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GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DO CEARÁ


Escola de Ensino Fundamental e Médio Mário Hufo Cidrack do Vale

Nome: _________________________________________________________________ Nº: ________


Ano: 1º Ano C. Turno: Tarde. Data: ______/_____/______ Prof.ª: Ana Germana.
TD SOBRE A LITERATURA NA IDADE MÉDIA – LÍNGUA PORTUGUESA – 2º BIMESTRE

Leia a cantiga trovadoresca abaixo para responder às questões 1 e 2:


Cantiga de Amor
Senhora minha, desde que vos vi, Já que assim é, eu venho-vos rogar
lutei para ocultar esta paixão que queirais pelo menos consentir
que me tomou inteiro o coração; que passe a minha vida a vos servir (...)
mas não o posso mais e decidi
que saibam todos o meu grande amor,
a tristeza que tenho, a imensa dor
que sofro desde o dia em que vos vi.
FERNANDES, Afonso. Adaptado. Disponível em: <http://www.caestamosnos.org/efemerides/118.htm>. Acesso em: 23 set. 2021.

01. Observando-se a última estrofe, é possível afirmar que o apaixonado:


A) se sente inseguro quanto aos próprios sentimentos.
B) se sente confiante em conquistar a mulher amada.
C) se declara surpreso com o amor que lhe dedica a mulher amada.
D) possui o claro objetivo de servir sua amada.
E) conclui que a mulher amada não é tão poderosa quanto parecia a princípio.

02. Uma característica desse fragmento, também presente em outras cantigas de amor do
Trovadorismo, é
A) a certeza de concretização da relação amorosa.
B) a situação de sofrimento do eu lírico.
C) a coita de amor sentida pela senhora amada.
D) a situação de felicidade expressa pelo eu lírico.
E) o bem-sucedido intercâmbio amoroso entre pessoas de camadas distintas da sociedade.

03. Sobre a poesia trovadoresca, é incorreto afirmar que:


A) refletiu o pensamento da época, marcada pelo teocentrismo, pelo feudalismo e por valores
altamente moralistas.
B) estava sempre em torno da corte e refletia as regras do amor cortês.
C) pode ser dividida em lírica e satírica.
D) estruturalmente, não apresentava métrica nem rima.
E) as cantigas de amigo, apesar de escritas por homens, expressam o eu-lírico feminino.
04. Sobre a literatura na Idade Média, considere verdadeiro (V) ou falso (F):
( ) A relação de vassalagem entre cavaleiros e senhores feudais foi transferida para o louvor às
damas da sociedade, o que deu as bases para as regras do amor cortês.
( ) As mulheres louvadas nas cantigas de amor eram camponesas simples.
( ) Se a dama louvada na poesia não reconhecesse e compensasse o trovador, este não poderia
denunciá-la publicamente, pois correria o risco de ser expulso do palácio.

A sequência correta está no item:


A) V, F, V. B) V, V, V. C) V, F, F. D) F, F, V. E) F, V, F.
05. A respeito da cultura medieval ocidental e do Trovadorismo, considere as seguintes
afirmativas:
I. A Igreja Católica perdeu adeptos para a mitologia greco-romana.
II. A maior parte da população europeia era analfabeta.
III. Como a maior parte da população era analfabeta, a composição das poesias era
predominantemente oral, e as rimas dificultariam essa memorização.

A opção com as escolhas corretas encontra-se no item:


A) Apenas a afirmativa I está errada. D) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
B) Apenas a afirmativa II está correta. E) Apenas as afirmativas II e III estão erradas.
C) Apenas a afirmativa III está correta.

Leia o texto abaixo e responda às questões 6 e 7.


Vem um Frade com uma DIABO FRADE
mulher pela mão, um escudo e Que coisa tão preciosa... Corpo de Deus consagrado!
uma espada na outra e um Entrai, padre reverendo! Pela fé de Jesus Cristo,
capacete debaixo do capuz. Que eu não posso entender
[...] FRADE isto!
E para onde levais a gente? Hei de eu ser condenado?!...
DIABO Um padre tão enamorado
Pois entrai! Eu tocarei DIABO E tanto dado à virtude?
E faremos um serão. (uma festa) Para aquele fogo ardente, Assim Deus me dê saúde,
Essa dama, é vossa? Que não temestes vivendo. Que eu estou muito admirado!

FRADE FRADE DIABO


Por minha, eu a tenho, Juro a Deus que não te Não penses em mais detença.
E sempre a tive como minha. entendo! (demora)
E este hábito, de nada vale? (as Embarcai e partiremos:
DIABO vestes religiosas) Tomareis um par de remos.
Fizestes bem, que é formosa!
Mas não vos punham lá grossa DIABO FRADE
(censuravam) Gentil padre mundanal, Não ficou isso em avença.
No vosso convento santo? A Belzebu vos encomendo! (acordo)

FRADE DIABO
Eles lá fazem outro tanto!1 Pois dada está já a sentença!
[...]
VICENTE, Gil. Auto da barca do inferno. Luso-livros, 1517 [ p. 34-41 e 49-54.
1
O Frade diz, perante a admiração do Diabo, que os outros frades também tinham amantes como a dele.
06. Sobre o texto, marque verdadeiro (V) ou falso (F):
a. ( ) O diálogo que ocorre entre as duas personagens revela a condição moral apenas do frade
apresentado.
b. ( ) A intenção do autor, com esse trecho em específico, é criticar todos os homens em geral.
c. ( ) O Frade tenta usar o seu hábito como um argumento para ele ir para o céu.
d. ( ) O Frade deverá ir para a barca do céu.

07. Ainda sobre essa parte da peça:


I. O trecho “Eles lá fazem outro tanto!” serve como crítica ao fato de alguns sacerdotes da Igreja
Católica terem esposa.
II. O Frade tenta argumentar com o Diabo para não ir para o inferno ao dizer que era “Um padre
tão enamorado / E tanto dado à virtude?”
III. Ao receber o Frade, o Diabo o estranha pelo fato de ele estar acompanhado de uma “esposa”.
A opção com as escolhas corretas encontra-se no item:
A) Apenas a afirmativa I está correta. C) Apenas a afirmativa I e III estão corretas.
B) Apenas as afirmativas II e III estão D) Todas estão corretas.
corretas. E) Nenhuma está correta.
Leia o poema e responda à questão 8:
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente; É querer estar preso por vontade;
é um contentamento descontente, é servir a quem vence, o vencedor;
é dor que desatina sem doer. é ter com quem nos mata, lealdade.

É um não querer mais que bem querer; Mas como causar pode seu favor
é um andar solitário entre a gente; nos corações humanos amizade,
é nunca contentar-se de contente; se tão contrário a si é o mesmo Amor?
é um cuidar que ganha em se perder.
CAMÕES, Luís Vaz de.

08. Sobre o poema de Camões, marque verdadeiro (V) ou falso (F):


a. ( ) O poema busca construir definições e conceitos para a compreensão racional do tema.
b. ( ) O eu-lírico busca conceituar o amor de forma unilateral (apenas de um lado), revelando
apenas o intenso sofrimento do coração apaixonado.
c. ( ) O poema mostra a idealização do ser amado como algo perfeito, embora que distante.
d. ( ) O eu-lírico exprime em todo o poema a impossibilidade de se compreender o amor.
e. ( ) O poema conceitua positivamente o amor correspondido e, negativamente, o amor não
correspondido.
f. ( ) A estruturação do texto está na forma soneto com padrão de rimas perfeito.
09. Em Os Lusíadas, Camões:
A) tem por objetivo elogiar a bravura dos portugueses e o faz através da narração da colonização
brasileira.
B) narra as viagens de Vasco da Gama às Índias.
C) lamenta que, apesar de ter dominado os mares e descoberto novas terras, Portugal acabe
subjugado pela Espanha.
D) tem por único objetivo criticar a ambição dos navegadores portugueses que abandonam a
pátria à mercê dos inimigos para buscar ouro e glória em terras distantes.
E) tem como objetivo elogiar a bravura dos portugueses e valorizar a colonização brasileira.
10. Dos episódios O Gigante Adamastor e O Velho do Restelo, da obra Os Lusíadas, de Luiz de
Camões, NÃO é possível afirmar que:
A) O Velho do Restelo, numa antevisão profética, previu os desastres futuros que se abateriam sobre
a Pátria e que arrastariam a nação portuguesa a um destino de enfraquecimento e marasmo.
B) Restelo era o nome da praia em frente ao templo de Belém, de onde partiam as naus
portuguesas nas aventuras marítimas.
C) O Gigante Adamastor possui uma representação simbólica do Cabo das Tormentas.
D) O Velho do Restelo é um episódio que ilustra poeticamente uma circunstância da vida portuguesa.
E) O Velho, um dos muitos espectadores na praia, engrandecia com sua fala as façanhas dos
navegadores, a nobreza guerreira e a máquina mercantil lusitana.
Considere os dois excertos que seguem para responder à questão 11.
I II
E disse: “Ó gente ousada, mais que quantas O mostrengo que está no fim do mar
No mundo cometeram grandes cousas, Na noite de breu ergueu-se a voar;
Tu, que por guerras cruas, tais e tantas, A roda da nau voou três vezes,
E por trabalhos vãos nunca repousas (...)” Voou três vezes a chiar,
(Os Lusíadas, Luís de Camões, canto V) E disse: “Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?”
E o homem do leme disse, tremendo:
“El-Rei D. João Segundo!” [...]

Aqui ao leme sou mais do que eu:


Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!
(Mensagem, de Fernando Pessoa, 2.ª parte)

11. Em I, o Gigante Adamastor fala aos navegantes portugueses que queriam, pioneiramente,
atravessar o Cabo das Tormentas a caminho das Índias; em II, temos os versos escritos no
século XX pelo poeta português Fernando Pessoa que retratam um país bem distinto daquele
que foi cantado por Camões. Neles, o timoneiro (chefe da embarcação) fala ao mostrengo o
porquê de a embarcação lusitana estar enfrentando os perigos do mar.
A partir dos excertos e dos comentários, assinale a afirmação que esteja incorreta.
A) Ambos os fragmentos trazem em suas falas o sentido de coletividade do povo português.
B) “O monstrengo” é uma referência ao episódio do Gigante Adamastor, em Os Lusíadas.
C) Em II, é possível afirmar que o personagem já conhecia os portugueses.
D) O Gigante Adamastor possui uma representação simbólica do Cabo das Tormentas.
E) Metaforicamente, os fragmentos demonstram que a expansão lusitana passou por obstáculos
caros ao ser humano.

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