desenvolvimento do Paiz. vivia na penumbra, aguardando calmamente o
Os progressos mínimos, tudo está por fazer; final da sua vida militar, apenas com a cons-
entretanto somos devedores de quantias verdadei- ciencia do dever bem cumprido. Como poderei
ramente estonteantes. esquecer-me de todos vós?
E nós, camaradas, brasileiros que somos, perten- Comvosco communguei, e as glorias recebidas
centes ao Exercito Nacional, phalange brilhante daquelles dias bem vividos, a vós inteiramente
que só tem sido motivo de orgulho para o povo eu devo, meus camaradas, porque vivi do reflexo
do Brasil, instituição nobre e alevantada, sempre do vosso valor, vós que fostes a abnegação, o
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376 TITULO ALVES
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heroismo a serviço de todas as aspirações nobres, palmilhar agora uma trajectoria brilhante honesta
dos anceios de equidade e reclamações de civis- e sadia, deixo o Commando da Regiã~, a que
mo afflicto. me elevastes, com a alma alegre, e a consciencia
Comprehendestes a grandeza do momento; fos- tranquilla de haver cumprido com o meu dever
tes ao encontro desse alguem, que, determinou e satisfeito por vos elogiar, não, que este elogi~
proclassemos um credo novo; que fossemos a augmente o brilho de quem o conquistou no ter-
esperança dos opprimidos, e qu~ nos sacrificas- reno da luta, mas, para que fique assignalado
semos pela redempção da Patna, conco_rrendo neste Quartel General, a vossa abnegação e des-
com abnegação e lealdade para o restabelecimento interesse.
de um Brasil novo. Elogio, assim, com grande satisfacção: o Capitão
Estará agora terminada nossa missão? Deveis Carlos Amaurety Osorio, official de destaque,
ficar meros espectadores desse scenario, em cujo energico, profissional competente, ardoroso com-
seio se vão elaborar os principios da nova or- mandante do 9. 0 Regimento de Artilharia Mon-
ganização política e social de nossa Patria? O tada, no período revolucionario, a quem a revo-
exemplo de 1889, não basta para despertar em lução deve os mais inestimaveis serviços; Capi-
nossas consciencias, a necessidade de uma pe- tão Catão Menna Barreto Mondara, commandante
renne vigilancia, para que se reconstrua o Paiz, do 15.0 Batalhão de Caçadores, official deste-
nas bases exigidas pelo povo, para que o sacri- mido, calmo, sereno, decisivo no agir, e mais
fício da luta, não se venha a perder? que tudo nobre, quando abnegadamente offerece
Deixo ao vosso criterio, ao vosso bom senso, a o Commando do Corpo que levantara, ao bravo
resposta, mas, lembrando-vos, no entanto, que na e saudoso Capitão lsaltino Pinho; Capitão João
quietude libertadora dos cemiterios, repousam o Nobrega, commandante do 5. 0 Grupo de Arti-
somno eterno, aquelles que na luta pereceram lharia da Montanha, espirito calmo, prompto nas
pela conquista desses ideaes, e que a elles, a Pa- acções, resoluto, soldado comprendedor de sua
tria agradecida, já consagrou merecido lugar de nobre missão; Capitão Alcedo Baptista Caval-
destaque em nossa historia, emquanto que a nós canti, commandante do 5. 0 Batalhão de Enge-
cabem responsabilidades taes, que, se não devem 1 nharia, qual desejoso de concorrer para o levante
transformar em vilipendios, quando formos jul- e victoria do movimento, celere, dos confins dos
gados pelas gerações vindouras, ou então pela sertões, attende ao nosso chamado, agindo du-
inexoravel severidade de nossa consciencia, in- '1 rante toda a luta com muito brilho; Capitão Nel-
transigrnte e fiel juiz. son Pinto, commandante do Esquadrão de Ca-
Acreditemos na grandeza do Brasil ! Empregue- vallaria do 5.0 Regimento de Cavallaria Divisio-
mos os mais fervorosos esforços, para que sejam naria, espírito lucido, calmo e sereno, desempe-
despertados no presente, as energias de um povo nhou-se com brilho das missões mais arduas que
descendente de bandeirantes impavidos, que ja- lhes foram confiadas; Capitão Catulo Piá de An-
mais se atemorisaram, ante os impossíveis e assim drade, no seu Corpo, e, posteriormente, em plena
respeitando o passado glorioso, seremos acredi- campanha, demonstrou as mais bellas qualidades
tados no presente, e abençoados no porvir. de energia, decisão e abnegação á causa revolu-
Meus camaradas! Com a esperança e firme con- cionaria; Capitão Mac-Donal, actual com man-
vicção no futuro da Patria Brasileira, que sinto dante do 5. 0 Batalhão de Cavallaria, espirito moço,
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official de destaque, prompto para cumprir as á alma Brasileira, porque synthetizava o princi-
mais difficeis missões; Capitão Caldas Braga; pio democratico do governo do povo.
1.º Tenente Francisco de Paula Soares Netto; Puro engano! Passado o período aureo da ad-
1.º Tenente Silvino da Costa Nobrega, pela ener- ministração Republicana, encarnada nos vultos
gia, actividade e desapego, iniciando o movi- austeros de floriano, Deodoro, Prudente de Mo-
mento na Região com o levante do 13.0 Bata- :ª~s! Campos Salles e Affonso Penna, a debacle
lhão de Caçadores e posteriormente pela acção 1mc10u-se, e o sonho de 1889, se foi aos pou-
decisiva com que agiram na frente Joinville e co_s des~anecendo, _pela falta de justiça. O polvo
Itararé; Tenentes Laurentino Silva; Ney Peixoto, ohgarch1co, centrahsa~o n~ Capital da Republica,
pela cooperação efficaz e intelligente com que se ext~nde~ os seus form1~ave1s te~taculos, ás regiões
conduziram; Tenentes Alexino Bittencourt, offi- mais distantes do Pa1z, e, vos bem o sabeis
cial de destaque, de grande futuro, a quem cou- quantos desmandos políticos e administrativos s~
be, apezar de tão jovem, conduzir a sua unidade praticaram á luz meridiana dos mesmos direitos
á luta, com franco e real successo; 2. 0 Tenente e ~as mesm~~ conquistas. Com a inauguraçã~
Alberto Bittencourt, ardoroso, capaz e que des- cymca da pohtica dos Governadores, ficamos sem
empenhou intelligentemente as missões que lhe o poder legislativo, onde, a não ser a voz altiva
foram confiadas; Tenente Fernando Peixoto, pela de .um ou outro ~epresentante do povo, os de-
cooperação efficaz, que emprestou ao movimento; mais, como cumphces, abafaram a opinião nacio-
Tenente Carvalhedo pela energia, actividade e ini- nal, até qu~, vós, com a vossa energia e civismo,
ciativa com que agiu; Tenente-Coronel Silva ju- golpeastes Justamente comnosco, aqui, na manhã
nior, Majores e furtado os quaes se de 5 de Outubro, tão grande iniquidade. - foi
demonstraram á altura do momento. - Plínio uma convulsão social que abalou o Brasil inteiro,
Tourinho. » semelhante aos terremotos desencadeados pelas
forças telluricas armazenadas nas profundezas da
Como o General Plínio Tourinho justifica o movi- Terra. E' que, os governantes, olvidaram-se das
mento revolucionaria: (Discurso pronunciado a 15 de licções da Historia. O poder civil foi, desde a
Novembro.) grande revolução franceza, transformado num
«Com acertado e nítido sentimento patriotice, es- simples delegado do poder social. - Sómente
colhestes o dia de hoje, para homenagear a data este, póde e deve impor a sua vontade. O go-
gloriosa de 5 de Outubro, em que o Paraná, verno é do povo e para o povo, e os seus man-
quasi unanime, deu as mais exhuberantes provas damentos e vontade, devem ser acatados religio-
de civismo e energia social. - Ha precisamente samente, porque, só assim, é passivei harmonizar,
41 annos passados, o immortal General Deodoro evitar choques e conflictos que surgem das mui-
da Fonseca, á frente do Exercito Nacional, insti- tas esphéras de actividade social, pela falta de
tuição que sempre tem estado ao lado das gran- equidade e justiça. - Aqui vindes, povo, pela
des causas nacionaes, fez cahir um throno, que terceira vez, homenagear em minha pessoa, a bri-
si não era um centro de absolutismo, constituía lhante jornada levada a effeito, pelos officiaes,
no emtanto, um perigo futuro, ás nossas tradic- sargentos e praças da 5.a Região Militar. - Eu
cionaes tendencias liberaes. E assim surgiu a Re- vos agradeço, em meu nome e no de meus dig-
publica, jovem, esperançosa, inspirando confiança nos camaradas. Desinteressados, entramos na Re-
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volução, e breve volveremos á caserna, com a para cima de um só homem, aqui no Estado, a
consciencia tranquilla do dever cumprido. - Tudo culpa dos desmandos praticados pelo Governo,
pelo Brasil! Aqui vindes, com o vosso acrisolado e para os quaes elles concorreram devotadamente.
amor á liberdade, e patriotismo já demonstrado Senhores! Tudo pelo Brasil redimido! Estae
collocar neste edificio, um marco, cujos dizere~ alerta e vigilantes, contra os máus brasileiros, que:
é a expressão de vossa ardente fé e de vossa nos levaram a esse momento de desespero. -
digna esperança. Cerrai fileira e juntai as vossas energias á Legião
Elle relembrará a energia Paranaense; e por isso Revolucionaria, synthetisada na pessoa do nosso
mesmo é um marco sublime. Na simplicidade de Presidente Dr. Getulio Vargas, tendo ao seu lado
seu texto, transparece a vossa vontade firme, ener- as figuras masculas de Oswaldo Aranha e Jua-
gica e devotada. - E' um trecho de civismo, rez Tavora, para a reconstrucção sadia da nossa
concita-nos aos deveres para com a Patria e re- Patria! Viva o Brasil! - Plinio Tourinho. » -
memora-nos a cada instante, as horas que já se (15 - 11 - 1931.)
foram, em defeza da causa Nacional, e mais que O discurso do Snr. Tenente-Coronel Plínio Tourinho
tudo, é uma advertencia aos futuros detentores (1.0 de Agosto de 1931):
do poder, que se devem acautelar, porque a ty-
rannia, no seculo em que vivemos, será esma- «A manifestação que me vindes de fazer, talvez
gada sem dó, sem piedade. - Esse marco, assi- a ultima, relembra-me o vosso enthusiasmo nos
gnala-nos que o mundo moral está sujeito ás leis dias tumultuosos de Outubro, em que assisti
geraes do Kosmo; o equilibrio rompido nos phe- empolgado, a alma paranaense brava e sincera,
nomenos sociaes, produz as mesmas consequen- accorrer celere em defeza dos sagrados princi-
cias terríveis, que, si num dado momento faltasse pias de nossas liberdades conspurcadas, por aquel-
á harmonia sideral, o effeito poderoso da atrac- les que tinham a obrigação formal de conduzir
ção Newtoniana. - Esse marco será o nosso a Nação aos seus dignos destinos.
pharol, e aos vindouros, exemplo dignificante de E, o exito empolgante daquella radiosa madru-
energia Nacional. As virtudes cívicas, não se coa- gada de Outubro, que me parece ainda um so-
dunam com o escarneo. nho, não foi senão um prolongamento, um apoio,
Mais vale ser um cidadão faminto que um es- um pacto de sangue, que firmamos com os he-
cravo nutrido. A revolução continuará a ser o roicos filhos dos Pampas, filhos desse Rio Gran-
direito supremo dos povos opprimidos. Todas as de, cujos antepassados descreveram as mais hei-
esperanças de verdade, anceios de equidade, as las paginas de heroísmo de nossa historia. Nes-
reclamações do civismo afflicto, quando não en- se dia, assisti uma guarnição inteira se levantar
contram guarida nos tribunaes já conspurcados, destemerosa, para conjunctamente com o Povo,
buscam nesse meio violento, a salvação geral. - firmar que a Patria é alguma cousa de nobre e
A crise que atravessavamos, a contra gosto dos grandiosa e não accidentalmente a terra em que
acommodaticios não era de intelligencia e sim de se nasce.
vontade. A atonia desorganizante que nos apa- Elia, é um complexo de idéas, um repositorio de
vorou, encontrou como esteios formidaveis, espí- sacrifícios, uma reminiscencia de um passado
ritos lucidos e eruditos, que se entregaram de honroso, jamais olvidado.
corpo e alma aos prepotentes, e hoje, lançam Somente essas convicções inabalaveis, poderiam
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levantar um povo, fazer estremecer uma nacio- ambiente sereno, para a sua completa execução.
nalidade, do sul ao norte, de sua grande exten- A revolução passou, e assim como as grandes
são territorial. convulsões inte.rnas da Terra, que se executam
O caminho do dever, nem sempre é facil de em tempo relativamente curto, exigem de longo
palmilhar; nelle, ha obstaculos a vencer, e ~lguem tempo para a acção reconstructora dos males
já disse, que o sangue do homem, vertido na causados, é mister que todos os bons brasileiros
causa da família, da Patria e da humanidade confiante~, se congreguem e pela ordem disci~
está bem empregado; tudo o mais, é vaidade, plina e sacrificio, emprestem sua collahoração
tudo o mais é crime. aos homens bem intencionados, que, a propria
Assim pensando, os soldados da guarnição do revolução escolheu para dirigir os destinos do
Paraná, não encontraram na manhã de Outubro, Paiz. E, quanto a mim, Senhores, tenho a cons-
outro caminho que não o do Dever para com ciencia do dever cumprido.
a Patria, vilipendiada pelos detentores de então. Exerci, num dado momento, elevado por todos
E, assim, a vossa homenagem a minha humilde vós, uma acção de destaque, e quando percebi
individualidade, quando não mais represento um que estava finda a minha missão, e que o alto
poder, quando já vos recebo no meu proprio posto que me fora conferido pelo Chefe Supre-
lar, augmenta o debito da minha gratidão para mo da Revolução, se tornava obstaculo á orga-
comvosco, concretiza o vosso sadio pensamento nização do Exercito, não vacilei em depol-o, ás
de patriota, deixando claramente transparecer a mãos que me haviam elevado, cumprindo assim
confiança que depositaes nos proceres da Revo- a promessa, que á vós mesmo fiz, de volver ao
lução victoriosa. meu posto quando visse terminada a verdadeira
E', que, bem comprehendestes, que não com pala- phase revolucionaria.
vras e sim com factos, é que se pode recons- Assim, recebo essa manifestação, que reflecte a
truir uma nacionalidade, golpeada de injurias, vossa admiração pelo punhado de bravos, cons-
numa successão de alguns quatriennios de máus tituido pela guarnição do Paraná, desde o mais
governos. humilde soldado, até a mais alta patente.
E', que, comprehendestes o trabalho herculeo des- Com elles, passei dias felizes, guardando de ca-
envolvido pelo dr. Oetulio Vargas e seus au- da um, extremosa saudade, a par de immorredou-
xiliares, nessa formidavel reconstrucção moral, ra gratidão.
social e material do Brasil, cujos resultados só E, a vós povo, o anonymo de sempre, a força
poderão ser apreciados, no decorrer de um tem- inabalavel da sociedade, constructores silenciosos
po, bastante longo, taes as difficuldades oriundas de todas as epopéas humanas, eu tenho uma
de um estado anterior, que destruímos a golpes divida de gratidão a justar.
de força. Em todos os tempos, sois o sacrifício, a abnegação,
E, para esta reconstrucção, Senhores, necessita o a liberdade, o Direito. Em vós, eu vejo os ele-
Governo Central e seus delegados, de muita mentos constructores, a força dynamica das
ordem, sacrifícios e sopitamento de ambições, nacionalidades; á vós, as minhas ultimas pala-
quando é certo, que, os phenomenos sociaes e vras, o meu imperecivel reconhecimento, quando
moraes, por serem os mais complexos da ordem é certo, que fostes o elemento propulsor de
hierarchica de nossos conhecimentos, exigem um nossa victoria.
TITULO ALVES
384 GENEALOGIA PARANAENSE 385
Vereis no decorrer desta, que sei encarar os fac- E, ª. ~asa, que por algum tempo infeccionou a
tos presentes, como um desdobramento logico de pla~1c1e, e o ~umus pr_ecioso, de onde surgirá
todo movimento revoluciona rio; nunca tive illu- mais tarde o p~o que altmentará uma população.
sões e muito menos vós, de que atravessaríamos Procuramos. evitar. a deserção em nossas fileiras.
este periodo de transição até o regímen consti- O nosso. D1rect~no surgiu sob os auspicias de
tucional, num grande mar de rosas. O homem é um deseJo m~tm~ de congraçar e aproveitar
por natureza inconstante e sobre elle actuam fer- valores revoluc1onanos, que, parece, ao impulso de
vorosamente as questões politicas e de ordem f~rças desencadeadas e oppostas tacteavam inde-
religiosa. A principio, todos os espíritos se con- ciso~ em busca das verdades pregadas ou pro-
gregam em torno do ideal supremo que irá con- met_b?os pela r~volução. Urgia uma cooperação
vulsionar a nacionalidade, para a realisação con- dec1s1va e proveitosa e o unico meio era congre-
creta do objectivo visado. A vontade de vencer, gar e concentrar esforços, porque a idéa de pro-
sobrepuja ás tendencias más, que se desmascaram gresso se assenta sobre a de ordem e a destrui-
no decorrer dos acontecimentos e então surgem ção exige a reconstrucção.
as desavenças, e as competições; a luta se trava Para o seio dessa nutavel agremiação ingressaram
entre os proprios companheiros de jornada, a com enthusiasmo de momento dezenove revolu-
frente unica rompe-se com graves prejuízos que cionarias authenticos e combativistas da jornada
decorrem á collectividade. de Outubro. Moderados uns, exaltados outros
Assim foi no passado e assim será em todos os par~ceria reali~ar-se um conselho, em que pel~
tempos. A revolução franceza é um exemplo fla- con1uncto obtido, resultasse o equilíbrio de idéas
grante. A differença reside nos meios de disper- sãs e uteis ao momento que atravessamos.
são e de ataque. A grande revolução devorou Assim aconteceu e assim tinha que ser. Membros
na guilhotina todos os seus proceres e se me- dos mais distinctos retiraram-se por motivos va-
moria se consente na eternidade no dizer do ries: opposições de idéas; discordancias na reali-
poeta, Luiz XVI haveria de ter gozado muito, sa~~ de um programma revolucionario, que nunca
apreciando a placidez com que um joven capitão existiu.
de artilharia aguardava o momento propicio de Nem eu, nem vós extranhamos a sahida de dis-
restaurar um throno que ruira á custa de tanta tinctos companheiros, que, poderiam até o presente
sangueira. estar emprestando á collectividade o concurso de
Entretanto, nada se perde. Alguma cousa fica seus esforços, a cooperação sadia de revolucio-
das nossas Judas em beneficio da sociedade, por-. narias convictos, porque innegavelmente atraves-
que as revoluções se originam sempre das mes- samos uma época de confusão. Muitos são verda-
mas causas, apenas com modalidades e attenuantes, deiros idealistas e como taes exigem construcções
consequentes ás condições de espeço e de tempo perfeitas e estas nem são apanagio das sciencias
em que effectivam e na sequencia dos aconteci- abstractas, que não passam de meras approxima-
mentos; os seus effeitos se assemelham aos das ções, dos factos observados.
cheias dos grandes rios. Estes tudo arrazam, tudo O Directorio Revolucionario, porém, não pereceu
transportam numa grande ancia de destruição, e disto sois vós os melhores testemunhos. Dentro
para tempos depois volverem aos seus leitos, onde de sua esphera de acção realisou as suas finali-
então deslisam placidamente. dades.
TITULO ALVES 389
388 GENEALOGIA PARANAENSE
CAPITULO 6.º
1-1 OTheotonio da Cunha Cruz, baptisado em Para- 1-1 Maria Joaquina da Cunha, nascida em Parana-
naguá, onde nasceu a 18. de fevereiro de 1861 guá a 1.0 d~ Outubro de 1838, onde se casou
e fallecido a 4 de fevereiro de 1862. a 22 de ~aio de 1863 com Ignacio Corrêa da
Fonseca, filho de Manoel Corrêa Mathoso e de
sua mulher Francisca de Paula Miranda.
CAPITULO 2. 0
§ 2.o
2 - Caetano da Cunha Marques, falleceu na freguezia do
Iguassú a 13 de Agosto de 1865, em estado de sol- 1-2 Joaquina Cordeiro, nascida em Paranaguá a 6 de
teiro e sem filhos. Seus bens foram inventariados e Março de 1837.
partilhados entre todos os seus irmãos. foi baptisado
em Paranaguá a 9 de Abril de 1822. § 3.o
CAPITULO 6. 0 § 2.0
6 - João José da Cunha Vieira, baptisa_do em Paranaguá 1-2 Almerinda de Mello, baptisada em Paranaguá a 1 o
a 31 de Janeiro de 1826. era solteiro em Outubro de de Outubro de 1849 e fallecida a 28 de Abril de 1852.
1855 quando serviu de pa9rinho de se~ so~rinho Eu-
lalio da Cunha Marques, filho de seu 1rmao Manoel § 3.º
Marques da Cunha.
Sem filhos: 1-3 Theotonio Soares de Mello, nascido em Paranaguá, a
3 de Agosto de 1851.
CAPITULO 7. 0
§ 4.º
7 - Francisca Maria da Cunha Marques, casada em Pa-
ranaguá a 22 de Maio de 1847 com Theotonio Soa- 1-4 Francisca de Mello. baJ?tisado em Paranaguá a 5 de
res de Mello, Commerciante em Paranaguá, natural Junho de 1853 e fallec1da a 14 de fevereiro de 1855.
da Villa de Visca-Portugal, filho legitimo de Serafim Soa-
res de Mello e de sua mulher Maria Joaquina de Mello. § 5.º
Fallecendo sua mulher, a 23 de Maio de 1867, passou
Theotonio Soares de Mello a segundas nupcias com l -5 Virgílio de Mello, nascido em Paranaguá a 16 de Abril
Francisca Maria de Mello, natural de Antonina, filha de 1855, fallecido a 17 de Janeiro de 1868.
de João Antonio de Mello e de sua mulher Rita de
Mello. Falleceu elle a 20 de Maio de 1881. § 6.º
Filhos:
1- 1 Maria Francisca de Mello § }.o 1-6 José da Cunha Mello, nascido em Paranaguá a 24 de
1-2 Almerinda de Mello § 2.º Junho de 1858, telegraphista aposentado do telegrapho
1-3 Theotonio Soares de Mello § 3.o nacional. Foi casado em J _as nupcias com Elisa Mar-
1-4 Francisca de Mello § 4.º tins de Mello, filha de Domingos Martins da Cruz e
1-5 Virgílio de Mello § 5.º de sua mulher Rosa Martins da Cruz, 5-4 de pagina
1-6 José da Cunha Mello § 6.º 170 do 4.º volume desta obra; ahi a ascendencia e
1- 7 Arminda de Mello Lyra § 1.0 descendencia. Foi casado em 2.ª5 nupcias com Virge-
1-8 . . . lina Chaves de Mello. Sem filhos do segundo casamento.
§ }.o
§ 7.º
J -1 Maria f rancisca de Mello, baptisada em Para-
naguá a 12 de Abril de 1848, casada em 1.as 1-7 Arminda de Melk1 Lyra. nascida em Paranaguá a 5
nupcias com seu primo felinto Elyseu Cordeiro. de Agosto de 1859. Casada com Joaquim Lyra.
Do seu primeiro matrimonio teve a filha unica: Sem filhos.
2-1 Virginia de Mello Cordeiro, casada com João
Augusto Marcondes, de quem ella foi 2.ª § Rº
e.
esposa, 6-6 de pagina 499 do 3. 0 volume
desta obra. 1-8 Lucilo, fallecido com 4 annos em 9 de Outubro de 1856.
GENEALOGIA PARANAENSE TITULO MARQUES DA CUNHA
406 407
CAPITULO 8.º Carrão de Macedo Cunha, filha de Vicente Ribeiro
Ca!lado e de _sua mulher Balbina Maria da Piedade.
8 - Antonio da Cunha Marques, já era fallecido em l 865. Fot Commerctante em Curitiba a Rua Riachuello.
foi casado com Maria da Luz Marques. Do primeiro matrimonio teve:
filhos: 1-1 Professor Ferdinando da Cunha Marques § lo
1-1 Alfredo da Cunha Marques § 1.º 1-2 Maria Dorcelina Cordeiro § 2·0
I -2 Antonio Cunha Marques filho § 2.º 1-3 Daria da Cunha Marques § 3.0
1-3 Francisca da Cunha Marques § 3.º 1-4 Dalia Cunha Marques § 4:0
Do segundo matrimonio teve:
§ l.º 1-5 Augusta da Cunha Freitas § 5.o
§ 1.0
1- 1 felintho Elyseu Cordeiro, nascido em 1848, fallecido
a 4 de Maio de 1896, casado em J.as nupcias com
Maria Francisca de Mello, filha de Theotonio Soares
de Mello e de sua mulher Francisca Maria da Cu-
nha - Capitulo 7.0 retro. Casado em 2.as nupcias
com sua prima Maria Dorcelina da Cunha, fallecida
em 1919 filha de Fernando da Cunha Marques e
sua primeira mulher Maria Domingas da Rocha § 2.0
do Capitulo 9.0 retro, ahi os ascendentes e descendentes.
§ 2.0
1-2 José Cordeiro de Miranda filho, falleceu solteiro aos
28 annos de edade a 21 de Abril de J880.
§ 3.o Titulo Azevedo da Silveira
1-3 Guilhermina Cordeiro de Miranda, nascida em Mar-
retes a 21 de Julho de 1853, e fallecida a 16 de A-
gosto de 1891, e ahi casada a 11 de Fevereiro de
1871, com o Capitão Manoel Azevedo da Silveira Ju- família Azevedo da Silveira, do Paraná,
nior, natural de Antonina, filho de Manoel Azevedo teve como tronco o portuguez (ilhéo)
da Silveira e de sua mulher Maria Francisca do Nas- Manoel Azevedo da Silveira, vindo en-
cimento Silveira. Manoel Azevedo da Silveira Junior tão da America do Norte, para onde
por morte de sua primeira mulher passou a segundas fôra muito novo, embarcado, e se fizera
nupcias em 21 de Julho de 1892 com Luiza de Mat- marinheiro por algum tempo e final-
tos Paiva de Azevedo filha de Martinho de Mattos mente tanoeiro, profissão que mais tar-
Paiva e de sua mulher Anna de Paiva, desse segundo de transmitiu a todos os filhos.
casa1;1en~o teve o filho unico - Guttenberg Azevedo Em, S. Francisco d~ ~alifornia ficára o seu irmão segundo,
da S1lve1ra, casado com Amelia Pichet. Jose Azevedo da S1lve1ra, de quem ha por lá numerosa
descendencía.
Vindo para o Brasil casou-se em Cananéa, S. Paulo, com
sua prima, Maria Francisca do Nascimento ' natural d'ali 1
passando-se o casal para Antonina, no Paraná, onde tra-
balhou de tanoeiro e, com o filho primogenito, dava-se á
pesca tambem, mas para o consumo domestico
Em seguida passou-se para Morretes com a fa{nilia, onde
viveu por muitos annos, acabando, já edoso, de longas
414 GENEALOGIA PARANAENSE TITULO AZEVEDO DA SILVEIRA 415
barbas brancas, por dedicar-se ao pequeno Commercio, es- Silveira Junior, tanoeiro, premiado na Esposição de
tabelecido em casa propria na rua dos Mineiros. St. Louis, America do Norte, em ... , trabalhava com
Transferindo-se a família para Curitiba, indo residir no si- perícia tambem em carpintaria, barricas, objectos de
tio de Agua Verde, á frente do Capão do Meira, ove- cobre, e notavelmente propenso á mechanica.
lho Balaio, como éra conhecido, permaneceu ainda algum Inculto, mas de inteligencia viva, éra dos mais bri-
tempo em Marretes em con:ipanhia dos filhos S~rgio e An- lhantes amadores de theatro, no seu tempo, ao lado
tonio, com o seu commerc10. Em 1890, termrnado com de Damaso Bittencourt, João Ferreira Leite, Gustavo
prejuízos o negocio, o filho mais velho _foi busc~l-o mais Pinheiro, Eurico Andrade Neves, João Ferraz, Ephi-
tarde, juntou-se o velho novamente ao filho Sergto, então genio Lopes, e outros. Iniciara-se no palco em Mar-
em Porto União, vivendo da tanoaria e da construção de retes, na celebre Sociedade X. Devotado á Maçona-
pequenas embarcações fluviaes. Apanhado pela revolução ria, lhe foi fiel durante a vida.
de 1893, nessa paragem, muito sofreu, com o filho, da in-
vasão revolucionaria dos Saraivas e em seguida, das forças Tinha o gráo 33 e éra membro honorario do Gr:.
legais que, no Paraná, rivalisaram com as hordas invasoras. Or:. do Brasil; foi um dos fundadores da Ben:. Loj:.
Cap:. fraternidade Paranaense.
Conseguiu sahir dessa localidade e, maltratado, apezar da
sua velhice, chegou á Curitiba estropiado e exhausto, fa. De idéas avançadas, para o tempo, embora militando
lecendo um mez após, em 1894, rodeado da família toda, no partido conservador, sob a chefia do insigne par-
esposa, filhos e netos. O apellido Balaio, que designava lamentar Dr. Manoel Euphrasio Correia, dedicava-se
toda a família e era usado pelos seus descendentes, lhe com extremo á classe operaria, tendo fundado em 1883,
fôra trazido pela esposa, que o herdara do pae, ao que sob iniciativa do pedreiro Benedicto Marques, a So-
parece, um dos envolvidos na revolta da Balaiada bahiana, ciedade Protectora dos Operarias, de Curitiba, da
segundo á tradição em uma familia de Iguape e que tem qual foi o primeiro presidente, dirigindo-a por alguns
o mesmo apellido. annos. Em 1891 organisou o Congresso dos Ope-
filhos: rarias, associação que tinha por fim congregar poli-
1• 1 Manoel Azevedo da Silveira Junior, falecido. ticamente os homens do trabalho no Paraná e cujos
1- 2 José, idem. Estatutos datam de 2 de Maio daquele anno. foi de
1-3 João, idem. pouca duração por intransigencias do seu organisador
1-4 Lauriano. em relação a concessões que pretendia da política do-
1-5 Sergio, falecido. minante para a classe operaria. Funcionou esse Con-
1-6 Antonio, idem. gresso na actual Avenida João Pessôa, mantendo uma
1- 7 Francisco. escola nocturna para operarios.
1-8 f rancisca, falecida. Ao inaugurar-se o Engenho Central, na colonia Nova
1-9 Januaria, idem.
1 -1 O Zilia, idem.
1-11 Isolina.
1-12 Rosa.
l ltalia (Sitio Grande) em Marretes, em 1879, fundado
e dirigido pelo Dr. Adolpho Lamenha Lins, o grande
presidente da província do Paraná, Silveira Junior, en-
tão na cidade morretense, fez parte da administração
Todos nascidos no Paraná. dessa fabrica de assucar e aguardente, encarregando-se
O mais velho dos seus filhos, Manoel Azevedo da da montagem e direção do alambique de distilação
Silveira Junior era natural de Antonina, nascido a 12 da aguardente, alem de ser o constructor das grandes
de Março de 1850. domas e toneis de vinte pipas, para a fermentação do
416 GENEALOGIA PARANAENSE TITULO AZEVEDO DA SILVEIRA
417
caldo de cana e deposito do alcool produzido, que che- da:a, _cor~ Manoel Pernetta e Brasilio Costa, o seu
gara a mais de cem pipas annuaes. pnme1ro Jornal: A Luta; e collaborava na folha es-
Trabalhou por algum tempo na oficina da construção da tudantal A ldéa.
linha ferrea, em Marretes, transferindo-se depois para Curi- Espírito republicano, frequentador das conferencias de
tiba em fins de 1879, onde se entregou á profissão de ta- p~opagand~ e lido .~as obras_ socialist~s de Magalhães
noeiro. Em 1894 exerceu o cargo de fiscal geral da Mu- Lima, mamfestava Ja em artigos e discursos a sua in-
nicipalidade, em Curitiba. falleceu em Curitiba a 28 de dole de livre pensamento.
Junho de 1905, victima de varíola. Revelan~o alta ~apacidade para bellas artes, chegou a
De seu matrimonio teve 1-3 os seguintes filhos: s~r pens10nado, )Untam~nt~ com Paulo Assumpção, por
2-1 Dr. Manoel Azevedo da Silveira Netto, nascido lei da ~ssemblea Provmc1al, para estudar pintura na
em Morretes a 4 de Janeiro de 1872. A~d~m1a de Bellas Artes do Rio de Janeiro.
Silveira Netto passou a infancia parte em Antonina S0hc1tando, porem, o pagamento da pensão lhe foi
e parte em Marretes, onde assistiu nésta a inaugura- élla negada sob alegação de falta de numeraria nos
ção do Engenho Central, grande fabrica de assucar cofres provinciaes. (Pouco tempo depois verificava-se
e aguardente. Iniciou em Marretes seus estudos pri- um desfalque nesses cofres.) falta de recursos para sair
marias com o professor Libero Teixeira Braga, con- e de mestres no Paraná, para o seu anseio de arte,
tinuando-os em Curitiba, para onde se mudara sua apresentou-se ao concurso da Thezoararia de Fa-
familia em fins de 1879, no ColLegio Curytibano, zenda, aberto em 1890.
do provecto professor Nivaldo Teixeira Braga, então Classifi_cado, foi nomeado praticante por titulo de 27
sito á rua dos Allemães (actual 13 de Maio?). Ali de Ma10 de 1. 891. Casou-se a 28 de Janeiro de 1893
conheceu pessoalmente o Imperador D. Pedro II na com D. Ameha Alcantara da Silveira, nascida a 5 de
visita feita ao Collegio pelo Monarcha em 1881. Mais Agosto de 1875 em Curitiba, filha ligitima de Wen-
duas vezes tornou a Morretes com seus paes, em tempo ceslau Jeronymo da Cunha Alcantara ex-contador da
de safra, antes de construida a linha ferrea para Curitiba, Thezouraria de fazenda do Paraná ~ natural da Ba-
viajando pela estrada da Graciosa nas tradicionaes car- hi_a, fallecido no Rio em 1927, e O. Magdalena M.
roças de toldo puchadas a tres e quatro parelhas. Tra- P1chet Alcantara, natural de Curitiba e fallecida em
balhou por dous annos na tanoaria paterna, deixan- Matto Grosso em 1890. Silveira Nétto foi um dos
do-a em vista das suas tendencias para as bellas Artes fundadores do grupo do Cenaculo, em Curitiba, em
e literatura, de que vinha dando provas. J893, com Dario Vellozo, Julio Fernetta e Antonio
Em .1887 matriculou-se no curso de preparatorios do Braga, grupo que publicou a revista de letras e arte
Instituto Paranaense, prestando em J888 seu primeiro desse titulo, de 1895 a 1897, congregando na su~
exame, com distincção. Foi um dos alumnos funda- collaboração toda a mentalidade paranaense déssa épo-
dores da Escola de Industria e Bellas Artes, inau- ca. O~ Cenacalo sahiram Alma Penitente, poema, e
g.ur~da em Çuritiba a 22 de Junho de 1886, por ini- Esquifes, contos, requintada literatura de Dario Vel-
ciativa do pmtor portugues Antonio Mariano de Lima. lozo; Bronzes, prosa, e Costumes Paranaenses no- 1
EJ? 1889 ~nterrompeu esses estudos, entrando para a velas, paginas eloquentes e estudos regionaes de sin-
Lt~ographia do Commercio, dirigida pelo gravador e gular observação, de Julio Pernetta; os vibrantes so-
cahgrapho Narciso Figueras. Iniciou-se ali no estudo netos de Antonio Braga; e grande parte do Luar de
de gravura e desenho littographico, sendo colaborador H11zverno, de Silveira Netto, aparecido no Rio em Ja-
artistico da revista de N. figueras (?). Em 1888 fun- neiro de 1901, sendo, com Ave Maria, de Luiz Gui-
418 GENEALOGIA PARANAENSE TITULO AZEVEDO DA SILVEIRA
419
marães Filho, os dous primeiros livros de verso que II
abriram o seculo no Brasil. Extincta a Thesouraria de fazenda do Paraná em 1893
Prefaciou-o com longo e caloroso Elogio o notavel foi Silveira nomeado em commissão official da Caix~
critico e pensador Nestor Victor. Econ?mi~a de Curitiba, voltando pouco depois á De-
Anteriormente, em 1900, publicara em plaquete uma legacia fiscal do Thesouro, de onde sahiu em 1894
elegia á mor.te de _Antonio Nobre, .º genio do syrn- com os demais empregados, exonerados por trahido-
bolismo Lusitano, 1llustrada com vinhetas a cores, de- res á Republica, em consequencia da revolução de
senhadas e gravadas pelo autor, e editada pela firma 1893, apezar do seu manifesto florianismo.
Correia & Com., de Curitiba e de que fazia parte o Tornou por alg_u~ tempo ao desenho litografico, tra-
beletrista Leocadio Correia. balhando na oficina Hoffman, de Curitíba. Exerceu o
Luar de Hinverno, escreveu Andrade M uricy, jovem cargo de bibliothecario do Estado, que já ocupara
e consagrado escriptor da nova geração brasileira: quando estudante, até que em Abril de 1896 fez a
"foi um dos livros mais consideraveis produzidos na sua primeira viagem ao Rio de Janeiro, entrando para
literatura symbolistica do Brasil.'' o Thezouro Feder~l com~ 4.0 escripturario, por de-
"É um dos casos mais typicos do poeta brasileiro creto de 6 de Maio seguinte. Instalado no Rio, en-
- triste - mas sua tristeza é muito diversa da de trou em Relações com Nestor Victor Cruz e Souza
Casimiro de Abreu ou de nosso contemporaneo Pe- 1
Mello Moraes Filho, Sylvio Roméro Alberto de Oli- '
reira da Silva. Não tem a dor concentrada deste, nem veira, Collatino Barroso, Carlos Dia~ Fernandes Ar-
o lyrismo soluçante e meigo daquele. Seu soffrimento thur Miranda, Oliveira Gomes, Netto Machado Ànto-
é cortado de extranhos deslumbramentos, de fantasias nío Austregesilo, Gustavo Santiago, e outros, que for-
espectraes e sinistras. Esse caracter do s~u verso in- mavam, excepto Mello Moraes, Sylvio e Alberto, a
tegra-o legitimamente na corrente symbolista. vanguarda intrepida e illustre dos nóvos, que procla-
Sua vibratibilidade tinha surtos épicos que davam ao mavam a arte symbolista no Rio. Em Junho de 1897
seu verso o entono de - um Castro Alves que de- foi no!11eado 2.0 e~cript.0 da Alfandega de Paranaguá,
sesperasse, um poeta épico que se dispuzesse terrivel- removido em Abnl de 1898 para a Delegacia Fiscal
mente a causa da epopéa do Nada - como delle em Curitiba, e ahi promovido a 1.0 escript.o por de-
disse Nestor Victor. O successo do livro foi fóra creto de l 1 de Março de 1902. Nesse anno foi no-
do commum; escreveram sobre e!le autores de no- meado lnspector da Alfandega de Corumbá, em Mat-
meada no Paraná, no Rio, S. Paulo e outros Estados, to-Orosso, por decreto de 28 de Agoslo, funcionando
tendo referencias honrosas em Portugal e na França. até 4 de Agosto de 1903, por se ter exonerado a pe-
Fundou ainda em Curitiba as seguintes revistas: O dido.
Ouarany, illustrada e humorística, co,m Augusto Stres- A 11 de Novembro de l 904 foi designado, juntamen-
ser, o futuro e inspirado autor da Opera Sidérea; e te com Benedicto Nicolau dos Santos, escriptor e mu-
com outros, Tarris Ebarnea, Pallium e ]erasa/em. sicista de merito, para instalar a Meza de Renda da
Fez parte da redacção do Club Curitibano, dirigida Fóz do lguassú, então creada, o que se realisou a 19
por Dario Vellozo, e collaborou na imprensa diaria e de Abril de 1905, administrando-a até 20 de Abril
periodica do Paraná, em Jornaes do Rio, e na Revue de 1906, por ter sido dispensado a pediào.
Franco ltaliemze, de Napoles, Giuseppe Oramegna. Em 191 O foi nomeado 3.0 escript.o da Recebedoria
Em 1898 publicou o opusculo Pela Consciencia, de do Districto Federal, por decreto de 17 de Fevereiro;
acção maçonica, em cuja Ordem tem militado. e Inspector da Alfandega de Paranaguá por decreto
420 GENEALOGIA PARANAENSE TITULO AZEVEDO DA SILVEIRA 421
de 28 de Dezembro. Em sua gestão trasladou a al- foi recebido com grandes louvores pela imprensa do
fandega para ? novo edi!icio no Porto ~edro 11, ha Paraná, do Rio e de outros Estados. Rubens do Ama-
muito construido e quas1 abandonado, hr_and?-a do ral, hoje um dos grandes jornalistas da Paulicéa, con-
velho e infecto convento á margem do ltibere e cu- siderou-o um trabalho completo, revelando-se nelle o
jas óbras datavam de 1740, sendo a repartição nelle autor como artista, escriptor, conhecedor do assumpto
instalada em 1827. Em o novo local, fronteiro ao an- e patriota.
coradouro natural, na bahia paranaguense, conseg~iu A Oazeta de Noticias, do Rio, assim se exprimiu:
para a Alfandega a construcção da ponte de_ madeira, "É outro escriptor de relevo. Silencioso, profundamente
para descarga, c?m guin?aste a ~apor, que ah servem. intimo Silveira é, na grande poesia, uma personali-
Dispensado da mspectona a pedtdo, por decreto de ' .
dade que semp~e nos surprehende P.ela sua ~xcessiva
2 de Abril de 1912, reti rou-se a 29 de Maio. subjectividade. E essas mesmas qualidades, ligada~ a
Em 1913 foi, com o escript.0 da mesma Alfandega uma visão objectiva, que não é menos de admirar,
Francisco de Paula Dias Negrão, hoje aposentado, e dão ao seu estilo de prosador uma feição viva e bri-
auctor desta obra, designado para instalar e _diri~ir o lhante das cousas." João Itiberê escreveu pelo Correio
serviço de encommendas postaes na Delegacia f iscai da Manhã : "Providencial acaso, este, que obriga um
do Paraná, o que se fez a 2 de Agosto d~s.s~ anno. poeta - e dos mais notaveis - a entrar em con-
Dispensado a pedido em 1916, vol_tou a dmg1l-o em tacto com a maravilhosa e barbara poesia de um dos
1922, já 2.º escript.0 da Recebedoria do D. federal, quadros mais ~mpolgantes da natureza. bra~i,leira. Sil-
por decreto de 3 de Fevereiro de 191 ~- veira Nétto, CUJO temperamento de artista Ja se nos
Promovido a 1.0 escript.0 da Recebedoria por decreto tinha revelado nas paginas fortes e inspiradas do Luar
de 17 de Fevereiro de 1928, aposentou-se por decre- de Hinverno, estava assignalado para ser o chronista
to de 28 de Março de 1931. Na sua carreira buro- destas terras de maravilha e destas aguas de sonho."
cratica de mais de 38 annos de serviço, mereceu hon- Jornal do Commercio, lllustração Brasileira, A Tribu-
rosas ~eferencias em portarias e relatorios de chefes, na, O Imparcial, A Imprensa, A Rua, o jornalismo
no Paraná e no Rio, por trabalhos desempenhados. da capital do pai z, emfi m, receberam éssa óbra com
III
grandes demonstrações de apreço. Silveira Nétto é au-
Em 1904 frequentou, com Augusto Stresser, a aula tor do Hy mno Mo rretense, versos muzicados por Luiz
de desenho do eminente mestre Alfredo Andersen. Em
da Silva Bastos, tambem de Marretes e musicista de
191 O tomou parte em uma serie de conferencias p_u-
blicas na Associação dos Empregados no Commerc10, talento, falecido em 1933. Hymno escripto por oca-
sião do 50. 0 anniversario da emancipação do Paraná,
do Rio tratando das cachoeiras do lguassú e Oua-
em 1903.
yrá; c~nferencia repetida em 1912 em Curitiba, sob
os auspícios do presidente do Estado Dr. Carlos Ca- Em 1913 escreveu uma elegia á memoria do notavel
valcanti. compositor e diplomata paranaense Dr. Brasilio Iti-
Em 1914, ampliado esse trabalho, constituiu o livro berê da Cunha, posta em musica pelo maestro Léo
Do Ouayra aos Saltos do lguasslÍ, impresso. p~r Kessler e cantada brilhantemente em Curityba.
conta da Secretaria de Agricultura do Estado, dmg1- Em 1922, a 7 de Setembro, a Oazeta do Po~o, o
da pelo Dr. Ernesto Luiz de Oliveira, com photogra- prestigioso diario curitibano de Acir Guimarães, pu-
vuras das cachoeiras e da região do Iguassú e um blicou luxuoso numero commemorativo do centenario
bello desen ho origina l de Aureliano da SiJ,veira, e que brasileiro, dedicando uma das suas paginas literarias
GENEALOGIA PARANAENSE
TITULO AZEVEDO DA SILVEIRA 423
422
a Silveira Nétto, com o distico: O actual príncipe da quentemente sobre as suas personalidades. Em 1922
Silveira Nétto presidira, por consenso de seus pares
poesia paranaense. a organisação da Academia de Letras do Paraná on~
Em 1923 o Annuario do Brasil, do Rio, editou 0
seu livro de poemas Ronda Crepuscular, recebida de elegeu para seu patrono o poeta Fernando A~aro,
pela imprensa e pela critica do paiz com honrosos o precursor dos poetas paranaenses e que viveu e
sepultou-se em Morretes.
elogios. Pertence ao Instituto Historico e Centro de Letras
Dario Vellozo promoveu no Templo das Muzas, do
Instituto Néo Pythagorico, brilhante homenagem á pu- do Parafl;á, e á Associação dos Artistas Brasileiros
blicação desse livro, em fésta litero-rnusical, fazendo-se do Rio. E sacio correspondente da Academia Ama-
ouvir Dario, Dezembargador Santa Ritta, Drs. Andra- zonense de Letras, e efectivo do Cenaculo Flumi-
de Muricy, Cyro Vellozo, Raul Taborda, Maestro Raul nense de Historia e Letras, onde foi solemnemente
Mensing, em louvor á vida e á óbra do poéta. re~ebido ~ 23 de ~aio ~~ 1931, inaugurando a ca-
Em 1924 deu em volume, com o retrato de Cruz e deira RaJa Oahaglza. V1s1tando o Paraná, com sua
Souza, desenho seu, o ensaio sobre o poéta Negro senhora, em 1932, Dezembro, a Março de 1933, teve
lido corno discurso oficial no encerramento das gran~ dos seus conterraneos vibrante acolhida, na imprensa
e em recepções no Oremio das Violetas, Instituto
des homenagens prestadas ao genial poéta, no Rio Néo-Pithagoriw, Circulo de Estudos Bandeirantes.
ao completar o 25. 0 anniversario de sua morte. A 3
de Outubro de 1925 cantou-se no Theatro Munici- A Sociedade Theatral Renascença e grande numero
1 de artistas e intellectuaes, da capital paranaense, pres-
pal da Capital Federal, pela companhia lyrica Walter taram-lhe sumptuosa homenagem em fésta realisada na
Mocchi a ópera O Bandeirante, partitura do jovem
maestro Assis Republicano sobre o poema-libreto noi~e de 2~ de fevereiro de 1933, no Theatro Guay-
ra, onde foi saudado, fazendo-se ouvir notaveis decla-
de Silveira Nétto. Ampliado depois, foi esse poema madoras e musicistas dos mais illustres do Paraná
publicado em 1927, graças ao premia de cinco contos com o theatro literalmente cheio da mais selecta assis~
de reis concedido ao autor pelo Conselho Municipal
e Prefeito Prado Junior, do Districto Federal; junta- tencia curitibana. Silveira Nétto proferiu então a sua
mente com o de dez contos ao autor da partitura pa- conferencia sobre Fernando Amaro, e~tenso 'estudo
ra se ir aperfeiçoar nél Europa. A ópera O Bandei- a respeito do precursor dos poétas paranaenses e seu
rante consagrou o alto merito do compositor, e o poe- patrono na Academia de Letras do Paraná.
ma-libreto, publicado, foi victoriosamente recebido pe- ConvJdado a visitar Marretes, sua cidade natal, pelas
la imprensa. associações locaes e prefeito municipal, ali esteve a 15
Ainda em 1927 publicou a nova edição do Luar de de Março seguinte, recebido festivamente. Reproduziu
Hinverno, accrescida de uma nota historica por An- no Theatro Municipal a conferencia Fernando Amaro,
drade Muricy, que declara: que é um trecho da historia morretense, sob calorosos
"Luar de Hinverno é um dos mais requintados livros aplausos, e sendo-lhe a 16 oferecida no Club 7 de
do symbolismo brasileiro, pela qualidade da emoção Setembro brilhante recepção em que ouviu, ao chegar,
principalmente." Em 1930 Andrade Muricy deu á o f!ymno Morreten~e cantado por senhoritas, sendo,
publicidade dous estudos: ~pos, saudado por. diversos oradores. João Turim, o
A óbra posthuma de Emiliano e Silveira Nétto, 11lustre esculptor, filho de Marretes, modelou em bai-
illustradas as duas plaquetes com o retrato dos poé- xo relevo a cabeça do poéta. Esse trabalho altamen-
1
tas que são, nesses trabalhos, analysados fina e elo- te expressivo, figurou no Salão da Escola Nacional
424 GENEALOGIA PARANAENSE
TITULO AZEVEDO DA SILVEIRA 425
de Bellas Artes, no Rio, em Agosto do mesmo anno. Sil- Ouayba; Atheneia, com Aureliano da Silveira· e Dia-
veira Nétto cursou a faculdade de Philosophia e Letras rio da Manhã, com Rubens do Amaral e Abel As-
da antiga Academia de Altos Estudos, fundada pelo lnst. sumpção; todos na capital do Paraná. No Rio foi
Hist. e Oeographico Brasileiro, diplomando-se em 19 de redador de A Noticia e fundador das revistas d~ arte
Junho de 1920 e sendo o orador da turma. Tem a publi- e literatura Os Novos; America Latina com An-
car: Sombras Tardias, poemas; Auras do Paraná e Pa- drade Muricy; Fésta, de combate moder~ista nas le-
lavras ao Vento, prosas. tras, com um grupo de escriptores novos· Terra de
E diversos trabalhos em preparação. Sól com AI~aro Pinto, notavel magazine' de letras e
Teve os seguintes filhos: arte; redactonou O Momento, Revista Sul America-
3-1 Tasso Azevedo da Silveira, nascido em Curityba
na, Rio Jornal Brasilea, O Cruzeiro · collaborando
a 11 de Março de 1895. fez o curso primaria em em muitos dos grandes diarios carioca~ e em jornaes
Curityba e Corumbá (Matto-Orosso), e o Secundaria de S. Paulo e outros Estados brasilei.ros bem como
parte no Oymnasio Paranaense e parte no Collegio em revistas argentinas e uruguayas. Publicou, em vo-
Pedro li, no Rio, concluindo o 1.0 de direito na fa- lume: poemas:
culdade de Direito do Rio de Janeiro, os 2.o e 3.º Fio d'agua - 1918.
na Universidade do Paraná, e terminando o curso na Alma heroica dos homens - 1924.
faculdade de Sciencias Jurídicas e Sociaes do Rio Allegorias do homem novo - 1926.
taes mu~ança~ provindas de viagens de seu pae co~ As imagens acesas - l 928.
mo func10nano do M. 0 da fazenda. Colou aráo em Cantico do Christo do Corcovado - 1931.
14 de Janeiro de 1919. Pertenceu, quando e~tudante
ao corpo de telegrafistas da Estação Central dos Te~ 2.ª edição - 1933
Discurso ao povo infiel - 1933.
legrafos, por concurso em que foi classificado em 1.º
Jogar, passando depois para a administração, mediante Ensaios:
Romain Rolland - 1919.
novo concurso. Exerceu, em 1929 e 19301 em com-
•
missão, o cargo de chefe do archivo de identificação A Igreja Silenciosa - 1922.
Alegria criadora - 1928.
da ~alicia Cen_tral, .11? Ri~, cujo serviço reorganisou
por mcumbenc1a of1c1al. Dispensado a pedido em Ou- Definição do modernismo brasileiro - 1931.
tubro de 1930, voltou á sua repartição. Tem a publi~ar diversos livros, prosa e verso. Perten-
Por decreto de Junho de 1933 foi nomeado fiscal ce a Academia de Letras do Paraná. Delle disse An-
da impressão, da Casa da Moeda. drade Muricy, em entrevista publicada em Curitiba ·
ET1_1 1930 ocup~u um~ cadeira no Congresso Legis- "Tasso da Silv~ira re~resenta uma harmonisação vi~
lativo do Parana. Lecionando por vezes as materias va das te11denc1as mais oppostas, mais legitimas, da
do curso secundaria, quando fazia o superior conti- alma paranaense, e das forças emocionaes e os im-
1
nuou mais tarde nessa lide, sendo em 1932 e 1933 pulsos novos e fecundos da alma brasileira."
professor no Collegio Pedro II, Escola Wenceslau El Pais, de Montevidéo, publicando a tradução de
Braz e C_ollegJo Sa~re C~euer, das cadeiras de por- A a_rvore, de Tasso da Silveira, por J. L. Morenza
tuguez, h1stona da filosofia e literatura brasileira. escnpt?r uru~uayo, diz: 'Tasso da Silveira representa:
Militando no jornalismo, foi redador do Diario da en Ia Joven literatura brasilefía, uno de los más altos
Tarde, do O Estado; fundador das revistas !iterarias valores. Poeta y hombre de pensamiento, su labor tie-
Fana4 com Lacerda Pinto, O. Martins Gomes e José ne Ja profunda honradez que preside sue vida. Vale
dec1r: está lleno de cal idades positivas como escritor
TITULO AZEVEDO DA SILVEIRA 427
GENEALOGIA P ARANAENSE
426
tria, um exímio ourives da estrophe e um artista ori-
y como hombre y ocupa un merecido puesto de ginal, vibrante e heraldico da prosa nobre dos que
avançada, un lugar destacado y firme, en las letras de bem a sabem manejar."
America. Casou-se em 11 de Março de 1920 com sua prima
O 0/obo, grande vespertino diario do Rio, publicav~ Noe~i ~zevedo. da Silveira, filha do general José A.
em Março de 1928: "A nossa geração-mental con~ da S1lve1ra Sobrinho e da sua esposa Umbelina d'
temporanea, como a de todos os tempos, tem os seus Albuquerque Silveira (2-2 adiante).
espíritos leaders. Tasso da Silveira é um delles, e dos filhos:
de mais prestigio irradiante de idéas.'' 4- 1 Mario Marcos
Tasso da Silveira é bem uma expressão moça de cul- 4- 2 Mari o Cezar
tura, de trabalho e de talento das modernas letras bra- 4-3 Maria Lygia
sileiras, no que tenham éllas de melhor e de mais fe- 4-4 Maria Helena
cundo e notavel equilíbrio de belleza e de pensamento.'' 4-5 Maria Lucia
Nestor Victor, o grande escriptor contemporaneo, dis- 4-6 Maria Gloria
se: (O Olobo, de 10-12-1928) "O que faz d' As 4- 7 Maria Rachel
imagens accesas uma realisação mais gloriosa ainda é
serem éllas tão nossas como não ha outro livro de 3-2 Eloah Silveira, falleceu com 10 mezes de edade.
versos no Brasil que mais o seja. Nem de Tagore se 3-3 Hiram Silveira, falleceu a 18 de Junho de 1926
encontram vestígios sensíveis que lhes dêm qualquer com 28 annos de edade. Possuía assentuada vo-
ar estranho. Demonstra-se assim a completação deste cação artística, principalmente na pintura a crayon.
espírito, ainda pela autonomia completa que élla ganha." Era casado com . . .
De A Noticia, do Rio, (16-11-1928): ''Com esse no- filhos:
vo livro Tasso da Silveira, que é uma das expressões 4-1 .
mai~ f?rtes de critico e pensador da nova geração 4-2 .
brastle~ra, pela sua cultura opulenta e bem dirigida, 4-3
consoltda a sua reputação de poeta, victoriosamente 3-4 Eloah Silveira S~raiva, habil dactylographa, casa-
afirmada nas suas óbras anteriores. Porque "Imagens da ª. 24 de Abnl ~e 1935 com o Snr. Joaquim
accesas" é sem favor um dos mais bellos e fortes do- Saraiva, do comerc10 do Rio de Janeiro.
cumentos da nossa moderna poesia." 3-5 Anthar Silveira. falleceu aos 21 annos de edade
O notavel escriptor, da Academia de Letras, Medei- a 28 de Junho de 1922, tendo demonstrado ser
ros Albuquerque, escreveu pelo Jornal do Commercio, possuidor de um robusto talento.
de 23-9-19~~: "O Sr. Tasso ~a Silveira é um pro- 3-6 Dr. Hellenio Azevedo da Silveira natural de Curi-
sador magnifico. E serve admiravelmente bem. Si o tyba, nascido a 20 de Novemb;o de 1904 mé-
9ue escreve nem sei:npre é de uma limpidez perfeita, dico pela Academia do Rio de Janeiro onde de-
isso ~e.m da obscundade de todos .os pensamentos fendeu com brilhantismo a Theze de' Doutora-
metaf1s1cos, porque a par de suas outras característi- mento - Abcessos simples do pulmão - que
cas o autor ~em a de ser um espirita religioso, de obteve aprovação com distincção, em 11 de Ju-
uma tendencia claramente metafisica." nho de 1930.
D' O Paiz: "Tasso da Silveira que conta no seu ful- Ê 1.0 Tenente do Corpo de Saude do Exercito.
gurante acervo mental mais de uma dezena de livros Casado com . . .
prosa e verso, e,, do mesmo passo e com igual mes-'
428 GENEALOGIA PARANAENSE nTULOAZEVEDODAS~VEIRA 429
Mas ... o Tempo - esse abutre hostil, desapiedado, pondo as tiras que lhe apresentavam, tirando dellas
Nas suas azas levou-me os sonhos do Passado
1 tudo aquillo que lhe veio ser cabedal para, mais tar-
Meus sorrisos levou na enorme garra adunca ! . '.. de, elle proprio encher outras tiras de boa prosa e
E hoje, meu Deus, penando eu me maldigo tanto
de bom verso. Não é porem, como literato que Au-
Afogado a fremir em tormentoso pranto . . . ' reliano é grande. Todo o seu valor está na penna de
- Antes nunca, Senhor! eu existisse .. . nunca! .. , caricaturista."
AURELIANO SILVEIRA "Aureliano merece bem todos os elogios que se lhe
façam. ·
Pr~sador, o. n. 0 especial d' O Jornal, grande diario É um artista moderno, que sabe dar ao seu traço um
car:1oca, ded1~ado ao Paraná, em 1929, publicou seu tom característico de movimentação e muita origina-
artigo A caricatura no Paraná, (carta a Gastão Pe- lidade.''
n.alva), detalhado estudo sobre esse genero de humo- Por ocasião do seu falecimento a imprensa do Paraná
nsmo no Paraná. Matrimoniara-se em Curitiba, a 3 I lhe fez as mais nobres referencias, lamentando a perda
de J~lho_ de 1907, com a professora D. Maria da Luz prematura do inspirado artista do lapis. Prata de Ca-
G. S1lve1ta, havendo os seguintes filhos: sa, fina revista !iteraria de Leocadio Correia, dedicou-
3- 1 Maria Dinah. lhe um numero em homenagem, reproduzindo algu-
3-2 Murillo. mas das suas xilographias.
3-3 Sidharta. 2-5 Maria Izabel, fallecida impubere.
3-4 Cloris. Houveram outros filhos, fallecidos em criança.
3-5 Thalia. Do 2. 0 matrimonio de Manoel Azevedo da Silveira
3-6 Mozart. Junior, houve:
3-7 Wilson. 2-6 Guttemberg Azevedo da Silveira, casado com
3-8 Caliope.
3-9 Lilian.
Restan~o apenas Cloris e Lilian. Os demais falleceram
um apos outro, a começar por Maria Dinah, morta
aos 16 annos de edad~
Passados. tão rudes golpes, foi elle tambem vencido
pelo destmo, sucumbin~o· a uma apendicite; amparado
pelos desvel?s da dedicada esposa e pelos amigos.
A seu re?~e1to escreveu Laertes Munhoz, culto e ele-
vado espmto de moço, em o n.0 especial da Gazeta
do Povo, de 7 de Setembro de 1922 ·
"A~reliano da Silveira (Sylvio), uma g~ande alma de
artista dentro de uma virtuosissima modestia tem esse
traço forte e seguro, que é ás vezes de u~a ironia
profu~da, outras vezes de uma belleza sem par.
Aurehano, pode-se dizer, aprendeu como typographo.
Toda a sua carreira artistic~ nasce dos tempos em
que, debruçado sobre as caixas dos typos, ia com-
INDICE ALPHABETICO 435
INDICE DO V VOLUME
TITULOS
Alves . 269
Azevedo da Silveira . 412
Cardoso1 de Lima 37
Corrêa de Bittencourt 5
Goes de Siqueira . 227
Marques da Cunha 397
Oliveira Vianna 195
Taques. 157
436 INDICE ALPHABETICO INDICE ALPHABETICO 437
NOV O9 2015
F 0020 SM 6-13 (
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