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Amós: O Prumo de Deus

Amós profetizou no 8º século a.C., poucas décadas antes da queda


de Samaria, capital de Israel. Ele recebeu de Deus a tarefa difícil
de explicar para um povo próspero e aparentemente seguro que
sua destruição violenta seria iminente. Seu trabalho foi feito
durante o reinado de Jeroboão II, o período mais próspero desde o
reinado de Salomão, o riquíssimo filho de Davi.

O principal obstáculo para este pregador da verdade foi o mesmo


que impede a pregação do evangelho puro nos dias de hoje. Os
israelitas interpretavam sua prosperidade material como prova da
aprovação divina, exatamente como o fazem os adeptos da
teologia da prosperidade na nossa época. Mesmo quando este
servo de Deus mostrou as graves falhas morais, éticas e espirituais
do povo, não deram ouvidos. Como poderiam acreditar na
iminência do castigo divino quando Deus “obviamente”
abençoava a nação?

Amós combateu esta complacência dos israelitas com mensagens


fortes. Começou com avisos que os israelitas facilmente
apoiariam, mostrando as consequências dos pecados dos povos ao
redor de Israel. Ele repete a mesma fórmula na reprovação de
cada nação: “Por três transgressões . . . e por quatro” para
condenar a Síria (Amós 1:3-5), a Filístia (1:6-8), a Fenícia (1:9-
10), Edom (1:11-12), Amom (1:13-15), Moabe (2:1-3) e até de
Judá (2:4-5). Dá para imaginar os israelitas aplaudindo a
condenação dos outros. Mas como imaginariam que a lista de
nações condenadas terminaria com mais uma mensagem: “Por
três transgressões de Israel e por quatro, não sustarei o castigo”
(Amós 2:6)? E se Israel não esperava entrar na lista, que surpresa
descobrir que esta nação seria o principal alvo da ira divina! O
resto do livro focaliza os pecados de Israel e suas consequências.

Na leitura de Amós, observa-se o conteúdo dos capítulos:

Capítulos 1 e 2 falam dos motivos do castigo que Deus traria


sobre as nações ao redor de Israel e, afinal sobre o próprio povo
israelita.
Capítulos 3 e 4 descrevem os erros da nação de Israel em confiar
na sua prosperidade e ignorar os princípios da vontade de Deus.

Capítulo 5 chama o povo a buscar o Senhor, o criador do


universo, e viver.

Capítulo 6 enfatiza os abusos do povo que vivia sossegado no


luxo e corrupção, insensível à vontade do Senhor.

Capítulos 7 e 8 relatam uma série de visões que mostram que


Deus havia agido com longanimidade, mas que realmente
castigaria o povo rebelde.

Capítulo 9 continua com o tema do castigo e, depois, encerra o


livro com uma mensagem de esperança, promessas da restauração
do povo purificado depois do seu cativeiro.

A visão do prumo de Deus está entre os textos mais memoráveis


de Amós. Logo depois de duas visões nas quais Deus reteve a sua
ira, a visão do prumo apresenta Deus com prumo na mão
fiscalizando o muro torto que representa Israel (Amós 7:6-9). A
nação que o próprio Senhor construiu como muro reto havia se
inclinado tanto no seu afastamento de Deus que não restava
opção. Deus prometeu passar pelo meio do povo para castigá-lo.
Esta mensagem e o profeta que a entregou enfrentaram a forte
oposição da liderança religiosa de Israel, mas Amós não voltou
atrás. Apesar das ameaças de Amazias, o sacerdote que guiava o
povo na sua idolatria, Amós ficou firme em pronunciar a palavra
de Deus (Amós 7:10-17).

Hoje em dia, precisamos da mesma coragem que Amós


demonstrou para falar a verdade da palavra de Deus,
independente do clima religioso e político.

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