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BEM-VINDOS!

TÂNIA CRACO
GESTÃO DE PRODUÇÃO
GESTÃO DE PRODUÇÃO
Estudo do processo de desenvolvimento, planejamento, controle e execução
de operações em organizações industriais e de serviços.
(BERTRAND; FRANSOO, 2002)
Prof. Tânia Craco

OBJETIVOS DA ADMINISTRAÇÃO DA
PRODUÇÃO

Nos dias atuais, a Administração da Produção/Operações objetiva a gestão


eficaz da transformação de insumos (matérias-primas) em produtos acabados
e/ou serviços, eliminando-se todas as ações que não agregam valor ao produto ou
serviço final.

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Como surgiram os
primeiros sistemas de
gestão de produção?

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ANTIGUIDADE

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1955
Mass
Product Volume

Production
1980

Mass
1913 Customization

2000
Time Craft
Production 1850

Product Variety

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FREDERIC TAYLOR
“VEMOS E SENTIMOS O DESPERDÍCIO
DAS COISAS MATERIAIS; ENTRETANTO,
AS AÇÕES DESASTRADAS,
INEFICIENTES E MAL ORIENTADAS
DOS HOMENS NÃO DEIXAM INDÍCIOS
VISÍVEIS E PALPÁVEIS”.

(TAYLOR).

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS E MECANISMO DA


ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA
CAUSAS DA RESISTÊNCIA AO AUMENTO DA PRODUTIVIDADE:

 A CRENÇA DE QUE O MAIOR RENDIMENTO DO HOMEM E DA MÁQUINA


RESULTA NO DESEMPREGO;

 O SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO, QUE FORÇA OS EMPREGADOS A FAZER


“CERA” NO TRABALHO, A FIM DE PROTEGER SEUS INTERESSES;

 OS MÉTODOS EMPIRICOS INEFICIENTES COM AS QUAIS O OPERÁRIO


DESPERDIÇA GRANDE PARTE DE ESFORÇO;

 A IGNORÂNCIA DOS ADMINISTRADORES SOBRE O TEMPO NECESSÁRIO


PARA A EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS.

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PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA


 SUBSTITUIÇÃO DO CRITÉRIO DO OPERÁRIO POR UMA CIÊNCIA, OU, DITO
DE OUTRA FORMA, SUBSTITUIÇÃO DOS MÉTODOS EMPÍRICOS POI
MÉTODOS CIENTÍFICOS;

 SELEÇÃO CIENTÍFICA DO TRABALHADOR: RECRUTAMENTO DO MELHOR


TRABALHADOR PARA CADA ELEMENTO DE TRABALHO (HOMEM/POSTO/
UMA TAREFA);

 INSTRUÇÃO, TREINAMENTO E APERFEIÇOAMENTO CIENTÍFICOS PARA O


TRABALHADOR;

 COOPERAÇÃO INTIMA ENTRE A DIREÇÃO E OS TRABALHADORES; A


CHEFIA PLANEJA E VERIFICA O TRABALHO QUE É EXECUTADO PELO
OPERÁRIO;

 “NÓS TEMOS QUE ORGANIZAR, TABULAR E CATALOGAR TODO O


CONHECIMENTO DOS OPERADORES E DIVIDIR EM PEQUENAS PARTES”.
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PRINCIPAIS ELEMENTOS DO MECANISMO


 Gerência;

 Trabalhador = mão-de-obra.

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OS CONCEITOS IMPORTANTES DESENVOLVIDOS NO


AMBIENTE TAYLORISTA
 Método;

 Tempos e movimentos;

 Produtividade (pçs/hr/homem).

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TEMPOS E MOVIMENTOS

“O TEMPO É A SOMBRA DO MOVIMENTO”.

PORTANTO, PARA PRODUZIR OS TEMPOS DE PRODUÇÃO É


NECESSÁRIO MUDAR OS MOVIMENTOS. (MÉTODOS).

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TEMPOS E MÉTODOS
 O QUE PODE RETIRAR O TRABALHADOR
DA ÁREA DE TRABALHO.
- Materiais;
- Ordens de produção;
- Ferramentas;
- Manutenção;
- Estocagem;
- Etc..
“MOVIMENTAR-SE NÃO É TRABALHAR”

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HENRY FORD
Ford e o modelo T (1908)

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FORDISMO
 FORDISMO = SINÔNIMO DE TAYLORISMO + PRODUÇÃO EM MASSA E
LINHA DE MONTAGEM;

 A PROPOSTA DE INCORPORAÇÃO DA MASSA TRABALHADORA AOS


HÁBITOS DE CONSUMO;

 ELEMENTOS DA PRODUÇÃO EM MASSA:


- MECANIZAÇÃO
- CONCENTRAÇÃO DA PRODUÇÃO

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POLÍTICA DE PRODUTOS
 ENTENDE COMO GRANDE PROBLEMA DIFERENCIAÇÃO DOS MODELOS;

 CLASSIFICA A DIVERSIFICAÇÃO COMO UMA AFRONTA À PRODUÇÃO EM


LARGA ESCALA, INDO CONTRA AO PRINCÍPIO DE REDUÇÃO DE CUSTOS
PELO ALTO NÍVEL DE PRODUÇÃO;

 FORD ACREDITAVA QUE A EMPRESA DEVERIA FORNECER O MELHOR


CARRO DE TRANSPORTE BARATO. PARA ISSO , DEDICOU-SE
INTENSAMENTE AO MODELO T.

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CONCEITO BÁSICO PROPOSTO POR FORD


 ELIMINANDO PERDAS:

Alta Produtividade
+
Baixos Custos
+
Altos Salários

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MODELO ECONÔMICO FORDISTA

 Consumo de Massas

 Produção em Massa

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CONCEITO DE CUSTOS SEGUNDO FORD: OS


GANHOS DE ESCALA
 Custo;

 Quantidade.

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OS CONCEITOS IMPORTANTES
DESENVOLVIDOS NO AMBIENTE FORDISTA
- PERDAS
- PADRONIZAÇÃO
 PRODUTO

 PROCESSO

- LINHA DE MONTAGEM

- INTERCAMBIALIDADE DE PEÇAS

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ALFRED P. SLOAN

GENERAL MOTORS
“Parece que Ford acreditava tanto nos princípios
que regiam o negócio (melhor opção de
transporte barato), que não conseguiu prever que
talvez o mercado não quisesse apenas algo
barato”.

(Sloan, 1963)

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ALFRED SLOAN JR.


 Sloan foi um engenheiro elétrico, formado em MIT;
 Trabalhou inicialmente na Hyatt Roller Bearing Company, que após estar prestes a
falir foi capitalizada pela família Sloan (com 5 mil dólares) em 1898;
 Ele passou a ser gerente geral da empresa;
 A empresa cresceu e passou a ser fornecedora da indústria automobilística e foi
adquirida pela GM em 1916 por 13,5 milhões de dólares;
 Sloan assumiu a posição de presidente da United Motors, empresa de peças e
acessórios da GM;
 Com o pedido de demissão de Du Pont da presidência da empresa Sloan assumiu a
presidência em 1923;
 O objetivo estratégico de uma empresa é o retorno sobre o capital;
 O principal objetivo da corporação era ganhar dinheiro e não apenas fazer carros.

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GENERAL MOTORS
 A General Motors surgiu da visão de WILLIAM Durant em 1908, mesmo ano do
lançamento Ford T (Buick);
 No ano seguinte a GM adquiriu as marcas Cadillac, Oldsnobile e Pontiac;
 Durant era visionário e entendia o automóvel como o negócio do século xx;
 Ele podia criar, mas não administrar o negócio. Era um descentralizador extremado;
 Em 1910, a GM estava muito grande e com muitas dificuldades financeiras;
 Em 1910, Durant é destituído do cargo de presidente pelo comitê de banqueiros;
 Liquidam diversas empresas deficitárias;
 Em 1911, Durant inicia a Chevrolet;
 Du Pont compra ações da GM;
 Em 1915, a GM distribui dividendos pela primeira vez;
 Em 1915, ele volta a GM fundindo-se a Chevrolet.

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GENERAL MOTORS
 Em 1915, a GM possui apenas 10% do mercado contra os 20% que possuía em 1910;
 Em 1915, Pierri Du Pont é eleito presidente do conselho da empresa e Nash reeleito
presidente;
 Em 1916, Durant volta ao controle da empresa;
 Em 1918, a Du Pont possui 24,6% das ações da GM (gestão financeira da empresa);
 De 1918 à 1920, Durant coordena uma série de aquisições da empresa GM, tornando-a
uma grande empresa (fisicamente separada e não gerenciada);
 Em 1920, após nova crise, Durant deixa a empresa;
 Em 1920, com o pedido de demissão de Durant da gerencia da GM, Du Pont assumiu a
presidência da empresa Sloan passou a ser seu “braço direito”.

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GENERAL MOTORS
 Em 1921 a GM não tinha um conceito claro de negócio;
 A FORD com seu conceito de um modelo de baixo custo dominava o mercado;
 Nenhuma empresa apresentava uma linha de produtos tão alta quanto a GM na
época;
 A GM só perdia pela FORD em termos de produção e faturamento.
 O problema era que os produtos da empresa competiam entre si em determinados
segmentos de mercado;
 Falta de uma política da corporação era substituída por políticas independentes de
cada unidade.
 Foi criada uma política de produtos que previa a competição em casa
segmento de preços, com espaçamento entre categorias para garantir a maior
vantagem possível em termos de volume de produção e sem sobreposição de
categoria.
 Inicialmente, foram definidas seis categorias de preços, que foram substituídas
por produtos, em função da variação dos preços de mercado .
 A política de produtos é pautada em produzir em massa uma linha completa de
carros de graduação crescente em qualidade e preço.

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MODELO DA EMPRESA
 Variedades de produtos para o mesmo mercado;

 Diversificação;

 Aumento da integração por meio da manufatura das peças e acessórios que compõe o
carro;

 Abertura de capital na bolsa para capitalizar a empresa.

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GM ULTRAPASSA A FORD
 O mercado automotivo pode ser dividido em três períodos:
- Até 1908: Mercado de classe;
- 1908-1925: Mercado de massa;
- A partir de 1925: Mercado de massa e classe, com diversidade crescente.

 Motivos da derrocada
- Administração por corporação
- Vendas a prazo
- Carro usado como parte do pagamento
- Carroceria fechada
- Modelo do ano.

 A Ford não estava preparada para a mudança do mercado.

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GM ULTRAPASSA FORD
 Em 1927, a GM se torna líder no mercado mundial;
 Em 1927, o modelo T foi descontinuado e substituído pelo modelo A;
 A produção parou por 6 meses;
 Foi necessário substituir 4500 máquina operatrizes;
 Não havia fornecedores adaptados para fornecer à Ford;
 O lançamento do modelo A teve maciça campanha publicitária e início das vendas a
crédito na Ford ( comparável somente com o modelo T em várias cores);

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GM ULTRAPASSA FORD

Com a crise de 1929, a Ford teve prejuízos de US$ 125 milhões.

 A GM teve lucro.

 A Ford nunca se recuperou dos acontecimentos de 1926- 1932 .

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JAPÃO
 Em 1910 inicia a produção de veículos;
 Em 1925 chega a mil unidades ano (Ford produzia 2 milhões).
 A Ford se instalou no país em 1925 e a GM em 1927;
 Em 1938, o governo impôs sansões que inviabilizou as montadoras estrangeiras;
 Em troca, as montadoras do país precisavam atender todas as necessidades do
pequeno e diversificado mercado japonês.

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SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO


 Pequenos volumes e grandes variedades;
 Mão-de-obra, protegida pela legislação , não podia ser demitida sem grandes custos;
 Os sindicatos eram por empresas, não por categorias;
 Não existiam trabalhadores estrangeiros, mas a escolaridade era baixa;
 A produtividade era baixa e a qualidade questionável;
 Poucos e fracos fornecedores;
 Baixa disponibilidade de capital e juros muito altos;
 Falta de espaço = alto custo imobiliário;
 O mercado interno japonês era limitado;
 A força de trabalho não estava propensa a ser tratada como custo variável ou peça
intercambiável;

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TOYOTA
Shigeo Shingo

Taiichi Ohno

Kiichiro Toyoda

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“ALCANCEM A PRODUTIVIDADE DOS AMERICANOS EM TRÊS ANOS. DE


OUTRAS FORMA A INDÚSTRIA JAPONESA NÃO SOBREVIVERÁ”.

KIICHIRO TOYODA

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Tudo o que fazemos é olhar a linha do tempo, do momento em que o freguês nos
entrega um pedido até o ponto em que recebemos o dinheiro. E estamos reduzindo essa
linha do tempo removendo os desperdícios que não agregam valor. TAIICHI OHNO

Cliente-------------------------------------Dinheiro
(reduz pela redução dos desperdícios sem valor agregado)

Fonte: Ohno, Taiichi . Sistemas Toyota de produção : além da produção em larga


escala . Bookman, Porto Alegre, pg. XI

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SETE PERDAS
 Perda por superprodução (quantidade e antecipada);

 Perda por espera;

 Perda por transporte;

 Perda no próprio processamento;

 Perda por estoque;

 Perda por movimentação;

 Perda por fabricação de produtos defeituosos

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SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO

 AUTONOMAÇÃO JUST-IN-TIME
Toyoda Sakichi Toyoda Kiichiro

Os pilares do STP por Taichi Ohno

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EMPRESA DE CLASSE MUNDIAL

Uma empresa é considerada


de classe mundial quando ela é
capaz de ser competitiva em
mercados globais.
Ex: Sony, Toyota (Japão),
Philips (Holanda)

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CARACTERÍSTICAS DE UMA
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EMPRESA DE CLASSE MUNDIAL


 Custos: produção de bem ou serviço a um menor custo possível;

 Qualidade: melhoria contínua da qualidade para a conquista de mercados


maiores e mais sofisticados;

 Prazo de entrega: adequado à necessidade do cliente;

 Flexibilidade: deve ser ágil na adaptação de seus produtos as novas exigências


do consumidor;

 Inovação: capacidade da empresa de antecipar-se às necessidades dos


consumidores;

 Produtividade: deve estar presente em todas as ações da empresa, sob pena de


perder a competitividade.

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DESAFIO DE UMA EMPRESA DE


CLASSE MUNDIAL

O grande desafio para uma empresa de classe mundial (assim como para
todas as empresas) é desenvolver capacidades que sustentem uma vantagem
competitiva sobre seus concorrentes. A manufatura exerce um papel de grande
importância dentro deste contexto.

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Prof. Tânia Craco

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Para chegar a lugares onde
ainda não estivemos, será
preciso passar por
caminhos pelos quais ainda
não passamos.
M. Ghandi
Prof. Tânia Craco

BIBLIOGRAFIA
 BERTRAND, J. W.; FRANSOO, J. C. Operations Management Research
Methodologies using quantitative modeling, International Journal of
Operations and Production Management, v. 22, n. 2, p. 241-264, 2002.

 BLACK, J. T. O projeto da fábrica com futuro. Porto Alegre: Bookman,


2001.

 BROWN, S. ; LAMMING, R. ; BESSANT, J. ; JONES, P. Administração da


Produção e Operações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

 DAFT, R. L. Administração. 6 ª ed. São Paulo: Thomson Learning, 2006.

 MAXIMIANO, A. C. A. Da escola científica à competitividade na


economia globalizada. 2 ª ed. São Paulo : Atlas, 2000.

 MOREIRA, D. A. Administração da Produção e Operações. 2 ª ed São


Paulo: Cengage Learning, 2008.

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Prof. Tânia Craco

 OHNO, T. O sistema Toyota de produção além da produção em larga


escala. Porto Alegre: Bookman, 1997.

 PINTO, G. A. A organização do trabalho no século 20: Taylorismo,


Fordismo e Toyotismo. 2 ª ed. São Paulo: Expressão Popular, 2010.

 RITZMAN, L. P.; KRAJEWSKI, L. J. Administração da Produção e


Operações. São Paulo: Prentice Hall, 2005.

 SHINGO, S. Sistemas de produção com estoque zero: o sistema Shingo


para melhorias continua. Porto Alegre: Bookman, 1996.

 SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R.; THEODORE. Administração


da Produção. 2 ª ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2009.

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