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Esdras: A História do Retorno dos Judeus à Terra Prometida

Esdras começa onde 2 Crônicas parou, com o decreto de Ciro


permitindo que os judeus voltassem a Jerusalém. A história
relatada neste livro abrange oito décadas, encerrando um pouco
mais de 450 anos antes do nascimento de Jesus.

Para entender o livro de Esdras, é preciso um entendimento do


contexto histórico. Os assírios espalharam os hebreus de Israel (o
reino do norte) quando destruíram sua capital, Samaria, em 721
a.C. Pouco mais de 100 anos depois, o império da Assíria caiu à
Babilônia, e os territórios dominados pelos assírios passaram ao
controle dos babilônios. Logo em seguida, a Babilônia começou a
atacar Judá (o reino do sul). Levaram judeus de Judá cativos em
três etapas: (1) 605 a.C. – Daniel foi entre os jovens nobres
levados à terra dos babilônios; (2) 597 a.C. – Ezequiel foi levado
com este grupo; (3) 586 a.C. – Neste ano, a cidade de Jerusalém
foi destruída junto com o templo dos judeus, muitos dos judeus
foram mortos e outros foram levados ao cativeiro na Babilônia.
Alguns dos pobres foram deixados na terra, e ao profeta Jeremias
foi dado a escolha de ir para a Babilônia ou ficar em Jerusalém.
Ele optou por ficar com os pobres em Jerusalém.

A Babilônia, por sua vez, caiu aos medo-persas, conduzidos por


Ciro, em 539 a.C. Eles adotaram uma política diferente dos seus
antecessores, permitindo que os povos dominados voltassem às
suas terras. Especificamente, os judeus receberam autorização e
apoio dos medo-persas para voltar para Jerusalém. O livro de
Esdras começa com este fato importante.

Este livro pode ser dividido em duas partes principais:

Capítulos 1 a 6 relatam a história da primeira volta a Jerusalém,


quando aproximadamente 50.000 pessoas voltaram sob a
liderança de Zorobabel. Este retorno aconteceu logo depois de
Ciro autorizar a repatriação dos cativos. Os livros de Ageu,
Zacarias e Neemias acrescentam informações úteis no estudo
deste período. O propósito principal deste primeiro grupo foi a
construção do templo. Os planos foram frustrados, porém, e o
trabalho demorou muito mais do que esperavam. Esdras trata
destas dificuldades da perspectiva política, falando sobre a
interferência dos inimigos dos judeus, enquanto Ageu e Zacarias
abordam o mesmo problema do lado espiritual, incentivando os
próprios judeus a serem mais fieis ao Senhor para completar esta
obra. A construção básica do templo foi terminada por volta de
518, uns 20 anos depois da volta de Zorobabel.

Capítulos 7 a 10 falam do trabalho de Esdras, um sacerdote e


escriba altamente capacitado para ensinar a Lei de Deus ao povo.
Em 458 a.C., Esdras e um grupo de mais de 1.700 pessoas
voltaram a Jerusalém. Seus propósitos foram principalmente dois:
(1) Levar materiais preciosos para uso no acabamento do templo,
e (2) Ensinar o povo para que fosse fiel ao Senhor.

Há muitas lições valiosas deste livro, entre elas:

1) Deus é fiel. Ele prometeu consequências graves como guerra e


cativeiro se o povo fosse rebelde (Deuteronômio
28:25,32,36,40,49,64-66). Por outro lado, ele prometeu trazer de
volta à sua terra o povo arrependido (Deuteronômio 30:1-5).
Esdras mostra a fidelidade de Deus em cumprir sua palavra.

2) A obediência, mesmo quando for difícil, é fundamental à


comunhão entre o homem e Deus. O ensinamento e a aplicação da
Lei na vida dos israelitas foram de suma importância no trabalho
de Esdras. A obediência exigia sacrifícios difíceis, até a separação
de casamentos condenados por Deus, pois Esdras viu a palavra de
Deus como autoridade absoluta na vida do seu povo.

Esdras traz uma mensagem da misericórdia de Deus para com


aqueles que voltam para ele!

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