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MANUAL DE FORMAÇÃO

* MODALIDADE: Educação e Formação de Adultos


* DESIGNAÇÃO UFCD: Linguagem e Comunicação
1. Lê atentamente o texto e responde, de forma clara e objetiva, às questões que te são propostas.

Memórias de um lobo mau


Confesso que sou um Lobo Mau. Pior do que isso. Sou um Lobo Péssimo!
Um lobo capaz de deitar o dente e a garra a galinhas, rebanhos inteiros de
ovelhas, meninas pequenas ou crescidas, com capuchinhos vermelhos e de
5 todas as cores, e até sou capaz de engolir uma, duas, três avozinhas das mais
duras de roer que se possa imaginar.
Sou capaz de fazer coisas ainda piores e mais assustadoras, que, neste
momento, prefiro não relembrar.
10 A verdade, no entanto, é que não sou propriamente real, de carne e osso.
Sou uma espécie de ilusão. Uma personagem das histórias. E nem sequer sou
tão mau como gostava de ser. Mas a culpa não é minha, é do escritor que me
deu cabo da reputação. Desde pequenino que quero ser mau. Mesmo muito
15 mau. Queria ser uma fera das mais assustadoras e malvadas de toda a criação.
Às vezes até sonhava que era um tigre-de-bengala, companheiro de piratas
horríveis, e, quando abria a boca cheia de dentes pontiagudos e lançava um
tremendo rugido, «Uááááááá….!», toda a selva tremia!
20 — Um tigre, tu?! Deixa-me rir! — disse o meu pai, sem nenhum respeito
pelos meus sonhos. — Para chegar a tigre, tinhas de comer muitos bifes!
E eu comi muitos bifes, enchi a barriga de bifes, mas nunca cheguei a tigre.
— Deixa-te de sonhos! — repetia ele, vezes sem conta. — És um lobo mau
25 e pronto! Deixa-te de sonhos e pensa mas é no teu futuro.
O meu futuro não demorou muito a chegar. Passados alguns dias, o velhote
disse-me que eu já estava crescido e tinha muito boa idade para ganhar a vida.
Pegou-me pela pata e levou-me a casa de um escritor.
30
O meu azar foi calhar num escritor que andava com uma crise de
inspiração. Há muito que não lhe vinha uma ideiazinha verdadeiramente
interessante e divertida para escrever um livro. A escrita estava a ficar
desengonçada e sem genica, os verbos mal conjugados, os adjetivos vulgares
35 e repetidos, um aborrecimento para quem lia as suas histórias empenadas.
Ainda por cima, descobri com ele que os escritores em geral não têm respeito
nenhum pelos lobos! Atribuem-nos sempre o papel do pateta alegre que se
deixa enganar por toda a gente. Somos como o bombo da festa! Uma
vergonha, garanto-vos eu!
O meu escritor era um homem já velho, alto e magro, com uns lábios
fininhos como lâminas e os óculos na ponta do nariz. Olhou-me
demoradamente, de alto a baixo, com uma expressão desconfiada.
— É magrito, o bicho… — resmungou. (O bicho era eu! Que falta de
respeito!) — Vamos lá ver se ele se ajeita! — acrescentou, desdenhoso.
E não esperou por mais nada. Deitou-me a mão ao pescoço e zumba,
meteu-me logo a trabalhar no livro que estava a escrever nesse momento e
que, devo dizer-vos, era uma trapalhada sem pés nem cabeça […].

JOSÉ FANHA, in http://www.slideshare.net/ladonordeste/memoriasdeumlobomau


1. Identifica o narrador do texto.

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2. O lobo está contente com a sua forma de ser? Justifica a tua resposta.

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2.1. Indica o que o lobo gostava de ser.

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2.2. Como reagiu o pai, quando o filho lhe disse o que queria ser?

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3. De quem é a culpa de ele ser como é?

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4. Caracteriza fisicamente o escritor que empregou o Lobo Mau.

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5. Descreve o problema que o escritor enfrentava.

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Formação do plural na língua portuguesa

Regras básicas da formação do plural:

A – Palavras terminadas em vogal (a, e, i, o, u)

1 – Regra geral, acrescentam um -s ao singular:

Exemplo: cadeira; cadeiras; caneta; canetas

2 – se terminarem em ditongo nasal podem fazer plural de três formas distintas:

i) transformar -ão em -ãos: mão; mãos


ii) transformar -ão em -ões: leão; leões
iii) transformar -ão em -ães: pão; pães

Obs. A explicação inicial e genérica para esta diferença está relacionada com a origem latina
dessas palavras. Assim, mão vem do latim ‘manu(m)’. Durante a evolução perdeu o -n-
intervocálico (que caiu sempre nesta posição e quando não correspondia a consoante dupla) e
ganhou o til que faz a nasalação. Este fenómeno aconteceu com os três exemplos e com a
maioria das palavras terminadas em ditongo nasal. Todas elas, no singular, se fixaram em -ão;
porém, no plural, apresentam marcas mais evidentes da palavra de origem. Por isso dizemos
mãos, pois a seguir ao -n- que caiu havia um -u, que passou a -o. No caso de pão, a palavra
latina é ‘pane(m)’, que origina o plural pães. Por seu lado, em leão, a palavra de origem é
‘leone(m)’; daí o plural leões.

B – Palavras terminadas em consoante

Neste caso o plural diverge, dependendo, sobretudo, da consoante final.


1 – Palavras (substantivos e adjetivos, entenda-se) terminadas em -r, -z ou -n: acrescentam -es
ao singular: mar – mares; rapaz – rapazes; abdómen – abdómenes;
Obs. Se a palavra, no singular for esdrúxula, torna-se necessário deslocar o acento tónico:
espécimen – especímenes.

2 – Palavras terminadas em -s
i) se forem agudas, seguem a regra geral: ananás – ananases. Note-se que o plural perde o
acento gráfico, pois passa a constituir uma palavra que obedece às regras gerais de acentuação
do português, ou seja, passa a ser uma palavra grave, e, como tal, regra geral, não precisa de
acento gráfico.
ii) se forem graves, mantêm-se inalteráveis: um atlas – dois atlas.
Obs. Também se mantêm inalteradas as palavras que terminam em -x: um tórax – dois tórax.

3 – Palavras terminadas em -al; -el; -ol; -ul: substituem o -l por -is: animal – animais; móvel –
móveis; farol – faróis; paul – pauis.

4 – Palavras terminadas em -il


i) se forem agudas, transformam o -l em -s: funil – funis,
ii) se forem graves, transformam o -il em -eis: projéctil – projécteis.
5 – Se se tratar de diminutivos terminados em -zinho ou -zito: fazem plural na palavra de
origem (com perda do -s) e no final: botão – botões; botãozinho – botõezinhos.
papel – papelzinho; papéis – papeizinhos.

6 – Palavras terminadas em -m: passam o -m a -ns: homem – homens.

7 – Substantivos compostos
i) Verbo + nome: o verbo não varia: guarda-chuva – guarda-chuvas
ii) Nome + nome: as duas palavras vão para o plural: couves-flores
Obs. Por vezes, se um dos nomes determina uma restrição em relação ao outro, o que restringe
não varia: navio-escola; navios-escola
iii) Nome + adje(c)tivo: vão os dois para o plural: guardas-nocturnos;
iv) Se o composto tiver a preposição de, varia só o nome que antecede a preposição: chapéu-
de-sol – chapéus-de-sol.
Alerto para o fa(c)to de esta ser uma área da língua portuguesa em que as fugas à norma são
muitas. A melhor forma de saber como se constrói um plural é consultar um dicionário. Este
instrumento de trabalho inclui, normalmente, os casos de plurais mais irregulares, dando essa
informação, habitualmente, no final da descrição da palavra em causa. E, perante uma dúvida
concreta, vale sempre a pena ver no Ciberdúvidas se já alguém refl(e)ctiu sobre o assunto, pois
no conjunto das 646 respostas que são a(c)tivadas pela pesquisa através do termo plural, há
muito material que pode interessar-lhe e que pode sistematizar, ou pedir à sua explicanda que
sistematize ela própria.

Exercícios:

1. Escreva o plural das seguintes palavras:


a) Mesa
b) Lápis
c) Jardim
d) Homem
e) Pintor
f) Boneca
g) Amor-perfeito
h) Para-lama
i) Cata-vento
j) Sala
k) Papel
l) Funil

2. Escreva as frases que se seguem no plural

a) O menino foi à escola.


b) A maçã verde é doce.
c) A mãe é simpática.
d) O cordão de ouro é bonito e valioso.
e) A menina saltou à corda.
f) O ratinho fugiu do gato.
g) A minha amiga tem um colar, uma pulseira, um anel e um lenço.
h) O rapaz escolheu a camisola azul e o boné verde.

FICHA DE ORTOGRAFIA

1. Ouve o texto com atenção e completa-o, escrevendo as palavras que faltam.

A Violeta ia no comboio a caminho de casa, com o nariz ____________________ (1) na


manga do pai e a testa naquela almofadinha que o casaco tem no ombro, quando o ouviu dizer
____________________ (2):
– Violeta...
Ela não ia a dormir, antes ____________________ (3), mas não lhe ____________________
(4) responder. Gostava de ir assim, a ver o rio que às tantas era mar, cada ____________________
(5) mais mar, à medida que se ____________________ (6) de Cascais. Gostava do
____________________ (7) e do ____________________ (8) do comboio, que lhe davam sono
depois de um dia de aulas e de brincadeira.
– Violeta!
– Sim, pai.
Achou melhor responder porque detetou, no tom de ____________________ (9) do pai, uma
nota de coisa séria.
O que será agora, pensou. Vai dizer-me que estamos arruinados ou que se vai separar da mãe,
ou que vou ter dois irmãos ____________________ (10), ou que este ano não podemos ir de férias,
porque o avô está com uma doença.
A Violeta é assim: adora ____________________ (11) e começa logo a pensar qual vai ser o
seu papel no meio daquilo tudo.
– Este ano, filha, as férias vão ser ____________________ (12).
Pronto! Eu não disse? Ou é ruína, ou é doença, ou é ____________________ (13).
Mas não era. Tinha a ver com as férias, que começavam na semana ____________________
(14), e a ____________________ (15) não era por aí além.
– Eu e a mãe vamos ____________________ (16). Ela tem de ir ao ____________________
(17) em trabalho, e eu decidi meter agora as minhas férias e ir com ela. Depois aproveitamos e damos
uma volta pelo Oriente.
– Ah! – disse a Violeta –, que giro! ____________________ (18) um quimono.
E encostou-se outra vez à manga do pai. Não quis, porque não quis perguntar o que lhe
____________________ (19) a ela. Achou que iam deixá-la com a tia Rita, que, com um bocado de
sorte, talvez ____________________ (20) uns dias até ao Algarve.

Faria, Rosa Lobato de. (2008). A erva milagrosa. Cruz Quebrada, Oficina do Livro.
FICHA DE ORTOGRAFIA

1. Completa as palavras abaixo transcritas com as letras em falta - <e> ou <i>.


prínc___pe açor___ano m__nistro
fem___nino des___quilíbrio petról__o
def___nição cand___eiro
med___cina esqu___sito
ind__spensável pr___vilégio
am___aça cr___ação

2. Completa as palavras abaixo transcritas com as letras em falta - <o> ou


<u> .
l___gar c___municação agríc___la
l___cal c___stume tab___leiro
al___guer impressi___nar t___ssir
v__gal res___lução op___rtunidade
cons___ante compr___misso pr___gresso
conj___gar p___ssuir m___cidade
mág___a intr___dução m___chila
ge___metria patr___lhar jap___nês
g___tinha pont___ar v___cabulário

3. Completa as palavras abaixo transcritas com as letras em falta - <m> ou


<n> .

Ve___to
Li__po
Te____pero
Le____brança
O___tem
Ca____po
Mu____do
O____bro
De___te
Pa___da
Ta___pa
Sa____ba
So___bra
Lâ____pada
Ficha de trabalho

Há cerca de cinquenta anos, a Sr.ª Gage, viúva idosa, estava sentada


na sua casinha numa aldeia chamada Spilsby, no condado de Yorkshire.
Embora fosse manca, e bastante míope, fazia os possíveis por remendar um
par de tamancos, pois dispunha de poucos xelins por semana para o seu
sustento. Estava ela a martelar num tamanco, quando o carteiro abriu a porta
e lhe atirou uma carta para o colo. No remetente dizia: «Stagg & Beetle,
Sociedade de Advogados, 67 High Street, Lewes, Sussex.» A Sr.ª Gage
abriu a carta e leu: «Prezada Senhora, temos a honra de a informar do
falecimento do seu irmão, o Sr. Joseph Brand.»
– Valha-me Deus! – disse a Sr.ª Gage. – O mano velho Joseph morreu
finalmente! «Deixou toda a propriedade à irmã», continuava a carta, «a qual
consiste em: uma casa de habitação, um estábulo, estufas, calandras,
carrinhos de mão, etc., etc., na aldeia de Rodmell, perto de Lewes.
A Sr.ª Gage decidiu que teria de ir a Rodmell de imediato. A Sr.ª
Gage bateu à porta. Não houve resposta. Tornou a bater. Uma voz muito
estranha e esganiçada bradou: «Não ’tá casa!» A Sr.ª Gage ficou tão
transtornada que, se não tivesse ouvido passos, teria abalado a fugir.
Todavia, a porta foi aberta por uma velhota da aldeia, de seu nome Sr.ª
Ford. – Quem é que guinchou «Não ’tá casa»? – perguntou a Sr.ª Gage. – O
malvado pássaro – respondeu a Sr.ª Ford, muito rabugenta, apontando para
um grande papagaio cinzento. – Dá-me cabo da cabeça com tanto guincho.
Fica ali o dia todo, empoleirado que nem um monumento, a guinchar «Não
’tá casa», a quem quer que se lhe chegue. A Sr.ª Gage viu que era um
pássaro muito formoso, mas tinha as penas em grande desmazelo. – Talvez
esteja triste, ou se calhar tem fome – disse ela, mas a Sr.ª Ford disse que era
apenas mau feitio; tinha pertencido a um marujo e aprendera a língua dele
no leste. Contudo, acrescentou ela, o Sr. Joseph afeiçoara-se ao papagaio e

MANUAL |
dera- -lhe o nome de James; dizia-se que conversava com ele como se fosse
uma criatura racional. A Sr.ª Ford não tardou a sair. A Sr.ª Gage foi logo
buscar açúcar à bagagem que levara consigo e deu-o ao papagaio, dizendo-
lhe numa voz bondosa que não queria fazer-lhe mal, que era irmã do antigo
dono, que viera tomar posse da casa e que cuidaria que ele fosse o pássaro
mais feliz do mundo.
Virgínia Woolf “A viúva e o papagaio”

1. Leia atentamente o texto e responda às seguintes perguntas.


1.1. Quem é a personagem principal do texto?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
_________________________________________________________________.
1.2. Onde vivia a personagem principal?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
_________________________________________________________________.
1.3. O que dizia a carta que a personagem recebeu?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
_________________________________________________________________.
1.4. Em Rodmell, o que encontrou a viúva?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
_________________________________________________________________.
1.5. Em que estado se encontrava o animal?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
_________________________________________________________________.

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1.6. Identifique a autora do texto?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
1.7. De que obra foi retirado este texto?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________

2. Responda agora às seguintes questões gramaticais


2.1 Indique se as palavras são Esdrúxulas, Graves ou Agudas
a)Música___________________________________________
b)Boneca___________________________________________
c)Balão____________________________________________
d)Amor____________________________________________
e)Chaminé__________________________________________
f)Milagre___________________________________________
g)Chocolate_________________________________________
h)Árvores___________________________________________

2.2. Escreva o antónimo das seguintes palavras


Dia Depressa
Bem Bom
Escuro Alto
Rápido Pouco
Bonito Viver
Estreito Perder
Gordo Grosso
Curto Vitória

MANUAL |
Textos para ditados
Texto 1

Corvos inteligentes

As histórias tradicionais apresentam o corvo como um animal


particularmente inteligente e hábil. Ao que parece, Esopo e outros
contadores de histórias tinham razão. Experiências feitas recentemente
mostraram alguns exemplares da família dos corvídeos (neste caso, gralhas) a
resolver problemas complexos. Tal como na fábula, as aves foram postas
perante um recipiente afunilado com alguma água, mas não a suficiente para
o seu bico chegar lá. Como incentivo, foi colocado um verme a flutuar na
água. Rapidamente os corvos testados solucionaram o problema:
aprenderam a colocar seixos dentro do recipiente para que o nível da água
subisse – e, em consequência, o verme ficasse ao alcance do bico.

http://noticias.sapo.pt/magazine

1. De onde foi retirado este texto?


_______________________________________________________________________

2. Qual o título deste texto?


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3. Explique, por palavras suas, o problema apresentado ao corvo.


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

4. Com base no texto, descreva a solução encontrada pelo animal para solucionar o seu
problema.
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
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MANUAL |
5. Qual o incentivo utilizado para cativar o corvo?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

Texto 2

Mago respirou fundo. Abriu o nariz e encheu o peito de ar ou de luar, não podia saber ao
certo, porque a noite era uma mistura de brisa e claridade. Mas fosse de frescura ou de luz a onda
que bebera dum trago, de tal modo o inundou, que em todo o corpo lhe correu logo um frémito de
vida nova. Esticou-se então por inteiro, firmado nas quatro patas, arqueou o lombo, e deixou-se
ficar assim alguns instantes, só músculos, tendões e nervos, com os ossos a ranger de cabo a rabo.
Arre, que não podia mais! Aquele mormaço da sala dava cabo dele. Punha-o mole, sem acção,
bambo e morno como o cobertor de papa onde dormia. A que baixezas a gente pode chegar! Ah,
mas tinha de acabar semelhante vergonha! Não pensasse lá agora a senhora D. Maria da Glória
Saneia que estava disposto a deixar-se perder para sempre no seu regaço macio de solteirona. Não
faltava mais nada!
- Ouvi dizer que já nem sardinhas comes?!
- Essa agora! É todos os dias...
- E que nunca mais caçaste?!
- Ainda esta manhã...
- Mas que não sais de casa, sempre agarrado às saias...
Na verdade, saía pouco. Outros tempos, outros hábitos. Banqueteava-se e ficava-se pelas
almofadas... Digestões difíceis, vinha-lhe um migalho de sonolência... Às vezes tentava reagir.
Mas o raio da velha, mal o via pôr o pé na soleira da porta, perdia a cabeça! Parecia uma sineta:
- Mago! Mago! Bicho, bichinho!

Miguel Torga, “Bichos”.

1. Quem é o autor deste texto?


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2. De que obra foi retirado este texto?
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________________________________________________________________________________

3. Qual a personagem principal deste texto?


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4. Na tua opinião, que animal é Mago? Justifica a tua resposta.


________________________________________________________________________________
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5. Caracteriza a Dona Maria da Glória com base no texto.


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________________________________________________________________________________

6. O que fazia Mago nos seus tempos livres?


________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

7. Inventa um título para o texto.


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Texto 3
Queimava. Um sol amarelo, denso, caía a pino sobre a nudez agreste da Serra Negra.
As urzes torciam-se à beira do caminho, estorricadas. Parecia que o saibro duro do chão
lançava baforadas de lume. Madalena arrastava-se a custo pelo íngreme carreiro cavado no
granito, a tropeçar nos seixos britados por chancas e ferraduras milenárias. De vez em

MANUAL |
quando parava e, através dum postigo aberto na muralha das penedias, olhava o vale ao
fundo, já muito longe, onde o corpo lhe pedira para ficar, à sombra de um castanheiro. O
corpo. Porque a vontade fizera-a atravessar ligeira a frescura tentadora da veiga e meter-se
animosa pela encosta acima. Tudo estava em chegar a Ordonho a tempo da sua hora. Por
isso, era preciso reagir contra a própria natureza e andar para diante, custasse o que
custasse. E ela, Madalena, não passava de uma pobre mulher, que ia ali naquele ermo
excomungado, trespassadinha, já sem forças para mais, com o maldito do filho dentro da
barriga aos coices.

Miguel Torga, “Bichos”.


1. Quem é o autor deste texto?
____________________________________________________________________

2. De que obra foi retirado este texto?


_____________________________________________________________________________
3. Qual a personagem principal do texto?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

4. Na tua opinião, em que estação do ano se passa o texto? Justifica a tua resposta.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

5. Caracterize a personagem principal transcrevendo expressões do texto.


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_____________________________________________________________________________

MANUAL |
Fichas de gramática
1. Indique o plural das seguintes palavras.
a) Cão
b) Mão
c) Pão
d) Capitão
e) Melão
f) Cordão
g) Irmão
h) Paixão

2. Indique o feminino das seguintes palavras.


a) Patrão
b) Jovem
c) Ator
d) Girafa
e) Boneco
f) Homem
g) Estudante
h) Herói
i) Avô
3. Conjugue os verbos nos tempos propostos.
Verbo Amar
Presente Pretérito Perfeito Futuro
Eu
Tu
Ele
Nós

MANUAL |
Vós
Eles

Verbo Beber
Presente Pretérito Perfeito Futuro
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles

Verbo ir
Presente Pretérito Perfeito Futuro
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles

Verbo Ser
Presente Pretérito Perfeito Futuro
Eu
Tu
Ele
Nós

MANUAL |
Vós
Eles

Verbo Fazer
Presente Pretérito Perfeito Futuro
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles

4. Sublinhe, no texto, todos os nomes. De seguida indique se são nomes próprios, nomes
comuns ou nomes comuns coletivos.

“A Inês vive numa quinta com os avós. Ela adora ajudar o avô no campo a
plantar batatas, couves e alfaces fresquinhas. Durante a manhã trata dos
animais. O avô tem uma manada de vacas e bois, uma vara de porcos e um
rebanho de ovelhas. A menina gosta de dar de comer aos animais, mas o que
ela mais gosta é de ordenhar as vacas. A avó Matilde ensina-a a fazer bolos
deliciosos para o lanche.”

Nomes próprios:

Nomes comuns:

Nomes comuns coletivos:

Momento de escrita criativa

MANUAL |
Imagine que é um eletrodoméstico de cozinha (fogão, frigorífico, máquina de café, varinha
mágica...) Deverá contar um dia da sua vida enquanto eletrodoméstico.

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