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L' insu que sait

de I' une bévue


s'aile à mourre

Jacqueslacan
Seminário XXIV

Tradução heReSla facebook.com/lacanempdf


JACQUES LACAN

SEMINÁRIO 24

L'INSU QUE SAIT DE L'UNE BÉVUE


S' AILE À MO URRE

1976 - 1977

Edição heReSla

Tradução do seminário 24 (inédito)


Para circulação interna
As figuras citadas nas lições deste seminário não constam na presente
versão. As mesmas podem ser encontradas nas versões em espanhol
deste seminário que estão disponíveis no blog lacanempdf.blogspot.com

16 de novembro de 1976.

Eu já lhes disse, me aborrece muito que haja aqui tanta


gente.
Aí está, há um cartaz, assim, grotesco. Será que vocês
souberam lê-lo? O que isso lhes mostra? L 'insu que sait... -
quando nada, isso faz blá-blá- blá, isso equivoca. L 'insu que
sait e depois eu traduzi o Unbewusst, eu disse que havia aí.
no sentido do uso do partitivo em francês, que havia aí algo
de "um equívoco" (de l' ''une-bévue"). É uma maneira tão
boa de traduzir Unbewusst como qualquer outra, como o
inconsciente, em particular, que, em francês e que, aliás,
também em alemão, equivoca com inconsciência.
O inconsciente, isso não tem nada a ver com a
inconsciência; então, por que não traduzir tranqüilamente por
"um equívoco" (l' '·une-bévue"), tanto mais que isso tem
imediatamente a vantagem de pôr em evidência certas coisas.
4

Por que é que a gente se obriga , na ..


anáhse do
s s on h
que constituem um equívoco como, como os
outro qu
al q u er ,
como um ato falho, com excessão, ,que , há· aig
qual a gente se reconhece, a gente se reconhec
uma cois
ª na
e no chi
· ste
porque o chiste depende do que eu chamei�
a
V . � -
se reconhece no chiste, a gente aí resvala · E , sobr
e isso
Freud fez algumas considerações que não
são
negligenciáveis, quero dizer que o interesse do eh'1ste para 0
inconsciente está, aliás, ligado a essa coisa espec'fi
1 1ca que

comporta a aquisição da língua.


· ··- -·--�:- .
Quanto ao resto. será que se deve dizer que, para a
análise de um sonho, a gente deve se ater àquilo que se
passou na véspera? Isso não é evidente! Freud fez disso uma
regra, mas seria conveniente, mesmo assim, se: ·dar conta de
que há muitas coisas que não somente podem ir além, mas
que se devem àquilo que a gente pode chamar o próprio
tecido do inconsciente. Será que o ato falho também é uma
ui
coisa que deve ser analisada., e estritamente, segundo aq lo
o dia?
que se passou, não na véspera, mas; desta vez, durante
É realmente algo questionável.
Este ano, digamos que, com este insu que sait de / 'une
bevue, eu tento introduzir alguma coisa que vai mais longe,
que vai mai� !o_n� qy�_ 9jpço1,1.�_cj._ent�.
5 � .(, �-
mitir. q
ue
so ad
.
1 sso qu
e é prec1·
i. sso ,
e pode,
- o há entr eomo
Qu e rel aç a

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p r e x ernP 1 0, - l (p s i q ue)
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U

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- o há entre
que relaça - o.?
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-chamamo s co - que fo1
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E, is ·- eu
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o b e se tí tul o. Porque esta e1 ar
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gostan. a de col . r
s
,
m uma ident1d -� Al.ia's
· ad- e.
é o qu e se crista iza e --- =- .,_�
identifi ca çã o .-�
ancê s , é em a lem
ão enunciado de outro
essa - fi caç ao,
- no fr
lugar
Freud, diz Freud em um
mod�: Jdentifiúerung, diz
me lembrava que eu tinha
onde fui achá-lo, p o rque eu não
feito um seminário sobre a Jdentifizierung.

Eu não me lembrava; entretanto eu me lembrava daquilo


que havia no capítulo. Eu não sabia que eu havia consagrado
a isso um ano, mas eu me lembrava que há para Freud pelo
menos três modos de identificação, a sabe r: a identificação
para a qual, não sei bem porquê, ele reserva a qualificação de
'�mo�;; " amor" é a qualificação que ele dá à identi
fic�ção �o
Pªi Por outro lado, o que é que ele diz de
uma identi ficaçào
fe�a d: P articipªçiio..?
_ _ Ele nomeia isso, ele rotula isso de
"'identificação h"1ste'r1·ca". E
depois ha' un1a - terceira
. \. .tt�
1d c!11tl IC llfr u
11; é aquela que ele fohricu a partir d e u m
,

d ,. que eu, o utrora • aliás , guardei de l e a


n truco
traço . e w
h S ,m saber que eu tinha feito todo um sem i nári o
k m rança e
sobre n 1'de nti fic ndio
T • de tun traço a que cham ei "unár io"
_ .

uná rio nos interes sa po rque, como Fre ud 0


) Este traço
é alg uma coi sa que !.'!'!�� a _\'. er csp ccial m�nte
sub linha, não
.., ----
com tuna pes soa amada: uma pessoa pode ser indifere nte. e
um traço unário csco lhid o como constituindo a base de uma
ident ificação. Ele não é indiferente, pois é assim que Freud
acredita poder dar conta da identificação ao bigod inho do

f ührer, que todos sabem de sempenhou um importante pap e l.


É uma questão que tem muito intere sse, porque, e nfi m,

disso resultariam certas proposições que têm sido ave ntadas


de que o fim da análise seria ( Uíentificar-se ao - cméiliaj
Quanto a mim, eu não assim. Mas, enfim, é o que, ali ás,

Balint sustenta. É muito surpreendente. Balint, e u disse !

- -"
A que. então, identificar-se no final da análi se? Seria
----,
l��tific;:�e a seu i ncons cie �� É o que eu não creio
� . Eu
não o creio porque o incon sciente resta - digo , resta
; eu não
digo resta eternamente, porque não há
nenhuma eternidade
resta o Outro . É do P,ut13> (�
com um A mai úsc ulo , que
se trata no ��i;nt� Nã
o vejo como se po ssa dar um
sentido ao inconsci ente qu
e não sej a o de situá-lo ne
s se
Ou tro . portador dos sig
ni fican tes , que puxa
os co rdéi s
7

daq ui lo que é chamado imprudentemente, imprudentemente


po rque é ai que se levanta a questão do que é o sujeito a
partir do momento em que ele depende tão inteiramente do
Outro .
Então, em que consiste esta re-marcação (repérage) que
é a análise? Será que isso seria, isso não seria identificar-se,
identificar-se tomando suas garantias, uma espécie de
distânci � iden�ificar-se a seu sintoma?
Eu afirmei que o sintoma, isso pode ser - é moeda
corrente - isso pode ser o parceiro sexual. Está na linha
daquilo que eu proferi, proferi sem que isso lhes fizesse
vociferar, é um fato; eu proferi que, que o sintoma tomado � �'•. .
nesse sentido é - para empregar o teimo conhecer - é aquilo
que se conhece, é mesmo aquilo que se, aquilo que se
conhece melhor, sem que isso vá muito longe. Conhecer não

tem estritamente senão este sentido. É a única forma de

conhecimento tomada no sentido em que se diz que bastaria

que um homem dormisse com uma mulher para que se possa

dizer que ele a conhece, e também o inverso .

Como, apesar de eu me esforçar, é fato que eu não sou

mulher, eu não sei o que é daquilo que uma mulher conhece

de um homem. É bem possível que isso vá, que isso vá muito

longe . Mas isso não pode, mesmo assim. chegar a que a

mulher crie o homem . Mesmo quando se trata de seus filhos.


--- 8

l uma c o isa que se a prese nta co mo u


!: d e a g m
truw - s . .
.. o úte ro da mulher, a cri a nç a e p ara sita , e t u
N
p ara s 1 11 s1n o. . . cto
. u1• do O fato de que as c01sa s p odem ir m ui to m
o i nd ic a, mc 1 aJ
s i ta e esse ventr e.
e ntre es se para
ue r dizer c onhecer ( conna itre)? C onhecer
" E ntão, o q Ue q
. bcr li dar com (sav o ir fai re a vec) esse sint ama.
quer dizer sa . ,
�ara ç á- l o , s aber m a mp ula -l o , saber - isso te
�cr d� II U m
s onde a � q ��- �?omem faz ��� _s ua
a lguma c oisa que c �� p O!_
. · ar a
. age 111 - e 1 mag i n a ma neira pel qua l a gente s e v i ra c o m
1m
- -- ----- sin . · t on1 a . T rata-se aqui, certamente, do narc isi smo
es se .-- ..
sec und an . · 0 . 0 narc isism o radi ca l, o narcisismo que
�pri m ário estando, nessa ocasi ão, exc luí do. Saber
se v irar (sav oir y faire) com o seu sintoma está aí o fi m da
análise; é preciso reconhecer que é co nciso . Isso não vai
verdadeiramente ( sic) longe!
Como isso se pratica é, bem entendido , o que eu me
esforço em veicular nessa multidão , não sei com que
resultado . Eu embarquei assim nessa canoa po rque no fundo
me provocaram; é o que resulta daquilo que foi publicado
por não sei qual série especial de Ornicar sobre a cisão de 53
.
Eu teria sido certamente mais discreto se a ci ã
s o de 53 não
t ivess e aconte cido .
A metáfora, em uso para o que
chamamos o acesso ao
l
Rea , é o que é chamado m
odel o. Ha. um chama do Kel vm
que se interessou muito por isso. Lord mesmo - ele se
cham ava L ord Kelvin - ele considerava que a ciência era
al gum a c oisa na qual funcionava um modelo e que permitia.
co m a aj uda desse modelo, prever quais seriam os resultados.
os re s ultados do funcio namento do Real.
Reco rre -se, portanto, ao imaginário para se fazer uma
idé ia do Real. Escrevam, então, "se fazer" C"se faire") "se
fazer uma idéia", eu disse, escrevam-no "esfera" ("sphere"),
para sab er o q ue o imaginário quer dizer. O que eu afiancei
no meu nó bo rromeano do Imaginário, do Simbólico e do
Real, conduziu-me a distinguir essas t� es!eras e , então, em
seguida, a re atá-las. Foi preciso, portanto, que eu passasse
.__��=-=-==.:.

por essas três bolas - há datas, eu enunciei o Simbólico, o


Imaginário e o Real em 54; eu intitulei uma conferência
inaugural com estes 'três nomes tornados, em suma , por

,JÓ· l'Y'-� pi0p-


-
mim, o que Frege chama nome próprio.
Fundar um nome próprio é uma coisa que faz sobressair
um pouquinho o nome próprio de vocês. O único nome
próprio em tudo isso é o meu.. A extensão de Lacan ao
Simbólico, ao Imaginário e ao Real é o que permite a estes
três termos consistj rem. Eu não e stou especialmente
orgulhoso disso, mas eu me dei conta, depois de tudo, que
consistir, isso queria dizer alguma coisa, a saber, que era
preciso, que era preciso falar de corpo, que há um corpo do
,,,...S / � j.8'' � 1 0/
� --- S wV ,-- ""' �bó "�
L � · 4wn c orpo d o Sim l i co que é lalíngu e
a, um
ag i nár i o.
I rn o e l e ap arece . Nã
c om o é
al qu e na_ o se sa b e
Re
c o rpo d o mp l i cação venha de mim, mas e l a es

ão qu e a c o
.
si mples. N .
É rq ue e u e sti ve, co m o diz o outro
. de que se trata . p o
.
0aqui 1 o .
éia qu e o mcon sc 1 ente de Fr eud
co m a id
confrontado a isso, mas responder
q ue eu te nt ei não re sponder
sustent a,
. sensata quer dizer, não imag inando que esta a-
aí de m an ei ra
que eu quero
. ao
_ a qu .
i 1 0 d e que Freud se avi sou , . é is,so
vis ,
coi sa que esta ria
. isão c onc erne a alguma
di zer, q ue e ssa a-v
um daqu eles que fazem
) 0 0 jpterio r
de cada um , de cada
esse fato[uma uníd;iJ
�tid ão e que crê s er, por
tidão (foule) - que
Traduziu-se essa noção de mul
- traduziu-se por
Massenpsychologie quer bem dizer
Psychologie co/letive et ana/yse du moi. Nada o justifi ca. Por
� mais que Freud tenha partido expressamente daquilo que
Gustave Le Bon chamou explicitamente psychologie des
Joules, traduziu-se por psicologia coletiva. Uma coleção !
Uma coleção de pérolas, sem dúvida, cada um sendo uma .
l. i

Ao passo, ao passo que o de que se trata é de dar conta


da existênc ia, da existência ness� �.�]tidãoj de alguma coisa
que se quali fica _Ç,\"m oi") · 0 que po d' ena . ser, esse eu
' .
) ?
( moi' . E o que . . . , para tentar expl icá- lo a voc
. ês, eu tentei
.
imagmar este ano o uso daq uilo que se
chama uma top ologia
.
( Fig. I ).
- ---
11

u ma topolog ia - como vocês poderão apreendê-lo

apenas abri nd o qualquer coisa que seja que se chame


topol ogi a ge ral - uma topologia, isso se funda sempre sobre
um toro m es mo se esse toro é, na ocasião, uma garrafa de
K lei n, porque uma garrafa de Klein é um toro, um toro que
se atrave ssa a si mesmo. Eu falei disso há muito tempo atrás.
P oi s bem. Aqui ( Fig. I ), aqui vocês vêem que nesse

to ro há alguma coisa que representa um interior absoluto .


Quan do se está no vazio, no ôco que pode constituir um toro,
e sse to ro po de ser uma corda, sem dúvida; mas uma corda
ela própria se torce, e há aí alguma coisa que é desenhável
como sen do o interior da corda. Vocês não têm, quanto a
isso , senão que desenvolver o que se enuncia como nó em
uma literatura especial.
Então, há aí, evidentemente, duas coisas : há duas
espéci es de buraco (Fig. 1). O buraco que se abre para aquilo
que chamamos o exterior; isso coloca em causa aquilo de que

_____ _
se trata quanto ao espaço; o espaço passa por estendido
quando se trata de Descarte s, mas o corpo funda a idéia de
,
uma outra es écie de espaço. Isso não tem, imediatamente. o
ar de ser aquilo que chamamos um corpo, esse toro em
questão ; mas vocês vão ver que basta revirá- lo. não co mo se
revira uma esfera, porqu e um toro. isso se reYira Je mna
man eira intei ram ente outra.
12

e o o a imagi nar q ue é
Se, aq u i, por ex emplo, eu m p nh
terior de u ma o utra esfera , e u não
ma esfiera q ue está no in
u
o btenho nada que se pareça àqu i l o que eu vou tentar fazer
vocês senti rem agora. S e eu faç o um buraco na outra es fera,
t É
essa es fera aí vai sai r como um guizo; mas é u m oro . um
toro , quer dizer q ue ele vai se comp011ar de outra form a.
Basta que vocês tomem um a s i mples c âmara de ar, um a
c âmara de ar de um pequeno pneu, q ue voc ês se apliq uem a
colocá-lo à prova e vocês verão, então (Fi g . II ) , que o pneu
se presta a essa maneira - vocês vêm como e u tenho
difi c uldade para man ipu lá-lo - se presta a essa maneira de se
enfiar, se posso dizer, nesse cofre, nesse cofre dele, ori ginado
d o c orte, o corte q ue nós tínhamos praticado aqui (Fig. I ) , e
que. se vocês podem prosseguir, supondo que o corte ven ha
aqui, venha aqui se rebater, se inverter se assim podemo s
dizer. o que vocês vão obter é isso (Fig. III) que é diferente.
diferente em aparência, do toro, porque é bem um belo de um
toro, é bem um toro mesmo assim, embora visto desta vez
em corte, é exatamente como se nós cortássemos aqui (Fi g . I)
o toro do q ual se trata . Eu penso que não nos escapa que,
rebatendo isso aqui, até que fechemos o bura co que fizem
os
no toro , é precisamente a fi gura seg uinte q ue ob
temos.
Isso não parece susc itar, se posso dizer, o
con sen timento
de voc ês. É entretanto completamente
sensível; basta
13

e xper im en tar . Vocês têm aqui dois, dois toro s dos quai s um
repres enta aquele que adveio, ao passo que O outro é 0
o ri ginal. S e você s, sobre um desses toros (Fig. IV ), sobre um
des se s to ros acoplados da mesma maneira - isso vai nos
conduzir a outra coisa - sobre um desses toros acoplados
pratic arem a manipulação que eu lhes expl iquei aqui (F ig. I),
a sab er, s e fi zerem aí um corte, vocês obterão essa algu ma
coi sa que se tradu z por isso, a saber : que os toros, estando
aco pla do s. vocês têm, no interior de um desses toros, um
o utro toro, um toro que é da mesma espécie que aquele que
eu des enhei aq ui (Fig. I). O que designa, designa isso, é que
aqui (F ig. II) vocês vêem bem que o que é do primeiro toro,
que o que é do primeiro toro tem aqui o que chamo seu
interio r (F ig. III); alguma coisa no toro foi revirado que está
exatamente em continuidade com o que resta de interior
nesse primeiro toro, esse toro se revirou nesse sentido que,
doravante, seu interior é o que passa ao exterior; enquanto
que, para designar este aqui (Fig . IV) como sendo aquele em
tomo do qual se revira aquele que está aqui, nós nos
apercebemos que aquele que eu designei aqui, ele, ficou
inalterado, quer dizer, que ele tem seu primeiro exterior, seu
�-� �.,..

exterior tal como se coloca no anel, ele tem seu exterior


sempre no mesmo lugar. Houve, portanto, reviramento de um
dentre eles.
14

a de ess a s co i sas sere m mui


Eu p e n so que , apes r to
• A
as er m muit o inibid a s p ara s e imagi n ar' eu pen s o,
1 ncom o d , s e
u de que s e trata no c a
me s mo ass l· m , te r vei culad o aq ilo so .
Eu q uero dize r que - eu m fi z nt e e e nder, u n
esp ero , q a t
o
àqu i lo d e q ue se trata - é p l enament e o bserváv e l q ue i ss o q u e
_
á
e s t aq u i (F i g. II) nã o t e m , ape sa r de s er literalm en te u m
� .
toro, não tem a mesma fo rma, a sab er, que i sso s e apres e nt a
como um bastão ("tr ique "); é um bastão que não de i xa de
ser, entret�o-:-um� quero d i ze r que, como v ocê s vi ram
aqui (Fig. V), o que vem s e form ar é alguma cois a que não
tem mais nada a ver com a primeira apresentação, aquela qu e
enoda os dois toros; isso nã� é, não é a mesma esp éci e de
cadeia , pelo fato do reviramento do que eu chamo, no caso , 0

primeiro toro (Fig . IV). Mas, com relação a esse pri meiro
___ .::_>
toro, com relaçao ao mesmo, o que você s têm é alguma coisa
que se desenha assim (F ig . VI), com relação ao mesmo, o
toro-bastão (tore-tri q ue), se nós- nos l e m brarmos do mesmo,
o toro-bastão vem aqui (Fig. VI), quer dizer qu e , para apoiar
as coisas, o buraco q ue é para se fazer no toro, aquele que eu
designei aqui (Fig. 1), pode ser feito em qualquer lugar do
toro, até mesmo cortar o toro aqui (Fig. VI), porque , então, é
completamente manifesto que esse toro cortado pode se
revirar da mesma maneira, e que seria j untando doi s cortes
que nós obteremos este aspecto. Em outros termos, cortando
15

esse to ro aqui, obtemos o que eu c h am ei a apresen taça- o em


ba stão da mesma maneira, quer dizer que alg_u- ma coi sa que
.....;
se manifetará no toro por [dois}
r:-\
co rtes perm itirá �

reb ati me nto e xatame nte tal. que é j untando u m co rte, e não
fe chand o o corte único, aquet�- que e u fiz aqui, é j untando,
port anto , do is cortes que nós obterem os esse bas�o. 0 que eu
ch am ei po r este termo, ainda que sej a um to ro.
Ei s o que hoj e . . . , - e eu concord o que isso não é fácil de

di geri r - m as o que eu gostaria da próxima vez, a saber, na


segunda terça-feira de dezembro, o que eu gostaria de ouvir a
próxima vez de alguém dentre vocês é a maneira pela qual,
desses dois modos de dobradura do toro (Figs. I e II), sendo
aí j untado um terceiro que é este aq ui (Fig. VI), suponham

que nós temos um toro dentro de um outro toro (Fig . VII), a


mesm a operação é concebível para os dois toros, a saber, de
um corte feito nesse aqui e de um outro corte distinto, pois
que não é o mesmo toro, feito nesse outro, é nesse caso
perfeitamente claro - deixo-lh es isso a conceber - que a
dobrad ura desses dois toros nos dará um mesmo bastão, mas.
exceto
excet o que, no bastão , haverá um conteúdo análog o.
or estará no
que, para os dois casos , desta vez, o interi
dizer . parn o roro
exter ior e o mesm o para este aqui , quero
q ue está no interi or.
- 16

Como, colocaria eu a qu estão, como identi fi car, po rq u e é


. . a identi fi caç ão hfa téri ca a
d1stmto, corn o identificar
iden tificação amorosa, dita ao pa i , e a identificação g ue e u
eham aria de neutra. aq ela que não é nem um a nem o u tra
- u '
q ue é a identificação um :!._�ço particular, a m traço q u e u
a u e
chamei _ é assim que eu tarduzi o einzigen Zug - q ue e u
chamei a um traço qualqu er? Co m o repartir es s as três

--��-
-:----------- -·---.
� __
inversões de toros. homogêneas, portanto, na s ua prática' e,
, __ _ .,
além do mais, que m antêm a simetria, se posso dizer, en tre

.
-
um toro e- um o utro, como re�f-_!l!sLcomo designar de um a
maneir� \homóloJL� a id :ntificação paterna, a identifica ção
<-- -- ·
histérica, a identifi cação a um traço que seja somen
te 0
mesmo?
Eis a questão a repeito da qual eu gostaria que vocês da
próxima vez tivessem a bondade de tom ar partido.
17

1 4 de dezembro de 1976.

Pois bem. Eu não vou fazer comentários.


Bom. Co mo da última vez eu lhes falei de alguma coisa
ass im ( Fig . I ) que não é uma esfera dentro de uma outra,
que é o que se chama um toro, resulta disso - era o que eu
queria ind icar-lh es, indicar-lhes com isso, mas era alusivo
que nenh um resultado da ciência é um progresso.
Contrari amente ao que se imagina, a ciência gira em círculo,
e nós não temos razão de pensar que a gente da, da pedra
lascada tinha menos ciência que nós. A psicanálise.
particularmente, não é um porgresso - p01s que o que eu
quero lhes indicar, pois que, apesar de tudo, eu fico perto
desse tema - a psicanálise, particularmente, não é um
progresso. É um rodeio prático para melhor s e sentir. Esse
sentir-se melhor, é preciso dizer, não exclui o
embruteci mento.
e 18

a, que e u fiz
. m 0 índ ice de d esc onfianç
d a, co
Tudo i n ic ão vado , e pe ç a
o . d e fato não há tod o sen cri
o to d
pe sar so bre
o a e q ue um a pe ç a te m
. . e ). A úni ca c o isa que c nt
ec
a p eç a ( p1 . _ e a
o e·a . É a úni ca defi m çao do todo . Uma p ç
alo r d e tr
o u nã o v
er di zer que, i s so não
d as as cir cunstânc ias; isso qu
v al e em to
ada co mo t oda p o r
. er sen ão circunst ânc ia qu alific
quer d 1z
r o do não é sen ão uma
g ne idade de val o . O t
v a1 er, h om O e
ilo q u e va le no se u
to do é aquilo qu e, é aqu
noça- o d e \•al or O
a
no seu gên ero, um outro da m e sm
gên ero, 0 que val e.

esp écie de uni dade.


e m dire ção à c ontrad ição
Nós avançamo s aí, l entamente,

daquilo que eu chamei / 'une -bév


ue. L ·une-bévue é o q u e se
em q uestão .
troca. apesar de que isso não valha a unidade
L ·une-bévue é um todo fals o . Seu tipo, se posso dizer , é 0
significante. O significante tipo, quer dizer, e xemplo, não há
dele nada de mais tipo que o mesmo e o outro . Quero dize r
que não há significante mais tipo que estes dois enun c iados .
Uma outra wlidade é semelhante a o outro. Tudo que sust enta
a diferença do mesmo e do outro é que o m e smo seja o
mesm o materialmente. A noção de matéria é fund
am ental

nisso: que ela fund a O mesmo. Tudo


que não e stá fund ado
sob re a ma téri a é um a fraude -
maten al-não-mente (matériel-
ne-me nt).
19

m ate ri a l s e apresenta a n ós co m o coFJ)').-sistêocia


0
. n ce ) quero di zer, sob a substância do corpo, quer
( c orp s -sista ,
. . .
a q i· 1o q ue é con
sistente, o que se mantem Junto, a
d izer, d u

. d ui ue se po de c hamar um, um con, dito


maneira aq lo q
te uma unidade . Nada de mais único que um
d iferentem e n
. . as nesse sentido li m itado que ele não é se não
s 1 gnt fii cante m
a o utra emissão de significante. Ele retorna
sem e lhante a um
. ca. Ele significa o todo, o que quer dizer: ele é
ao va1 or . a tro
0 signo do todo.
o si gno do todo, é o significado, o qual abre a
pos si bili dad e da troca - eu sublinho, nessa ocasião, o que eu
disse do po ssível - sempre haverá um tempo, é o que isso
quer di zer, em que ele cessará de se escrever, em que o
sign ificad o não se manterá mais como fundando o mesmo
valor, a troca material , pois o mesmo valor é a introduç ão da
ment ira; há troca, mas não materia lidade mesma .
O que é o outro, como tal? É essa materialidade que eu
dizia mesmo , há pouco, quer dizer, que eu rotulava pelo
signo imitando o outro . Não há senão uma série de outros .
todos os mesm os, enquanto que unidade, entre os quais um
equívoco (une bévue) é semp re poss ível. quer dizer.
que ele
não se perpetuará, que ele cess ará com o equí voco
( comme
bévue).
20

Pois bem. Tudo isso são verdades elementares, mas que


eu creio dever lembrar-las.
O homem pensa, hein! Isso não quer dizer que ele seja
feito só para isso; mas o que é manifesto é que ele não faz
senão i sso de v álido, porque válido q uer dizer, e nada d 'outro
- não é uma escala de valores, a escala de valores, como eu
lhes lembro, gira em círculo - válido não quer dizer senão
isto: que isso ocasiona a submissão cio v alor de uso ao valor
de troca. O que é patente é q ue a noção de valor é i nerente a
esse sistema, a esse sistema do toro. e que a noção de une­
bévue no meu títuJo deste ano quer dizer, quer dizer somente
que se poderia igualmente dizer o contrário: o homem sabe
mais do que ele acredita saber, mas a substância desse saber.
a materialidade que está por baixo, não é nada d'outro que o
sign ificante, porquanto ele tem efeitos de significações . O
homem fala-ser (parle-être ) como eu disse, o que não quer
dizer nada d'outro senão que ele fala significan te, com o que
a noção de ser se confunde.
Isso é real . Real ou verdadeiro? Tudo se passa nesse
nível tateante, como se as duas palavras fossem sinônimos.
Mas o inquietante é que eles não o são em toda parte. O
verdadeiro é o que se acredita tal : a fé, e mesmo a fé
religiosa. Eis o verdadeiro que não tem nada a ver com o
real.
21

ál se, é preciso be m d i zê-lo, roda no m es m o


A p si can i
.
giro. É a fonn a moderna da fé, da fé religiosa . À deriv a' e i s
erdadeiro quando se trata de real.
o nde está o v
Tud o iss o porque, manifestamente , - desde sempre se
o fosse tão manifesto - manifestamente não há
saberi a, se nã
(co nnaissance). Não há senão do saber no
co nh ec im ento
dis se de início, a saber, que a gente se engana.
senti do q ue eu
é
U m eq uí vo co (une bévue) do que se trata. Giro em círculo
da fi los ofi a, trata -se de dar um outro sentido ao tenno
"si stema do mund o" que é bem preciso conservar, ainda que,
des se m undo, não se pode nada dizer do homem a não ser
que ele dele fracassado/caiu nele/dele [decair/?] (chô). Nós

vamos ver como.


Mas isso tem muita relação com o buraco central do
toro. Não há progresso porque não pode haver. O homem

gira em círculo se o que eu digo da estrutura é verdadeiro .

Porque a estrutura, a estrutura do homem é tórica. Não de

todo que eu afirme que ela seja tal . Eu digo que se pode

tentar ver onde está o negócio, tanto mais que a isso nos

incita a topologia geral.

O sistema do mundo até aqui sempre foi esferoidal .

Bom, poder-se-ia, talvez, mudar. O mundo foi sempre

pintado até o momento desse jeito, pelo que os homens

enunciaram; foi pintado no interior de uma bolha. O Ü\·ente


22

. ra, el e próprio , como um a b o lha , mas com o ternpo


se co ns i de
l fonna' percebeu que el e não era uma bo i a,
el e. de a guma
uma bol ha .
p ce er que e le é organi zado , q uero
Por que não se a er b
d izer, aq uilo que se vê do corpo viv o , q ue e l e é organi zado
(trique) outro dia ( Fi g. II ): ei s
como O q ue eu chamei bastão
de
aí, eu tento desenhar isso ass i m; é e vi nte que é bem ao q ue
chega isso que conh ecemos do corpo co mo con sis tente.
Chama-se a i sso "ecto", a isso, "endo ", e , então, em torno há

0 "meso "; é assim que está feito, aqu i há a boca e aq ui 0


contrário, a boca po sterior . S ó q ue esse bastão (tri q ue) não é
outra coisa senão um toro. O fato que nós sej amos tóricos vai
muito bem, em suma, com o que eu chamei outro dia triq ue .
É uma elisão do "o".
Então, isso nos leva a considerar que o histéri co, que
todos sabem ser ele tanto macho como fêmea, o his-tóri co, se
eu me permito este deslizamento, é preciso considerar, em
suma, que ela não é - eu a feminizo na ocasião, mas como
vocês vão ver que eu vou colocar meu peso do outro lado,
será suficiente demonstrar que eu n ão penso que, que não
haja histéricos que femininos.
A histórica não tem, em suma, para fazê -la
consistir,
senão o inco nsc ient e. É a radicalmente
outra. Ela n ão é
mesmo senão enq uanto Outro. B
em, é o meu caso ; eu
23

o tenho senão um inconsc ien te. É mesmo p


tam b ém , eu nã or
penso nisso todo o tempo. A tal ponto que
isso que, que eu _
lhes testemunhar - a tal ponto que eu penso 0
en fim , eu po sso
e que isso não quer dizer nada de outro. É
un i verso tó ri co
que e u não consisto senão e m um inconsciente no qual,
certamente, eu penso noite e dia, o que faz que / 'un e-b évue
se tome ine xato. Eu faço a tal ponto pouco equívoco (peu de
bévue ) que é a únic a coisa... certamente, eu o faço de tempos
em tempos, isso não tem senão pouca i mportânc ia; enfim,
• tvv"" i:r�, '1.,()0
acontec e-m e de dizer em um restaurante: "A moça está
restrito a não comer senão lagostins ensopados!". Enquanto
estamos aí a fazer um êrro de gênero, isso não vai longe.
Afinal de contas, sou um histérico perfeito, quer dizer, sem
s i ntho m a, salvo de tempos em tempos este êrro de gênero.
em questão.
Há, mesmo assim, alguma coisa que distingue a
histérica, eu diria, de mim, no caso; mas eu vou tentar
apresentá-lo para vocês (Fig. III). Vocês vêem como a gente
é desajeitado ! Eis aí. Isso são dois. . . eu coloro este para lhes
dar o senti do dele. Isso q uer dizer: um toro que faz cadeia
com um outro. Cada um sabe, porque eu já o indiquei da
última vez, q ue se vocês fizerem um corte aqui. e se \'Oces
rebaterem o toro, vocês obterão alguma coisa que se
apresenta assim ( Fig. IV ), q uer dizer. que reproduz o que eu
24

a re ss al va de que o que
. me smo la trique, com
cham ei ag ora
. h ' po uco as s im, está no interior, no i nte ri or d
a e
e u de senhei,
la trique.
histérica e eu, e eu que, em s uma,
A dife re nç a e ntre a
fo e te r um incon sciente, o uni fico com meu
por rç a d
· nt e a dife renç a é esta: é que. em suma , a histér ica é
con sc1e
m
sustentad a na sua fonn a de trique , é sustentad a p or u a

armadura. Essa arm adura é, em suma, disti nta de se u

co nscie nte. Essa annadura é seu amor por seu pai. Tu do que

nós conhe cemos de casos enunciad os por Freud conc erni n d o

a histérica, quer se trate de Anna O., de Emmi von N. , ou d e


não importa qual outra, a outra von R., por exem pl o, a

montagem é essa alguma coisa que eu designei agora mesm o

como cadeia, cadeia das gerações. Está bem claro que, que a

partir do momento em que a gente se engaja nessa via, não

há razão para que isso se detenha, a saber, que aqui ( Fig. IV

) pode haver alguma coisa de outro que faça cade ia,


e que é
questão de ver que isso não tem muit
o alcance. De que
man eira isso , no cas o, fará triq ue
no que con cern e, no que
con cerne ao am or, ao amor d
o pai em que stão? Isso não quer
dizer qu e, que iss o
esteja res olv ido e que
se po ssa
esquematizar o revir
amento de sse to ro em
tomo do toro 2
chamemo-l o ass im
que se possa es
quematizá-lo por um
25

. t l v z a lguma co i sa que faz obstáculo e, muito


mque. H á a e
aí.
. amente tu do está
prec1s
t d q a cadeia, a cadei a inconsciente, se dete nha
0 fa o e ue
õ o s pais - relação da criança aos pais- é ou não
nas re 1 aÇ es d
fundado ?
S e eu co l oco a questão daqui l o que é um buraco, é
· 0 c o nfiar e m mim. I sso tem uma certa relação c o m a
prec1s
questa-0 U m buraco, assim, de sentimento, isso quer dizer,
q
isso quer di zer isso ( Fig. V ): ue quando eu quebro a
dizer com isso que, por intuição, o
s uperfíc ie, eu que ro
bu rac o é um buraco na superfície, mas uma superfície tem
um d irei to e um avesso, é bem conhecido, e isso significa,
portanto . que um buraco é o buraco do direito mais o buraco
do av esso.
Mas corno existe uma banda de Mõbius que tem por

propriedade conj ugar o direito que está aqui, com o avesso

que está lá ( Fig. VI ), será que uma banda de Mõbius é um

buraco? É evidente que ela tem bem o ar disso. Aqui há um

buraco, mas será um verdadeiro buraco? Não está de forma

alguma claro, por uma simples razão. como j á o fiz observar:

. uma banda de Mõbius não é nada de outro senão um corte: e


é fácil ver que - se isso é definido como um direito. é um

co rte entre um direito e um avesso, porque é suficien tt: que

vo cês consi derem essa figura, - é facílimo ver que. se aqui


26

ui um av esso , pois é o aves so desse


e sta, o d ir' e1· to , está aq
. . ui c rte está entre um d irei to e um ave ss o
d1 rc:1to,. e q ue aq O o ,
n a ban d a de Mõbius, e nós
graç as. a q uê graças a quê, s a
a sso lt
c o rtarm os em d o i s, o di reito e o ve vo am a se r, se eu
po sso d l· z,er, no rmais · a saber, que quando uma band a d e
Mo bi us coi1ada cm dois, vamos pe rc o rrê- la, é fác il i m ag inar
0 que se encontra, a saber , q ue a partir do mome nto e m q ue
há duas voltas, haverá um direito distinto do avesso.
É bem em q uê uma banda de Mõbius é essen cia l m ente
capaz de se des dobrar (Fig. VII); e o que é preciso observar é
que ela se desdobra da manei ra segu i nte que pe rm i te a
passagem - infelizmente não tomei minhas precauçõe s -: eis
a banda de Mõbius tal como ela se redobra, ta l co mo ela se
redobra e tal como se mostra compatível com o toro .
É be m por que eu me dediquei a considerar o toro co mo
sendo capaz de ser recortado segundo uma banda de Mõbius.
É suficiente, é suficiente (Fig. VIII) que a gente recorte ai
não um a banda de Mõbius, mas uma banda de Mõbi us dupla .
É muito precisamente o que v ai nos dar a imagem daqui lo
que é da ligação do consc iente com o inco nsci
ente . O
consciente e o inconsci ente comunicam e são
sustentados por
um mundo tóri co. É nisso que, é
nis so que consiste a
descoberta, descoberta que foi fei
ta por acaso; não que Freud
não tenha se aferrado a isso, ma
s ele não dis se sobre isso a
27

. vra. Ele nunca enunciou especific amente que 0


ú l tima p a l a
e tó rico ; ele acreditava, como o imp lic a to da
mun do foss
ê, que havia essa algum a coisa que eu h á
noç ao � da p si qu
de s c arte i ao dizer " uma bol a e uma outra bo l a em
pouc 0
ri m eira'', esta aqui estando no meio (Fig. IX ); ele
torno d a p
ue havia uma vigilância, um a vig ilânci a que ele
acre di to u q
iquê, uma vigilância que re fletiria ponto po r
cham ou a ps
os . Ele se atinha ao fato daquilo que é
p o nto O co sm
o verdade comum: 4ue a psiquê é o reflex o
co nsid erado com
.
de u m c erto mun do
Que eu enuncie i sso a título, repito, de algo de tentativa,

pois eu não vejo porque eu estaria mais seguro naquilo que


eu introduzo - eu creio que haja muitos elementos que dão o

sentime nto disso - e, sobretudo, em primeiro lugar, o que eu


apresentei sobre a estrutura do corpo, do corpo considerado

como aquilo que eu chamei "trique" . Que o ser vivo. todo ser

vivo sej a designado como "trique", é o que um certo número

de estudos, aliás, anatômicos grosseiros, vieram sempre

confirmar: que o toro sej a alguma coisa que se apresenta

como tendo dois buracos em tomo de quê alguma coisa

consiste, é o que é de simples evidência.

Eu lhes repito, não foi necessário construir muitos

aparelhos, sobretudo microscópicos; é uma coisa que se sabe

desde sempre, simplesmente desde que se tem . . . . que s�


28

co meç o u a di ssecar a anatom i a mai s macros c ó pic a . Que s e


o oro de maneira t al q ue iss o faça um a b
P ossa rec ortar t anda
a
de Mõbiu s de dupl v lto a é certam e nt e no tável . D e um a c e
na
mane ira esse to ro, em questão , é ele própri o , é de próprio
um burac o , e de um a certa m an e ira representa o c orpo . Mas

q ue isso seja c on firm ado pe l o fato de que ess a b anda de


Mõ bi u s que eu já então esco lhi por exprimir o fato d e q u e
a
conj unç ão de um direito e um ave s s o é algwna coi sa q ue

sim boliza bastante bem a un i ão d o c onsc ie nte e d o

inc onsc iente é uma coisa que vale a pena ser lembrada.
Uma esfera, podemos nós considerá-la como u m b urac o

no espaço ? É evidentem ente muito suspeito, é mui to suspe ito

porq ue isso supõe , isso supõe- o que não é evid ente - 0

m ergulho no espa ç o. É ig u almente verdadeiro para o toro; e é

bem em quê é ao divid ir o toro em duas folhas, se posso me


exprimir assim, duas folhas c apazes de fazer urn a dupl a
volta, que nós reencontramos a superfície, quer dizer, alguma
coisa que a nossos olhos é mais segura, é m ais segura, em
todo caso, para fundar o q ue é do buraco .

Está claro qu e não é de hoje que eu faço uso de . . . , desses


encadeameantos (Fig. X). Já então, para simbolizar
o
circu ito, o corte do desejo e da demanda
, eu me servi disso, a
saber, do toro.
29

Eu d i s t ingu i ne l e dois modos, a saber, O q ue 1e:az1a a volt


a
ro
d o to e , d e ou tra pa e
rt , o q e
u fazia a volta do buraco
a i sso, a identi ficação da demanda ao que se
ce ntral. Q uanto
(Fig.XI), e do desejo ao que se aprese nta
apre senta as sim
era completamente signifi cativo.
ass im (F i g. XII)
Há al gum a coisa que e u considerei da úl ti ma vez , a
t
sabe r, i sto , is o que consis te em um toro dentro de um toro.
Se esses doi s toros (Fig. IV), vocês os marcarem, os dois,
c o m um c orte, rebatendo-os, rebatendo os dois cortes, se
po sso me e xpri mir assim, concentic amente, vocês farão vir 0
que e stá no interior ao exteri or e, in versamente, é O que está
no ex terio r que virá ao interior. É muito precisamente em que
me chama a atenção isto: que a colocação em valor, com o
envelopamento , d aquilo que está no interior é alguma coisa
que não é sem ter a ver com a psicanálise.
Que a psicanálise se aplique ao· que está no interior, a
saber, o inconsciente, colocá-lo fora, é alguma coisa que.
evidentemente, tem seu mérito, seu mérito, mas que não
deixa de colocar a questão , porque, se nós supusermos que,
que há três toros, para chamar as coi sas pelo seu nome. que
há três toros que são nomeadamente o Real, o Imaginário e o
Simbólico, o que é que verem os, ao revirar, se posso dizer. o
Simbólico (Fig. XIII)? Cada um sabe que é assim que as
coisas se apres entarão: é que o Simb ólico, visto de fora 1:onw
30

O com relaç ão ao Imag inário e ao Real , s


toro. se enc ntrará, e
passar por cima daquele que e stá e
encontrara, de ve ndo rn
eq ue está de b ai x o. Mas o q ue é qu
ci ma e deb aixo daquel e
o de ordinário, p or um co rte, p
verem oS Procedendo · com or
i ól ico ? O S im bólico revirad
uma fenda. para revirar o S mb o
a a
ass i m ( Fig . XIV) , e i s o que d rá o S im ból i co revirado ss i
rn

(Fig. XV ). D ará um a disposição completam ent e diferente


daquela que chamei o nó bo rro meano, a saber, que 0
s i m ból ico envelopará - envel opará to tal mente, ao se re v irar 0
toro, 0 toro simból ico - envelopará to tal mente o i mag i ná r i o e
o real.
É bem em que o uso do corte, com relaç ão ao que é do
simból ico, apresenta alguma coi sa que arrisca, em suma, no
fim de uma análise, p rovocar alguma coisa que se
especificaria por uma preferê ncia dada, dentre tudo, ao
inconsciente: quero dizer que, se as co i sas são tais, que i sso
se arrange um pouco melhor assim para aquilo que é da vida
de cada um, a saber. que por colocar o acento sobre essa
função, essa função do, do saber de l 'une - bévue pelo qual eu
traduzo o inconsciente, isso pode efet ivam
ente se arranjar
mel hor. mas é uma estrutura, entr
etanto, de uma natureza
essencialm ente diferente daq uel
a que eu quali fiq uei pe l o nó
borromeano.
31

ft que o im ag i nário e o rea l estejam, em suma,


0 a o de
. . ramente inc luídos em alguma coisa que é resu ltante da
intet
. ró ria psicanáli se é a lguma coisa que, que faz
pra, ti c a d a p p
- . al i á s . aí um problema . Eu lhes repito, isso está
q uest a0 · Há
. fa de que, de que não é , afinal de contas a
hgado ao to
C l. que não é a mesm a coisa a estrutura a
mesma o sa• de
ó borrom eano e aquela que vocês vêem aí.
estrutura do n
xpe imentou uma psicanálise é algo que , que
A l g u é m que e r
que marca uma passagem; bem
m arca um a p assag em,
entend ido, is so supõe que minha análise do inconsciente,
enq u anto que fundando a função do s imbólico, seja
co mp letamente admissível. Há entretanto um fato: é que
aparente mente, aparentemente - e eu posso confirmá-lo
realmente - o fato de ter atravessado uma psicanálise é
alguma coisa que, que não poderia ser, em nenhum caso,
levado ao estado ante rior, salvo, b em entendido, praticando
um outro corte, aquele que seria equivalente a uma contra­
psicanálise. É bem porque Freud, Freud insistia para que, ao
menos os psicanalistas, refizessem aquilo que é chamado
correntemente d ois cortes, quer dizer , fizessem uma segunda
vez o corte que eu designo aqui como sendo o que. o que
restaura o nó borromeano na sua forma original.
Aí está .
33

21 de dezembro de 1977.

o que em razão das férias vo cê s


B o m. Eu me regoz1J
,, ..,, meno s numeroso s, pelo menos, eu me regozijava, eu
seJ. .....
p damente, mas. mas eu devo lhes di zer
me re go zij ava anteci a
que hoj e eu não e stou . . . Você está aí! eu estou contente;
ve nha, venha porque eu quero lhe pedir para me substituir.
vamos! É uma sorte que ele tenha vindo, eu não estava certo,
eu não lhe telefonei. Bom!
Se em um corte sistemático de um toro, um corte que
tem por efeito produzir uma dupla banda de Mõbius, - este
corte está aqui presente (Fig. l ), o toro está aí, e para
significá-lo, para distingui-lo da dupla bola, eu vou, com a
mesma cor do toro em questão, eu vou desenhar aqui um
pequeno círculo que tem por efeito designar o que está nt)

interior do toro e o que está no exterior; - se nós cortamos


alguma coisa tal que . . . , aqui, nós cortamos o toro segundo
alguma c oisa que, eu lhes disse. tem por resultad o fo rneú'r
34

� d�lª banda de Mõbius; nós não podemos fazê-lo se�,


ue e stá no i nteri o r do toro , o que está
pensando no q no
. . em razã o do corte que aí prati c '""'
mtenor do toro ::l n...1o s
1

os doi s cortes d e uma tal maneira que


enquanto c onjugando 0
' J· unta esses do i s c ortes sej a uma b and a de
plano 1dea1 que
Mõbius.
V oc ês vêem que - aqui, eu corte i dupl amente pel a l inha
verde eu c ortei O toro (F ig . l ) - se nó s juntamos es se s do i s
cortes com a ajuda de um p lano estendido , nó s obtemos uma
banda de M õbius: é bem por isso que o que está aqui (F i g. 3)
e , por outro lado, o que está aqui (F ig . 4) co nstituem uma
dupla banda de Mõbius. Eu digo dupla ; o que isso quer
dizer? Isso quer dizer uma banda de Mõbius que se dup li ca , e
uma banda de Mõb ius que se dupl ica tem por proprie dade
(Fig. ), como da última vez eu já lhes mostrei , tem a
propriedade não_ de ser duas bandas de Mõb ius, mas de ser
uma só banda ·de Mõbius que aparece assim ( Fig. 6), que
aparece assim como resultado do dup lo corte do toro.
A questão é a seguinte: essa banda de Mõb i us dupla
(Figs . l e 6), é ela dessa forma (Fig . 3) ou dessa aqui
(Fig.4 )?
Em outros termos, passaria ela - eu falo de
um a das vo ltas -
passaria ela diante da volta seguinte. a
quela que está al i, ou
passaria ela atrás? É alguma coi sa
que não é evidentemente
indiferente a partir do momento
em que nos , procedemos a
35

c o rte . es se dup lo corte que tem por resultado


d up l o
e sse dup la b anda de M õbms .
i na r e s s a
dete rrn de senhei muito mal essa fi gura; graças à Glóri a
.
Eu l h e s
melho r. Eu vou desenhá- la melhor :
u p o d e r de senhá-l a
eu v o
e 1 a de v eria ser desenhada (Fig.6) - eu não sei se
o
e t. S com ,
• em perfeitamente elaro, mas e certo que, que a
ve
vo c ê s a . • •
Mõb iu s se redo bra d a maneira que voce s veem
de
banda
. E' aqui que (Fig. 6) - eu não estou, na verdade, muito
aqui.
• &. ·t
tt s 1 et o co m O que eu fiz, mas o que eu estou tratando de
s a
ar- h , quero dizer que. como eu passe i a noite
mo str l es
esse negócio de toro. eu não posso dizer que
co g1·tando sobre
uito satisfatório - o que aparece
0 que lhes dou aí sej a m
essa dupla banda de
c omo resultado daquilo que eu chamei
Mõbius . da qual lhe s peço tirar a prova, a prova que se
experimenta de maneira simples com a única condição de
tomar duas folhas de papel, de desenhar aí um S maiús culo,
algum a co isa desta espécie (Fig.7). Desconfiem; porque esse
S maiúsculo exige ser desenhado com, primeiro, uma
pequena curva e, em seguida, uma grande cun·a: aqui o
mesmo, a pequena curva e em seguida urna grande curva. Se
vocês cortarem dois sobre uma folha de papeL sobre wna
folha de papel dupla, vocês verão que, dobrando as Ju::is
coisas que vocês cortaram sobre uma única folha de papd.
você s obterão naturalmente uma j unção da folha dl!' r:rp�..·I 11"
36

º
1 com a folha de papel n 2 , e da folha de papel nº 2
co111 a
folha de papel n 1 , quer dizer que voc ês terão o
º

que
designei, há pouco, como uma dupla banda de Mõbius .
V ocês poderão constatar facilmente que es sa d
Upla
banda de Mõbius se recorta, se posso me exprimir as
s1111
indiferentemente; quero dizer que, o que aqui está em .
e una
depois passa por baixo e, em seguida, tendo pas sado
Por
cima. repassa por cima; é indiferente: fazer pass ar O que de
início passa por cima, pode-se fazê-lo p assar p o r baixo ·
v ocê s constatarão com facilidade que essa dupla banda de
Mõbius funci ona indiferentemente. Q uer isso dizer que aqui
seja a mesma coisa (Fig.6)? Quero dizer que, de um mesmo
ponto de vista, pode-se colocar o que está emb aixo, em cim a,
ou inversamente. É bem, com efeito, o que a dupl a banda de
Mõbius realiz.a.
Eu me desculpo por me aventurar em al guma coisa que
para mim mesmo foi muito custosa, mas é certo que é assim.
Se você s funcionarem produzindo da mesma maneira q ue eu
apresentei a vocês essa dupla banda de Mõbius, a saber,
dobrando duas páginas, duas páginas recortadas assim de tal
maneira que a l v em se conjugar com a segunda página, e
que, inversamente, a segunda página vem se conjugar com a
página 1 , vocês terão exatamente esse resultado, esse
resultado a propósito do qual vocês poderão constatar que se
37

as s ar m· diferentemente um, se posso dizer, diante


ai e r P
p o de f . a 1 diante da p ágm. a 2 e , i. nversamente ,
o , a pá g in a
do O u tr · ·
an te d a p ag i na 1
d .
· gina 2
i
Pª . s us pen são que resu· 1ta� d. essa co 1 ocação em
o ual e a
ê n c i a ? E ssa colocação em evidencia de que, na dupla
ev i d
" ' 0" b !. Us • O que está na frente, de um mesmo pont o
de 1v1
b aJl da
. Sta p asso u P ara trás. do ponto de vi sta que permanece o
de V I
. o nos conduz a alguma coisa que. eu aí lhes
!llesm o, i s s
. . dª orde m de um saber- fazer , um saber-fazer que é
j nc 1t o , e
no sentido em que ele não s e dá sem a
dern o nstrativo
po sst' b1Td 1 ade de um equívoco (l ' une-bevue). Para que esta
p o SSl' bili
d ade se extinga é preciso que ela cesse de se
escrever, quer dizer, que encontremos um mei o, e um meio,
nesse caso, exato . um meio de distinguir os dois casos.
Qual é o meio de distinguir os do is casos? Isso nos
interessa porque l 'une-bév ue é al guma coisa que substitui.
que sub stitui a aquilo que se funda como saber que se sabe. o
princípio de saber que se sabe sem sabê-lo {[e) , o o aí se
refere a alguma coisa. o o é um pronome. neste caso, que se
refere ao próprio saber, não como saber, mas enqu anto �

J�
1
';_if
�saber. E bem em que o inconsciente se presta a aquilo que
eu acreditei sustentar com o título de l 'une- bévue. O inter
ior
e o exterior, neste caso , a saber, no que concerne
ao toro. sào
noção de estrutura ou de forma? Tudo depende da
concepção
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paço, e eu diria, até um certo pont0 , d


q ue se te m do es aq u i l
com o a v er d ad o
. tarem os e d
que nos ap o n o espa ç o
t um a v e rd d e do espaço. q u e é aq u e la d e
. li ª.
certam en e a o 0 rpo
.o
cas o • é algum a c01 sa qu e não se fu nd
c orpo. ne ste a s enã
o
r da de do esp aç o .
so bre a ve
. dissi metria que eu c ol
E b em em que a espécie de o c o em
. a en o. ssa dissimetria se prend
e v1 de� nc 1· a tem seu fund m t E e ao
fato q ue eu designe i como o mesmo ponto de vista e é bem
es e o
em que O eu queria introduzir t an é al guma coi sa que
me i mporta. Há uma mesm a d issimetri a, não s o me nte
concern ente ao corpo, mas concernente ao que eu de s i g nei
pe lo s im ból ico. Há uma dissimetr ia do significante e do
signi fi cado que perman ece enigmáti ca. A questão q ue e u
queria avançar este ano é exatamente esta : seria a dissi metria
do significante e do significado da mesma natureza que
aquela do continente e do conteúdo que é, aliás, algum a co is a
que tem sua função para o corpo? Aqui, importa a dis tinção
da forma e da estrutura . Não é à toa que eu marquei isso aqui
(Fig. 8}, é um toro, apesar de que sua forma não o deixa
aparecer .
Seria a forma a lguma coisa que se presta à sugestão?
Eis
aí a questão que eu co loco, e
que coloco aventando a
primazia da estrutura. Aq ui (F g
i . 9) me é difícil não adiantar
que a garrafa de Kl e in , ess
a vel ha garrafa de Klein, à qual eu
39

. , se 1...,e lembro , be. m, em Os Quatro Conce itos


f e r J u

J:Jle re . a Psicanalzse, essa ve lha garrafa de K l em


rn e n t a is d
fufl
da - . .
.1 dade e sta forma; ela nao e estntamente outra
a re a I
te J:Jl n _ . t . s al vo que, p ara que i sto faça garrafa, nó s a
so
o .
i s a s e n ao i
c
a rn o s as s i m • a saber, nós a tomemos sob a forma
eo rrij faze mos de uma mane ua tal que n ão
g u i n t e o n de O
se
r e end emo s mai s nada da sua natureza essencial.
o
e rn p
, ue e fe ti vamente , no fato de chamá-la garrafa, não
S e ra q
fa l s i fi cação , uma falsificaç.ão com relação a que
há urn a
r ntaç ão, aqu i em verde (Fig. 10), é a alguma
ap enas sua ap ese
guma coisa que , precisamente, perm it e
coi sa . é a al
ediatamente aquilo em que a junção do
cornPree nd er im
e aves s o, quer di zer, tudo o que se rec011a
direito s faz com o
ne ss a sup erfíci e com a condição de fazê-la compl eta, e está
aí també m uma questão : o q ue dizer quanto a fazer um
reco rte que interessa ai toda a superfície?
Eis as questoes que eu coloco e que eu espero poder
resol ver este ano, quero dizer que isso nos conduza a alguma
coisa de fundamental quanto ao que é da estrutura do corpo.
ou mais exatamente do corpo considerado como estrutura.
Que o corpo possa apresentar toda espécie de aspectos que
são de pura forma que, há pouco. coloquei sob a dependência
da sugestão, eis o que, o que me importa. A diferença da
form a, da forma porquanto e l a é sempre mais ou menos
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sugerida com a e s trutura, e i s o que e u gostari a de


' A . Col o car
e ste ano , em ev1 denc1a para voces. P e ç o de sc u1
A

Pas·• ISs
devo dizer, não é seguram nt e e o q ue de me lhor . . o,
� . go staria d e
lhes traze r esta manha . Tive, voc ê s vêem
. , grand e
i nquietação, eu me embaraço, e o caso d e d izê -l o , lla é a
o
prime ira v ez, e u me embaraço naquilo que eu ten h
o a
r d
pro fe ir ia nte de oc
v ê , s e é p o r is so q e
u e u vo u l he d
s ar a
o portunidad e d e te r alguém q u e s erá e sta ma h
n ã um orador
melhor que eu, o u seja Al ai n Didier, q ue e stá aqui prese nte e
que eu convido para v ir no s enunc i ar o que el e extraiu d e
c ertos dado s que são o s me us , que são des enho s de e scritura
e que ele terá a bondade de lhes d ar a conhece r.

[ Exp osição de M.A. Didier Weil ]

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