Você está na página 1de 3

PROVA – 1º BIMESTRE – LÍNGUA PORTUGUESA – 1º ANO. TURMA: F. PROF.ª: Germana Rodrigues.

Leia os textos 1 e 2 e responda:


Texto 1
Acerto de contas entre criminosos faz nova vítima.
Ontem, o menor V.S foi encontrado morto, por volta das 7 horas no morro da Providência. Ele era procurado
por furto, roubo, receptação e tráfico.
A mãe do menor, conhecida como Joaquina, afirmou não possuir documentos pessoais, o que dificulta a
liberação do corpo. Afirmou ainda desconhecer as práticas criminosas do filho. “Meu filho era um menino bom, criei
ele sozinha, com muita dificuldade. Ele me prometeu uma vida melhor e tava cumprindo, mas não era fazendo nada
errado não.”
Até o fechamento dessa matéria, a mãe ainda lutava pela liberação do corpo do filho.
(Jornal Escola, 23/08/1981, por Mayra Pavan)

Texto 2
O meu guri
Quando, seu moço, nasceu meu rebento E ele chega
Não era o momento dele rebentar Chega no morro com o carregamento
Já foi nascendo com cara de fome Pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador
E eu não tinha nem nome pra lhe dar Rezo até ele chegar cá no alto
Como fui levando, não sei lhe explicar Essa onda de assaltos tá um horror
Fui assim levando ele a me levar Eu consolo ele, ele me consola
E na sua meninice ele um dia me disse Boto ele no colo pra ele me ninar
Que chegava lá De repente acordo, olho pro lado
Olha aí E o danado já foi trabalhar, olha aí
Olha aí Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí Olha aí, é o meu guri
Olha aí, é o meu guri E ele chega
E ele chega Chega estampado, manchete, retrato
Chega suado e veloz do batente Com venda nos olhos, legenda e as iniciais
E traz sempre um presente pra me encabular Eu não entendo essa gente, seu moço
Tanta corrente de ouro, seu moço Fazendo alvoroço demais
Que haja pescoço pra enfiar O guri no mato, acho que tá rindo
Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro Acho que tá lindo de papo pro ar
Chave, caderneta, terço e patuá Desde o começo, eu não disse, seu moço
Um lenço e uma penca de documentos Ele disse que chegava lá
Pra finalmente eu me identificar, olha aí Olha aí, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri Olha aí, é o meu guri

(BUARQUE, Chico.1981.)

01. O texto 1 é parte de uma notícia internacional. Por que esse fato noticiado mereceu destaque no
noticiário? A que campo do conhecimento humano esse fato causa interesse? (2 escores)
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________

02. O que o texto 2 revela quanto a características psicológicas do marido ao longo da história? (Cite pelo
menos três características). (3 escores)
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________

03. Que acontecimentos dessa história comprovam sua resposta à questão anterior? (Cite pelo menos três)
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________

04. No texto 2, os trechos “Aquilo, além de humilhá-lo profundamente, deixava-o completamente


perturbado.” e “E ele enfim se sentiria o vencedor.”, fazem-nos concluir que o homem encarava a
característica da mulher de não sentir medo como:
(Marque V, para as afirmativas verdadeiras, e F, para as falsas) (4 escores)
a) ( ) Encarava como algo normal.
b) ( ) Encarava como um desafio pessoal.
c) ( ) Encarava como um grande mal para a humanidade.
d) ( ) Encarava como uma limitação dele, e não como uma característica dela.
05. No texto 2, o que o homem imaginou, inicialmente, sobre baratas e ratos em relação à mulher? (Marque
apenas um item correto) (1 escore)
a) Que eles poderiam amedrontá-la porque grande parte das mulheres tem esse medo.
b) Que a mulher iria cuidar deles como bichos de estimação.
c) Que a mulher o defenderia matando o rato.
d) Que a mulher os comeria como um prato especial.
e) Que eles trariam segurança para ela.

06. Você observou que os dois textos abordam o mesmo tema. Apesar disso, eles são bastante diferentes.
Essas diferenças se devem ao objetivo e ao gênero de cada um dos textos, bem como ao público a que
cada um deles se destina.
a) Qual é o objetivo principal do texto 1, considerando-se que se trata de uma reportagem jornalística?
____________________________________________________________________________________

b) Quais os principais objetivos do texto 2, considerando-se que se trata de uma crônica? (Cite pelo menos
dois.) (2 escores)
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________

c) Qual deles apresenta uma linguagem objetiva, voltada para explicar um problema da realidade? (1 esc.)
____________________________________________________________________________________

d) Em qual deles a linguagem é organizada com o objetivo de criar expectativa ou envolvimento do leitor?
____________________________________________________________________________________

e) Qual deles é um texto literário? Por quê? (Cite pelo menos três motivos para o seu porquê.) (4 escores)
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________

07. A escrita é uma das formas de expressão que as pessoas utilizam para comunicar algo e tem várias
finalidades: informar, entreter, convencer, divulgar, descrever. Assim, o conhecimento acerca das
variedades linguísticas sociais, regionais e de registro torna-se necessário para que se use a língua nas
mais diversas situações comunicativas.
Considerando as informações acima, imagine que você está à procura de um emprego e encontrou duas
empresas que precisam de novos funcionários. Uma delas exige uma carta de solicitação de emprego. Ao
redigi-la, você (Marque apenas um item correto): (1 escore)
a) fará uso da linguagem metafórica. d) evidenciará a norma padrão.
b) apresentará elementos não verbais. e) fará uso de gírias.
c) utilizará o registro informal.

08. “Motivadas ou não historicamente, normas prestigiadas ou estigmatizadas pela comunidade sobrepõem-se ao longo
do território, seja numa relação de oposição, seja de complementaridade, sem, contudo, anular a interseção de usos que
configuram uma norma nacional distinta da do português europeu. Ao focalizar essa questão, que opõe não só as
normas do português de Portugal às normas do português brasileiro, mas também as chamadas normas cultas locais às
populares ou vernáculas, deve-se insistir na ideia de que essas normas se consolidaram em diferentes momentos da
nossa história e que só a partir do século XVIII se pode começar a pensar na bifurcação das variantes continentais, ora
em consequência de mudanças ocorridas no Brasil, ora em Portugal, ora, ainda, em ambos os territórios.”
CALLOU, Dinah. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. (orgs). Ensino de gramática:
descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007 (adaptado).

O português do Brasil não é uma língua uniforme. A variação linguística é um fenômeno natural, ao qual
todas as línguas estão sujeitas. Ao considerar as variedades linguísticas, o texto mostra que as normas
podem ser aprovadas ou condenadas socialmente, chamando a atenção do leitor para a (Marque apenas
um item correto): (1 escore)
a) desconsideração da existência das normas populares pelos falantes da norma culta.
b) difusão do português de Portugal em todas as regiões do Brasil só a partir do século XVIII.
c) existência de usos da língua que caracterizam uma norma nacional do Brasil, distinta da de Portugal.
d) inexistência de normas cultas locais e populares ou vernáculas em um determinado país.
e) necessidade de se rejeitar a ideia de que os usos frequentes de uma língua devem ser aceitos.

Leia os textos 3 e 4 e responda:


Texto 3
Antigamente
Antigamente, os pirralhos dobravam a língua diante dos pais e se um se esquecia de arear os dentes antes de cair
nos braços de Morfeu, era capaz de entrar no couro. Não devia também se esquecer de lavar os pés, sem tugir nem
mugir. Nada de bater na cacunda do padrinho, nem de debicar os mais velhos, pois levava tunda. Ainda cedinho, aguava
as plantas, ia ao corte e logo voltava aos penates. Não ficava mangando na rua, nem escapulia do mestre, mesmo que
não entendesse patavina da instrução moral e cívica. O verdadeiro smart calçava botina de botões para comparecer todo
liró ao copo d’água, se bem que no convescote apenas lambiscasse, para evitar flatos. Os bilontras é que eram um
precipício, jogando com pau de dois bicos, pelo que carecia muita cautela e caldo de galinha. O melhor era pôr as
barbas de molho diante de um treteiro de topete, depois de fintar e engambelar os coiós, e antes que se pusesse tudo em
pratos limpos, ele abria o arco.
ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983 (fragmento).

Texto 4
Expressão Significado
Cair nos braços de Morfeu Dormir
Debicar Zombar, ridicularizar
Tunda Surra
Mangar Escarnecer, caçoar
Tugir Murmurar
Liró Bem-vestido
Copo d'água Lanche oferecido pelos amigos
Convescote Piquenique
Treteiro de topete Tratante atrevido
Abrir o arco Fugir
Bilontra Velhaco

FIORIN, J. L. As línguas mudam. In: Revista Língua Portuguesa, n. 24, out. 2007 (adaptado).

09. Na leitura do fragmento do texto Antigamente constata-se, pelo emprego de palavras obsoletas, que
algumas expressões bastante utilizadas não mais o são no português brasileiro atual. Esse fenômeno
revela que (Marque apenas um item correto): (1 escore)
a) a língua portuguesa de antigamente carecia de termos para se referir a fatos e coisas do cotidiano.
b) o português brasileiro se constitui evitando a ampliação do léxico proveniente do português europeu.
c) a heterogeneidade do português leva a uma estabilidade do seu léxico no eixo temporal.
d) o português brasileiro apoia-se no léxico inglês para ser reconhecido como língua independente.
e) o léxico do português representa uma realidade linguística variável e diversificada.

10. “Só há uma saída para a escola se ela quiser ser mais bem-sucedida: aceitar a mudança da língua como um fato.
Isso deve significar que a escola deve aceitar qualquer forma de língua em suas atividades escritas? Não deve
mais corrigir? Não!
Há outra dimensão a ser considerada: de fato, no mundo real da escrita, não existe apenas um português
correto, que valeria para todas as ocasiões: o estilo dos contratos não é o mesmo dos manuais de instrução; o
dos juízes do Supremo não é o mesmo dos cordelistas; o dos editoriais dos jornais não é o mesmo dos dos
cadernos de cultura dos mesmos jornais. Ou do de seus colunistas.”
(POSSENTI, S. Gramática na cabeça. Língua Portuguesa, ano 5, n. 67, maio 2011 – adaptado).
Sírio Possenti defende a tese de que não existe um único “português correto”. Assim sendo, o domínio
da língua portuguesa implica, entre outras coisas, saber (Marque apenas um item correto): (1 escore)
a) descartar as marcas de informalidade do texto.
b) reservar o emprego da norma padrão aos textos de circulação ampla.
c) moldar a norma padrão do português pela linguagem do discurso jornalístico.
d) adequar as formas da língua a diferentes tipos de texto e contexto.
e) desprezar as formas da língua previstas pelas gramáticas e manuais divulgados pela escola.

Você também pode gostar