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AS P E S S O A S RELIGIOSAS NÀO DEVEM LER F.

STE L I V R O
M A R C O S H O C H H E I
M

CRISTO
O HIPNOTIZADOR

a*: Acad
Çl* ^ - D R - ALBERTO L . BARRETTl
R. Cana. Crispiniano, 29 - 8.° And.
• Tols. 3104-8898 - 3104-6985
CEP 01037-001 - S ã o Paulo - SP

1
VRARIA
£ X p
O S l Ç A o
D O
LIVRO
PRÓLOGO

Capa e ilustrações d e F l á v i o

Você, prezado leitor, que teve a coragem de comprar êste


livro, da mesma maneira terá a necessária persistência de lê-lo
até o fim. Seu espírito não está completamente escravizado
a princípios religiosos. Você demonstrou ter personalidade e
esta aumentará pela leitura da obra. Ela será agradável, in-
teressante, instrutiva e ampliará seus conhecimentos, sua per-
sonalidade e sua felicidade.
Muitas das verdades, apresentadas neste trabalho, irão
melindrá-lo de início, mas seu subconsciente acostumar-se-á e
Segunda Edição aceita-las-á. Você é amigo_J.a ciéiicia—e^.. estas verdades são
Revista e aumentada científicas. Elas baseiam-se na experimentação, e você poderá
certificar-se disso pessoalmente. Não acredite em nada que
eu afirmar, só pelo simples fato de eu assim proceder. Faça
as experiências e tire suas próprias conclusões.
Você sempre se interessou pelos milagres. Êste livro en-
sina como fazê-los.
E, se por acaso, você for um dos que irá ler êste livro
com a intenção deliberada de contradizer-me, então fique cien-
te de que seu subconsciente também está prestando a neces-
sária atenção ao assunto. Êle ê meu amigo e fará com que
seu antagonismo lentamente se abrande, até acabar concor-
dando comigo.

Pôrto Alegre, janeiro de 1962


MARCOS H O C H H E I M

Rua B e n j a m i m Constant, l l ó L
P ô r t o Alegre, Rio G r a n d e do Sui
Direitos de propriedade literária reserva-
dos para o Autor.
Interdita qualquer transcrição, no todo ou
em parte, sem citação da fonte de origem.

— 5
CRISTO O HIPNOTIZADOS
r
•:

PRIMEIRA PARTE

QUE É A HIPNOSE ?

Meu amigo:

Eu lhe poderia dizer que a hipnose ou transe é um estado


psicofisiológico especial, mas isso pouco lhe adiantaria. Vou
procurar dar-lhe uma idéia mais fácil, servindo-me da teoria
da dissociação. Esta diz que a mente se divide em duas zo-

— 9
nas: Uma consciente e a outra subconsciente. A hipnose INDUÇÃO DA HIPNOSE
consiste simplesmente na separação destas duas zonas, Na
hipnose, entro em contato com osufcconsciente.
Para que você possa compreender melhor este assunto,
fiz aqui um desenho, no qual lhe mostro uma pessoa com
duas cabeças. A cabeça pequena chamarei de Sr. Consciente
e a cabeça grande^ de Sr. - Subconsciente. Os dois Senhores
m a n d a m ~ n õ mesmo corpo. A autoridade do Sr. Consciente
é mnitn f r n r a . "P.IP, apenas, pocíe mover um ou outro membro
do corpo, falar, caminhar e respirar. Seus conhecimentos de-
pendem exclusivamente dos cinco sentidos: audição, visão, ta-
to, olfato e gosto. É um pobre diabo que julga ser dono abso-
luto do corpo.
Veremos, agora, o Sr. Subconsciente. Êste é muito po-
deroso. Domina completamente ao Sr. Consciente. Pode fa-
zer tudo o que êste faz e, além disso, tem poderes sôbre
todo o funcionamento do corpo. Exerce ação sôbre cada cé-
lula e cada órgão trabalha sob uma dependência. Êle registra
tudp,_ de nada se esquece e, em qualquer ocasião, pode relatar
algum acontecimento que ocorreu na vida da pessoa. Uma
das capacidades mais interessantes que êle possui, é a percep- D u r - m a . . . dur-ma. . . dur-ma. . .
ção extra-sensorial. Seus conhecimentos não estão limitados
aos cinco sentidos. Assim, por exemplo, êle é capaz de contar-
me fatos, q u e estão acontecendo 'a grande distância. Meu amigo:
Há portanto, duas personalidades numa só pessoa. Elas
podem funcionar sincronizadas ou completamente separadas. Se você quiser hipnotizar alguém, precisará seguir as ins-
Na indução da hipnose, procuro separá-las. Na hipnose leve truções que darei.
e média, a separação não é completa, e o indivíduo, ao acor- Quarto — Escolha um quarto, onde haja bastante silên-
dar, recordar-se-á de tudo. Na hipnose profunda, a dissocia- cio. A luz deve ser muito fraca e não deve incidir sôbre os
ção é completa e o indivíduo, quando acordado, não se lem- olhos da pessoa que vai ser hipnotizada. É preferível deitá-la
brará de nada. Posso remover esta amnésia, pedindo ao Sr. numa cama. Tudo o que favorece ao sono normal, favorece
Subconsciente, para que êle dê conhecimento ao Sr. Consciente a hipnose.
de tudo o que se passou, e êle, então, ao despertar, lembrar-
Pessoa — Não escolha parentes ou amigos, pois, com
se-á de tudo.
êles, o insucesso seria quase certo. Dê preferência a pessoas
Aqui, meu amigo, lhe dei em poucas linhas uma visão
estranhas que tenham por você certo respeito.
geral da hipnose. Você naturalmente, já está ansioso por saber,
como separar aquêles dois indivíduos. A seguir, vou ensiná- Ordene que a pessoa se deite na cama e mande-a relaxar
lo a «rachar» o paciente. os músailos. Solicite-lhe, a seguir, que preste atenção. Segure
uirT objeto brilhante a uns vinte centímetros dos olhos do
paciente, numa posição tal que êles fiquem virados para cima.
Esta posição produz um cansaço visual, que favorece a hip-
nose. Em pouco tempo, o indivíduo sensível fechará os olhos
e começará a aprofundar no sono.
Depois, comece a dizer assim:

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«Olhe para êste objeto que tenho na m ã o . . . Lentamen- Então, pergunte-lhe por que não quer acordar, e êle lhe dirá
te suas pálpebras começam a ficar pesadas. . . cada vez mais o~~mõt!vò. Remova-o e êle acordará. Se você não conseguir
pesadas. .. cada vez mais pesadas. . . aumentando de pêso. . . acordá-lo, então diga-lhe: «Eu vou deixá-lo sozinho neste
e uma sonolência começa a invadir todo o seu c o r p o . . . . cada quarto e você poderá acordar quando quiser.»
vez mais sentirá mais sonolência. . . e as pálpebras estão cada Se êle ficar completamente abandonado, o sono hipnó-
vez mais pesadas. . . muito pesadas. . . muito p e s a d a s . . . e tico transformar-se-á em sono normal, e êle acordará como se
lentamente os olhos começam a fechar. . . começam a fe- fosse de um sono comum. Excepcionalmente, há indivíduos
char. . . e os olhos vão fechando.» (Repita as palavras acima -••que apresentam reação negativa. Fazem o contrário daquilo que
durante um certo tempo e, se os olhos não fecharem, mande > mandamos. Nestes casos, inverta a ordem de comando. Con-
a pessoa fechar os mesmos.) Após, diga-lhe: «Agora, feche ste até cinco, e" digã-lKel «Durma!» Então êle acordará.
os olhos e d u r m a . . . dur-ma. . . d u r - m a . . . d u r - m a . . . » (Re- Meu a m i g o r Não desanime, caso não obtenha êxito.
pita a palavra « d u x - m a i ^ em forma monótona e cadenciada, Lembre-se de que em cinco pessoas, somente uma dorme com
centenas de vezes, sem medir tempo, pois o sono resultará, em sono hipnótico p r o f u n d o .
grande parte, da monotonia.) Depois, comece a dizer: «Durma Repita as sessões na mesma hora e no mesmo local. O
p r o f u n d a m e n t e . . . durma" p r o f u n d a m e n t e . . . durma profun- paciente vai gradativamente aprofundando o sono.
damente. . . aprofui^de o sono». (Sempre comandando maior Existem testes para medir a profundidade do sono. Você,
profundidade de sono, porque, quanto mais p r o f u n d o êste fôr, por exemplo, pode sugerir ao paciente, que êle está começando
tanto maior será a separação entre o Sr. Consciente do Sr. a sentir uma coceira no dorso da mão direita, e que esta co-
Subconsciente.) ceira vai aumentar gradativamente, aumentando sempre, etc.
Observe a respiração. Q u a n d o você julgar que a pessoa Se o paciente começar a senti-la e coçar a mão, você poderá
está dormindo, então diga-lhe: «Respire profundamente.» Ela afirmar que êle está em estado de H I P N O S E L E V E .
terá que lhe obedecer. Force-a a õbedecer-lhe. Pelo comando A H I P N O S E M É D I A , você poderá verificar, com a se-
da respiração, sei que a pessoa me está escutando. Mesmo no guinte experiência:
sono hipnótico mais profundo, o paciente sempre está escutan- Diga ao paciente que seu braço está ficando insensível e
do a palavra do hipnotizador. ' que não sentirá dor alguma, se o braço fór picado por uma
Levante o braço. A pessoa hipnotizada geralmente deixa agulha. Repita esta idéia algumas vêzes, para ficar bem gra-
o braço na posição em que fôr colocado. Na primeira sessão, vada no subconsciente. Depois, introduza uma agulha esteri-
não faça mais do que isto. Deixe 'o paciente dormir uma hora, l i z a d a na pele. Se o paciente nada sentir, você pode dizer
para que êle se acostume a esta nova espécie de sono. Diga- ique êle está em H I P N O S E M É D I A .
lhe sempre: «Diirma ^profundamente. . . o sono vai aprofun- Tôdas as sugestões dêste tipo devem ser removidas ou
d a n d o . . . a p r o f u n d a n d o . . . a p r o f u n d a n d o . . . durma profun- apagadas. Depois da prova, você deverá dizer: «O Senhor
damente^» — não sente mais coceira alguma na mão direita. A coceira de-
Quando chegar a hora de acordar a pessoa, então diga- sapareceu completamente.» Se você não fizer isso, o paciente
lhe o seguinte: « E m poucos minutos vou acordar você.» (Re- quando acordado, poderá sentir a coceira, o que constitui um
pita algumas vezes. O Sr. Subconsciente pensa devagar. Se grande inconveniente.
você falar depressa, êle não compreende e não obedece.) Em A anestesia, do mesmo modo, deve ser removida. Do
poucos minutos vou acordar você. . . Para isso, contarei até contrário, o paciente poderia cortar-se ou queimar o braço,
cinco. . . À medida que eu fôr contando, você irá acordan- sem nada sentir. Portanto, tenha muito cuidado em sempre
d o . . . Q u a n d o chegar a cinco, você estará bem acordado, remover as sugestões, que possam prejudicá-lo.
sentindo-se perfeitamente b e m . . . Preste a t e n ç ã o ! . . . Agora Para verificar a H I P N O S E P R O F U N D A , diga ao pacien-
vou contar: um, dois, continue contando, três, quatro, cinco. te em sono: « N a ^ m ã o esquerda eu tenho um pedaço de pa-
Acorde! Fique bem acordado! pel e na mão direita eu tenho uma agulha. Agora vou contar
, 0^ r acordar_ não é problema em hipnose. O difícil é fazer até três e então furarei o papel com a agulha. Ao_ furá-lo,
S dormir. ^Há casos raros em que o paciente não quer acordar. você sentirá uma forte. .dor...da face direita.» Repita isso al-

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-gumas vêzes. Depois conte até três, e fure o papel. Se o ESTADO SONAMBÜLICO
í paciente acusar forte dor na face direita, você pode dizer que
\ êle está em H I P N O S E P R O F U N D A . Após a experiência, não
/ se esqueça de dizer: «A dor está passando, passou comple-
\ tamente.»
I Êstes testes dão resultado exato em noventa por cento
\dos pacientes.

Sonâmbulo

Êste estado você pode provar no paciente q u e estiver


em sono profundo. Para êsse fim, você deverá dizer o se-
guinte: «Preste atenção. Muita atenção. Continue sempre
em sono profundo. Em_ sono p r o f u n d o você poderá abrir os
õIEos^ sem acordar. Abrir os olhos, sem acordar. Abra os
olhos! Abra os olhos! Faça desaparecer a sonolência. Faça
desaparecer toda sonolência.»
Alguns pacientes se apresentam tão vivos, que mal posso
notar que estão em transe. O estado sonambúlico é mais in-
teressante para trabalhar.
Existe, também, um estado chamado «beta». Após acor-
dar o paciente, êle ainda continua, durante certo tempo, sob

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o efeito da hipnose. Poderei executar nêle, os fenômenos CATALEPSIA
hipnóticos. Os hipnotizadores de palco, gostam de usar esta
« H I P N O S E A C O R D A D A » . É de efeito mais surpreendente.
Agora, passo a estudar os fenômenos hipnóticos.

OS FENÔMENOS HIPNÓTICOS
P o n t e cataléptica.
M e u amigo:
Esta é verdadeiramente a parte interessante da hipnose.
Agora, eu lhe ensinarei o que você poderá fazer no transe. A catalepsia consiste numa rigidez muscular plástica. O
bruço fica na posição em que foi colocado. Você pode au-
mentar a rigidez muscular do paciente. Pode endurecer qual-
quer membro tio corpo, bem como o corpo todo. fazendo a
ponte cataléptica.
Eu costume provocar, freqüentemente, a rigidez muscular
do braço, para ajuizar a respeito da profundidade do transe.
Q u a n t o mais obediente fôr o Sr. Subconsciente, tanto maior
será o endurecimento do braço. Para obter esse endurecimen-
to, você poderá dizer o ""seguinte: «Preste atenção. Muita
atenção. Seu braço vai endurecer nessa posição. Cada vez
está ficando mais rígido, mais duro. Está ticando duro como
um pedaço de pau. Completamente duro. Não poderá ser
dobrado.»
Verifique se o braço ainda pode ser dobrado. Se a re-
sistência fôr fraca, insista no endurecimento.
Pode-se fazer, assim, paralisias artificiais. Se você acor-
dar o paciente com o braço duro, êste continuará duro. Sendo
isto um grande inconveniente, você sempre deve desfazer estas
sugestões, antes de acordar o paciente™ Deverá dizer: «Seu
braçü~est*á ficando mole, completamente mole. a rigidez desa-
pareceu completamente, seu braço está novamente funcionan-
do bem.»

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C.H.
Para fazer a ponte cataléptica, você deve deitar o pacien- ANESTESIA
te hipnotizado sôbre três cadeiras. A primeira, para dar apoio
aos ombros, a segunda, ao meio do corpo, e a terceira, às
pernas. Dê sugestões, afirmando que o corpo está endurecendo
completamente, que todos os músculos estão enrijecendo, que
todo o corpo está ficando duro como uma tábua,, que não po-
derá dobrar. Completamente duro.
, Então retire a cadeira do meio, e o corpo ficará formando
(uma ponto sôbre as cadeiras restantes. Evite que alguém
jsente sôbre a pessoa, como costumam fazer os hipnotizadores
ide palco, que nem sempre levam em consideração o bem-estar
\e a saúde do paciente.
Você somente deverá fazer essa ponte em presença de
pessoas amigas, e em caráter exclusivamente científico. Você
nunca deverá usar qualquer fenômeno hipnótico, como meio de
diversão. A hipnose é uma ciência demasiado séria e não deve
ser usada para fazer palhaçadas.
Pela sugestão, você também pode produzir o contrário
da rigidez, isto é, o relaxamento muscular. Pode comandar a
completa distensão das fibras musculares, tornando os mús-
culos bem frouxos. Êste fenômeno tem utilidade prática no
combate ao nervosismo, pois sabe-se que o relaxamento dos
músculos alivia tal sintonia.
A hipnose traz automaticamente uma relaxação física,
sempre maior do que a obtida voluntariamente. Após o transe, Eu n ã u sinto d n r .
o paciente sente-se aliviado.
r" Você pode aumentar o efeito, manaando-o relaxar bem
( todos os músculos e sugerindo que o nervosismo desaparecerá Como você sabe, consiste na perda da sensação de dor.
} durante o^ sono. Êle acordará repousado e revigorado, livre da
Êste fenômeno tem grande valor prático. Qualquer parte do
tensão " nervosa.
corpo pode ser anestesiada. Para provar a anestesia, usam-se
As pessoas fisicamente esgotadas, podem recobrar as for-
ças em poucos minutos durante o sono hipnótico. agulhas esterilizadas.
Você pode ensinar ao paciente anestesiar-se em estado de
vigília. Isto constitui uma grande vantagem, pois o paciente
pode livrar-se da dor nos casos de picadas de injeção, trata-
mento dentário, acidentes^ operações, etc.
Vou ensinar-lhe como se faz. Ê muito fácil. Você deve
colocar o paciente em hipnose p r o f u n d a e então falar-lhe o
seguinte: «Você tem a capacidade de anestesiar-se. Sempre
q u e você não quiser sentir dor em determinada parte do corpo,
você deverá esfregar lentamente esta parte, dizendo que a sen-
sibilidade está desaparecendo, que está ficando completamen-
te anestesiada, e então conte até três e, ao contar três, a
anestesia será completa.»

18 — — 19
Q u a n d o você não precisar mais dela, deverá removê-la. HIPERESTESIA
Deverá esfregar lentamente e dizer: «A sensibilidade novamen-
te está voltando. A anestesia está desaparecendo completa-
mente. Ao contar até três, a anestesia terá desaparecido com-
É o contrário da anestesia. Ao invés de inibir os sen-
pletamente. Um, dois, três.»
tidos, você pode torná-los superagudos. Na hipnose há maior
M e u amigo: Você não precisa usar as mesmas palavras,
concentração e as capacidades de percepção são levadas ao
que eu usei nos exemplos. Você pode aperfeiçoar os dizeres.
O que interessa ao Sr. Subconsciente não são as palavras, limite máximo.
A hiperacuidade da visão pode ser verificada mediante
mas, sim, a idéia.
tabelas com letras de- diferentes tamanhos. Para êste fim,
Os "^pacientes q u e dormirem o sono profundo, poderão
você deve mostrar a tabela ao paciente acordado. Êste deve
utilizar-se d ã a n e s t e s i a hipnótica, nas operações cirúrgicas.
Nestes casos, a hipnose oferece, mais as seguintes vantagens: estar afastado alguns metros da tabela. A seguir, êle deve
ausência de nervosismo e de algumas complicações pós-ope- começar a ler as letras, iniciando pelas maiores. Se o afas-
ratórias. tamento fôr suficientemente grande, êle só conseguirá ler-
as letras maiores. Nesse lugar, você deve hipnotizar o pacien-
te e colocá-lo em estado sonambúlico. _No transe geralmente
Perda da percepção sensória. melhora a acuidade visual e êle poderá ler mais algumas linhas
Aqui, convém dizer-lhe alguma coisa sôbre a perda da de letras menores.
percepção sensória. Você pode interromper o funcionamen- Freqüentemente, nas experiências de hipnose, podemos
to de qualquer um dos cinco sentidos: vistã7~olfato, Tato, notar que o hipnotizado não precisa de óculos para ler ou
gôsto e audição. ~— p escrever.
A s s i m , p o r exemplo, poderá produzir, por simples su- A hiperacuidade da audição pode ser provada, com o au-
gestão, uma cegueira funcional. A vista fica simplesmente xílio de vibradores. Éstes são aparelhos destinados a produzir,
inibida, e as imagens visuais não alcançam o cérebro. sob controle, sons de diferentes intensidades.
Com os outros sentidos, poderá fazer o mesmo.

— 21
HIPERMNÉSIA AMNÉSIA

Agora, eu me lembro.

A hipermnésia trata da capacidade de relembrar acon-


tecimentos q u e foram esquecidos, que estão completamente
ausentes do consciente, os quais não é possível recordar vo-
Esta consiste na perda da memória. P o d e provir de trau-
luntariamente no estado de vigília. É o contrário da amnésia.
mas físicos ou emocionais. Muitas vêzes, ela pode ser re-
Há vários tipos normais de perda da memória. Há o es- movida _pela hipnose.
quecimento comum e as amnésias, sendo anormais algumas des- Nos casos de dupla personalidade, a amnésia é comum.
tas últimas.
Nestes casos, há a formação de uma outra personalidade em
Os acontecimentos da primeira infância são esquecidos. As conseqüência de um trauma. Êste pode ter orig_em n u m cho-
idéias desagradáveis são recalcadas e esquecidas. Estas referem- que emocional ou numa lesão física, c o m o ' p o r exemplo, um
se a acontecimentos ou vivências q u e causam um conflito golpe na cabeçã7 ~A "nova - personalidade pode persistir d u r a n t e
mental no indivíduo. pouco tempo, ou durante anos, tendo esta .segunda personali-
No transe hipnótico, você poderá fazer que o paciente se dade o controle consciente, e tendo a personalidade normal
recorde dos acontecimentos esquecidos. completamente esquecidos todos os acontecimentos de sua vida
Êste fenômeno tem valor prático, nos casos de extravio antes do trauma, não sendo capaz^^e^ relembrá-los.
de documentos ou objetos. Em transe, você conseguirá que a Também existe a amnésia dos sonhos.
pessoa se recorde onde os deixou. Após o transe p r o f u n d o também há amnésia. Esta amné-
A hipermnésia tem um valor - de relêvo na hipnoanálise. sia pode ser removida pela sugestão. Êste fato tem utilidade
- J w Esta consiste n a investigação dos conflitos mentaísfliêita du- prática na hipnoanálise. Evita-se, pela amnésia, que o paciente
rante o estado de transe. tenha conhecimento do assunto desagradável relatado, dando-

22 —
lhe somente conhecimento deste fato mais tarde, quando es- ALUCINAÇÃO
tiver em condições de suportá-los. f
Nos casos de amnésia hipnótica, uma nova hipnotização
permitirá ao paciente recordar-se de todos os acontecimentos,
verificados no primeiro transe.

Alucinarão visual positiva

24 —
Êste fenômeno hipnótico é principalmente usado pelos SU GEST Ã O P Ó S-HIPN ÓTIC A
hipnotizadores teatrais.
A alucinação consiste na aparente percepção de um objeto
externo que não está presente no momento. P o r exemplo,
você manda o hipnotizado ver determinado objeto, que em
realidade não existe. O paciente vê realmente o objeto, mas
somente na sua imaginação.
'VÕcF~tãmBem" pode sugerir a não existência de um obje-
to, que de fato existe. Neste caso, o paciente deixa de vê-lo.
Para êle o objeto não existe.
Pelos dois exemplos citados, você pode verificar que há
dois tiços de alucinações: positivas e negativas.
A alucinação pode ser produzida em qualquer um dos
cinco sentidos. Assim sendo, temos alucinações visuais, ol-
fativas, gustativas, táteis e auditivas.
T a m b é m várias destas alucinações podem ser usadas ao
mesmo tempo. Vamos ver um exemplo de alucinação visual e
gustativa: Você dá um copo d'água ao paciente para beber,
dizendo q u e se trata de vinho vermelho. O hipnotizado vê a
cor vermelha do vinho e sente o gôsto característico desta
bebida.

Esta consiste em dar uma ordem ao paciente hipnotizado


para ser executada em estado de vigília. O paciente ignora
que a ordenr^iê~~fÕr~dada empestado de Tiipnose.
É o mais importante de todos os fenômenos hipnóticos.
A sugestão pós-hipnótica nos permite transferir quase todos os
fatos do transe, para o estado de vigília.
O efeito desta sugestão pode durar muitos anos, depen-
dendo da repetição. A repetição tende a tornar a sugestão in-
definidamente persistente. Estabelece-se um arco reflexo con-
dicionado.
Esta sugestão também é útil para apressar posteriores hipno-
tizações ou induções de transe e aumentar a profundidade da
hipnose.
Uma sugestão pós-hipnótica, quando não fôr repetida,
reforçada, tem a tendência de apagar-se. Um meio de conti-
nuar com o efeito total da sugestão, sem necessidade de sua
renovação pelo hipnotizador, consiste no emprêgo. da auLQ-
sugestãOj__na autadiipnose. Assim, qualquer sugestão pode ser
mantida atívíi durante um tempo ilimitado.

26 — — 27
O paciente hipnotizado, que fôr mandado executar algum ALUCINAÇÃO PÓS-HIPNÔTICA
ato pós-hipnótico, sempre desenvolve um transe hipnótico
espontâneo. Êste transe geralmente é de curta duração. Você
pode interferir no transe e produzir outros fenômenos hipnó-
ticos.

Existem as alucinações pós-hipnóticas dos cinco sentidos.


Temos, pois, alucinações pós-hipnóticas visuais, auditivas, ol-
fativas, gustativas e táteis. Tôdas estas podem ser positivas
ou negativas.
Para melhor compreensão, eu lhe darei alguns exemplos.

Alucinação visual positiva pós-hipiiútica.


Para realiza-la, você deve dizer ao paciente, em transe
p r o f u n d o , mais ou menos o seguinte: « Q u a n d o você passar
por tal lugar, você verá nitidamente tal objeto ou tal imagem.»
Se esta fôr a imagem de alguma Santa, então estará feito
o milagre.
Antes de acordar o paciente, é conveniente dar. amnésia,
isto é, dizer que êle não sabe, quando acordado, que __esta
sugestão lhe foi dada em transe.

Alucinação visual negativa pós-bipnótica.


Você poderá sugerir ao paciente hipnotizado, que, quando
acordado, êle não vê determinada pessoa.

28
O paciente hipnotizado, que fôr mandado executar algum ALUCINAÇÃO PÓS-H1PNÔT1CA
ato pós-hipnótico, sempre desenvolve um transe hipnótico
espontâneo. Êste transe geralmente é de curta duração. Você
pode interferir no transe e produzir outros fenômenos hipnó-
ticos.

A l u c i n a ç ã o a u d i t i v a positiva

Existem as alucinações pós-hipnóticas dos cinco sentidos.


Temos, pois, alucinações pós-hipnóticas visuais, auditivas, ol-
fativas, gustativas e táteis. Tôdas estas podem ser positivas
ou negativas.
Para melhor compreensão, eu lhe darei alguns exemplos.

Alucinação visual positiva pós-hipnótica.


Para realizá-la, você deve dizer ao paciente, em transe
profundo, mais ou menos o seguinte: « Q u a n d o você passar
por tal lugar, você verá nitidamente tal objeto ou tal imagem.»
Se esta fôr a imagem de alguma Santa, então estará feito
o milagre.
Antes de acordar o paciente, é conveniente dar amnésia,
isto é, dizer "que ~ êle não sabe, quando acordado, que_.esta V/
sugestão lhe foi dada em transéT"

Alucinação visual negativa pós-hipnótica.


Você poderá sugerir ao paciente hipnotizado, que, quando
acordado, êle não vê determinada pessoa.

28 — — 29
Alucinação auditiva positiva pós-hipnótica. AUTO-HIPNOSE
Você poderá dizer ao paciente em transe, que, quando
acordado, e êle passar por determinado lugar, ouvirá cantar
um galo três vêzes.

Alucinação auditiva negativa pós-hipnótica.


Você poderá dizer ao paciente, que, quando acordado, êle
não ouvirá determinado barulho existente em certo lugar.
Êstes exemplos chegam. Com os outros sentidos —
olfato, gôsto e tato — você poderá fazer a mesma coisa.

Na auto-hipnose, o paciente entra em transe por vontade


própria. Êle não precisa de hipnotizador.
O meio mais fácil de aprender êste transe auto-induzido,
consiste em usar a sugestão pós-hipnótica. Você deve colocar
o paciente em sono p r o f u n d o ~ dizer mais ou menos o se-
guinte: «Você pode induzir em você mesmo, um estado de
hipnose p r o f u n d a . Respire cinco vêzes, lenta e p r o f u n d a m e n t e .
Na quinta respiração, você já estará em sono p r o f u n d o . Du-
rante êste sono, estará consciente e poderá dar a você mesmo
as sugestões que quiser. Todos os fenômenos hipnóticos, vo-
cê será capaz de induzir em você mesmo. Em caso de perigo
ou outro motivo importante, você acordará automaticamente.
Q u a n d o você desejar acordar, então deve dizer: Agora vou
acordar. U m . Dois. Três. Estou bem acordado!»
Meu amigo: Evite ensinar esta auto-hipnose. As pessoas
nem sempre usam a necessária prudência. Se alguma coisa
prejudicial lhes acontecer, você será culpado.
REGRESSÃO DE IDADE A regressão é o fenômeno que mais interessa à hipnote-
rapia. Êle serve para descobrir traumas emocionais do passa-
do. O paciente é regredido, até a um período antes do apa-
recimento dos sintomas desagradáveis. Depois, aumenta-se gra-
dativamente a idade, até que apareça a causa, que produz os
sintomas. Observa-se bem êste conflito mental e diz-se ao pa-
(ciente, em transe, que êste acontecimento desagradável não
) irá prejudicar mais a sua vida. Esta simples sugestão, em
geral, é suficiente para curar o doente.
Se você quiser fazer alguém regredir, então laça o se-
guinte: Coloque o paciente em sono profundo. Sono bem
profundo. Depois comece a dizer mais ou menos o seguinte:
«Você atualmente tem 20 anos. (Se esta tôr a idade do pa-
ciente.) Você vai começar a diminuir de idade, diminuir de
idade. Quando eu contar até três, você terá 19 anos. Agora
vou contar: um, dois, três. Agora, você tem 19 anos. A sua
idade continua diminuindo. Q u a n d o eu contar até três, você
terá 18 anos. Um, dois, três. P r o n t o , agora você tem nova-
mente 18 anos. Tem 18 anos. A sua idade continua diminuin-
do. Q u a n d o eu contar até três, você terá 17 anos. Um, dois,
três. Agora, você tem 17 anos.» E assim por diante, até al-
cançar a idade que lhe interessar.
Quando a pessoa fôr muito idosa, poderá fazê-la regre-
dir de cinco em cinco anos, a fim de economizar tempo.
"Quando você quiser fazer a pessoa voltar à idade real,
então deve dizer o seguinte: «Preste atençaõl Birfmã pro-
fundamente. Durma profundamente. Muita atenção. Agora,
você vai começar a aumentar de idade. Q u a n d o eu contar até
três, você terá tantos anos. Um, dois, três. Agora, você tem
Esta consiste em fazer o indivíduo hipnotizado voltar atrás
tantos anos. Novamente tem tantos anos. Você continua au-
a diferentes idades. Há vários tipos de regressão. Há a re-
mentando de idade. Quando eu contar até três, você terá
gressão de memória, em que o indivíduo descreve a idade de
tantos anos. Um, dois, três. Agora, você tem tantos anos.»
sua vida que fôr solicitada, contando todos os acontecimentos
, Q u a n d o tiver alcançado a idade real, então você deve dizer:
verificados naquela época. E há a regressão verdadeira, em
\ « A g o r a , você novamente tem a sua idade real, a sua idade
que o paciente realmente volta aos anos anteriores, falando e
J certa? ""Aquela que você teve ao entrar neste sono hipnótico.»
comportando-se tal e qual o fazia naquela idade. Assim por
Ao fazer o paciente voltar à idade certa, é muito impor-
exemplo, você pode regredir uma pessoa à idade de seis anos.
tante observar a mesma ordem seguida na regressão. Você
E n t ã o ela fará como uma criança e se lembrará de todos os
acontecimentos até aquela data. Gosta de receber brinquedos Y não deve omitir ano algum.
e chora q u a n d o lhe são tomados. Você pode verificar que a Não existem fórmulas prescritas e invariáveis para a ob-
assinatura se altera com o avançar da idade. E os desenhos tenção dos fenômenos hipnóticos. O que interessa ao Sr. Sub-
consciente é uma idéia clara. Êle quer saber com precisão o
q u e executar, correspondem à idade sugestionada. Você pode
que se deseja dele. Pou êste motivo, convém falar lentamente,
regredir o paciente até a perda d a . f a l a e da movimentação.
pronunciar bem as palavras, repetir, e usar frases positivas.
Nesta regressão a poucos meses de idade, você pode notar uma
Para maior segurança, você poderá anotar num papel a
sucção típica, e os movimentos de engatinhar.
ordem seguida na regressão, para, depois, segui-la inversamente.

3 C.H.
INDUÇÃO DE SONHOS PSÍCOGRAFIA OU ESCRITA AUTOMÁTICA

você <í um grande jogador...

Esta escrita é produzida pelo Sr. Subconsciente. É atra-


P o r meio da sugestão hipnótica, você pode produzir so-
vés dela que êle nos relata os conflitos que causam as neuro-
nhos no paciente durante o transe, ou fazer com que êles apa-
ses. Serve, pois, para descobrir o material recalcado, recordar
reçam no sono normal. Você pode sugerir o assunto e a hora
em que êle deve verificar-se. vivências esquecidas, descobrir vocações, duplas personalida-
des, etc.
Q u a n d o você tiver um paciente que entre em sono ex-
A psicografia pode ser executada em estado de hipnose
cepcionalmente p r o f u n d o , você poderá pedir-lhe, que interpre-
leve, mãi7 em geral, quanto mais profunda, tanto melhor.
te seus próprios sonhos e êle o fará. Êsje_ jnesmo paciente,
Existem vários métodos para ensinar esta escrita. Um
muitas vêzes, também poderá interpretar os sonhos de ou-
dos mais simples, consiste em dar um lápis ao hipnotizado e
tras pessoas.
pedir que a mão escreva qualquer coisa ou que responda a
A interpretação dos sonhos tem valor prático na psico-
determinadas perguntas.
terapia.
Também pode-se distrair o paciente sonambúlico, man-
dando ler algum livro. A mão começará a escrever automati-
camente. No início, geralmente, aparecem movimentos incer-
tos do lápis. Depois, seguem-se riscos longos, linhas ondulan-
tes, espirais, círculos, etc., e linalmente aparecem letras, pa-
lavras e frases.
As primeiras perguntas que se faz ao Sr. Subconsciente,
e que êle deve responder, devem ser simples.

34 — — 35
Se as respostas forem mal escritas e indecifráveis, então PSICOSCOPIA OU PSICOMETRIA
pode-se pedir à pessoa hipnotizada, que leia e explique o sig-
nificado. Muitas vêzes, outra pessoa hipnotizada pode ex-
plicar o significado da escrita. É Interessante de ver qu£_ujri
Sr. Subeoascjen t e _ entende a linguagem de outro Sr. Sub-
consciente.

A psicoscopia ou psicometria consiste num fenômeno de


percepção^ "extra-sensorial. Dando-se um objeto, que perten-
ceu a determinada pessoa, a um paciente em estado sonam-
búlico, êste poderá dar algumas informações referentes a esta
pessoa. O objeto serve de meio para estabelecer uma relação
psíquica com aquêle que o usou. Até hoje, não existe uma
teoria aceitável, que explique êste tipo de percepção.
Entre os objetos que servem para esta experiência, cito
os seguintes: cabelos, unhas, dentes, roupas, óculos, relógios,
chaves, carteiras, etc. Deve-se evitar que outras pessoas pe-
guem nestes objetos. Tive um caso em que a sonâmbula fi-
cou indecisa, alegando que o objeto tinha estado nas mãos de
três pessoas. Ao perguntar quais foram, ela as indicou.
Esta experiência, você poderá fazer do seguinte modo: Po-
• nha o paciente em sono bem profundo e mande que abra os
olhos, sem acordar. Entregue a êle um objeto usado por uma
das pessoas que estiver presenciando a experiência. Peça a
êle que entregue o objeto ao legítimo dono e êle assim o fará.

36 — - - 37
Esta capacidade pode ser desenvolvida com a prática. PROJEÇÃO A DISTÂNCIA
Gradativamente você vai exigindo mais. Um bom psicoscopista
pode chegar a fazer diagnósticos de saúde física e mental.
Aqui, dei ao termo psicometria o significado que êle tem
em _piu^psicologia. Em psicologia clássica, êle designa outra
coisa. Designa a medida dos fenômenos psíquicos.

ESTADO DE SIMPATIA AO CONTATO

Quando você tiver um bom paciente, poderá fazer a se-


guinte experiência: Segure o paciente peia mão e mande uma
outra pessoa dar picadas em seu corpo. O paciente sentirá
a dor exatamente no lugar onde você a sentiu.

ESTADO DE SIMPATIA À DISTÂNCIA

A hipnose estabelece uma relação psíquica entre o hipno-


tizador e o hipnotizado. Às vezes, esta relação é tão intensa Também chamada vidência no espaço, ou projeção do
que o paciente sente, mesmo à distância, as dores que o hip- corpo astral. Consiste em mandar o Sr. Subconsciente a al-
notizador sentir, em conseqüência de picadas. gum lugar distante, a tim de nos informar a respeito de as-
sunto de nosso interesse. P o r exemplo, verilicar o estado de
saúde de determinada pessoa.
Para fazer uma projeção, você deve colocar o paciente em
EXTERIORIZAÇÃO DA SENSIBILIDADE
transe profundo. Depois, pedir que êle se dirija ao lugar ou
Esta exteriorização você poderá verificar em certos pa- enderêço tal e, aí, verifique aquilo que lhe interessa. O pa-
cientes. D a n d o picadas no ar, a uma distância inferior a dois ciente contará o que está vendo.
metros do hipnotizado, êste acusa dor. A exteriorização faz- Nesta experiência, é preciso ter muito cuidado. Nunca você
se em f o r m a de círculos não concêntricos ao redor do pa- deverá acordar õ""*paciente antes que o Sr. Subconsciente te-
ciente. Na frente, êstes círculos atingem uns dois metros de nha retornado ao corpo. A desobediência desta recomendação
afastamento máximo e, nas costas, apenas meio metro. Os causa sérios transtornos ao paciente, e você sempre deve ze-
círculos são numerosos e cada vez que você picar um deles, lar pela saúde e bem-estar das pessoas que hipnotizar. Antes
o paciente sentirá dor. de acordar o hipnotizado, pergunte se êle já voltou.

38 — — 3L)
você poderá descobrir as várias vidas, que o espírito já viveu
neste mundo.
Esta experiência é um pouco difícil e muito duvidosa.

Observação importante-. Ao trazer o paciente para a vida


e i d a d e ' a t u a l , você deverá seguir a mesma ordem usada na
regressão. Não deverá omitir ano algum.

A regressão excessiva pode ferir o orgulho tio hipnotizido.

, Êste tipo de regressão baseia-se na teoria da reencarna-


( ção. Esta diz que o espírito é imortal e que reencarna periò-
J dicamente em nôvo corpo, a fim de cumprir com a lei da
evolução a gue está sujeito.
Para fazer^ esta experiência, você precisa de um bom hi-
persensível""*^ mesmo com êste, ela freqüentemente falha.
I Você deve colocar o paciente em transe de profundidade
(máxima. Depois, deve fazer a regressão de idade conforme
já lhe ensinei. Q u a n d o a regressão chegar à idade de um
ano, é conveniente continuar a regressão por meses. Quando che-
gar ao último mês, então por semanas, e na última semana,
fazer a regressão por dias. No último dia, por horas, até ao
momento do nascimento. Depois, continuar a regressão no
ventre materno, por meses, etc., até chegar ao momento da
concepção^
E n t ã o você deve dizer: «Agora, você está na vida an-
terior! Q u a l é o seu nome ?»
Se êle disser um nome, então você pode fazer as pergun-
tas q u e lhe possam interessar. Se não responder nada, conti-
n u e regredindo o paciente, dizendo que êle está um ano, cinco
anos, dez anos, etc., antes da última- vida. E sempre pergunte
o nome. Q u a n d o chegar à época referente à vinda anterior,
êle responderá. Regredindo o indivíduo por milhares de anos,

40 — — 41
REGRESSÃO A ACONTECIMENTOS PASSADOS HIPNOSE E MEDICINA

Meu amigo:
A hipnose também tem aplicação na medicina. Se você
não fôr médico, evite entrar neste campo. É perigoso. Exis-
tem leis rigorosas, que proíbem o exercício ilegal da medicina.
Se você tiver algum amigo, que precise de tratamento hipnó-
tico, então leve-o a um médico hipnólogo. Este examinará ri-
gorosamente o doente e, se a doença de fato fôr curável pela
hipnose, então você poderá fazer o tratamento, mas somente
sob orientação e responsabilidade do médico. O hipnotista
apenas é um auxiliar do médico, assim como o enfermeiro, o
massagista, etc.

Se você tiver um bom paciente e quiser descobrir acon-


tecimentos passados, que lhe possam interessar, então você
poderá fazer a seguinte experiência: Coloque o paciente em
sono profundo, no lugar em que se deu o acontecimento. Re-
grida o paciente até à data em que se deu o fato.
/• Esta regressão não se refere à idade do paciente, mas
j sim ao tempo do calendário. Assim, por exemplo, você deverá
' dizer: «Ao contar até três, você estará na data atual. Um,
dois, três. Agora, você está no dia tal, do mês tal, do ano tal.»

Dêste modo, você irá regredindo a data por anos, meses,


dias e horas, até chegar ao momento do acontecimento. O
paciente então descreverá a cena que aí se verificou. Após
esta verificação, você fará o paciente voltar até à data atual,
seguindo sempre a mesma ordem, não omitindo datas.
O bom resultado desta, bem como de outras experiên-
cias, depende da capacidade do paciente. Você deverá condu-
zido com habilidade e firmeza. Não__ deverá vacilar. É ne-
cessário dar incentivo ao paciente e demonstrar confiança nêle.

42 — — 43
HIPNOSE E SONO Os estados emocionais favorecem a «hipnose acordada».
Por êste motivo, muitas vêzes, o hipnotizador estimula as emo-
ções pela sugestão, aumentando assim a sugestibiüdade do pa-
ciente. E como sabemos, a hipnose consiste numa sugestibi-
üdade exagerada.
Para você compreender melhor a hipnose acordada, eu
lhe darei um exemplo. O hipnotizador de palco inicia sua
atividade com um pequeno discurso, impregnado de palavras
de grande poder sugestivo. Depois, com a finalidade de se-
lecionar bons elementos para as suas demonstrações, usa os
testes de sensibilidade. O teste de Mesmer é um dêles. Con-
siste em entrecruzar as mãos e segurá-las por cima da cabeça.
Depois, dá a sugestão de que estas mãos estão grudadas, e
não podem mais ser separadas' E, de fato, muitas pessoas
não conseguem separar as mãos. Temos aí, um fenômeno hip-
nótico executado na ausência de "sono. O hipnotizador conse-
guiu entrar em contato com o Sr. Subconsciente e êste lhe
obedeceu.
Aqui, convém fazer uma rápida referência à teoria de
Pavlov. Diz esta teoria que a hipnose consiste num sono par-
cial. Resulta da inibição do córtex cerebral.
Entre nós, apareceram alguns entusiastas desta teoria.
Alegam ser esta a única que tem «apoio científico».
Os opositores desta teoria dizem que ela não explica a
psicologia profunda ou do subconsciente, e que na prática
não tem aplicação alguma.

Q u e é a hipnose ? Esta pergunta até hoje não foi res-


pondida satisfatoriamente. Podemos dar uma resposta um
tanto vaga, dizendo que a hipnose é sugestão. Mas nem tôda
sugestão é hipnose. Ela só passa a ter êste caráter, quando
atinge o subconsciente. Nunca podemos dizer com precisão,
q u a n d o o . t r a n s e começa, nem quando êle termina.
Generalizou-se a idéia de qué a hipnose é sono. Em
verdade, o sono normal nada tem que ver com ela. O pacien-
te apresenta o aspecto de sono, porque assim o exigimos na
indução. P o r ser um processo mais fácil, usamos a palavra
«sono» para induzir o transe.
Podemos hipnotizar uma pessoa sem falar em sono, con-
f o r m e citarei um exemplo adiante.

44 — — 45
E S P I R I T I S M O Se após algumas sessões a psicografia falhar, então use a
bola de cristal. Na falta desta, serve um globo de vidro ou
um~~copo com água. O médium deve olhar na bola. Você
deve pedir que algum espírito se faça visível na bola. Quan-
do o médium disser que vê uma pessoa, então mande pergun-
tar o nome. Depois, peça instruções para desenvolver o mé-
dium, e pergunte quando novamente poderá entrar em contato
com o espírito.
Q u a n d o o médium estiver desenvolvido, êle poderá ver
os espíritos fora da bola de cristal, e em tamanho normal.
Poderá falar com êles, como se realmente ainda estivessem
vivendo neste mundo.
Alcançado êste grau de desenvolvimento, você pode ten-
tar as incorporações. Pergunte ao espírito, se êle pode incor-
porar no médium. Em caso negativo, pergunte qual a razão.
O espírito lhe explicará o motivo. Às vêzes, o espírito manda
fazer corrente, isto é, outras pessoas, de preferência hipnotiza-
das, devem pegar nas mãos do médium para tornar a incor-
poração possível. A incorporação é muito interessante, pois
põe você em contato direto com o espírito.
P As incorporações produzem um desgaste físico no médium.
/ No início, elas devem ser de curta duração. Os próprios es-
Meu amigo: \ píritos costumam dizer: «Agora, eu tenho que me afastar.
'O médium está enfraquecendo. Acorde o médium!»
Nas__experiências de espiritismo,' você deve excluir a re-
\ Para evitivr _que_o_ médium acorde exausto e com dor
ligião. Religião é crença. Crença não é ciência e só serve
de cabeça, você deve usar passes. Dão um ólimo resultado.
para atrapalhar. Use de um rigoroso espírito crítico e não
O paciente acorda perfeitamente bem.
caia na conversa de certos espíritos. Lá, no M u n d o Invisível,
~Pãra dar o passe, você deve fazer o seguinte: após a
também há amigos-da-onça.
desincorporação, coloque as suas mãos na cabeça do médium.
Para ter um meio de entrar em contato com os espíritos,
Encha os pulmões com ar, e faça uma imagem mental de
você deve transformar seu paciente em médium. Esta trans-
que êste ar está cheio de energia vital. Seu corpo assimila
formação é fácil. Você deve fazer o seguinte: aprofunde o
esta energia vital e, ao expirar, você imagina que esta ener-
transe ao máximo e use a psicografia ou a bola de cristal.
gia flui através dos seus braços, penetrando na cabeça e no
Para usar a psicografia, você deve pôr um lápis na mão
corpo do médium, refazendo assim, as energias gastas du-
do f u t u r o médium e apoiá-la sôbre uma fôlha de papel. De-
rante a incorporação. Você faz as vêzes de bomba, bombean-
pois, deve dizer mais ou menos o seguinte: «Desejo entrar
do vitalidade no médium. Faça isso durante alguns minutos.
em contato—com—algum espírito. Queira escrever~~seü nome.»
O espírito lhe poderá informar sôbre o tempo do passe. As
Repita estas frases.
vêzes, êle se oferece para auxiliar. Neste caso, o resultado
Uma vez escrito o nome, você deve pedir ao espírito, que
será ainda melhor.
lhe informe o que fazer para desenvolver o médium. Tam-
Acorda-se o médium pelo mesmo processo usado para
bém, poderá fazer outras perguntas de seu interêsse.
acordar uma pessoa hipnotizada.
No trato com os espíritos, use -sempre de seriedade e
comporte-se como pessoa educada. Não escrevi êste livro para
irresponsáveis e brincalhões.
Acad. DR. ALBERTO L BARRETTO
0
R. C o n s . C r i s p i n i a n o , 29 • 8 And.
46 —-
Tels. 3104-8898 - 3104-6985
CEP 01037-001 São Paulo • Sr
EXPLICAÇÕES DO ESPIRITISMO mentos, o Sr. Subconsciente apresenta suas outras personali-
dades, de acordo com a teoria espírita.
Há uma outra teoria q u e antigamente estêve muito em vo-
ga, mas que atualmente tende a desaparecer. É a teoria de-
moníaca. Esta resolve o assunto com muita facilidade. Sim-
plesmente atribui todos êstes fenômenos ao 4^'llülli- 0 -
A opinião dos homens de ciência diverge destas duas teo-
rias citadas. Eles atribuem tudo ao Sr. Subconsciente. Dizem
que êste poderoso Senhor é um grande artista. Êle dispõe de
capacidade fantástica para criar novas personalidades. Usa
sua memória prodigiosa, que nada esquece. Serve-se da per-
cepção extra-sensorial e de outros fenômenos da parapsicologia.
Se o espírito fala algum idioma_qutí—o médium nãõ co-
nhece, então dizem que o médium,(nalguma.->fase de sua vida,
ouviu falar nesse idioma. Dizem q u e c T S r . Subconsciente tem
uma extraordinária capacidade de aprender. Basta ver ou ou-
vir alguma vez, que já é o suficiente.
Pela experiência, você poderá verificar que certos pacien-
tes, de fato, possuem esta capacidade. Isto, me leva a pensar
n u m novo método de ensino, mais rápido e eficiente. Os es-
tudantes devem estudar dormindo, dormindo o sono hipnotico"
Êste processo de ensino atingirá o Sr. Subconsciente. Todos
o"s~~cõnhecimentos do Sr. Subconsciente poderemos transferir
ao Sr. Consciente. pek?_jmiiirêgQ-cki_sugestão. E_.es.tará resol-
vido o difícil problema do ensino.
Devemos estudar o espiritismo, a fim de verificar se dêle
podemos aproveitar alguma coisa em benefício do médium.
Em certas experiências, como por exemplo, na Psicoscopia,
você poderá verificar um maior rendimento do paciente, quan-
do o auxílio dos espíritos fôr solicitado. Faça a experiência.

Existem numerosas teorias para explicar os fenômenos


mediúnicos. Assim temos, por exemplo, a teoria espírita,
que atribui êstes fenômenos ao espírito de alguma pessoa
falecida. Segundo esta teoria, o espírito é imortal, persis-
tindo depois da morte. Do M u n d o Invisível êle pode co-
municar-se com os vivos, por intermédio de algum médium.
A experiência parece confirmar esta teoria. Mas deve-
mos levar em conta o tal de condicionado, isto é, o conhe-
cimento prévio da teoria espírita por parte do Sr. Subcons-
ciente. O espiritismo está muito" espalhado entre nós e é
difícil, ou mesmo impossível, encontrar alguém, que não
tenha ouvido falar desta religião. De posse desses conheci-

48 — — -49
•! C 11.
MEU AMIGO SEGUNDA PARTE

A ESCRAVIZAÇÃO DO E S P Í R I T O

Aceite meus parabéns por ter agüentado esta primeira


parte do livro. Aqui, eu lhe dei um conhecimento geral e
bem resumido do hipnotismo. Caso lhe interessem maiores
conhecimentos, compre alguns livros sôbre o assunto. Sem
conhecer a hipnose, você não seria capaz de compreender a
segunda parte deste livro, cujo estudo iniciarei agora.
Continue firme, pois vale a pena!

" N ã o temos nós o d i r e i t o de c o m e r e b e b e r ? Se nós vos s e m e a m o s as


coisas espirituais, será m u i t o recolhermos de vós bens m a t e r i a i s ?
N ã o sabeis vós q u e o s q u e prestam serviços sagrados, d o p r ó p r i o t e m p l o
se a l i m e n t a m ; e q u e m serve ao altar, do altar tira o seu s u s t e n t o ?
A s s i m o r d e n o u t a m b é m o S e n h o r aos q u e p r e g a m o E v a n g e l h o , q u e vivam
do Evangelho."
(I C o r í n t i o s 9-'i, 11, 13, 14.)

Q u a n d o nascemos, nosso espírito ou Sr. Subconsciente,


está c ^ p l e t a m e n t e v a g i o de idéias. Com o aumentar da idade,
êle recejae^jisüinpãencias ~ 5 õ r n e T ã Torna-se um p r o d u t o do
ambiente em que vive. Se nasceu em família cristã, forçosa-
mente será cristão e estará convicto que esta é a única reli-
gião verdadeira. Por sua vez, a criança, que nasceu entre mao-
metanos, seguirá a religião de Maomé.

50 — — 51
go, a situação psicológica dêstes, e logo vai descobrir que
O Sr. Subconsciente deixa-se doutrinar por qualquer idéia,
são indivíduos que sofrem de um sentimento ou complexo de
mesmo que seja uma das mais absurdas.
culpa, e ç]ue procuram no sacerdócio um meio de autopunição^
Nos primeiros dias de vida, já iniciam a nossa escraviza- São os que gostam de dizer: « E u pecador» e «minha culpa»,
ção religiosa sistemática. Ela começa com o batismo e conti- depois de feito o «grande pecado».
nua com a primeira comunhão, crisma, etc. Não nos dão folga.
É missa todos os domingos. Quem não a assistir comete pe-
cado mortal e, em caso de falecimento, vai diretamente para
o inferno, onde haverá choro e ranger de dentes. As religiões
sempre usam a emoção do mêdo para nos sensibilizarem, isto
é, para fazerem "aílorar o nosso subconsciente e, assim, alcan-
çá-lo melhor com as suas sugestões, que naturalmente sempre
são feitas em benefício dos profissionais que vivem à custa
dos crentes. A vontade dos sacerdotes e vontade de Deus é
sempre a mesma. Êste fato dá para desconfiar.
O sacerdote, através de milhares de anos, sempre ocupou
uma posição de destaque na sociedade. Não devia, como não
deve, ser um dos piores meios de ganhar a vida.
O q u e os sacerdotes ignoram é a sua própria escravidão
São indivíduos que t ê m o seu Sr. Subconsciente completamen-
te escravizado. Foram moldados à força. Sofrem de uma pas-
sividade clerical q u e lhes foi artificialmente induzida.
Observe, meu amigo, como se faz um sacerdote. Come-
çam sugestionando os meninos sensíveis, dando-lhes a enten-
der que «o sacerdote tem o céu garantido». Nesta tarefa,
usam sempre o mesmo princípio de hipnose: sensibilizar pelo
mêdo. O menino quer escapar do inferno e entra «volunta-
riamente» n u m seminário, onde durante muitos anos é sub-
metido a processos psicológicos especiais, a fim de prepará-lo
para o exercício de sua profissão.
Para q u e êle não se livre da escravidão mental, seus su-
periores tomam as providências necessárias. Submetem o po-
bre ao voto de obediência e, por todos os meios, procuram
evitar q u e êle entre em contato mais íntimo com o povo. A
batina s e r y e d e bom isolante. Todos os dias, êle é obrigado
a Ter o Breviário. Além disso, deve fazer outras práticas reli-
giosas. A inobservância destas, causaria o descondirionamento
do subconsciente, e êle passaria a aceitar as sugestões do meio
ambiente, desistindo da vida de sacerdote, a fim de viver como
nós outros pecadores.
Muitos para me contrariar, dirão que adultos também
ingressam nos conventos. É verdade. Mas observe, meu ami-

52 — — 53
CENTROS DE ESCRAVIZAÇÃO MENTAL
^ '
.iL.No altar, vemos o fogo das velas. Sabe-se q u e a luz do
. fogo tem grande poder hipnótico. E para a u m e n t a r êste po-
der, aincla enchem o altar com objetos brilhantes, destinados
a refletir a luz cintilante das velas.
n T a m b é m não se esqueceram de usar o poder hipnótico da
musica, uma música m o n ó t o n a , à qual os sensíveis não resistem.
O canto constitui u m a das armas mais poderosas q u e os
sacerdotes usam para conquistar os Srs. Subconscientes. Esta
música vocal é um i m p o r t a n t e elemento de hipnotização, prin-
cipalmente q u a n d o fôr cantada com uma só voz.
Através de longa experiência, os sacerdotes conseguiram
produzir uma obra-prima de canto litúrgico. Chama-se canto-
chão. T a m b é m é conhecido por «canto gregoriano». Consiste
numa toada m o n ó t o n a ou declamação melodiosa. C o m êste
«canto 3ã sereia» conseguem q u e b r a r as últimas resistências
dos subconscientes teimosos.
^ A g o r a , vejamos o agente dessa hipnotização. Lá está o
Sr. Sacerdote, geralmente ocupando u m a posição elevada, a
fim de forçar os olhos dos crentes para cima, produzindo nêles
um cansaço visual, que favorece a hipnose.
O b s e r v e a vestimenta do sacerdote. N ã o é a mesma q u e
vestimos, nós, pobres pecadores. É tôda estranha e p o m p o s a .
Destina-se a impressionar os crentes.
5- Passamos, agora, a considerar o principal elemento de
hipnotização: a palavra. E como êle a sabe usar com perfei-
ção. E é lógico q u e assim seja, pois passou muitos e muitos
anos treinando. Êle conhece perfeitamente o valor da pala-
vra. Êle sabe q u e ela é o seu principal i n s t r u m e n t o de trabalho.
(e Aqui, convém fazer uma referência à campainha de Pav-
lov. De acordo com a experiência, cada vez q u e o cão ouvia a
Meu amigo: campainha, salivava, em conseqüência do reflexo condicionado
Os centros de esrravi^nrãn rln pspírim FFIN AS ifirpjfls NPC. q u e Pavlov tinha nêle desenvolvido. Ao ouvir a campainha,
o cão sentia-se obrigado a salivar. Temos aí uma ação invo-
tas, e feita ã hipnotização coletiva do p o v o . . U m a igreja é,
luntária, em resposta a um estímulo sonoro.
pois, um C e n t r o de Hipnotização Coletiva.
Os sacerdotes também possuem uma campainha, mas é
Milhares de anos de experiência profissional, no terreno
uma campainha bastante grande, e chama-se sino. Q u a n d o êste
da hipnosej levaram os sacerdotes a aplicar nos seus «estabe-
toca nos domingos, não há crente condicionado q u e possa
lecimentos», t u d o o q u e pudesse favorecer o transe. Adota-
resistir ao chamado de comparecer à missa. E o q u e acontece
ram todos os fatores q u e pudessem favorecer a hipontização.
se êle não obedecer ? Neste domingo, êle se sentira como o
Vejamos quais são êles. Vamos começar pelo local. Ê s t e deve
mais infeliz dos mortais. Está em pecado mortal e, caso fa-
,-ser semi-escuro, silencioso, impregnado de misticismo e não
lecer, terá q u e e n f r e n t a r o fogo do inferno e os instrumentos
raras vêzes dê"'fumaça, proveniente de substâncias que, quan-
de tortura usados pelo diabo. Vale a pena ir à missa, e ter
do queimadas e' inaladas, favorecem o transe.
o seu sossego espiritual.

54 — ...
ASSUNTO MELINDROSO A B í B L I A

Meu amigo:

Pelos conhecimentos q u e eu lhe dei até aqui, você ficou


sabendo q u e seu espírito, ou subconsciente sofreu as influên- A Bíblia é uma obra composta de sessenta e seis livros.
cias do amEIente em q u e viveu. Você p.stá esrrnvi?arln n n"m Foi escrita d u r a n t e um período de mais de mil anos. Repre-
m o d o de pensar e julgar, 2 dificilmente irá admitir uma idéia senta, para os cristãos, a palavra de D e u s . P o r t a n t o é infalível.
q u e venha contrariar outra q u e já existe impressa na sua men- Para mim é um livro como qualquer outro. Na Bíblia, encontrei
te. O subconsciente procura d e f e n d e r suas idéias e, muitas verdades e mentiras. Principalmente mentiras. E aqui segue
vezes, certas passagens deste livro lhe vão chocar profunda- uma «amostra»: « E n t ã o o Senhor fêz falar a jumenta, a qual
m e n t e . Você deve reagir conscientemente, pois já conhece êste disse a Balaão: Q u e te fiz eu, q u e me espancaste já três vezes?»
mecanismo de reação do subconsciente. Deverá julgar tudo com (Números 22.28).
imparcialidade. Um julgamento imparcial é dificílimo de ser Um exemplo de verdade bíblica, você poderá ler em J o ã o
feito. S e m p r e há a interferência do «nosso p o n t o de vista». 1.18. Diz o seguinte: «Ninguém jamais v i " ;t Deus.»
A n t e s de aceitar o q u e eu afirmo, você pode e deve re- C o m o neste livro, vou tratar da vida de Jesus, a minha
correr à prova experimental. Ela é a única que merece al- atenção se voltou principalmente para os q u a t r o Evangelhos.
g u m crédito. M a s cuidado com a interpretação do resultado Êstes, foram escritos mais de trinta anos após a m o r t e de
de certas provas. Jesus. N e n h u m dos escritores viu coisa alguma. Apenas es-
É difícil a verdade. Mais fácil é permanecer na ignorância. creveram o q u e ouviram dizer. Portanto, a f o n t e de informa-
ção, para um estudo criterioso da vida de Jesus, é bastante
falha. E para maior desgraça ainda, acontece q u e os Evan-
gelhos são livros de propaganda. Foram escritos para fazer
a propaganda do cristianismo.
Pelos motivos citados, eu me vi forçado a adotar um pro-
cesso um tanto desonesto, servindo-me só daquelas passagens

56 —• 57
que me eram favoráveis. Isto, aliás, não constitui uma novi- A VIDA DE JESUS
dade, pois sabemos que as numerosas seitas cristãs só citam
as passagens da Bíblia que lhes são favoráveis. Também sa-
bemos que, no passado, os cristãos modificavam os Evangelhos
de acordo com os seus interêsses.
A «ave de mau agouro», q u e conhecemos pelo nome de
João, conhecendo esta tendência modificadora dos cristãos,
escreveu em seu Apocalipse, capítulo 22, versículos 18 e 19
o seguinte: «Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus
lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; e se alguém
tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus
tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa, e das coi-
sas que se acham escritas neste livro.» E s p í r i t o de D e u s + o p e r a ç ã o teológica = Espírito Santo e Espírito Imundo.
Até no tempo do velho Moisés, já existia esta prática de
modificar os livros sagrados, de acordo com a conveniência
dos sacerdotes. P o r êste motivo, Moisés escreveu o seguinte:
A vida de Jesus é descrita nos Evangelhos. Êstes, em
«Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminui-
n ú m e r o de quatro, foram escritos por Mateus, Marcos, Lucas
reis dela, para q u e guardeis os mandamentos do Senhor vosso
e João. Alguns dêstes escritores tiveram uma imaginação bas-
Deus, que eu vos mando.» ( D e u t e r o n ô m i o 4.2.) «Tudo o
tante fértil. Acharam conveniente enfeitar a vida de Jesus
q u e eu te ordeno, observarás; nada lhe acrescentarás nem di-
com algumas lendas à moda antiga. Temos, assim, a linda
minuirás.» ( D e u t e r o n ô m i o 12.32.)
história do presépio, da visita dos magos, da fuga para o Egi-
Não posso deixar de reconhecer q u e a Bíblia «Sagrada»,
to, da matança dos inocentes. E também aquela em que um
de fato, é um «grande livro». . . de pornografia^
peixe teve que pagar, com a sua vida e o seu dinheiro, o im-
Se você, meu amigo, não concordar comigo, então consulte
posto que deviam Jesus e Pedro. ( M a t e u s 17.27.)
a Bíblia nos! seguintes lugares: Gênesis 19.1-8; 19.30-38;
Ao escreverem a história do nascimento de Jesus, os evan-
20.1-18; 34.1-24; 38.1-30; Números 5.11-31; Juízes 19.22-30;
gelistas esqueceram de olhar para o Calendário, e os fatos
II Samuel 12.8-12; 13.1-22; 16.20-23; I Reis 1.1-4; Provér-
históricos da época. Assim sendo, podemos verificar que Je-
bios 7.10-23; Cântico dos Cânticos 7.1-9; Ezequiel 4.12;
sus nasceu seis anos antes do recenseamento mandado fazer
Oséias 1.2.
por César Augusto. Por sua vez, o terrível rei Herodes, o
T a m b é m não posso deixar de reconhecer que «Salomão
Grande, morreu quatro anos antes de Jesus nascer. Q u e man-
era o mais sábio de todos os homens.» (I Reis 4.31.) E,
cada! Por falar em Herodes, esta história de um rei infan-
aqui, esta a prova de sua sabedoria: «Tinha setecentas mulhe-
ticida, que persegue seu provável sucessor, era muito comum
res, princesas, e trezentas concuhinas„». - ( I Reis 11.3.) Eor&.
na mitologia dos povos antigos.
as que êle tinha «por fora».
Gosto do Evangelho de Lucas. Êste inicia no lugar certo.
Começa antes do nascimento de Jesus, começa com Zacarias e
Isabel. T r a t a v a - s e . d e um sacerdote e de sua mulher.

58 — — 59
A o s quais disse: Assim diz o Senhor, o D e u s de Israel: Cada um cinja
a espada sôbre o lado, passai e tornai a passar p e l o arraial de porta em
p o r t a e m a t e cada um a seu irmão, cada um a seu a m i g o , e cada um a
seu v i s i n h o .
E f i z e r a m os f i l h o s de Levi s e g u n d o a palavra de M o i s é s : e caíram do
povo n a q u e l e dia uns três mil h o m e n s " . (Êxodo 32.27,28.)
" E n t ã o f a l o u M o i s é s aos f i l h o s de Israel q u e levassem o que tinha
b l a s f e m a d o para f o r a do arraial e o a p e d r e j a s s e m . " (Levítico 24.23.)
" O l h o u de uma e de o u t r a b a n d a , e v e n d o q u e n ã o havia ali n i n g u é m ,
m a t o u o egípcio, e o escondeu na a r e i a . " ( Ê x o d o 2 . 1 2 . )
" M o i s é s era o mais m a n s o de todos os h o m e n s q u e havia na t e r r a . "
( N ú m e r o s 12.3.)
Se êste era o " m a i s m a n s o " , como n ã o seriam os o u t r o s ? !

Êste Zacarias, certo dia, teve que queimar o incenso no


santuário do Senhor, em Jerusalém. O incenso, com seu poder
hipnótico, produziu nêle um estado de transe, durante o qual
teve uma alucinação. Viu um anjo, que lhe anunciou exata-
mente o que êle e sua mulher mais desejavam: ter um filho
— e que êste fôsse o Messias, o salvador do povo judeu.
Havia muitos séculos que êste povo vivia sofrendo sob
o jugo estrangeiro e sempre os profetas anunciavam a vinda de
um libertador, q u e iria unir novamente os israelitas, restaurar
o trono de David e, com o auxílio de Deus, conquistar todos
os outros povos. A perspectiva era bonita. Por êste motivo,
tôda futura mãe esperava que seu filho fôsse o anunciado.
Na época em que Jesus nasceu, quase tôdas as mães judias
sofriam dessa obsessão coletiva.
Volto ao anjo. Êste disse a Zacarias, que sua mulher
iria dar à luz um filho, e que êste deveria chamar-se João.
Assim como foi dito, aconteceu.
Na época em que Isabel esteve grávida, ela recebeu a
visita de uma parenta chamada Maria. Esta era casada com um
tal de José, que, por sua vez, era descendente do rei David.
MOISÉS
Maria demorou-se três meses em casa de Zacarias. Aí entrou
Fundador do judaísmo e grande amigo dos soldados
em contato com o espiritismo, praticado por Zacarias e Isabel.
Disse-lhes Moisés:
Ambos eram médiuns de incorporação. Ambos incorporavam
" A g o r a , pois m a t a i de e n t r e as crianças todas as do sexo masculino, e
matai tôda m u l h e r q u e coabitou com a l g u m h o m e m , deitando--se com êle.
o Espírito Santo.
P o r é m todas as m e n i n a s , e as jovens q u ê n ã o coabitaram com a l g u m Aproximadamente mil anos antes de Jesus, no tempo dos
h o m e m , d e i t a n d o - s e com êle, deixai-as viver para vós outros". ( N ú m e r o s 31. reis Saul e David, todos os espíritos que incorporavam eram
17 e 1 8 . )
chamados indistintatmente «Espírito de Deus».

60 —
— 61
Você poderá ler em I Samuel 10.10: «Chegando êles a de u m a mulher. Acho mais razoável, atribuir a paternidade
Gibeá, eis q u e um grupo de profetas lhe saiu ao encontro; o de Jesus ao Sr. José, legítimo esposo de Maria.
Espirito de Deus se apossou de Saul, e êle profetizou no Maria, como todas as mulheres israelitas, desejou que
meio dêles.» seu filho fôsse o Messias. Êsse desejo a r d e n t e produziu nela
E I Samuel 19.20: «E o Espírito de Deus veio sôbre as alucinações referentes ao libertador do povo judeu. Maria
teve uma razão a mais, para justificar seu desejo. Era casada
os mensageiros de Saul, e também êles profetizaram.»
com José, descendente de casa de David. E segundo os Pro-
Em Samuel 19.23: « E n t ã o foi para a casa dos profetas fetas, o Messias seria descendente de David.
em Ramá; e o mesmo Espírito de Deus veio sôbre êle, que,
/ Apenas acabou de nascer o menino, e logo começou o
caminhando, profetizava até chegar à casa dos profetas, em
seu preparo para a grande obra. Logo lhe aplicaram o nome
Ramá.
) de Jesus, que significa salvador, libertador.
No t e m p o de Zacarias e de Jesus, a teologia do judaísmo 1
A mãe encarregou-se de doutrinar o subconsciente dessa
já era outra. Nesta época, os judeus já conheciam o diabo. criança. Sabemos qnp ns mãe têm poder hip.nnl.im sobes—QS t
Em conseqüência desta valiosa aquisição teológica, os sacer- filhos, principalmente q u a n d o f o r e m hipersensíveis. O sub- /
dotes racharam pelo m e i o o Espírito de Deus e fizeram duas consciente dessa criança ficou tão impregnado da idéia messiâ-
novas categorias de espíritos: O Espírito Santo e o Espírito nica q u e mais tarde, em conseqüência disso, deu-se uma dis-
Imundo. sociação, aparecendo uma segunda personalidade, sob o nome
Assim sendo, só baixavam estas duas espécies de espíritos. de Espírito Santo, e q u e impulsionava Jesus em direção ao
E por q u e não baixavam os espíritos dos mortos ? Êstes não objetivo sonhado pela mãe.
podiam manifestar-se, pois Moisés, em seu quinto livro, cha- Se você, meu amigo, ainda não praticou o espiritismo,
m a d o D e u t e r o n ô m i o , proibiu aos judeus que consultassem os q u e lhe ensinei na Primeira P a r t e dêste livro, provavelmen-
mortos. te n ã o compreendeu bem o q u e escrevi linhas atrás.
A identificação dos espíritos era feita de acordo com as V o u continuar com a vida de Jesus. Aos oito dias de
suas tendências. Se eram personalidades boas, recebiam a de- idade, o menino foi circuncidado, passando a fazer parte inte-
nominação de Espírito Santo. Se, pelo contrário, eram más, grante do povo judeu e de sua religião. Felizmente os cris-
passavam p a r a a categoria de Espírito I m u n d o , também cha- tãos simplificaram êste batismo. C o m o se ve, meu amigo, os
mado Demônio. cristãos também fizeram alguma coisa boa. Antes entrar
Maria, em brave, tornou-se uma médium. Começou a na água do que na faca.
ter alucinações, vendo anjos. Êstes sêres alados, os judeus «Passados os dias da purificação dêles segundo a lei de
f o r a m conhecer no cativeiro da Babilônia. Devido aos moder- Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor,
nos meios de locomoção pelo ar, os anjos ficaram despresti- conforme o q u e está escrito na lei do Senhor: Todo primo-
giados, e os médiuns atuais não os vêem mais. Êste fato pa- gênito ao Senhor será consagrado-, e para oferecer um sacrifício,
rece comprovar, q u e t u d o não passa de um condicionado, isto segundo o q u e está escrito na referida lei: Um par de rôlas
é, o m é d i u m só apresenta fatos dos quais teve um conhecimen- ou dois pombinhos.» (Lucas 2.22-24.)
te anterior. Com êste ato, dedicaram Jesus à «carreira de rabino».
Diz a Bíblia que o Espírito Santo baixou em Maria, e Aos doze anos, vamos encontrá-lo exatamente onde devia
q u e esta cometeu adultério com o tal, colocando seu pobre estar: No T e m p l o de Jerusalém.
marido José em situação um t a n t o desagradável. A Bíblia não nos diz onde Jesus esteve dos doze aos
Isso só poderia ser possível, se o Espírito Santo estivesse trinta anos. Isto nos dá oportunidade para imaginar muita
incorporado no velho Zacarias. N ã o me consta, q u e de um coisa. U n s acham q u e êle estêve na í n d i a ou noutros países,
estado de dissociação mental possa resultar a autofecundação e s t u d a n d o ciências ocultas. Não creio nesta hipótese, pois sa-

62 — — 63
ESCOLAS DE PROFETAS
bemos q u e os judeus eram os mais adiantados nessas ciências.
Através das sinagogas e lojas maçónicas, que mantinham es-
palhadas por todo o mundo, conseguiam todos os conhecimen-
tos das ciências secretas. Andavam sempre bem informados, e
a sua «cabala» alcançou tal perfeição, que, ainda hoje, transpa-
rece enT"cácIã livro maçónico. Em vista disso, sou de parecer
que Jesus permaneceu na Palestina, preparando-se para o sa-
cerdócio e para as suas f u t u r a s atividades «políticas».

Nestas escolas, estudavam os f u t u r o s sacerdotes do ju-


daísmo. Tendo em vista os conhecimentos dêstes, podemos
supor que estudavam o seguinte: Os: livros do Velho Tes-
tamento, as práticas religiosas, a magia, a hipnose, etc.
Na aula de psicologia sacerdotal aprendiam os Deveres
.. do Sacerdote. Êstes eram os seguintes:
1. O sacerdote deve sempre lembrar-se que tôda men-
tira dita, com insistência, durante longo tempo, torna-se uma
verdade.
2. Deve lembrar-se que o povo deve acreditar no so-
brenatural; o sacerdote, nunca.
3. Deve difundir, por todos os meios, o mêdo da morte.
4. Deve falar, em cada sermão, direta ou indiretamente
no fenômeno da morte.
5. Deve dar a entender aos homens que a religião os
pode libertar da morte. Para êste fim, deve falar em alma
imortal e ressurreição dos mortos. Ao falar, deve simular
grande convicção, embora saiba que esta conversa só serve
para satisfazer o egoísmo dos crentes.
6. Deve sempre usar a hipnose acordada para destruir
o espírito crítico das pessoas.

64 - — 65
r
5 C.H.
7. Deve estimular o sentimento de culpa e o desejo de O B J E T I V O D E JESUS
auto-punição. Para êste fim, deve falar em «pecados» e em
«penitência».
8. Deve usar a hipnose - acordada para induzir os hi-
persensíveis ricos a fazerem doações para a igreja.
9. Deve explorar ao máximo a emoção do mêdo, sob to-
das as formas, pois o mêdo gera o sentimento' de culpa e êste
dá origem ao desejo de auto-punição. Os indivíduos que batem
no peito e exclamam «eu pecador», são os melhores elementos
para serem manejados pelos sacerdotes.
10. Deve explorar o amor-próprio dos crentes, dizendo
que Deus se preocupa muito com êles, portanto são pessoas
importantes.
11. Deve prometer «recompensas», ( m u i t o duvidosas)
aos que obedecem aos sacerdotes e fazer «ameaças» aos deso-
bedientes.
12. Deve dizer aos crentes que a religião é necessária
para manter a ordem social. Se alguém tiver a audácia de
afirmar que esta ordem é mantida pela polícia, deve acusá-lo
de blasfemador.
Na aula de química, os alunos aprendiam a fazer o incenso.
Êste cOfisistiã numa mistura de resinas aromáticas e substân-
cias tóxicas e narcóticas destinadas a aumentar a sugestibili-
dade e, assim, facilitar a hipnotização dos freqüentadores das
sinagogas.
Em grande segredo, aprendiam a composição do Incenso
Sagrado. Êste levava umas boas «pitadas» de ópio e maconha.
Visto estas substâncias viciarem as pessoas que as usam freqüen-
temente, Moisés estabeleceu a pena de morte para os leigos que
usarem o Incenso Sagrado. ( Ê x o d o 30.3S.)
Na aula de hipnotismo, estudavam, por exemplo, o método
Jesus desejava ser o Rei dos Judeus.
que o profeta Elias usou para ressuscitar o filho da viúva de
Sendo Jesus um hipersensível, e tendo seu subconsciente
Sarepta, e como fêz, para multiplicar a farinha e o azeite. Do
fortemente sugestionado pela mãe, formou-se nêle uma se-
mesmo modo, estudavam a «técnica» que o profeta Eliseu em-
gunda personalidade, chamada Espírito Santo, que o impul-
pregou para ressuscitar o filho da sunamita, como multiplicou
sionou em direção a êste objetivo.
os pães e como conseguiu curar o leproso Naamã, o sírio.
Jesus, sendo rabino, forçosamente devia ter estudado numa Por êste motivo, preparou-se longamente para a grande
destas escolas. aventura. Estudou tudo referente ao Messias, e o Livro de
Observação: A sunamita acima citada, não é a mesma que Enoque constituía sua leitura predileta. Êste livro tratava
arranjaram para «aquecer» o velho rei David. Vemos que os da vinda do Salvador e de suas f u t u r a s atividades.
antigos usavam «formas muito interessantes» para resolverem Naquele tempo, todo mundo queria ser o Messias. Mas
o problema da calefação. (I Reis 1.1-4.) os candidatos sempre fracassavam. Os romanos já estavam

66 — — 67
fartos com esta espécie de religiosos fanáticos. Êles excitavam JESUS I N I C I A SUA MISSÃO
o povo e o lançavam contra os romanos que, naquela época,
dominavam o país.
Em vista destes precedentes, Jesus teve que agir com
muita cautela. Iniciou seu movimento em Cafarnaum, a gran-
de distância de Jerusalém.
Em primeiro lugar, era preciso unir todos os israelitas
numa nova seita, pois, naquela época, os adeptos da religião
de Moisés achavam-se divididos em três grandes seitas: Fa-
riseus, saduceus e samaritanos. Antes da união política, era
necessário fazer a união religiosa. Depois, sim, viria o golpe
político.

A Trinca Terrível. Também conhecida por Santíssima Trindade

Aos trinta anus, Jesus iniciou suas atividades.


Antes de seguir para Cafarnaum, confessou seus pe-
cados ao João Batista e foi por êste purificado com as águas
do Jordão. Naquele tempo, o batismo era assim. H o j e , os
cristãos usam o batismo em substituição à__ circuncisão. Se
assim não tivesse feito, dificilmente teriam encontrado um
f u t u r o cristão adulto, que quisesse ser batizado, isto é, cir-
cuncidado.

68 — — 69
OS DOZE APÓSTOLOS
Aqui, convém fazer uma referência a João Batista. Êste
era filho do velho Zacarias, p o r t a n t o parente, amigo e colega A GUARDA PESSOAL DO MESSIAS
de Jesus. Nomes dos guardas:
João Batista iniciou, antes de Jesus, o seu movimento.
Na época do batismo, já possuía discípulos e algum prestí-
gio. T a m b é m desejava ser o Messias. Êste fato não era
1. Pedro, Simão. Celas.
ignorado pelo Governador Herodes An tipas, filho de Herodes,
o Grande, qiie, por êste motivo, mandou cortar a cabeça dês-
te f u t u r o libertador.
Volto ao batismo de Jesus. Diz a Bíblia, que, quando foi 2. J u d a s Iscariotcs.
batizado, «baixou nêle o Espírito Santo.» (Lucas 3.22) Êste
fato nos prova, que Jesus sofria de um estado de dissociação
mental. Freqüentemente manifestava-se nêle uma outra per-
sonalidade, chamada o Espírito Santo. Mais tarde, apareceu 3. Simão, Z e l o t e .
outra nova personalidade, q u e se denominava «O Pai».
Vemos que Jesus sofreu de uma tripla personalidade. Dês-
te fato simples, os cristãos fizeram seu maior mistério: O 4. M a t e u s , Levi.
Mistério da Santíssima Trindade.
Êste mistério pode ser explicado, pelo seguinte esquema:

{
5. T o m é , Dídimo.
a
l. Personalidade: O Filho

6. J u d a s , T a d e u .

2. a Personalidade: O Espírito Santo


7. Bartolomeu.
3. a Personalidade: O Pai
Para o futuro, os cristãos devem inventar mistérios mais
difíceis. As cisões da personalidade já são muito conhecidas.
Até o povo de pouca instrução já sabe que existem casos de S. A n d r é .

múltiplas personalidades. *

9. João.

10. Filipe.

11. T i a g o , f i l h o de A l f e u .

12. T i a g o , f i l h o de Z e b e d e u .

— 71
70 —
<f—i> Cf—-p do auxílio de numerosos ajudantes. Êstes serviam de guarda-
£Ufí£N SLA-LEAO 6A0E costas, propagandistas, agentes de viagem, mensageiros, auxi-
liares na indução de alucinações coletivas, etc.
V a m o s ver como Jesus resolveu á problema do pagamen-
to destes auxiliares. Usou a mesma f o r m a de remuneração q u e
OI
usam certos candidatos a cargos públicos para recompensarem
°[7^S
seus cabos eleitorais. Fêz promessas. P a r a q u e estas fossem
aceitas, adotou o seguinte p r o c e d i m e n t o : e s c o l h i a j s ó _ i n d i v í d n o s .
hipersensíveis, nos guajs__podia usar a hipnose acordada. De-
r r z ^ P ( f d c p pois^ Fãziir "sen* "prestígio cie" «Mêssiás»,~~üsándcT~as alucinações
ISSACAR hipnóticas. O b t i d o o prestígio junto aos apóstolos, êstes pas-
«2£8ULOM
savam a aceitar tôda e qualquer promessa.
Posso dizer q u e êle usou a Jiipnose para escravizar seus
discípulos. M u i t o s me irão contradizer ao a f i r m a r q u e , com
• p a hipnose, n ã o p o d e m o s escravizar n i n g u é m , pois, o indivíduo
ficaria traumatizado e se revoltaria contra o hipnotizador. I s t o
0 v < r ^ de f a t o acontecerá, se o h i p n o t i s t a fôr inábil e estúpido.
Q u e m conhece a hipnose, sabe q u e esta s e m p r e consiste
{numa transferência positiva, q u e s e m p r e estabelece relações
EFRAIM
? <ü Cr j de simpatia entre o h i p n o t i z a d o ? ~ ê " ~ ò " h i p n o t i z a d o . C o m o
g£NjAHim I auxílio de sugestões adequadas, p o d e m o s t r a n s f o r m a r esta sim-
patia em sólida amizade. E o indivíduo terá confiança cega em
nossas promessas.
E foi assim q u e Jesus os levou na conversa. Mas o tem-
po foi demasiado longo e, de vez em q u a n d o , os discípulos co-
meçavam a descrer das promessas, ameaçando abandoná-lo. Pa-
ra fazê-los voltar à obediência cega, Jesus usou do seguinte
recurso: H i p n o t i z a v a seus discípulos d u r a n t e o sono normal,
f <? CP— e incutia nêles o desejo de servirem o M e s t r e .
DA
NAFTALJ
1> Jesus dormia em companhia de seus discípulos. Assim
sendo, era facílimo o e m p r ê g o dêste processo de hipnotização.
f Certa vez, aproveitou-se do sono de P e d r o , J o ã o e Tiago,
x
para induzir-lhes um sonho. Neste sonho, sugeriu aos hipno-
p] ai tizados, q u e estavam vendo Moisés e Elias conversando com
Ôj 0 j êle. Visava com isto, reabilitar o seu prestígio. Depois, su-
I geriu o aparecimento de u m a n u v e m , e desta fêz sair u m a voz,
dizendo: «Êste é o meu filho, o meu eleito: a êle ouvi.» Com
esta sugestão final, visava obter a obediência dos discípulos.
A GRANDE PROMESSA: Os doze tronos das doze tribos de Israel. ( L u c a s 9.28-36.)
Você mesmo, meu amigo, pode usar esta técnica de indu-
M u i t a s f o r a m as razões q u e -levaram Jesus a rodear-se ção do transe. É facílima. P a r a êste fim, você deverá apro-
de doze discípulos. N a s suas atividades, não podia prescindir ximar-se silenciosamente da pessoa q u e está d o r m i n d o . Es-
tando a certa distância, deverá começar a dizer, l e n t a m e n t e e
72 —
i

/
em voz bem baixa, o seguinte: «Continue dormindo. . . con- Vê-se, claramente, que a ordem consistiu numa simples
tioue^ d o r m i n d o . . . não acorde. . . não acorde.V7»"~Estas pa- sugestão hipnótica.
lavras7~~Você—devera repetir durante algum tempo. Lentamen- Num caso idêntico, se a pessoa fôr conhecida nossa, não
^C te, você deverá altear a voz, até à altura normal. Deve agir há necessidade de usar a hipnose, para conseguir o mesmo
com cautela, evitando acordar o paciente. Observe a respi- efeito. Faça a experiência.
ração"? Sè~'suã~ voz já fôr de altura normal, e o paciente não Jesus instruiu seus auxiliares. Ensinou-lhes como expul-
acordar, então diga: «Respire profundamente!» sar demônios e curar doentes. Aqui, êle foi esperto. Disse-
Se o paciente obedecer durante o sono, você pode estar lhes que deviam fazer estas coisas «em nome de Jesus». Que-
certo, de que êle está hipnotizado. Alcançando êste objetivo, ria o prestígio para êle.
você poderá dar sugestões, produzindo os fenômenos hipnóti- O Sr. Pedro foi um aluno protegido pelo Mestre. Ensi-
cos que lhe interessarem. nou-lhe, também, em particular, o truque das ressurreições,
A principal promessa, que Jesus fêz aos apóstolos, foi conforme veremos mais tarde.
aquela dos «doze tronos das doze tribos de Israel». Jesus seguiu o princípio que diz: «O bom mestre nem
Para comprovar o que afirmo, transcrevo, a seguir, um tudo ensina.» Êle sempre guarda algum conhecimento impor-
trecho da Bíblia. (Mateus 19.27 e 2 8 . ) tante, para rnanter seu prestígio diante dos alunos.
«27 E n t ã o lhe falou Pedro: Eis que nós tudo deixamos Assim sendo, Jesus nunca ensinou como fazer alucinações
e te seguimos: que será, pois, de nós ? hipnóticas. Seria demasiado perigoso, pois os discípulos iriam
descobrir, que o divino Messias não era nada mais do que um
28 Jesus lhes respondeu: Em verdade vos digo q u e vós vulgar hipnotizador.
os que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do ho-
mem se assentar no trono da sua glória, também vos assenta-
reis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.»
O «Filho do homem» significava o Messias. Era êste o
n o m e com q u e o profeta Daniel designava o salvador do povo
judeu.
Você ainda pode ler em Lucas 22.29 e 30:
«29 Assim como meu Pai me confiou um reino, eu vo-lo
confio,
30 para que comais e bebais à minha mesa no meu reino; e
vos assentareis em tronos para julgar as doze tribos de Israel.» B. Cor*. Crispiniano. 2 9
Está claro, que Jesus se referia a um reino terrestre, ou l o l s . 3104-8898 - qp
será que, no reino dos céus, os habitantes também têm neces- CÊP 01037-001 - Sao P»u!o
sidade de comer e ber ?
Os dois primeiros discípulos, André e Pedro, lhe foram
gentilmente cedidos por João Batista. (João 1.35-42.) Os
outros, êle foi arranjando aos poucos. Na escolha dos apóstolos,
êle não olhava para a instrução ou categoria social dos mesmos.
Somente escolhia aquêles, que eram hipersensíveis, isto é, ca-
pazes de dormir o sono hipnótico profunHoT * "
Assim, meu amigo, você pode. ler em Lucas 5.27 e 28:
«Passadas estas coisas, saindo, viu ' u m publicano, chamado
Levi, assentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me!
Êle se levantou e, deixando tudo, o seguiu.»

74 — — 75
O P R E S T Í G I O
Cristo-Rei. Êstes senhores acham que um rei vale mais que
um carpinteiro. Não seguem o lema: Fraternidade, Humani-
dade, Igualdade.

Este malvado cortou a minha orelha!

Incutiram-nos a idéia de que os cristãos são «gente mui-


to boa». Observe, meu amigo, qual a religião dos maiores
ladrões e patifes.
A questão do prestígio é de muita importância na hipnose.
Geralmente," nãn conseguimõs ^Tipnotizar nossos irmãos .er ami-
gos. Falta-nos o prestígio adiante dêles.
Diante de seus irmãos, Jesus andava tão desprestigiado
T o d o s os q u e vivem direta ou i n d i r e t a m e n t e da religião cristã, têm o m a i o r como qualquer um dos hipnotizadores atuais. Você pode ler
interêsse e m p r e s t i g i a r êste f i l h o d e D e u s , o u m e l h o r , d o E s p í r i t o Santo, q u e em João 7.5: «Pois nem mesmo os seus irmãos acreditavam
não foi "santo". nêle.»
Jesus só poderia alcançar seu almejado objetivo, se con-
seguisse grande influência sôbre o povo judeu. A hipnose
O n d e n ã o há prestípio, nãn há hipnose, constituía um meio de grande eficiência para conseguir pres-
tígio. Mas acontece que a hipnose, naquele tempo, era uma
Jesus sabia disso. Por êste motivo, era preciso fazer «ciência secreta"». E as escolas, que ensinavam ciências ocul-
prestígio a todo custo. Para alcançar êste objetivo, usou os tas, "estabeleciam a pena de morte para os que as divulgavam
milagres e os títulos de Filho de Deus, Filho de David, Filho
entre o povo. A t é hoje, certas sociedades secretas, como a ma-
do Espírito Santo, Filho de Israel e Filho do H o m e m . Mas
çonaria, procuram defender os seus «segredos», com a pena
nunca usou seu verdadeiro título: Filho do Carpinteiro. Êste
de morte.
seria contraproducente. Os cristãos atuais, também não gos-
Vejamos, o que nos diz o J U R A M E N T O DO M E S T R E
tam de usar seu título verdadeiro. Preferem chamá-lo de
M A Ç Ó N I C O : «Eu, Fulano de Tal, juro de minha livre von-

0 - — 71)
tade em presença do Supremo Arquiteto do Universo e desta A S BODAS D E C A N Á D A G A L I L É I A
Respeitável Loja Consagrada a São João de Escócia, que sole- Jesus transforma água em vinho
nemente prometo nunca revelar os segredos do grau de Mes-
tre. Se eu fôr perjuro, seja o meu corpo dividido ao meio, João 2. 1-12
sendo uma parte lançada ao Sul e outra ao Norte, e as minhas
entranhas arrancadas e reduzidas a cinzas e estas lançadas aos
ventos. Assim Deus me ajude. Amém.»
Os sacerdotes atuais, estão sujeitos ao V O T O DE OBE-
D I Ê N C I A . Portanto, não são pessoas livres. Não podem
pensar o que querem, mas somente aquilo que lhes é prescrito.
Que acontece a um sacerdote católico, que escreve um livro
a favor do Espiritismo ? E que acontece a um sacerdote pro-
testante, que escreve um livro a favor do Catolicismo ?
Jesus usou a hipnose para fazer os milagres e o seu
prestígio, colocando-se assim, em situação de ser castigado com
a pena de morte. Para evitar que isto acontecesse, procurou
rodear-se de doze guarda-costas, que sempre o acompanhavam
e protegiam. Êstes indivíduos andavam armados, conforme
nos prova a Bíblia. Podemos ler em Lucas 22.49 e 50: «Os
que estavam ao redor dele, vendo o que ia suceder, pergunta-
ram: Senhor, feriremos à espada ?»
Um deles feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe
a orelha direita.

MEU AMIGO: «1 Três dias depois, houve um casamento em Caná da Ga-


lileia, achando-se ali a mãe de Jesus.
A seguir, passaremos a estudar os milagres.
2 Jesus também foi convidado, com os seus discípulos, para
Para q u e estampar te" do livro não se tornasse muito mo-
nótona, e para lhe proporcionar mais alguns conhecimentos de o casamento.
hipnose, resolvi intercalar alguns «milagres» feitos por mim e 3 Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Êles
por amigos meus. não têm mais vinho.
4 Mas Jesus lhe disse: Mulher, que tenho eu contigo ?
Ainda não é chegada a minha hora.
5 Então ela falou aos serventes: Fazei tudo o q u e êle vos
disser.
6 Estavam ali seis talhas de pedra que os judeus usavam
para as purificações, e cada uma levava duas ou três
metretas.
7 Jesus lhes disse: Enchei d'água as talhas. E êles as en-
cheram totalmente.
— 79
8 E n t ã o lhes determinou: Tirai agora e levai ao mestre- sugerir. Vocês vão ver bem longe, lá no céu, uma estrela.
sala. Êles o fizeram. A estrela, vem aproximando-se, e o seu sono vai aprofundan-
9 T e n d o o mestre-sala provado a água transformada em do. Agora, ela, está bem p r ó x i m a . . . E lentamente começa
vinho, não sabendo donde viera, se bem que o sabiam a a f a s t a r - s e . . . seu brilho e tamanho vão d i m i n u i n d o . . . dimi-
os serventes que haviam tirado a água, chamou o noivo, n u i n d o . . . até desaparecer c o m p l e t a m e n t e . . . e a estrela de-
10 e lhe disse: Todos costumam pôr primeiro o bom vinho sapareceu completamente.»
e, q u a n d o já beberam fartamente, servem o inferior; tu, Os pacientes que viram a estréia, estão aptos a ver, sen-
porém, guardaste o bom vinho até agora. tir, etc., tudo aquilo que o hipnotizador sugerir. A hipnose
teatral consiste principalmente na apresentação de alucinações.
11 Com este deu Jesus princípio a seus sinais, em Caná da
Segue-se a levitação das mãos, o piano, o violino, as uvas, o
Galileia; manifestou a sua glória e os seus discípulos cre-
cavalo, o avião, o calor, a chuva, o frio, etc.
ram nêle. ;
Meu amigo: Se você quiser fazer o milagre da transfor-
12 Depois disto desceu êlc para Cafarnaum, com sua mãe, mação de água em vinho e n t ã o . f a ç a como Jesus provavel-
seus irmãos e seus discípulos; e ficaram ali não muitos mente fêz. Hipnotize alguns indivíduos em casa. Coloque em
dias.» estado sonambúlico. Apresente-lhes um copo com água, di-
zendo: «Observem esta~agua. Observem-na bem. Lentamen-
Comentário te esta água vai ficando v e r m e l h a r - V a i transformando-se em
vinho. Agora é vinho. P o d e m provar, que sentirão o gosto
Pode-se ver, que o milagre foi feito a pedido da mãe de
do vinho. Se beberem muito, poderão ficar embriagados.»
Jesus. Logo, somos forçados a crer que não foi esta a pri-
meira vez que ele transformou água em vinho. Certamente, Depois da experiência, mande fechar os olhos e diga:
fêz como todo hipnotizador: experimentou o milagre primeiro «Prestem atenção. Sempre que eu fizer esta experiência em
em casa. Viu que a mãe e os discípulos aceitaram a alucina- público, vocês verão a água transformar-se em vinho, estando
ção, portanto, poderia repeti-la em público, sem receio de vocês completamente acordados. Não há necessidade de sono
fracasso. para verem êste fenômeno.»
A descrição diz, que também o mestre-sala viu o mila- Com esta pós-simestãq^ seus pacientes estarão preparados,
gre. E muitos outros provavelmente o viram, levando em con- e você poderá «manifestar a sua glória», em algum casamento.
sideração que já tinham tomado todo o estoque de vinho e
deviam estar bastante intoxicados pelo álcool. E sabemos que
o consumo deste, favorece a hipnose.
"~Cõm~este sinal, Jesus «manifestou a sua glória, e os seus
discípulos creram nêle». Era exatamente o que êle queria.

Faça você o mesmo milagre


Êste milagre é fácil de fazer. Trata-se de uma alucinação
visual e gustativa. É um dos fenômenos mais fáceis de fazer.
Não existe hipnose p r o f u n d a .
Observe o hipnotizador teatral. Após ter selecionado os
pacientes, com o auxílio dos testes de sensibilidade, êle pede
q u e todos se sentem em cadeiras sôbre o palco. Depois man-
da fechar os olhos e inicia com o Método da Estréia. Trata-
se de uma alucinação visual positiva. Começa a dizer o se-
guinte: «Concentrem tôda a sua atenção, naquilo que vou

— 81

ó c.i-i.
A PESCA MARAVILHOSA 10 bem como de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram
seus sócios. Disse Jesus a Simão: Não temas: doravan-
Lucas 5. 1-11 te serás pescador de homens.
11 E, arrastando êles os barcos sobre a praia, deixando tudo,
o seguiram.»

Comentário
Meu amigo: Você vai ver as «vítimas» destes milagres,
por alucinação, são sempre as mesmas. São sempre os após-
tolos. E, aqui, segue o nome dêle: Simão, também chamado
Pedro; André; Tiago; João; Filipe; Mateus; Bartolomeu; To-
mé; Tiago, filho de Zebedeu; Simão, também chamado Ze-
lote; Judas, filho de Tiago; e Judas Iscariotes.
Diz a Bíblia, que Jesus foi à praia, e encontrou dois bar-
cos e os discípulos. Estes não conseguiram pescar nada. En-
tão Jesus começou a usar uma «conversa monótona», própria
dos hipnotizadores, para fazer aflorar o subconsciente dos
apóstolos. Conseguido este objetivo, deu ordens para que no-
vamente lançassem as redes. Êles assim o fizeram. Depois,
«1 Aconteceu que, ao apertá-lo a multidão para ouvir a Jesus começou a sugerir que elas estavam cheias de peixes.
palavra de Deus, estava ele junto ao lago de Genesaré; Os discípulos viram os peixes, por alucinação, e encheram os
2 E viu dois barcos junto à praia do lago; mas os pescadores, dois barcos. E a admiração se apoderou dêíes. Mas a ale-
havendo desembarcado, lavavam as redes. gria durou pouco. Pois diz o versículo 11: «E, arrastando
3 E n t r a n d o em um dos barcos, que era o de Simão, pediu- êles os barcos sobre a praia, deixando tudo, o seguiram.»
lhe q u e o afastasse um pouco da praia; e, assentando-se, Pescaram tanto peixe, para depois abandoná-lo na praia.
ensinava do barco as multidões. O motivo dêste fato, é o seguinte: Ao voltar à praia,
4 Q u a n d o acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, Jesus deu ordem para que deixassem todos os peixes nos bar-
e lançai as vossas redes para pescar. cos, e o seguissem. Eles naturalmente obedeceram, pois es-
tavam hipnotizados. Se Jesus não tivesse dado esta ordem,
5 Respondeu-lhe Simão: Mestre, havendo trabalhado toda
os discípulos teriam procurado vender os peixes, peixes que
a noite, nada apanhamos, mas sobre a tua palavra lan-
só existiam na sua imaginação. Ao apresentá-los aos compra-
çarei as redes.
dores, estes olhariam para os cêstos vazios, e diriam: «£stes
6 I s t o fazendo, apanharam grande quantidade de peixes; e çarilS-iLStão doidos.» E o resultado final seria a completa cíes^
rompiam-se-lhes as redes. moralização do Divino Mestre.
7 Então fizeram sinais aos companheiros do outro barco,
para que fossem ajudá-los. E foram e encheram ambos
os barcos ao ponto de quase irem a pique. Faça você o mesmo milagre
8 Vendo isto, Simão Pedro prostrou-se aos pés de Jesus, Prepare antecipadamente seus pacientes. Use a pós-su-
dizendo: Senhor, retira-te de -mim, porque sou pecador. gestão, conforme já lhe ensinei. Embarque com êles numa
9 Pois, à vista da pesca que fizeram, a admiração se apode- canoa. Mande lançar anzóis ou rêdes. Depois, diga que há
rou dêle e de todos os seus companheiros, peixes nos anzóis ou nas rêdes. Os hipnotizadores vêem aquilo

82 —
que você sugere. Q u a n d o o barco estiver cheio de peixes ima- JESUS ACALMA UMA TEMPESTADE
ginários, então mande suspender a pesca, e voltar à praia.
Você, como hipnotizador, sabe que somente os hipnoti- Lucas S. 22-25
zados estão vendo os peixes. Para que não haja uma interfe-
rência prejudicial de pessoas não hipnotizadas, que poderiam
desfazer a alucinação, então você deverá providenciar, para
que os peixes desapareçam no devido tempo. Poderá orde-
nar que lancem todos ao mar, pois ainda são «muito pequenos».
Devem crescer um pouco mais.
E está feito o milagre.

«22 Aconteceu que, num daqueles dias, entrou êle n u m bar-


co em companhia dos seus discípulos, e disse-lhe: Pas-
semos para a outra margem do lago; e partiram.
23 E n q u a n t o navegavam, êle adormeceu. E sobreveio uma
tempestade de vento áo lago, correndo êles o perigo de
soçobrar.
24 Chegando-se a êle, despectaram-no, dizendo: Mestre,
Mestre, estamos perecendo! Despertando-se Jesus, res-
preendeu o vento e a fúria da água. T u d o cessou e veio
a bonança.
25 Então lhes disse: O n d e está a vossa fé ? Êles, possuí-
dos de temor e admiração, diziam uns aos outros: Quem
é êste que até aos ventos e às ondas repreende, e lhe
obedecem ?»

Comentário
Êste milagre consistiu numa alucinação hipnótica.
Diz a Bíblia, que Jesus entrou num barco em companhia
dos seus discípulos. Observe, meu amigo, que as «vítimas»
são sempre as mesmas.
Q u a n d o navegavam, Jesus certamente disse aos discí-
pulos o seguinte: «Prestem atenção! Eu estou dormindo no
b a r c o . . . estou dormindo. Agora, está começando a v e n t a r . . .

84 — — 85
muito vento. As ondas são cada vez maiores. . . Há uma O MILAGRE DA ÁGUA MORNA
grande tempestade. Vocês ficaram com medo de afundar, e
vieram me acordar. Eu acordei, e logo repreendi o vento e
a fúria da água. E tudo cessou. Não há mais tempestade.»
Os discípulos ficaram admirados ao verem Jesus acalmar
a tempestade, e disseram uns aos outros: «Quem é êste que
até aos ventos e às ondas repreende, e lhe obedecem ?»
Jesus conseguiu seu objetivo: a confiança dos discípu-
los no seu «poder divino».

Faça você o mesmo milagre

Encha um barco com seus pacientes preparados. Use,


mais ou menos, os dizeres que citei acima, e o resultado será
ótimo.
Observe o hipnotizador teatral quando sugere vento, chu-
va e frio. É tudo muito fácil.

Meu amigo:

Todos os hipnotizadores sabem fazer milagres. E u , como


hipnotizador, também sei fazer. Você não me precisa invejar,
pois também já sabe fazer milagres. Na Primeira Parte deste
livre, eu lhe ensinei como você poderá fazer a .sua «glória»,
diante dos que ignoram a hipnose.
Agora eu lhe contarei um milagre que fiz na praia de
Tramandaí. Estive tomando banho de sol, em companhia de
uma jovem, na areia da praia. Eu sou dentista e esta jovem
foi—minha paciente. Tratava-se de uma hipersensível. E?a tão
sensível que, com a simples sugestão dada em estado de vi-
gília, consegui anestesiar os dentes. Fk várias obturações, com
ausência completa dê dor.
Perguntei à jovem por que ela não entrava n'água. Ela
respondeu-me que já tentara entrar, mas q u e a água estava
gelada. Disse-lhe então: «Se fôr êste o caso, eu poderei dar
um «jeito». Como você sabe, eu possuo «podêres» para es-
quentar a água de todo êste oceano. Os meus «passes» são
muito poderosos. Em poucos minutos, esquentam tôda esta
água.»
Ela respondeu-me: «Isto é brincadeira sua. Eu não acre-
dito.» Respondi-lhe: «Não precisa acreditar. O que eu afir-
mo é verdade e você poderá certificar-se pessoalmente.»

86 — — 87
A seguir, disse-lhe: «Preste atenção! Observe meus JESUS A N D A S O B R E O MAR
passes.» Marcos 6.45-52
Durante alguns minutos, fiz passes em direção ao mar e
fui dizendo que a água estava morna, bem morna. Terminei
dizendo que, agora, a água estava bem morna. Depois dessa
encenação, convidei-a para «cair n'água». Ela novamente ale-
gou que não acreditava.
Respondi-lhe: «Está bem. Você não precisa acreditar.
Venha apenas verificar se a água ficou morna.»
Ao entrarmos n'água estava bem morna, bem morna. Em
verdade, ela estava bem fria. Lembrei-me que_o_ hipnotizador
M d e v e ser um bom artista. Comecei a demonstrar satisfação e
( grande prazer ao entrar na água gelada.
A jovem seguiu-me e demonstrou igual prazer, dizendo
que, de fato, a água estava bem morna. Neste dia, ela tomou
um ótimo banho. A sugestão fêz efeito durante todo o tempo
em que ela esteve na água.
E estava feito o milagre.
Lembre-se, meu amigo, que o. sensível «cai na conversa»,
por mais absurda^que ela j-ieja.

Cruz! L.i vem um f a n t a s m a !

«45 Logo a seguir, compeliu Jesus os seus discípulos a em-


barcar e passar adiante para o o u t r o lado, a Betsaida,
enquanto êle despedia a multidão.
46 E, tendo-os despedido, subiu ao monte para orar.
47 Ao cair da tarde, estava o barco no meio do mar, e
êle sozinho em terra.
48 E, vendo-os em dificuldade a remar, porque o vento
lhes era contrário, por volta da quarta vigília da noite,
veio ter com êles, andando por sôbre o mar; e queria
tomar-lhes a dianteira.
49 Êles, vendo-o anelar sôbre o mar, pensaram tratar-se de um
fantasma, e gritaram.

88 — — 89
50 Pois todos ficaram aterrados à vista dele. Mas logo Faça você o mesmo milagre
lhes falou e disse: T e n d e bom ânimo! sou eu. Não
Com os conhecimentos que você já tem, não vejo neces-
temais!
sidade de descrever aqui a maneira de fazer o milagre. Com a
51 E subiu para o barco para estar com êles, e o vento ces- simples leitura do comentário, você já terá conhecimentos su-
sou. Ficaram entre si atônitos, t ficientes para fazê-lo.
52 porque não haviam compreendido o milagre dos pães Você poderá modiíicar um pouco o milagre. Para êste
antes, o seu coração estava endurecido.» fim, mande embarcar seus pacientes, e afastar o barco alguns
metros da praia, em lugar raso. Você fica na praia e começa
a dizer: «Prestem atenção! H o j e , vou andar sôbre a água.
Meu corpo é leve e não afundará. Vou andar sôbre a água. . .
Comentário \ r ocês estão vendo a planta de meus pés pousar sôbre a água. . .
estão vendo meus pés sôbre a água. Eu vou caminhando em
direção ao barco. . . Sempre sôbre a água.»
Diz a Bíblia: «Compeliu Jesus os seus discípulos a em- Em verdade, a água lhe está atingindo os joelhos. Por
barcar.» C o m o você novamente vê, os «artistas» são sempre fim, você entra no barco, sempre afirmando que está cami-
os mesmos, como na hipnose teatral. n h a n d o sôbre a água.
Êste milagre Jesus certamente fêz do seguinte modo: Man- Como já lhe disse, o hipnotizado vê aquilo que lhe suge-
dou os discípulos embarcar e ir para Betsaida. Depois disse o rimos. Neste assunto, o Sr. Subconsciente aceita os maiores
seguinte: « E u vou ficar aqui. Vou subir ao monte para orar. absurdos.
Vocês me vêem parado na praia.»
E n q u a n t o dizia isto, ia entrando no barco. Depois disse:
«E no barco ninguém me vê.»
Os discípuIÕs~~"começaram a remar. O tempo passou e
anoiteceu. Nesta altura, Jesus achou conveniente fazer o mi-
lagre. Para se certificar de q u e os discípulos estavam em es-
tado de transe, sugeriu um vento contrário. A sugestão pe-
gou, pois os apóstolos começaram a remar com dificuldade. to d.D«. ALBERTO L B A R R E T U

O b t i d o J s i f ^ r e s u l t a d o positivo, o resto seria fácil. Depois, cer- R. Cons. Crispiniano, 2 9 - 0 . AI»


tamente, começou a 3Izer o seguinte: «Lá sobre as ondas 1 ols. 3104-8696 - 3104-0985
do mar, vem caminhando um fantasma.» c e p 0 1 0 3 7 - o o t • São Paulo - b r

Jesus escolheu mal a palavra, pois ao verem o fantasma,


começaram a gritar de mêdo. Êste fato nos mostra, que os
apóstolos n ã o eram lá muito valentes. Pelo menos, o Sr. Sub-
consciente dêles.
Jesus logo desfez o mal, dizendo: «Tende bom ânimo!
Sou eu. N ã o temais!» Certamente, continuou dizendo: «Es-
tou caminhando sobre as águas, o filho de Deus não afunda.
Agora, estou entrando no barco. O vento está c e s s a n d o . . .
cessou completamente.»
« O s discípulos ficaram atônitos, porque não haviam com-
preendido êste milagre, n e m o milagre dos pães.»
Nunca chegaram a compreender estes «milagres por alu-
cinação», pois Jesus nunca lhes ensinou as alucinações hipnó-
ticas. Só lhes ensinou a dar passes, e a expulsar os demônios.

90 — — 91
A FIGUEIRA SEM F R U T O O que interessava a Jesus, era fazer o milagre e não en-
contrar figos. Pobre da figueira! Pelo fato de não produzir
Mateus 21.18-22 frutos fora de época, ela foi maldita pelo filho de Deus. «Nun-
ca mais nasça f r u t o de ti», disse êle. E a figueira secou ime-
diatamente.
As palavras que Jesus usou para fazer êste milagre, cer-
tamente foram as seguintes: «Meus discípulos, observem esta
figueira. Ela só tem folhas. Vou secar esta árvore inútil. E
ela está começando a secar. Está secando rapidamente. Se-
cou completamente.»
Os discípulos, que estavam hipnotizados, de fato viram
a árvore secar e exclamaram: «Como secou depressa a figueira!»
Como êste milagre foi feito com o objetivo de aumentar
a confiança dos discípulos em Jesus, êste aproveitou a opor-
tunidade para lhes dizer mais o seguinte: «Em verdade vos
digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não somente fareis
o que foi feito à figueira, mas até mesmo se a êste monte
disserdes: Ergue-te e lança-te no mar, tal sucederá.»
Para o Sr. Consciente estas palavras constituem um ab-
surdo. Êle poderá dizer, com a maior fé dêste mundo, que a
«18 Cedo de manha, ao voltar para a cidade, teve fome; figueira está secando e que a figueira secou. Ao olhar para a
árvore, êle poderá ver nitidamente que ela está verde, como
19 e, vendo u m a figueira à beira do caminho, aproximou-se
estêve antes de sofrer a ação de suas palavras.
dela; e, n ã o tendo achado senão folhas, disse-lhe: Nun-
Agora, com o Sr. Subconciente a coisa é diferente. Esta
ca mais nasça f r u t o de ti. E a figueira secou imediata-
recomendação de Jesus pode tornar-se uma realidade. É o que
mente.
conhecemos, em hipnose, por auto-alucinação dentro da auto-
20 V e n d o isto os discípulos, admiraram-se e exclamaram: hipnose.
Como secou depressa a figueira! Uma pessoa pode aprender a induzir, nela mesma, o es-
21 Jesus, porém, lhes respondeu: Em verdade vos digo que, tado de transe, conforme já ensinei. Uma vez neste estado,
se tiverdes fé e não duvidardes, não somente fareis o poderá produzir nela mesma, as alucinações. Se ela disser a
que foi feito à figueira, mas até mesmo se a êste m o n t e um monte: «Ergue-te e lança-te ao mar, tal sucederá.» Pelo
disserdes: Ergue-te e lança-te ao mar, tal sucederá; menos, na imaginação do hipnotizado.
22 e t u d o quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis.» E, para terminar, Jesus disse mais o seguinte: «E tudo
quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis.»
Isto é simplesmente uma mentira, pelo menos para mim.
Comentário
Se você, meu amigo, não concordar comigo, então faça a se-
Aqui, temos outra alucinação hipnótica. Foi feita p o r guinte experiência: Peça a Deus, com tôda a sua fé, que lhe
Jesus, com o objetivo de aumentar a fé dos discípulos. dê um milhão de cruzeiros.
Ao voltar para a cidade, e m . companhia dos discípulos, Se o seu pedido for atendido, então escreva-me direitinho
Jesus viu u m a figueira à beira do caminho. Aproximou-se dela como você fêz para conseguir o dinheiro. E u , naturalmente,
e procurou figos. Jesus bem sabia, que não iria encontrar fi- quero fazer o mesmo pedido.
gos. Pois, nos conta o evangelista Marcos, no Capítulo 11, Para mim, o oração não passa de uma auto-sugestão. E
Versículo 13, o seguinte: Aproximando-se dela nada achou esta é de pouco valor, pois são raras as pessoas que, quando
senão folhas; porque não era tempo de figos. conscientes, conseguem atingir seu subconsciente. É melhor

92 — — 93
1
vi V * " >6\. -
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yi a u r ^ " ! [/ -„-/v
x
recorrer à heterossugestao, que é a sugestão dada por outra A CURA DA MULHER QUE NÃO PODIA TOMAR \
pessoa. É mais eficiente e tem vasta aplicação. INJEÇÕES
Existe um modo de aprender a «Oração Eficiente». Con-
siste em colocar o indivíduo em transe profundo e dar-lhe,
por pós-sugestão, o poder de atingir o seu subconsciente. En-
tão, temos um caso de auto-sugestão na auto-hipnose.
Com a «oração eficiente», o indivíduo poderá conseguir
Acad. DR. ALBERTO L . BARRETTO i j
tudo o que õ subconsciente for capaz de lhe proporcionar.
R. Caris. Crispiniano, 2 9 - 8 . ° A n d . / '
Não "devemos confundir a oração com a reza. Esta con- I b I í . 3 t O « R 8 9 S - 3104-6985 í
siste numa cantiga feita em voz alta. Tem a finalidade de fa- GEP OW37-CO! • São Paulo - SP
zer aflorar o subconsciente.
Há milhares de anos, os sacerdotes descobriram que o
som pode ter poder hipnótico. Verificaram que as rezas, sendo
ditas õu cantadas n u m certo ritmo, têm o poder de produzir
o transe.
O que interessa, principalmente nessas rezas, é o som. O
significado das palavras tem pouco valor.
Repare o som e o ritmo desta reza: Ave Maria — cheia
de graça — o Senhor é convosco — bendita sois vós entre as
mulheres — bendito é o f r u t o do vosso ventre — Jesus —
Santa Maria — Mãe de Deus — Rogai por nós pecadores —
agora e na hora da nossa morte — A m é m . V K-V
Repita várias vêzes, em voz alta, para observar o ritmo.
Entre a Ave Maria e o «Ponto Cantado» das religiões
afro-brasileiras, não há diferença alguma. Pelo menos, no que
diz respeito à hipnose.
Vou contar mais «um milagre», que fiz na minha clínica
Além do som, o efeito poderá ser um pouco aumentado dentária.
quando os dizeres mexeram com o nosso complexo de culpa "Certo dia, fui procurado por uma senhora, acompanhada
e o instinto de conservação. Para alcançar esta finalidade, adi- de seu esposo. Esta disse-me que um dente molar lhe estava
cionaram as palavras «nós pecadores» e «morte». causando forte dores havia três dias. Disse-me mais, que tinha
Já que estou falando do poder hipnótico do som, convém fa- procurado vários dentistas e que estes se negaram a tirar o
zer uma rápida referência à poesia. Certas poesias, quando lidas dente, porque ela não podia tomar injeções, e, sem anestesia,
em voz alta e no ritmo próprio, produzem um certo prazer nos não queriam tirá-lo.
indrvT3üõs~sênsíveis à hipnose, enquanto que os não-sensíveis
Ao encontrar-se nesta dificuldade, alguém lhe disse que
nada sentem, e até podem achá-las insuportáveis.
eu usava a hipnose e que, talvez, êste dente pudesse ser tira-
do com anestesia hipnótica. P o r êste- motivo, ela me procurou.
Perguntei o que acontecia ao receber a picada da injeção.
Faça você o mesmo milagre E ela respondeu-me que desmaiava imediatamente. T a m b é m
nas injeções dadas por médicos, acontecia a mesma coisa.
Em companhia de seus pacientes, procure uma figueira Este fato indicava claramente uma causa psíquica. Com £}
ou uma árvore qualquer e diga, mais ou menos, as palavras a hipnose, eu poderia resolver facilmente êste caso, e assim -fiz.
que citei no comentário anterior. Para começar, mandei a paciente deitar numa cama, em
E o milagre estará feito. presença do marido, e a hipnotizei. Sempre prefiro hipnoti-


zar os pacientes na cama, pelo menos na primeira sessão. Esta A PRIMEIRA MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES
posição j f ã v o r e c e a indução do sono.
D u r a n t e o transe, dei as sugestões de que a paciente, de Lucas 9. 10-17
agora em diante, poderia tomar injeções sem desmaiar, e que
ela se sentiria muito bem ao receber a picada.
A seguir, acordei a paciente e a conduzi ao consultório.
Aí a hipnotizei na cadeira de dentista, fiz duas injeções e
extraí dois dentes. Acordei a paciente e elá ficou maravilhada
com "este novo método de tratamento. Não sentiu nada e li-
vrou-se da maldita dor de dente.
E foi assim que fiz o milagre. Foi um «milagre meio

(
v a g a b u n d o » . . . mas foi um «milagre».
Eu também poderia ter extraído os dentes com anestesia
hipnótica. Infelizmente, esta anestesia exige um sono bem
profundo, que geralmente só se obtém após várias sessões
de hipnose. Devido à perda de tempo, eu não a uso. Re-

1
solvo os casos de anestesia do seguinte modo: Faço a indu-
ção de um transe leve e digo que o paciente não sentirá a
picada da injeção de anestesia. Êste método é rápido e dá
bons resultados.

«10 Ao regressarem, os apóstolos relataram a Jesus tudo


o que tinham feito. E, levando-os consigo, retirou-se
à parte para uma cidade chamada Betsaida,
11 Mas as multidões, ao saberem, seguiram-no. Acolhen-
do-as, falava-lhes a respeito do reino de Deus e so-
corria os que tinham necessidade de cura.
12 Mas o dia começava a declinar. Então se aproxima-
ram os doze e lhe disseram: Despede a multidão, para
que indo às aldeias e campos circunvizinhos se hos-
pedem e achem alimento; pois estamos aqui em lugar
deserto.
13 Êle, porém, lhes disse: Dai-lhes vós mesmos de co-
mer. Responderam êles: Não temos mais que cinco
pães e dois peixes, salvo se nós mesmos formos com-
prar comida para todo êste povo.

96 — — 97

7 C-I-I.
14 Porque estavam ali eêrca cie cinco mil homens. Então Para realizar êste milagre, Jesus certamente procedeu do
disse aos seus discípulos: Fazei-os sentar-se em grupos seguinte modo: Disse ao povo q u e êle, o Messias, o filho de
de cinqüenta. Deus, iria multiplicar os pães e os peixes, e q u e todos os pre-
15 Êles atenderam, acomodando a todos. sentes poderiam comer à vontade. A seguir, fêz uma «ence-
nação». Mostrou os pães e os peixes, olhou para o céu, e os
16 E, tomando os cinco pães e os dois peixes, erguendo
abençoou. Depois, os deu para os discípulos, para que os
os olhos para o céu, os abençoou, partiu e deu aos dis-
distribuíssem entre o povo.
cípulos para que os distribuíssem entre o povo. E muitos «caíram na conversa».
17 Todos comeram e se fartaram; e dos pedaços que ain- Vimos que nos milagres feitos com os discípulos, nunca
da sobejaram foram recolhidos doze cestos.» houve a interferência dos adversários de Jesus. O homem po-
dia agir à vontade, sem ser molestado.
Comentário Nos milagres feitos com a participação de estranhos, a
coisa era bem diferente. Logo, apareciam os Jariseus e os
Êste milagre, que consistiu numa simples alucinação hip- escribas.^ Êstes eram uns «desmancha-prazeres».""^Diziam ao
nótica apresenta-nos uma novidade. Nêle, Jesus também fêz povo que êste milagre dos pães era muito «vagabundo», pois
participar outras pessoas, além dos apóstolos. Maisés havia feito o mesmo durante quarenta anos. E acres-
Neste milagre, Jesus teve bastante trabalho, pois teve centavam que os profetas Elias e Eliseu também tinham mul-
que sugestionar cinco mil pessoas. Para q u e isto fôsse pos- tiplicado alimentos.
sível, êle m a n d o u que seus auxiliares acomodassem o povo Semelhantes argumentos e outros piores eram muito pre-
em grupos de cinqüenta pessoas. Era preciso dividir a mul- judiciais aos interêsses de Jesus. Era preciso «vacinar» seus
tidão em pequenos grupos, para q u e todos pudessem ouvir discípulos contra as sugestões de seus inimigos. Para êste
as palavras de Jesus. Só assim seria possível fazer o mila- fim, aplicou nos apóstolos as sugestões pós-hipnóticas negati-
gre. Portanto, cinco mil pessoas, divididas em grupos de cin- vas. Exemplos das mesmas, encontramos em Lucas 12.1:
qüenta, dão cem grupos. Logo, Jesus teve que repetir cem «Acautelai-vos do fermento dos fariseus, q u e é a hipocrisia.»
vêzes o mesmo «prólogo» e fazer a mesma «encenação». Su- E em Lucas 20.46: «Guardai-vos dos escribas.»
ponhamos q u e êle só se demorasse dez minutos com cada . Meu amigo: Nunca discuta com um sacerdote sôbre os
grupo, então numa hora êle só poderia atender trezentas ^ assuntos dêste livro. O homem está cheio de alucinações e
pessoas. E para atender as cinco mil, êle precisaria de de- I sugestões" pós-hipnóticas negativas. Não aceita, nem pode acei-
zesseis horas e quarenta minutos. tar nada que seja contra sua crença. Êle vai dizer que o au-
Alguma coisa deve estar errada neste milagre. Ê bem \ tor é um doente mental, que só escreveu absurdos e falsida-
possível que «os bons cristãos» que escreveram a Bíblia, des, e que só soube blasfemar contra Deus.
viveram, na época, em regime inflacionário, e deixaram con- Se você insistir na discussão, êle lhe vai dizer que, para
tagiar-se pela mania altista, elevando os números. falar sôbre êste tema, é preciso que você tenha estudado, du-
O evangelista Marcos fala em grupos de cem. Neste rante oito anos, a A r t e de Interpretar a Bíblia, como êle a
caso, o tempo de «trabalho» ficaria reduzido para oito ho- estudou. Com êste argumento, você fica desarmado. Mas
ras e vinte minutos. Ainda, o tempo é demasiado longo, não constitui motivo suficiente para você ficar com um sen-
pois o dia começa a declinar quando Jesus resolveu fazer timento de inferioridade. Lembre-se que o sacerdote estudou
o milagre. tantos anos para, no final, ainda interpretar tudo errado.
Diante destas dificuldades, podemos supor q u e Jesus
fêz a indução da alucinação em tôda a multidão que se acha- Faça você o mesmo milagre
va sentada sôbre a relva. Assim, grande número de pessoas
que ouviram suas palavras, viram e comeram pão com peixe. Estas alucinações coletivas oferecem certa dificuldade. Vo-
Mas a grande maioria nada viu e nada comeu. Naturalmente cê precisa ter muito prestígio, muita prática da hipnose, e
os póstolos viram o milagre e o contaram aos evangelistas. dispor de um povo ingênuo, isto éj de uma credulidade in-
Êstes, por sua vez, «carregaram» um pouco nos números. fantil e sem nenhum espírito crítico.

98 — — 99
Sabe-se que o povo humilde do interior tem grande su- H I S T E R I A
gestibilidade, enquanto que o povoadas grandes cidades é ne-
nos sensível à hipnose.
Se você quiser fazer êste milagre, com sucesso, então
faça-o somente diante de pessoas que você alguma vez hipno- DE H 0 0 £
tizpu. Diante de estranhos, a percentagem de sucesso será EM DIANTE
bastante reduzida. VOCÊ 6E&A
Quando Jesus fêz o milagre da multiplicação dos pães,
êle estava no auge de sua «carreira de curandeiro». Seu pres- um paralítico!
tígio era grande e a Bíblia diz que t õ H õ s ^ o m ê r ã m e se far-
taram. Esta palavra «todos», acho bastante forte.
Para fazer êste milagre, você deverá fazer uma boa con-
versa, procurando entrar em contato com o Sr^ Subconsciente
das pessoas presentes. Depois, deverá dizer exatamêntê~ãquilo
que elas irão ver. Deverá impregnar o subconsciente com a idéia
de que êle irá ver os pães se multiplicarem. Deve falar com
firmeza e_convicção. Depois, deverá fazer uma encenação qual-
q u e r e apresentar-lhes os pães imaginários para que os comam.
Observe o hipnotizador teatral, quando sugere a exis-
tência de uvas. Êste ..hipnotista tem seu trabalho facilitado,
pois só trabalha c o m T n c f í v í d u o s previamente selecionados e,
ainda,~os mantém "de õIEõs^íèchã^osr

Meu amigo:
Antes de falar sôbre os próximos milagres feitos por Je-
sus, preciso explicar-lhe a doença conhecida pelo nome de
histeria.
A histeria é uma doença inventada pelo Sr. Subcons-
ciente. "Esta doença resulta de um trauma psíquico, isto é,
de üm acontecimento muito desagradável que fere profunda-
mente o Sr. Consciente. 0_ ferimento é tão p r o f u n d o que_
chega a atingir o Sr. SuEcohscIêrüéT^Este reaae. e. para pro-
teção sua, apresenta uma doença.
O i r . Subconsciente e~um egoísta. Só pensa nêle. Êle
V se protege com uma doença, mas quem suporta ~os" íncohve-
i nientes desta enfermidade é o Sr.^ Consciente. Êste sofre e
\ chora mas não adianta nada. Sua vontade é impotente para
•vencer a doença. Não adianta querer.

100 — — 101
sintomas, transcrevo, a seguir, uma estatística publicada no livro
O Sr. Subconsciente é um grande patife. Para evitar que
o Sr. Consciente possa descobrir a causa da doença e assim Diagnóstico da Histeria, de autoria do Dr. D. W. Abse.
curar-se, êle lhe dá amnésia, isto é, esquecimento do trauma
ou conflito mental. I-IOSPITAL M I L I T A R H I N D U — D E L H I — 1944
' Os doentes histéricos podem ser curados pela sugestão
hipnótica. Para êste fim, entra-se em contato com o Sr. Sub- N ú m e r o de casos nos diferentes grupos clínicos
consciente e pergunta-se qual a causa ou acontecimento desagra-
1. Psiconeuroses:
d á v e l que o levou a produzir a doença. Conhecedor dêste fato,
diz-se ao Sr. Subconsciente que êste acontecimento desagradável
não tem mais importância na sua vida. E, a partir dêste momen- HISTERIA 370
to, a doença desaparece milagrosamente. Estados de ansiedade 80
A psicoterapia usa vários métodos para descobrir o trauma. Outras neuroses 5
Os mais comuns sao a hipnoanálise e a psicanálise. Esta serve-
se da associação de idéias, da interpretação dos sonhos e da aná- 2. Psicoses:
lise das reações de transferência. Mania 37
• A. hipnoanálise é o processo mail fácil. Infelizmente, só Depressão 21
pode ser usado nas pessoas que forem capazes de dormir o sono Esquizofrenia -56
hipnótico p r o f u n d o .
Psicoses tóxico-infecciosas 3
Para descobrir o trauma psíquico, usa-se o fenômeno da
regressão de i d a d e . Regride-se lentamente a idade do paciente.
Quãn3õ a regressão chegar à época em que se deu o trauma, o 3. Deficiência mental 31
doente agita-se, chora ou grita, apresentando as mesmas reações 4. Personalidades psicopáticas 41
que na ocasião do acontecimento desagradável.
Pela sugestão, remove-se êste fato desagradável e o paciente
estará curado.
Sintomas Predominantes nos Casos cie Histeria:
Após a descoberta do conflito mental, dentro da regressão,
é necessário lazer o paciente voltar à idade real, conforme en-
Convulsões 188 Tremores 7
s i n ê i " n a Primeira Parte dêste livro. "
Dores no abdômen . . . 83 Vômitos 6
Nos casos em q u e o doente não pode alcançar o transe pro-
Amnésia 25 Contraturas 5
fundo, pode-se recorrer à escrita automática. Esta poderá ser
Ciática 5
ensinada no transe_lexe. Depois de aprendida, pede-se ao Sr. Afonia ( m u d e z ) . . . . 12 Dor de cabeça 3
Subconsciente que escreva a respeito do trauma, e êle assim Surdez 11 Defeitos de dicção . . . 3
o fará.
Paralisia 10 Enurese 3
Além dêstes métodos, existem muitos outros. Se lhe inte-
Cegueira 7 Anestesia 2
ressarem, você poderá estudá-los nos livros de psicoterapia.
Para os que desejarem um conhecimento mais"científico da
histeria, transcrevo, aqui, a definição dada pelo D r . D. W. Abse,
em seu livro Diognóstico da Histeria: A histeria é uma neurose
q u e se rnriirrprÍ7n pnr íimn-rlksnnarão menínl, prodiizindoj nos MEU AMIGO:
í ã g ü s ^ m ã l s g r a v e s , múltiplas personalidades e amnésia, porém,
Com esta explicação inicial, eu lhe dei algumas noções
mais freqüentemente, produz sintomas somáticos, tais como con-
referentes à doença chamada histeria. Agora, você está ha-
vulsões, paralisias e distúrbios dos sentidos.
bilitado a compreender os milagres que, a seguir, vou co-
Para lhe mostrar que a histeria é uma doença freqüente-
mente encontrada, e, também, para você conhecer os principais mentar.

— 103
102 —
A CURA D E UM E N D E M O N I N H A D O EM CAFARNAUM Comentário
Lucas -1.31-37 Temos, aqui, um autêntico caso de fraude. Êste Jesus foi
um grande mistificador, conforme veremos no decorrer dêste
estudo.
No presente milagre, tudo nos faz supor que êle arran-
jou um hipersensível e o preparou para o desempenho dêste
papel.
Certamente, colocou o indivíduo em sono hipnótico pro-
f u n d o e lhe deu a seguinte pós-sugestão: No sábado^ você
irá à sinagoga. Q u a n d o eu coçar minha oreíFuT direita, você
incorpora o clemônio, isto é, você corriéçã a se retorcer, a
fazer caretas e~lT dar gritos. Depois de chamar a atenção do
povo, você deverá dizer em voz bem alta: «Ah! Q u e temos
nós contigo, Jesus Nazareno ? Vieste para perder-nos ? Bem
sei quem és: o Santo de Deus!»
^ Depois de ditas estas palavras, eu me aproximarei de
,você e lhe direi: «Cala-te. e sai dêsse homem.» Então, de-
baixo de grande agitação, você se lançará ao chão. Lentamen-
te voltará à calma e acordará, sentindo-se perfeitamente bem.
Tal como foi dito, assim foi feito.
P o r que Jesus fêz esta fraude ? O motivo, no meu en-
tender, foi o seguinte: êle estava ansioso para iniciar a sua
Demônio verdadeiro: Com chifres.
campanha política e religiosa. Já se encontrava há alguns me-
D e m ô n i o f a l s o : Sem c h i f r e s .
ses em Cafarnaum, esperando por uma oportunidade para
fazer seu prestígio diante do povo. Como esta oportunidade
não aparecesse, êle tratou de fazê-la artificialmente.
«31 E desceu a Cafarnaum, cidade da Galileia, e os ensinava Flavia necessidade de fazer milagres, e milagres em quan-
no sábado. tidade. Somente êstes lhe poderiam dar o prestígio de que
32 E muito se maravilhavam da sua doutrina, porque a tanto necessitava. '
sua palavra era com autoridade. Sabe-se que o milagreiro só consegue curar os doentes
histéricos, pela sugestão dada em esta_do de vigília, se antes
33 Achava-se na sinagoga um homem possesso de espírito
já demonstrou o ~seu «poder».
de demônio imundo, e bradou em alta voz:
Portanto, com a fraude visava êle dar início ao «Ciclo
34 Ah! Q u e temos nós contigo, Jesus Nazareno ? Vieste dos Milagres». Certamente, Jesus conhecia êste «ciclo». Con-
para perder-nos Bem sei quem és: o Santo de Deus! siste no seguinte: O milagreiro faz um milagre, isto é, cura
35 Mas Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te, e sai desse um doente histérico pela sugestãõT A notícia espalha-se pelas
homem. O demônio, depois de o ter' lançado pôr terra vizinhanças. E outros doentes aparecem, e mais alguns são
no meio de todos, saiu dele sem lhe fazer mal. curados. A fama do milagreiro sobe vertiginosamente. Os
doentes afluem em grande número. E mais alguns histéricos
36 Todos ficaram grandemente admirados e contavam en-
são curados.
tre si, dizendo: Q u e palavra é esta, pois, com autori-
Para azar do milagreiro, aparecem também os doentes
dade e poder ordena aos espíritos "Imundos, e êles .saem ? não-histéricos. E êstes são a grande maioria. Não podem ser
37 E a sua fama corria por todos os lugares da circunvizi- curados pela sugestão. Mas esperam inutilmente pelo mila-
nhança,» gre. "Esperam durante dias e semanas. Existem em grande

104 — — 105
números. As curas começam a diminuir rapidamente. Por Marcos 1.34: «Também expeliu muitos demônios, não lhes
fim, não há mais milagres. permitindo que falassem, porque sabiam quem êle era.»
I s t o pelo seguinte motivo: O histérico, ao procurar o Claro que sabiam. O hipnotizado sempre conhece seu
milagreiro, vê centenas ou milhares de doentes esperando, há hipnotizador.
longo tempo, ,pela cura. 1 Ê s t e s . constituem uma «sugestão
negativa» para êle. Começa a pensar assim: «Se o milagrei-
ro não conseguiu curar êstes, certamente também não me Faça você o mes/no milagre
poderá curar. Eu acho que o homem perdeu «o poder». Com os conhecimentos de hipnose que lhe dei ate aqui,
Aos poucos, espalha-se a notícia de q u e o milagreiro «per- você poderá fazer facilmente êste milagre. Não vejo necessi-
deu o poder». A partir dêste momento, não haverá mais dade de lhe explicar pormenorizadamente o modo de fazê-lo.
mTlâgresT" Leia com atenção o «comentário», e você já saberá como
Jesus, para evitar o inconveniente da «sugestão negativa», fazer o milagre, ou melhor, a fraude.
mudava f r e q ü e n t e m e n t e de lugar. Nos novos lugares iniciava-
se com novo «ciclo». Esta «técnica» deu algum resultado.
Volto a falar do milagre fraudulento.
Sou de parecer q u e o demônjo, se fosse fiel à sua mis-
são, deveria fazer a «caveira» de Jesus e não o seu prestígio.
O n d e se viu o diabo afirmar publicamente que Jesus era o
Messias ? «Sei que és o Santo de Deus, o Nazareno.» Êstes
dois títulos também designavam o Messias.
Jesus usou, muitas vêzes, demônios -falsos para fazerem
seu prestígio. E, aqui, está a prova: Lucas 4.41: «Também
de muitos saíam demônios, gritando e dizendo: Tu és o Filho
de Deus!»
Marcos 3.11: « T a m b é m os espíritos imundos, quando o
viam, prostravam-se diante dêle e exclamavam: Tu és o Fi-
lho de Deus!»
Êstes demônios eram «bons propagandistas», pois o povo
acreditava nêles. A t é _ h o j e , a crença nos demônios é aceita
pelos cristãos.
Diz a Bíblia: «Todos ficaram grandemente admirados e
comentavam entre si, dizendo: Q u e palavra é esta, pois, com
autoridade e poder ordena aos espíritos imundos, e êles saem?»
P o r esta citação, vemos que o objetivo foi alcançado.
Contudo, ao usar os demônios-falsos, Jesus teve suas preo-
cupações. Sempre existia a possibilidade de falarem demais
e assim revelarem a fraude. :
Após terem feito o «cartaz» de Jesus, êste logo lhes man-
dava calar.
Podemos ler em Lucas 4.41: «Êle, porém, os repreendia
para q u e não falassem, pois sabiam ser êle o Cristo.» E em

106 — - 107
A CURA DE UM PARALÍTICO EM CAFARNAUM 21 E os escribas e fariseus arrazoavam, dizendo: Quem é
êste que diz blasfêmias ? Quem pode perdoar pecados
Lucas 5.17-26 senão só Deus ?
22 Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamento, disse-lhes:
Q u e arrazoais em vossos corações ?
23 Qual é mais fácil, dizer: Estão perdoados os teus pe-
cados, ou: Levanta-te e anda ?
24 Mas, para que saibais que o Filho do homem tem sôbre
a terra autoridade para perdoar pecados — disse ao pa-
r a l í t i c o : Eu te ordeno: Levanta-te, toma o teu leito, e ^
' vai para casa.
25 Imediatamente se levantou diante dêles e, tomando o
leito em que permanecera deitado, voltou para casa, glo-
rificando a Deus.
26 Todos ficaram atônitos, davam glória a Deus e, possuídos
de temor, diziam: H o j e vimos prodígios.»

Comentário

O presente milagre, provavelmente, à outro caso de frau-


de. Pelo menos, as circunstâncias em que foi feito nos levam
a essa conclusão. Temos os seguintes fatos importantes: A
presença dos inimigos, a apresentação espetacular do doente, o
desafio, a certeza da cura e a propaganda.
O milagre, a meu ver, foi preparado do seguinte modo:
Jesus, prevendo esta reunião, arranjou, com grande antecedên-
cia, um bom hipersensível. Produziu nêle uma paralisia artifi-
cial e, para maior garantia sua, lhe deu amnésia dêste fato.
Portanto, já havia longo tempo o paralítico era conhecido pelo
«17 O r a , aconteceu que n u m daqueles dias, estava êle en-
povo, como sendo um doente autêntico.
sinando, e achavam-se ali assentados fariseus e mestres da
Q u a n d o vieram os fariseus e escribas de tôda a Palestina,
lei, vindos de tôdas as aldeias da Galiléia, da Judéia e
êle mandou buscar o doente para fazer o milagre. Mandou
de Jerusalém. E o Poder do Senhor estava com êle
apresentá-lo de maneira espetacular. O doente foi descido pelo
para curar.
eirado, na própria cama.
18 Vieram então uns homens trazendo em um leito um pa- Para mexer com seus inimigos e ex-colegas da sociedade
ralítico; e procuravam introduzi-lo e pô-lo diante de Jesus. secreta, disse ao paralítico: « H o m e m , estão perdoados o s _ j e u s
pecados.»
19 E não achando por onde introduzi-lo por causa da mul-
Êle bem sabia que, ao perdoar os pecados, haveria uma
tidão, subindo ao eirado, o desceram no leito, por entre
reação por parte de seus adversários, pois de acordo com a reli-
os ladrilhos, para o meio, diante de Jesus.
gião dos Judeus, somente Deus pode perdoar pecados.
20 Vendo-lhes^â-fê^Jesus disse ao paralítico: H o m e m , estão O fato de "dizer" q u e o F p é c a d o s estão perdoados, não apre-
perdoados os teus_pecados. sentava uma «prova visível» de que o objetivo foi alcançado.

108 — — 109
não podem ser curadas pela hipnose. Como por exemplo, a
Jesus conhecendo-lhes os pensamentos de dúvida quanto "paralisia da poliomielite, quando houve destruição total do
ao real perdão dos pecados, disse-lhes: « Q u e é mais fácil di- tecido nervoso.
zer: Estão perdoados os teus pecados, ou: Levanta-te e anda ?» Como até agora falei em histeria, você talvez esteja pen-
Ê lógico que concordassem com a primeira pergunta. Pois ^ sando que a hipnose só pode curar doentes histéricos. Em
a realização da segunda, exigia uma «prova visível». \ verdade, ela pode curar muitas outras jdoenças. Pode, mesmo7
Agora, para provar que êle era o Messias, o Filho do ho- \ ser aplicada em todas as doenças. ~lT~uma verdadeira panaceia.
mem, êle iria curar o doente. Disse, pois, ao paralítico: «Eu { É um remédio que pode ajucTár em todos os males. Pode aju-
b(J te ordeno: Levanta-te, toma o teu le'ito, e vai para casa.» E I dar, mas poucas__vêzes curar, por si só. Na maioria dos casos,
/ como era "de esperar, o ex-paralítico obedeceu imediatamente. i constituí apenas um remédio coadjuvante. E_o mínimo que se
Os escribas e fariseus, conhecedores da hipnose e da pocle'fazer, nas doenças incuráveis^ . é. dar ao clõente uma boa
presente fraude, nada podiam dizer. Jesus sabia como mantê- disposição _de espírito. Muitas vêzes, é possível combater efi-
los de «bico calado». Se disserem ao povo que aquilo era cientemente a dor7 mantendo o paciente em relativo conforto,
hipnose^ estariam quebrando seu juramento, feito na Socie- até à hora «desencarnar». E I s t o já~é~~ãtgTV de~nimWÍllíoso.
dade Secreta,""de não revelarem os segredos e, como já vimos, No tratamento das doenças funcionais, o valor da hipnose
estafi"aitl~"sujeitõs à pena de morte. Além disso, explicar ao já foi, há muito tempo, reconhecido, enquanto que na doenças
povo o que é a hipnose seria tão difícil como explicar atual- orgânicas, ela ainda luta para provar seu valor.
mente a um operário, semi-analfabeto, a teoria atômica. Era / Dizem os céticos: «Como podem simples palavras ma-
preciso ficar bem quieto e procurar um meio de acabar com \ tar bactérias ?» E, no entanto, isto é possível. E possível
êsse traidor. J do seguinte modo: Com a palavra estimulamos os meios de
O milagre surtiu o efeito desejado: «Todos ficaram atô- defesa do organismo. Há maior produção de anticorpos e a y
nitos, davam glória a Deus e, possuídos de temor, diziam: í l doença lentamente é vencida.
H o j e vimos prodígios.» Aqüi^ convém fazer, ainda, uma rápida reterência ao
Em verdade, não viram prodígio algum. Apenas viram / ' p o d e r do espírito sôbre o corpo. Afirma-se, hoje, que grande
uma fraude. ( número de doenças orgânicas têm origem espiritual, isto é,
j os doentes estão enfermos por causa de Teus "espíritos. Sabe-
se que as preocupações, desenganos, etc.', têm influência ne-
Faça você o mesmo milagre \ fasta sôbre o nosso organismo, podendo favorecer a eclosão
! de uma doença orgânica. A t é já existe a Medicina Psicosso-
Para fazer êste milagre, você precisa arranjar um bom mática, para tratar dêstes casos.
hipersensível. Depois, produzir nêle uma paralisia artificial. ívleu amigo: Aqui, segue uma advertência. Se você não
Isto é muito fácil. Coloque o paciente em sono bem profundo fôr médico, então só aplique a hipnose, nas doenças orgâni- .
e lhe dê as seguintes sugestões: «Suasjduas pernas estã_Q_ücando cas, q u a n d o o médico concordar, aprovar e indicar êste
completamente paralisadas. Elas nãô f u n c i o n a m mais. Você, método auxiliar de tratamento.
agora, e um paralítico. N ã o pode caminhar. Não adiante Em caso contrário, você «estará procurando sarna para
.tentar. As pernas não funcionam mais. E preste atenção. se coçar».
'Você só poderá ser curado mediante uma nova hipnotização
ou quando eu lhe disser, em estado de vigília, as seguintes
palavras: Levante-se e ande!»
Caso voce clèsefar uTn conhecimento mais p r o f u n d o dessa
arte de fazer «doentes falsos», então você precisa ler os li-
vros especializados neste assunto. Êstes livros lhe ensinarão Acad. DR. ALBERTO L. BARRETTO

quais as sugestões que você deve usar, para fazer uma «neu- R. Con3. Crispiniano, 29 - 8.® And.

rose experimental». Tols. 3104-8898 - 3104-6985


CEP 01037-001 - São Paulo - SP
Se quiser curar um autêntico paralítico, então verifique
primeiro qual a natureza da doença. Há muitas paralisias que

110 —
A CURA DA MULHER QUE NÃO PODIA OLHAR versário. Nesta ocasião, a mãe a obrigou a usar um vestido
NO ESPELHO feio. Ela protestou e chorou, mas não adiantou nada. Teve
que usar o vestido. A partir dêste dia, ela não pôde mais
olhar em espelhos.
Aleguei que êste fato desagradável já havia passado e
(não tinha mais importância na sua vida. E que de agora em
'diante, ela poderia olhar em espelhos.
A seguir, elevei a idade por anos, e sempre perguntava se
ela podia olhar no espelho. Aos vinte anos, ela respondeu que
não podia olhar. Então perguntei: «Por quê ?» E ela, cho-
rosa e agitada, respondeu-me: «Porque meu marido me cha-
mou de J e i a . »
Removi também êste trauma, E a partir de então, ela
pôde olhar no espelho até à idade real, que era de vinte e
seis anos.
Depois de acordada a paciente, mostrei-lhe um espelho e
ela logo aproveitou a oportunidade para fazer a maquilagem.
Ela disse-me que durante todos êsses anos se pintara sem es-
pelho, e que só as sobrancelhas não conseguia fazer sozinha.
E foi assim que eu fiz o milagre.
Aqui, convém dizer alguma coisa a respeito das pessoas
sensíveis, isto é, facilmente _hipnotizáve[s. A sensibilidade pode
Certa vez, fiz uma dentadura para uma mulher de vinte tornar-se muito vantajosa para elas, se conhecerem a Hipnose.
e seis anos de idade. Coloquei a dentadura de prova na pa- E n t ã o ' poderão colhêr muitos benefícios. P o r sua vez, as pes-
ciente e lhe dei um espelho para que observasse a aparência soas que desconhecerem a hipnose e a sua sugestibilidade, es-
dos dentes e apresentasse suas reclamações. tão sujeitas a grandes sofrimentos.
Para surprêsa minha, ela alegou que não podia se ver no Para ilustrar o que afirmo, contarei um f a t o que ocorreu
espelho desde os quinze anos de idade. em meu consultório. Certo dia, atendi uma senhora idosa que
Logo me lembrei da hipnose para solucionar o caso. Hip- usava um anel metálico no braço. Ela logo começou a contar
notizei a paciente. Ela era uma hipersensível e logo entrou em a história triste de sua vida. Disse-me que durante tôda a
sono profundo. vida sofreu de uma terrível asma. Q u e consultou uma porção
No presente caso, era preciso descobrir o «trauma psí- de especialistas. E que gastou quase todos os seus bens com
quico» que produziu esta aversão aos espelhos. A aversão co- a doença.
meçou aos quinze anos, portanto o conflito mental deveria ter Finalmente, conseguiu curar-se do seguinte modo: Con-
ocorrido naquela época. sultou um curandeiro e êste lhe prescreveu o uso de um anel
Para verificar o trauma, usei a regressão de idade. Na «composto de diferentes metais que servem para tirar o ve-
Primeira Parte dêste livro7 você~pÕd'erá' le recorri o se "Faz esta neno do corpo».
regressão. E foi assim que a sugestão, suportada pelo anel metálico,
Regredi a paciente até à idade de quatorze anos. Depois, curou radicalmente esta senhora.
fui elevando a idade por meses. Ao chegar aos quinze anos, Muitas pessoas sofrem de doenças semelhantes, e não sa-
a paciente começou a gritar, a chorar e a reclamar. bem que a culpada é a sua excessiva sugestibilidade.
Havia acontecido o seguinte: Ao completar quinze anos Com a hipnose, podemos curar a doença destas pessoas
de idade, foi feita uma pequena festa para comemorar o ani- e proteger a sua saúde.

112 — — 113
A excessiva sensibilidade poderá ser reduzida pela suges- O MILAGRE QUE FALHOU
tão hipnótica. D u r a n t e o sono hipnótico, poderemos dar su-
gestões favoráveis a sua saúde q à sua vida. Lucas 4.16-30
T a m b é m podemos «vacinar» uma pessoa contra a hipnose.
Para êste fímpidevemos colocar o paciente em sono p r o f u n d o
Se dar a seguinte sugestão: De hoje_em diante, você naci-poderá
mais ser hipnotizado. Você não poderá mais dormir o sono
V hipnotico, não entrará nunca mais em transe.
Após ter dado esta sugestão, tôdas as induções de sono,
não surtirão efeito.
Sou de opinião, que nunca devemos usar esta vacina. Pois
se algum dia a pessoa precisar da hipnose, ela estará impossi-
bilitada de se servir dela.
Para proteger o sensível contra o abuso de hipnotizadores
inescrupulosos, certos autores americanos aconselham dar a
sugestão, de q u e o paciente só se deixará hipnotizar por mc-
AjOdicos ou dentistas.
f ' Cr5õ~~que um título profissional de médico ou dentista,
não equivale a um atestado de sanidade mental. Êstes profis-
sionais podem ser tarados como quaisquer outros,
Um ótimo meio para proteger um paciente hipersensível
contra a ação de hipnotizadores inescrupulosos, consiste em
dar-lhe, em sono hipnótico p r o f u n d o , as seguintes sugestões:
Você só se deixara hlpnotizãF apÓs ter " dado autorização por es-
crito. Você só entrará em transe na presença de uma_ pessoa Elias, o Carrasco, foi um s u p e r p r o f e t a .
que sirva dê tês~temühha. ""Durante" ò sono" hipnótico", sempre Foi o único q u e e n t r o u de carro no céu.
haverá uma_ polícia interna que não lhe permitirá cometer atos
contra os~bons princípioT da moral.
Com estas sugestões, o - p a c i e n t e estará bem protegido.
«16 I n d o para Nazaré, onde fôra criado, entrou, num sá-
Ouvi dizer, que «certos» hipnotizadores aproveitam o tran-
bádo, na sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-
se para tirar a «mediunidade» do paciente, com o objetivo de
se para ler.
fazê-lo voltar à «única religião verdadeira».
É, sem dúvida, um pfõcéssò"~muito eficiente para com- 17 Então lhe deram o livro do profeta Isaías, e, abrindo o
bater o espiritismo. Pois sem médiuns, acaba-se esta religião. livro, achou o lugar onde estava escrito:
Mas acontece que os espíritas também conhecem a hipnose e,
18 O espírito do Senhor está sôbre mim, pelo q u e me un-
na certa, irão «vacinar» seus médiuns contra sugestões dêste
giu para evangelizar aos pobres; enviou-me para pro-
tipo.
clamar libertação aos cativos e restauração da vista aos
cegos, para pôr em liberdade os oprimidos,
19 e apregoar o ano aceitável do Senhor.
20 T e n d o fechado o livro, devolveu-o ao assistente e sen-
tou-se; e todos na sinagoga tinham os olhos fitos nêle.
21 E n t ã o passou Jesus a dizer-lhes: H o j e se cumpriu a
Escritura que acabais de ouvir.

114 — — 115
Jesus "retirou-se"

27 Havia também muitos leprosos em Israel nos dias do


profeta Eliseu, e nenhum dêles foi purificado, senão
Naamã, o sírio.
22 Todos lhe davam testemunho e se maravilhavam das
palavras de graça que lhe saíam dos lábios, e pergun- 28 Todos na sinagoga, ouvindo estas coisas, se encheram
de ira.
tavam: Não é êste o filho de José ?
29 E levantando-se, expulsaram-no da cidade e o levaram
23 Disse-lhe Jesus: Sem dúvida citar-me-eis êste provér- até ao cume do monte sôbre o qual estava edificada,
bio: Médico, cura-te a ti mesmo; tudo o que ouvimos para de lá o precipitarem abaixo.
ter-se dado em Cafarnaum, faze-o também aqui na tua
30 Jesus, porém, passando por entre êles, retirou-se.»
terra.
24 E prosseguiu: De fato vos afirmo que nenhum profeta
é bem recebido na sua~ própria terra.
Comentário
25 Na verdade vos digo que muitas viúvas havia em Is-
rael no tempo de Elias, quando o céu se fechou por Após ter feito alguns milagres em Cafarnaum, Jesus foi
três anos e seis meses, reinando grande fome em toda a Nazaré. Nessa cidade, foi à sinagoga e, diante do povo, fêz
a Terra; o «prólogo», que consiste na conversa inicial que os hipnoti-
zadores costumam fazer. Fêz o seu «cartaz», lendo o livro dn
26 e a nenhuma delas foi Elias enviado, senão a uma viú-
profeta Isaías,, na parte referente à vinda do Messias. Depois
va de Sarepta e Sidom.

— 117
116 —
disse: « H o j e se cumpriu a Escritura que acabais de ou-
Ao ouvirem estas «blasfêmias», os judeus ficaram fu-
vir.» P o r t a n t o , êle era o Messias. E assim preparou a ex-
riosos e o expulsaram da cidade. Levaram-no a um monte
pectativa para um milagre. E «todos lhe davam testemunho
para de lá o lançarem para baixo. Mas tal não aconteceu, por-
e se maravilhavam das palavras de graça que lhe saíam dos
q u e Jesus conseguiu fugir.
lábios».
O evangelista escreveu que Jesus «retirou-se». Dias foi
Mas o que é isto ? Ao invés de fazer o milagre, o ho-
uma retirada um tanto «forçada».
mem está começando a justificar-se. Está dizendo que nenhum
Sou de parecer que, neste caso, o milagre falhou. Jesus,
profeta é b e m recebido na sua p r ó p r i í t è r r í
certamente, coçou várias vêzes a orelha, fazendo o sinal. O
E T a e p o i s , para salvar o seu prestígio, fêz a asneira de doente ou demônio-falso não atendeu. A pós-sugestão falhou.
desprestigiar os grandes profetas Eliseu e Elias. Êstes eram Isto pode acontecer.
venerados pelo povo judeu. Êste acontecimento desagradável serviu de lição. Jesus
Veremos, a seguir, uma amostra das «boas obras» destes certamente pensou: «De hoje em diante, eu não me meto mais
dois profetas. nestas aventuras, sem estar acompanhado de meus doze guar-
Elias, o Carrasco, foi um profeta de grande prestígio. da-costas.»
Graças aos seus conhecimentos de" alquimia, c o n s e g u i u - m a t a r
quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal.
O desfecho desta «proeza», você poderá ler em I Reis
18.40, que diz o seguinte: «Disse-lhes Elias: Lançai mão dos
profetas de Baal, que nem u m - d ê l e s cscape. Lançaram mão
deles; e Elias os fêz descer ao ribeiro de Quisom e ali os
matou.»
Como você viu, naquele tempo já existia a igreja pro-
fissional entre os sacerdotes.
Um profeta de tanto mérito não poderia apodrecer na
Terra. P o r êste motivo, Elias subiu ao céu num carro de
fogo. ( I I Reis 2 . 1 1 . ) Naquele tempo, tudo era possível.
A respeito de Eliseu, o Careca Vingativo, você poderá
ler o seguinte, em II Reis 2.23 e 24: «Então subiu dali a
Betei; e, indo êle pelo caminho, uns rapazinhos saíram da
cidade, e zombavam dêle, e diziam-lhe: Sobe, calvo; sobe, calvo!
Virando-se êle para trás, viu-os e os amaldiçoou, em nome
do Senhor; então duas ursas saíram do bosque, e despedaçaram
quarenta e dois daqueles meninos.»
Estas ursas tiveram muito trabalho, pois quarenta e dois
já e um número respeitável. Esta deve ser mais uma das du-
vidosas «verdades bíblicas».
Pela descrição, você viu que o profeta «rogou^praga» em
nome de Deus.
Q u e bons predecessores teve Jesus para inspirar-se.
Vou continuar com Jesus. Êste disse que Elias não res-
suscitou todo o mundo, mas somente o filho da viúva Sarep-
ta. E que Eliseu não curou todos os leprosos, mas somente
um, chamado Naamã, o sírio.

118 —
— 119
A CURA DO ENDEMONINHADO GERASENO 7 exclamando com alta voz: Q u e tenho eu contigo, Jesus,
Marcos 5,1-14 Filho do Deus Altíssimo ? Conjuro-te por Deus que não me
atormentes.
8 Por que Jesus lhe dissera: Espírito imundo, sai dêsse
homem!
9 E perguntou-lhe: Qual é o teu nome ? Respondeu êle:
Legião é o meu nome, porque somos muitos.
10 E rogou-lhe encarecidamente que os não mandasse para
fora do País.
11 Ora, pastava ali pelo monte uma grande manada de
porcos.
12 E os espíritos imundos rogaram a Jesus, dizendo: Manda-
nos para os . porcos, para que entremos neles.
1 3 ^ / J e s u s o permitiu. Então saindo os espíritos imundos,
"""/ entraram nos porcos; e a manada, que era cerca de dois
) mil, precfpitou-se despenhadeiro abaixo, para dentro do mar,
I onde se afogaram.
14 Os porqueiros fugiram, e o anunciaram na cidade e pe-
los campos.»

Comentário

Este é o "milagre dos p o r c o s " em plena a^lo. Êste milagre foi uma fraude. Foi a maior brincadeira que
Jesus fêz.
No meu entender, a história foi assim: Jesus conhecia a
«1 Entrementes chegaram à outra margem do mar, à terra sua «vítima». E verdade que ela morava na outra margem do
dos gerasenos. mar. Esta palavra «mar», nos dá a entender que o endemoni-
nhado vivia a grande distância da cidade de Jesus. Em verdade,
2 Ao desembarcar, logo veio dos sepulcros, ao seu encon- morava bem próximo. O Mar da Galiléia é apenas uma lagoa
tro, um homem possesso de espírito imundo, de poucos_quiiômetr«s-cle—íargura.
3 o qual vivia nos sepulcros, e nem mesmo com cadeias Jesus preparou antecipadamente êste indivíduo. No preparo
alguém podia prendê-lo; de demônios-falsos, Jesus já tinha longa prática. Era especialis-
ta. A «instrução» era sempre a mesma: Ensinar ao demônio a
4 porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e se jogar aos seus pés e a exclamar em voz alta: «Tu és o Filho
cadeias, as cadeias foram quebradas por êle e os grilhões de Deus Altíssimo.»
despedaçados. E ninguém podia subjugá-lo.
O presente demônio recebeu uma «lição suplementar». Ao
5 Andava sempre, de noite e de dia, clamando por entre ser perguntado seu nome, êle devia responder: «Legião é o meu
os sepulcros e pelos montes, ferindo-se com pedras. nome, porque somos muitos.» E, depois, devia dizer: «Não
nos mande para fora do país. Mande-nos para os porcos, para
6 Quando, de longe, viu Jesus, correu e o adorou. que entremos nêles.»

120 — — 121
Nas minhas experiências de espiritismo, nunca tive um caso
O demônio estava preparado, e, agora, o milagre podia de «incorporação coletiva».
ser feito.
Jesus, em companhia de seus discípulos, foi à outra mar-
gem do mar. Ao desembarcar, encontrou o tal de homem 1'iiÇíi você o mesmo milagre
possesso de espírito imundo. A pós-sugestão surtiu efeito. O
endemoninhado veio correndo e se jogou aos seus pés, excla- Para a execução dêste milagre, você não precisa de ex-
mando: « Q u e tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Al- plicações especiais. T u d o é muito fácil. Observe o que foi dito
tíssimo ? Não me atormentes.» no «Comentário», e você saberá como fazer o milagre, ou me-
Nesta altura dos acontecimentos, os discípulos estavam ro- lhor, a brincadeira.
deando o Mestre e prestando atenção.
Continuou a cena. Ao^ chegar aos porcos, certamente, Je-
( sus se voltou para seus discípulos e lhes disse: «Meus discípulos,
\ há uma grande manpda de porcos pastando aqui na proximidade.
Há uns dois mil porcos. Observem bem. Vocês estão vendo per-
feitamente os porcos. . . Eu vou permitir^que os demônios en-
trefflméstes^porcos7^. Vocês estão vendo os p o r c o s . . . Os de-
mônios entraram nêles. . . Os porcos começaram a dar saltos. . .
Agora, estão correndo em direção ao m a r . . . estão se precipitan-
do no mar. Todos os porcos se afogaram.»
E, depois, terminou, como qualquer hipnotizador teatral, di-
zendo: «Não há mais porcos.» '
/ Nas alucinações hipnóticas dêste tipo, sempre é necessário
\acabar assim: N ã o há mais disso; não há mais d a q u i l a Tudo
i acabou. ~ "
' Diga-me, meu amigo, você não' acha que dois mil porcos são
demais para um só milagre ? Êsst^número está escrito na Bíblia,
q u e é a palavra de Deus. E Deus não pode ser um mentiroso. ^d.OR. ^ B E ^ ° L 2 9 A R 8 ^ d -
Talvez houvesse um «êrro de imprensa». Neste caso, a honra de R . Co<«. * * £ J 3,04-6935
Deus estaria salva. tols. 3\04-8 l0 . S
Se o milagre de fato tivesse sido autêntico, então teríamos cep m ^ - 0 0 1 ' 5
que lamentar a má sorte dos demônios. Jesus os mandou para
as profundezas do mar. Certamente sofreram muito na água fria,
pois, como sabemos, êstes sêres vivem habitualmente n u m país
onde «o clima é bastante quente».
E quem devia ter sofrido tanto quanto os demônios, devia
ter sido o proprietário dos porcos. Certamente disse: Êste mal-
dito Jesus, que vá fazer a glória de Deus com seu próprios porcos.»
Com essa brincadeira, Jesus conseguiu melhorar seu prestígio
junto aos discípulos. E além disso, transformou o ex-en5emoni-
nhado em propagandista seu. Podemos ler em Marcos 5.19:
«Vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o
Senhor te fêz, e como teve compaixão de ti.»
E êste infeliz, de fato, fêz a propaganda.
— 123
122 —
A CURA DE UM L E P R O S O

Marcos 1.40-45

A p ó s ter f e i t o o " m i l a g r e " , J e s u s n ã o p o d i a mais e n t r a r p u b l i c a m e n t e em l ZOROASTRO -


q u a l q u e r cidade, mas permanecia f o r a , e m lugares e r m o s .
ste p r o f e t a " i n v e n t o u " q. diabo, o j n f e r n o ^ o céu, a r e s s u r r e i ç ã o dos m o r t o s ,
o juízo f i n a l e m u i t a s o u t r a s " v e r d a d e s " da religião cristã.

«40 Aproximou-se dele um leproso rogando-lhe, de joelhos: Se 45 Mas, tendo êle saído, entrou a propalar muitas coisas
quiseres, podes purificar-me. e a divulgar a notícia, ao ponto de não mais poder Je-
41 Jesus, p r o f u n d a m e n t e compadecido, estendeu a mão, to- sus entrar publicamente em qualquer cidade, mas per-
cou-o, e disse-lhe: «Quero, fica limpo!» manecia fora, em lugares ermos; e de tôda parte vi-
42 No mesmo instante lhe desapareceu a lepra, e ficou limpo. nham ter com éle.»
43 Fazendo-lhe então veemente advertência, logo o despediu,
44 e lhe disse: Olha, não digas nada a ninguém; mas vai, Comentário
mostra-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que
Antes de comentar êste milagre, torna-se necessário que
Moisés determinou, para servir de testemunho ao povo.
eu lhe diga alguma coisa a respeito da medicina daquele tem-
124
— 125
po. T u d o era muito simples. Deus mandava as doenças e Salve Zoroastro, que com sua invenção conseguiu trans-
êle mesmo as tirava. Portanto, a medicina era uma atividade formar êste Deus perverso em «Pai bondoso e misericordioso». •
q u e dizia respeito aos sacerdotes. Agora, vou explicar o milagre. Êste consistiu numa «frau-
No Ê x o d o 4.24-26, você poderá ler o seguinte: «Estan- de de efeito «retardado».
do Moisés no caminho, numa estalagem, encontrou o Senhor, A verdadeira história deve ter sido a seguinte: Um doente
e o quis matar. leproso e hipersensível, tendo ouvido falar da fama de Je-
Então Zípora tomou um pedra aguda, cortou o prepúcio sus, aproximou-se dêste e pediu-lhe que o curasse. Jesus
de seu filho, lançou-o aos pés de Moisés e lhe disse: Sem dú- notou logo que o homem eta um hipersensível, portanto su-
vida tu és para mim esposo sangüinário. gestionável em estado de vigília.
Assim, o Senhor o deixou. Ela disse: Esposo sangüinário; Para descobrir o paciente hipersensível, o hipnotizador
por causa da circuncisão.» usa os testes de sensibilidade, conforme já lhe expliquei.
Deus o quis matar; quer dizer: Moisés adoeceu. Quando não fôr possível aplicar êstes, então o hipnotizador
E, o Senhor o deixou; significa: Moisés ficou curado. usa de outro recurso. Faz _uma conversa monótona, e obser-^>£<.
O remédio consistiu em cortar o prepúcio do filho de va as pálpebras do paciente. Se estas permanecerem imó-
Moisés. Acho que o menino não gostou nada de entregar veis, o Sr._ Subconsciente está escutando e a sugestões pode-
êste «remédio» ao pai. rão ser dadas. Nesta identificação^ o" hipnotizador compe-
Naquele tempo, curava-se assim. tente não encontra dificuldades.
No Levítico 14.34-35, você pode ler: « Q u a n d o entrares Se o próprio hipnotizador fôr um hipersensível, como
na terra de Canaã, que vos darei por possessão, e eu enviar o era Jesus, êle poderá aprender a usar a percepção extra-
a praga da lepra a alguma casa da terra da vossa possessão, sensorial para descobrir, os_sensíveis à hipnose.
o dono da casa fará saber o sacerdote, dizendo: Parece-me que Se você, meu amigo, dispuser de um bom paciente, en-
há como que praga em minha casa.» tão coloque-o em estado sonambúlico. Depois, apresente a
Deus mandava e tirava as doenças. êle o candidato à hipnotização e pergunte o seguinte: Pode-
me dizer se eu jposso hipnotizar esta pessoa ?

Í
Q u a n d o o indivíduo adoecia, êle ficava «imundo» ou
«impuro». E quando melhorava, então ficava «limpo» ou Em caso afirmativo, pergunte: Em q u a n t o tempo ela
«purificado». dorme ? Em quantas sessões ? y y
No tempo de Moisés, ainda não existia o «slogan» «Deus Verifiquei que, na grande maioria dos casos, as infor-
é A m o r » . A bondade de Deus só apareceu após o Cativeiro mações dadas pelo sonâmbulo são certas.
da Babilônia, que se deu no ano 587 antes de Cristo. Na Durante a hipnotização, o sonâmbulo também poderá
Babilônia, os judeus foram conhecer o demônio, que haviam i n f o r m a r ' sôbre a profundidade do sono do paciénfè, é~sôbre
sido inventado por ^Zoroastro. Ê s t e foi uriT^prõfeta _persa, A a possibilidade" dè fazer êste ou aquele "fenômeno hipnótico
descrição de sua vida assemelha-se com a de J e s u s . Também com sucesso.
nasceu de uma virgem. Esta havia' sido fecundada por um Nos casos em que o sonâmbulo também fôr um médium,
feixe de luz. H o j e em dia, não existe mais êste processo es- você poderá chamar um espírito q u e entenda de hipnose, e
tranho de fecundação. fazer as perguntas. Neste caso, você poderá verificar que
A partir da época do cativeiro, os malefícios foram atri- as informações são mais exatas. «Mais exatas», não quer
buídos ao D e m ô n i o e os benefícios a Jeová. dizer «cem por cento... certas».
No SeguncTo Livro de Samuel, "Capítulo 24, Versículo 15, V o u continuar com a proeza de Jesus. Ao ver o leproso,
você ainda pode ler alguma coisa sôbre a perversidade do êle deve ter tido a seguinte idéia: Vou dar uma «atochada»
Deus «avant-exílio». O versículo diz o seguinte: «Então en- neste «cara».
viou o Senhor a peste a Israel, desde a manhã até ao tempo Então, disse ao doente: «As suas manchas estão de-
q u e determinou; e de Dã até Berseba, morreram setenta mil s a p a r e c e n d o . . . As suas feridas estão d e s a p a r e c e n d o . . . Vo - [y
homens do povo. \flcê não vê mais a sua d o e n ç a . . . N ã o pode ver a d o e n ç a . . . "
Antigamente, êste Jeová não era um Deus camarada. ' l Você está c u r a d o . . . Está limpo.»
A isto chama-se em hipnose, dar uma «alucinação ne- A CURA DA MULHER FEIA
gativa». ~
A""alucinação foi dada e «pegou». Agora, era preciso
evitar as contra-sugestões. Para êste fim, Jesus fêz-lhe uma
«veemente advertência» para que não contasse a ninguém
ter sido curado. Disse mais ao leproso: «Vai ao sacerdote
e oferece pela tua purificação o que Moisés determinou.»
Esta última recomendação, veio a ser a desgraça de
Jesus.
O doente foi ao sacerdote, fêz a dádiva e, certamente,
pediu que fôsse submetido ao ritual da purificação, pres-
crito por Moisés. No capítulo quatorze de Levítico, você
poderá ler os pormenores dêste complicado ritual.
O sacerdote certamente olhou, um tanto perplexo, para
o leproso, e disse: « H o m e m , você não está curado. Seu
corpo está cheio de feridas. O l h e bem, sua pele está tôda
manchada.»
E depois deve ter perguntado: « Q u e m foi o patife que
lhe deu - esta alucinação negativa ? Garanto que foi o Jesus.
Êste tipo anda enganando o povo há muito tempo. Algum
dia acabaremos com êle.»
Tanto o sacerdote, como o leproso, aproveitaram o fato
para atiçarem o povo contra Jesus.
Diz a Bíblia, que a notícia do milagre foi divulgada,
«ao ponto de não mais poder Jesus entrar publicamente em
qualquer cidade, mas permanecia fora, em lugares ermos».
Meu amigo:
Faça você o mesmo milagre
O Professor Agostinho Braul, q u e . há muitos anos se
Êste não convém fazer. A bomba irá explodir na sua dedica ao ensino da hipnose, difundindo entre nós, com en-
própria mão. As alucinações desta espécie têm uma dura- tusiasmo, esta importante ciência, jresolveu enriquecer êste
ção limitada. O paciente enganado voltará para pedix—•«sa- livro com alguns casos interessantes, que lhe poderão pro-
tisfações». porcionar mais alguns conhecimentos.
Está com a palavra o Professor Braul:
«Certa ocasião, no ano de 1956, dirigi-me à casa de
um amigo, jornalista de renome, " para fazer uma sessão re-
creativa de hipnose. Lá, me apresentei acompanhado de
minha esposa, uma amiga desta, e do hipnólogo H e n r i q u e
Faerman, que devia me auxiliar nesta hipnose teatral.
Após nossa chegada, ouvi minha espôsa comentar com
sua amiga, dizendo encontrar-se na sala uma mulher muito
bonita e com uma pele maravilhosa. A conversa chamou a
minha atenção e eu também vi a tal beldade. Momentos
após, esta me foi apresentada por um amigo e ex-colega de

128 —
aviação, como sendo sua esposa. O amigo havia casado há Durante o transe, desfiz esta alucinação, dizendo que
seu rosto não tinha mais imperfeições e q u e era realmente
pouco tempo.
belo. Depois, elevei a idade até à época atual e acordei a
Iniciei a sessão de hipnose. Fiz os testes de sensibilida-
paciente.
de e isolei os sensíveis. Entre êstes encontrava-se uma me- A seguir, apresentei-lhe um espelho. Ao ver seu nôvo
nina de 15 anos de idade. rosto, ela ficou p r o f u n d a m e n t e emocionada e muito satisfeita.
Ao terminar as sessões de hipnose, costumo perguntar A t é hoje, passaram-se seis anos e a senhora continua li-
aos pais dos hipnotizados se desejam sugestões positivas pa- vre de seu complexo de mulher feia.
ra os seus filhos. Geralmente dou sugestões relativas à cal- Relatei êste caso para mostrar ao meu amigo Hochheim,
ma espiritual, à boa compreensão, e dedicação" aos estudos. q u e a sugestão penetra de formas diferentes na nossa psique,
~A mãe 3ã menina hipnotizada chamou-me e pediu que sendo na essência sempre a mesma: Positividade ou nega-
eu desse sugestõès à sua filha, dizendo-lhe que ela não se tividade da palavra.»
deveria julgar tão feia e que se olhasse com olhos de me-
lhor aceitação.
A menina era, realmente muito feia e eu tive alguma di-
ficuldade em escolher as palavras apropriadas para destruir
o seu complexo de fealdade, sem melindrá-la.
Após ter dado as sugestões, fui chamado pela beldade
que, como já disse, era esposa de meu amigo. Esta senhora
ouviu as sugestões e disse-me que ela sofria do mesmo mal,
por ter um rosto tão horrível e tão cheio de espinhas. Eu
fiz uma pausa de espanto e disse a esta senhora: «Então,
^minha senhora, quem está hipnotizado sou eu, pois o seu
'rosto é realmente belo.»
Ela não se conformou com a minha afirmação. E para
provar a sua fealdade, mostrou-me uma carteira de estudan-
te. Nesta, existia uma fotografia sua, tirada havia três anos.
Com o retrato, procurou convencer-me de q u e seu rosto es-
tava cheio de manchas e outros defeitos. Disse-me, também,
que seu esposo nunca lhe tinha falado destas imperfeições e
até afirmava ser ela muito bela. Certamente para a consolar.
Diante destas afirmações, estava claro que esta jovem
senhora sofria de uma alucinação.
Naquela mesma noite, resolvi hipnotizá-la. Tratava-se
de uma hipersensível. Logo entrou em transe profundo. Fiz
a regressão de idade. Nesta~ verifiquei que, aos onze anos de
idaclêf, ela~recebeu^ a sugestão prejudicial de sua própria mãe.
Na época, seu rosto estava cheio de espinhas e outras fe-
ridas. A mãe, ignorando o valor da palavra e a grande su-
gestibilidade-de sua filha, afirmou que seu rosto estava feio.
Algum tempo após, faleceu a mãe, sem nunca ter feito
um elogio à beleza da filha. Assim sendo, a sugestão nunca
fôra desfeita pela mãe.

— 131
A CURA DE DEZ LEPROSOS Comentário

Lucas 17.11-19 Aqui sim, o homem fêz um «autêntico» milagre. Não


curou todos, mas pelo menos um foi beneficiado. E isto já
é grande coisa.
Vejamos como se desenrolou êste acontecimento.
Ao entrar numa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez le-
prosos, que ficaram de longe e lhe gritaram, dizendo: «Je-
sus, Mestre, compadece-te de nós!»
Ao vê-los disse-lhes Jesus: r « I d e e mostrai-vos aos sa-
cerdotes. Aconteceu que, indo êles, foram purificados.»
As duas últimas palavras estão erradas. Apenas um foi
purificado. Apenas um voltou para agradecer. Era samari-
tano. Jesus chamou-o de «estrangeiro». Os samaritanos tam-
bém eram judeus. Mas eram desprezados pelos saduceus e
fariseus.
O sucesso dêste milagre pode ser explicado do seguinte
modo: O doente era um histérico. Sofria de uma dermatose
neurogênica, perfeitamente curável pela sugestão. ~
Sôbre o diagnóstico de lepra, feito naquela época, você
pode ler alguma coisa no Levítico, Capítulo treze. Até pa-
rece q u e tôdas as doenças da pele eram classificadas como
Ide c mostrai-vos aos sacerdotes. sendo lepra. Até a roupa mofada era leprosa.
Antes do aparecimento dos modernos métodos de diag-
nóstico, uma doença da pele, pouco comum, freqüentemente
«11 De caminho para Jerusalém passava Jesus pelo meio era classificada como sendo lepra.
de Samaria e da Galiléia.
Esta doença sempre foi de diagnóstico difícil, pois exis-
12 Ao entrar n u m a aldeia, saíram-lhe ao encontro dez tem vários tipos.
leprosos, Atualmente, a Medicina classifica a lepra em dois tipos:
13 que ficaram de longe e lhe gritaram, dizendo: Jesus, O tipo inflamatório simples; e o tipo granulomatoso. Esse
Mestre, compadece-te de nós! subdivide-se em lepromatoso e tuberculóide.
14 Ao vê-los,- disse-lhes Jesus: Ide e mostrai-vos aos sa- Para fazer um diagnóstico correto, usam-se os exames
cerdotes. Aconteceu que, indo êles, foram purificados. de laboratório, que consistem na pesquisa do bacilo e nos
15 Um dos dez, vendo que fora curado, voltou, dando exames sorológicos.
glória a Deus em alta voz, No tempo de Jesus, não havia nada disto e muitos doen-
16 e prostrou-se com o rosto em terra aos pés de Jesus, tes eram expulsos da sociedade, simplesmente porque so-
agradecendo-lhe; e êste era samaritano. friam de uma inocente doença da pele.
17 Então Jesus lhe perguntou: Não eram dez os que Volto a falar do milagre. Jesus disse ao curado: <<A^
foram curados ? O n d e estão os nove ?
tua_J:é te salvou.»
18 Não houve, porventura, quem voltasse para dar gló-
ria a Deus, senão êste estrangeiro ? Jesus muitas vezes usou estas palavras quando obtinha
19 E disse-lhe: Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.» resultado positivo. Nos casos de insucesso, certamente di-
zia: « H õ m ê m , você não melhorou porque não teve fé.»

132 — — 133
S*- A féT por si só, não cura ninguém. O que cura é a O CASO DA L E P R O S A
\sensibilidade. A fé é uma qualidade do Sr. Consciente, en-
quanto que a sensibilidade pertence ao Sr. Subconsciente.
( Os milagres só podem ser feitos com o consentimento e
a cooperação do Sr. Subconsciente.
Muitas vezes, acontece que um paciente procura um
hipnotizador e diz: « E u quero ser hipnotizado pelo Senhor;
eu tenho fé no seu poder.»
^ O hipnotizador faz a indução da hipnose. Usa todos
os métodos. Realiza várias sessões. E o paciente não entra
\ e m sono hipnótico. Neste caso, o paciente teve fé. O que
/êle não teve foi «sensibilidade». E l ê m sensibilidade não
há transe.
í q u i , está o ponto fraco da" hipnose. Só é possível hip-
; notizar as~"pês"sõãs que têm sensibilidade.
Felizmente, nem sempre ~e necessário um sono profundo
para que as sugesfõeTTaçam efeÍTOT "

Faça você o mesmo milagre

Para fazer êste milagre, você precisa de um doente que


Antes
sofra de uma dermatose, que possa ser curada pela sugestão.
Para obter informações a êste respeito, leia, nos livros de
Hipnotismo, os capítulos intitulados «A Hipnose em Derma-
tologia». Novamente, está com a palavra o Professor Braul:
Ao fazer o tratamento, lembre-se que quanto mais pro- «Certa vez, fui procurado por um padre. Êste desejava
f u n d o j ô r o transe, mais poderosa será a sugestão! saber se a hipnose era capaz de curar a lepra, e se a biblio-
Antes de iniciar as sugestões d F _ c ü r a 7 é conveniente fa- grafia sôbre hipnose médica registrava casos de cura dêste mal.
zer u m a hipnoanálise. Em certas dermatoses, é necessário Respondi-lhe que nos livros de hipnotismo, por mim li-
saber o motivo que levou o Sr. Subconsciente a inventar a dos, nunca encontrei coisa alguma a respeito, mas que a Bí-
doença. blia registrava casos de cura de leprosos. Após ter feito esta
Nos casos de difícil cura, você poderá usar a técnica afirmação, a sacerdote disse-me que êstes não eram casos
'do tratamento fracionado. Êsse consiste em sugerir o desapa- de cura pela hipnose. Alegou que Jesus curava «por milagre».
recimento da doença de certa parte do corpo, como por
Os religiosos não admitem que Jesus tenha usado a
exemplo, de um T3raço7~"Ol5tI3õ" o resultado, passa-se para o
hipnose." Dizem que êle curava com o seu «poder divino».
brãçó~ seguinte, e assim por diante.
Visto minhas relações com o clero sempre terem sido
Vou parar de 'escrever sôbre o assunto, pois o presente
livro não tem por objetivo tratar da hipnose Médica. cordiais e amistosas, não quis contrariar a opinião dêste padre.
Eu poderia ter afirmado que o profeta Eliseu também curou
um leproso. Provavelmente usou a hipnose, pois o «poder
divino» era de uso privativo de Jesus. Eu também poderia
ter afirmado que no Velho Testamento, no Levítico, Capítulo
quatorze, está escrito «A lei acerca do leproso depois de sa-
rado». Êste fato nos prova que as curas deviam ser muito

134 — — 135
Ao vermos a paciente, ficamos chocados. Ela apresen-
tava um aspecto pavoroso. Tinha enormes manchas róseas,
roxas e brancas. E uma deformidade muscular na altura das
articulações.
Antes de iniciarmos a hipnotização, conversarmos com
os parentes da leprosa, a fim de fazermos o levantamento psi-
cológico da situação. Um fato que nos chamou particular
atenção, foi contado pela mãe da doente. Disse-nos, que,
quando estêve grávida, viu uma leprosa de aspecto horrível.
Lamentava-se da má sorte de sua filha, pois ela veio a con-
trair o mesmo mal. Êste manifestou-se _aos doze anos, na
época em que atingiu a puberdade.
~Imcíãmõs - lisTiipnot:ízações. Na primeira sessão, a pacien-
te apresentou pouca suscetibilidade. Apenas sentiu o formi-
gamento nas mãos", que lhe havíamos sugerido.
Tivemos grande dificuldade em escolher as sugestões ade-
quadas, pois a doente devia ignorar o seu verdadeiro' mal, a
fim de não agravar ainda mais a sua situação.
Apesar de não nutrirmos esperança alguma na cura, mes-
mo assim, fizemos dezoito sessões. Depois, a paciente aban-
donou o tratamento, pois não houve melhoras, pelo menos,
melhoras imediatas.
depois Algum tempo após, esta môça ficou completamente cura-
da. Não posso afirmar que H ^ h i p n o s e ' curou esta leprosa, mas
ela deve ter auxiliado alguma coisa. Certamente, o maior
mérito cabe às sulfonas, que sempre foram administradas.
freqüentes. Por causa de uma única cura de leproso, feita por Visto no preãente caso não me ter sido possível aquilatar,
Eliseu, e, ainda mais, tratando-se de um estrangeiro, chamado com precisão, o valor da hipnose no mal de Hansen, resolvi
Naamã, o sírio, certamente os judeus não teriam feito uma contar o fato ao autor dêste livro, para que fôsse divulgado.
lei tão extensa sôbre os leprosos curados. Assim, outros hipnólogos terão conhecimento do ocorrido e
O sacerdote contou-me que o diretor de um leprosário poderão repetir êste tratamento, a fim de descobrirem algo c!e
lhe havia dito, que a sua sobrinha leprosa poderia melhorar, mais positivo.»
ou até mesmo ficar surada, com a aplicação da hipnose. Por
êste motivo, solicitava o meu auxílio. Desejava que eu hip-
notizasse sua sobrinha, q u e havia mais de seis anos vi viu em
estado deplorável. Logo, me prontifiquei a tratar do caso.
Apenas exigi que êle me trouxesse uma solicitação médica,
por escrito.
• ^ Naquele tempo, eu trabalhava em companha do Professor
Cícero Ribeiro, psicólogo de grande competência. Ambos le-
cionávamos hipnologia no Instituto Psicopedagógico e fazíamos
tudo de comum acordo.
Fomos à procura da doente. Esta morava em um bairro
de Pôrto Alegre.

136 — — 137
A CURA DA F I L H A ENDEMONINHADA DA 27 Ela, contudo, replicou: Sim, Senhor, porém os cachor-
MULHER CANANÉIA rinhos comem das migalhas que caem da mesa dos
Mateus 15.21-28 seus donos.
28 Então lhe disse Jesus. Ó mulher, grande é a _ t u a _ [ é !
Faça-se contigo como queres! E desde a q u e l e r n o m e n t o
sua FílHã TIcolT sã.»

Comentário
Se houve de lato milagre, êste poderá ser chamado «O
Milagre Vergonhoso»'. Neste, Jesus mostrou tôda a sua es-
tupidez.
Diz a Bíblia: Partindo Jesus dali, retirou-se para os lados
cie Tiro e Sidom. Êste «retirou-se» quer dizer «fugiu» para
Tiro e Sidom.
Sempre que o Messias «estava em maus lençóis», êle
fugia para os países vizinhos.
Durante esta «retirada», uma mulher grega veio a Jesus
e lhe disse: «Senhor, Filho de David, tem compaixão de
mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada.»
Jesus não lhe deu ouvidos. Mas a mulher continuou in-
sistindo.
Êle não a quis atender, porque era estrangeira. Jesus
não tinha interêsse algum em fazer prestigio junto aos estran-
geiros. O f u t u r o «Rei de Israel» só se interessava pelos is-
raelitas. Chegou mesmo a dizer, que êle só foi enviado às
ovelhas perdidas da casa de Israel.
A mulher continuou insistindo, dizendo: «Senhor, so-
corre-me!»
«21 Partindo Jesus dali, retirou-se para os lados de Tiro e Êle, respondendo, disse: «Não é bom tomar o pão dos
Sidom. filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.»
22 E eis q u e uma mulher cananéia, que viera daquelas re- Isto quer dizer que só queria gastar o seu «poder» com
giões, clamava: Senhor, Filho de David, tem compaixão os filhos de Israel. Pois os estrangeiros eram desprezados pe-
de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada. los judeus, por não pertencerem ao judaísmo, que^ naquela
época, era a «única religião verdadeira»^ a «única fundada
23 Êle, porém, não lhe respondeu palavra. E os seus dis- por Deus».
cípulos, aproximando-se, rogaram-lhe: Despede-a, pois ""Depois de chamar a mulher, indiretamente, de cadela, esta
vem clamando atrás de nós. conformou-se com a humilhação e replicou: «Sim, Senhor,
24 Mas Jesus respondeu: Não fui enviado senão às ove- porém os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa
lhas perdidas da casa de Israel. dos seus donos.
25 Ela, porém, veio e o adorou, dizendo: Senhor, socorre-me! Diante dêste argumento, o Filho de Deus dignou-se fazer
o milagre. Disse à mulher: «Faça-te contigo como queres.»
26 Então, êle respondendo, disse: Não é bom tomar o E o evangelista acrescentou: «Ê desde aquele momento
pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. sua filha ficou sã.»

138 — — 139
Quem viu a filha ficar sã ? Para os discípulos, a palavra O C A S O DO C A C H O R R O
do Mestre constituía a melhor prova. Êles acreditavam cega-
mente nêle.
Acad. DR. ALBERTO L. BARRETTO
É possível que a mulher tenha encontrado sua filha com
saúde, pois sabemos que êstes «estados de dissociação» têm • 8 . » And.

caráter temporário.

Faça você o mesmo milagre

Ao fazer êste milagre, você não deve seguir o exemplo de


. Jesus. Não deve ser estúpido, nem ofender àqueles que lhe
\J procuram. Deve comportar-se como pessoa educada.
/ Nas jrLÍnhas__experiência de espiritismo, muitas vezes, li-
dei com estas «personalidades dissociadas». Nunca tive pro-
blema algum para afastá-las.
Após certo tempo de incorporação, elas alegavam que o
médium estavam enfraquecendo e que, por êste motivo, tinham
q u e afastar-se. E mandavam acordar o médium.
r O tempo de incorporação depende do desenvolvimento do
\ m é d i u m . No início da mcdiunidade, os espíritos só incorporam A seguir, ouviremos mais um caso interessante contado
(durante alguns minutos. pelo Professor Braul:
I Suponhamos um caso excepcional em que incorpore um
« E m primeiro de novembro de 1960, fiz uma demonstração
espírito atrasado, e que êste não queira afastar-se. Neste caso,
o melhor é fazermos a doutrinação do espírito dentro dos prin- de fenômenos hipnóticos na T. V. Piratini.
cípios do espiritismo. Assim, livraremos o médium desta en- Após a apresentação, fui procurado por um médico ami-
tidade indesejável e faremos uma «caridade» ao espírito. go, que veio acompanhado de dois senhores. O médico pediu-
Se esta personalidade não fôr de f u n d o espirítico, mas me que o acompanhasse à casa de uma doente, a qual se en-
produzida pelo subconsciente, então usaremos a hipnoanálise contrava, havia quatro dias, em estado de choque emocional.
para descobrir o trauma q u e deu origem a essa dissociação. E Seu estado era tão grave que já pretendiam interná-la num
com uma argumentação adequada, conseguiremos reintegrar a hospital de doentes mentais.
personalidade. Atendi ao pedido. Quando entrei no quarto da doente,
deparei com um quadro horrível. Vi uma môça deitada sô-
bre uma cama. Esta môça agitava-se violentamente, sendo fir-
memente contida por dois homens. E a doente não cessava
de gritar: «Olhe o cachorro! O l h e o cachorro! Cachorro!
Minha mãe morreu! Socorro! Socorro!»
Parecia ser uma verdadeira louca. Êsse estado de agita-
ção já durava quatro dias.
Iniciei minha atividade de hipnólogo e procurei entrar
no delírio da doente, ou melhor, naquela auto-hipnose. Por
motivo da grande quantidade de calmantes que lhe foram
injetados, a paciente apresentava um forte torpor, que me im-
pediu de obter um transe. p r o f u n d o . M e s m o assim, consegui
fazer com que ela ficasse mais calma e procurasse dormir.

140 — — 141
Diante, do sucedido, achei aconselhável só tentar uma
nova hipnotização, na noite do dia seguinte. Então, a paciente A CURA DE MARIA MADALENA
estaria mais desintoxicada dos sedativos e barbitúricos.
No dia seguinte, eu me fiz acompanhar do hipnólogo Ri- Lucas 8.1-3
cardo Barroso. Encontrei a môça bastante calma, mas ainda
dizia que sua mãe fôra estraçalhada e morta por um cachorro.
O choque emocional resultou do seguinte acontecimento:
No quintal de sua casa, um cachorro rompeu a corrente que
0 prendia e avançou em seu irmão de 18 anos de idade. Hou-
ve uma luta terrível. O animal quase estraçalhou o rapaz,
produzindo-lhe 54 ferimentos. Na ocasião da luta, sua mãe
correu em defesa do filho e segurou o cachorro.
A paciente, ao ver aquele quadro, desmaiou na porta dos
f u n d o s de sua casa. A partir de então, ela delirava com aquele
acontecimento.
Por uma estranha razão que eu não consegui compreen-
der, ela afirmava que sua mãe havia sido morta pelo cão.
Q u a n d o sua mãe lhe era apresentada, a doente afirmava que
aquela era uma vizinha.
Ao iniciar a hipnotização, na presença de Ricardo Barroso,
a doente disse o seguinte: «Êste foi o môço que ontem í
noite me tratou muito mal. Eu não gosto dêle.» Referindo-
se a mim. « E u gosto é daquele doutor, daquele gordo.» Re-
ferindo-se a Ricardo Barroso.
1
Em vista da melhor aceitação psicológica de Ricardo
iBarroso, solicitei a êste o favor de hipnotizar a paciente. Êle
ássim o fêz, obtendo ótimos resultados. Em uma semana de
tratamento, a doente melhorou completamente.»

«] Aconteceu depois disto que andava Jesus de cidade em


cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o
evangelho do reino de Deus, e os doze iam com êle,
2 também algumas mulheres que haviam sido curadas de
espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada
Madalena, da qual saíram sete demônios;
3 e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, Suzana
e muitas outras, as quais lhe prestavam assistência com
os seus bens.»

Comentário
Esta Maria Madalena provavelmente foi «vítima» de sete
mijagres. Devia ter muito dinheiro, pois os pobres apresen-
tavam um só demônio, com exceção do endemoninhado ge-
rascno, que apresentou dois mil.

142 - — 143
O que os sacerdotes cristãos nunca nos dizem, é como
Jesus conseguiu «financiar» sua campanha política e religiosa
durante três anos.
A despesa devia ser grande, pois Jesus ia acompanhado
de seus doze discípulos. E às vêzes levava numerosas mulheres.
Podemos ler em Lucas 8.1-3, que certa vez Jesus levou
em sua companhia diversas mulheres: Maria Madalena, Joa-
na, Suzana e «muitas outras». Com tantas mulheres, até eu
seria capaz de ir junto.
Nesta oportunidade, as mulheres financiaram as ativi-
dades do Messias, pois diz o versículo terceiro: «As quais
E i t a n d o os d i s c í p u l o s com f o m e e n t r a r a m a colher espigas c a comer, mas lhe prestavam assistência com os seus bens.»
i n e s p e r a d a m e n t e a p a r e c e u o d o n o das espigas.
Êste financiamento só se refere a um pequeno período
da vida de Jesus. Como conseguiu êle resolver êste grave
problema durante três anos ?
Vimos que alguns milagres foram pagos, mas da grande
maioria êle não recebeu nada.
Nem sempre a «turma» vivia em fartura. Pudemos ler em
Mateus 12.1-2, o seguinte: P o r aquêle tempo, em dia de
sábado, passou Jesus pelas searas. O r a , estando os seus dis-
cípulos com fome entraram a colher espigas e a comer.
Os fariseus, porém, vendo isso, disseram-lhe: Eis que
os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer em dia de
sábado.»
Roubar não é lícito em dia algum.
Os sacerdotes cristãos justificam êste roubo de uma ma-
neira muito ingênua. Alegam que a lei judaica permitia a
quem tivesse fome, servir-se das plantações alheias.
Se isso fôr verdade, então posso garantir-lhe que nenhum
agricultor via esta «turma de vagabundos» com bons olhos.
O problema financeiro poderia ser satisfatoriamente expli-
cado, se eu fôsse bastante longe em minhas «acusações».
Um hipnotizador competente não encontra grande difi-
culdade, em convencer um hipersensível a lhe entregar seu
dinheiro.
Marcos 10.21-22, você poderá ler alguma coisa sôbre um
«golpe» que falhou. O evangelista escreve o seguinte: «Mas
Jesus, fitando-o, o amou e disse: Só uma coisa te falta: Vai,
vende tudo o que tens, dá-o aos pobres, ( q u e . neste caso,
era êle e seus discípulo) e terás um tesouro no céu; en-
tão vem, e segue-me.
Êle, porém, contrariado com esta palavra, retirou-se tris-
te, porque era dono de muitas propriedades.»

— 145

10
E logo a seguir Jesus acrescentou: «Quão dificilmente
entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!» O C A S O DO E L E V A D O R
Em Atos 4.36-37, você poderá ler a história de um
«golpe positivo», dado pelos apóstolos. Os versículos dizem
o seguinte: «José, a quem os apóstolos deram o sobrenome
de Barnabé, que quer dizer filho de exortação, levita, natural
de Chipre, como tivesse um campo, vendendo-o, trouxe o
preço e o depositou aos (^pol^ dos apóstolos.»
Parece-me que os discípulos aprenderam muito bem com
o Mestre, a arte de aplicar o «conto do Reino de Deus».
Temos, ainda, o caso de Ananias e Safira, dois hipersen-
síveis, que o Pedro mandou «desta para a melhor», só por-
que não quiseram entregar todos os seus bens aos apóstolos.
( A t o s 5.1-11.) .
Aqui, ainda, convém fazer uma referência ao Sr. Judas
Iscariotes. Êste era o tesoureiro da «turma», apesar de ser
conhecido como ladrão. E aqui está a prova: «Isto disse êle,
não porque tivesse cuidado dos pobres; mas porque era la-
drão e, tendo a bolsa, tirava o que nela se lançava.» (João 12.6.)

Pedi ao Sr. Fernando Brockmann que contasse alguns


casos interessantes relacionados com a hipnose, para serem re-
latados neste livro.
Vou, pois, transcrever as palavras do Sr. Fernando:
«Eu vou narrar um fato interessante que foi várias vê-
zes contado pelo Professor Braul, no Centro de Estudos Iiip-
nológicos do Rio G r a n d e do Sul.
N u m a das sessões noturnas do Centro de Estudos, com-
pareceram três rapazes. Traziam um companheiro para ser
hipnotizado, pois o mesmo apresentava um desagradável sin-
toma psíquico. O rapaz já tinha consultado alguns médicos,
mas êstes não conseguiram resolver o caso.
Êste rapaz só podia subir de elevador até ao quarto an-
dar. Sempre que subia além, automaticamente desmaiava. Quan-

146 — — 147
do o elevador baixava ao quarto andar ou outro inferior, me- Também pensou que aquilo poderia ter acontecido com êle,
lhorava do desmaio. pois tinha o hábito de gritar pelo poço, sem que o elevador
No Centro, aproveitaram o paciente para dar uma aula estivesse no lugar.
prática de hipnose. Antes de iniciar a hipnotização, pergun- Passado algum tempo, voltou à calma. E não teve co-
taram ao rapaz quanto tempo fazia que êle sofria dêsses des- nhecimento consciente do trauma q u e feriu seu subconsciente.
maios. Êle não soube responder com precisão. Mais ou me- A partir de então, êle entrava sem mêdo 110 elevador, mas
nos quatro anos, disse êle. quando êste ultrapassava o quarto andar, aparecia re-
A seguir, puseram-no a um, dois, três, quatro anos atrás pentinamente o desmaio. O subconsciente recordava-se do fato
e sempre perguntaram o que acontecia com êle dentro do ele- desagradável e negava-se a subir mais alto.
vador. Tôdas as vêzes êle desmaiava, mas não sabia explicar D u r a n t e o sono, disseram ao rapaz que êle nunca mais
o motivo. iria abrir a porta do elevador, sem que êste estivesse no lugar
Depois disso, perguntaram se na sua vida aconteceu al- e que de hoje em diante, êste acontecimento não iria mais
gum f a t o desagradável relacionado com elevadores. Então, prejudicá-lo. Agora, poderia andar em elevadores, sem des-
em sono, êle começou a contar que era empregado de um ho- maiar.
tel da cidade. Q u e exercia as funções de porteiro e que mo- Acordaram o rapaz. Eram aproximadamente onze horas
rava no quarto • andar. da noite. A turma de alunos da Escola de Hipnologia estava
De manhã, ao levantar, êle tinha o hábito de abrir a curiosa para saber o resultado dêsse tratamento. Por êste
porta do elevador, sem que êste estivesse no quarto andar, motivo, resolveram levar o rapaz ao Edifício União. Lá su-
biram com êle até o décimo andar, sem que nada de anormal
e a gritar pelo poço do elevador, pedindo que lhe trouxessem
tivesse acontecido. O rapaz estava curado.»
o café. D u r a n t e os quatro anos em que estêve empregado no
hotel, repetiu diariamente êste hábito.
Tendo sido aprovado em concurso bancário e tendo que
afastar-se do atual emprego, convidou um amigo para subs-
tituí-lo. Êsse também era do interior do Estado, assim co-
mo êle.
D u r a n t e algum tempo, instruiu o amigo a desempenhar
as funções de porteiro. E êste procurou copiar dêle uma sé-
rie de hábitos, inclusive aquêle de pedir o café pelo poço do
elevador.
Depois o rapaz foi assumir seu emprêgo no banco. De-
corridos alguns meses, êle um dia saiu às quatro horas da
tarde para fazer um lanche. Nesta ocasião, comprou uma
Folha da Tarde e, na Coluna Policial, viu a fotografia do ami-
go, dizendo a notícia que tinham encontrado o corpo dêste,
no f u n d o do poço do elevador, após quatro dias de desapa-
recimento. O corpo encontrava-se já em estado de decom-
posição e com mau cheiro.
O amigo tinha caído no poço do elevador, sem que ou-
tras pessoas o tivessem notado. E só foram achá-lo em con-
seqüência do mau cheiro.
Isto tinha acontecido quatro anos antes da presente hip-
notização.
No momento em que o rapaz viu o retrato e leu a no-
tícia, sentiu uma forte emoção e teve um sentimento de culpa.

148 — — 149
A CURA DE UM J O V E M POSSESSO 42 Q u a n d o se ia aproximando, o demônio o atirou no chão
e o convulsionou; mas Jesus repreendeu o espírito
Lucas 9.37-43 imundo, curou o menino e o entregou a seu pai.
43 E todos ficaram maravilhados ante a majestade de Deus.»

Comentário

Neste milagre, os discípulos fracassaram, e Jesus irritou-


se, chamando-os de «geração incrédula e perversa!»
Não lhes faltava fé, o que lhes faltava era prática em
casos semelhantes.
Os discípulos já sabiam mandar o demònio__«^âia—a_in-
ferno»j_ Mas o presente caso, nada tinha que ver com o
diabo. Tratava-se de um caso de epilepsia, conforme nos in-
dicam os sintomas.
O evangelista diz que um espírito se apoderava dêle.
Isto não pode estar certo, a não ser que se tratasse de um
doente histérico, que estivesse imitando o ataque epiléptico.
Então poderíamos ter um caso de dissociação mental. Os__his-
téricos têm grande capacidade para imitar doenças.
£ relãtivãinchte fácil descobrir õ " e p H e p t í c o histérico.
Ê s s e _ s ó £ecebe os ataques na presença de outras pessoas, e
quando cai, n ã c T s é m achuõT No caso de histeria, a doença
poderia ter-se assemelhado a um caso de possessão.
O evangelista atribuiu a culpa ao demónio, em obediên-
cia à crença de que êste era o verdadeiro causador das doen-
ças. Conforme já lhe disse, esta mania de tribuir os males
ao diabo, só apareceu na medicina e na teologia pós-cativeiro
da BãBilôniaT ~~
«37 No dia seguinte, ao descerem êles do monte, veio ao
encontro de Jesus grande multidão.
38 E eis que, dentre a multidão, surgiu um homem, di-
zendo em alta voz: Mestre, suplico-te que vejas meu filho Faça você o mesmo milagre
p o r q u e é o único;
Para fazer êste milagre, você deve saber alguma coisa a
39 um espírito se apodera dêle e, de repente, grita e o atira
respeito da epilepsia. O ataque epiléptico caracteriza-se pelos
por terra, convulsiona-o até espumar, e dificilmente o dei- seguintes sintomas: contrações súbitas e involuntárias dos mús-
xa, depois de o ter quebrantado.
culos, intensa salivaçao7~pêrda dos sentidos, e muitos outros
40 Roguei aos teus discípulos que o expelissem, mas êles . sintomas, dependendo êstes da intensidade do mal. O ata_que
não puderam. \ geralmente tem curta duração.
41 Respondeu Jesus: Ó geração incrédula e perversa! até Os cuidados durante o ataque, consistem em afrouxar
q u a n d o estarei convosco e vos sofrerei ? Traze o teu a roupa em torno do pescoço e pôr um lenço entre os dentes
filho. para evitar que doente morda a língua. Q u a n d o o doente,

150 — 151
A CURA DA S O G R A DE PEDRO
durante as convulsões, bater com os membros, é preciso afas- Marcos 1.29-31
tar os objetos duros, para que não se fira, batendo neles.
O ataque epiléptico pode ser comandado pelo hipnotiza-
dor. Contudo, é um pouco difícil. Exige uma ação enérgica
por parte do hipnotista. Êste inicia sua atividade, dando or-
dem de respiração profunda. Depois que o epiléptico aten-
aeu a êste comando, começa a dar sugestões de calma e
5em-e"star.

— 153
«29 E, saindo êles da sinagoga, foram, com Tiago e João, do tratamento, o psicoterapeuta não terá tido tempo suficien-
diretamente para a casa de Simão e André. te para remover a causa. Um psicoterapeuta competente só
30 A sogra de Simão achava-se acamada, com febre; e remove os sintomas no fim do tratamento.
logo lhe falaram a respeito dela. Na supressão dos sintomas, os passes prestam grandes
serviços. " ~ ~
31 Então, aproximando-se, tomou-a pela mão; e a febre
a deixou, passando ela a servi-los.» Aqui, convém esclarecer mais alguma coisa a respeito dos
passes.
O «passe» consiste num processo especial de tratamento.
Comentário Geralmente, é feitõ~~cõm a simples imposição das mãos.
Êste tratamento é muito usado nos Centros Espíritas.
Êste milagre não apresenta nada de excepcional. Jesus f Os seguidores de Allan Kardec dividem o j>asse em magnético,
/' simplesmente sugeriu o desaparecimento da febre. Isto é \ mediúnico e espiritual. São partidários da «Teoria dos Flui-
fácil de fazer, u m a vez q u e o doente~~tênha sensibilidade. ) dos». Dizem que no passe magnético o fluido provém do
V O desaparecimento da febre, em conseqüência da suges- próprio médium ou do passista. "No mediúnico, o passe é
tão, não prova que a doença foi curada. A febre constitui dado pelo espírito que estiver incorporado. E o espiritual é
apenas um sintoma. ' feito pelos espíritos através do médium.
A «técnica» do passe é muito variável. Cada passista
tem a sua técnica própria.
Faça você o mesmo milagre Se você quiser «dar» um passe, então deverá seguir as
seguintes instruções:
Êste milagre não convém fazer. Não convém suprimir Escolha um quarto silencioso. Mande o paciente sentar
sintomas. O ^ q u e convém, é suprimir a causa da doença. ( confortàvelmente numa cadeira. Você deverá sentar-se nou-
Os _sintomas são necessários. Indicam o perigo e fazem } tra cadeira, defronte do doente. A seguir, deverá pegar nos
o doente procurar o médico. P o r êste motivo, a supressão \ pulsos dêste e segurá-los, em silêncio, durante u n s ' de_z___mi-
dos sintomas pode ter graves conseqüências. Com o desa- í nutós!
parecimento dêstes, o paciente sente-se bem, mas a doença Com êste procedimento, você entra em relação psíquica
continua seu curso normal. com o paciente, isto é, você entra em contato "com o subcons-
Algumas doenças têm evolução rápida, como por exem- ciente.
plo, a apendicite aguda. Se o hipnotizador suprimir _os_ §in- Após ter decorrido êste tempo, você deverá estender sua
tomas desta enfermidade^ o 'paciente falecerá «com" todo con- /mão em direção ao órgão doente. Depois, deverá imaginar
fôrto, e~^ênlmdo-se perfeitamente J g e m » . \ q u e de~~seus dedõs~éstá~saindo «energia vital», e que esta está
M e u a m i g o : Eu lhe previno contra esta prática perigosa. restabelecendo o bom funcionaitíênto do orgão afetado. Vo-
Ela lhe poderá levar à cadeia. cê também poderá dar sugestões mentais, afirmando que o
Antes de agir, consulte o m j j j ç o . Êle lhe dirá se o sin- Vloente vai melhorar de saúde.
toma põcferá ser suprimido, sem que haja inconveniente para Não há necessidade de falar. O paciente, ao procurar
o enfêrmo. o passista, já está condicionado. Êle sabe perfeitamente o que
Mesmo nas doenças histéricas ou nas emocionais, é con- quer obter com o passe.
veniente só acabar com os sintomas, após ter descoberto a O tempo de imposição das mãos é muito variável. De-
causa ou origem da doença. Com o desaparecimento prema- pende da gravidade do sintoma ou da doença.
turo dos incômodos, o paciente sente-se inclinado a desistir Termina-se o passe sem maiores formalidades, dizendo-se
do tratamento. Em caso de desistência, antes da conclusão simplesmente que o passe foi .dado.

54)—
O passe só deve ser dado sob prescrição médica. Só o A CURA D O H O M E M Q U E S O F R I A D E
médico poderá informar, com precisão, se a doença poderá REUMATISMO
ser curada ou melhorada pelo passe. Sabe-se que êste dá bons
resultados em todas aquelas doenças que podem ser curadas
pela hipnose.
O doente que tomar passes para melhorar de uma doença,
que não pode ser curada pela sugestão, estará perdendo o seu
tempo. T e m p o êste, muitas vêzes precioso, pois há enfermi-
dades q u e exigem uma imediata intervenção cirúrgica.
Ninguém poderá negar o valor cunuiyo do_passe._ Com
êle, pode-se fazer milagres. No entanto, é mais interessante
usar a hipnose, em sua forma clássica, pois esta produz mila-
gres mais perfeitos. -
" ^ S f í r m a m alguns hipnotizadores que o passe não é nada
mais do que um processo de hipnose disfarçada. É sugestão
dada em estado de transe leve. Não há necessidade de sono
para que o subconsciente de certas' pessoas aceite as sugestões.
Novamente, chamo a sua atenção para o conceito errado
de que a hipnose é sono. Sempre que atingimos o subcons-
ciente, com ou sem sono provocado, estamos diante de um
caso de hipnose.
Há hipnotizadores que durante o tratamento apenas in-
duzem u m ' transe leve, evitando dé propósito, o sono. Dizem
que neste estado as sugestões dão melhores resultados por atin-
girem, ao mesmo tempo, o consciente e o_subconsciente.
Não posso concordar com êstes senhores, pois está defi- Novamente, relatarei a palavra do Sr. Fernando Brock-
nitivamente provado que quanto mais p r o f u n d o fôr o transe, mann:
tanto mais pouerosa será a sugestão.
«Aproximadamente Há um ano, fui procurado por um ami-
go, q u e me veio pedir para que eu hipnotizasse uma pessoa
de sua amizade que se encontrava, havia seis anos, entrevado
numa cadeira de rodas.
Na residência da mãe do doente, fui apresentado ao
mesmo. Tratava-se de um senhor de cinqüenta e dois anos de
idade, muito bondoso, muito afável e muito dedicado à família.
Fazia diversos anos que não podia caminhar. Os mé-
dicos diagnosticaram a doença, como sendo artrite reumatóide.
As articulações dos joelhos estavam inchadas e dolorI3as7 Tam-
bém as articulações dos braços estavam atacadas, e os dedos
das mãos apresentavam uma deformação.
O doente havia consultado diversos especialistas em reu-
matologia e, quando o visitei, estava sendo tratado pelos mé-
dicos de um Instituto de Aposentadoria.

1 ^6 -
Q u a n t o à esposa, julgava ser desnecessário tomar uma atitude,
Ao ser convidado para hipnotizar o paciente, perguntei pois êle era um «homem doente».
logo ao m e u amigo se este doente era solteiro, e qual a razão Nas posteriores sessões de hipnose dei sugestões, dizendo
de encontrar-se na casa da mãe. Êle explicou-me que o pa- /-que êle tinha muita personalidade e que iria resolver todos
ciente era casado, que tinha um filho de dezessete anos e uma os seus problemas.
filha de quinze, e que vivia mal com a esposa. Depois de algum tempo, começou a andar livremente.
Diante destas informações, antevi um caso psíquico. DesquÍtou-se da mulher e. hoje, vive em companhia dos fi-
Conversei demoradamente com o paciente e êle manifes- lhos. E a doença não voltou mais.
tou o desejo de submeter-se a um tratamento hipnótico. Ini- Êste fato ocorreu cm Pôrto Alegre.»
ciei a indução do transe e verifiquei, com surpresa, que em
poucos segundos o doente entrou em sono profundo. Com
este fato, ficou confirmada a minha suspeita, pois eu descon-
fiava q u e o paciente era um hipersensível.
A seguir, fiz diversos testes de profundidade e o paciente
correspondeu plenamente.
Depois sugeri a, levitação das mãos, e verifiquei que os
dedos, encurvados pela doença, tomaram uma posição normal.
Em continuação, dei sugestões enérgicas e imperativas,
exigindo "que êle se levantasse e a n d a s s e / D i a n t e desta" ordem,
o paciente começou a vacilar. Então continuei com mais vi-
gor as sugestões imperativas. Em conseqüência, êle se levan-
tou da cadeirã~dé" r o d a s " e começou a dar passos inseguros, W OR. ALBERTO L.BARRETTO
caminhando até a varanda, onde o mandei sentar numa cadeira. • Cons. Crispiniano, 29 - 8 8 A n d
« P P *' 3 , 0 4 - 8 8 9 8 - 3 . 0 4 - 6 9 8 5 '
Êste fato veio provar que a doença era psíquica, pois o CEP 0 1 0 3 7 - 0 0 1 - S á o Pau,o - S P
doente caminhou __soh_ ordem hipnótica?
As pessoas presentes ficaram muito emocionadas ao ve-
rem o paralítico andar..
A seguir, aprofundei o transe ao máximo e fiz uma re-
gressão de idade. E nessa regressão fui descobrir o trauma,
q u e ' p r o d u z i u a doença. Antes que o paciente revelasse êste trau-
ma, pedi aos presentes que se retirassem. Permaneci só eu, em
companhia do hipnotizado.
Q u a n d o a regressão atingiu doze anos, o paciente mani-
festou a desconfiança de que a esposa não lhe era fiel. Êste
fato provocou nêle úm tremendo c o n f l i t o - m e n t a l . Êle era
bondoso e não queria ver o lar desfeito. E também não que-
ria ver os filhos sem lar. Além disso, faltava-lhe coragem
para tomar uma decisão e fazer um desquite.
^ Em conseqüência do mau comportamento da esposa, sua
mãe e sua irmã afastaram-se dele. Então êle começou a sen-
t i r a falta de afeto da irmã e da mãe. Diante destas dificul-
dades procuroy_ uma fuga. Refugiou-se na doença. Como
doente, novamente recebeu a assistência e o carinho da irmã.

— 159
A CURA DE UMA M U L H E R Q U E SOFRIA DE Comentário
HEMORRAGIA
Temos, aqui, um «milagre involuntário». O milagre deu-
Marcos 5.25-34 se em resultado de uma auto^sugestão.
Naquele tempo, existia o costume de «tocar» no mila-
greiro para obter a cura. Êste «m~étõHo de cura» trouxe mui-
tos aborrecimentos ao Divino Mestre. Èle recebia «cutuca-
das» por todos os lados. Eram centenas ou milhares de doen-
tes que o cercavam e o tocavam.
Para evitar êste inconveniente, Jesus ordenou a seus au-
xiliares, que arranjassem um barquinho. E com êle, resolveu
êste molesto problema. Quando a multidão o procurava, re-
fugiava-se no barquinho, afastava-o alguns metros da praia,
e, de lá, contava suas parábolas ou «delirava» com o seu rei-
no de Deus.
Certo dia, uma mulher conseguiu tocar a veste de Jesus e
«Grande multidão o seguia, comprimindo-o. ficou curada. Esta cura é explicável do seguinte modo: Uma
25 Aconteceu que, certa mulher, que, havia doze anos vinha mulher histérica, que sofria de hemorragia, sugestionou-se com
sofrendo de uma hemorragia, as seguintes palavras: «Se eu apenas lhe " tocar as vestes, fi-
26 e muito padecera à mão de vários médicos, tendo des- carei curada.»
pendido tudo quanto possuía, sem contudo nada apro- Tocou nas vestes, e a sugestão fêz efeito.
veitar, antes pelo contrário, indo a pior, Em hipnose, diz-se que tôda heterossugestão, para fazer
27 tendo ouvido a fama de Jesus, vindo por trás dele, por efeito, precisa transformar-se em auto-sugestão., O Sr. Sub-
entre a multidão, tocou-lhe a veste. consciente sempre terá que concorHãrT Sem sua aprovação,
êle não executa a ordem. Q u e m manda no corpo é êle. E,
28 P o r q u e dizia: Se eu apenas lhe tocar as vestes, ficarei muitas vêzes, a doença foi produzicIíTpor êle. Neste caso, com
curada. facilidade, êle poderá suprimi-la. Então temos, .a cura ime-
29 E logo se lhe estancou a hemorragia, e sentiu no corpo diata ou cura milagrosa.
estar' curada do seu flagelo.' Sabe-se que as hemorragias p o d e m ser estancadas .pela
sugestão hipnótica. Naturalmente que isto depende do tipo
30 Jesus, reconhecendo imediatamente que dele saíra po-
de hemorragia. No presente milagre, certamente, não era mui-
der, virando-se no meio da multidão, perguntou: Quem
to forte, pois do contrário, a mulher não a teria agüentado
me tocou nas vestes ?
durante doze anos.
31 Responderam-lhe seus discípulos: Vês que a multidão te O hipnotizador Rasputin tornou-se conhecido, em todo
aperta, e dizes: Quem me tocou ? o mundo, pelo fato de" ter podido estancar as hemorragias do
32 Êle, porém, olhava ao redor para ver aquela que fizera filho do Czar Nicolau I I , da Rússia.
isto. Do ponto de vista da psicoterapia, os milagres de Jesus,
33 Então a mulher, atemorizada e tremendo, cônscia do consistiram em «curas sintomáticas». Só combatia os sintomas.
que nela se operara, veio, prostrou-se diante dele e de- Nunca removia a causa. Provavelmente houve muitas recaídas.
clarou-lhe toda verdade. É opinião corrente, que as curas em que não houve remo-
34 E êle Tlhe disse: Filha, a tua fé te salvou;, vai-te em paz, ção da causa da doença^ são curas temporárias. Um belo dia,
e fica livre do teu mal.» a doença reaparece.

160 — — (tií)

1 1 C. H .
Contudo, afamados psicoterapeutas relataram curas perma- O H O M E M DA M Ã O RESSEQUIDA
nentes, em casos em que não foi possível encontrar a causa.
Lucas 6.6-11

faça você o mesmo milagre

Coloque o paciente em sono hipnótico e dé a sugestão,


dizendo q u e a hemorragia vai parar, que está parando, que as
veias estão fechando, etc., etc.

"E se um dos teus olhos te faz tropeçar, arranca-o; é m e l h o r entrares no reino


de D e u s com um só dos teus olhos do que, tendo os dois, seres lançado no
i n f e r n o . " ( M a r c o s 9-*í7.)

«6 Sucedeu que, em outro sábado, entrou êle na sinagoga e


ensinava. Ora, achava-se ali um homem, cuja mão direita
estava ressequida.
7 Os escribas e os fariseus observaram-no, procurando ver
se êle faria a cura no sábado, a fim de acharem de que
o acusar.
8 Mas êle, conhecendo-lhe os pensamentos, disse ao homem
da mao ressequida: Levanta-te, e vem para o meio; e
êle, levantando-se, permaneceu de pé.

— 163
9 E n t ã o disse Jesus a êles: Q u e vos parece ? É lícito no Se você, caro leitor, conhecer um cristão que segue êste
sábado fazer o bem ou mal ? Salvar a vida ou deixá-la conselho de Jesus, então faça o favor de me mandar o ende-
perecer , reço do homem, pois quero distribuí-lo entre os ladrões e
10 E, f i t a n d o a todos ao redor, disse ao h o m e m : Estende a mendigos.
mão. Êle assim o fez, e a mão lhe foi restaurada. «Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra,
11 Mas êles se encheram de f u r o r e discutiam entre si quando onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam
ao que fariam a Jesus.» e roubam.» (Mateus 7,19.)
Quando a velhice chegar ou a miséria apertar, então não
venha amõIãF~õs parentes.
Comentário ~«É—mais fácil passar um camelo pelo f u n d o de uma
agulha, do que entrar um rico no reino de Deus.» (Marcos
Êste foi o milagre da «mão pecaminosa». Diz a Bíblia 10.25.)
que Jesus encontrou, na sinagoga, um homem com a mão di- Os ricos não temem esta ameaça, pois êles só acredi-
reita ressequida. Chamou o doente e lhe disse: «Estende a tam no céu. . . da bôca.
mão. Êle assim o fêz, e a mão lhe foi restaurada.» ' «Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que
Qiie""a~mão lhe foi restaurada, não há a menor dúvida. haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo quanto ao
Mas, certamente, demorou um pouco. que haveis de vestir.» (Mateus 7,25.)
Tratava-se de um doente histérico, q u e sofria de um dis- Lembre-se que no mundo não há mais lugar para men-
túrbio vasomotor na mão. Ê um sintoma histérico de conversão. digos.
E n t r e outros povos, existia o costume de castigar a parte «Pois ao que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas,
do corpo que cometeu o pecado. Assim, por exemplo, cortava- ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.» (Mateus
se a mão direita do ladrão. A culpada era a mão. .13.12)
Jesus também esteve imbuído desta idéia absurda de fazer Apesar de ser um absurdo, êste versículo tem grande
justiça. Em Marcos 9.43, 45 e 47, podemos ler os conselhos aplicação em certo país sul-americano.
dados pelo Filho de Deus. Quem não quiser ir para o inferno, «Disse-lhe Jesus: Se queres ser «perfeito», vai, vende
deverá seguir estas recomendações de Jesus. Os versículos di- os teus bens, dá aos pobres, e terás um tesouro no céu; de-
zem o seguinte: pois vem, e segue-me.» ( M a t e u s 19.21.)
«E, se tua mão te faz tropeçar, corta-a; pois é melhor en- É, sem dúvida, uma estranha maneira de alcançar a
trares maneta na vida eterna do que, tendo as duas mãos, ires perfeição.
para o inferno, para o fogo inextinguível.» «Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e
«E se teu pé te faz tropeçar, corta-o; é melhor entrares na não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados.» (Lucas
vida aleijado do que, tendo os dois pés, sêres lançado no inferno.» 6.37.)
Êste é o versículo predileto dos ladrões e assassinos.
Nunca vi um cristão seguir êstes conselhos. São «fortes»
«Ao que te bate numa face, oferece-lhe também a outra;
demais.
e ao que tirar a tua capa, deixa-o levar também a túnica.»
O nosso homem do milagre, certamente, cometeu um (Lucas 6.29.)
vergonhoso pecado» com a mão direita. Disso resultou um
Nem mesmo Jesus seguia sua própria doutrina. No ver-
complexo de culpa e um desejo de autopunição. E a pobre
sículo abaixo citado, êle achou mais conveniente fugir das
mão teve que agüentar com as conseqüências.
pedradas.
Aqui, transcrevo mais alguns princípios da «maravilhosa» «Então pegaram em pedras para atirarem nele; mas Jesus se
Doutrina Cristã: ocultou e saiu do templo.» ( J o ã o 8.59)
«Dá a tpdo o q u e te pede; e se alguém levar o que é Reconheço que existem alguns princípios bons na Dou-
teu, não entres em demanda.» (Lucas 6.30.) trina Cristã, mas êstes são de autoria do assassino Moisés.

164 — — 165
Faça você o mesmo milagre
A CURA DA MULHER DO BRAÇO PARALISADO
Para fazer êste milagre, coloque o doente em sono pro-
fundo. Depois, use a regressão de idade, para descobrir a
causa do distúrbio vasomotor. Descoberto o trauma, desfaça-o
pela sugestão. Dê sugestões de qíie a "mão está voltando ao
tstãdo~""Hormal. Q u e a mão, agora, está perfeitamente normal.
Depois, em estado de vigília, explique ao paciente o motivo
que o levou a apresentar aquêle sintoma.
Êstes pacientes, com facilidade, entram em transe pro-
fundo. Se isto não acontecer, tente a escrita automática no
sono leve ou mécfiõT Se por um motivo excepcional, o doente
nap entrar em sono hipnótico, então, você poderá usar a su-
gestão em estado de vigília.
Neste último^ caso, você também poderá usar os passes.

Novamente, ouviremos a palavra do hipnotizador Fernan-


do Brockmann:
«Êste caso refere-se a uma senhora de 24 anos de idade.
Fazia seis meses que apresentava o braço direito completa-
mente paralisado. Ela estêve em tratamento com diversos psi-
quiatras e especialistas do sistema nervoso. Os tratamentos
prescritos não curaram a mulher, pois ela continuava com o
braço imoETlIzIido.
Fui procurado pelo cunhado desta senhora. Êle contou-
me que três anos antes, a doente teve um início de paralisia
no braço, e que mais tarde esta paralisia desapareceu. Diante
desta informação, julguei que talvez a doença fôsse orgânica
e não psíquica.
Resolvi hipnotizar a paciente -e ela logo entrou em sono
profundo. Ela era uma hipersensível. Depois fiz, com su-
cesso, diversos testes de profundidade.
A seguir, pedi que todos os parentes se retirassem do
quarto e fiz uma. iegres§ão de_Jdade.
Durante a regressão, ela contou os seguinte fatos:
«Três anos atrás eu era noiva. Poucos dias antes do meu
casamento, meus pais se desquitaram. Meu pai queixava-se
continuamente da maldade de minha mãe. Eu, como grande

166 — 167
amiga dela, censurava as atitudes do pai. Um dia, êle irritou- A CURA DO CRIADO DE UM CENTURIÃO
se e disse que eu iria ser uma mulher infiel como minha mãe.
N u m m o m e n t o de revolta, ergui o braço para esbofeteá-lo. Mateus 8.5-13
Mas meu irmão, que estava perto, segurou-me o braço, impe-
dindo-me de realizar m e u intento.»
Êste acontecimento produziu nela um sentimento de cul-
pa e um início de paralisia.
Continuou dizendo:
«Três anos após êste acontecimento desagradável, tendo
eu um filho de pouco mais de um ano de idade, fui visitar
meu pai. Êle era um indivíduo revoltado contra todos e vi-
via só. E n q u a n t o eu conversava com êle, o menino fêz uma
travessura. Logo após, fêz uma segunda travessura. O pai
irritou-se chamando-lhe a atenção. Mas êle continuou as
brincadeiras e fêz u m a terceira travessura. Desta vez, meu
pai irritou-se a tal p o n t o que, enfurecido, pegou n u m chinelo
para bater na criança. Eu lancei-me em defesa da inocente,
q u e mal sabia caminhar. Desvairada, esbofeteei o pai e êle
revidou os meus golpes. Neste justo momento, surgiu meu
esposo e nos separou.»
Êste choque emocional produziu nela um complexo de
culpa e um desejo de autopunição. Em conseqüência, o braço,
que feriu o rosto do pai, ficou imobilizado.
D u r a n t j _o transe, eu disse que êste acontecimento desa-
gradável não poderia mais prejudicá-la e que, de agora em
diante, poderia movimentar livremente o braço.
Ela começou a mover o braço. Foi uma cura instantâ-
Dominus Christi, filias Dei, meu servus c-st paialiluus ou vagahundus.
nea. Até hoje, esta senhora encontra-se completamente curada.»

«5 Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, apresentou-se-lhe


um centurião, implorando:
*1 <y
L\ 6 Senhor, o meu criado jaz em casa, de cama, paralítico,
sofrendo horrivelmente.

7 Jesus lhe disse: Eu irei curá-lo.

8 Mas o centurião respondeu: Senhor, não sou digno de


que entres em minha casa; mas apenas manda com uma
palavra, e o meu rapaz será curado.

9 Pois também eu sou homem sujeito à autoridade, tenho


soldados às minhas ordens, e digo a êste: Vai, e êle
vai; e a outro: Vem, e êle vem; e ao meu servo: Faze
isto, e êle o faz.

168 — — 169
Faça você o mesmo milagre
10 Ouvindo isto, admirou-se Jesus, e disse aos que o se-
guiam: Em verdade vos afirmo que nem mesmo em É melhor fazer pessoalmente êste milagre. Dá melhor
Israel achei fé como esta. resultado.
11 Digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente e Coloque o paciente em sono profundo. Use a regressão
tomarão lugares à mesa com Abraão, Isaac e Jacó no de idade para descobrir o traumãT Dèsfaçfl^õ pelã~~sugestão e
reino dos céus. sugírã~o desaparecimento da doença. Após o paciente ter áebr-
12 Ao passo que os filhos do reino serão lançados para fora, \dado, expliqufslhè a c ã ú s i - q u e produziu a doença.
nas trevas; ali haverá chôro e ranger de dentes. \ E o milagre estará Teltch
13 Então disse Jesus ao centurião: Vai-te, e seja feito con-
forme a tua fé. E naquela mesma hora o servo foi curado.»

Comentário

Êste milagre foi feito por «procuração».


Em Cafarnaum, morava um centurião. Êste tinha um cria-
do doente, que sofria de uma paralisia histérica.
O centurião pediu a Jesus que lhe dissesse umas «palavras
mágicas» para transmiti-las ao doente e assim curá-lo.
Jesus atendeu ao pedido. Certamente, disse o seguinte:
Mande seu criado deitar na cama e relaxar os músculos. Mande
fechar os olhos e prestar atenção. Depois diga: «Para ficar cura-_
do, Jesus lhe mandou dizer, cinco vêzes, ãssègumtes^p^Iavras:
Você "êsta^Cnrads:» - "
O centurião executou estas instruções. «E naquela mesma
hora o servo foi curado.» E foi mesmo. Não tenho a menor
dúvida.
É o mesmo caso da indução do sono hipnótico por uma or-
dem transmitida por outra pessoa^ "poí" carta, por telefone, por
telegrama, etc. A presença do hipnotizador não é necessária. O
próprio paciente sugestiona-se e j l o r m e .
Êste processo de indução do transe desmoralizou completa-
mente o tão falado «poder» do hipnotizador. A hipnose é um
processo subjetivo, e a função do hipnotista consiste simplesmen-
te em levar o paciente a sugestionar-se. Tôda heterossugestão
deve ser antes transformada em auto-sugestão. A ciência
acabou com o «misterioso poder» doJKipnotizador.
O hipnotizador competente conhece a ciência do hipno-
tismo, e sabe como usá-la em cada -caso particular. O pro-
fissional incompetente pode hipnotizar um paciente hipersen-
sível, mas nos outros, êle falha.

170 — — 171
A CURA DA INSÓNIA notização seria difícil. Os hipnotizadores sabem que geral-
mente é difícil conseguir um sono profundo nas crianças.
Ficou combinado, que depois da janta eu iria até à casa
dele. Chegando lá, fui conhecer a menina. Era muito esperta
e demonstrou ser uma hipersensível. Comecei a conversar
com ela e verifiquei que raciocinava com rapidez.
Iniciei a hipnotização e, para surprêsa minha, a paciente
entrou em sono bem profundo. Aceitou diversas sugestões e
até alucinações. Diante deste fato, imaginei que a criança es-
tivesse fingindo. Para tirar a dúvida, pedi uma agulha e
fiz o teste da anestesia. A menina não sentiu dor e eu me
convenci que, de fato, o sono era profundo. A seguir, tentei
fazer uma regressão de idade^ Esta falhou. A paciente não
falava, por rifais que eu insistisse.
Então só me restou o recurso de dar sugestões, dizendo
que ela iria d o r m i r ^ tôdas__as_noites, das .dez....da noite até às
sete da manhã, °sem tomar medicamentos para dormir. Repeti
várias" vezes êstãs~"sugestões. Depois dei uma pós-sugestão,
dizendo que ela deveria cair em sono sempre que eu pronun-
ciasse determinada palavra.
a Acordei a menina. Depois dei a ordem pós-hipnótica e
Novamente, está com a palavra o Sr. Fernando: 'ela novamente entrou em transe. Repeti as sugestões de que
«Êste caso aconteceu no interior do Estado do Rio Gran- ela iria dormir das dez às sete horas e que, de hoje em diante,
de do Sul. 'dormiria noites inteiras com sonhos maravilhosos.
Eu estava sentado n u m Café em companhia de alguns Voltei ao hotel. No dia seguinte, às nove horas da
amigos. Um dêles, que conhecia o meu interesse pelo hipnotis- manhã, fui procurar o pai na firma em que trabalhava, a fim
mo, começou a fazer uma série de perguntas sobre a hipnose. de saber o resultado. O pai estava satisfeitíssimo, pois a me-
Na mesa ao lado, encontravam-se três senhores tomando café. nina dormira a noite tòda. Marcamos um encontro, para as
No decorrer da conversa, um dêstes senhores mostrou-se inte- seis horas da tarde, no mesmo Café.
ressado na nossa palestra e pediu licença para sentar em nossa Neste nôvo encontro, êle me disse que tinha contado o
companhia. A seguir, fêz uma série de perguntas sobre a fato ao médico que tratava a criança e que êste ficara «indig-
hipnose e quais as doenças que podem ser curadas com esta nado».
ciência. O médico queria ver pessoalmente o efeito das sugestões, e
No fim da conversa, disse-me êle que tinha uma filha disse q u e às dez horas da noite estaria na casa da paciente.
de seis para sete anos de idade. A menina era muito viva Diante disso, fiquei com mêdo de que naquela noite a
e alegre. Mas dava-se um fato interessante com ela. Havia sugestão falhasse, pois o médico gozava de grande prestígio.
quase dois anos e meio que ela não dormia, apesar de todos Eu receava que êsse prestígio pudesse ter uma ação negativa
os remédios q u e tomava para êsse fim. Ja havia consultado sobre a paciente.
vários médicos da localidade, e também especialistas do sis- Combinei com o pai que às onze horas da noite êle me
tema nervoso em Pôrto Alegre. No entanto, a criança conti- telefonaria, comunicando o resultado. Se êsse fôsse negativo,
nuava com sono insatisfatório e perdia pêso. eu iria repetir as sugestões.
Diante do interesse demonstrado por êste pai aflito, ofe- Às onze horas, êle me telefonou e disse: «A menina,
reci-me para hipnotizar a criança, embora sabendo que a hip- desde às dez horas e dois minutos está dormindo um sono pro-

172 — — 173
f u n d o e calmo. Venha imediatamente, até aqui, para tomar A CURA DE UM E N D E M O N I N H A D O MUDO
um uísque comigo e falar com o senhor médico.»
Q u e m , como eu, vem estudando a hipnose para a práti- Lucas 11.14-23
ca do bem, pode imaginar o efeito agradável que aquelas pa-
lavras produziram em mim.
Fui à reunião, com certo medo do médico, pois usei a
hipnose sem consultá-lo, e isto não se j a z . Felizmente o ho-
mem era muito simpático e clè~fÍnã~~e ducação. Logo me senti
à vontade e começamos a falar sobre a paciente.
Mais tarde, fui ao quarto onde a criança estava dormindo
e lentamente comecei a falar com ela. Transformei, _assim, o
sono normal em sono hipnótico. Chamei o médico e os pais
da paciente e na presença dêles fiz a seguinte conversa com a
menina: Agora você se lembra e me vai dizer .por que não
dormia antes. Então ela respondeu que sua tia, Fulana de
Tal, tinha dito que ela nunca mais iria dormir de noite. Ao
p e r g u n t a F o motivo, ela respondeu: Porque ~~ííz uma traves-
sura e começou a contar o que foi. Tratava-se de uma coisa
insignificante. A seguir, dei sugestões, dizendo que aquilo
não tinha mais importância alguma e que de hoje em diante
iria dormir normalmente.
Depois, fui saber que esta tia era uma môça de dezessete
anos e que tinha grande influência sobre a criança».

Espírito Protetor e Espírito Encostado.

«14 De outra feita estava Jesus expelindo um demônio que


era mudo. E aconteceu que ao sair o demônio o mudo
passou a falar; e as multidões se admiravam.
15 Mas alguns dentre êles diziam: Ora, êle expele os demô-
nios pelo poder de Belzebu, o maioral dos demônios.
16 E outros, tentando-o, pediam dêle um sinal do céu.
17 E, sabendo êle o que se lhes passava pelo espírito, disse-
lhes: Todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto
e casa sobre casa cairá.
18 Se também Satanás estiver dividido contra si mesmo,
como subsistirá o seu reino ? Isto porque dizeis que
eu expulso os demônios por Belzebu.

174 — — 175
19 E, se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem
os expulsam vossos filhos ? Por isso eles mesmos serão mente e, com o auxílio de sugestões apropriadas, será criado
os vossos juízes. um «espírito protetor artificial». A êste serão dadas instru-
ções especiais para que cuide, com eficiência, o seu protegido.
20 Se, porém, eu expulso os demônios pelo dedo de Deus,
«Em teoria» tudo isto é fácil de fazer.
certamente é chegado o reino de Deus sôbre vós.
Os sacerdotes judeus também expulsavam os demônios e
21 Q u a n d o o valente, bem armado, guarda a sua própria curavam os doentes, mas faziam tudo «em nome de Deus».
casa, ficam em segurança todos os seus bens. Certamente, estes sacerdotes também conheciam e aplica-
22 Sobrevindo, porém, um mais valente do que êle, ven- vam a arte de fazer «demônios-falsos». Irritavam-se, apenas,
ce-o, tira-lhe a armadura em que confiava e lhe divide os com a «nova técnica» usada por Jesus. Êste expulsava os de-
despojos. mônios e curava os doentes «em seu próprio nome» e, o
23 Q u e m não é por mim, é contra mim; e quem comigo novo método dava certo.
não ajunta, espalha.» Jesus ensinou os seus discípulos a curarem «cm nome de
Jesus Cristo». Fazendo assim, a glória seria dele e o seu pres-
tígio aumentaria.
Mais tarde, o apóstolo Paulo descobriu que os demônios
Comentário também obedeciam, sem que êle fizesse uso das palavras: « E m
nome de Tesus». •"*
Tratava-se de um doente histérico. A afonia ou mudez Eni Atos 14.8-10, você poderá ler o seguinte: « E m Lis-
é um sintoma freqüentemente encontrado nos histéricos. O tra costumava estar assentado certo homem aleijado, paralí-
D r . Abse cita 12 casos. Esta mudez resulta de um conflito tico desde o seu nascimento, o qual jamais pudera andar.
mental. Êsse homem ouviu falar Paulo, que, fixando nêle os
Na descrição dêste milagre, o evangelista fala em expul- olhos e vendo que possuía fé para ser curado, disse-lhe em
são do demônio. Conforme já lhe disse várias vêzes, naquele alta voz: Apruma-te direito sôbre os pés. Êle saltou e andava.»
tempo, existia a teoria de que as doenças eram causadas pelo Este milagre foi feito, sem a invocação do nome de Jesus.
diabo.
Em conseqüência da descoberta dos microrganismos, e do
progresso da medicina em geral, esta teoria ficou completa- Faça você o mesmo milagre
m e n t e destruída.
Os espíritas ainda a usam, mas de forma muito atenuada. Consulte as instruções anteriores.
Chamam-na de «teoria do encosto». Segundo esta, um es-
pírito atrasado, portanto um demônio, pode exercer uma in-
fluência maléfica sôbre a pessoa à qual está encostado.
Esta teoria conta com algum apoio científico. Podemos
interpretar o «encosto» como sendo um caso de dissociação
mental, em que~~aparece uma segunda personalidade. Esta é
demasiado fraca para sobrepujar a personalidade consciente.
Contudo, tem poder suficiente para provocar perturbações na
vida e saúde da pessoa.
* Se a personalidade dissociada fôr má, então temos um
caso de «encosto». Se, pelo contrário, esta fôr boa, então tra-
ta-se de um caso de «espírito protetor».
3 1 0
N u m f u t u r o próximo, as pessoas de más tendências se- CEP ? * ^B98
LEP 3,0
rão curadas do seguinte modo: Serão colocadas em_hipnose Of037_00( 4-6985
profunda. Neste transe p r o f u n d o será feita a_ _dissocÍação da ' - sp

176 —
— 177
A CURA DO MENINO RENGO Aprofundei o sono ao máximo e fiz uma regressão de idade.
Ao atingir a regressão dois anos e pouco, o paciente come-
çou a chorar, dizendo_ que j i n h a nascido_o irmãozinho. Disse-
lhe, então, q u e êste era um motivo de alegria e não de chôro.
Perguntei por que estava chorando e êle não quis dizer o
motivo. A seguir, expliquei-lhe , que o irmãozinho precisava
de grande atenção dos pais, pois não sabia pedir alimentos,
nem dizer onde sentia dor. Disse-lhe que êle também foi pe-
queno e teve todos êsses cuidados e carinhos. E quando o
irmãozinho fôr grande como êle, então também saberá dizer o
que quer.
Depois, sugeri que, de hoje em diante, não iria mais fa-
zer manha e iria^ caminhar direito. Dei amnésia e acordei o
menino.
A cura foi completa. Nunca mais êle sentiu nada na
perna.»

Novamente, está com a palavra o Sr. Fernando:


«Êste caso refere-se a um menino, filho de um amigo
meu. Êste amigo tinha três filhos: um menino de sete anos,
uma menina de quatro e um meninos de um ano.
Certo dia, encontrei-o e êle contou-me que o filho mais
velho arrastava uma perna ao caminhar e que, às vêzes, ao an-
dar, queixava-se de dores. Contou-me mais, que já fazia cinco
meses que o menino andava assim, e que os diversos médicos
q u e consultou, não conseguiram resolver o caso.
O pai do menino também arrastava um pouco a perna.
Há muitos anos, jogando futebol, chutou contra a perna de
um jogador, partindo-a em pedaços. A partir dêsse aconteci-
mento desagradável êle começou a renguear.
À noite, fui à casa do amigo para tomar um aperitivo
e rever sua senhora, q u e há muito tempo não via. Lá obser-
vei que o menino rengo sempre andava ao redor do pai. Êste
f a t o levou-me a desconfiar que êle sofria de um problema
psíquico, provavelmente tinha ciúmes do irmão mais môço.
Expliquei'^ãõs~^Ís~"que7~C0m~ü~1iiplTO5e7~tãívez fosse pos-
sível curar o menino. Êles mostraram-se interessados e então
resolvi hipnotizá-lo.

178 — — 179
A.CURA. DE UMA MULHER ENFÊRMA 15 Disse-lhe, porém, o Senhor: Hipócritas, cada um de
vós não desprende da manjedoura no sábado o seu boi
Lucas 13.10-17 ou o seu jumento, para levá-lo a beber ?
16 P o r que motivo não se devia livrar deste cativeiro em
dia de sábado esta filha de Abraão, a quem Satanás
trazia presa há dezoito anos ?
17 T e n d o êle dito estas palavras todos os seus adversários
se envergonharam. E n t r e t a n t o o povo se alegrava por
todos os gloriosos feitos que Jesus realizava.»

Comentário

Aqui, temos outro caso de histeria. Tratava-se de uma


mulher histérica que sofria, havia dezoito anos, de uma para-
lisia.
A psicanálise nos diz, que êste sintoma da «espinha que-
brada» está em conexão com__u,m conflito mental. O doente
quer prõvár""que êle é um inútil. Conscientemente, ignora esta
sua intenção.
Caso você desejar pormenores sobre êste caso da espinha
quebrada, então consulte os livros de histeria ou de psicanálise.
Para curar esta mulher, Jesus aplicou-lhe um «passe» (im-
pondo-lhe as mãos) e disse-lhe o seguinte: «Mulher, estás li-
vre da tua enfermidade.»
O "passista" Jesus em plena atividade. E õ~lmlãgíê~esfãvã~feito.
E ela imediatamente se endireitou.

«10 Ora, ensinava Jesus no sábado numa das sinagogas. Faça você o mesmo milagre
11 E veio ali uma mulher possessa de um espírito de en-
fermidade, havia já dezoito anos; andava ela encurvada, Nestes casos de histeria, o tratamento é sempre o mesmo.
sem de modo algum poder enclireitar-se. Verifique a maneira de fazer nos casos anteriores.

12 Vendo-a Jesus, chamou-a e cHsse-lhe: Mulher, estás li-


vre da tua enfermidade;
13 e, impondo-lhe as mãos, ela imediatamente se endirei-
tou e dava glória a Deus.
r.C„M. ^ ^
14 O chefe da sinagoga, indignado de ver que Jesus curava lols. 3104-8898 n
« 01037-001 - São Paulo -
no sábado, disse à multidão: -Seis dias há em que se
deve trabalhar; vinde, pois, nesses dias para serdes cura-
dos, e não no sábado.

180 — — 181
Hipnotizei a paciente e observei_que ela era muito sensível.
A CURA DA M O Ç A QUE SOFRIA DE D E S M A I O S
Aprofundei o transe ao máximo e fiz uma regressão de_idade.
Na 'TègfèssâÕT^éscõhri - qne^eia-sofflã^dê^Tim-OTnflitõ^mental de
origem sexual. Removi êste trauma, de cujos pormenores nada
cônvenTHizer, visto tratar-se de um assunto de tal natureza.
Três anos depois, novamente fui a Santa Maria e verifi-
quei que a môça continuava curada.»

Novamente, ouviremos a palavra do Sr. Fernando:


«Êste fato ocorreu na cidade de Santa Maria.
N u m a manhã de domingo, estava eu passeando na ave-
nida principal. Ao passar peia Igreja Matriz, vi trazerem uma
môça. Esta tinha desmaiado dentro da igreja. Diversos curio-
sos a rodeavam. T a m b é m eu resolvi aproximar-me. Vi a môça
desmaiada e pedi licença para tratar a mesma.
E m p u r r e i a mão no estômago e comandei a respiração. E
ela imediatamente respirou. Então fui dizendo que ao contar
até três ela iria sentir-se bem e resolver todos os seus pro-
blemas. Contei até três e ela acordou, sorrindo. Depois, le-
antou-se e novamente entrou na igreja.
Um senhor q u e estava presente, perguntou-me quem eu
era. Respondi-lhe que eu era hipnotizador e caixeiro-viajante.
Então êle me perguntou sôbre a causa "Ho desmaio. Respondi-
lhe q u e a môça deve ter algum problema que aflorou dentro da
igreja, sob a influência do ambiente e da música, e ela entrou
em fuga e desmaiou.
A seguir, êle me pediu que de tarde eu fôsse à residência
da môça, pois esta era sua sobrinha.' Fui à casa da môça e
lá disseram-me que ela constantemente sofria de desmaios, de
nervosismo e de falta de sono.

182 —
A CURA DE UM S U R D O E G A G O Comentário

Marcos 7.31-37 Tratava-se de um caso de histeria. A surdez e a gagueira


são sintonias ^freqüentes clesta "doença, conforme você poderá
ver na estatística do Dr. Abse.
Já lhe disse, muitas vêzes, que êstes doentes podem ser
curados pela sugestão.
•^"Dsrnilagrêiros gostam dêstes pacientes. São os seus me-
lhores propagandistas.
Meus adversários irão dizer: «Essa é boa! O autor chama
todos os doentes de histéricos e, assim resolve facilmente a
questão dos milagres.»
Em verdade, esta é apenas uma maneira de explicá-los.
Eu poderia usar de outra explicação muito mais desagradável
para os cristão, rotulando de « f r a u d e s ^ muitos dêstes^ milagres.
Conforme já vimos, Jesus era um hábiPmistificadõrT Não
lhe faltavam competência e audácia para fazer cegos, surdos,
mudos e gagos.
Qualquer hipnotizador é capaz de produzir, com toda fa-
cilidade semelhantes doentes. Se você alguma vez assistiu a
uma hipnose teatral, certamente teve a oportunidade de ver
a «cena_ dos gagos». Esta é muito divertida e não costuma fal-
tar nestes espetáculos.

«31 De novo se retirou das terras de Tiro, e foi por Sidon Faça você o mesmo milagre
até ao mar da Galiléia, através do território de Decápolis.
Nestes casos de histeria, o tratamento é sempre o mesmo.
32 Então lhe trouxeram um surdo e gago, e lhe suplicaram
Consulte os casos anteriores.
que impusesse a mão sobre êle.
33 Jesus, tirando-o da multidão, à parte, pôs-lhe os dedos
nos ouvidos e lhe tocou a língua com saliva;
34 depois, erguendo os olhos ao céu, suspirou e disse: Efatá,
que quer dizer: Abre-te. '' 5
35 Abriram-se-lhe os ouvidos, e logo se lhe soltou o especilho
da língua, e falava desembaraçadamente. Acad. DR. ALBERTO L. BARRETTO

36 Mas lhes ordenou que a ninguém o dissessem; contudo, R. Cons. Crispiniano, 29 - 8 . ° And.
Tels. 3 1 0 4 - 8 8 9 8 - 3 1 0 4 - 6 9 8 5
quanto mais recomendava, tanto mais êles o divulgavam.
CEP 0 ) 0 3 7 - 0 0 1 • São Paulo - SP
37 Maravilhavam-se sobremaneira, -dizendo: T u d o êle tem
feito esplêndidamente bem; não somente faz ouvir os
surdos, como falar os mudos.»

184 — — 185
A CURA DE UM H I D R Ó P I C O Hidropsia quer dizer edema.
"Que quer "dlzéF'edema ? Edema quer dizer inchação ou
Lucas 14.1-6
inchume. Você compreendeu agora ?
(J homem que Jesus curou sofria de um «inchume». Êste
pode provir de várias causas. No presente milagre, certamente,
tratava-se de um edema histérico. Êste localiza-se principalmen-
te nas pernas e nas mãosT" E pode apresentar várias cores, tais
como bránca, azül, vermelha, etc.
Os edemas histéricos podem ser curados pela sugestão.

Faça você o mesmo milagre


Veja as instruções, dadas nos casos anteriores.

V o c ê p o d e d a r uni j e i t o n i s s o ?

«1 Aconteceu que, ao entrar êle num sábado na casa de um


dos principais fariseus para comer pão, eis que o estavam
observando.
2 Ora, diante dêle se achava um homem hidrópico.
3 Então Jesus dirigindo-se aos intérpretes da lei e aos fa-
riseus, perguntou-lhes: É ou não lícito curar no sábado ?
4 Êles, porém, nada disseram. E, tomando-o o curou e o des-
pediu.
5 A seguir lhes perguntou: Qual de vós, se o filho ou o
boi cair n u m poço, não o tirará logo, mesmo em dia de
sábado ?
6 A isto nada puderam responder.»
Comentário

Aqui, provavelmente, temos outro caso de histeria.


Q u e quer dizer hidropisia ? "

186 —
- 187
UM CASO DE P A R A P S I C O L O G I A podia fazer o mesmo fenômeno, resolvi hipnotizar um rapaz.
Êste eu já havia hipnotizado algurrías""vêzès" e sabia que ele en-
trava em transe profundo.
O meu parente tinha um irmão morando em Pôrto Ale-
gre, e o paciente nunca estêve em casa dêle. Muitos dos pre-
sentes, porém, conheciam a casa.
Coloquei o rapaz ém transe de profundidade máxima, com
a finalidade de pedir-lhe que descrevesse a casa para nós. De
acordo com a técnica, eu disse ao hipnotizado, que ao contar
até três, êle estaria diante da casa número Tal, da Rua Tal, em
/ \ Pôrto Alegre.
Contei um, dois, três, e êle começou a descrever a casa
com bastantes pormenores. Diante dêste fato, as pessoas pre-
sentes, que conheciam a casa, ficaram muito impressionadas com
Caxias Pôrto Alegre êste fenômeno.
Depois, mandei que êle entrasse na casa e descrevesse
os móveis da saia. Êle os descreveu com riqueza de porme-
nores, como nunca eu tinha visto alguém fazer em trabalhos
Novamente, ouviremos a palavra do Sr. Fernando: desta natureza. Em seguida, eu o conduzi aos demais quartos
e êle descreveu as pessoas que aí se encontravam, inclusive
«Estive visitando uns amigos na cidade de Caxias do Sul.
um casal de vizinhos, que eu sabia, que seguidamente estavam lá.
Êstes tinham terminado recentemente um curso de hipnose.
Estavam entusiasmados com os reflexos condicionados e come- Agora, segue-se um fato de muita importância. Eu sabia
çaram a defender a teoria de Pavlov. Eu, por minha vez, falei que na cozinha existiam dois fogões, um a lenha e o outro a
a favor do condicionado direto pela palavra e outras formas gás. Êste era um fogão pequeno, de duas bocas e próprio para
de sugestão. colocar sôbre a mesa. No verão, levavam êste fogãozinho para
a praia.
Depois, entramos no terreno da parapsicologia. Esta trata
dos fenômenos psíquicos, que ainda não foram incorporados à Mandei descrever os fogões. O fogão a lenha, que eu co-
\ psicologia. nhecia, êle descreveu certo. Depois êle disse que também
havia um fogão a gás, novo, com portinha de vidro, tipo «Vi-
Falei-lhes a respeito da possibilidade de mandar o nosso
soramic».
subconsciente a lugares__disiantes, a fim de colher informações
q u e nos possam interessar. Então eu disse que não podia estar certo, que obser-
vasse melhor. Novamente, começou a descrever o mesmo
Nos meios espíritas, êste fenômeno é conhecido por pro-
fogão.
jeção _do corpo astral. E n t r e nós, generalizou-se o costume de
chamar êste fenômeno de «transporte». Esta designação não Todos os que conheciam a casa sabiam que êste fogão
deverá ser usada, pois já temos em parapsicologia—a palavra não existia. Para tirar a dúvida, no dia seguinte, telefonamos
«transporte», para nomear a condução de objetos, por forças para Pôrto Alegre, a fim de esclarecer o assunto.
psíquicas, de um lugar para outro. Os amigos de Pôrto Alegre responderam-nos que tinham
Expliquei aos amigos as diversas teorias que eu conhecia três fogões, um a lenha, um fogãozinho a gás, que tinham
sôbre o assunto. Um dos presentes era parente meu. Era um- guardado, e um fogão grande a gás, que tinham comprado
bandista, portanto adepto do espiritismo. Êle me disse que só no dia anterior.
um médium podia fazer semelhante «projeção». Para provar Este fato é importante, pois ninguém dos presentes à
que qualquer pessoa, independentemente cie crença religiosa. experiência sabia da existência dêste fogão. Muitas vezes,

188 — — 189

Is
alegam que, em experiências semelhantes, o hipersensível co- A CURA DE UM C E G O EM B ET SA IDA
lhe as informações com as pessoas presentes. Nesta experiên-
cia, nem o paciente, nem os presentes, sabiam da existência Marcos 8.22-26
deste fogão.»

«22 Então chegaram a Betsaida; e lhe trouxeram um cego,


rogando-lhe que o tocasse.
23 Jesus, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da
aldeia e, aplicando-lhe saliva aos olhos e impondo-lhe
as mãos, perguntou-lhe: Vês alguma coisa ?
24 Êste, recobrando a vista, respondeu: Vejo os homens,
porque como árvores os vejo, andando.
25 Então novamente lhe pôs as mãos, nos olhos e êle, pas-
sando a ver claramente, ficou restabelecido; e tudo dis-
tinguia de modo perfeito.
26 E mandou-o Jesus embora para casa, recomendando-lhe:
Não entres na aldeia.»

Comentário

Êste milagre foi feito «em prestações». É o único caso de


cura progressiva.

190 — — 191
Tratava-se, provàvalraente, c!e um caso de cegueira his- A CURA DE UM C E G O DE N A S C E N Ç A
térica. O D r . Abse cita sete casos, em sua estatística. João 9.1-12
Jesus curou êste cego, aplicando-lhe passes e saliva_ nos
olhos. Esta saliva só serviu parã"liumentãr o efeito da su-
gestão. Êste processo de tratamento era usado pelos" rabinos.

Faça você o mesmo milagre

Nestes casos de histeria, o tratamento é sempre o mesmo.


•Consulte os casos anteriores.

Tanque de Siloé

«1 Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença.


2 E os seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou,
êste ou seus pais, para que nascesse cego ?
3 Respondeu Jesus: Nem êle pecou, nem seus pais; mas
foi para que se manifestem nêle as obras de Deus.
4 É necessário que façamos as obras daquele que me en-
viou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode
trabalhar.
5 Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.
r\- -

Dito isso, cuspiu na terra e, tendo feito lôdo com a _sa-


liva, aplicou-o aos olhos do_cego,
7 dizendo-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé ( q u e quer
dizer E n v i a d o ) . Èle foi, lavou-se, e voltou vendo.
8 Então os vizinhos e os que dantes o conheciam de vista,
como mendigo, perguntavam: Não é êste o que estava
assentado pedindo esmolas ?

.192 — — 193

13 c. H .
9 Uns . diziam: É êle: O u t r o s : Não, mas se parece com êle.
A existência dos órgãos é condição indispensável para que
Êle mesmo, porém, dizia: Sou eu.
haja uma cura milagrosa. Os órgãos existem, mas não fun-
10 Perguntaram-lhe, pois: Como te foram abertos os olhos ? cionam. O milagreiro os põem em funcionamento.
Êle pode fazer funcionar um ouvido, um olho, uma língua,
11 Respondeu êle: O homem chamado Jesus fêz lôdo, un-
uma perna, etc. Mas onde êstes órgãos ou membros faltam, o
tou-me os olhos, e disse-me: Vai ao tanque de siloé, e
homem só pode salvar seu prestígio, alegando que o doente
lava-te. Então, fui, lavei-me e estou vendo.
não melhorou «por falta d e ^ f é . » .
12 Disseram-lhe, pois: Onde está êle ? Respondeu: Não Você já viu um milagreiro fazer crescer um braço am-
sei.» putado
As ciências oeultas oferecem imensas «possibilidades teó-
ricas» para auxiliar êstes doentes. Assim, por exemplo, o
icego poderia aprender a ver com o corpo astral,
Comentário \ D.e acôrdo com a teoria espírita, o corpo astral, quando
estiver desprendido, não necesssita de órgão especializados para
Diz a Bíblia, qtie Jesus viu um homem cego de nascença. ver, ouvir, cheirar, sentir, etc.
Os discípulos, q u e o acompanhavam, aproveitaram a opor-
tunidade para lhe fazerem a seguinte pergunta: «Mestre, quem
pecou, êste ou seus pais, para que nascesse cego ?»
Faça você o mesmo milagre
De acôrdo com a crença daquele tempo, a doença era um
castigo mandado por Deus aos pecadores. E os filhos pode-
Verifique nos casos anteriores, como o tratamento deve
riam sofrer uma moléstia, por motivo do pecado dos pais.
ser feito.
Em Ê x o d o 20.5, você poderá ler o seguinte: «Não as
adorarás, n e m lhes darás culto; porque eu sou o Senhor teu
Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos
até a terceira geração daqueles que me aborrecem.»
E, em II Samuel 12.14: «Mas, posto que com isto deste
motivo a q u e blasfemassem os inimigos do Senhor, também
o filho que te nasceu morrerá.» ícadDR.^ B £ R T ° L 2 g í l - R 8 B * f t " d -
Pobres dos filhos! P Cons. C í t e P ^ 0 0 , 3,04-6985
TQ\3. 310^®® * pp|1|n • -
E Jesus respondeu: «Nem êle pecou, nem seus pais; mais cep 0WCT-001.53°
foi para q u e se manifestem nele as obras de Deus.»
Foi uma maneira um tanto «idiota», que Deus escolheu,
para manifestar as suas obras.
Para curar êste histérico, Jesus cuspiu na terra, fêz lôdo
com a saliva e o áplicou^~ãos olhos do. .cego."
Depois disse: «Vai, lava-te no tanque de Siloé. Êle
foi, lavou-se, e voltou vendo.»'
O tanque de Siloé continha «água milagrosa». Por aí
vemos que, as chamadas «fontes milagrosas», já existiam an-
tes dos cristãos.
Êste milagre mostra-nos que a histeria pode atacar uma
criança, nas primeiras semanas de vida.

194 — - 195
A CURA DE UM P A R A L Í T I C O 8 Então lhe disse Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda.

João 5.1-18 9 Imediatamente o homem se viu curado e, tomando o leito,


pôs-se a andar. E aquêle dia era sábado.
10 P o r isso disseram os judeus ao que fôra curado. Hoje é
sabadç e não te é lícito carregar o leito.
11 Ao q u e êle lhes respondeu: O mesmo que me curou me
disse: Toma o teu leito e anda.
12 Perguntaram-lhe êles: Quem é o homem que te disse:
Torna. o teu leito e a n d a ?
13 Mas o que fôra curado não sabia quem era; porque Jesus
se havia retirado, por haver muita gente naquele lugar.
14 Mais tarde Jesus o encontrou no tempo e lhe disse: Olha
que já estás curado; não pequeis mais, para que não te
suceda coisa pior.
15 O homem retirou-se e disse aos judeus que fôra Jesus
quem o havia curado.
16 E os judeus perseguiam a Jesus, porque fazia estas coi-
sas no sábado.
17 Mas êle lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu
trabalho também.
18 Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-
«1 Passadas estas coisas, havia uma festa dos j u d q i s , e Jesus lo, porque não somente" violava o sábado,, mas também
subiu para Jerusalém. * dizia que Deus era seu próprio Pai, fãzendo-se igual
a Deus.»
2 Ora, existe ali junto à porta das ovelhas, um tanque, cha-
mado. em hebraico Betesda, o. qual tem cinco pavilhões.
3 Nestes jazia uma multidão de enfermos, cegos, coxos, pa-
ralíticos,
Comentário
4 esperando que se movesse a água. P o r q u a n t o um anjo
descia em certo tempo, agitando-a; e o primeiro que en-
trava no tanque, uma vez agitada a água, sarava de qual- Diz a descrição que havia um tanque e que, em certo
quer doença que tivesse. tempo, descia um anjo para agitar a água. E que o primeiro
doente que entrava, nesta água agitada, ficava curado.
5 Estava ali um homem, enfermo havia trinta e oito anos.
A d m i t o êste processo original de cura. É perfeitamente
6 Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim, havia possível que êle cure um doente. . . mas só um doente his-
muito tempo, perguntou-lhe: Queres ficar curado ? térico. Êste está condicionado que água agitada por um
7 Respondeu-lhe o enfêrmo: Senhor, não tenho ninguém anjo significa cura. Se o doente conseguir, por vontade pró-
que me ponha no tanque, quando a água é agitada; pois pria ou por §ugestão de qualquer pessoa presente, entrar em
enquanto eu vou, desce o u t f o antes de mim. estado alucinátorio,' êle entrará na água e ficará curado.

— 197
Vimos que êste processo de cura não servia para os Pobre dos herejes e das feiticeiras!
doente cegos e paralíticos. Os primeiros eram cegos, portan- Meu amigo: Aqui, convém que eu lhe esclareça um as-
to não podiam ver a água agitada; e os segundos, podiam sunto que nada tem que ver com a hipnose. Refere-se ao
ver a água, mas, sendo paralíticos, não podiam entrar nela
fato de que Deus, naquele tempo, falava aos sacerdotes e
sem auxílio alheio. O homem que Jesus curou, já estava
ao povo. Neste caso, não se tratava de uma alucinação au-
esperando havia trinta e oito anos. Ê o cúmulo da paciência!
ditiva. A t é os «descrentes» afirmavam que Deus de fato
Jesus viu êste doente e lhe fêz a seguinte «pergunta ino- falava. Mas alegavam que Deus só falava na tenda da con-
cente»: «Queres ser curado ?» gregação (Levítico 1.1.), e que a sua voz apresentava um
Acho q u e o histérico disse q u e . . . sim. E Jesus curou interessante «sotaque» de tubo acústico.
com a__ sugestão direta. O truque da «Voz de D e u s » nos templos, era muito
Êste milagre foi feito num sábado. Certamente, Jesus usado no antigo Egito. E o sacerdote Moisés achou conve-
escolheu êste dia, com o fim d e ' incomodar os sacerdotes, niente adotá-lo para dominar o povo judeu.
conforme' era seu hábito. O sábado dos judeus equivalia ao O rei Saul acabou definitivamente com esta prática. Em
domingo dos cristãos. E o terceiro mandamento dê Deus I Samuel 22.13 está escrito que, certa vez, no templo de
proibia o trabalho neste dia. E êste Deus era muito vinga- Nobe, Deus falou a favor de David, que era o grande ini-
tivo para com os desobedientes, conforme você pode ler migo político de Saul. Em conseqüência, o rei Saul ficou
no Ê x o d o 31.14: « P o r t a n t o guardareis o sábado, porque é furioso, chamou os sacerdotes de «traidores» e, para ensiná-
santo para vós outros: aquele què~õ jprofanar7~morrerá; pois los a não se meterem mais na política, mandou matar 85
qualquer q u e nêle fizer alguma obra será eliminado do meio dêles. Após esta dura lição, os tubos acústicos desaparece-
do seu povo.» ram, e Deus emudeceu nos templos.
Em N ú m e r o s 15.32-36, consta o seguinte: «Estando, A partir dêste acontecimento «político», Deus começou
pois, os filhos de Israel no deserto, acharam um h o m e m apa- a falar pela bôca dos profetas. Êstes tinham por missão es-
nhando lenha no dia de sábado.
pecial infundir medo e insegurança no povo, a fim de pro-
Os q u e o acharam apanhando lenha o trouxeram a Moi- duzir a fé e facilitar a hipnotização dos crentes. Não sabiam
sés e a Arão, e a tôda a congregação. profetizar outra coisa a não., ser desgraças: guerras, pestes, ^
Meteram-no em prisão; portanto ainda não estava de- sêcas, inundações, fomes, pragas, terremotos, fogo do céu
clarado o q u e se lhe devia fazer. e o fim do mundo.
Então disse o Senhor a Moisés: Tal homem será mor- Ao mesmo tempo que profetizavam estas desgraças, in-
to; tôda a congregação o apedrejará fora do arraial. dicavam um meio de salvação. Este naturalmente sempre
consistia numa prática religiosa.
Levou-o, pois, tôda a congregação para fora do arraial,
e o apedrejaram; e êle morreu, como o Senhor ordenara a Na elaboração das profecias, estas «aves de mau agou-
Moisés.» ro» observavam os dois seguintes princípios:
/' Como você viu, naquele tempo, os sacerdotes usavam 1.° Tôda profecia com descrição confusa e data duvi-
métodos eficientes para manterem a «disciplina» entre os dosa geralmente obtém sucesso;
íseus «contribuintes». Digo contribuintes, pois sabemos que 2.° Tôda "profecia com data certa para a sua realiza-
antigamente os profissionais da religião «trabalhavam» na ção, sempre resulta e m ' c o m p l e t o fracasso'
base dos dez por cento. Volto ao milagre" Diz o Versículo 14: «Mais tarde
Com o correr dos tempos, inventaram métodos ainda Jesus o encontrou no tempo e lhe disse: Olha q u e já estás
mais eficientes para acabarem com os indisciplinados. Coube curado; não peques mais, para que não te suceda coisa pior.»
- cristãos, o «mérito» de haverem instituído os tribunais Êste versículo nos deixa transparecer a velha teoria sô-
-•quisição, o emprêgo da tortura para obter confissões, bre a origem das doenças. Segundo esta, a doença era um
-te pelo fogo. castigo que Deus mandava aos pecadores.

— 199
N V O
^ Em psicoterapia, as palavras «não peques mais, para S R E S S U R R E I Ç Õ E S
que não te suceda coisa pior», constituem a pior sugestão
que se pode ' dar a um ex-doente histérico.
Q u e m realmente está livre de cometer um pecado ?
Para os religiosos, o pecado existe em tôda a parte. Estão
sempre ansiosos em acusarem os outros de pecadores. Esta
tendência chegou a tal ponto, que inventaram até o «pecado
original».
H a v e n d o pecados em tanta profusão, o ex-histérico fa-
talmente irá cometer algum. E neste caso, a sugestão entra
em ação e o homem volta a ser um doente. E, de acordo
com a sugestão recebida, esta nova doença será j3Íc>r que a
primeira.

Faça você o mesmo milagre

Consulte os tratamentos para doentes histéricos, que lhe 1. A preparação

ensinei nos casos anteriorees.

2. O afastamento.

200 —
3. A doença.

Meu amigo:

As ressurreições foram apenas truques de propaganda.


Com elas, Jesus conseguiu elevar seu prestígio ao máximo.
Êste fenômeno hipnótico ê tao espetacular que, ainda hoje,
O falecimento. faria grande sucesso junto ao povo ingênuo.

— 203
Você alguma vez ouviu falar em «morte cataléptica» ? me, que Lázaro adormeceu. Q u a n d o falava com os outros
Ouviu falar de pessoas que ressuscitaram antes de serem en- discípulos, usava linguagem, dizendo que Lázaro está morto,
terfadas ? Ouviu falar que coveiros encontraram o esqueleto pois os demais discípulos, deviam ignorar êste segrêdo.
em posição virada dentro do caixão ? Sei que ouviu. Pois Para você compreender melhor êste milagre, irei come-
existe um tipo de morte aparente, conhecido pelo nome de çar pela análise de uma ressurreição feita pelo apóstolo Pedro.
«morte cataléptica». Esta, o evangelista descreveu fielmente. Chama-se «A Res-
O Sr. Subconsciente, de certas pessoas, tem uma extraor- surreição de Dorcas». Você a pode ler em Atos, Capítulo 9,
dinária capacidade de imitar a morte. Versículos 36 a 42. A descrição diz o seguinte:

S Êstes^casos de morte, podem dar-se espontaneamente.


Mas também podem ser produzidos pela hipnose.
Êste fato não era desconhecido pelos freqüentadores das
sociedades secretas. No meu entender, era êste um dos maio-
res segredos destas sociedades. Fazia parte dos chamados
«Mistérios do JSgito». Provavelmente, Moisés, que foi sa-
cerdote" do Usírls no Egito, aprendeu êstèf~mistério e o en-
sinou aos sacerdotes judeu?. No Velho Testamento, aparecem
vesíígiB?"^õ~~sèü _ ^sò^~~Os profetas Elias e Eliseu o conhece-
ram e o aplicaram. Jesus também conhecia êste «segrêdo».
Resolveu ensiná-lo ao Pedro, mas só ao Pédrò. ~
O segrêdo consistia em procurar um hipersensível ex-
cepcional e prepará-lo com o auxíIio_ da hipnose, ensinando-
Ihe a imitar perfeitamente a morte. Depois," dar-lhe uma pós-
sugestão para que, em tal hora e tal dia, apresentasse uma
doença com sintomas alarmantes. Após determinado número
de horas de sofrimento, êle devia falecer fictkiamente, e per-
•manecer no estado de morte aparente durante alguns dias,
aguardando a chegada do autor desta façanha, para acordá-lo.
O autor da proeza, para não chamar a atenção do povo,
dava a pós-su gestão para fazer efeito em determinado dia.
Alguns dias antes do falecimento, êle viajava para uma ci-
dade próxima e aguardava a chamada dos amigos ou, na falta
dêles, apresentava-se voluntariamente para ressuscitar o morto.
Jesus só fêz três vêzes êste milagre. Se êle tivesse tido
capacidade para ressuscitar os «mortos verdadeiros», êle teria
tido oportunidade para ressuscitar milhares, ou mesmo mi-
lhões de mortos. Os parentes dos falecidos, viriam, de toda
a parte do m u n d o , para pedir êste milagre.
As descrições dêstes três^milagres são muito defeituosas,
muito «estropiadas». E isto pelo seguinte motivo: quando
Jesus falava com o Pedro, que estava aprendendo a fazer o
milagre, êle usava uma linguagem, dizendo que a menina dor-

204 — — 205
A RESSURREIÇÃO DE DORCAS Nesta ocasião, onde encontrava-se o autor desta façanha?
Naturalmente, em outro lugar. Encontrava-se em Lida, na-
turalmente, próximo de Jope.
Em Lida, aguardou a chamada dos dicípulos. Natural-
mente, «atendeu e foi com eles». Por que foi com êles ? Na-
«36 Havia em J o p e uma discípula, por nome Tabita, nome
turalmente, para acordar a p o b r e discípula. E isto êle fêz
êste que traduzido quer dizer Dorcas; era "elã~notável
do seguinte modo: Mandou que todos saíssem do quarto.
pelas b o a s . obras e esmolas que* lazía.
Pôs-se de joelhos e orou. Depois, voltou-se para o corpo e
37 Ora, aconteceu naqueles dias que ela adoeceu e veio disse: «Tabita,,, levanta-te. Ela abriu os olhos e, vendo a Pe-
a morrer; e depois de a lavarem, puseram-na no cenáculo. dro,_ sentou-se. E l e , dando-lhe
38 Como Lida era perto de Jope, ouvindo os discípulos Pela descrição, vimos q u e "tuclõ «funcionou» maravilho-
que P e d r o estava ali, enviaram-lhe dois homens que lhe samente bem. E o efeito propagandístico também foi alcan-
pedissem: Não demores em vir ter conosco. çado. Pois diz o Versículo 42: Isto se tornou conhecido por
tôda Jope, e muitos creram no Senhor.»
39 Pedro atendeu e foi com ele. T e n d o chegado, conduzi-
A isto se pode chamar: Um sucesso completo!
ram-no para o cenáculo; e tôdas as viúvas o cercaram,
chorando e mostrando-lhe túnicas e vestidos que Dorcas Agora, passarei a considerar as proezas do Filho de Deus.
fizera enquanto estava com elas. Vou começar com a Ressurreição de Lázaro.

4ü Mas Pedro, tendo feito sair a todos, pondo-se de j»e-


lhos, orou; e voltando-se para o corpo, disse: Tabita,
levanta-t^ Ela abriu os olhos. ..e. vendo a Pedro, sen-
tou-se.
41 Êle, dando-lhe a mao, levantou-a; c chamando os san-
tos, especialmente as viúvas, apresentou-a viva.
42 Isto se tornou conhecido por tôda Jope, e muitos cre-
ram no Senhor.» Acaü. DR. ALBERTO L. BARRETTC
B. Cons. Crispiniano, 29 - 8.* And.
Tais. 3 1 0 4 - 8 8 9 8 - 3 1 0 4 - 6 9 8 5
CEP 0 1 0 3 7 - 0 0 1 - São P s « l r • cn

Comentário

Diz a descrição, que havia na cidade de Jope uma dis-


cípula. Uma «discípula». Aqui, temos o primeiro elemento
para fazer o milagre. Tratava-se de uma hipersensível muito
amiga de Pedro, pois era uma discípula!
Ela «era notável • pelas obras e esmolas que fazia». Tra-
tava-se, pois, de uma pessoa rica e vastamente conhecida. Êste
é um elemento de grande valor, pois as ^ressurreições são tru-
ques de propaganda. Pouco efeito •"cãusinã - "o milagre, "se a
ressuscltádã fosse urniT mulher pobre e desconhecida.
•*- Continua a história: «Ora, aconteceu naqueles dias
que ela adoeceu e veio a morrer.» Pelo que vimos, a pós-
sugestão fêz efeito.

206 — - 207
A RESSURREIÇÃO DE LÁZARO 16 Então Tomé, chamado Dídimo, disse aos condiscípulos:
Vamos também nós para morrermos com êle.
Toão 11.1-46 17 Chegando Jesus, encontrou Lázaro já sepultado, havia
quatro dias.
18 Ora, Betânia estava a cêrca de quinze estádios perto de
«1 Estava enfermo Lázaro, de Betânia, da aldeia de Maria Jerusalém.
e Marta, sua irmã. 19 Muitos dentre os judeus tinham vindo ter com Marta e
2 Esta Maria, cujo irmão Lázaro estava enfermo, era a Maria, para as consolar, a respeito de seu irmão.
mesma q u e ungiu com bálsamo o Senhor e lhe enxugou 20 Marta, quando soube que vinha Jesus, saiu ao seu encon-
os pés com os seus cabelos. tro; Maria, porém, ficou sentada em casa.
3 Mandaram, pois, as irmãs de Lázaro, dizer a Jesus: Se- 21 Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se estiveras aqui não
nhor, está enfermo aquele a q u e m amas. teria morrido meu irmão.
4 Ao receber a notícia, disse Jesus: Esta enfermidade não é 22 Mas também sei que, mesmo agora, tudo quanto pedirdes
para morte, e, sim, para a glória de Deus, a fim de que
a Deus, Deus to concederá.
o Filho de Deus seja por ela glorificado.
23 Declarou-lhe Jesus: Teu. irmão há__de ressurgir.
5 O r a , amava Jesus a Marta, e a sua irmã e a Lázarr-
24 Eu sei, replicou M a r t a ' que êle há de ressurgir na ressur-
6 Q u a n d o , pois, soube q u e Lázaro estava doente, ainda se
reição, no último dia.
demorou dois dias no lugar onde estava.
(^5 Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem
7 Depois disse aos seus discípulos: Vamos outra vez pira
' crê em mim, ainda que morra, viverá;
a Judéia.
26 e todo o que vive e crê em mim, não morrerá, eterna-
8 Disseram-lhes os discípulos: Mestre, ainda agora os ju-
deus procuravam apedrejar-te, e voltas para lá ? mente. Crês isto ?

9 Respondeu Jesus: N ã o são doze as horas do dia ? Se 27 Sim, Senhor, respondeu ela, eu tenho crido que tu és o
alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz dês- Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao mundo.
te m u n d o ; 28 T e n d o dito isto, retirou-se e chamou Maria, sua irmã, e
10 mas se andar de noite, tropeça, porque nêle não há luz. lhe disse em particular: O Mestre chegou e te chama.
11 I s t o dizia, e depois lhe acrescentou: Nosso amigo Lázaro 29 Ela, ouvindo isto, levantou-se depressa e foi ter com êle,
adormeceu, mas vou para despertá-lo.
30 pois Jesus ainda não tinha entrado na aldeia, mas perma-
12 Disseram-lhe, pois os discípulos: Senhor, se dorme, es- necia onde Marta se avistara com êle.
tará salvo.
31 Os judeus q u e estavam com Maria em casa e a consolavam,
13 Jesus, porém, falara com respeito à morte de Lázaro; vendo-a levantar-se depressa e sair, seguiram-na, supondo
mas êles supunham que tivesse falado do repouso do sono. que ela ia ao túmulo para chorar.
14 E n t ã o Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu; 32 Q u a n d o Maria chegou ao lugar onde estava Jesus, ao vê-lo,
lançou-se-lhe aos pés, dizendo: Senhor, se estiveras aqui,
15 e por vossa causa me alegro de que lá não estivesse, para
q u e possais crer; mas vamos ter com êle. meu irmão não teria morrido.

208 — — 209

1-i c. H.
33 Jesus, vendo-a chorar, e bem assim os judeus que a acom- Procure o lugar do acontecimento. Aconteceu em Betâ-
panhavam, agitou-se no espírito e comoveu-se. nia, perto de Jerusalém.
34 E perguntou: O n d e o sepultaste ? Eles lhes responde- Procure a doença. Lá está ela: «Senhor, está enfermo
ram: Senhor, vem, e vê. aquêle a quem amas.»
35 Jesus chorou.. Procure o lugar em que se encontra o autor da façanha.
Não consta o nome do lugar. Mas diz a descrição que man-
36 Então disseram os judeus: Vêde quanto o amava! daram chamá-lo e que êle «ainda se demorou dois dias no
37 Mas alguns objetaram: Não podia êle, que abriu os olhos lugar onde estava». Naturalmente que uma ressurreição, após
ao cego, fazer que êste não morresse ? quatro dias, seria mais espetacular.
Agora, seguem-se alguns pormenores.
38 Jesus, agitando-se novamente em si mesmo, encaminhou-
se para o túmulo; era êste uma gruta, a cuja entrada ti- Jesus disse a M a r t a : «Teu irmão há de ressurgir.» O ho-
nham pôsto uma pedra. mem tinha confiança na sua «arte». Depois, disse as seguintes
lindas palavras: «Eu_sou a ressurreição e a vida. Quem crê em
39 Então ordenou Jesus: Tirai a pedra. Dissera-lhe Marta, mim^jrião morrerá, eternamente.»
irmã do morto: Senhor, já' cheira mal, porque já é de
Está tudo muito certo, se a morte fôr «désse tipo». Mas
quatro dias.
se fôr do «outro tipo», não adianta chamar o milagreiro.
40 Respondeu-lhe Jesus: Não te disse eu que se creres verás Disse-lhe Marta, irmã do morto: «Senhor, já cheira mal,
a glória de Deus ? porque já é de quatro dias.» Isto não foi nada mais do que uma
41 Tiraram, então, a pedra. E Jesus, levantando os olhos alucinação olfativa produzida por auto-sugestão.
para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste. Observe a maneira de fazer o milagre. «Jesus, levantan-
42 Aliás, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por do os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me
causa da multidão presente, para que creiam que tu me ouviste.» «E, tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro,
enviaste. vem para fora.» «E saiu aquêle que estivera morto.»
Tudo «funcionou» muito bem.
43 E, tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro, vem para
fora. Procure agora o elemento «propaganda». Ali, está êle:
Disse Jesus: «Esta enfermidade não é para a morte, e, sim,
44 Saiu aquêle que estivera morto, tendo os pés e as mãos para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja
ligados com ataduras, e o rosto envolto num lenço. Então por ela glorificado.»
lhes ordenou Jesus: Desatai-o, e deixai-o ir.
E mais adiante está escrito: «Assim falei por causa da
45 Muitos, pois, dentre os judeus que tinham vindo visitar multidão presente.»
Maria, vendo o que fizera Jesus, creram nele. Naturalmente que os discípulos desempenharam bem a
46 Outros, porém, foram ter com os fariseus e lhes contaram sua função de propagandistas do Mestre. Conseguiram reu-
dos feitos que Jesus realizara.» nir uma «numerosa multidão» para presenciar o grande mila-
gre. E «muitos creram nele».
Até aqui, o sucesso foi completo.
Comentário Mas, em breve, apareceu a reação dos fariseus. Pois diz o
Versículo 46: «Outros, porém, foram ter com os fariseus e
Faça você mesmo a análise dêste milagre. Procure o pri- lhes contaram dos feitos que Jesus realizara.»
meiro elemento: o hipersensível. Lá está êle. Chama-se Lá- E em João 12.10 e 11, você pode ler o seguinte: «Mas
zaro e é grande amigo de Jesus. os principais sacerdotes resolveram matar também Lázaro; por-

210 — — 211
q u e muitos dos judeus por causa, dêle voltavam crendo em A RESSURREIÇÃO DA FILHA DE JAIRO
Jesus,» - - -
Lucas 8.41-42, 49,56
P o b r e do Lázaro! Mal acabou de ser ressuscitado e já
o querem matar.
Se os sacerdotes tivessem matado Lázaro, então, eu gos-
«41 Eis que veio um homem chamado Jairo, que era chefe
taria de saber que método Jesus iria usar para fazer esta nova
ressurreição. da sinagoga, e, prostrando-se aos pés de Jesus, lhe su-
plicou que chegasse até a sua casa.
Por q u e quiseram matar o pobre do Lázaro ? Certamen-
te, disseram: Êste patife prestou-se a fazer um papel dêstes. 42 Pois tinha uma filha única de uns doze anos, que es-
Êle também deve conhecer o nosso grande segredo, o «Segre- tava à morte.
do da_Morte e da .Ressurreição». Todos os traidores que sou- 49 Falava êle ainda, quando vem uma pessoa da casa do
berem êste segrêdo, devem ser mortos. chefe da sinagoga, dizendo: Tua filha já está morta,
M e u amigo: Neste livro eu lhe estou divulgando mui- não incomodes mais o Mestre.
tos «segredos». Antigamente, eu seria punido com a pena de 50 Mas Jesus, ouvindo isto, lhe disse: Não temas, crê so-
morte. Espero que, atualmente, os meus adversários não ado- mente, e ela será salva.
tem medida tão drástica. Mas de uma coisa estou certo: Êste 51, Tendo chegado à casa, a ninguém permitiu que entrasse
livro me trará mui t a s i n i m i z a d e s , principalmente entre as pes- com êle, senão Pedro, João, Tiago e bem assim o pai
soas que_ vivem £ ' ignorância d o povo. e a mãe da menina.
Meu amigo: Se algum dia eu fôr perseguido, conto com 52 E todos choravam e a pranteavam. Mas êle disse: Não
o seu auxílio. Confio em você! choreis; e/q não está morta, mas dorme.
Veremos, a seguir, a ressurreição da filha de Jairo. 53 E riam-se dêle, porque sabiam que ela estava morta.
54 Entretanto, êle, tomando-a pela mão, disse-lhe, em voz
alta: Menina, levanta-te.
55 Voltou-lhe o espírito, ela imediatamente se levantou, e
êle mandou que lhe dessem de comer.
56 Seus pais ficaram maravilhados, mas êle lhes advertiu
que a ninguém contassem o que havia acontecido.»
Mateus 9.26: «E a fama deste acontecimento correu
por tôda aquela terra.»

Comentário

Meu amigo:
N ã o pense que eu vou analisar tôdas as ressurreições.
Agora chegou a vez de você «trabalhar». Não precisa fazer
muita «força». T u d o está muito claro. A «tapeação» foi
sempre a mesma.
Mãos à obra!
Meus parabéns pela análise correta. Eu sabia que você
era inteligente.
A seguir, veremos a terceira e última ressurreição.

212 - — 213
A RESSURREIÇÃO DO FILHO DA VIÚVA DE NAIM O CASO DOS DOCUMENTOS EXTRAVIADOS

Lucas 7.11-17

«11 Em dia s u b s e q ü e n t e dirigia-se Jesus a uma cidade cha-


mada Naim, e iam com êle os seus discípulos e nu-
merosa multidão.
12
„ C o r n o s e a P r o x i m a s s e d a porta d a cidade, eis que saía o
ê n t ê r r o do filho único de uma viúva; e grande multidão
da cidade ia com ela.

13 Vendo-a, o Senhor se compadeceu dela e lhe disse: Não


chores!
14 Chegando-se, tocou o esquife e, parando os que o con-
duziam, disse: J o v e m , eu te m a n d o : Levanta-te.
15 Sentou-se o q u e estivera m o r t o e passou a falar; e Je-
sus o restituiu a sua mãe.

16 T o d o s ficaram possuídos de temor, e glorificavam a


D e u s , dizendo: G r a n d e p r o f e t a se levantou entre nós,
e: D e u s visitou o seu povo.
O Professor Cícero Ribeiro, que entre nós grangeou po-
17 Esta notícia a respeito dêle divulgou-se por tôda a Ju-
sição de destaque no estudo dos f e n ô m e n o s da parapsicologia,
deia e por tôda a circunvizinhança.»
prontificou-se a contar alguns casos interessantes.'
Está, pois, com a palavra o P r o f e s s o r Cícero:
«A pedido de meu amigo D r . Marcos, relatei algumas
Comentário experiências, por mim feitas, no controvertido campo da pa-
rapsicologia.
Vimos q u e nestas duas últimas ressurreições, Jesus usou Algumas destas, figuram no meu arquivo particular, en-
«filhos únicos». C e r t a m e n t e , para a u m e n t a r o efeito propa- q u a n t o que outras foram executadas em colaboração com o
gandístico. Apesar de fazer ressurreições, êste rabino Jesus insigne Professor Braul, e acham-se registradas nos arquivos
era «de m o r t e » . do I n s t i t u t o Psicopedaqógico.
No t e m p o em q u e eu estudava e ensinava a hipnoiogia no
I n s t i t u t o acima referido, muitas vêzes, fui s u r p r e e n d i d o por
fenômenos que, à luz dos meus conhecimentos, e r a m de di-
Faça você o mesmo milagre fícil explicação.
P a r a ilustrar o que disse acima, contarei um dêsses acon-
Esta é uma «brincadeira de mau gôsto», que não convém
tecimentos, que me obrigou a estudar a parapsicologia.
fazer. Se os parentes do ex-morto "descobrirem q u e foram en-
ganados, você correrá o perigo de precisar de uma ressurrei- Certa manhã, eu estava no I n s t i t u t o , p r e p a r a n d o a aula
ção de tipo especial, que até hoje não foi inventada. que deveria ministrar de noite. Nesta ocasião, fui procurado

214 — — 215
pela Sra. Emília, que se achando numa indescutível excita- A seguir, fiz as seguintes afirmações e perguntas:
ção, foi logo dizendo:
— Sra. Emília, são 8,30 horas — O n d e a senhora se acha
Professor. Resolvi recorrer ao senhor, pois estou numa neste momento ?
tremenda situação. Perdi uma pasta da firma em que tra- — Saindo de casa.
balho, contendo vários documentos importantes e um cheque — Sra. Emília, são 8,40 horas. — O n d e está agora ?
de Cr$ 80.000,00. Veja que situação!
— Num ônibus, a caminho do centro da cidade.
A pobre senhora quase chorava, tal era o estado de an-
— Sra. Emília, são 9 horas. — Onde está ?
gústia em que se encontrava.
— No ônibus.
Trate?- de tranqüilizá-la, e perguntei em que lhe poderia
— Ainda ?
ser útil. Respondeu que nem mesmo ela sabia, pois logo que
— Agora, não é mais o mesmo. Estou noutro ônibus
notou o desaparecimento da pasta, sentiu-se impelida a recor-
que vai a Canoas, onde vou visitar uma amiga.
rer a mim, a fim de solicitar auxílio.
— Sra. Emília, que horas são ?
f Eu lhe disse que talvez pudesse auxiliá-la, pois lembrei-
— São 9,25 horas. Vou descer na próxima parada.
me dos fenômenos da hipermnésia e da regressão de memória
)para solucionar êste caso. Durante a regfessão," eu 'poderia"ve-
rificar o m o m e n t o exato e o lugar em que ~ela perdeu os do- — Desceu ?
cumentos. — Sim. E. . . Oh! Esqueci a pasta com os documentos
Antes de prosseguir, desejo explicar aos que não são hip- Pare o ônibus!
nólogos ou não conhecem o hipnotismo, que, até aqui, nada Nesta altura, tive a intenção de averiguar o número e o
há de parapsicologia. Trata-se apenas de um fenômeno de hi horário do ônibus e depois acordar a paciente. Mas a sorte
permnésia, perfeitamente conhecido. me favoreceu. Para meu espanto, D. Emília prosseguiu fa-
Sabe-se que o nosso inconsciente tem uma capacidade lando. Agitou-se na poltrona e continuou:
assombrosa de relembrar fatos~ ócõrndós há muitos anos. As- — Interessante! Um senhor que estava sentado ao meu
sim sendo, muitas vêzes podemos verificar fatos que se pas- lado não viu a pasta. A h ! . . . Agora, êle viu. Apa-
maram nos primeiros anos de vida. nhou-a Desceu com ela.
A regressão de memória é um fenômeno perfeitamente — Veja o número da parada do ônibus.
possível. ~E~Tãtõ~~15rÕvado e "indiscutível — Desceu na parada 49. Entrou na Rua Tal, casa n.°
Tal. Colocou a pasta em cima de um guarda-roupa.
O que eu pretendia, no momento, era fazer os fenômenos
de regressão e hipermnésia e, portanto, nada havia de ex- Ainda encontra-se lá.
t r aofHmanõ Eu havia feito um sinal para a Srta. Dóris, para que
Ao explicar as possíveis vantagens dêstes fenômenos à anotasse tudo.
Sra. Emília, esta ficou radiante. Após acordar D. Emília, eu lhe entreguei o papel com
as anotações e disse-lhe o seguinte: «Até o momento em que
Na presença da Srta. Dóris, minha assistente, hipnoti-
a senhora saiu do ônibus, eu garanto que está certo. D e p o i s . . .
zei a Sra. Emília. A Srta. Dóris ficou encarregada deT regis-
Quem sabe ? Em todo caso, vale a pena seguir as indica-
trar as declarações que a hipnotizada provavelmente faria. ções que anotamos, rua, número da casa, etc., e verificar se
Depois de ter mergulhado D. -Emília em sono profundo, há algo de verdade nisso.»
fiz ja regressão até às 8,30 J i o r a s da manhã, hora" esta", em que Despedi-me de D. Emília e não mais pensei no assunto,
havia saídcTUe casa, tendo todos os documentos numa pasta. pois acreditei firmemente que tudo não passava de uma di-

216 — — 217
vagação ou fantasia de seu inconsciente, como freqüentemen- UM SINAL NO CÉU
te acontece.
À tardinha do mesmo dia, recebi a visita de D. Emília.
Estava contentíssima. Conseguiu -encontrar a pasta com os
documentos. Todas as declarações, feitas durante o transe,
estiveram certas.
A meu pedido, D. Emília compareceu numa sessão do
Centro de Estudos Hipnológicos e contou o caso aos asso-
ciados. Esta palestra foi gravada em fita magnética e de-
vidamente arquivada.»

Q u a n d o os adversários de Jesus, que conheciam a hip-


nose, queriam incomodar e desmoralizar êste Filho de Deus,
então pediam que êle fizesse aparecer um sinal no céu.
Em resposta ao pedido, Jesus os chamava de «geração
perversa», e negava-se a fazer um sinal. "
Era a única coisa acertada que podia fazer. Qualquer
hipnotizador atual faria o mesmo, com exceção da ofensa
inicial. Se Jesus tentasse fazer uma alucinação positiva, esta
fracassaria completamente. Nos «descrentes» estas alucina-
ções não «pegam».

218 — — 219

I
Em Lucas 11.29-32, você poderá ler o seguinte: JESUS, O M A U FILHO
«29 Como afluíssem as multidões, passou Jesus a dizer: Es-
ta é geração perversa! P e d e sinal; mas nenhum sinal
lhe será dado, senão o de Jonas.
30 Porque assim como Jonas foi sinal para os ninivitas, o
Filho do homem o será para esta geração.
31 A rainha do Sul se levantará no juízo com os homens
desta geração, e os condenará; p o r q u e veio dos confins
da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis aqui está
quem é maior do que Salomão.
32 Ninivitas se levantarão no juízo com esta geração, e a
condenarão; porque se arrependeram com a pregação de
Jonas. E eis aqui está quem é maior do que Jonas.»
Vimos q u e êle se negou a dar um sinal. Depois usou ou-
tra conversa, dizendo que assim como Jonas foi sinal para os
ninivitas, êle, Jesus, era sinal para esta geração. Certamente,
os fariseus e saduceus não aceitaram êste sinal. Queriam al-
guma bola de fogo no céu ou coisa parecida.
Jesus ainda aproveitou a oportunidade para lazer seu
prestígio. Disse q u e êle era maior do que Salomão e maior
d o q u c T Jonas.
Os adversários, certamente riram ao ouvirem estes dis-
parates, mas os sensíveis, nestes casos, acabam acreditando.
*0 Jiipnnüzador^ competente só se interessa pelos sensíveis à
(hipnose;—A opinião dos outros nao lhe interessar
Diante dos sensíveis, êle sempre deverá aparecer como
sendo «o maior». "Deve usar de todos os recursos para fazer
seu prestigio, pois onde não há prestígio não há hipnose. Certas passagens da Bíblia deixam transparecer que Jesus
' * Observe o hipnotizador teatral. Ele geralmente é um foi um mau filho e um mau irmão. Para êle não existia a so-
«professor». Às vêzes, exagera bastante a sua propaganda, lidariedade familiar. Apesar de ser «Deus», nunca fêz um benefí-
afirmando ser êle «o maior hipnotizador». Também não fal- cio para seus parentes.
tam os cartazes, apresentando olhos faiscantes e multidões em A seguir, cito uma passagem do Evangelho, em que êle se
sono hipnótico. negou a receber os seus parentes.
Na prática, esta propaganda exagerada, dá bons resultados. Marcos 3.31-35:
«31 Nisto chegaram sua mãe e seus irmãos, e, tendo ficado do
lado de fora, mandaram chamá-lo.
32 Muita gente estava assentada ao redor dêle, e lhe disseram:
Olha, tua mãe, teus irmãos e irmãs estão lá fora à tua
procura.
33 Então êle lhes respondeu, dizendo: Quem é minha
mãe e meus irmãos ?

220 — — 221
34 E, correndo o olhar pelos que estavam assentados ao JESUS, O HÓSPEDE ESTÚPIDO
redor, disse: Eis minha mãe e meus irmãos. Lucas 11.37-48
35 Portanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, êsse
é meu irmão, irmã e mãe.»
E segue-se mais uma passagem, que mostra sua aversão
pela mãe. Lucas 11.27 e 28:
«27 Ora, aconteceu que, ao dizer Jesus estas palavras, uma
mulher, q u e estava entre a multidão, exclamou e dis-
se-lhe: Bem-aventurada aquela que te concebeu e os
seios que *Tê~nnninnentaram! ~ "
28 Êle, porém, respondeu: Antes bem-aventurados são os
que ouvem a palavra de Deus e a guardam!»
Pelo que você viu, êste Jesus não foi um «bom filho».
Q u e m já lidou com certos esquizofrênicos, pode compre-
ender melhor o comportamento de Jesus. Êle achava que os
irmãos estavam fazendo pouco caso dêle. E de fato estavam.
N ã o acreditavam ser êle o Messias e o Rei dos Judeus, confor-
me afirmava.
E, certamente, estavam «cheios» de ouvirem seus delí-
rios em torno do «Reino de Deus». Pois diz o evangelista
João, no Capítulo 7, Versículo 5: «Nem mesmo os seus ir-
mãos acreditavam nêle.» «37 Ao falar Jesus estas palavras, um fariseu o convidou
para ir comer com êle; então, entrando, tomou lugar à
Êstes irmãos eram quatro e chamavam-se Tiago, José, Si-
mesa.
mão e Judas. A Bíblia não cita o nome das irmãs de Jesus.
(Mateus 13.55, 5 6 . ) 38 O fariseu, porém, admirou-se ao ver que Jesus não se
lavara primeiro, antes de comer.
O u t r o fato que mostra a ingratidão de Jesus, foi aquêle
que se refere ao seu parente, amigo e colega, chamado João 39 O Senhor, porém, lhe disse: Vós, fariseus, limpais o
Batista. Êste estêve prêso durante muito tempo na prisão de exterior do corpo e do prato; mas o vosso interior está
Maqueronte. Jesus, sabendo disso, nada fêz para libertá-lo. E cheio de rapina e perversidade.
isto teria sido fácil. Era só preciso mandar uma ordem, via 40 Insensatos! Quem fêz o exterior não é o mesmo que
mental, ao arcanjo Miguel. Êste chefe do exército celestial fêz o^intêrToF?" " ~ ~~
arrasaria a fortaleza de Maqueronte e libertaria o parente de
41 Antes dai esmola do que tiverdes, e tudo vos será limpo.
Jesus.
42 Mas ai de vós, fariseus! porque dais o dízimo da hortelã,
da arruda e de todas as hortaliças e desprezais a justiça
e o amor de Deus; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem
omitir aquelas.
43 Ai de vós, fariseus! porque gostais da primeira cadeira
nas sinagogas, e das saudações nas praças.
44 Ai de vós! que sois como as sepulturas invisíveis, sôbre
as quais os homens passam sem o saber.

222 — — 223
•45 Então respondendo um dos intérpretes da lei disse a JESUS. O DOENTE MENTAL
Jesus: Mestre! dizendo estas coisas, também nos ofen-
des a nós outros.
46 Mas êle respondeu: Ai de vós também, intérpretes da
lei! porque sobrecarregais os homens com fardos supe-
riores às suas forç às ~~ mas"" vós~~me smos nerrfcom um dedo
os tomais: - —
47 Ai de vós! p o r q u e edificais os túmulos dos profetas que
vossos pais assassinaram.
•48 Assim sois testemunhos e aprovais com cumplicidade as
obras dos vossos pais; porque êles mataram os profetas
e vós lhes edificais os túmulos.»

No meu entender, Jesus sofria de esquizofrenia-paranóide.


Esta afirmação encontra apoio em numerosas passagens da Bí-
blia e nas minhas experiências de hipnose.
Certa vez, tive uma paciente esquizofrênica, que incorpo-
i
'I rava um certo espírito. Este, tratava-me por «meu filho».
Portanto, êle devia ser meu «pai». Êste espírito disse-me que
eu fui escolhido para desempenhar duas importantes missões.
••
Uma consistia em «salvar almas» e a outra em «curar doentes».
•I!
De acôrdo com o que êle me ensinou, a salvação das al-
mas seria feita com o auxílio da doutrina espírita,. E os doentes
seriam curados com o emprego 3e passes e outras formas de
sugestão. ~ -
Durante alguns meses, o espírito me «preparou» para o
exercício de minhas missões. Os «ensinos» às vêzes eram um

.724 2">5

I ? C. H .
tanto obscuros e incompreensíveis. Certamente, por brotarem JESUS, O FRACASSADO
de uma m e n t e deteriorada pela esquizofrenia.
Esta paciente esquizofrênica foi uma das melhores que eu
'tive, para fazer experiências de hipnose, de parapsicologia e de
]espÍritismo.
Os hipnotizadores teatrais costumam afirmar que os doen-
tes mentais" nao podem ser " hipnòtizadÕsT Creio ~qúe~ cõm~~e's ta
afirínaçaõ~ãpenas" querem sugestionar favoravelmente os assis-
tentes, para que êstes se apresentem no palco. Êles precisam de
pacientes para o «sjiow». Se disserem, por exemplo, que só
os histéricos podem' ser hipnotizados, então não haveria^ fun-
ção por falta de elementos.
Minha paciente nem sempre estava «agitada», e nos pe-
ríodos de «calma», eu a conseguia hipnotizar.
Graças a ela, consegui compreender a vida e a obra do
sacerdote esquizofrênico, chamado Jesus Cristo.
Verifiquei que êstes esquizofrênicos apresentavam certa
inteligência e possuem grande poder de sugestão. Êles têm a
vantagem de mentirem «com convicção». ' Êles 'mesmos estão
convencidos da veracidade " daquilo " que inventam. São auda-
ciosos e perseguem seu objetivo.
LEX. D U R A LEX
A minha paciente tinha aversão aos parentes. Para ela.
Nem todos os discípulos tinham uma capa para vendei. Alguns tiveram que
eram os culpados de tudo, e só procuravam interferir na sua v e n d e r as c a l ç a s p a r a compr.>r a e s p a d a .
vida. Com Jesus, aconteceu a mesma coisa. Não _queria «con-
versa» com os seus parentes. V
Jesus, certamente, conhecia a auto-hipnose. Êle chorava A doença mental 1 oi a causa do fracasso de Jesus. A sua
quando queria e voluntariamente incorporava os espíritos, co- campanha ia muito bem. Os milagres surtiam efeito. O povo
mo o fazem alguns médiuns espíritas. Às vezes, estas incor- acreditava nêle e o número de discípulos crescia vertiginosa-
porações eram muito freqüentes, levando-o a um maior de- mente.
sequilíbrio mental.
A Bíblia não cita o número total de discípulos, mas ês-
Certa ocasião, êle ficou tão louco que seus parentes saí- tes deviam ser muitos. Pois uma passagem diz que êle man-
ram a sua procura para o prender. Para você se certificar dou outros setenta. Portanto, êstes não foram os primeiros
desta minha «blasfêmia», transcrevo, aqui, algumas passagens setenta.
da Bíblia. Em Lucas 10.1-12, você poderá ler alguma coisa sôbre
êstes auxiliares de Jesus. Êstes indivíduos. Jesus enviava para
Marcos 3.21 e 22:
todas as cidades onde pretendia ir. Deviam fazer a sua pro-
«21 E quando os parentes de Jesus ouviram isto, saíram paganda e anunciar a vinda do reino de Deus.
para o prender; porque diziam: Está _ f o r a ^ d e si. O entusiasmo destes novos discípulos foi grande, mas
22 Os escribas, que haviam descido de Jerusalém, diziam: durou pouco. Pois escandalizaram-se com o Mestre. Êste bai-
Êle está possesso de Belzebu, e: E pelo maioral dos xou um «decreto de mobilização geral» e começou a dizer as
demônios que expele os demônios.» maiores asneiras.

— 227
Em João 6.66-/1, consta o seguinte:
«66 A vista disso, muitos dos seus discípulos o abandona-
ram e já não andavam com êle.
67 E n t ã o p e r g u n t o u Jesus aos doze: Porventura quereis
também vós outros retirar-vos ?
68 Respondeu-lhe Simão P e d r o : Senhor para q u e m iremos?
tu tens a palavra da vida eterna;
69 e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de
Deus.
70 Replicou-lhe Jesus: N ã o vos escolhi eu em n ú m e r o de
doze ? C o n t u d o um de vós é. jdiaho.
71 Referia-se êle a Tudas, filho de Simão Iscariotes; p o r q u e
era q u e m e s t a v a ' p a r a traí-lo, sendo um dos doze.»
C o m o você viu, s o m e n t e lhe sobraram os doze apóstolos,
e êstes já estavam tão desiludidos com o Mestre, q u e um de-
les achou q u e Jesus não valia mais_que trinta moedas de p r a t a .
Q u a n d o chegou a hora da crucificação, todos o abando-
n a r a m . A t é D e u s o a b a n d o n o u , se fôr verdade o q u e escreve
a Bíblia, em Marcos J 5.34: «Deus meu, Deus_ meu, p o r q u e
Em Lucas 2 2 . 3 6 , você poderá ler o seguinte: « E n t ã o me desamparaste ?»
lhe disse: Agora, p o r é m , q u e m tem bolsa, tome-a como tam- Gostaria de saber como os sacerdotes cristãos justificam
bém o alforje; e o que não tem espada, venda a sua capa e esta última asneira dita por Jesus. É possível que digam que
compre uma.» se trata de_ uni «mistério».
Em Lucas 12.49 e 51: «Eu vim para lançar fogo sôbre a Os ocultistas q u e r e m ver nestas palavras, o final de uma
terra e b e m quisera q u e já estivesse a arder. prece. Dizem q u e a frase foi mal traduzida. O certo é: M e u
Supondes q u e para dar paz i terra ? Não, eu vo-lo afir- Deus, meu Deus, q u a n t o me glorificas!
mo, antes divisão.» Com estas palavras, os iniciados nos «Mistérios do Egi-
to» terminavam a prece de ação de graças.
Em M a t e u s 10.34: « N ã o penseis que vim trazer paz à
terra; não vim trazer paz, mas espada.»
As ameaças t a m b é m não faltaram: «Ai cie tiA Corazim!
Ai de ti, Betsaida! C a f a r n a u m ! Descerás alie"ao inferno.»
Em M a t e u s 10.14 e 15: «Se alguém não vos receber,
nem ouvir as vossas palavras, ao sairdes daquela casa ou da-
quela cidade, sacudi o pó dos vossos pés.
EgL-^erdade vos digo que menos rigor haverá para Sodo-
ma e G o m o r r a , n o d i a do juízo, do q u e para aquela cidade.»
Em M a t e u s 12.30: « Q u e m não é _ p o r mim, é contra
mim; _e___giiem—comigo__não ai unta. e s p a l h a i ' ~
"Veremos, agora, o início do fim.

228 — — 229
O CASO DO CRIME Por tratar-se de uma senhora pertencente à alta socie-
dade e mãe de duas crianças, o crime mobilizou a opinião
pública, não só desta cidade, como também de todo o Estado.
Naquela época, eu lecionava ^hipnose, em companhia do
Professor Braul, no Instituto Politécnico" de Pôrto Alegre.
Durante as aulas práticas, eu fazia demonstrações de
parapsicologia. A paciente era minha esposa, uma hipersen-
sível de excepcionais qualidades.
/' Da turma de alunos fazia parte um Comissário de Po-
lícia. Êste assistiu às experiências sobre as percepções, .extra-
sensoriais e lembrou-se .de aplicá-las no_campo .policial.
Por êsse motivo, convidou-me, juntamente com minha
esposa, para participarmos das investigações policiais, com
o fim de descobrir o criminoso.
Aceitei, não por acreditar no sucesso da experiência, pois
sabe-se que estas são muito incertas, mas principalmente por
ter a oportunidade de fazer uma experiência importante.
Para que a minha esposa, a "paciente, não recebesse an-
tecipadamente sugestões que pudessem comprometer o bom
resultado da experiência, combinei, com meu aluno, um en-
contro causal entre êle, minha esposa e eu.
Após o encontro, viajamos para São Leopoldo, onde fo-
mos recebidos pelo Delegado de Polícia. Minha esposa des-
conhecia a identidade dêste, pois o mesmo lhe fôra apresen-
tado como sendo um amigo nosso.
Tomamos tôdas estas precauções, a fim de ocultar todo e
qualquer fato que pudesse ser tomado como uma sugestão
indireta para minha esposa, prejudicando, assim, seu equilí-
brio analítico ao usar as chamadas percepções extra-sensoriais.
Em São Leopoldo, o Sr. Delegado recebeu-nos na casa
onde se desenrolara o crime, como se fôsse sua própria casa.
Novamente, ouviremos a palavra autorizada do Profes- Desculpou-se por receber-nos sem sua esposa que, segundo de-
sor Cícero: clarou, estava viajando. Como a residência estava limpa e
bem-arrumada, minha esposa não desconfiou do objetivo a
«Em setembro de _1957 3 os jornais noticiaram, com grande que era levada.
destaque, um crime. Êste apresentou as características de cruel- Alguns minutos após, a nossa conversa foi sendo delibe-
dade e premeditação, tendo abalado profundamente a opi- radamente levada para o terreno da hipnose. Nesta ocasião,
nião pública da cidade de São Leopoldo. o Sr. Comissário sugeriu q u e fôssé feita urhã demonstração.
Tratava-se do assassínio da esposa de um comerciante, Minha senhora logo se ofereceu para servir de paciente.
a qual, certa manhã, foi encontrada morta na sua residên- A seguir, eu a hipnotizei e a coloquei em sono. hipnótico
cia, tendo a cabeça esfacelada. profundo. Feito isto, realizei a regressão até o dia e hora em

230 — — 231
que se havia verificado o crime. Q u a n d o a regressão atingiu Depois disto, em outro dia, de posse de todos os dados,
a hora exata, a paciente, num estado de verdadeira angustia, o Comissário interrogou o criminoso, o qual vendo-se desco-
começou a relatar pormenorizadamente o crime que, ali, se ha- berto, acabou confessando o crime.
via desenrolado. , Deu informações impressionantes sôbre a Êstes fatos foram publicados na primeira página da «Fo-
localização e posição do corpo da vítima, características do cri- lha da Tarde», de 1.1-9:1957.»
minoso, álibis, etc.
Diante de tais resultados, resolvemos continuar a inves-
tigação. Colocamos, diante da paciente, umas dez fotografias
de pessoas suspeitas. Depois, perguntamos se ela conhecia al-
guém. E ela respondeu: Conheço este — é o criminoso.
A fotografia indicada era justamente a do marido da
vítima.
Note-se que o retrato estava no meio dos demais, e de
forma nenhuma destacado dos outros.
Ao dar-se o reconhecimento da fotografia, o Delegado,
que até àquele momento mostrava-se um tanto cético, (aliás
com razão, pois não estava familiarizado com os fenômenos
hipnóticos) saltou de sua cadeira e solicitou-me que pergun-
tasse à paciente, como ela explicava a presença de uma chave
falsa no lado de fora da porta da cozinha, e roupas espalha-
das pelo quintal, dando a impressão de que o crime foi pra-
ticado para roubar.
— O crime foi planejado, Cícero — disse a paciente —
A família havia retornado à casa, após assistir a uma festa.
O marido, depois das crianças estarem dormindo, simulou um
súbito mal-estar.
Q u a n d o sua esposa levantou-se para preparar um remé-
dio caseiro na cozinha, o pseudodoente também levantou-se,
e, tomando um ferro elétrico, vibrou vários golpes na cabeça
da esposa, deixando-a morta, estendida no chão. Ato con-
tínuo, preparou o ambiente, de forma a simular o móvel do
crime como sendo roubo. Colocou a chave no lado de fora
da porta, espalhou roupas, etc.
Declarou, ainda, a paciente, que o crime se havia reali-
zado por questões passionais.
l ' o d o s _ êstes fatos foram plenamente confirmados pela
posterior confissão do criminoso. P o r é m . . . voltemos ao fato.
Ao ouvir estas declarações da paciente, o Delegado mos-
trou-se ainda mais descrente, pois o acusado era homem de
bom comportamento e conceituado, comerciante. E, ainda
mais, havia instituído um prêmio de dez mil cruzeiros para o
descobridor^ do assassino.

232 — — 233
A CRUCIFICAÇÃO Meu amigo:

A crucificação do hipnotizador Jesus Cristo, pode ser


explicada pelas seguintes hipóteses:

1." H I P Ó T E S E . — A C R U C I F I C A Ç Ã O FOI O RESUL-


T A D O D E UMA A L U C I N A Ç Ã O , D A D A P O T T S U G È S T Ã O
PÓS-I-IIPNÓTICA AOS A P Ó S T O L O S .

Para comprovar esta hipótese, cito algumas passagens da


Bíblia.
Marcos 8.31-33:
«31 Então começou êle a ensinar-lhes que era necessário que
o Filho do homem sofresse muitas coisas,^ fôsse rejei-
tado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos
escribas, fôsse morto e q u e depois cie três dias ressus-
citasse.
32 E isto éle expunha claramente. Mas Pedro, chamando-o
à parte, começou a reprová-lo.
33 Jesus, porém, voltou-se e, fitando os seus discípulos,
repreendeu a Pedro, e disse: Arreda! Satanás, porque
não cogitas das coisas de Deus, e, sim, das dos homens.»
Na Bíblia, você poderá verificar que Jesus deu várias
vezes esta p^ós-sugestão aos discípulos.
Por que resolveu «dar o fora» ? Porque, nesta época,
seu desprestígio era completo, conforme já lhe expliquei. Sa-
bendo êle, que com a morte sob o prestígio do profeta, quis
ainda fazer esta «última proeza».

Reuniu seus discípulos e fêz uma ceia. Nesta, após to-


marem um bom vinho, Jesus aproveitou a oportunidade para
reforçar a pós-sugestão da crucificação, contando todos os seus
p o r m e n o r e s ? " A n t e s de" terminar a sessão, «encheu» seus dis-
cípulos com sugestões e alucinações negativas.
Lucas 22.14-18:

«14 Chegada a hora, pôs-se Jesus à mesa, e com êle os após-


tolos.
15 E disse-lhes: Tenho desejado ansiosamente comer con-
vosco esta páscoa, antes do meu sofrimento.

— 235
16 Pois vos digo que nunca mais a comerei, até que ela 37 Êles, porém, surpresos e atemorizados acreditavam esta-
se cumpra no reino de Deus. rem vendo um espírito.
17 E, tomando um cálice, havendo dado graças, disse: Re- 38 Mas êle lhes disse: Por que estais perturbados ? E por
cebei e reparti entre vós; que sobem dúvidas aos vossos corações ?
18 pois vos digo q u e de agora em diante não mais bebe- 3/ ( V e d e as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mes-
rei do f r u t o da videira, até que venha o reino de Deus.» yno; apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem
Depois desta despedida, ainda permaneceu quarenta dias / c a r n e nem ossos, como vêdes que eu tenho.
na proximidade dos discípulos. Certamente, aproveitou êste 40 Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos c os pés.
tempo para observar e reforçar o efeito da pós-sugestão. De-
pois, provavelmente, seguiu para um país bem distante. A 41 E, por não acreditarem êles ainda, por causa da alegria,
mudança dos fracassados, é, um procedimento até hoje ado- e estando admirados, Jesus lhes disse: Tendes aqui
tado. «Novos ares, nova vida». Havia sinagogas espalhadas alguma coisa que comer ?
por todo mundo, nas quais poderia exercer a sua profissão.
42 Então lhe apresentaram um pedaço de peixe assado.
A seguir, cito algumas passagens que atestam as visitas
pós-ressurreição de Jesus. 43 E êle comeu na presença dêles.»

Vimos que Jesus apareceu aos discípulos e que êstes não


Lucas 24.13-16, 30 e 31:
o reconheceram, pensando tratar-se de um espírito- Não o
«13 Naquele mesmo dia, dois dêles estavam de caminho pa- reconheceram por causa da alucinação negativa. Depois, Je-
ra uma aldeia, chamada Emaús, distante de Jerusalém sus desfez esta alucinação, pára que" o pudessem reconhecer.
sessenta estádios. E, agora, vem o mais interessante. « J e s u s _ J h e s _ d i s s e :
14 E iam conversando a respeito de tôdas as coisas suce- Tendes aqui alguma coisa que comer ? Então lhe apresenta-
didas. ram um pedaço de peixe assado. E êle comeu na presença
dêles.»
15 Aconteceu que, enquanto conversavam e discutiam, o
No «além-túmulo», Jesus teve necessidade de comer.
próprio Jesus se aproximou e ia com êles.
Portanto, os cristãos não devem rir das religiões primitivas
16 Os seus olhos, porém, estavam como que impedidos de que usam o costume de oferecer alimentos aos espíritos. As
o reconhecer.» religiões afro-brasileiras, vão mais longe"nesta «camaradagem»
para com os espíritos. Também oferecem cachaça e charutos.
Aqui, no Versículo 16 podemos reconhecer o efeito da
alucinação negativa dada por pós-sugestão.
«30 E aconteceu que, quando estavam à mesa, tomando êle Lucas 24.44-49:
o pão, abençoou-o, e, tendo-o partido, lhes deu;
«44 A seguir Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu
31 então se lhes abriram os olhos, e o reconheceram; mas vos falei, estando ainda convosco, que importava se cum-
êle desapareceu da presença dêles.» prisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moi-
Aqui, desfaz-se a alucinação, negativa. sés, nos Profetas e nos Salmos.
45 Então lhes abriu o entendimento para compreenderem
Lucas 24.36-43: as Escrituras;
«36 Falavam ainda estas coisas quando Jesus apareceu no 46 e lhes disse: Assim está escrito que o Cristo havia de
meio dêles e lhes disse: Paz^seja convosco, padecer, e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia,

236 — — 237
47 e q u e em seu nome se pregasse arrependimento para 2." H I P Ó T E S E . — JESUS F O I CRUCIFICADO MAS
remissão de pecados, a tôdas as nações, começando de NÃO MORREU.
Jerusalém.
Vimos, a explicação da primeira hipótese, que os discí-
48 Vós sois testemunhas destas coisas. pulos estavam bem informados sôbre tudo o que ia acontecer.
49 Eis que envio sôbre vós a promessa de meu Pai; per- Mas como Jesus conseguiu escapar da morte ? Certa-
manecei, pois, na cidade, até que do alto sejais reves- mente colocando-se em morte cataléptica auto-induzida.
tidos de poder.» Jesus Cristo _era um hipersensível. Ê sabemos que al-
guns hipersensíveis, quando" submetidos a algum treino, são
Aqui, vimos que êle reforçou a história da crucificação e capazes de fazer esta proeza. É provável que, na escola de
ainda deu algumas instruções aos discípulos, pára" que conti- profetas, Jesus tenha aprendido a auto-hipnose e a morte apa-.
nuassem no exercício da «profissão» que êle lhes ensinou. rente. Se êste foi o caso, então não poderemos falar mais nos
sofrimentos de Jesus. Êle evitaria a dor, usando a_an_estçsja
auto-induzida. Já lhe ensinei como isto pode ser feito.
1
Lucas 24.50 e 51:
Veremos, agora, algumas passagens da Bíblia.
Marcos 15.44: «Mas Pilatos admirou-se de que êle já tives-
«50 E n t ã o os levou para Betânia e, erguendo as mãos, os
abençoou. se morrido. E, tendo chamado o centurião, perguntou-lhe se
havia muito que morrera.»
51 Aconteceu que, enquanto os abençoava, ia-se retirando Pelo que vimos. Jesus teve pressa cm induzir a morte
dêles, sendo elevado para o céu.» cataléptica. ' " —

Esta ascensão de Jesus, não foi nada mais do que uma Marcos 16.1-8:
^IucinaçaoT^Tõce põdera~fazer o mesmo diante de pacientes «1 Passado o sábado. Maria Madalena, Maria, mãe de Tia-
hipersensíveis. Diga-lhes q u e você lentamente está subindo go, e Salomé compraram aromas para irem embalsamá-lo.
,ao çeu_e_ que_ por fim d e s a p a r e . c e u n u m a _ nu vem. Lembre-se
que os pacientes vêem' aquilo que você diz. P o F e s t e motivo, 2 E muito cedo, no primeiro dia da semana, ao despontar
a descrição desta «subida» deve ser fiel, como se de fato você o sol, foram ao túmulo.
estivesse subindo.
3 Diziam umas às outras: Quem nos removerá a pedra
Em Atos 1.6, você poderá ler o seguinte: «Então os que da entrada do túmulo ?
estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, será este o tem- 4 E, olhando, viram que a pedra já estava revolvida; pois
po em que restaures o reino de Israel ?» era muito grande.
Este versículo nos prova que mesmo após a ressurreição, 5 Entrando no túmulo, viram um jovem assentado ao lado
os discípulos ainda acreditavam na «Promessa dos Tronos». direito, vestido de branco, e ficaram surpreendidas e
atemorizadas.
Por êste fato, vemos que a hipnose constitui um ótimo
meio para explorar^ indivíduos hipersensíveis. 6 Êle, porém, lhes disse: Não vos atemorizeis; buscais a
Jesus, o Nazareno que foi crucificado; êle ressuscitou,
O u t r a prova a favor desta primeira hipótese, consiste no não está mais aqui; vêde o lugar onde o tinham posto.
fato de que os historiadores judeus e romanos, que descreve-
ram fielmente os acontecimentos religiosos e políticos daquela 7 Mas ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro, que êle vai
época, nada relatarem a respeito da existência de Jesus, muito adiante de vós para a Galiléia; lá o vereis, como êle vos
menos, a respeito desta crucificação. disse.

238 — — 239
8 E, saindo elas, fugiram do sepulcro, porque estavam pos- 3. a H I P Ó T E S E . — JESUS M O R R E U C R U C I F I C A D O , E OS
suídas de temor e de assombro; e de medo nada disseram DISCÍPULOS RESOLVERAM C O N T I N U A R A SUA O B R A .
a ninguém.»

P o r esta descrição, vimos que as mulheres ignoravam


que Jesus iria ressuscitar.
No túmulo, Jesus deixou um jovem encarregado de dar
a seguinte informação: «Dizei a seus discípulos, e a Pedro,
que êle vai adiante de vós para a Galileia; lá o vereis, como
ele vos disse.»
Vimos pela informação dada, que os discípulos sabiam
que Jesus iria ressuscitar, e que eles até tinham um «encon-
tro marcado».
Marcos 16.9: «Havendo êle ressuscitado de manhã cedo
no primeiro dia da semana, apareceu primeiro a Maria Ma-
dalena, da qual expelira sete demônios.»
Certamente, foi matar a tome em casa de Maria Mada-
lena. Vimos na descrição da primeira hipótese, que Jesus
sempre pedia comida aos discípulos.

Atos 1.3 e 4:
«3 A estes também, depois de ter padecido, se apresentou
vivo, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes
durante quarenta dias e falando das coisas concernentes
ao reino de Deus.
4 E, comendo com eles, determinou-lhes que não se ausen-
tassem de Jerusalém, mas esperassem a promessa do
Pai, a qual disse êle, de mim ouvistes.»
Sempre «comendo com êles». Certamente, os fariseus ti-
veram razão ao afirmar que Jesus era um «glutão e bebedor
de vinho». (Lucas 7.34.)

240 —

1 6 C. H.
Depois de três anos de vagabundagem, não era nada in- Atos 8.14-20:
teressante voltar ao trabalho.
«14 Ouvindo os apóstolos, que estavam em Jerusalém, que
Em João 6.66-68, você poderá ler o seguinte. Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram-lhe Pe-
«66 À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram dro e João.
e já não andavam com êle. 15 os quais, descendo para lá, oraram por êles para que
67 Então perguntou Jesus aos doze: Porventura quereis recebessem o Espírito Santo;
também vós outros retirar-vos ? 16 portanto não havia ainda descido sobre nenhum dêles,
68 Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem ire- mas somente haviam sido batizados em nome do Senhor
mos ? tu tens as palavras da vida eterna.» Jesus.
Respondeu-lhe Pedro: «Senhor, para quem iremos ?» 17 Então lhes impunham as mãos, e recebiam êstes o Es-
pírito Santo.
Parece que, na época, não havia outra profeta ou mes-
tre ao qual pudessem associar-se. Êste Pedro foi ex-discípulo 18 Vendo, porém, Simão que, pelo fato de imporem os
de João Batista. Gostava desta vida de discípulo e, certamen- apóstolos as mãos, era concedido o Espírito, ofereceu-
te, não gostava do trabalho. lhes dinheiro,
Após a morte do chefe, uma organização comercial con- 19 propondo: Concedei-me também a mim êste poder, pa-
tinua a existir. Os empregados nomeiam um nôvo chefe e a ra que aquele sobre quem eu impuser as mãos, receba
empresa continua. Os discípulos fizeram o mesmo. Organi- o Espírito Santo.
zaram u m a sociedade anônima e nomearam o Sr. Pedro, para 20 Pedro, porém, lhe respondeu: O teu dinheiro seja con-
desempenhar as funções de diretor desta «Reino de Deus S.A.». tigo paru perdição, pois julgaste adquirir por meio dele
Não havia necessidade de desistir desta «boa vida» para pe- o dom de Deus.»
gar no batente». Até já citei uma passagem bíblica, na qual Você viu no último versículo, que Pedro negou-se a ven-
você pôde ver que êles sabiam muito bem como extorquir der o «segredo» da firma.
o dinheiro dos hipersensíveis. E, talvez você se recorde, o fi-
nal da passagem dizia assim: «Como tivesse um campo, ven-
Atos 10.44 e 4^:
dendo-o, trouxe o preço e o depositou aos pés dos apóstolos.»
«44 Ainda Pedro falava estas coisas quando caiu o Espírito
Salve a religião! Ela fez um grande bem... aos após-
Santo sobre todos os que ouviam a palavra.
tolos naturalmente!
45 E os fiéis que eram da circuncisão, que vieram com Pedro,
O diretor da «Reino de- Deus S. A.» resolveu usar os
admiraram-se, porque tãnüi)em~~sôbre os gentios foi der-
fenômenos espíritas, para aumentar a freguesia da empresa.
ramado o dom do Espírito Santo.»
Nisto êle andou muito acertado. Êstes fenômenos dão ótimos
resultados.
Atos 11.15:
Tal como aconteceu com Jesus, o Sr. Pedro também pas-
sou a incorporar o Espírito Santo. ( A t o s 4 . 8 ) «15 Q u a n d o , porém, comecei a falar, caiu o Espírito Santo
Êste espírito também começou a baixar em todos os ou- sobre êles, como também sôbre nós no princípio.»
tros apóstolos, pois está escrito em Atos 2,4: «Todos fica- A Bíblia também traz instruções sôbre a identidade dos
ram cheios do Espírito Santo, e passaram a falar em outras espíritos. Êste difícil problema os apóstolos resolviam de
línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem.» modo muito fácil. Q u a n d o o espírito falava «a favor»_ dêles,
Ainda b e m que todos eram h o m e n s . . . então tratava-se de um Espírito cie Deus 'òú Espírito Santo.
A seguir, cito algumas passagens- da Bíblia, que mostram Quando falava «contra»',* então era designado por Espírito
claramente que os apóstolos procuravam desenvolver a mediu- I m u n d o , Demônio, Anticristo ou Falso Profeta. "'*•
nidade nos novos cristãos. Darei alguns exemplos para esclarecer êste assunto.

242 — — 243
Vamos supor q u e baixou um espírito. Se êste começava a 9 Tornou-lhe Pedro: Por que entraste em acordo para ten-
dizer o seguinte: «Senhores, os apóstolos são servos do Deus tar o Espírito do Senhor ? Eis aí à porta os pés dos
Altíssimo e vos anunciam o caminho da salvação. Deveis au- q u e sepultaram o teu marido, e êles também te levarão.
xiliá-los em sua grande obra, pois preparam o advento do 10 No mesmo instante caiu ela aos pés de Pedro e expirou.
Reino de Deus. Deveis entregar vosso dinheiro aos apóstolos, E n t r a n d o os jovens, acharam-na morta e, levando-a, se-
pois não vos convém acumular tesouros sôbre a terra, onde pultaram-na junto do marido.»
a traça e a ferrugem corroem e o n d ^ 5 H r õ ê s ~ ê s c ã v a m e rou- O apóstolo Paulo também fêz alguns milagres. A Bí-
bam. Em verdade vos digo q u e um rico dificilmente entrará blia registra os seguintes. A cura de um coxo em Listra e a
no reino dos céus.» cura de uma jovem adivinhadora!
E n t ã o era um autêntico Espírito Santo. Êste milagre 3ã Jovem adivinhadora foi bastante interes-
sante. Esta jovem seguia os apóstolos e fazia a propaganda
Se, pelo contrário, um espírito dizia o seguinte. «Senho- dos mesmos, clamando: «Êstes homens são servos do Deus
res, tende muito cuidado. Èstes apóstolos vos estão hipnoti- Altíssimo, e vos anunciam o ^ C I f m m l Í Q ~ ~ c í ã sãlvãçãÕT»
zando com o objetivo de vos aplicarem o «conto do Reino de No* princípio, certameníè"gostaram desta propagandista.
Deus», como o fizeram com o Barnabé.» (Atos 4.36 e 37.) Mas tudo o _ q u e é demais, é demais. A jovem repetiu estas
Neste caso, não havia a menor dúvida quanto à identi- mesmas palavras durante muitos dias. Em conseqüência, o
dade. Tratava-se de um espírito da pior espécie: um autên- apóstolo Paulo ficou «indignado» e resolveu fazer o milagre.
tico Espírito I m u n d o . Êste consistiu em «fechar o bico» desta fervorosa propagan-
Certamente, nesta situação embaraçosa, os apóstolos não dista. (Atos 16.16-18.)
perdiam t e m p o e logo mandavam o espírito para o inferno.
Meu amigo, em I João, Capítulo 4, você poderá ler o
seguinte: «Amados, não deis crédito a qualquer espírito: an-
tes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos
falsos profetas têm saído pelo mundo fora.»
Também o apóstolo Paulo foi um médium. Aqui, está
a prova: Atos 13.9 e 10: "«Todavia SãüTõTlãmBém chamado
Paulo, cheio do Espírito Santo, fixando nele os olhos disse:
Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e cie toda a malí-
cia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perverter os
retos caminhos do Senhor ?»
Os apóstolos também fizeram milagres. Mas neste as-
sunto êles foram inferiores a Jesus, pois não souberam fazer
milagres por alucinação.
O Pedro foi o melhor milagreiro da emprêsa. Fêz os
seguintes milagres: A ressurreição . de Dorcas, a cura de um
coxo, a cura de Enéias", ~è~te.~" ~~
l i s t e P e d r o era muito «bonzinho», salvo quando se tra-
tava de «questões financeiras». Então o homem ficava vio-
lento, conforme você poderá ver em Atos 5.8-10:
«8 Então Pedro, dirigindo-se a ela,- perguntou-lhe: Dize-me,
vendeste por tanto aquela terra ? Ela respondeu: Sim,
por tanto.

244 — 245
CAVANDO A SEPULTURA DAS R E L I G I Õ E S religião. Esta ciência chama-se hipnose. Esta pode ser com-
parada com a bomba atómica. Se os sacerdotes católicos con-
tinuarem com esta «guerra atômica» contra os espíritas, êles
poderão estar certos que a vitória será dêles. Mas alegria vai
durar pouco. Para seu pesar, irão verificar que destruíram to-
das as religiões do mundo, inclusive a religião católica.
Vou explicar melhor êste assunto. Dizem que os mi-
lagres servem para atestar o poder de Deus. Ora, sabemos
que onde^não há hipnose, não milagres. Dizem, também,
que os milagres constituem a base JHã~fc^~Os que conhecem a
hipnose,. não_crêem mais nesta base e perdem a _ j é .
Com o objetivo de destruir o espiritismo, a igreja cató-
lica usa de todos os meios de difusão. Há «shows anties-
píritas» na televisão, nos teatros e até em praça pública. E a
imprensa constantemente mostra as proezas dos çwidres-hi|)np-
tizador-esí Para comprovar o q u e digo, transcrevo alguns tre-
chos da revista «O Cruzeiro» de 6 de_abril de_195.7 T escritos
por Arlindo Silva:
«Assim_ é _ F r e i Boaventura, gaúcho, de Bagé, professor, de
Teologia, tornou-se m á g i c o . , . f e i t i c e i r o , h i p n o t i z a d Q r _ . e _ Ü n s Í o n i s -
Através de milhares de anos, os sacerdotes estudaram e
aplicaram a hipnose. Esta ciência era mantida em grande se-
grêHo^ Graças a ela, podiam apresentar «fatos sobrenaturais».
E com êstes conseguiam enganar o povo e submetê-lcTTTrênça.
T u d o «marchava» muito bem.
No século passado, começou a desgraça__dos profissionais
da_xeligi5o. A hipnose difundiu-se entre os leigos e,"alguns
dêstes, começaram a fazer novas religiões. Assim, apareceu
principalmente Allan Kardec com o seu espiritismo. Esta re-
ligião, sem clero, reso^ü~^usãr~pu}5ltcamente a hipnose para
apresentar «fatos maravilhosos».
No brasil, o espiritismo encontrou um terreno fértil para
frutificar. Em poucos anos, alastrou-se por todo o país. Nas
principais cidades brasileiras, os «templos espíritas_»_ já são
mais numerosos do que os das outras' religiões - cristãs.
Os que estudaram o fenômeno do desenvolvimento do
espiritismo no Brasil, afirmam, que, se o progresso desta re-
ligião continuar no ritmo dêstes últimos anos, então em cin-
qüenta anos, o Brasil será o primeiro país espírita do mundo.
Atualmente o~Brü5Íi~e~~ò pãTs~de maior população cató-
lica do mundo. P o r êste motivo, os sacerdotes católicos não
podiam ficar indiferentes. Era preciso combater esta concor-
rência indesejável. Mas combater como ? Com que armas ?
Exaltados nos seus ânimos, não refletiram nas últimas
conseqüências, e escolheram uma ciência para destruir uma

246 —
< 3
ta — para provar perante os auditórios que os chamados <<fe^
A RESSURREIÇÃO DE PEDRO
nômenos metapsíquicos». as curas de doentes e as visões de
imagens, são írutõs da mente humana quando submetida à
extraordinária força da sugestão. Êle ri ao saber que muitos O , Cinzeiro 6.4.1957
o consideram padre milagroso. E afirma que, pela sugestão,
faz apenas aquilo quêT f a z í ã - X a n d u , o m á g i c o . . . » —
E eu afirmo que, pela sugestão, faz apenas aquilo que Frei Boaventura viu os olhos da pobre senhora se en-
fazia Jesus Cristo. *
tf* cherem de lágrimas: — «Padre, meu filho está desmaiado há
dois dias, e nem os médicos que foram chamados, nem as
injeções aplicadas conseguiram fazê-lo voltar a si. Parece que
está morto, mas respira ainda. Venha comigo, padre! Quem
sabe ?. . . O senhor, com a proteção divina, poderá tirá-lo da
inconsciência. Disseram-me que o senhor tem poder de santo,
que cura doentes, e que faz as pessoas dormirem e acordarem
quando quer. Venha, tirar meu filho dêsse sono que parece
morte.»
Era a mãe do rapaz, que recorria ao sacerdote como úl-
tima esperança de salvar o filho semimorto. E o padre lá se
foi, fazer o papel de Cristo ao ressuscitar Lázaro. Fazia, de
fato, dois dias que o moço dormia, parecendo em estado de
coma. Tinha os braços e pernas rígidos, imóveis, duros. Os
médicos não' atinavam com a~~causa daquela parãlisiã7"~nérn da-
quêle sono letárgico. Frei Boaventura aproximou-se da ca-
beceira do enfermo e começou a dizer-lhe, com voz mansa e
pousada: — «Você está dormindo, mas vai acondar _agora.
Está cansado, muito cansado, mas "vaF despertar. Já pode
despertar. . ^ Você está me "ouvindo"?»""
O rapaz fêz um movimento de cabeça quase imperceptível.
O sacerdote continuou: — «Eu vou contar até cinco e você
vai dizer o seu nome.» — E contou lentamente: « u m . . .
d o i s . . . t r ê s . . . q u a t r o . . . . cinco. Diga o seu nome!» — O
doente balbucionou qualquer coisa ininteligível. O Padre in-
sistiu: — «Eu pedi que você dissesse o seu nome. Vou con-
tar de novo, e você vai dizer o seu nome.» — Q u a n d o o padre
acabou de dizer «cinco» o môço, embora com dificuldade,
falou: «Pedro». Frei Boaventura sentiu que estava dominan-
do a mente do enfêrmo e prosseguiu: — «Agora, vou mandar
você mover o braço. Quero ver você se mexer. O espírito
mau que estava em você já foi embora. . . Já foi embora e
você vai mover o braço. Vou contar até cinco e você vai se
movimentar.» — O Padre contou, pausadamente, e o rapaz
moveu o braço. O sacerdote triunfara. Sua extraordinária
força mental «ressuscitara» o jovem. Dali a pouco, Pedro,
como despertando de um pesadelo, saltava da cama, sem do-
res, apenas meio tonto, sem saber explicar o que se passara OPINIÃO VALIOSA
consigo. Os q u e assistiam ao episódio entreolharam-se, assom-
brados. Parecia milagre. Desde então muita gente acredita
q u e Frei Boaventura é um iluminado, senhor de podêres ce-
lestiais, capaz de aliviar os males dos que sofrem na T e r r a . . . »
Êsse caso ocorreu em Petrópolis há algum tempo.

AVISO AOS FUTUROS ESTIGMATIZADOS


Chaga na mão: Errado. CIi.il;a u.i pulso: Ccitu

Continua a descrição: «Hoje, Frei Boaventura tem sô-


bre seus ombros uma tarefa de grande responsabilidade. Viaja,
pelo Brasil inteiro, em missão da Igreja Católica, fazendo con-
ferências para esclarecer os fiéis que não é preciso ter parte
com Deus nem com o diabo para curar doentes, tirar dores,
hipnotizar""pessoã!~~~<5u fazer~õs"~cfentes~«recéEerem santos».
Nessas conferências, o sacerdote "faz demonstrações de suas
«mágicas» com pessoas do auditório, de sorte q u e suas pa-
lestras resultam em autênticos «shows».
—• «Procuro mostrar» — diz Frei Boaventura — «e
tenho provado isso perante o público, que podemos exercer
uma poderosa influência sôbre outras pessoas pela simples
çç-f^sugesjãp. E isso tanto sôbre péssõãs""êm~^stã3ò~'normal, isto
é,""~acordadas, como em estado de sono provocado. A__suges.tão_
feita em estado de sono é mais duradoura e irresistível, e
pode produzir efeitos espantosos. Pela sugestão po'dè-"se Jniar
dores, fazer doentes levantarem da cama, enfim .""promover
curas que aos menos esclarecidos "se afiguram como «milagre».
N a d a " disso," entretanto, é milagre. Os católicos devem 'ser
crentes, mas não crédulos." T u d o ' isso pode ser cientlficamen-

250 — — 251
te provado e explicado. Quando fui chamado a acudir o ra- COISAS INTERESSANTES MAS DUVIDOSAS
/paz '"cpíe estava inconsciente havia dois dias, eu poderia ter
I usado uma mistificação que a todos iria impressionar. Po-
deria ter-me ajoelhado^ invocado a ajuda dos anjos e santos,
rezado orações, queimado incenso, esparzido água benta sô-
bre o moço enfêrmo. Enfim, poderia ter armado uma en-
cenação e sair de lá glorificado como padre milagroso. Entre-
tanto, curei o rapaz, usando o método ~cÍén£Ífico~"dír sugestão.
Procurei convencê-lo de que êle estava bom, que poaia le-
vantar, e consegui o objetivo. Isso poderia ter sido feito tam-
bém num centro espírita ou num terreiro. Apenas aí seria
feita a devida «mise-en-scène», com a invocação dos santos,
queima de defumadores, charutos, cânticos, etc.»

D i z a lenda q u e havia em Silene, cidade da Líbia, um terrível d r a g ã o ,


ao qual o povo oferecia todos os dias duas ovelhas. ( S e g u n d o outros autores,
o bicho sempre exigia moças virgens.) Um dia, êle e n j o o u da car-
ne de ovelha e exigiu q u e lhe dessem uma virgem. Fizeram a escolha
" p o r s o r t e " e esta, n e s t e caso " m á s o r t e " , recaiu na f i l h a única do rei.
Na hora " H " em q u e ia ser i m o l a d a a vítima, apareceu São J o r g e , m o n t a -
d o e m s e u cavalo' b r a n c o , e f e r i u o " b i c h o - p a p ã o " c o m a l a n ç a . Depois,
o r d e n o u à v i r g e m q u e tirasse o c i n t o e o lançasse ao pescoço do d r a g ã o ,
a f i m de o c o n d u z i r p a r a a c i d a d e . U m a vez n e s t a , u s o u o m o n s t r o p a r a
a m e d r o n t a r os h a b i t a n t e s e o b r i g o u o rei e o p o v o a i n g r e s s a r na r e l i g i ã o
cristã. A s e g u i r m a t o u o " p a p a - d o n z e l a s " , isto é, São J o r g e m a t o u o d r a g ã o .

Êste Santo, f ê z u m a c o n v e r s ã o o b r i g a t ó r i a d o povo m u i t o parecida c o m


aquela q u e foi feita c o m os n e g r o s no Brasil. O G o v e r n o Imperial havia
b a i x a d o u m a lei, o b r i g a n d o t o d o s o s e s c r a v o s a a d o t a r e m a r e l i g i ã o c r i s t ã ,

252 — — 2Ó3
d e n t r o de seis meses, a contar da data da importação. Em conseqüên-
cia d e s t a l e i , o n e g r o - m a c u m b e i r o , v i r a v a n e g r o - c r i s t ã o , m a s c o n t i n u a v a t ã o
escravo c o m o antes. S ó e m 1 3 d e m a i o d e 1888, p o r t a n t o q u a s e dois m i l
anos após o nascimento de Jesus, "o Salvador", "o Libertador", us bons
cristãos d e r a m , ou m e l h o r , f o r a m obrigados a dar liberdade a seus "irmãos
n
iiC-
São Jorge goza de g r a n d e prestígio no Brasil. D i z e m seus devotos: "Se
êste Santo com lança e espada não consegue d e f e n d e r m e u s interesses, m u i t o
menos o conseguirão os outros Santos que andam desarmados".

Mal clareia o dia e já estão pedindo, pedindo sempre.


Não se cansam de pedir. Alguns dêstes crentes são escrupulo-
sos. Acham que fica feio pedir só para êles, por isso também
pedem o favor divino para os q u e sofrem.
Outros, não conseguem reprimir seu espírito interessei-
ro e fazem promessas. Dizem a Deus ou ao Santo: «Se você
me der isto, eu lhe darei aquilo.» Nesta transação comercial,
naturalmente êles sempre oferecem uma dádiva de valor in-
ferior ao benefício que pedem.
Antigamente, os beneficiados davam objetos valiosos, mas,
hoje em dia, limitam-se a publicar o retrato do Santo no Jor-
nal, com os seguintes dizeres: Agradeço ao Santo Fulano
de Tal, por uma graça alcançada.
Se o Santo fôr vaidoso, certamente gostará de ver a sua
fotografia publicada,
O homem sempre acreditou e ainda acredita na existên-
Através de todos os tempos, o homem procurou obter cia de podêres misteriosos que podem influênciar. a sua vida.
vantagens sem dispender esforços. Para atender a esta ten- Segundo os crentes, a'""interferência favorável na nossa vida é
dência inata, inventaram o jôgo e as religiões. feita pelos deuses, anjos ou espíritos bons, enquanto que a
De acordo com as suas inclinações, uns permanecem até influência maléfica é atribuída aos demônios ou espíritosjmaus.
altas horas nas casas de jôgo, enquanto que outros levantam- Creio que, até hoje, não existem provas científicas para
se de madrugada para ir à igreja. comprovar estas interferências.

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Contudo, a crença neste auxílio misterioso do além pode C o n s t a n t ' e olharei as placas dos dentistas.- Na primeira que
ser verificada em tôda parte. Aí está o retrato de São Jorge eu encontrar, lá entrarei e mandarei fazer o trabalho.»
em quase todos os pequenos estabelecimentos comerciais. Mui- Será possível que neste caso houve a intervenção dêsse
tas vezes êste retrato acha-se enfeitado, com plantas da «Flo- espírito amigo, se até hoje a existência de espíritos não foi
ra» das religiões afro-brasileiras. provada ?
As grandes firmas comerciais, acham mais decente chamar Não foi provada a existência de espíritos, mas está pro-
um sacerdote para espargir água benta, por ocasião da inau- vada a ~exístenciã~ de "personalidades~dissõciãdas.
guração de seu estabelecimento. Com esta prática, pretendem Podem estas personalidades dissociadas realizar u m a proe-
aumentar seus negócios. za destas ? Que elas têm poderes ^estranhos, isto posso ilus-
Q u a n d o uma casa comercial está com «urucubaca», então trar com o seguinte fato: j Certa vez, tive uma m é d i u m na
o remédio consiste em chamar um «prêta velha» para - tirar o qual baixava o espírito de um pintor. Sendo êle pintor, achei
azar. conveniente pedir "(Su também"fãçÕ^parte da Legião de Pe-
F r e q ü e n t e m e n t e , encontramos pessoas que nos contam dinchões) para que êle me pintasse alguns quadros.
q u e lutavam com grandes dificuldades financeiras, mas, que gra- A médium morava a aproximadamente trezentos metros
ças à Umbanda, agora vão bem de negócios. de distância de meu consultório, e em outra rua.
C o m o a ciência explicaria êstes casos positivos ? Certa- Enquanto o «homem» pintava, eu conversava com êle e
mente, diria q u e assim como alguns ganham no jogo, outros fazia perguntas sôbrê o espiritismo. Certa vez, êle interrom-
ganham na religião. Fazem muitas promessas e uma sai «pre- peu a conversa e me disse: «Meu filho, você precisa ir ao
miada». consultório. Há um paciente lhe esperando.»
A ciência também pode alegar que estas práticas servem ~Atindi, e de fato encontrei um senhor com dor de dente,
para sugestionar favoravelmente o crente. A sugestão age sô- esperando na porta do consultório.
bre o interessado e êste toma mais cuidado com as" suas ati- Agora, diga-me, meu amigo, como esta personalidade dis-
vidades econômicas. sociada foi saber que alguém me esperava na porta do con-
Aqui, vou contar um fato interessante que aconteceu co- sultório ?
migo. Há alguns anos, estive fazendo experiências de espiri- Aqui, surge a questão da telepatia, q u e ainda é muito
tismo. Certo dia, apareceu em meu consultório um senhor, discutida. Também, acho conveniente" dizer algumas palavras
sentou-se na cadeira e disse: «Tire todos os meus dentes e a respeito da telepsiquia. Dizem alguns autores que nós po-
me faça duas dentaduras.» demos exercer üiílã^lnflüencia à distância sôbre outras pessoas.
Achei esta atitude um tanto estranha, pois os outros pa- E até já estabèlêcèfãm"'lêls a rèspèítõT
cientes não se mostravam tão decididos e valentes. Outros autores falam em telepatia, citando fatos, que
Ao chegar a noite, consultei um espírito, conhecido meu, segundo êles, provam a possibilidade de influenciar pessoas
a respeito dêste paciente. Êle respondeu-me que êste paciente que se encontram afastadas de nós.
fora m a n d a d o por êle. Então, perguntei por que motivo o Até os livros de parapsicologia admitem, embora com
mandou. E êle respondeu: «Você precisa ganhar mais.» reservas, esta possibilidade^
Na época em q u e aconteceu êste fato",~i receita"3ê~'minha /. Uma experiência que fêz sucesso neste terreno, foi a
clínica era tão insignificante, que mal dava para pagar as des- paquele cientista francês, q u e conseguiu hipnotizar uma hi-
pesas. persensível a "üm¥~cífstância de um quilômetro: Eirr vinte ten-
Na próxima visita do paciente, perguntei-lhe qual a ra- tativas, conseguiu adormecê-la dezesseis vêzes.
zão que o levou a procurar-me. Êle me respondeu que há Se o Sr. Consciente, que sofre grandes limitações, foi
tempos queria mandar fazer dentaduras, mas que sempre fal- capaz de fazer esta façanha, o Sr. Subconsciente, que é mais
tava tempo. Um dia, resolveu tirar férias para tratar dêste poderoso, poderá fazer muito mais. Por sua vez, o SrTTSspí-
assunto. C o m o era estrangeiro e n ã o conhecia dentistas em rito ou Persõnãltclãdê~ Di s sõcmcla deverá ganhar longe dos dois
P ô r t o Alegre, resolveu fazer o seguinte: disse para si mesmo: precedentes, pois a experiência prova que êle possui maior
«Vou sair da rua em que moro. Entrarei na Rua Benjamin percepção extra-sensorial e outras capacidades estranhas.

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17 C. H.
A hipnose nos prova, que um subconsciente pode in- H o u v e amnésia. Êle não se recordava de coisa alguma.
f 1 u ene ia r^mèlho r ou trosuHconscien te. Façã~a experiência. Hip- O "interessante é que êle viu êste «espírito» após ter
notiize u m a pessoa. Coloque-a em estado sonambúlico e de- recebido a ordem de acordar e quando já estava com os olhos
pois mande q u e esta pessoa, em transe, hipnotise outra. Você abertos.
poderá observar um melhor resuítã3o. Os Senhores Subcons- Acontece que alguns meses antes, morou naquele quarto
cientes entendem-se melhor entre êles. «um h o m e n w l e . cavanhaque». Êste era amigo meu e eu o
tinha transformado em médium. Na data desta experiência,
Q u a n d o você fizer experiências de espiritismo, poderá
êle" se encontrava "na cid'áclé~cle Pelotas.
observar que os espíritos são capazes de fazer o fenômeno da
Como vamos explicar êste fenômeno ? Será que o pa-
«projeção» por vontade própria. Dizer, _por exemplo, vou co- ciente captou as vibrações deixadas pelo homem de cavanha-
lhêF t a l - informação, espere um momento. que riÓ~qüãFto em" q u e " m o f o u ? Oü será que durante o sono
s Em conseqüência" da dèsincorporação, o médium agita-se. o espírito dêste se projetou até ao quarto, que êle já conhecia,
( Minutos após, há uma nova ágítãçlo e o~espírito está de volta, para observar" a iiipnotização ? Eram mais de onze horas da
e transmite-nos as informações que colheu. noite, quando êste fato ocorreu.
Pode o nosso Sr. Subconsciente projetar-se voluntariamen- Poderá um subconsciente desprendido influenciar outro
te ? Os espíritas dizem que durante o sono normal isto é subconsciente ? E em que condições deverá encontrar-se o ou-
possível. ~ — — tro subconsciente para que esta influência possa realizar-se ?
V o u contar um caso, que parece confirmar êste fato. Estas são perguntas que você mesmo deve investigar e
responder.
Certa noite, fui a um aniversário. Lá conheci um senhor
que sofria, h á - l o n g o s anos, de um mal que podia ser curado
pela hipnose. Naquela época, eu estava interessado em hip-
notizar todo mundo. Queria hipnotizar muitas pessoas para
observar as diferenças de reação, pois diz-se em hipnose que
< c C p / V
cada caso é um caso nôvo. O sono hipnótico não se apresenta
de maneira uniforme em todos os "pacientes.
Ao sairmos 3õ~aniversário, convidei êste senhor para ir-
mos ao meu apartamento, pois eu o queria hipnotizar ainda
naquela noite. Êle se mostrou interessado, pois nunca tinha
sido hipnotizado. w ' "

Fiz a indução do sono e verifiquei que o paciente logo


entrou em" transe profundo. Dei algumas sugestões e o acor- „ A-
dei. . Êle abriu os o l h o s " olhou para um lado do quarto e
disse com voz bem alta e em linguagem violenta: «Quem é
êste homem de cavanhaque ? Não gosto dêste sujeito!» tf*. - '-"íre"
Cheguei a me assustar com a voz alterada do paciente,
pois em estado normal seu modo de falar era muito suave.
Esperei um pouco e êle voltou à calma.
Então eu lhe fiz a seguinte pergunta:
— « Q u e história é esta do homem de cavanhaque ?»
— «Que homem de cavanhaque ?» — respondeu êle
— «Êste que o senhor viu.»
— E êle respondeu: — «Eu não vi coisa alguma.»

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í N D I C E

Prólogo ">

PRIMEIRA PARTE

Que é a hipnose? 9
Indução da hipnose 'I
Estado sonambúlico 15
Os fenômenos hipnóticos 16
C O N C L U S Ã O Catalepsia 17
Anestesia 19

SE OS MILAGRES ATESTAM O Hiperestesia 21

"PODER DE DEUS", ENTÃO ESTE Hipermnésia 22


Amnésia 23
PODER NÃO 6 NADA SUPERIOR
Alucinação 25
A O " P O D E R D A H I P N O S E " .
Sugestão pós-hipnótica •• 27
Alucinação pós-hipnótica -9
Auto-hipnose 51
Regressão de idade 32
Indução de sonhos 34
P s i c o g r a f i a ou e s c r i t a a u t o m á t i c a 3r>
Psicoscopia ou psicometria 37
Estado de s i m p a t i a ao c o n t a t o 3H
E s t a d o de s i m p a t i a à d i s t â n c i a 5X
E x t e r i o r i z a ç ã o da sensibilidade 3<S
Projeção à distância 39
Regressão às vidas anteriores 40
Regressão a acontecimentos passados 42
Hipnose e medicina -13
Hipnose e sono 44
Espiritismo 46
Explicações do espiritismo 4S

SEGUNDA PARTE

A e s c r a v i z a ç ã o do e s p í r i t o 51
Centros de escravização mental 3-i
Assunto melindroso 56

— 261
A Bíblia 57
Um caso de parapsicologia 18S
A vida de Jesus 59
A c u r a de um cego eni B e t s a i d a 191
Escolas de Profetas •. 65
A cura de um c e g o de n a s c e n ç a ^ 193
Objetivo de Jesus 67
A cura de um paralítico '96
Jesus inicia sua missão 69
As ressurreições -#.•'« -01
Os doze apóstolos 71
A ressurreição de Dorcas 206
O prestígio 76
A r e s s u r r e i ç ã o de L á z a r o í -OS
As bodas de Caná da Galileia 79
A r e s s u r r e i ç ã o da f i l h a de J a i r o .... 213
A pesca maravilhosa 82
A ressurreição do filho da viúva de Naim • •v •- 21 -i
Jesus acalma uma tempestade 85
O caso dos documentos extraviados %?»... 215
O m i l a g r e da água m o r n a 87
Um sinal no céu 219
Jesus anda sôbre o mar H9
Jesus, o mau filho 221
A figueira sem fruto 92
Jesus, o hóspede estúpido 22-,
A cura da m u l h e r q u e não podia tomar injeções 95
Jesus, o doente mental 225
A primeira multiplicação dos pães 97
Jesus, o fracassado 227
Histeria 101
O caso do crime 230
A cura de um e n d e m o n i n h a d o em C a f a r n a u m 10-í
A crucificação 23-1
A c u r a de um p a r a l í t i c o em C a f a r n a u m . . 108
Primeira hipótese 235
A cura da m u l h e r que não podia olhar no espelho 112
Segunda hipótese 239
O milagre que falhou 115
Terceira hipótese 241
A cura do endemoninhado geraseno 120
Cavando a sepultura das religiões 2-Í6
A cura de um leproso 124 A ressurreição de Pedro 2-19
A cura da mulher feia 129 Opinião valiosa 25 1
A c u r a de d e z l e p r o s o s 132 •Coisas interessantes, mas duvidosas 253
O caso da leprosa 135 Conclusão 260
A c u r a da f i l h a e n d e m o n i n h a d a da m u l h e r c a n a n é i a . . 138
O caso do cachorro 1 -í 1
A cura de M a r i a Madalena 1-13
O caso do elevador 1*17
A cura de um jovem possesso 150
A cura da s o g r a de P e d r o 153
A cura do h o m e m q u e sofria de reumatismo 157
A cura da m u l h e r q u e sofria de hemorragia 160
O homem da mão ressequida 163
A cura da mulher do braço paralisado 167
A cura do criado de um centurião 169
A cura da insónia 172
A cura de um endemoninhado mudo 175
A cura do menino rengo L78
A cura de uma mulher enferma 180
A cura da m ô ç a q u e sofria de desmaios 182
A cura de um surdo e gago : 184
A cura de um hidrópico 186

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