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SEMED/DE/DIEJA
Porto Velho/RO
SUMÁRIO
1. Língua Portuguesa – Gramática e Produção de Texto ...................................................... 4
2. Redação -Tipos ................................................................................................................ 52
3. Literatura .......................................................................................................................... 53
4. Língua Espanhola ............................................................................................................. 66
5. Geografia Geral................................................................................................................. 72
6. Geografia do Brasil ........................................................................................................... 80
7. História Geral .................................................................................................................... 86
8. História Brasil .................................................................................................................. 101
9. Matemática ....................................................................................................................... 117
10. Química ........................................................................................................................... 137
11. Biologia ........................................................................................................................... 149
12. Física ................................................................................................................................ 174
13. Atualidades ..................................................................................................................... 188
Variações linguísticas
A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes. O uso de uma
língua varia de época para época, de região para região, de classe social para
classe social, e assim por diante. Nem individualmente podemos afirmar que o uso
seja uniforme. Dependendo da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes
variedades de uma só forma da língua.
Níveis de variação
É importante observar que o processo de variação ocorre em todos os níveis de
funcionamento da linguagem, sendo mais perceptível na pronúncia e no vocabulário.
Esse fenômeno da variação se torna mais complexo porque os níveis não se apresentam
de maneira estanque, eles se superpõem.
Nível fonológico - por exemplo, o l final de sílaba é pronunciado como consoante pelos
gaúchos, enquanto em quase todo o restante do Brasil é vocalizado, ou seja,
pronunciado como um u; o r caipira; os chiado do carioca.
Nível morfo-sintático - muitas vezes, por analogia, por exemplo, algumas pessoas
conjugam verbos irregulares como se fossem regulares: "manteu" em vez de "manteve",
"ansio" em vez de "anseio"; certos segmentos sociais não realizam a concordância entre
sujeito e verbo, e isto ocorre com mais frequência se o sujeito está posposto ao verbo.
Há ainda variedade em termos de regência: "eu lhe vi" ao invés de "eu o vi".
Nível vocabular - algumas palavras são empregadas em um sentido específico de
acordo com a localidade. Exemplos: em Portugal diz-se "miúdo", ao passo que no
Brasil usa-se " moleque", "garoto", "menino", "guri"; as gírias são, tipicamente, um
processo de variação vocabular.
Tipos de variedades
Existem dois tipos de variedades linguísticas: os dialetos (variedades que ocorrem em
função das pessoas que utilizam a língua, ou seja, os emissores); os registros
(variedades que ocorrem em função do uso que se faz da língua, as quais dependem do
receptor, da mensagem e da situação).
* Variação Dialetal
Variação Regional
Variação Social
Variação Etária
Variação Profissional
* Variação de Registro
Grau de Formalismo
Modalidade de Uso
Sintonia
* Variação Regional
Se você fizer um levantamento dos nomes que as pessoas usam para a palavra "diabo",
talvez se surpreenda. Muita gente não gosta de falar tal palavra, pois acreditam que há o
perigo de evocá-lo, isto é, de que o demônio apareça. Alguns desses nomes aparecem
em o "Grande Sertão: Veredas", Guimarães Rosa, que traz uma linguagem muito
característica do sertão centro-oeste do Brasil:
Língua e Status
Nem todas as variações linguísticas têm o mesmo prestígio social no Brasil. Basta
lembrar de algumas variações usadas por pessoas de determinadas classes sociais ou
regiões, para perceber que há preconceito em relação a elas.
Veja este texto de Patativa do Assaré, um grande poeta popular nordestino, que fala do
assunto:
O Poeta da Roça
Sou fio das mata, canto da mão grossa,
Trabáio na roça, de inverno e de estio.
A minha chupana é tapada de barro,
Só fumo cigarro de paia de mío.
Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argun menestré, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, à percura de amô.
Não tenho sabença, pois nunca estudei,
Apenas eu sei o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre,
E o fio do pobre não pode estudá.
Tipos de linguagens
Linguagem formal:
• segue regras de uma gramática normativa eleita como variedade-padrão, oficial;
• menos influenciada por fatores como idade, região, grupo social...
• mais utilizada em situações formais: documentos oficiais, textos científicos,
textos escolares, palestras, reuniões científicas...
• geralmente não emprega gírias
Linguagem coloquial, informal é caracterizada por:
• ser mais utilizada nas situações do cotidiano, isto é, no dia-a-dia, na família,
entre amigos;
• escolha ou uso de palavras ou expressões do repertório popular, conhecido pela
maioria dos falantes;
• forma de organizar a frase diferente da variedade ou norma-padrão (como eu vi
ele);
• emprego de formas reduzidas de palavras (pra, ta, né);
• ser mais influenciada por fatores como: idade, região em que é utilizada,
profissão, grupo social que o falante mais frequenta;
• ser mais espontânea e descontraída.
Linguagem culta:
• É utilizada pelas classes intelectualizadas da sociedade. É a variante de maior
prestígio e aquela ensinada nas escolas. Sua sintaxe é mais complexa, seu vocabulário
mais amplo e há nela uma absoluta obediência à gramática normativa e à língua dos
escritores clássicos.
Linguagem coloquial:
• É utilizada pelas pessoas que fazem uso de um nível menos formal, mais
cotidiano. Relativamente, a linguagem coloquial apresenta limitações vocabulares
incapazes para a comunicação do conhecimento filosófico, científico, artístico, etc.
Possui, entretanto, maior liberdade de expressão, sobretudo, no que se refere à
gramática normativa. Desenvolvendo-se livre e indisciplinadamente e, não raro, isola-se
em falares típicos regionais e em gírias. O Modernismo efetivou a apologia da
linguagem cotidiana como melhor veículo de expressão literária, por sua velocidade,
espontaneidade e dinamismo, condenando a linguagem culta.
Linguagem popular:
• É utilizada por pessoas de baixa ou nenhuma escolaridade. Este nível raramente
aparece na forma escrita e caracteriza-se como subpadrão linguístico. Neste nível, o
vocabulário é bastante restrito, com muitas gírias, onomatopéias e formas
gramaticalmente incorretas (oropa, pobrema, poblema, nóis vai, nóis fumo, vi ela,
lâmpia, etc). Não há aqui, preocupação com as regras gramaticais.
Regionalismo:
• Lamentavelmente, grande parte dos livros sobre regionalismo não se preocupa
em mostrar as diferenças existentes entre os falares nacionais e sim em mostrar as
diferenças entre o Português do Brasil e o Português de Portugal.
• O falar brasileiro divide-se entre sul e norte. O que caracteriza esses dois
grupos é a expressão cadenciada; a abertura de vogais, a existência de sílabas
protônicas, vocábulos diminutivos, advérbios e adjetivos locais, setorizados. Além
disso, o regionalismo pode ser definido como meio peculiar de expressão de uma
determinada região, refletindo os hábitos e costumes do povo que a habita. Esses
vocabulários, expressões e modismos servem, quase que exclusivamente, para
comunicar “a cor local”. Para tanto, nem sempre é possível respeitar-se rigorosamente
os cânones gramaticais impostos na língua-padrão.
Jargão profissional:
• A língua grupal, por sua vez, é hermética, porque pertence a grupos fechados, e
existe para tantos quanto forem esses grupos. O jargão é um dos tipos de linguagem
grupal. É uma conversação em termos técnicos, daí falar-se em “economês”,
“engenheirês”, “sociologês”, etc.
• Portanto, o jargão caracteriza-se pela competência de quem o utiliza, por isso,
tem que se adequar coerentemente aos nossos vocábulos, enriquecendo-os para que se
tenha um bom êxito profissional.
Linguagem giriática(gírias):
• Outro tipo de linguagem grupal é a gíria. Assim como o jargão, existem tantas
gírias quantos forem os grupos que as utilizam: gírias dos jovens (ravers, darkes,
clubbers, bykers, skaters, etc.), dos policiais, dos aeronautas, dos jornalistas, etc. A
chamada gíria grosseira recebe o nome de calão, contudo, não se deve confundir a gíria
com o calão, que é a linguagem dos delinqüentes, dos excluídos.
• A gíria pode ser um linguajar muito adequado à expressão informal; é colorida,
expressiva, trepidante, dinâmica e, de acordo com Rodrigues Lapa, a gíria nada mais é
do que uma forma exagerada de linguagem familiar.
• O dinamismo característico da gíria é talvez seu maior defeito, o que, de outra
parte, não pode ser recomendado como elemento de estilo. Nem sempre é possível
estabelecer distinção precisa entre gíria e expressão popular, mesmo porque, sendo a
gíria frequentemente de origem popular, termina popularizando-se, não poucas vezes,
incorporando-se definitivamente à língua .
Espécies de Variação
Variação histórica
• Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser identificada
ao se comparar dois estados de uma língua Portuguesa. O processo de mudança é
gradual: uma variante inicialmente utilizada por um grupo restrito de falantes passa a
ser adotada por indivíduos socioeconomicamente mais expressivos. A forma antiga
permanece ainda entre as gerações mais velhas, período em que as duas variantes
convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e finalmente
consagra-se pelo uso na modalidade escrita. As mudanças podem ser de grafia ou de
significado.
Variação geográfica
• Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura sintática entre
regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se comunidades linguísticas
menores em torno de centros polarizadores , política e economia, que acabam por
definir os padrões linguísticos utilizados na região de sua influência e as diferenças
linguísticas entre as regiões são graduais, nem sempre coincidindo.
Variação social
• Agrupa alguns fatores de diversidade: o nível sócioeconômico, determinado
pelo meio social onde vive um indivíduo; o grau de educação; a idade e o gênero. A
variação social não compromete a compreensão entre indivíduos, como poderia
acontecer na variação regional; o uso de certas variantes pode indicar qual o nível
sócioeconômico de uma pessoa, e há a possibilidade de alguém oriundo de um grupo
menos favorecido atingir o padrão de maior prestígio.
Variação estilística
• Considera um mesmo indivíduo em diferentes circunstâncias de comunicação:
se está em um ambiente familiar, profissional, o grau de intimidade, o tipo de assunto
tratado e quem são os receptores. Sem levar em conta as graduações intermediárias, é
possível identificar dois limites extremos de estilo: o informal, quando há um mínimo
de reflexão do indivíduo sobre as normas linguísticas, utilizado nas conversações
imediatas do cotidiano; e o formal, em que o grau de reflexão é máximo, utilizado em
conversações que não são do dia-a-dia e cujo conteúdo é mais elaborado e complexo.
Não se deve confundir o estilo formal e informal com língua escrita e falada, pois os
dois estilos ocorrem em ambas as formas de comunicação.
• As diferentes modalidades de variação linguística não existem isoladamente,
havendo um inter-relacionamento entre elas: uma variante geográfica pode ser vista
como uma variante social, considerando-se a migração entre regiões do país. Observa-
se que o meio rural, por ser menos influenciado pelas mudanças da sociedade, preserva
variantes antigas. O conhecimento do padrão de prestígio pode ser fator de mobilidade
social para um indivíduo pertencente a uma classe menos favorecida.
Em Porto Velho
• “As influências recebidas no falar de Porto Velho podem ser explicadas através
dos vários ciclos de ocupação que Rondônia passou e a origem dos migrantes que
ajudaram na formação e ocupação das cidades e municípios nos respectivos ciclos e
através da observação linguística”. “A variação nos falares de Porto Velho” – Nair
Ferreira Gurgel do Amaral
Falar de Porto Velho sem lembrar da fala cantada do porto-velhense é deixar uma
lacuna. O falar do povo do rio Madeira é marcado por um sotaque melodioso e alegre,
cheio de palavras herdadas do Nordeste brasileiro que, claro, passaram por
transformações em seu significado, como provocar (= desafiar, Dicionário Aurélio),
que em “portovelhês” significa vomitar. Expressões genuinamente porto-velhenses
ganharam simpatia e, até mesmo, maior carga de sentido do que o termo do qual seria
sinônimo. Um exemplo emblemático é: “Hoje está quente ‘quissó’”. Para quem ainda
não conhece, ‘que só’ significa algo muito mais que demais. Coisa de Porto Velho. Ou
seja, não está quente demais, está muito mais do que quente.
O ‘quissó’ é uma marca do falar porto-velhense”, afirma a doutora em Linguística,
professora Nair Ferreira Gurgel do Amaral, do Departamento de Línguas Vernáculas da
Universidade Federal de Rondônia (Unir). Em 1999 ela começou uma pesquisa sobre ‘a
variação nos falares de Porto Velho’, que ainda não foi concluída. O motivo não foi
outro além da impossibilidade de se fazer um levantamento diante de tanta diversidade.
Uma verdadeira colcha de retalhos.
• Especificamente na Capital, as colaborações linguísticas vieram dos Estados
nortistas, principalmente do Pará e Amazonas, e do Nordeste. O sotaque local é, sem
dúvida, herança dos nordestinos, especialmente os cearenses. Uma expressão
coloquial com som característico do Ceará: “Ramupubanhu (= vamos para um banho).
• A palavra banho é um caso do vocabulário porto-velhense . Para quem não
conhece, tem o mesmo significado de balneário. “Não há dúvida que a maior
contribuição na linguagem de Porto Velho é dos nordestinos”, confirma a linguista Nair
Gurgel
Um pouco do vocabulário peculiar de PVH
Baladeira – estilingue
Banho – balneário
Benjamin – dispositivo que serve para ligar vários aparelhos elétricos em uma
ó tomada
Bregueço – coisa qualquer
Caba – maribondo
Capitão – bolinho de comida amassado com a mão
Esculhambar – destruir/quebrar/falar mal
Nome – palavrão
Papagaio – pipa
Pipocar – aparecer
Pisero – festa
Provocar – vomitar
Expressões usuais em PVH
• Tu é leso é?
• Iche, tá demorando que só!
• Toma! Não disse que tu ia te lascar?
• Maninho do céu!
As crianças e adolescentes porto-velhenses também têm um vocabulário próprio. A
brincadeira mais rica em palavras é a peteca, que em Porto Velho é o jogo de bolas
de gude.
• Abirobado – doido
Abofitar – pegar (roubar) as petecas e sair correndo
Aluguel – mentira
Bolô – peteca de maior tamanho
Catar – movimentar a linha do papagaio, fazendo-o ganhar altura
Escalado – sujeito intrometido, que se oferece para ser convidado
Fona – último a jogar (no jogo da peteca)
Imbiocar – inclinar o papagaio para baixo
Marcando – vacilando
Morcegar – pegar carona nas traseiras de automóveis, principalmente
ônibus
Queidar – derrubar papagaio
(O portovelhês nosso de cada dia /Marcela Ximenes · Porto Velho (RO)
Habilidade 25: Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas
que singularizam as variedades linguísticas, sociais, regionais e de registro
01 – Inútil (h.25,26,27)
A gente não sabemos escolher presidente
A gente não sabemos tomar conta da gente
A gente não sabemos nem escovar os dente
Tem gringo pensando que nóis é indigente
Inútil
A gente somos inútil
Inútil
A gente somos inútil
Inútil
A gente somos inútil
Inútil
A gente somos inútil
A gente faz carro e não sabe guiar
A gente faz trilho e não tem trem prá botar
A gente faz filho e não consegue criar
A gente pede grana e não consegue pagar
[...]
Ultraje a Rigor. Disponível em: <www.vagalume.com.br/ultraje-a-rigor/
inutil.html>. Acesso em: 6 maio 2014.
Na letra de música apresentada, ocorre a figura de linguagem silepse, usada como uma
variedade linguística não prestigiada socialmente, porém adequada à crítica que o autor
teve a intenção de fazer. Essa figura:
A)representa um exemplo de linguagem que desrespeita a norma-padrão, por usar de
maneira incorreta
a regência verbal.
B)apresenta um padrão de linguagem empregado em determinadas situações de uso em
que se omite
o pronome nós.
C)é considerada um erro dos falantes da língua portuguesa, pois concebe uma realidade
linguística que sofre preconceito linguístico.
D)representa um fenômeno social, pois faz uso da concordância ideológica, ou seja,
concorda com a ideia de sujeito coletivo.
E)apresenta um desvio da norma-padrão quanto ao uso da expressão “a gente”,
evidenciando uma classe descomprometida com a norma.
02 -
05 -
(H.26 e 27) Na tirinha apresentada, a reação de uma das personagens ao ouvir a outra
utilizar o pronome oblíquo me é o que causa humor. O uso desse pronome em “me diga
uma coisa...” e “tá, me desculpe” é inadequado, pois:
A)não respeita as normas gramaticais previstas para o registro oral da língua.
B) configura uma variedade linguística que faz mau uso da língua portuguesa.
C)representa uma linguagem informal que contraria as regras linguísticas típicas de
tiras.
D) o seu deslocamento para antes do verbo gera incompreensão do texto.
E)a gramática normativa condena o uso de pronome oblíquo no início de orações.
06 -
Texto I Seres biônicos, parte humanos, parte máquinas, podem soar um pouco ficção
científica demais. Porém, especialistas dizem que os ciborgues (ou cyborgs) já estão
caminhando entre nós – e há algum tempo.
Segundo eles, um ciborgue é a sua avó com um aparelho auditivo, ou qualquer um que
corra por aí com um fone de ouvido. Isso ilustra o abismo entre o que os especialistas e
as pessoas comuns pensam quando imaginam um ciborgue (organismo cibernético).
Muitos especialistas vêem um mundo moderno repleto de ciborgues, desde próteses e
marcapassos até óculos. Mas o público ainda prefere os ficcionais Robocop e
Exterminador – conceitos de ficção científica que ainda não se materializaram
totalmente no mundo real.
A definição de ciborgue surgiu recentemente em uma exposição no Museu Americano
de História Natural, em Nova York, que listou tanto o vilão Darth Vader de Star Wars
quanto o heróico Master Chief do popular videogame Halo como ciborgues.
Alguns especialistas simplificam, dizendo que um ciborgue é, em grande parte, uma
personagem fictícia do futuro. E o aspecto futurista dos ciborgues pesa sobre a
definição popular. Eles observam que ninguém chama as pessoas com um olho
protético de ciborgues, mas quando se tem uma luz LED nessa prótese, e você parece o
Exterminador do Futuro, a ideia muda. http://hypescience.com/somos-todos-ciborgues/
Texto II
Se a genética não ajuda, a tecnologia está aí para isso. Foi ela que fez de Neil Harbisson
o primeiro ciborgue reconhecido oficialmente por um governo. Nascido com uma
deficiência que o faz enxergar o mundo em preto e branco, o britânico de 29 anos
desenvolveu, ao lado de outros pesquisadores, um olho eletrônico que o permite
identificar tons de cores por meio de notas musicais, o eyeborg. Em 2004, ele andava
por aí com uma webcam sustentada por uma espécie de arco na cabeça e ligada a um
notebook de 5 quilos acomodado em uma mochila nas suas costas, além de fones. Hoje
a câmera parece um pendrive sobre sua testa e é ligada a um chip localizado em sua
nuca (por enquanto, externamente). Os fones foram dispensados depois que o som
passou a ser transmitido pelo osso. O reconhecimento do ciborgue veio do governo
britânico, que, depois de resistir, foi convencido por laudos médicos de que o eyeborg
não é um dispositivo qualquer, mas parte do organismo de Neil. Assim foi aceita no
passaporte a foto do britânico com seu olho eletrônico à mostra. Para defender os
direitos dos ciborgues - seguimos falando sério, não é ficção -, Neil criou a Cyborg
Foundation, com sede em Barcelona, Espanha.
Analisando-se a linguagem utilizada nos textos verifica-se:
a) a presença de marcas de oralidade no texto II, como no uso recorrente da expressão
“aí”.
b) o uso de expressões populares como “cibourgue é a sua avó”, pouco esperadas em
textos desse gênero.
c) emprego de uma variante linguística padrão com nível de formalidade adequado ao
público-alvo dos textos.
d) o caráter marcadamente mais coloquial do texto II, evidenciado pelo uso da
expressão “seguimos falando sério”.
e) o uso, no texto I, de vocabulário altamente especializado como “cyborgs”,
“organismo cibernético” e “olho protético”, que desconsidera o interlocutor do texto.
09 –
10 -
11 - Se se morre de amor
Se se morre de amor! – Não, não se morre,
Quando é fascinação que nos surpreende
De ruidoso sarau entre os festejos;
Assomos de prazer nos raiam n’alma,
Que embelezada e solta em tal ambiente
No que ouve e no que vê prazer alcança!
Poeta da primeira fase romântica, Gonçalves Dias apresenta, em suas obras, o caráter
indianista – em que o índio é colocado como herói – e o sentimentalismo,
principalmente quando se tratava do sofrimento amoroso. No verso “Se se morre de
amor! – Não, não se morre”, o primeiro se apresenta;
A)a mesma classificação do segundo se, pois o sujeito que morre de amor é passivo.
B) ideia de hipótese, porque considera uma possibilidade de “se morrer de amor”.
C)dúvida, pois o pronome indica a indeterminação do sujeito lírico no poema.
D)uma ideia de reciprocidade de um sujeito que pratica e sofre a ação verbal.
E)classificação idêntica da apresentada no segundo se, pois ambos são reflexivos.
12 -
13 –
“Infeliz é o homem que não age honestamente. ”
“O homem, que não agiu honestamente conosco, não merece ser feliz. ”
O uso da vírgula nas orações subordinadas adjetivas deve ser feito com atenção, pois a
sua utilização ou retirada modifica o sentido de uma oração. A oração subordinada
adjetiva “que não age honestamente” difere- se da oração de mesma classificação na
segunda sentença, pois:
A)particulariza a expressão antecedente “homem”, visto que apenas o homem
desonesto encontrará
a infelicidade.
B)qualifica o homem, dando realce a esse termo retomado, já que, na outra sentença, o
homem é discriminado pela desonestidade.
C)explica o elemento remissivo “homem infeliz”, uma vez que são felizes todos os
homens que praticam
a desonestidade.
D) especifica o que é homem infeliz, caracterizando-o como um indivíduo disposto à
prática diária da honestidade.
E)destaca a relação entre o homem e a felicidade, sendo que, na primeira sentença,
afirma-se que o homem é infeliz pelas suas atitudes desonestas.
14 -
15 –
Ministério da Saúde. Revista Nordeste, João Pessoa, ano 3, n. 35, maio/jun. 2009.
O texto exemplifica um gênero textual híbrido entre carta e publicidade oficial. Em seu
conteúdo, é possível perceber aspectos relacionados a gêneros digitais. Considerando-se
a função social das informações geradas nos sistemas de comunicação e informação
presentes no texto, infere-se que
A. a utilização do termo download indica restrição de leitura de informações a respeito
de formas de combate à dengue.
B. a diversidade dos sistemas de comunicação empregados e mencionados reduz a
possibilidade de acesso às informações a respeito do combate à dengue.
C. a utilização do material disponibilizado para download no site
www.combatadengue.com.br restringe-se ao receptor da publicidade.
D. a necessidade de atingir públicos distintos se revela por meio da estratégia de
disponibilização de informações empregada pelo emissor.
E. a utilização desse gênero textual compreende, no próprio texto, o detalhamento de
informações a respeito de formas de combate à dengue.
16 -
Com o texto eletrônico, enfim, parece estar ao alcance de nossos olhos e de nossas
mãos um sonho muito antigo da humanidade, que se poderia resumir em duas palavras,
universalidade e interatividade. As luzes, que pensavam que Gutenberg tinha propiciado
aos homens uma promessa universal, cultivavam um modo de utopia. Elas imaginavam
poder, a partir das práticas privadas de cada um, construir um espaço de intercâmbio
crítico das ideias e opiniões. O sonho de Kant era que cada um fosse ao mesmo tempo
leitor e autor, que emitisse juízos sobre as instituições de seu tempo, quaisquer que elas
fossem e que, ao mesmo tempo, pudesse refletir sobre o juízo emitido pelos outros.
Aquilo que outrora só era permitido pela comunicação manuscrita ou a circulação dos
impressos encontra hoje um suporte poderoso com o texto eletrônico. CHARTIER, R. A
aventura do livro: do leitor ao navegador. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São
Paulo; Unesp, 1998.
No trecho apresentado, o sociólogo Roger Chartier caracteriza o texto eletrônico como
um poderoso suporte que coloca ao alcance da humanidade o antigo sonho de
universalidade e interatividade, uma vez que cada um passa a ser, nesse espaço de
interação social, leitor e autor ao mesmo tempo. A universalidade e a interatividade que
o texto eletrônico possibilita estão diretamente relacionadas à função social da internet
de:
a) propiciar o livre e imediato acesso às informações e ao intercâmbio de
julgamentos.
b) globalizar a rede de informações e democratizar o acesso aos saberes
c) expandir as relações interpessoais e dar visibilidade aos interesses pessoais.
d) propiciar entretenimento e acesso a produtos e serviços.
e) expandir os canais de publicidade e o espaço mercadológico.
17 -
Habilidade 29: Identificar, pela análise de suas linguagens, as tecnologias da
comunicação e da informação
18 - . Notícias
05/06/2012 – Abertas inscrições para Cronograma 3 das Bolsas de Atração de
Pesquisadores ao Brasil.
Já estão abertas as inscrições para o Cronograma 3 das chamadas especiais para Jovens
Talentos (chamada número 60/2011) e Pesquisador Visitante Especial (Chamada
61/2011) no Brasil, no âmbito do Programa Ciência Sem Fronteiras.
(WWW.cienciasemfronteiras.gov.br
24 . “Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda, “um
romancista que colecionava desafetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inventando o
Brasil”. Assim era José de Alencar (1829-1877), o conhecido autor de O guarani e
Iracema, tido como o pai do romance no Brasil. Além de criar clássicos da literatura
brasileira com temas nativistas, indianistas e históricos, ele foi também folhetinista,
diretor de jornal, autor de peças de teatro, advogado, deputado federal e até ministro da
Justiça. Para ajudar na descoberta das múltiplas facetas desse personagem do século
XIX, parte de seu acervo inédito será digitalizada.
História Viva, n. 99, 2011.
Com base no texto, que trata do papel do escritor José de Alencar e da futura
digitalização de sua obra, depreende-se que:
a) a digitalização dos textos é importante para que os leitores possam compreender
seus romances.
b) o conhecido autor de O guarani e Iracema foi importante porque deixou uma
vasta obra literária com temática atemporal.
c) a divulgação das obras de José de Alencar, por meio da digitalização, demonstra
sua importância para a história do Brasil Imperial.
d) a digitalização dos textos de José de Alencar terá importante papel na
preservação da memória linguística e da identidade nacional.
e) o grande romancista José de Alencar é importante porque se destacou por sua
temática indianista.
25 -
“Tudo é uma questão de QUERER, com esforço consegue-se atingir qualquer meta
desejada!”