Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Turma: 801
Aluno(a): _____________________________________________________________________________________________
Mês: Fevereiro
Profª.: Thaís Sant’Anna Marcondes
Os romances de Conan Doyle me deram o desejo de empreender alguma façanha no gênero das de Sherlock
Holmes. Pareceu-me que deles se concluía que tudo estava em prestar atenção aos fatos mínimos. Destes, por uma
série de raciocínios lógicos, era sempre possível subir até o autor do crime.
Quando acabara a leitura do último dos livros do Conan Doyle, meu amigo Alves Calado teve a oportuna
nomeação de delegado auxiliar. Íntimos, como éramos, vivendo juntos, como vivíamos na mesma pensão, tendo até
escritório comum de advocacia, eu lhe tinha várias vezes exposto minhas ideias de “detetive”. Assim, no próprio dia
de sua nomeação ele me disse:
— Eras tu que devias ser nomeado!
Mas acrescentou, desdenhoso das minhas habilidades:
— Não apanhavas nem o ladrão que roubasse o obelisco da avenida!
Fi-lo, porém, prometer que, quando houvesse algum crime, eu o acompanharia a todas as diligências. Por outro
lado levei-o a chamar a atenção do seu pessoal para que, tendo notícia de qualquer roubo ou assassinato, não invadisse
nem deixasse ninguém invadir o lugar do crime.
— Alta polícia científica – disse ele, gracejando.
Passei dias esperando por algum acontecimento trágico, em que pudesse revelar minha sagacidade. Creio que
fiz mais do que esperar: cheguei a desejar.
Uma noite, fui convidado por Madame Guimarães para uma pequena reunião familiar. Em geral, o que ela
chamava “pequenas reuniões” eram reuniões de vinte a trinta pessoas, da melhor sociedade. Dançava-se, ouvia-se boa
música e quase sempre ela exibia algum “número” curioso: artistas de teatro, de music-hall ou de circo, que contratava
para esse fim. O melhor, porém, era talvez a palestra que então se fazia, porque era mulher muito inteligente e só
convidava gente de espírito. Fazia disso questão.
A noite em que lá estive entrou bem nessa regra.
Em certo momento, quando ela estava cercada por uma boa roda, apareceu Sinhazinha Ramos. Sinhazinha era
sobrinha de Madame Guimarães; casara-se pouco antes com um médico de grande clínica. Vindo só, todos lhe
perguntaram:
— Como vai seu marido?
— Tem trabalhado por toda a noite, com uma cliente. [...]
A casa era de dois andares e Madame Guimarães, nos dias de festas, tomava a si arrumar capas e chapéus
femininos no seu quarto:
— Serviço de vestiário é exclusivamente comigo. Não quero confusões. [...]
Nisto, uma das senhoras presentes veio despedir-se de Madame Guimarães. Precisava de seu chapéu. A dona
da casa, que, para evitar trocas e desarrumações, era a única a penetrar no quarto que transformara em vestiário,
levantou-se e subiu para ir buscar o chapéu da visita, que desejava partir.
Não se demorou muito tempo. Voltou com a fisionomia transtornada:
— Roubaram-me. Roubaram o meu anel de brilhantes…
Continua...
1. Faça uma breve pesquisa. Quem foi Conan Doyle? E quem era Sherlock Holmes?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
2. O narrador do conto é personagem (ele narra e participa da história) ou observador (apenas narra,
não participa da história)? Justifique.
______________________________________________________________________________________________
“Os romances de Conan Doyle me deram o desejo de empreender alguma façanha no gênero das de Sherlock
Holmes. Pareceu-me que deles se concluía que tudo estava em prestar atenção aos fatos mínimos. Destes, por uma
série de raciocínios lógicos, era sempre possível subir até o autor do crime.”
Que palavra indica o tipo de narrador que você respondeu na questão anterior?
____________________________________________________________________________________________
5. Essa característica é decisiva do narrador é decisiva para a sua atitude diante do caso do roubo da
joia? Justifique.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
7. É possível afirmar que Alves Calado levava o narrador a sério? Selecione outro trecho do conto que
confirme sua resposta.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
8. Que situação fez Madame Guimarães perceber que seu anel havia sido furtado?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
Um conto de enigma é uma narrativa e, assim, desenvolve uma sequência de ações que formam um enredo. Em
geral, ele se inicia depois da ocorrência de um mistério que precisa ser desvendado (um crime, por exemplo).
Apresenta-se, então, um detetive, que, por meio de pistas, deve solucionar o caso. A resolução do enigma costuma
ser inesperada e surpreender o leitor.
______________________________________________________________________________________________
Atividade do dia 11/02 – Assunto: Conto de enigma (mistério, pistas e resolução do enigma)
Sugeri logo que ninguém entrasse no quarto. Ninguém! Era preciso que a Polícia pudesse tomar as marcas
digitais que por acaso houvesse na mesa de cabeceira de Madame Guimarães. Porque era lá que tinha estado a joia.
Saltei ao telefone, toquei para o Alves Calado, que se achava de serviço nessa noite, e preveni-o do que havia,
recomendando-lhe que trouxesse alguém, perito em datiloscopia.
Ele respondeu de lá com a sua troça habitual:
— Vais afinal entrar em cena com a tua alta polícia científica?
Objetou-me, porém, que a essa hora não podia achar nenhum perito. Aprovou, entretanto, que eu não
consentisse ninguém entrar no quarto. Subi então com todo o grupo para fecharmos a porta a chave. Antes de se fechar,
era, porém, necessário que Madame Guimarães tirasse as capas que estavam no seu leito. Todos ficaram no corredor,
mirando, comentando. Eu fui o único que entrei, mas com cuidado extremo, um cuidado um tanto cômico de não tocar
em coisa alguma.[...]
Retiradas as capas, o zunzum das conversas continuava. Ninguém tinha entrado no quarto fatídico. Todos o
diziam e repetiam.
Foi no meio dessas conversas que Sherlock Holmes cresceu dentro de mim. Anunciei:
— Já sei quem furtou o anel.
De todos os lados surgiam exclamações. Algumas pessoas se limitavam a interjeições: “Ah!”, “Oh!”. Outras
perguntavam quem tinha sido.
Sherlock Holmes disse o que ia fazer, indicando um gabinete próximo:
— Eu vou para aquele gabinete. Cada uma das senhoras aqui presentes fecha-se ali em minha companhia por
cinco minutos.
— Por cinco minutos? ‒ indagou dr. Caldas.
— Porque eu quero estar o mesmo tempo com cada uma, para não se poder concluir da maior demora com
qualquer delas que essa foi a culpada. Serão para cada uma cinco minutos cronométricos. [...]
Houve uma hesitação. Algumas diziam estar acima de qualquer suspeita, outras que não se submetiam a
nenhum inquérito policial. Venceu, porém, o partido das que diziam “quem não deve não teme”. Eu esperava, paciente.
Por fim, quando vi que todas estavam resolvidas, lembrei que seria melhor quem fosse saindo despedir-se e partir.
E a cerimônia começou. Cada uma das senhoras esteve trancada comigo justamente os cinco minutos que eu
marcara.
Quando a última partiu, saiu do gabinete, achei à porta ansiosa, Madame Guimarães:
— Venha comigo ‒ disse-lhe eu.
Aproximei-me do telefone, chamei Alves Calado e disse-lhe que não precisava mais tomar providência alguma,
porque o anel fora achado.
5. Que medidas foram tomadas para descobrir quem havia furtado o anel?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
10. Por que o narrador disse: “Não foi um fiasco, mas foi pior.”?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
11. Faça uma lista com palavras do texto que você não conhece e busque os significados.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
1) Câmara aprova plano de R$ 3 bilhões para socorro à cultura durante a pandemia. (Gazeta do Povo,
26/05/2020)
Sujeito é o termo com o qual o verbo concorda; é sobre quem se fala. Predicado é o que se diz sobre o sujeito, é o
termo da oração em que está o verbo.
Ainda não entendeu o que é sujeito e predicado? Não tem problema, eu te ajudo. Sujeito é quem está agindo
nas frases. Por exemplo, quando eu digo “Rafael leu o livro.”, quem está agindo, quem leu algo foi Rafael. Isto é,
Rafael é o sujeito da frase.
Para facilitar sua vida, vou te dar uma super dica! Para encontrar o sujeito de uma oração, basta perguntar ao
verbo “Quem é que + verbo?”. A resposta de sua pergunta será o sujeito. Tudo o que sobrar da oração é o predicado.
Neste caso, o verbo, a ação da frase, é “comeu”. Perguntaremos então: Quem é que comeu?
Bem, a resposta de nossa pergunta é: “Rafael”. Sendo assim, Rafael é o sujeito da frase. Logo, o predicado é tudo o
que sobrou, depois de termos tirado o sujeito: “comeu bolo de chocolate.”
sujeito predicado
CLASSIFICAÇÃO DO SUJEITO:
a) SUJEITO SIMPLES: é aquele que possui apenas um núcleo, ou seja, quando o verbo se refere a uma só palavra.
(Miguel viajou. / Nós aprendemos a música.)
b) SUJEITO COMPOSTO: é aquele que possui mais de um núcleo. (Pai e filho estudam juntos em casa. / Aprendem
mais os otimistas e os esforçados.)
c) SUJEITO OCULTO: é aquele que não está explícito na oração, mas pode ser determinado pela flexão número-
pessoa do verbo, ou por sua presença em alguma oração antecedente. (Gosto de viajar todos os anos. [Quem é que
gosto? Só pode ser eu] / Caímos de bicicleta. [Quem é que caímos? Só pode ser nós])
Exercícios:
Sujeito: ________________________________________
Predicado: ________________________________________
Sujeito: ________________________________________
Predicado: ________________________________________
Sujeito: ________________________________________
Predicado: ________________________________________
3. Complete as orações a seguir com os tipos de sujeitos indicados entre parênteses, para que fiquem coerentes com os
predicados.
a) No 2º quadrinho há 3 orações:
c) Na fala da última tirinha: “Não quero saber essas coisas”, o sujeito da oração é:
( ) simples ( ) composto ( ) desinencial
A “Morte Rubra” há muito tempo devastava o país. Jamais se viu peste tão fatal ou tão hedionda. O sangue era
sua revelação e sua marca. A cor vermelha e o horror do sangue. Surgia com dores agudas e súbita tontura, seguidas
de profuso sangramento pelos poros, e então a morte. As manchas rubras no corpo e principalmente no rosto da vítima
eram o estigma da peste que a privava da ajuda e compaixão dos semelhantes. E entre o aparecimento, a evolução e o
fim da doença não se passava mais de meia hora.
Mas o príncipe Próspero era feliz, destemido e astuto. Quando a população de seus domínios se reduziu à
metade, mandou vir à sua presença um milhar de amigos sadios e divertidos dentre os cavalheiros e damas da corte e
com eles retirou-se, em total reclusão, para um dos seus mosteiros encastelados. Era uma construção imensa e
magnífica, criação do gosto excêntrico, mas grandioso do próprio príncipe. Circundava-a a muralha forte e muito alta,
com portas de ferro. Depois de entrarem, os cortesãos trouxeram fornalhas e grandes martelos para soldar os ferrolhos.
Resolveram não permitir qualquer meio de entrada ou saída aos súbitos impulsos de desespero dos que estavam fora
ou aos furores do que estavam dentro. O mosteiro dispunha de amplas provisões. Com essas precauções, os cortesãos
1. Faça uma lista com as palavras que você não conhece e pesquise seus significados.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
Resolução inicial
Situação de aparente equilíbrio O príncipe vive de forma tranquila e confortável e decide promover um
baile de máscaras
Conflito
Clímax (auge)
Desfecho
3. No conto, Morte Rubra era uma peste. Quais eram os sintomas dessa doença?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
4. Leia estas características usuais às pestes. Marque aquela que não se aplica à do conto:
5. O estado de espírito do Príncipe muda radicalmente ao longo da narrativa. Relacione o nome dessa
personagem às suas características.
8. Por que o Príncipe se isola com certas pessoas numa local fortificado?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
11. Por que o trecho “até que finalmente começaram a soar as doze badaladas da meia noite no relógio
de ébano” acentua o efeito do mistério do conto?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
12. Contos de terror costumam apresentar elementos sobrenaturais, ou seja, situações que a ciência não
explica. O que há de sobrenatural na narrativa lida?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
O objetivo dos contos de terror é despertar no leitor sensações de medo e horror. Para atingir esse objetivo,
algumas narrativas apresentam elementos sobrenaturais. Em outras, o horror é produzido pela vivência da própria
condição humana. Nos contos de terror, tempo e espaço são recursos essenciais na criação do suspense.
______________________________________________________________________________________________
“[...] O sétimo compartimento era totalmente amortalhado por pálios de veludo negro que não somente pendiam das
paredes, como recobriam-lhe todo o teto e tombavam em dobras pesadas sobre um tapete do mesmo material e da
mesma cor. [...] Nos vitrais desta sala, predominava escarlate, ou antes, um tom profundo de vermelho sangue. [...]”
2. A organização do baile de máscaras é fundamental para a construção da narrativa? Justifique sua resposta.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
3. Ao constatarem a morte do Príncipe, os convidados se enchem de coragem e tentam agarrar o mascarado. O que
eles descobrem nesse momento?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
4. Retome a descrição que o narrador faz da figura mascarada. Copie os trechos em que ela é descrita no conto.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
Com a finalidade de criar suspense em contos de terror, na narrativa podem ser apresentados indícios que sugerem
um perigo iminente ou a presença de um mal que ronda as personagens.
7. Releia o parágrafo inicial do conto e identifique que palavras retomam “Morte Rubra”? E quais retomam “vítima”?
“A “Morte Rubra” há muito tempo devastava o país. Jamais se viu peste tão fatal ou tão hedionda. O sangue era sua
revelação e sua marca. A cor vermelha e o horror do sangue. Surgia com dores agudas e súbita tontura, seguidas de
profuso sangramento pelos poros, e então a morte. As manchas rubras no corpo e principalmente no rosto da vítima
eram o estigma da peste que a privava da ajuda e compaixão dos semelhantes. E entre o aparecimento, a evolução e o
fim da doença não se passava mais de meia hora.”
______________________________________________________________________________________________
8. Pela resposta anterior, ao escolher as palavras que retomam “Morte Rubra” e “vítima”, o autor reforça aspectos de
dois lados de uma situação? Justifique.
9. O conto apresenta narrador personagem (narra e participa da história) ou narrador observador (apenas narra, não
participa da história)?
______________________________________________________________________________________________
Pela resposta anterior, por que o autor usou a primeira pessoa nas formas verbais destacadas? Que efeito isso gera na
relação entre o narrador e o leitor?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
“Ouviu-se um grito agudo – e a adaga caiu reluzindo sobre o tapete negro, seguida, no momento seguinte, pelo corpo
do Príncipe Próspero, fulminado pela morte.”
O autor preferiu escrever o trecho acima a dizer diretamente que “o Príncipe morreu”. Em sua opinião, qual o efeito
dessa escolha? Explique.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
Como vimos, o texto “Se eu fosse Sherlock Holmes” é um conto de enigma. Enquanto “Morte rubra” é um conto de
terror. No de enigma, o suspense torna o leitor curioso sobre a revelação dos aspectos do crime narrado. Além disso,
ele termina com o crime solucionado. Já no conto de terror, ele cria uma atmosfera assustadora, propícia a elementos
sobrenaturais e costuma ter um desfecho negativo.