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históricas e teóricas
Figura 3.1 - Thorndike and Ivan Pavlov. Disponível em: <https://www..amazon.com.FIvan -Pavlov-
Exploring-Mysteries-Behavior>. Acesso em: abr. 2018.
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As variáveis externas, das quais o comportamento é função, dão margem ao que pode ser
chamado de análise causal ou funcional. Tentamos prever e controlar o comportamento de um
organismo individual. Esta é a nossa “variável dependente”- o efeito para o qual procuramos
causa. Nossas “variáveis independentes”- as causas do comportamento - são as condições
externas das quais o comportamento é função. Relações entre as duas - as “relações de causa
e efeito” no comportamento - são as leis de uma ciência. Uma síntese destas leis expressa em
termos quantitativos desenha um esboço inteligente do organismo como um sistema que se
comporta. (SKINNER, 1994)
H7 OBJETIVOS
• Compreender a origem da abordagem da TCC;
• Desenvolver a capacidade de discriminar entre o behaviorismo, a origeme os procedimentos teóricos
e práticos da abordagem da TCC;
• Entender as semelhanças e as diferenças entre behaviorismo e a TCC;
• Relacionar a ideia do comportamento condicionado ao pensamento condicionado.
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básico da vida feliz é aceitar as coisas como elas são. Revoltar-se contra os fatos não altera os fatos, e
ainda traz uma dose de tormento desnecessária. “Não se deve pedir que os acontecimentos ocorram
como você quer, mas deve-se querê-los como ocorrem: assim sua vida será feliz”.
Disponível em:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/aceitar-os-
<
fatos-e-um -passo-essencial-para-a-felicidade/>. Acesso em:
abr. 2018.
Voltando à tese de Albert Ellis, a sua Terapia Racional Emotiva (TER) tem base
na ideia de que tanto as emoções como os comportamentos são produtos das
crenças de um indivíduo, ou seja, do modo como ele interpreta a realidade. Sua
meta, como terapeuta, é o de ajudar seu paciente na identificação de seus pensa-
mentos irracionais, também chamados de disfuncionais e substituí-los por outros
mais racionais e efetivos, que lhe permitam atingir suas metas.
Ellis desenvolve um esquema chamado por ele de ABC, em que A é a situação,
B o sistema de crenças, valores e princípios e C as consequências. Por meio des se
esquema, utilizado pelo TER (Terapia Racional Emotiva), parte do princípio de que
a compreensão dos problemas emocionais e as intervenções terapêuticas adotadas
estão pautadas na forma de pensar do indivíduo e nas crenças que serão
desenvolvidas sobre si mesmo, sobre as outras pessoas e do mundo em geral. Se
estas crenças forem ilógicas, portanto pouco empíricas, elas dificultarão atingir as
metas, sendo, portanto, chamadas de irracionais. Porém, se ao contrário elas
promovem o adequado, são chamadas de racionais.
raciocínio
SISTEMA ABC
i A = situação
SISTEMA ABC
i B = sistema de crenças e valores
O funcionamento deste esquema ABC mostra que não são os eventos no pon to
A (situação) que causam a reação no ponto C (local das consequências), mas sim são
responsáveis os pensamentos que surgem no ponto B (como o conjunto de sistema
de crenças, valores e princípios) gerados a partir do que ocorre em A, ou seja, os
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indivíduos não são perturbados pelos fatos, mas sim pelas suas próprias opiniões
acerca deles. Sendo assim, com base nas avaliações das situações que o indivíduo
realiza sobre si mesmo, este pode estabelecer distorções cognitivas.
^ CONCEITO
As distorções cognitivas são basicamente maneiras erradas de processar uma informação, ou
seja, interpretações erradas do que ocorre ao nosso redor, gerando múltiplas consequências negativas.
https://amenteemaravilhosa.com.br/distorcoes-
Disponível em: <
cognitivas >. Acesso
em: abr. 2018.
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Quando se processam mudanças em B, no modelo ABC, por meio da utilização
da refutação ou da contraposição cognitiva dos componentes presentes em B, as
distorções tenderão a ser corrigidas, dando-se então a substituição de crenças
irracionais por crenças racionais e eficazes. A exploração da conexão de B ^ C (B
que provoca um resultado em C) por meio da uma nova interpretação, a partir do
entendimento da consequência, facilita uma mudança cognitiva.
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^ CONCEITO
Por pensamentos automáticos você deve entender aquelas ideias que brotam em sua mente
sem que haja nenhuma reflexão ou deliberação acerca das mesmas. Costumam ser considerados
como verdades incontestáveis para quem os têm, mesmo antes de qualquer avaliação.
Se nossos pensamentos forem simples e claros, estaremos melhor preparados para alcançar
nossos objetivos.
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• O paciente percebe o mundo como lhe fazendo solicitações absurdas, ou lhe
colocando em obstáculos insuperáveis para atingir de seus objetivos de vida.
Interpreta mal suas interações com seu meio circundante, sendo este um outro erro
cognitivo. Tem demonstrações de derrota ou privação, esquecendo-se das in-
terpretações alternativas mais plausíveis, decorrente do esquema de desvalorização.
• O paciente, quando faz projeções a longo prazo, antecipa que suas dificul-
dades ou sofrimentos presentes se prolongarão indefinidamente, prevê sofrimentos,
frustrações e privações incessantes, outro erro cognitivo. Quando considera a
possibilidade de encarregar-se de uma tarefa específica no futuro próximo, espera
falhar, fruto do esquema de desamparo.
(...) ao atribuir significado a eventos, as estruturas cognitivas iniciam uma reação em cadeia
que culmina nos comportamentos manifestos (estratégias) que são atribuídos aos traços de
personalidade. Padrões comportamentais a que comumente atribuímos a traços ou
disposições de personalidade representam, consequentemente, estratégias interpessoais
desenvolvidas a partir da interação entre disposições inatas e influências ambientais. (2005, p.
31)
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Para Jeffrey Young, assim como já o era para Aaron Beck, o conceito de es-
quema é central e se refere a uma estrutura cognitiva básica, fundamental da per-
sonalidade, cujo conteúdo é composto por dados fornecidos pela experiência do
indivíduo, junto com seus aspectos constitucionais, e se referem aos fatores mais
importantes que ele desenvolve, os quais norteiam a sua compreensão de si mesmo,
do mundo e de suas vivências. Tais esquemas, ao serem construídos ao longo da
vida, tendem a nortear não somente a avaliação cognitiva, como também as reações
emocionais e estratégias comportamentais manifestadas pela pessoa no seu
cotidiano. Nesse sentido, os chamados traços de personalidade poderiam ser
considerados a expressão manifesta dos esquemas cognitivos. Citando Beck nova-
mente, ele afirma:
A personalidade pode ser conceitualizada como uma organização relativamente está vel,
composta por sistemas e modos. Sistemas de estruturas interligadas (esquemas) são
responsáveis pela sequência que se estende da recepção de um estímulo até o ponto final de
uma resposta comportamental. (2005, p. 39)
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Refere-se à noção de ser amado e aceito pelos outros. É
DESCONEXÃO - REJEIÇÃO desenvolvida a partir da experiência de cuidados parentais
seguros.
PREJUDICADO independência.
Além dos domínios do esquema, o autor propõe também que estes, ao serem
ativados, levam ao surgimento de estratégias cognitivas e comportamentais que
atuam no sentido de fazer a pessoa estruturar sua vida, seus relacionamentos e sua
forma de interpretar o que lhe acontece de maneira rígida e, portanto, pouco
adaptativa e saudável. Estas estratégias são:
a) Estratégias de manutenção do esquema: reforçam o esquema, manten-
do-o intacto e atuante.
b) Estratégias de evitação do esquema: evitam ativar o esquema, protegen-
do a pessoa de entrar em contato com o mesmo.
c) Estratégias de compensação do esquema: implicam, aparentemente,
estilos (cognitivos ou comportamentais) opostos ao esquema ativado, de
forma que a pessoa novamente não se dá conta da existência do esquema.
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