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INTRODUÇAO

Os materiais que constituem as camadas de pavimento devem ter determinadas


propriedades e garantir determinados desempenhos para que o pavimento no seu conjunto
ofereça as condiçoes para que foi concebido.

As camadas nao tratadas dum pavimento sao em geral constituidas por materiais
provenientes da britagem de rochas, podendo nalgumas circunstancias serem constituidas
por solos seleccionados.E habitual designa-las por ``agregado britado de granulometria
extensa” e podem constituir a sub-base ou a base, dependendo do tipo de pavimento.

As camadas aglutinadas com ligantes hidraulicos, nas quais se incluem os solos


estabilizados com cal ou com cimento, podem constituir a sub-base, a base ou camada de
desgaste dum pavimento,dependendo do tipo deste e da qualidade das misturas. Misturas
como o betao de cimento para a camada de desgaste de pavimentos rigidos e o betao
pobre para camada de sub-base de pavimentos rigidos e semi-rigidos, diferem na
quantidade de cimento usado.Existem ainda, na pratica construtiva portuguesa, misturaras
com menos quantidade de cimento e com granulometria diferente das anteriores usadas
em camadas de sub-base de pavimentos rigidos e de base em semi-rigidos, como o
“agregado britado de granulometria extensa tratado com ligantes hidraulicos”.

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1.TIPOS DE PAVIMENTOS
1.1.Pavimentos Rigidos

Os pavimentos rígidos, em geral associados aos de concreto de cimento Portland, são


compostos por uma camada superficial de concreto de cimento Portland (em geral placas,
armadas ou não), apoiada geralmente sobre uma camada de material granular ou de
material estabilizado com cimento (chamada sub-base), assentada sobre o subleito ou
sobre um reforço do subleito quando necessário. A Figura a seguir mostra uma estrutura-
tipo de pavimento de concreto de cimento Portland e uma foto de uma execução das
placas de concreto de cimento.

FIG.1 Pavimento de concreto de cimento Portland

1.2.Pavimentos Flexiveis

Os pavimentos flexíveis, em geral associados aos pavimentos asfálticos, são compos-tos


por camada superficial asfáltica (revestimento), apoiada sobre camadas de base, de sub-
base e de reforço do subleito, constituídas por materiais granulares, solos ou misturas de
solos, sem adição de agentes cimentantes. Dependendo do volume de tráfego, da
capacidade de suporte do subleito, da rigidez e espessura das camadas, e condições
ambientais, uma ou mais camadas podem ser suprimidas. A Figura seguir mostra uma
estrutura-tipo e a foto de uma execução de pavimento asfáltico.

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FIG.2 Pavimento asfaltico

1.3.Pavimentos Semi-Rigidos

Semi-rígidos: revestido de camada asfáltica e com base estabilizada quimicamente (cal,


cimento).

FIG.3 Pavimentos Semi-rigidos

2.NOMENCLATURA DA SEÇÃO TRANSVERSAL


A nomenclatura descrita a seguir refere-se às camadas a aos componentes principais que
aparecem numa seção típica de pavimentos flexíveis e rígidos.

Sub-leito:

É o terreno de fundação onde será apoiado todo o pavimento. Deve ser considerado e
estudado até as profundidades em que atuam significativamente as cargas impostas pelo

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tráfego (de 60 a 1,50 m de profundidade).Se o CBR do sub-leito for <2% , ele deve ser
substituído por um material melhor, (2%£CBR£20) até pelo menos 1 ,00 metro.Se o CBR
do material do sub -leito for ³20% , pode ser usado como sub -base.

Leito:

É a superfície do sub - leito (em área) obtida pela terraplanagem ou obra de arte e
conformada ao greide e seção transversal.

Regularização do sub- leito (nivelamento):

É a operação destinada a conformar o leito, transversal e longitudinalmente. Poderá ou não


existir, dependendo das condições do leito. Compreende cortes ou aterros até 20 cm de
espessura.

Reforço do sub- leito:

É a camada de espessura constante transversalmente e variável longitudinalmente, de


acordo com o dimensionamento do pavimento, fazendo parte integrante deste e que, por
circunstâncias técnico econômicas, será executada sobre o sub - leito regularizado. Serve
para melhorar as qualidades do sub - leito e regularizar a espessura da sub –base.

Sub-base:

Camada complementar à base. Deve ser usada quando não for aconselhável executar a
base diretamente sobre o leito regularizado ou sobre o reforço, por cir cunstâncias
técnico-econômicas. Pode ser usado para regularizar a espessura da base.

Base:

Camada destinada a resistir e distribuir ao sub -leito, os esforços oriundos do tráfego e


sobre a qual se construirá o revestimento.

Revestimento :

É camada, tanto quanto possível impermeável, que recebe diretamente a ação do


rolamento dos veículos e destinada econômica e simultaneamente:

-a melhorar as condições do rolamento quanto à comodidade e segurança;

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-a resistir aos esforços horizontais que nele atuam, tornando mais durável a superfície de
rolamento.

Deve ser resistente ao desgaste. Também chamada de capa ou camada de desgaste.

Acostamento:

Parte da plataforma contígua à pista de rolamentos, destinado ao estacionamento de veícul


os, ao transito em caso de emergência e ao suporte lateral do pavimento.Nos pavimentos
rígidos também são feitas as operações de regularização do sub-leito e reforço, quando
necessário. A camada de sub -base tem o objetivo de evitar o bombeamento dos solo s do
sub -leito. A placa de concreto de cimento tem a função de servir ao mesmo tempo como
base e revestimento.

3.PROPRIEDADES DOS MATERIAIS DE BASE, SUB-BASE E


REFORÇO DO SUBLEITO
Para os materiais de base, sub-base e reforço do subleito, empregam-se métodos de
seleção e de caracterização de propriedades. A seleção é uma etapa preliminar que
consiste em averiguar os materiais disponíveis quanto às características de natureza para
serem empregados na estrutura dos pavimentos. As características de natureza interferem
nas propriedades geotécnicas no estado compactado. De maneira geral, os materiais de
pavimentação compactados devem apresentar-se resistentes, pouco deformáveis e com
permeabilidade compatível com sua função na estrutura.

Os materiais são basicamente constituídos por agregados, solos e, eventualmente, aditivos


como cimento, cal, emulsão asfáltica, entre outros.

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4.MATERIAIS A EMPREGAR EM PAVIMENTAÇAO

4.1.BASES E SUB-BASES

a) Base de Concreto de Cimento:

Executada através da construção de placas de concreto, separadas por juntas transversais


e longitudinais. O concreto é lançado e depois vibrado por meio de placas vibratórias e/ou
vibradores especiais. Em umpavimento rígido esta camada tem as funções de base e
revestimento e será estudada no capítulo sobre pavimentos rígidos.

b)Concreto Compactado com Rolo (CCR):

Concreto com baixo consumo de cimento, consistência seca e trabalhabilidade que


permiteo adensamento por rolos compressores. Su as principais vantagens são:

– Baixo consumo de cimento

– Pouco material fino

– Transporte por betoneira ou caminhão basculante (produção próxima à obra)

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– Especificado pela resistência à tração na flexão ou compressão

– Consistência seca

– Adensado com rolo compressor

c) Macadame Cimentado:

Uma camada de brita é espalhada sobre a pista e sujeita a uma compressão, com o
objetivo de diminuir o número de vazios, tornando a estrutura mais estável. Logo após é
lançada uma argamassa de cimento e areia que penetra nos espaços vazios ainda
existentes. O produto assim formado tem característica de um concreto pobre.

d) Solo-Cimento:

É uma mistura de solo, cimento Portland e água, devidamente compactada, resultando um


material duro, cimentado e de elevada rigidez à flexão. A porcentagem de cimento varia de
5 a 13% e depende do tipo de solo utilizado. Solos argilosos exigem porcentagens maiores
de cimento. O resultado da dosagem é a definição da quantidade de solo, cimento e água
de modo que a mistura apresente caracte rísticas adequadas de resistência e durabilidade.
A dosagem requer a realização de alguns ensaios de laboratório, sendo a resistência à
compressão axialo parâmetro maisutilizado. Será estudado no capítulo sobre estabilização
dos solos para fins de pavimentação.

A figura 4 mostra a preparação de um trecho em solo-cimento .

FIG.4. A preparação de um trecho em solo-cimento

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FIG.5 . A preparação de um trecho em solo-cimento

e)Base Granular Tratada com Cimento (BGTC):

É uma mistura de agregados minerais, cimento Portland e água. Tem procedimento de


mistura e execução semelhante ao solo -cimento. A mistura de agregados é constituída de
produtos de britagem e areias, mu ito semelhante a uma brita graduada. O teor de cimento
é menor que de um solo -cimento por se tratar de mistura granular. Normalmente a água é
incorporada aos agregados na própria usina de mistura, podendo também ser incorporada
na própria pista. A compacta ção é feita mediante rolagem com vibração.

f) Solo Melhorado com Cimento:

Mistura de solo e pequena quantidade de cimento objetivando causar ao material natural


uma modificação de suas características de plasticidade (reduzindo o IP) e também
promover umganho de resistência mecânica. Outra modificação que importa ao solo é a
alteração da sensibilidade à água, sem causar necessariamente uma cimentação
acentuada. A porcentagem de cimento varia de 1 a 5% e o ensaio mais empregado para a
definição da qualidade da mistura é o CBR. As bases feitas dessa forma são consideradas
flexíveis.

g) Solo-Cal:

É uma mistura de solo, cal e água. Também pode ser acrescido a esta mistura uma
pozolana artificial, chamada fly -ash, que é uma cinza volante. Geralmente, solos de
granulometria que reagem com a cal, proporcionando trocas catiônicas, floculações,
aglomerações, produzem ganhos na trabalhabilidade, plasticidade e propriedades de

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caráter expansivo. Estes fenômenos processam -se rapidamente e produzem alterações
imediatas na resistência ao cisalhamento das misturas. As reações pozolânicas resultam
na formação de vários compostos cimentantes que aumentam a resistência e a
durabilidade da mistura. A carbonatação é uma cimentação fraca.

h) Solo Melhorado com Cal:

É a mesma idéia do solo -cal, porém neste caso há predominância dos fenômenos que
produzem modificações do solo, no que se refere à sua plasticidade e sensibilidade à água,
não oferecendo à mistura características acentuadas de resistência edurabilidade. As
bases feitas desta maneira são consideradas flexíveis.

i) Solo Estabilizado por Correção Granulométrica:

Também chamada de “estabilização granulométrica”, “estabilização por compactarão” ou


“estabilização mecânica”. São executadas pela compactação de um material ou de
misturas apropriadas de materiais que apresentam granulometria deferente e que são
associados de modo a atender uma especificação qualquer. É o processo mais utilizado no
pais.Quando o solo natural não apresenta alguma característica essencial para
determinado fim de engenharia, é usual melhorá-lo através da mistura com outros que
possibilitem a obtenção de um produto com propriedades de resistência adequadas.

j) Solo Estabilizado com Adição de Ligantes Betuminosos:

É uma mistura de solo, água e material betuminoso. A modalidade solo -betume engloba
mistura de materiais betuminosos e solos argilo -siltosos e argilo -arenosos. A presença do
material betuminoso vai garantir a constância do teor de umidade da compactação na
mistura, propiciando também uma impermeabilização no material. A obturação dos vazios
do solo dificulta a ação de água capilar devido à criação de uma película hidrorrepelente
que envolve aglomerados de partículas finas.

Nas chamada “areia betume” a função do material betuminoso égerar força de natureza
coesiva, uma vez que as areias não possuem estas características. Também encontramos
designações como Solo -alcatrão e Solo -asfalto.

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k) Solo Estabilizado com Adição de Sais Minerais:

Assim como o cimento, a cal e o betume, a adiçãode sais minerais faz parte dos estudos
de estabilização química. O cloreto de sódio e o de cálcio podem sermisturados ao solo
com o objetivo de modificar alguns índices físicos, melhorando suas características
resistentes. No Brasil é utilizado o cimento com uma proporção de até 5% , conforme visto
anteriormente.

l) Solo Estabilizado com Adição de Resinas:

Nestes casos é adicionada ao solo uma resina para fazer a função de material ligante.
Como exemplo pode-se citar a lignina que é proveniente da madeir a, utilizada na
fabricação do papel. A utilização de resinas, assim como de sais minerais para fins de
estabilização são de pouco uso no Brasil.

m) Brita Graduada:

Também chamada de brita corrida. É uma mistura de brita, pó de pedra e água. São
utilizados exclusivamente produtos de britagem que vem preparado da usina (figura 5).
Este tipo de material substituiu o macadame hidráulico.Também encontramos a designação
“bica corrida” que é uma graduação da brita corrida, porém todo o material proveniente da
britagem é p assado através de uma peneira com malha de um diâmetro máximo, sem
graduação uniforme.

FIG.6. Britadeira

n) Solo Brita:

É uma mistura de material natural e pedra britada. Usado quando o solo disponível
(geralmente areno -argiloso) apresenta deficiência de agregado graúdo (retido na # 10). A

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pedra britada entra na mistura para suprir esta deficiência, aumentando ascaracterísticas
de resistência do material natural. (figura 7).

FIG.7.Solo brita

o) Macadame Hidráulico:

Sua execução consiste no espalhamento de uma camada de brita de graduação aberta que
é compactada para a redução dos espaços vazios. Em seguida espalha -se uma camada
de pó de pedra sobre esta camada com a finalidade de promover o preenchimento dos
espaços vazios deixados pela brita. Para facilitar a penetração do material de
preenchimento, molha-se o pó de pedra (também pode ser usado solo de granulometria e

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plasticidade apropriado) e promove -se outra compactação. Esta operação é repetida até
todos os vazios serem preenchidos pelo pó de pedra.Este tipo de procedimento foi
substituído pela pedra britada, que já vem preparada da usina. ( figura 8).

FIG.8. Macadame hidraulico

p) Macadame Betuminoso:

O macadame betuminoso por penetração consiste do espalhamento do agregado, de


tamanho e quantidades especificadas, nivelamento e compactação. Em seguida é
espalhado o material betumin oso que penetra nos vazios da agregado,desempenhando a
função de ligante. Todas estas operações são executadas na própria pista.A base feita por
meio de macadame betuminoso é chamada de “base negra” e será vista no cap ítulo sobre
revestimentos .

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q) Alvenaria Poliédrica ou Paralelepípedo:

São pedrasirregulares ou paralelepípedos assentados num colchão de areia sobre uma


sub-base. Podem funcionar como base, quando um outro revestimento é usado sobre sua
superfície. Também são usados como revestimento final, desempenhando, as funções de
revestimentos.

4.2.AGREGADOS PARA PAVIMENTAÇÃO

Segundo o ASPHALT INSTITUTE (1989) a quantidade de agregado mineral em misturas


asfálticas de pavimentação é geralmente de 90 a 95% em peso e 70 a 85% em volume e
esta parcela mineral é em parte a responsável pela capacidade de suporte de cargas dos
revestimentos, influenciando assim o desempenho dospavimentos. Na pavimentação
asfáltica o agregado é também usado comumente na base e eventualmente na sub -base.
Na pavimentação rígida o agregado é usado na confecção do concreto de cimento
Portland.

Já WOODS (1960) define agregado como sendo uma mistura de pedregulho, areia, pedra
britada, escória ou outros materiais minerais, usada em combinação com um ligante para
formar um concreto, uma argamassa, etc.

Quanto à classificação dos agregados segundo sua natureza, encontra-se a seguinte


classificação, na qual os agregados são divididos em Naturais: aqueles que são utilizados
tal como se encontram na natureza, salvo operações de bri tagem e lavagem como, por
exemplo, os cascalhos, saibros, areias; e em artificiais: aqueles que resultam de uma
alteração física ou química de outros materiais, como a escória de alto forno, argila
expandida, ou que exige extração como é o caso das rochas, sendo a pedra britada o tipo
mais comum.

4.2.1.Produção de agregados

As características físicas dos agregados como resistência, abrasão e dureza são


determinadas pelas características da rocha de origem. Entre tanto, o processo de
produção nas pedreiras podem afetar significativamente a qualidade dos agregados, pela
eliminação das camadas mais fracas da rocha e pelo efeito da britagem na forma de
partícula e graduação do agregado.Em quase toda pedreira existe uma camada de solo
sobrejacente que deve ser removido antes que a rocha sã seja encontrada. Esta parte
superficial e não aproveitável na produção de britas é designada por “estéril”.

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4.2.2.Operação na pedreira

O propósito básico da operação em uma pedreira é a remoção da rocha sã através de


dinamite e então usar uma série de britadores e outras unidades para reduzir o material em
um número suficiente de componentes de modo a produzir os materiais deconstrução
utilizáveis no pavimento. Também é desejável produzir agregado britado que tenha
formato cúbico e não achatado ou alongado. A Figura 9 mostra o esquema do processo de
operação em uma pedreira que normalmente usa um britador de mandíbula como britador
primário e um britador de cone como secundário.

FIG.9. Esquema de uma pedreira

A rocha, removida da superfície da pedreira depois de dinamitada, é transportada para o


britador por um caminhão. O material mais fraco normalmente se que bra empequenos
pedaços e são removidos antes da britagem. O britador de mandíbula (primário) quebra a
rocha em tamanhos que possam ser trabalhados pelos outros britadores. Após a britagem
primária, a próxima operação é peneirar os agregados em vários tama nhos. O material

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maior que 1” (25,4mm) é colocado no britador de cone para britagem adicional. O material
menor que 1” (25,4mm) e maior que ¾” (19 mm) é estocado. O material menor que ¾”
(19mm) é levado para um segundo peneirador para separações futuras. O material maior
que ¾” (19 mm), que ainda aparecer é retornado ao britador de cone para nova britagem.
O material menor que ¾” (19mm) é peneirado e estocado em 3 pilhas separadas: material
entre 3/4” e 3/8” (9,5mm), entre 3/8” e # n °4 (4,8mm) e menor que 4,8mm. Esta é uma
descrição de operação de britagem muito simplificada que identifica os métodos que são
normalmente usados para britaragregados e separá-los em tamanhos comerciais. A
maioria das operações nascentrais de britagem apresenta maior complexidade que estas
descritas, ouapresentam procedimentos diferentes, porém a operação é sempre feita com
britadores e peneiradores. Outras centrais apresentam a capacidade de lavar os agregados
em certos pontos da operação.

Durante a operação de britagemé essencial que as propriedades do produto final sejam


consistentes. Quando a rocha é removida de várias localizações na pedreira, as
propriedades físicas dos agregados podem variar substancialmente. Controle dequalidade
durante as operações de britagem devem assegurar que as propriedades físicas dos
agregados não variem excessivamente. O ideal é que a quantidade de material que
alimenta as operações de britagem deve ser aproximadamente constante. O aumento da
vazão de fluxo de material do britador, normalmente resulta em mais transbordamento de
agregado mais fino sobre as peneiras. Este excesso resulta em um estoque de material
mais fino.O britador primário produz uma redução mecânica inicial de 8” (200mm) para
1”(25,4mm). Os britadores secundário e te rciário reduzem os agregados até o tamanho
desejado.

4.2.3.Propriedades químicas e mineralógicas dos agregados

Segundo ROBERTS et al (1996) são as propriedades físicas dos agregados que


determinam principalmente a adequação para o uso em misturas asfálticas e em menor
extensão as propriedades químicas. São propriedades físicas/mecânicas básicas a
densidade, porosidade e a resistência. Propriedades químicas/físico-químicas taiscomo
umidade, adesão e descolamento são função da composição e estrutura dos minerais no
agregado. Uma compreensão da mineralogia e identificação de minerais pode produzir
informações sobre propriedades físicas e químicas potenciais de um agregado para um
determinado uso, e pode ajudar a evitar o uso de um agregado que tenha constituintes

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minerais nocivos. Exigências em especificações devem serselecionadas para que os
agregados que tenham componentes minerais indesejáveis não sejam aceitos para uso.

4.2.4.Propriedades químicas de agregados

As propriedades químicas de um agregado identificam a composição química e/ou


determinam as transformações que um agregado pode estar sujeito devido à ação química.
Composições químicas de agregados baseadas em análises químicas são usualmente
dadas em termos de óxidos, sem consideração se tais óxidos estão atualmente presentes
na amostra. Estes dados podem não trazer informações quanto à composição mineral e às
vezes podem ser confusos. Alguns agregados contêm substâncias que:

1 –São solúveis em água (ex. gesso)

2 –São sujeitas à oxidação, hidratação e carbonatação

3 –Podem reagir com os componentes do Cimento Portland, mas a reatividade de alguns


agregados com o cimento asfáltico não é conclusivamente estabelecida.

Propriedades químicas de agregados têmpequeno efeito no desempenho, exceto quando


elas afetem a adesão do ligante asfáltico ao agregado e a compatibilidade com aditivos
antidescolamento que podem ser incorporados ao ligante asfáltico (ROBERTS et al,
1996).A adesão do cimento asfáltico ao agregado e o deslocamento do filme asfáltico pela
água é um fe nômeno complexo segundo ROBERTS et al (1996), envolvendo interações
físico-químicas entre muitos parâmetros. Várias teorias têm sido sugeridas para explicar os
mecanismos de adesão e adesividade (descolamento). Porémnenhum deles pode ser
completamente exp licado e mais de um mecanismo pode ocorrer ao mesmo tempo. A
afinidade dos agregados ao asfalto é melhor analisada na seção seguinte que aborda as
propriedades físicas dos agregados, especialmente no que diz respeito ao descolamento e
aos danos causados pela presença de água.

Existem grandes evidências que indicam que alguns agregados parecem ter maisafinidade
pela água que pelo cimento asfáltico, e os filmes asfálticos nestas partículas de agregados
podem tornar-se destacados (separados) ou não aderidos d epois de exposto à água.
Estes agregados são chamados hidrofílicos e eles tendem a ser ácidos na natureza. Por
outro lado, agregados que tem afinidade com cimento asfáltico são chamados hidrofóbicos
e eles tendem a ser básicos na natureza. É comumente aceito que a natureza da carga
elétrica da superfície dos agregados, quando em contato com água, afete

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significativamente a adesão entre o agregado e o cimento asfáltico e sua resistência ao
dano por umidade.

A maioria dos agregados silicosos tais como arenito, quartzo e cascalho tornam-se
negativamente carregados na presença de água, enquanto materiais calcáriosconduzem
carga positiva na presença de água.Muitos agregados contêm ambos tipos de carga
porque eles são compostos de minerais tais como sílica comcarga negativa e também
cálcio, magnésio, alumínio ou ferro com carga positiva. Agregados típicos que conduzem
cargas misturadas incluembasaltos e calcários silicosos. Dolomita é exemplo de caso
extremo de agregado eletropositivo e quartzo exemplo de agregado eletronegativo.

4.2.5.Propriedades mineralógicas

A maioria de agregados é composta de uma combinação de minerais. Dentre os minerais


mais importantes pode-se citar os minerais de sílica (quartzo), os feldspatos (ortoclásio,
plagioclásio), os minerais ferromagnésicos (muscovita, vermiculita),minerais carbonatados
(calcita, dolomita) e minerais argílicos (ilita, caulinita emontmorilonita).

-Minerais

Segundo FRASCÁ e SARTORI (1998) durante o processo de diferenciação geoquímica da


terra, que resultou na formação da sua parte sólida mais externa (crosta terrestre), dez
elementos ali se concentraram, totalizando cerca de 99% da sua composição. O oxigênio
(46,6%) e o silício (28,2 %) são os elementos mais comuns nos mineraisformadores de
rochas, chamados de silicatos. Os demais são: Al (8,2%), Fe (5,6%), Ca (4,2%) e outros
(Na, K, Mg, Ti e P). Embora já tenham sido descritas e classificadas mais de 2000 espécies
minerais, apenas umpequeno número é formador das rochas.

-Rochas ígneas

São chamadas de rochas ígneas ou magmáticas aquelas resultantes da solidificação de


material rochoso, parcial ou totalmente fundido, denominado magma, gerado no interior da
crosta terrestre. As rochas formadas em profundidade no interior da crosta terrestre são
chamadas plutônicas ou intrusivas e as que são formadas na superfície terrestre pelo
extravasamento da lava são chamadas de vulcânicas ou extrusivas(FRASCÁ e SARTORI,
1998).

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-Rochas sedimentares

Segundo FRASCÁ e SARTORI (1998) as rochas sedimentares são resultantes da


consolidação de sedimentos, como partículas minerais provenientes da desagregação e do
transporte de rochas preexistentes ou da precipitação química, ou ainda da ação biogênica.
Constituem uma camada relativamente fin a (±0,8 Km) da crosta terrestre.

-Rochas metamórficas

São derivadas de outras preexistentes que, no decorrer dosprocessos geológicos, sofreram


mudanças mineralógicas, químicas e estruturais, no estado sólido, emresposta a alterações
das condições físicas (temperatura, pressão) e químicas,impostas em profundidades
abaixo das zonas superficiais de alteração e cimentação, ou seja, no domínio das
transformações diagenéticas (FRASCÁ e SARTORI, 1998).

Desta forma, a Tabela a seguirsintetiza os minerais e as rochas associados e descritospor


FRASCÁ e SARTORI (1998). A próximatabela mostra a composição mineral média
comumente en contrada nos agregados das principais rochas, segundo ROBERTS et al
(1996).

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Tabela 1.Principais rochas e constituentes minerais

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Tabela 2. Composiçao mineral media das rochas

4.2.6.Proprieda des físicas dos agregados

Agregados para misturas asfálticas são usualmente classificados pelo tamanho como
agregados graúdos, miúdos e fileres mineral. A ASTM C294 “Nomenclatura descritiva dos
constituintes dos agregados minerais naturais” define agregado graúdo como partículas
retidas na peneira n °4 (4,8mm), agregado fino como aquele que passa na peneira n °4 e
filer mineral como o material com um mínimo de 70% passante na peneira n °200
(0,075mm). As especificações americanas SUPERPAVE do programa SHRP definem o
material passante na peneira nº 200 (0,075mm) como “dust”, podendo ser traduzido como
“pó” para diferenciar de termo filer. Outras agências usam a peneira n °8 (2,36mm) como o

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Instituto de Asfalto ou a peneira n °10 (2,0mm) como a linha que divide os agregados
graúdos dos miúdos.

Agregado para misturas asfálticas geralmente deve ser: duro, tenaz, forte, durável (são),
bem graduado, ser constituído de partículas cúbicas com baixa porosidade e com
superfícies limpas, rugosas e hidrofóbicas. A adequação de agregados para uso em
misturas asfálticas é determinada pela avaliação das seguintes características:

1 –Tenacidade

2-Resistência Abrasiva

3-Dureza

4-Durabilidade

5-Sanidade

6-Forma da Partícula (lamelaridade e angulosidade)

7-Textura Superficial

8-Limpeza / Materiais Deletérios

9-Afinidade ao asfalto

10-Porosidade e Absorção

11-Características expansivas

12-Polimento e Características Friccionais

13-Tamanho e graduação

14-Densidade Específica / Massa Específica

-Tenacidade, resistência abrasiva e dureza

Os agregados devem transmitir as cargas de rodas às camadas sobrejacentes por


intermédio do atrito interno e também devem ser resistentes à abrasão e ao polimento
devido ao tráfego. São sujeitos à fragmentação (quebra) e ao uso abrasivo durante sua
produção, transporte e compactação das misturas asfálticas. Eles devem ser duros e
tenazes para resistir a britagem, degradação e desintegração quando

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estocados,manipulados através de algum equipamento durante a produção de uma mistura
asfáltica, espalhadas no pavimento, compactados com rolos e quando solicitados por
caminhões (ROBERTS et al 1996).

A Abrasão Los Angeles é uma medida preliminar da resistência do agregado graúdo à


degradação por abrasão e impacto; entretanto, segundo ROBERTS etal
(1996),observações de campo não mostram uma boa relação entre a perda de abrasão Los
Angeles e o desempenho. Este ensaio não é satisfatório para uso em escórias, cinzas
vulcânicas ou outros agregados leves. A experiência mostra que muitos destesagregados
produzem excelente desempenho mesmo com valor de abrasão Los Angeles alto. Um
detalhe que deve ser observado quando se utilizam agregados com alto valor de abrasão
Los Angeles em misturas asfálticas é a produção de pó durante sua manipulação e a produ
ção da mistura asfáltica. O alto índice de pó poderá causar problemas ambientais assim
como problemas no controle da mistura.O ensaio LA foi originalmente desenvolvido no
meio dos anos 20 pelo Laboratório Municipal de ensaios da Cidade de Los Angeles, Cali
fórnia.

A tenacidade e resistência abrasiva são tratadas por algumas normas brasileiras, mesmo
que indiretamente através das metodologias citadas abaixo. Nestes ensaios, os agregados
são submetidos a algum tipo de degradação mecânica e medida a alteração provocada,
principalmente na granulometria original, ao final dadegradação. Desta forma, as
características de tenacidade, resistência abrasiva e até mesmo de dureza dos agregados
são presumidamente avaliadas. Em virtude destas características de procedim entos serem
semelhantes nestes ensaios, foram assim agrupados:

“Agregados – determinação da abrasão Los Angeles”

“Agregados –determinação da resistência ao esmagamento de agregados graúdos”

“Agregado graúdo – avaliação da resistência mecânica pelo método dos 10% de finos”

“Agregados –determinação do índice de degradação Washington –IDW”

“Agregados –determinação do índice de degradação após compactação Proctor IDP”

“Agregados –determinação da perda ao choque no aparelho Treton”

“Agregados –determinação do índice de degradação de rochas após compactação


Marshall, com ligante –IDML e sem ligante – IDM”

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Métodos de Ensaios de Características Mecânicas e Valores de Aceitação de Agregados
(IPR, 1998).

Métodos de Ensaios Valores Limite –Tentativa


“Agregado –determinação da abrasão Los LA ≤65%
Angeles”
“Agregados –determinação da T≤ 60%
perda ao choque no aparelho Treton”
“Agregado graúdo avaliação da resistência 10% Finos ≥60 KN
mecânica pelo mét odo dos 10% de finos”
“Agregados –determinação do índice de IDM c/ Ligante ≤ 5
degradação de rochas após compactação IDM s/ Ligante ≤ 8
Marshall,com ligante–IDML e sem ligante–
IDM”
“Agregados –determinação do índice IDP≤ 6
de degradação após compactação Proctor
IDP”
“Agregados –determinação do índice IDW ≥30
de degradação Washington – IDW”
“Agregados –determinação da resistência E ≥ 60
ao esmagamento de agregados graúdos”
Tabela 3. Métodos de Ensaios de Características Mecânicas e Valores de Aceitação de Agregados

-Análise granulométrica

A graduação do agregado é a distribuição dos tamanhos de partículas expressa em


porcentagem do peso total. A graduação é obtida fazendo-se passar o material através de
uma série de peneiras empilhadas com aberturas progressivamente menores, e pesando-
se o material retido em cada uma.

Para ROBERTS et al (1996), no entanto, expressar a graduação como umaporcentagem


do volume total é mais importante, porém a graduação como uma porcentagem do peso é
mais fácil e já é um padrão tradicional. As graduações pelo volume e peso são
aproximadamente iguais. Se existem grandes diferenças nasdensidades específicas dos
agregados usados para uma mistura em particular, então a graduação deve ser
determinada como uma porcentagem do volume total.

A graduação de um agregado pode ser graficamente representada por uma curva


granulométrica na qual a ordenada é a porcentagem total de peso passante em um dado

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tamanho sobre uma escala aritmética, enquanto que a abscissa é o tamanho da partícula
plotada sob uma escala logarítmica. As peneiras que têm designação em polegadas (3/4,
3/8, etc.) significam que a abertura das malhas é aquela referida.

Quando a designação é por nº da peneira (nº 10, 4, 40, 80, 200, etc.) significa que existe
aquele nº de aberturas por polegada quadrada, levando-se em consideração a espessura
do fio usado na malha da peneira. A peneira nº 10, por exemplo, significa que em 25,4 mm
2 de malha existem 10 orifícios. O tamanho do orifício é menor que 1/10 de polegada, uma
vez que a espessura do fio deve ser descontada.

A graduação é talvez a propriedade mais importante de um agregado. Ela afeta quase


todas as propriedades importantes de uma mistura incluindo rigidez,
estabilidade,durabilidade, permeabilidade, trabalhabilidade, resistência à fadiga, resistência
por atrito e resistência ao dano por umidade. Por isso, a graduação é a
primeiraconsideração num projeto de mistura asfáltica e as especificações usadas pela
maioria dos estados americanos colocam limites na graduação do agregado que pode ser
usado numa mistura asfáltica.

A graduação de um agregado pode ser expressa como a porcentagem passante total,


porcentagem retida total ( ou acumulada) ou porcentagem retida (porcentagem do total que
passa numa peneira e é retida na imediatamente inferior).

Usualmente as graduações são expressas como porcentagem passante total, que indica o
percentual total de agregado em peso que passa em cada uma das peneiras.

A percentagem retida total é o somatório do peso retido em cada uma das peneiras. A
porcentagem retida, de dois tamanhos sucessivos de peneiras ou porcentagem individual
de cada tamanho é o percentual retido em peso em cada peneira.

Em todas as especificações de pavimentos asfálticos de mistura a quente éestabelecido


que as partículas de agregado devam estar dentro de uma gama de tamanhos e que cada
tamanho de partícula esteja presente em certa proporção. Esta distribuição dos vári os
tamanhos de partículas do agregado é conhecida comograduação do agregado ou
graduação da mistura. Para se determinar se umagraduação satisfaz ou não às
especificações, é necessário compreender como é feita a medição do tamanho das
partículas.

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Para ROBERTS et al (1996) a melhor graduação para uma mistura betuminosa é aquela
que proporcione um arranjo das partículas mais denso. Com a máximadensidade ter-se -ia
aumento na estabilidade, através do aumento dos contatos interpartículas e se reduziria os
vaz ios no agregado mineral. Porém, deverão existir suficientes espaços vazios para
permitir que o cimento asfáltico seja incorporado para assegurar durabilidade e para evitar
exsudação e/ou afundamento. Misturas densas também são mais sensíveis a pequenas
variações do teor de asfalto.Têm sido propostas numerosas graduações ideais para
densidade máxima. Uma das mais conhecidas é aquela proposta por Fuller e Thompson
em 1907, conhecida por Curva de Fuller na qual a equação para a densidade máxima é a
seguinte:P = (d/D)nx 100 onde “d” é o diâmetro da peneira em questão, P é a porcentagem
total passante ou mais fina que a peneira, “D” é o tamanho máximo do agregado e “n” é um
coeficiente variável. Para se obter a densidade máxima de um agregado o coeficiente “n ”
deve ser igual a 0,5.

No início dos anos 60, a FHWA (Federal Highway Administration) introduziu um gráfico de
graduação de agregados que é baseado na Curva de Fuller mas usa o expoente 0,45 na
equação. Este gráfico é muito conveniente para determinar a linha de densidade máxima e
para ajustar a graduação do agregado. Usado este gráfico a linha de densidade máxima
pode ser obtida facilmente ligando através de uma reta a origem do gráfico (canto inferior
esquerdo) até o ponto da porcentagem total do tamanh o nominal máximo. O tamanho
nominal máximo é definido como o maior tamanho de peneira, acima do qual nenhum
material é retido. A FHWA recomenda que este gráfico seja usado como parte do processo
de dosagem de misturas asfálticas.

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Exemplos desta forma de apresentação da granulometria pode ser vista nas figuras 27 e
28.

FIG.10,11. Apresentaçao granulometrica

A maioria das especificações para misturas asfálticas americanas requer agregados de


graduação bem graduados ou graduação densa, com metade da curvaaproximadamente
paralela à Curva de densidade máxima.

Outro problema, citado por ROBERTS et al (1996), frequentemente causado por graduação
não adequada de agregado é a produção de misturas fracas (sensíveis).

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Estas misturas não podem ser compactadas de maneira normal, porque elas são lentas no
desenvolvimento de estabilidade suficiente para suportar o peso do equipamento de
compactação. Na curva granulométrica destas misturas nota -se uma “corcunda” perto da
peneira nº 40 e uma inclinação quase plana entre as peneiras nº 40 e nº 8. Isto é usual
quando se usam areias naturais mal graduadas.

A análise granulométrica por lavagem é uma medida mais precisa da verdadeira


graduação, mas a determinação a seco é mais rápida e frequentemente usada para
estimar a graduação real. Quando se usa o método a seco, a quantidade medida de
material passante na peneira 200 é significativamente menor que a quantidade real da
mistura de agregado. Para agregados limpos, o método a seco pode ser preciso desde que
a quantidade de material passante na peneira 200 seja baixa.

O peneiramento a seco é usualmente satisfatório nos ensaios de rotina de agregados


graduados. Se o agregado contem pó muito fino ou argila, que pode agarrar àspartículas
graúdas de agregado, deve ser feita a análise por peneiramento com lavagem.

Por várias razões, principalmente aquelas associadas com a obtenção da máxima


densidade e propriedade de vazios desejada, certos limites de graduação sãousualmente
exigidos dos agregados para uso em misturas asfálticas. Por serimprovável que um
simples material natural ou britado alcance estas especificações, dois ou mais agregados
de diferentes graduações são tipicamente misturados para

alcançarem os limites especificados. Agregados são também separados em tamanhos para


produzir características de manuseio. Misturas de agregados graúdos e miúdos em um
estoque resulta em segregação. Conseqüentemente, agregados devem ser separados em
tamanhos, por exemplo 3/4” a 3/8” (19 a 9,5 mm), 3/8” a nº 4 (9,5 a 4,8 mm) e menor que
nº 4 (4,8 mm) antes de transportar e estocar. Outra razão para a mistura de agregados é
que é freqüentemente mais econômico (nos EUA) combinar materiais naturais e
processados para alcançar as especificações do que usarmateriais totalmente processados
(ROBERTS et al, 1996).

a) Dimensão máxima característica:

Grandeza associada a distribuição granulométrica do agregado, correspondente à abertura


nominal, em mm, da malha de peneira da série normal ou intermediária, na qual o
agregado apresenta uma porcentagem retida acumulada igual ou imediatamente inferior a
5% em massa. Este termo é costumeiramente chamado de “DiâmetroMáximo” e também

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pode ser designado pela abertura nominal de uma peneira pela qual a porcentagem
passante seja igual ou imediatamente superior a 95% em massa.

b) Módulo de finura:

Soma das percentagens retidas acumuladas em massa de um agregado, nas peneiras da


série normal, dividida por 100. Relembrado a NBR 5734 - Peneiras para ensaio, a série
normal e intermediária são assim constituídas, de acordo com o tamanho nominal das
aberturas (em mm):

Série Normal: 76 -38 -19 -9,5 - 4,8 -2,4 - 1,2 -0,6 - 0,3 -0,15

Série Intermediária: 64 -50 -32 -25 -12,5 - 6,3

O cimento Portland é considerado um filer, do ponto de vista granulométrico, bastante


usado nas misturas betuminosas, mas em concreto de cimento é considerado como
elemento aglutinante (ligante).

Os resultados de análises granulométricas de um agregado pode ser apresentado sob a


forma tabular (Quadro 1) ou de curva granulométrica (Figura 2), geralmente sob a forma de
percentagem total passante em cada peneira.

-pedrisco: 6,4 mm > d > 2,00 mm

-pó de pedra : d <2,00 mm

As curvas granulométricas podem se apresentar segundo duas formas típicas:

A granulação descontínua é aquela na qual existe uma fa lta ou deficiência de certa fração
de tamanho de partículas ( curva 3 daFigura 28).

A granulometria contínua é aquela onde estão presentes todos os tamanhos de partículas,


desde o tamanho máximo até o mínimo ( curva 1 ,2,4 e 5 da Figura.28).

É a forma adequada e preferen cial de se trabalhar em pavimentação, pois evita a


segregação no decorrer do processo construtivo. São classificadas em:

Curvas de graduação densa (fechada): São aqueles que contém de forma adequada todas
as frações granulométricas (curva 1) e satisfa zem a equação de Fuller - Talbot :

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onde:

P : percentagem, em peso, que passa na peneira de abertura “d”

d : diâmetro da abertura da peneira

D: diâmetro máximo do agregado

n : expoente que varia de 0,4 a 0,6 .

Para valores de “n” abaixo de 0,4 , há excesso de finos (curva 5) e acima de 0,6 há
deficiência de finos (curva 2). Misturas densas apresentam pequena percentagem de
vazios e boa estabilidade.

Curvas de graduação aberta : são aquelas onde existe uma deficiência de finos, sobretudo
de material que passa na # 200. Satisfazem a equação de F.T. para n >0,6. (curva 2).

Curvas de graduação uniforme: são aqueles que apresentam curva granulométrica onde o
tamanho má ximo. é próximo do tamanho mínimo. (curva 4). Satisfazem a equação de F.T.
para n>0,6.

Os agregados cujo tamanho mínimo está acima da # 4 são chamados de agregados tipo
macadame (one size agregades).Outra maneira de estimar a graduação dos agregados é
através do coeficiente de curvatura (Cc) onde os agregados de graduação densa devem
apresentar um Cc compreendido entre 1 e 3 .

Onde :

Cc: coeficiente de curvatura

D30: tamanho correspondente a p orcentagem passante de 30%

D10 : tamanho correspondente a porcentagem passante de 10%

D60 : tamanho correspondente a porcentagem passante de 60%

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Os exemplos citados neste item estão expostos no Quadro a seguir e na Figura 29 .

Tabela 4. Granulometria

FIG.12. Esquema granulometrico

CONCLUSAO

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Tal como acontece na generalidade dos casos em que se usa um betao de cimento como
material de construçao, tambem na realizaçao de um pavimento rodoviario, as
caracteristicas que condicionam o seu desempenho devem ter uma atençao especial.

As escolhas dos materiais tenhem grande relevancia no desempenho funcional de um


pavimento rodoviario que varia consoante o tipo de pavimento apropriado para um
traçado,o profissional de construçao civil deve os diferentes tipos de materiais a ser
empregado a um determinado traçado, e fazer os devidos controle de qualidade em cada
material para posterior nao se vir a verificar constrangimentos como falta de durabilidade e
viabilidade do projecto.

BIBLIOGRAFIA

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CARVALHO, Carlos A.B. (1997). Estudo da Contribuição das Deformações Permanentes
das Camadas de Solo na Formação das Trilhas de Roda num Pavimento Flexível. Escola
de Engenharia de São Carlos, USP, São Carlos, SP. Tese de Doutorado.

MARANGON, M., 2004 “Proposição de Estruturas Típicas de Pavimentos para Região de


Minas Gerais Utilizando Solos Lateríticos Locais a Partir da Pedologia, Classificação MCT e
Resiliência”. Tese de D.Sc., COPPE/UF RJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

MARQUES, G. L. O.; G ERMANO, A. M. E PERE IRA, F. N. P . “Estudo de Pré-Misturado a


Frio Utilizando Agregados da Região de Juiz de Fora- MG”. Relatório final de pesquisa
CNPQ / Programa PIBIC -UFJF, 1998.

Prof. GERALDO LUCIANO DE OLIVEIRA MARQUES. Notas de aula da disciplina


pavimentação

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