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EVOLUÇÃO: BANCOS DE

DADOS
SOCIOLINGUÍSTICOS DO
PB: POTENCIALIDADES
E LIMITAÇÕES
Freitag; Martins; Tavares
Görski et al.
• O foco em comunidades de prática possibilita:
 Ver o indivíduo como agente articulador de
uma variedade de formas de participação em
múltiplas comunidades de prática.
• A variação passa a ser vista como um recurso
para a construção de significado social.

• A terceira onda combina a metodologia


quantitativa (os corpora constituídos de modo a
contemplar a dimensão mais cotidiana) com
observações participantes.
• Conceito-chave: prática estilística.
• Estilo:
 Modo como os falantes combinam variáveis
para criar modos distintivos de fala, que
fornecem a chave para a construção da
identidade;
 Identidade: tipos particulares explicitamente
localizados na ordem social.
Exemplo:
• O estudo de Moore (2010, p. 924) sobre a variação
entre were/was em uma comunidade de prática em
Bolton, Inglaterra.
 Mostra como os fatores sociais interagem;
 Avalia como cada fator condiciona o uso de were em
contextos de primeira e terceira pessoa do singular;
 Metodologia: coleta etnográfica;
 Período: dois anos de observação etnográfica de
adolescentes da Midlan High School;
 Gravação de interações após 6 meses de
observação, através de grupo de discussão e relato
de atividades, entre duas e quatro adolescentes.
 Questionários: sobre as práticas sociais, além de
informações sobre classe social, identificação de si
mesmo, de família e da sua localidade de nascimento.
 Quatro comunidades de prática: “populares”,
“townies”, “geeks” e “Eden Village”.
 Resultados (p. 73(925)):
− “townies”: não padrão;
− “populares”: neutras;
− “geeks”: padrão;
− “Eden Village”: padrão quase categórico.
− Globais: seguem o padrão da variação were/was
obtidos por estudos baseados em bancos de dados
sociolinguísticos;
− Possibilitou captar a correlação entre o uso não
padrão e a estrutura social da comunidade de
prática, configurando a variável como um índice de
prática social.
− A identidade não é apenas uma entidade social que
é correlacionada a aspectos linguísticos, mas um
fenômeno sociolinguístico, que é construído com o
valor simbólico de características sociais e
linguísticas.
PROPOSTAS PARA NOVOS BANCOS DE DADOS (p. 929)
• Conservar minimamente as estratificações dos bancos de
dados já existentes, pois
• A comparação de dados em tempo real permite análises
mais acuradas com estudos de painel e de tendência
(LABOV, 2001).
• As variáveis demográficas amplas – sexo, idade,
escolarização etc. – precisam continuar;
• Entretanto, recomenda-se que as novas coletas
aprimorem o controle do falante, suas características
individuais e de práticas:
 Permitem que se construa um perfil social e
 Que se contemple indicadores sociodemográficos mais
amplos e abstratos;
 Possibilitam um enquadramento mais próximo da
realidade social do informante, desfazendo a
homogeneização da amostra.
Exemplo: Banco VarX (Banco de Dados por Classe
Social, UFPel):
• Informações mais detalhadas sobre:
 A região onde o falante mora,
 Se o tipo de sua casa corresponde ao padrão do
zoneamento,
 Que tipos de bem de consumo possui,
 Se sua profissão é manual, técnica ou intelectual,
correlacionadas ao nível de escolarização.
• A simples inclusão de mais questões relacionadas
a fatores subjetivos nos questionários/roteiros de
entrevistas sociolinguísticas já torna possível que
esse tipo de informação seja extraída das
amostras.
• A abordagem única e exclusiva de comunidades
de prática não é benéfica para os estudos
sociolinguísticos:
 Quebrar a série histórica da comparabilidade
de amostras de comunidades de fala (com
coletas iniciadas na década de 1980),
 Sem um estudo anterior baseado em
comunidades de fala para levantar a(s)
tendência(s) ampla(s) a ser(em) analisada(s), é
um tiro no escuro que pode ou não resultar em
uma boa investigação sociolinguística.
• É a articulação entre as abordagens.
Banco de Dados FALA-Natal (p. 936)
• Socialmente estratificados de modo similar a
informantes de bancos de dados já existentes no
país, a exemplo do PEUL, do VARSUL e do
VALPB;
• 48 entrevistas sociolinguísticas com cerca de 60
minutos de duração.
• Questões a serem solucionadas: p. 938.
• Ficha social a ser preenchida previamente à
entrevista: p. 939.
Portanto...
→ Deve-se abandonar o estudo de comunidades
de fala e passar a usar apenas o de
comunidades de prática? Por quê?
• O estudo baseado em comunidade de fala
ainda é importante que seja o primeiro a ser
feito, antes que sejam estabelecidas essas
comunidades de prática, pois
• Ele indica tendências amplas a serem
analisadas.
• No entanto, é necessário aprimorá-los para
contemplar a dimensão da comunidade de
prática, do estilo e da personae.

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