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Seminário 24 - Jacques Lacan (PT)
Seminário 24 - Jacques Lacan (PT)
Jacqueslacan
Seminário XXIV
SEMINÁRIO 24
1976 - 1977
Edição heReSla
16 de novembro de 1976.
int erior qu
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identifi ca çã o .-�
ancê s , é em a lem
ão enunciado de outro
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- no fr
lugar
Freud, diz Freud em um
mod�: Jdentifiúerung, diz
me lembrava que eu tinha
onde fui achá-lo, p o rque eu não
feito um seminário sobre a Jdentifizierung.
- -"
A que. então, identificar-se no final da análi se? Seria
----,
l��tific;:�e a seu i ncons cie �� É o que eu não creio
� . Eu
não o creio porque o incon sciente resta - digo , resta
; eu não
digo resta eternamente, porque não há
nenhuma eternidade
resta o Outro . É do P,ut13> (�
com um A mai úsc ulo , que
se trata no ��i;nt� Nã
o vejo como se po ssa dar um
sentido ao inconsci ente qu
e não sej a o de situá-lo ne
s se
Ou tro . portador dos sig
ni fican tes , que puxa
os co rdéi s
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_____ _
se trata quanto ao espaço; o espaço passa por estendido
quando se trata de Descarte s, mas o corpo funda a idéia de
,
uma outra es écie de espaço. Isso não tem, imediatamente. o
ar de ser aquilo que chamamos um corpo, esse toro em
questão ; mas vocês vão ver que basta revirá- lo. não co mo se
revira uma esfera, porqu e um toro. isso se reYira Je mna
man eira intei ram ente outra.
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e o o a imagi nar q ue é
Se, aq u i, por ex emplo, eu m p nh
terior de u ma o utra esfera , e u não
ma esfiera q ue está no in
u
o btenho nada que se pareça àqu i l o que eu vou tentar fazer
vocês senti rem agora. S e eu faç o um buraco na outra es fera,
t É
essa es fera aí vai sai r como um guizo; mas é u m oro . um
toro , quer dizer q ue ele vai se comp011ar de outra form a.
Basta que vocês tomem um a s i mples c âmara de ar, um a
c âmara de ar de um pequeno pneu, q ue voc ês se apliq uem a
colocá-lo à prova e vocês verão, então (Fi g . II ) , que o pneu
se presta a essa maneira - vocês vêm como e u tenho
difi c uldade para man ipu lá-lo - se presta a essa maneira de se
enfiar, se posso dizer, nesse cofre, nesse cofre dele, ori ginado
d o c orte, o corte q ue nós tínhamos praticado aqui (Fig. I ) , e
que. se vocês podem prosseguir, supondo que o corte ven ha
aqui, venha aqui se rebater, se inverter se assim podemo s
dizer. o que vocês vão obter é isso (Fig. III) que é diferente.
diferente em aparência, do toro, porque é bem um belo de um
toro, é bem um toro mesmo assim, embora visto desta vez
em corte, é exatamente como se nós cortássemos aqui (Fi g . I)
o toro do q ual se trata . Eu penso que não nos escapa que,
rebatendo isso aqui, até que fechemos o bura co que fizem
os
no toro , é precisamente a fi gura seg uinte q ue ob
temos.
Isso não parece susc itar, se posso dizer, o
con sen timento
de voc ês. É entretanto completamente
sensível; basta
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e xper im en tar . Vocês têm aqui dois, dois toro s dos quai s um
repres enta aquele que adveio, ao passo que O outro é 0
o ri ginal. S e você s, sobre um desses toros (Fig. IV ), sobre um
des se s to ros acoplados da mesma maneira - isso vai nos
conduzir a outra coisa - sobre um desses toros acoplados
pratic arem a manipulação que eu lhes expl iquei aqui (F ig. I),
a sab er, s e fi zerem aí um corte, vocês obterão essa algu ma
coi sa que se tradu z por isso, a saber : que os toros, estando
aco pla do s. vocês têm, no interior de um desses toros, um
o utro toro, um toro que é da mesma espécie que aquele que
eu des enhei aq ui (Fig. I). O que designa, designa isso, é que
aqui (F ig. II) vocês vêem bem que o que é do primeiro toro,
que o que é do primeiro toro tem aqui o que chamo seu
interio r (F ig. III); alguma coisa no toro foi revirado que está
exatamente em continuidade com o que resta de interior
nesse primeiro toro, esse toro se revirou nesse sentido que,
doravante, seu interior é o que passa ao exterior; enquanto
que, para designar este aqui (Fig . IV) como sendo aquele em
tomo do qual se revira aquele que está aqui, nós nos
apercebemos que aquele que eu designei aqui, ele, ficou
inalterado, quer dizer, que ele tem seu primeiro exterior, seu
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primeiro toro (Fig . IV). Mas, com relação a esse pri meiro
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toro, com relaçao ao mesmo, o que você s têm é alguma coisa
que se desenha assim (F ig . VI), com relação ao mesmo, o
toro-bastão (tore-tri q ue), se nós- nos l e m brarmos do mesmo,
o toro-bastão vem aqui (Fig. VI), quer dizer qu e , para apoiar
as coisas, o buraco q ue é para se fazer no toro, aquele que eu
designei aqui (Fig. 1), pode ser feito em qualquer lugar do
toro, até mesmo cortar o toro aqui (Fig. VI), porque , então, é
completamente manifesto que esse toro cortado pode se
revirar da mesma maneira, e que seria j untando doi s cortes
que nós obteremos este aspecto. Em outros termos, cortando
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reb ati me nto e xatame nte tal. que é j untando u m co rte, e não
fe chand o o corte único, aquet�- que e u fiz aqui, é j untando,
port anto , do is cortes que nós obterem os esse bas�o. 0 que eu
ch am ei po r este termo, ainda que sej a um to ro.
Ei s o que hoj e . . . , - e eu concord o que isso não é fácil de
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inversões de toros. homogêneas, portanto, na s ua prática' e,
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além do mais, que m antêm a simetria, se posso dizer, en tre
.
-
um toro e- um o utro, como re�f-_!l!sLcomo designar de um a
maneir� \homóloJL� a id :ntificação paterna, a identifica ção
<-- -- ·
histérica, a identifi cação a um traço que seja somen
te 0
mesmo?
Eis a questão a repeito da qual eu gostaria que vocês da
próxima vez tivessem a bondade de tom ar partido.
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1 4 de dezembro de 1976.
a, que e u fiz
. m 0 índ ice de d esc onfianç
d a, co
Tudo i n ic ão vado , e pe ç a
o . d e fato não há tod o sen cri
o to d
pe sar so bre
o a e q ue um a pe ç a te m
. . e ). A úni ca c o isa que c nt
ec
a p eç a ( p1 . _ e a
o e·a . É a úni ca defi m çao do todo . Uma p ç
alo r d e tr
o u nã o v
er di zer que, i s so não
d as as cir cunstânc ias; isso qu
v al e em to
ada co mo t oda p o r
. er sen ão circunst ânc ia qu alific
quer d 1z
r o do não é sen ão uma
g ne idade de val o . O t
v a1 er, h om O e
ilo q u e va le no se u
to do é aquilo qu e, é aqu
noça- o d e \•al or O
a
no seu gên ero, um outro da m e sm
gên ero, 0 que val e.
todo que eu afirme que ela seja tal . Eu digo que se pode
tentar ver onde está o negócio, tanto mais que a isso nos
a re ss al va de que o que
. me smo la trique, com
cham ei ag ora
. h ' po uco as s im, está no interior, no i nte ri or d
a e
e u de senhei,
la trique.
histérica e eu, e eu que, em s uma,
A dife re nç a e ntre a
fo e te r um incon sciente, o uni fico com meu
por rç a d
· nt e a dife renç a é esta: é que. em suma , a histér ica é
con sc1e
m
sustentad a na sua fonn a de trique , é sustentad a p or u a
co nscie nte. Essa annadura é seu amor por seu pai. Tu do que
como cadeia, cadeia das gerações. Está bem claro que, que a
como aquilo que eu chamei "trique" . Que o ser vivo. todo ser
inc onsc iente é uma coisa que vale a pena ser lembrada.
Uma esfera, podemos nós considerá-la como u m b urac o
21 de dezembro de 1977.
º
1 com a folha de papel n 2 , e da folha de papel nº 2
co111 a
folha de papel n 1 , quer dizer que voc ês terão o
º
que
designei, há pouco, como uma dupla banda de Mõbius .
V ocês poderão constatar facilmente que es sa d
Upla
banda de Mõbius se recorta, se posso me exprimir as
s1111
indiferentemente; quero dizer que, o que aqui está em .
e una
depois passa por baixo e, em seguida, tendo pas sado
Por
cima. repassa por cima; é indiferente: fazer pass ar O que de
início passa por cima, pode-se fazê-lo p assar p o r baixo ·
v ocê s constatarão com facilidade que essa dupla banda de
Mõbius funci ona indiferentemente. Q uer isso dizer que aqui
seja a mesma coisa (Fig.6)? Quero dizer que, de um mesmo
ponto de vista, pode-se colocar o que está emb aixo, em cim a,
ou inversamente. É bem, com efeito, o que a dupl a banda de
Mõbius realiz.a.
Eu me desculpo por me aventurar em al guma coisa que
para mim mesmo foi muito custosa, mas é certo que é assim.
Se você s funcionarem produzindo da mesma maneira q ue eu
apresentei a vocês essa dupla banda de Mõbius, a saber,
dobrando duas páginas, duas páginas recortadas assim de tal
maneira que a l v em se conjugar com a segunda página, e
que, inversamente, a segunda página vem se conjugar com a
página 1 , vocês terão exatamente esse resultado, esse
resultado a propósito do qual vocês poderão constatar que se
37
Pas·• ISs
devo dizer, não é seguram nt e e o q ue de me lhor . . o,
� . go staria d e
lhes traze r esta manha . Tive, voc ê s vêem
. , grand e
i nquietação, eu me embaraço, e o caso d e d izê -l o , lla é a
o
prime ira v ez, e u me embaraço naquilo que eu ten h
o a
r d
pro fe ir ia nte de oc
v ê , s e é p o r is so q e
u e u vo u l he d
s ar a
o portunidad e d e te r alguém q u e s erá e sta ma h
n ã um orador
melhor que eu, o u seja Al ai n Didier, q ue e stá aqui prese nte e
que eu convido para v ir no s enunc i ar o que el e extraiu d e
c ertos dado s que são o s me us , que são des enho s de e scritura
e que ele terá a bondade de lhes d ar a conhece r.