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Escola Municipal Marinheiro Marcílio Dias

Turma: 801
Aluno(a): _____________________________________________________________________________________________

Mês: Fevereiro
Profª.: Thaís Sant’Anna Marcondes

Atividades de Português e Produção textual

Atividade do dia 08/02 – Assunto: Conto de enigma

SE EU FOSSE SHERLOCK HOLMES


Medeiros e Albuquerque

Os romances de Conan Doyle me deram o desejo de empreender alguma façanha no gênero das de Sherlock
Holmes. Pareceu-me que deles se concluía que tudo estava em prestar atenção aos fatos mínimos. Destes, por uma
série de raciocínios lógicos, era sempre possível subir até o autor do crime.
Quando acabara a leitura do último dos livros do Conan Doyle, meu amigo Alves Calado teve a oportuna
nomeação de delegado auxiliar. Íntimos, como éramos, vivendo juntos, como vivíamos na mesma pensão, tendo até
escritório comum de advocacia, eu lhe tinha várias vezes exposto minhas ideias de “detetive”. Assim, no próprio dia
de sua nomeação ele me disse:
— Eras tu que devias ser nomeado!
Mas acrescentou, desdenhoso das minhas habilidades:
— Não apanhavas nem o ladrão que roubasse o obelisco da avenida!
Fi-lo, porém, prometer que, quando houvesse algum crime, eu o acompanharia a todas as diligências. Por outro
lado levei-o a chamar a atenção do seu pessoal para que, tendo notícia de qualquer roubo ou assassinato, não invadisse
nem deixasse ninguém invadir o lugar do crime.
— Alta polícia científica – disse ele, gracejando.
Passei dias esperando por algum acontecimento trágico, em que pudesse revelar minha sagacidade. Creio que
fiz mais do que esperar: cheguei a desejar.
Uma noite, fui convidado por Madame Guimarães para uma pequena reunião familiar. Em geral, o que ela
chamava “pequenas reuniões” eram reuniões de vinte a trinta pessoas, da melhor sociedade. Dançava-se, ouvia-se boa
música e quase sempre ela exibia algum “número” curioso: artistas de teatro, de music-hall ou de circo, que contratava
para esse fim. O melhor, porém, era talvez a palestra que então se fazia, porque era mulher muito inteligente e só
convidava gente de espírito. Fazia disso questão.
A noite em que lá estive entrou bem nessa regra.
Em certo momento, quando ela estava cercada por uma boa roda, apareceu Sinhazinha Ramos. Sinhazinha era
sobrinha de Madame Guimarães; casara-se pouco antes com um médico de grande clínica. Vindo só, todos lhe
perguntaram:
— Como vai seu marido?
— Tem trabalhado por toda a noite, com uma cliente. [...]
A casa era de dois andares e Madame Guimarães, nos dias de festas, tomava a si arrumar capas e chapéus
femininos no seu quarto:
— Serviço de vestiário é exclusivamente comigo. Não quero confusões. [...]
Nisto, uma das senhoras presentes veio despedir-se de Madame Guimarães. Precisava de seu chapéu. A dona
da casa, que, para evitar trocas e desarrumações, era a única a penetrar no quarto que transformara em vestiário,
levantou-se e subiu para ir buscar o chapéu da visita, que desejava partir.
Não se demorou muito tempo. Voltou com a fisionomia transtornada:
— Roubaram-me. Roubaram o meu anel de brilhantes…

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Todos se reuniram em torno dela. Como era? Como não era? Não havia, aliás, nenhuma senhora que não o
conhecesse: um anel com três grandes brilhantes de um certo mau gosto espetaculoso, mas que valia de sessenta a
oitenta contos.
Sherlock Holmes gritou dentro de mim: “Mostra o teu talento, rapaz!”.

Continua...

1. Faça uma breve pesquisa. Quem foi Conan Doyle? E quem era Sherlock Holmes?
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2. O narrador do conto é personagem (ele narra e participa da história) ou observador (apenas narra,
não participa da história)? Justifique.
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3. Releia o trecho a seguir.

“Os romances de Conan Doyle me deram o desejo de empreender alguma façanha no gênero das de Sherlock
Holmes. Pareceu-me que deles se concluía que tudo estava em prestar atenção aos fatos mínimos. Destes, por uma
série de raciocínios lógicos, era sempre possível subir até o autor do crime.”

Que palavra indica o tipo de narrador que você respondeu na questão anterior?
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4. Qual é a principal característica da personalidade do narrador?


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5. Essa característica é decisiva do narrador é decisiva para a sua atitude diante do caso do roubo da
joia? Justifique.
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6. Explique essa afirmação. Se preciso, pesquise o significado de obelisco.

“— Não apanhavas nem o ladrão que roubasse o obelisco da avenida!”


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7. É possível afirmar que Alves Calado levava o narrador a sério? Selecione outro trecho do conto que
confirme sua resposta.
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8. Que situação fez Madame Guimarães perceber que seu anel havia sido furtado?
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9. Você deve ter observado que algumas palavras no texto estão destacadas. Pesquise o significado
deles. Se você encontrou mais alguma palavra diferente durante a leitura do texto, escreva aqui também seu
significado.
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Um conto de enigma é uma narrativa e, assim, desenvolve uma sequência de ações que formam um enredo. Em
geral, ele se inicia depois da ocorrência de um mistério que precisa ser desvendado (um crime, por exemplo).
Apresenta-se, então, um detetive, que, por meio de pistas, deve solucionar o caso. A resolução do enigma costuma
ser inesperada e surpreender o leitor.

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Atividade do dia 11/02 – Assunto: Conto de enigma (mistério, pistas e resolução do enigma)

SE EU FOSSE SHERLOCK HOLMES


Medeiros e Albuquerque

Sugeri logo que ninguém entrasse no quarto. Ninguém! Era preciso que a Polícia pudesse tomar as marcas
digitais que por acaso houvesse na mesa de cabeceira de Madame Guimarães. Porque era lá que tinha estado a joia.
Saltei ao telefone, toquei para o Alves Calado, que se achava de serviço nessa noite, e preveni-o do que havia,
recomendando-lhe que trouxesse alguém, perito em datiloscopia.
Ele respondeu de lá com a sua troça habitual:
— Vais afinal entrar em cena com a tua alta polícia científica?
Objetou-me, porém, que a essa hora não podia achar nenhum perito. Aprovou, entretanto, que eu não
consentisse ninguém entrar no quarto. Subi então com todo o grupo para fecharmos a porta a chave. Antes de se fechar,
era, porém, necessário que Madame Guimarães tirasse as capas que estavam no seu leito. Todos ficaram no corredor,
mirando, comentando. Eu fui o único que entrei, mas com cuidado extremo, um cuidado um tanto cômico de não tocar
em coisa alguma.[...]
Retiradas as capas, o zunzum das conversas continuava. Ninguém tinha entrado no quarto fatídico. Todos o
diziam e repetiam.
Foi no meio dessas conversas que Sherlock Holmes cresceu dentro de mim. Anunciei:
— Já sei quem furtou o anel.
De todos os lados surgiam exclamações. Algumas pessoas se limitavam a interjeições: “Ah!”, “Oh!”. Outras
perguntavam quem tinha sido.
Sherlock Holmes disse o que ia fazer, indicando um gabinete próximo:
— Eu vou para aquele gabinete. Cada uma das senhoras aqui presentes fecha-se ali em minha companhia por
cinco minutos.
— Por cinco minutos? ‒ indagou dr. Caldas.
— Porque eu quero estar o mesmo tempo com cada uma, para não se poder concluir da maior demora com
qualquer delas que essa foi a culpada. Serão para cada uma cinco minutos cronométricos. [...]
Houve uma hesitação. Algumas diziam estar acima de qualquer suspeita, outras que não se submetiam a
nenhum inquérito policial. Venceu, porém, o partido das que diziam “quem não deve não teme”. Eu esperava, paciente.
Por fim, quando vi que todas estavam resolvidas, lembrei que seria melhor quem fosse saindo despedir-se e partir.
E a cerimônia começou. Cada uma das senhoras esteve trancada comigo justamente os cinco minutos que eu
marcara.
Quando a última partiu, saiu do gabinete, achei à porta ansiosa, Madame Guimarães:
— Venha comigo ‒ disse-lhe eu.
Aproximei-me do telefone, chamei Alves Calado e disse-lhe que não precisava mais tomar providência alguma,
porque o anel fora achado.

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Voltando-me para Madame Guimarães entreguei-o então. Ela estava tão nervosa que me abraçou e até beijou
freneticamente. Quando, porém, quis saber quem fora a ladra, não me arrancou nem uma palavra.
No quarto, ao ver Sinhazinha Ramos entrar, tínhamos tido, mais ou menos, a seguinte conversa:
— Eu não vou deitar verdes para colher maduros, não vou armar cilada alguma. Sei que foi a senhora
que tirou a joia de sua tia.
Ela ficou lívida. Podia ser de medo. Podia ser cólera. Mas respondeu firmemente:
— Insolente! É assim que o senhor está fazendo com todas, para descobrir a culpada?
— Está enganada. Com as outras converso apenas, conto-lhes anedotas. Com a senhora, não; exijo que me
entregue o anel.
Mostrei-lhe o relógio para que visse que o tempo estava passado.
— Note ‒ disse eu ‒ que tenho uma prova, posso fazer ver a todos.
Ela se traiu, pedindo:
— Dê sua palavra de honra que tem essa prova!
Dei. Mas o meu sorriso lhe mostrou que ela, sem dar por isso, confessara indiretamente o fato.
— E já agora ‒ acrescentei ‒ dou-lhe também a minha palavra de honra que nunca ninguém saberá por mim o
que fez.
Ela tremia toda.
— Veja que falta um minuto. Não chore. Lembre-se de que precisa sair daqui com uma fisionomia jovial.
Diga que estivemos falando de modas.
Ela tirou a jóia do seio, deu-ma e perguntou:
— Qual é a prova?
— Esta ‒ disse-lhe eu apontando para uma esplêndida rosa-chá que ela trazia. ‒ É a única pessoa, esta noite,
que tem aqui uma rosa amarela. Quando foi ao quarto de sua tia, teve a infelicidade de deixar cair duas pétalas dela.
Estão junto da mesa de cabeceira.
Abri a porta. Sinhazinha compôs magnificamente, imediatamente, o mais encantador, o mais natural dos
sorrisos e saiu dizendo:
— Se este Sherlock fez com todas o mesmo o que fez comigo vai ser um fiasco.
Não foi fiasco, mas foi pior.
Quando Sinhazinha chegara, subira, logo. Graças à intimidade que tinha na casa, onde vivera até a data do
casamento, podia fazer isso naturalmente. Ia só para deixar a sua capa dentro do armário. Mas, à procura de um alfinete,
abriu a mesinha de cabeceira, viu o anel, sentiu a tentação de roubá-lo e assim fez. Lembrou-se de que tinha de ir para
a Europa daí a um mês. Lá venderia a joia. Desceu então novamente com a capa e mandou pô-la no automóvel. E como
ninguém a tinha visto subir, pôde afirmar que não fora ao andar superior.
Eu estraguei tudo. Mas a mulherzinha se vingou: a todos insinuou que provavelmente o ladrão tinha sido eu
mesmo, e, vendo o caso descoberto antes da minha retirada, armara aquela encenação para atribuir a outrem o meu
crime.
O que sei é que Madame Guimarães, que sempre me convidava para as suas recepções, não me convidou para
a de ontem… Terá talvez sido a primeira a acreditar na sobrinha.

1. O que é um enigma? Faça uma breve pesquisa, se precisar.


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2. Em contos de enigma, há tipos, ou seja, personagens que representam comportamentos padronizados:


o detetive, o criminoso, a vítima, os suspeitos. No conto lido, que personagens se enquadram em cada um
desses tipos?
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3. Em que espaço(s) se desenvolvem as ações narradas no conto?


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4. Procure determinar: em que período do tempo se deram essas ações?
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5. Que medidas foram tomadas para descobrir quem havia furtado o anel?
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6. Qual foi a pista determinante para que o enigma fosse desvendado?


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7. Qual atitude do narrador dá uma pista de que o criminoso é uma mulher?


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8. O que motivou Sinhazinha Ramos a cometer o crime?


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9. Por que ela supôs que não suspeitariam dela?


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10. Por que o narrador disse: “Não foi um fiasco, mas foi pior.”?
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11. Faça uma lista com palavras do texto que você não conhece e busque os significados.
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Atividade do dia 15/02 – Assunto: Revisão de sujeito

Observe estes títulos de notícias:

1) Câmara aprova plano de R$ 3 bilhões para socorro à cultura durante a pandemia. (Gazeta do Povo,
26/05/2020)

• De quem está se falando? Da Câmara (do RJ).


• O que está sendo dito sobre ele? Que aprova plano de R$ 3 bilhões para socorro à cultura durante a pandemia.

Com essa análise, concluímos que:


• A Câmara é o SUJEITO da oração
• O que se diz sobre a Câmara é o PREDICADO

2) Shoppings e centros comerciais reabrem hoje no Distrito Federal. (Isto É, 27/05/2020)

• De quem está se falando? De Shoppings e centros comerciais.


• O que está sendo dito sobre eles? Que reabrem hoje (no caso, o dia de publicação da notícia: 27/05/2020).

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Com essa análise, concluímos que:
• Shoppings e centros comerciais são os SUJEITOS da oração
• O que se diz sobre os Shoppings e centros comerciais é o PREDICADO

Sujeito é o termo com o qual o verbo concorda; é sobre quem se fala. Predicado é o que se diz sobre o sujeito, é o
termo da oração em que está o verbo.

Ainda não entendeu o que é sujeito e predicado? Não tem problema, eu te ajudo. Sujeito é quem está agindo
nas frases. Por exemplo, quando eu digo “Rafael leu o livro.”, quem está agindo, quem leu algo foi Rafael. Isto é,
Rafael é o sujeito da frase.
Para facilitar sua vida, vou te dar uma super dica! Para encontrar o sujeito de uma oração, basta perguntar ao
verbo “Quem é que + verbo?”. A resposta de sua pergunta será o sujeito. Tudo o que sobrar da oração é o predicado.

Exemplo: Rafael comeu bolo de chocolate.

Neste caso, o verbo, a ação da frase, é “comeu”. Perguntaremos então: Quem é que comeu?
Bem, a resposta de nossa pergunta é: “Rafael”. Sendo assim, Rafael é o sujeito da frase. Logo, o predicado é tudo o
que sobrou, depois de termos tirado o sujeito: “comeu bolo de chocolate.”

Rafael comeu bolo de chocolate.

sujeito predicado

CLASSIFICAÇÃO DO SUJEITO:

a) SUJEITO SIMPLES: é aquele que possui apenas um núcleo, ou seja, quando o verbo se refere a uma só palavra.
(Miguel viajou. / Nós aprendemos a música.)

b) SUJEITO COMPOSTO: é aquele que possui mais de um núcleo. (Pai e filho estudam juntos em casa. / Aprendem
mais os otimistas e os esforçados.)

c) SUJEITO OCULTO: é aquele que não está explícito na oração, mas pode ser determinado pela flexão número-
pessoa do verbo, ou por sua presença em alguma oração antecedente. (Gosto de viajar todos os anos. [Quem é que
gosto? Só pode ser eu] / Caímos de bicicleta. [Quem é que caímos? Só pode ser nós])

Exercícios:

1. Classifique o sujeito das frases abaixo.

a) “Um baiano e um paulista fazem a sena.” ________________________________________


b) “Coração mata uma pessoa a cada 34 segundos nos EUA.” ________________________________________
c) “Os dias e as semanas passavam devagar...” ________________________________________
d) Pedro saiu de casa cedo e até agora não voltou. ________________________________________
e) Muitas crianças puseram-se a cantar em voz alta. ________________________________________
f) Viajaremos amanhã cedo. ________________________________________
g) Eles tinham feito o bolo do aniversário. ________________________________________
h) O cachorro barulhento e o papagaio tagarela chamam a atenção. ________________________________________

2. Identifique o sujeito e o predicado das orações abaixo:

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a) Eu e meus amigos planejávamos fazer uma excursão.

Sujeito: ________________________________________
Predicado: ________________________________________

b) O primeiro amor é inesquecível.

Sujeito: ________________________________________
Predicado: ________________________________________

c) No outro dia, o menino amanheceu doente.

Sujeito: ________________________________________
Predicado: ________________________________________

3. Complete as orações a seguir com os tipos de sujeitos indicados entre parênteses, para que fiquem coerentes com os
predicados.

a) ________________ acabaram de chegar. (sujeito simples)


b) ________________são meus melhores amigos. (sujeito composto)
c) Terminaram ________________. (sujeito simples)
d) ________________ fizemos o trabalho sozinhos. (sujeito composto)
e) Partiu ________________. (sujeito simples)
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Atividade do dia 18/02 – Assunto: Revisão de sujeito

1. Sublinhe o sujeito das orações abaixo:

a) Os trabalhadores desempregados concentraram-se diante da Prefeitura.


b) As garotas discutiram o texto animadamente.
c) Estiveram aqui alguns repórteres.
d) O robô virou uma grande atração.
e) Os automóveis paravam na esquina.
f) Disciplinados pedestres cruzavam a movimentada avenida.
g) Aumentavam da noite para o dia os barracos.
h) Os moradores querem um semáforo no cruzamento.
i) Voou agora o último pássaro preso.
j) Viajaram ontem nossos atletas.
k) O cadeado deste portão está com defeito.
l) O leite materno é importante nos primeiros meses da criança.

2. Leia a tirinha abaixo:

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a) Em “Jon e eu formamos um casal bacana”, qual é o sujeito da oração? Classifique-o.
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b) Qual é o predicado da oração do item acima (letra “a”)?
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c) O que Garfield realmente parece pensar sobre o casal?
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3. Leia a tirinha abaixo e responda ao que se pede:

a) No 2º quadrinho há 3 orações:

Peixes comem insetos. Pássaros comem peixes. Gatos comem pássaros.

Identifique o sujeito das 3 orações.


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b) Os três sujeitos recebem a mesma classificação. Como se classificam os sujeitos acima?


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c) Na fala da última tirinha: “Não quero saber essas coisas”, o sujeito da oração é:
( ) simples ( ) composto ( ) desinencial

d) Justifique a resposta do item acima (letra “c”).


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Atividade do dia 22/02 – Assunto: Conto de terror

A máscara da morte rubra

A “Morte Rubra” há muito tempo devastava o país. Jamais se viu peste tão fatal ou tão hedionda. O sangue era
sua revelação e sua marca. A cor vermelha e o horror do sangue. Surgia com dores agudas e súbita tontura, seguidas
de profuso sangramento pelos poros, e então a morte. As manchas rubras no corpo e principalmente no rosto da vítima
eram o estigma da peste que a privava da ajuda e compaixão dos semelhantes. E entre o aparecimento, a evolução e o
fim da doença não se passava mais de meia hora.
Mas o príncipe Próspero era feliz, destemido e astuto. Quando a população de seus domínios se reduziu à
metade, mandou vir à sua presença um milhar de amigos sadios e divertidos dentre os cavalheiros e damas da corte e
com eles retirou-se, em total reclusão, para um dos seus mosteiros encastelados. Era uma construção imensa e
magnífica, criação do gosto excêntrico, mas grandioso do próprio príncipe. Circundava-a a muralha forte e muito alta,
com portas de ferro. Depois de entrarem, os cortesãos trouxeram fornalhas e grandes martelos para soldar os ferrolhos.
Resolveram não permitir qualquer meio de entrada ou saída aos súbitos impulsos de desespero dos que estavam fora
ou aos furores do que estavam dentro. O mosteiro dispunha de amplas provisões. Com essas precauções, os cortesãos

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podiam desafiar o contágio. O mundo externo que cuidasse de si mesmo. Nesse meio-tempo era tolice atormentar-se
ou pensar nisso. O príncipe havia providenciado toda a espécie de divertimentos. Havia bufões, improvisadores,
dançarinos, músicos, beleza, vinho. Lá dentro, tudo isso mais segurança. Lá fora, a “Morte Rubra”.
Lá pelo final do quinto ou sexto mês de reclusão, enquanto a peste grassava mais furiosamente lá fora, o
príncipe Próspero brindou os mil amigos com um magnífico baile de máscaras.
Que voluptuosa cena a daquela mascarada! Mas antes descrevamos os salões em que ela se desenrolava. Era
uma série imperial de sete salões.[...] O sétimo salão estava todo coberto por tapeçarias de veludo negro, que pendiam
do teto e pelas paredes, caindo em pesadas dobras sobre um tapete do mesmo material e tonalidade. [...] As vidraças,
ali, eram rubras – de uma violenta cor de sangue. [...]
Era também nesse apartamento que se achava, encostado à parede oeste, um gigantesco relógio de ébano. Seu
pêndulo oscilava de um lado para o outro com um bater surdo, pesado, monótono; quando o ponteiro dos minutos
completava o circuito do mostrador e o relógio ia dar as horas, de seus pulmões de bronze brotava um som claro, alto,
grave e extremamente musical, mas em tom tão enfático e peculiar que, ao final de cada hora, os músicos da orquestra
se viam obrigados a interromper momentaneamente a apresentação para escutar-lhe o som; com isso os dançarinos
forçosamente tinham de parar as evoluções da valsa e, por um breve instante, todo o alegre grupo mostrava-se
perturbado; enquanto ainda soavam os carrilhões do relógio, observava-se que os mais frívolos empalideciam e os
mais velhos e serenos passavam a mão pela teste, como se estivessem num confuso devaneio ou meditação. Mas, assim
que os ecos desapareciam interiormente, risinhos levianos logo se riam do próprio nervosismo e insensatez e, em
sussurros, diziam uns aos outros que o próximo soar de horas não produziria neles a mesma emoção; mas, após um
lapso de sessenta minutos (que abrangem três mil e seiscentos segundos do tempo que voa), quando o relógio dava
novamente as horas, acontecia a mesma perturbação e idênticos tremores e gestos de meditação de antes.
[...] E o festim continuou em remoinhos até que, afinal, começou a soar meia-noite no relógio. Então a música
cessou, como contei, as evoluções dos dançarinos se aquietaram, e, como antes, tudo ficou intranquilamente
imobilizado. Mas agora iriam ser doze as badaladas do relógio; e desse modo mais pensamentos talvez tenham se
infiltrado, por mais tempo, nas meditações dos mais pensativos, entre aqueles que se divertiam. E assim também
aconteceu, talvez, que, antes de os últimos ecos da última badalada terem mergulhado inteiramente no silêncio, muitos
indivíduos na multidão puderam perceber a presença de uma figura mascarada que antes não chamara a atenção de
ninguém. E, ao se espalhar em sussurros o rumor dessa nova presença, elevou-se aos poucos de todo o grupo um
zumbido ou murmúrio que expressava a reprovação e surpresa – e, finalmente, terror, horror e repulsa.
[...]A figura era alta e esquálida, envolta do pés a cabeça em vestes mortuárias. A máscara que escondia o
rosto procurava assemelhar-se de tal forma com a expressão enrijecida de um cadáver que até mesmo o exame mais
atento teria dificuldade em descobrir o engano. Tudo isso poderia ter sido tolerado, e até aprovado, pelos loucos
participantes da festa, se o mascarado não tivesse ousado encarnar o tipo da Morte Rubra. Seu vestuário estava
borrifado de sangue, e sua alta testa, assim como o restante do rosto, salpicada com o horror rubro.
Quando os olhos do príncipe Próspero pousaram nessa imagem espectral (que andava entre os convivas com
movimentos lentos e solenes, como se quisesse manter-se à altura do papel), todos perceberam que ele foi assaltado
por um forte estremecimento de terror ou repulsa, num primeiro momento, mas logo o seu semblante tornou-se
vermelho de raiva.
– Quem ousa…? perguntou com voz rouca aos convivas que estavam perto – quem ousa nos insultar com essa
caçoada blasfema? Peguem esse homem e tirem sua máscara, para sabermos quem será enforcado no alto dos muros,
ao amanhecer!
O príncipe Próspero estava na sala leste, ou azul, ao dizer essas palavras. Elas ressoaram pelos sete salões,
altas e claras, pois o príncipe era um homem ousado e robusto e a música se calara com um sinal de sua mão.
O príncipe achava-se no salão azul com um grupo de pálidos convivas ao seu lado. Assim que falou, houve
um ligeiro movimento dessas pessoas na direção do intruso, que, naquele momento, estava bem ao alcance das mãos,
e agora, com passos decididos e firmes, se aproximava do homem que tinha falado. Mas por causa de um certo temor
sem nome, que a louca arrogância do mascarado havia inspirado em toda a multidão, não houve ninguém que
estendesse a mão para detê-lo; de forma que, desimpedido, passou a um metro do príncipe e, enquanto a vasta multidão,
como por um único impulso, se retraía do centro das salas para as paredes, ele continuou seu caminho sem deter-se,
no mesmo passo solene e medido que o distinguira desde o início. [...] Foi então que o príncipe Próspero, louco de
raiva e vergonha por sua momentânea covardia, correu apressadamente pelos seis salões, sem que ninguém o seguisse
por causa do terror mortal que tomara conta de todos. Segurando bem alto um punhal desembainhado, aproximou-se,

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impetuosamente, até cerca de um metro do vulto que se afastava, quando este, ao atingir a extremidade do salão de
veludo, virou-se subitamente e enfrentou seu perseguidor. Ouviu-se um grito agudo e o punhal caiu cintilando no tapete
negro, sobre o qual, no instante seguinte, tombou prostrado de morte o príncipe Próspero. Então, reunindo a coragem
selvagem do desespero, um bando de convivas lançou-se imediatamente no apartamento negro e, agarrando o
mascarado, cuja alta figura permanecia ereta e imóvel à sombra do relógio de ébano, soltou um grito de pavor
indescritível, ao descobrir que, sob a mortalha e a máscara cadavérica, que agarravam com tamanha violência e
grosseria, não havia qualquer forma palpável.
E então reconheceu-se a presença da Morte Rubra. Viera como um ladrão na noite. E um a um foram caindo
os foliões pelas salas orvalhadas de sangue, e cada um morreu na mesma posição de desespero em que tombou ao
chão. E a vida do relógio de ébano dissolveu-se junto com a vida do último dos dissolutos. E as chamas dos braseiros
extinguiram-se. E o domínio ilimitado das Trevas, da Podridão e da Morte Rubra estendeu-se sobre tudo.

(Edgar Allan Poe)

1. Faça uma lista com as palavras que você não conhece e pesquise seus significados.
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2. Complete o quadro abaixo com os momentos da narrativa:

Situação inicial A morte rubra devastava o país

Resolução inicial

Situação de aparente equilíbrio O príncipe vive de forma tranquila e confortável e decide promover um
baile de máscaras
Conflito

Clímax (auge)

Desfecho

3. No conto, Morte Rubra era uma peste. Quais eram os sintomas dessa doença?
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4. Leia estas características usuais às pestes. Marque aquela que não se aplica à do conto:

( ) Doença contagiosa que causa infecção.


( ) Epidemia que causa um surto de uma doença.
( ) Algo mórbido, funesto, que lembra a morte.
( ) Fedor, cheiro horrível e insuportável.

5. O estado de espírito do Príncipe muda radicalmente ao longo da narrativa. Relacione o nome dessa
personagem às suas características.

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6. Como o Príncipe se comporta diante da figura mascarada?


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7. A reação do Príncipe gera expectativa no leitor. Explique essa ideia.


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8. Por que o Príncipe se isola com certas pessoas numa local fortificado?
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9. O que há em comum entre as pessoas que o Príncipe Próspero decidiu salvar?


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10. Marque quais situações abaixo contribuem para o suspense:

( ) A fuga do Príncipe para uma de suas abadias com determinadas pessoas.


( ) A decisão do Príncipe de organizar um baile de máscaras.
( ) A descrição do sétimo salão, onde ocorre o baile.
( ) O badalar do relógio de pêndulo e a pausa que ele instaura na festa.
( ) A descrição da misteriosa figura mascarada.

11. Por que o trecho “até que finalmente começaram a soar as doze badaladas da meia noite no relógio
de ébano” acentua o efeito do mistério do conto?
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12. Contos de terror costumam apresentar elementos sobrenaturais, ou seja, situações que a ciência não
explica. O que há de sobrenatural na narrativa lida?
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O objetivo dos contos de terror é despertar no leitor sensações de medo e horror. Para atingir esse objetivo,
algumas narrativas apresentam elementos sobrenaturais. Em outras, o horror é produzido pela vivência da própria
condição humana. Nos contos de terror, tempo e espaço são recursos essenciais na criação do suspense.

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Atividade do dia 25/02 – Assunto: conto de terror X conto de enigma

1. Releia o trecho a seguir observando as palavras em destaque:

“[...] O sétimo compartimento era totalmente amortalhado por pálios de veludo negro que não somente pendiam das
paredes, como recobriam-lhe todo o teto e tombavam em dobras pesadas sobre um tapete do mesmo material e da
mesma cor. [...] Nos vitrais desta sala, predominava escarlate, ou antes, um tom profundo de vermelho sangue. [...]”

Atividades de Português – Fevereiro/2021 Página 11


Como a opção por certas cores acentua o clima de terror da narrativa?
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2. A organização do baile de máscaras é fundamental para a construção da narrativa? Justifique sua resposta.
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3. Ao constatarem a morte do Príncipe, os convidados se enchem de coragem e tentam agarrar o mascarado. O que
eles descobrem nesse momento?
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4. Retome a descrição que o narrador faz da figura mascarada. Copie os trechos em que ela é descrita no conto.
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5.Considerando essa descrição, como o narrador identifica essa figura?


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Com a finalidade de criar suspense em contos de terror, na narrativa podem ser apresentados indícios que sugerem
um perigo iminente ou a presença de um mal que ronda as personagens.

6. Releia a primeira e a última frase do conto:

“Há longo tempo a ‘Morte Rubra’ devastava o país. [...]”


“A Escuridão, a Decomposição e a Morte Rubra assumiram o domínio incontestável sobre toda a abadia.”

Marque as alternativas que se podem afirmar sobre o trecho acima:

( ) O conto tem estrutura circular, pois, no fim, retoma o cenário inicial.


( ) O desfecho mantem o equilíbrio de forças entre as principais personagens confrontadas.
( ) O desfecho coincide com o clímax da narrativa.
( ) O conto não tem desfecho.

7. Releia o parágrafo inicial do conto e identifique que palavras retomam “Morte Rubra”? E quais retomam “vítima”?

“A “Morte Rubra” há muito tempo devastava o país. Jamais se viu peste tão fatal ou tão hedionda. O sangue era sua
revelação e sua marca. A cor vermelha e o horror do sangue. Surgia com dores agudas e súbita tontura, seguidas de
profuso sangramento pelos poros, e então a morte. As manchas rubras no corpo e principalmente no rosto da vítima
eram o estigma da peste que a privava da ajuda e compaixão dos semelhantes. E entre o aparecimento, a evolução e o
fim da doença não se passava mais de meia hora.”
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8. Pela resposta anterior, ao escolher as palavras que retomam “Morte Rubra” e “vítima”, o autor reforça aspectos de
dois lados de uma situação? Justifique.

Atividades de Português – Fevereiro/2021 Página 12


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9. O conto apresenta narrador personagem (narra e participa da história) ou narrador observador (apenas narra, não
participa da história)?
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10. Releia estas passagens:

“Mas primeiro descreverei os salões em que foi realizada.”


“O Príncipe, como dissemos, se encontra no salão azul [...]”

Pela resposta anterior, por que o autor usou a primeira pessoa nas formas verbais destacadas? Que efeito isso gera na
relação entre o narrador e o leitor?

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11. Releia o trecho a seguir:

“Ouviu-se um grito agudo – e a adaga caiu reluzindo sobre o tapete negro, seguida, no momento seguinte, pelo corpo
do Príncipe Próspero, fulminado pela morte.”

O autor preferiu escrever o trecho acima a dizer diretamente que “o Príncipe morreu”. Em sua opinião, qual o efeito
dessa escolha? Explique.
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Como vimos, o texto “Se eu fosse Sherlock Holmes” é um conto de enigma. Enquanto “Morte rubra” é um conto de
terror. No de enigma, o suspense torna o leitor curioso sobre a revelação dos aspectos do crime narrado. Além disso,
ele termina com o crime solucionado. Já no conto de terror, ele cria uma atmosfera assustadora, propícia a elementos
sobrenaturais e costuma ter um desfecho negativo.

Atividades de Português – Fevereiro/2021 Página 13

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