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SEMINÁRIO DE ECOFILOSOFIA

FILOSOFIA E DIREITO AMBIENTAL


Uma Visão Global acerca do Tripé da Sustentabilidade: fatores ambientais, econômicos e
sociais em meio a Pandemia do Covid-19.

Daniel Jubanski – Edivaldo Luis Toagliari – José Vandson Pinheiro


Paulo Augusto Ribas Lopes
Orientador: Prof. Ms. Paulo Sérgio Araújo

Resumo
O presente artigo tem a finalidade de discutir a respeito de uma visão global que se tem acerca
do tripé da sustentabilidade, abordando os fatores ambientais, econômicos e sociais em meio a
pandemia do covid-19. A partir deste tema foi desenvolvida a seguinte indagação: Quais são as
perspectivas sustentáveis de reeducação nos âmbitos econômicos, ambientais e sociais a partir
do contexto da pandemia? Formulado o tema e o problema, dividimos da seguinte maneira: 1.
Uma visão global acerca da temática sustentabilidade; 2. Os pressupostos da sustentabilidade
como um viés interpretativo, e por fim; 3. As lições de reeducação econômica e socioambiental
no contexto da pandemia do Covid-19. Com os resultados adquiridos através das pesquisas,
chegamos ao objetivo geral, onde identificamos mudanças sustentáveis nos âmbitos sociais,
econômicos e ambientais a partir da pandemia do Covid-19.

Palavras chave: Sustentabilidade. Economia. Meio Ambiente. Social. Reeducação. Pandemia.


Isolamento.

1. Introdução

O presente artigo trata da visão global acerca do tripé da sustentabilidade, abordando, então, os
fatores ambientais, econômicos e sociais, sendo estes, mencionados em meio a pandemia do
momento, o covid-19. Tendo em vista que a sustentabilidade precisa desses fatores econômicos,
ambientais e sociais bem integrados para que ela aconteça de fato, achamos de suma
importância abordar este tema que é significativo no mundo globalizado em que vivemos, ainda
mais em meio à crise pandêmica do novo vírus, que está em escala global mexendo com
algumas esferas importantes da sociedade mundial. Não menos importante, ao tratar de
sustentabilidade neste artigo, achamos necessário trazer sua etimologia que vem do latim
(sustentare) que significa defender, sustentar, apoiar favorecer, cuidar e conservar. Bem como
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fazermos a conceituação do termo sustentabilidade. Sendo assim, o conceito de


sustentabilidade, embora seja um pouco amplo e às vezes indo além de seu tripé (econômico,
social, ambiental), incorporando-se no meio político, empresarial e nos meios de comunicação
em massa entre outros. Trataremos o conceito sustentabilidade no âmbito ecológico que visa a
preservação do meio ambiente e seus recursos naturais, assim como na perspectiva econômica
sustentável visando o bem estar da sociedade e do planeta como um todo.
Vale ainda salientar, como o conceito sustentabilidade apareceu na agenda global (sécs.
XX-XXI) sendo formalmente institucionalizado pelas Nações Unidas em 1987, tendo se
enraizado no ano de1972 na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano,
na cidade de Estocolmo, Suécia.
Diante disso, um dos fatores importantes para a sustentabilidade é o da economia, pois
uma economia bem aplicada visando o bem estar do meio ambiente e da sociedade humana,
favorece o desenvolvimento de um país e consequentemente de um planeta sustentável. No
entanto, no contexto que o mundo se encontra atualmente em meio à crise biológica (vírus do
covid-19), podemos perceber os pontos negativos e os pontos positivos desse tripé sustentável.
Evidenciando os pontos negativos do fator econômico, encontramos uma crise econômica em
escala global, devido ao isolamento social, as pessoas ficaram em quarentena, impossibilitadas
de trabalhar, estagnando a produção e consequentemente o capital de giro, como consequência
disto, afeta a indústria, o ramo comercial e o de serviços entre muitos outros. Neste tocante
existe uma queda drástica no PIB nos países dos cincos continentes. Já nos pontos positivos,
referente à economia, não encontramos muita saída para sair da crise, pelo menos não de
imediato, o mercado financeiro ainda está buscando formas para se adequar à nova realidade,
porém o que podemos inferir de positivo foi que existe um crescimento do mercado comercial
online, crescimento no setor de tecnologia, do setor das telecomunicações (TV, Internet) e de
marketing digital, temos ainda algumas empresas que adequaram seus setores com as novas
tecnologias digitais que estão se sobressaindo em meio a essa crise pandêmica e até mesmo a
produção de robôs substituindo os médicos em operações, fazendo serviços de babá e serviços
gerais como o de faxina etc.
Quanto ao fator social o ponto negativo é um tanto desolador devido a grande
mortandade de vidas humanas que assola o mundo, porém o ponto positivo que mais salta aos
nossos olhos é valorização da família, pois devido a correria do dia-dia deste mundo
globalizado, as pessoas têm muito pouco tempo disponível para dedicar a família e no modo
geral cuidar do próximo, vimos que o próprio isolamento é uma forma de cuidado uns para com
os outros.
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Por fim, elencamos os pontos negativos, do fator ambiental, percebemos que pode
haver um aumento na geração de resíduos domiciliares que não receberão um destino adequado
entre outros a ser abordados ao longo dos capítulos. No entanto o fator que mais se sobressaiu
positivamente em nossa pesquisa foi o do meio ambiente, vimos uma melhora significativa
no meio ambiente, como por exemplo, a diminuição dos impactos ambientais provocados pelas
indústrias e também provocados pela utilização dos automóveis. Um desses efeitos é a redução
de emissão de gases que afetam a camada de Ozônio.
Portanto, chegamos ao nosso objetivo geral de estudo, onde a partir dos pontos positivos
de cada fator do tripé sustentável, enxergamos uma perspectiva para a reeducação sustentável
em meio a pandemia do covid-19.

2. Uma visão global acerca da temática sustentabilidade

Neste capítulo falaremos sobre desenvolvimento sustentável, especialmente durante uma


pandemia.
O desenvolvimento sustentável existe na agenda global da segunda metade do século
XX e início do século XXI. Foi formalmente institucionalizado pelas Nações Unidas em 1987,
tendo se enraizado no ano de 1972 na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
Humano, na cidade de Estocolmo, Suécia.
O conceito desenvolvimento sustentável tornou-se a palavra-chave no discurso do
desenvolvimento, tendo sido associado a diferentes definições, significados e interpretações.
Porém em 1987, a Comissão Brundtland, publicou um relatório denominado “Nosso Futuro
Comum” que o descreve como: um desenvolvimento que tem como finalidade atender às
necessidades das pessoas da atualidade sem comprometer a capacidade das gerações futuras de
atender às suas próprias necessidades.
No contexto nacional, a Constituição Federal de 1988 menciona como seu objetivo, o
direito fundamental da República de se desenvolver (Artigo 3), impondo-lhe um caráter de
sustentabilidade contido em seu artigo 225.

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
(Constituição Federal, 1988, Art. 225)
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Na reunião conhecida como Rio-92, Eco-92 ou Cúpula da Terra - que ocorreu 20 anos
após a primeira conferência em Estocolmo, na Suécia, os países reconheceram o conceito de
desenvolvimento sustentável e começaram a moldar as atividades com uma meta ambiental.
Desde então, foram discutidas propostas para harmonizar o progresso com a natureza,
garantindo a qualidade de vida das gerações presentes e futuras do planeta.
Após vinte anos da Conferência Rio 92, países renovaram seus compromissos com o
desenvolvimento sustentável e a Conferência da Organização da Nações Unidas aprovou o
Documento “O Futuro que queremos”. Com isso a Assembleia Geral da ONU solicitou a
Cúpula Rio + 20, que confirmasse um novo compromisso político com o desenvolvimento
sustentável, analisando o progresso e as lacunas na implementação dos maiores resultados da
cúpula de desenvolvimento sustentável e o enfrentamento a novas e emergentes dificuldades.

2.1 Desenvolvimento Sustentável e a Pandemia do Covid-19

A pandemia do COVID-19 mudou rapidamente nossas vidas. Em questão de meses, mudamos


a maneira como lidamos com quase tudo, a maneira como trabalhamos, frequentamos escola e
universidades, como socializamos, passamos o tempo livre e até a maneira como fazemos
compras.
Nada disso é normal. No entanto, não nos é totalmente surpreendente. Cientistas há
muito tempo alertam os impactos ambientais, sobre a poluição e descaso de muitas empresas
para questões climática e ambientais, e sobre uma possível pandemia. Não se sabia ao certo o
tempo que tipo de doença seria, mas a possibilidade sempre existiu.
A diferença entre a crise do Coronavírus e as crises de mudanças climáticas, é o tempo
que cada uma leva para ocorrer. No Covid-19 vemos diariamente casos de contaminação e
estatísticas globais das consequências de tal doença, enquanto no caso das mudanças climáticas,
vem se desenvolvendo de maneira mais lenta, onde alguns sentem seus efeitos diretos, e outros
o tem como um problema distante de sua realidade.
Ao nos adaptarmos às realidades de uma pandemia global, experimentamos mudanças
globais de uma maneira não conhecida anteriormente. No caos, podemos encontrar confusão,
medo e novas formas de agir. Também podemos encontrar um momento para aprender a
observar, a refletir e a ter uma compreensão mais profunda, de modo a perceber como a
experiência pandêmica afetará a maneira que a sociedade percebe o mundo e a sustentabilidade
de nossos sistemas terrestres, e educação representa o caminho para melhorar e aumentar o
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potencial humano, para entender a complexidade e magnitude dos fenômenos que ameaçam o
meio ambiente
Em ambos os casos, é necessário a colaboração e conscientização pessoal para que haja
de fato progresso e melhora, tendo como objetivo a preservação da natureza através de fatores
socioeconômicos e ambientais, muito importantes para o desenvolvimento, como veremos mais
a frente, de forma que se tenha uma mudança de hábitos visando o bem comum a todos e ao
próprio meio ambiente, o qual nos fornece todo o sustento para que a vida seja possível. No
entanto, é muito difícil obter uma mudança de atitude e hábitos como consumidor em uma
sociedade de consumista, para todos, especialmente para os mais jovens. Campanhas
publicitárias, impulsionadas e estimuladas pela necessidade corporativa de produção e vendas
em todo o mundo, exclusivamente para fins de lucro, gerando padrões globais de consumo e
comportamento hedonista1, e a pressão e as tentações do consumidor estão aumentando a cada
dia.

3. Os pressupostos da sustentabilidade como um viés interpretativo

Neste capítulo apresentaremos de forma interpretativa os pressupostos da sustentabilidade, ou


seja, como estão sendo afetados o meio ambiente, a economia e a sociedade acerca do cenário
da pandemia do Covid-19. Como vimos no primeiro capítulo acerca da temática
sustentabilidade e seus conceitos apresentados, seguimos neste capítulo apresentando como
esses pressupostos estão sendo afetados:
- Meio ambiente:
Segundo algumas pesquisas realizadas a respeito da pandemia do Covid-19, os efeitos sobre o
meio ambiente têm se mostrado positivos em relação à redução dos impactos ambientais
provocados pelas indústrias e também a redução da utilização dos automóveis. Um desses
efeitos é a redução de emissão de gases que afetam a camada de Ozônio e que contribuem para
as mudanças climáticas; e também a redução na geração de resíduos, já que muitas empresas
pararam temporariamente suas atividades. Porém, pode haver um aumento na geração de
resíduos domiciliares que não receberão um destino adequado.
Outro aspecto a ser apontado é que o fechamento das fábricas e do comércio, além das
restrições de viagem para lidar com a disseminação do vírus resultou na redução da emissão de
CO2, no uso de combustíveis fósseis, na geração de resíduos e uso de matéria prima. A

1
Comportamento Hedonista consiste em uma doutrina moral em que a busca pelo prazer é o único propósito da
vida.
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concentração de dióxido de nitrogênio (NO2), produzida principalmente por veículos e


usinas termelétricas, caiu drasticamente na cidade de Wuhan, na China, a qual é o epicentro da
pandemia. Segundo pesquisas realizadas por especialistas, a população respira melhor graças à
redução da poluição do ar. O mesmo fenômeno foi confirmado pela Agência Espacial Europeia
no norte da Itália, um dos países afetados pela corona vírus; além de Madri e Barcelona.
Entretanto, estudos apontam também o lado negativo ao meio ambiente, em meio à
pandemia do Covid-19. As perdas florestais na África Ocidental, por exemplo, seriam a causa
do surto de Ebola, uma vez que as cidades ou assentamentos humanos se aproximam cada vez
mais da vida selvagem. As criações intensivas de aves e suínos estariam conectadas a outros
surtos. Dessa forma, o resultado tem sido uma perda na biodiversidade, favorecendo
determinados hospedeiros e o avanço do desmatamento e a destruição dos habitats da vida
selvagem estariam na causa da maioria destes surtos. Outro exemplo que podemos apontar é
que apesar de o Brasil estar um meio a pandemia do Covid-19, dados do INPE (Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram que em março de 2020, foi registrada a segunda
maior taxa de desmatamento para o mês dos últimos cinco anos. Esses dados concluem que
nem mesmo uma pandemia é capaz de conter o desmatamento no Brasil.
- Economia:
Já na economia, pesquisas apontam uma queda no PIB da América Latina de 4,6%, a maior
desde que há registros. O coronavírus é a estocada final ao crescimento econômico da América
Latina e Caribe, que já estava prejudicado desde 2019. Entre os grandes países da área, o maior
golpe seria no México e Equador (-6%), seguidos de Argentina (-5,2%), Brasil (-5%) e Peru (-
4,2%).
Em diversos países da Europa e demais continentes, muitas empresas tiveram que fechar
as portas para que a pandemia não se alastrasse, devido a aglomerações de pessoas, além de
muitos comércios pararem suas atividades. Dessa forma, muitas pessoas pararam de trabalhar
para se protegerem e ao mesmo tempo fizeram com que a economia parasse de girar, ou seja, o
dinheiro que circulava pelas ruas, hoje já não circula com tanta intensidade. Isso faz com que a
economia caia significativamente e o país, se não houver uma boa administração, entre em crise
e pessoas comecem a passar necessidades.
Nos Estados Unidos, que são uma das maiores potências econômicas do mundo, dados
apontam que o índice de desemprego atingiu 14,7%, em abril de 2020, devido à pandemia do
Covid-19 e milhares de pessoas perderam seus empregos. Durante a grande crise econômica de
2008 e 2009, o índice de desemprego havia atingido cerca de 10% e 8,7 milhões de empregos
foram perdidos.
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Governos de todo o mundo decidiram congelar suas economias para frear a propagação
do Covid-19. O desabamento repentino da demanda causou uma onda de milhões de demissões,
a um ritmo sem precedentes, o que obrigou milhões de trabalhadores a recorrerem pela primeira
vez às ajudas do Estado e a deixarem de pagar suas contas.
No Brasil, está se enfrentando uma crise econômica há alguns anos e agora aumentou
um pouco mais devido a essa pandemia. Empresas fecharam, comércios pararam e o
desemprego voltou a rondar algumas cidades brasileiras. Além de casos políticos que também
afetam a economia de alguma forma. Há pesquisas que apontam uma melhoria na economia
para os próximos anos e que as pessoas poderão voltar a suas rotinas de trabalho, mas enquanto
isso não acontece muitos ainda padecem com esse déficit econômico.
- Sociedade:
Pesquisas apontam uma grande fragilidade da sociedade e de seu sistema econômico e social
em meio à pandemia do Covid-19. No momento em que estamos vivendo, a pandemia do
Covid-19 mostra seus efeitos pelo mundo, com milhões de casos confirmados, milhares de
mortes, milhões de pessoas desempregadas e sem renda, sistemas econômicos e sociais
ameaçados, resultando em bilhões de dólares em perdas econômicas. Este cenário
proporcionará uma das maiores crises sociais e econômicas da história do capitalismo e da
sociedade moderna.
A partir daí temos que toda a discussão está centrada ao combate do Covid-19, tais como
a busca de medicamentos e o desenvolvimento de vacinas. Em segundo plano tem-se a atenção
para as medidas que visam reduzir as perdas econômicas e garantir o emprego agora e no pós-
pandemia, como apresentado no tema acima, em relação à economia. O que ainda não tem sido
incluído na devida medida são as mudanças sociais e econômicas necessárias para recuperar e
proteger os ecossistemas.
E mesmo com tantas evidências e alertas, a sociedade tem se comportado de maneira
indiferente em relação aos ecossistemas e o papel que ele exerce na melhoria da qualidade de
vida. A sociedade precisa ser remodelada a parti da dimensão ecológica. Sem uma mudança
nesta relação, surtos infecciosos e desastres ambientais farão parte da rotina das pessoas. A
questão que implica essas evidências é que não temos uma sociedade e um sistema social e
econômico preparado para esta realidade.
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4. As lições de reeducação econômica e socioambiental no contexto da pandemia do Covid-


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Podemos observar que a este período de isolamento por causa da epidemia do covid-19 será
uma das experiências mais traumatizantes da nossa história. No entanto, esperamos estar mais
bem preparados para enfrentar os desafios ambientais. Sendo assim podemos observar os
resultados desta pandemia que deixarão uma marca de reeducação profunda na humanidade. O
período de dor, sofrimento e perda causará grandes traumas em todo o mundo. Toda geração
que experimentou esse tempo de epidemia será marcada e nos destacaremos com uma nova
visão de mundo.
Este é um período longo que restringe as atividades da multidão, reduz as viagens aéreas
e outras grandes mudanças em nossa produção, vida familiar e entretenimento. Mudará
fundamentalmente a economia, serviços, tecnologia, hábitos e nosso padrão social. Nisso
vemos que já é possível vislumbrar algumas das principais tendências de uma reeducação no
mundo futuro, muitas delas coincidem com a visão do ser humano de usar os recursos naturais
da Terra de maneira mais sustentável.
A pandemia forçou muitas empresas a pensar em um objetivo positivo, mudando os
processos de produção e transformando em uma reeducação das práticas ambientais e sociais,
e isto está fazendo com que a sociedade não se resuma apenas a ganhar dinheiro mas sim em
pensar no meio em que habitamos. Podemos também observar que o clima e o ambiente são
como pilares das operações, provavelmente continuarão a desempenhar um papel de grande
importância nessas áreas, além de ter um bom impacto na sociedade, os melhores profissionais
só aceitaram em trabalhar para empresas comprometidas diversidade climática. Os investidores
também estão pressionando pela ação climática. Em uma escala mais ampla, essa pandemia
pode levar a mais investimentos em tecnologias verdes por meio de planos de recuperação.
O avanço desta nova epidemia afetou diretamente a economia em todo o mundo e fez
com que os investidores se preocupassem com o impacto da economia global. Como resultado,
as bolsas de valores continuam recebendo atenção de vários veículos, pois são afetadas e
enfrentam maior medida de risco do que o mercado de renda variável normalmente. Vemos
também que a crise gerada a partir desta epidemia pode durar vários anos e acelerar a transição
da sociedade para novos estilos de vida e métodos de produção, o que nos ajudará a lidar com
outras crises globais, a mudança climática, que certamente continuará no próximo século. Para
conter a nova pandemia, grande parte da população mundial adotou medidas de quarentena,
incluindo países de todos os continentes. Ao mesmo tempo, devido ao colapso da cadeia
produtiva global e ao impacto da demanda, seja por uma queda na renda ou por um medo de
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recessão, grade parte dos consumidores deixaram de consumir em todo o mundo, resultando
em um choque de oferta, onde podemos observar que a pandemia do corona vírus levará a
economia mundial ao seu pior desempenho em 2020 desde a Grande Depressão de 1929. Se
continuarmos a buscar incansavelmente o crescimento do produto interno bruto (PIB), apesar
de seu impacto negativo no meio ambiente e na sociedade, não aprenderemos nada com a crise
do COVID-19. O retorno ao "estado normal" deve ser considerado como um ambiente que
proporcionará novas oportunidades para que os seres humanos cuidarem de suas casas e
ecossistemas globais. No parágrafo 215 da LS 2 o Papa Francisco cita a Educação como forma
de se criar modelo de ser humano consciente e critica o modelo consumista que afeta a natureza.

A educação será ineficaz e os seus esforços estéreis, se não se preocupar também por
difundir um novo modelo relativo ao ser humano, à vida, à sociedade e à relação com
a natureza. Caso contrário, continuará a perdurar o modelo consumista, transmitido
pelos meios de comunicação social e através dos mecanismos eficazes do mercado.
(LS, Paulus, 2015, nº215)

Os líderes políticos em meio a esta epidemia precisam ter uma perspectiva de


reeducação para lidar com esse mundo interconectado, e o meio ambiente é o princípio básico.
As situações em que vivemos de isolamento acerca da pandemia é muito séria, pois a população,
todos os membros, todas as idades e todos os níveis sociais e econômicos devem entender isso
completamente, gerando consciência para que todos possam fornecer sua própria parcela de
cooperação. Vemos em um documento que analisa essa educação ambiental, Reigota (2003),
refere que, no Brasil, ela é considerada por um grande número de educadores

Uma educação política que visa a uma participação cidadã na busca de soluções para
problemas ecológicos locais, regionais e mundiais. Essa participação do cidadão é
comprometida como a ação autônoma de indivíduos e grupos, no plano nacional e
mundial. (REIGOTA, 2003, p.38)

Devemos aprender com essa conexão novas maneiras de empreender e reduzir os


impactos ambientais e sociais, e entender que o processo que experimentamos em um planeta
globalizado deve ser estudado, analisado e principalmente para mudar nossos padrões de
pensamento e estilos de vida atuais. Esse é o sistema que cada vez mais precisamos ter e tomar
com base em nossas pequenas decisões diárias, vivendo pelo desenvolvimento sustentável de
todas as pessoas. É necessário rediscutir hábitos, tornar problemáticas as relações sociais e os

2
LS. Laudato Si’: Carta encíclica escrita pelo Santo Padre Papa Francisco sobre o cuidado da casa comum.
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ecossistemas e considerar questões de equilíbrio, incluindo o cuidado com a natureza, a


implementação de políticas públicas e a proteção dos direitos humanos básicos.

O desenvolvimento sustentável seria atingido pela retomada do crescimento e melhor


distribuição de seus benefícios, pela racionalização do uso de energia e o atendimento
das necessidades básicas das populações, pela estabilização dos níveis demográficos
a conservação da base de recursos, pela reorientação de critérios ambientais nas
decisões econômicas. (Cima3, 1991, p.182)

Para os seres humanos agora, é importante reconhecer o impacto positivo inicial da


quarentena no meio ambiente, refletir sobre a relação entre nossa saúde, natureza e produzir
mudanças permanentes concretas nos próximos anos para reverter as emissões anuais.

5. Considerações finais

O que podemos considerar em relação as perspectivas sustentáveis de reeducação, é que já


existem possíveis traços de algumas das principais tendências da futura reeducação mundial,
muitas das quais estão alinhadas com a visão dos seres humanos de usar os recursos naturais da
Terra de uma maneira mais sustentável.
Precisamos aprender com a pandemia do covid-19 novas maneiras de obter e reduzir
impactos ambientais e sociais, e entender que o processo que vivenciamos em um planeta
globalizado deve ser analisado para mudar nossos padrões de pensamento e estilo de vida. Neste
contexto também é necessário discutirmos novos hábitos e implementarmos políticas públicas
que gerem novas atitudes para a proteção e cuidado da natureza e em termos de mudança
climática, isso significa que ações individuais podem reduzir a emissão de CO2 de um
indivíduo, apoiando grandes mudanças nas políticas, enquanto para o coronavírus, isso significa
seguir os conselhos de saúde pública, proteger-se, usar uma máscara e manter distância da
socialização.
Ambas as situações requerem sacrifício pessoal, confiança na ciência e respeito por
maiores interesses. E, infelizmente, tanto os vírus coronários quanto as mudanças climáticas
foram politizados, e algumas pessoas lançam uma sombra de suspeita sobre ciência e
especialistas para fornecer narrativas políticas, criando assim fantasias sobre segurança e
responsabilidade pessoal.

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Comissão Interministerial Brasileira para a Conferência do Rio 92.
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6. Referências

AÇÃO HUMANA CONTRA MEIO AMBIENTE CAUSOU A PANDEMIA DO


CORONAVÍRUS. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2020/03/18/acao-humana-
contra-o-meio-ambiente-causou-a-pandemia-do-coronavirus-diz-pesquisador, acesso em 15
mai. 2020.

ALÉM DA RIO-20: AVANÇANDO RUMO A UM FUTURO SUSTENTÁVEL: Disponível


em: https://nacoesunidas.org/alem-da-rio20-avancando-rumo-a-um-futuro-sustentavel/.
acesso em 16 mai. 2020.

BANCO MUNDIAL PROJETA UMA QUEDA NO PIB NA AMÉRICA LATINA. Disponível


em: https://brasil.elpais.com/economia/2020-04-12/banco-mundial-projeta-uma-queda-no-pib-
de-46-na-america-latina-a-maior-desde-que-ha-registros.html, acesso em 15 mai. 2020.

COMO SERÁ A ECONOMIA APÓS O CORONAVÍRUS. Disponível em:


https://brasil.elpais.com/economia/2020-04-13/como-sera-a-economia-apos-o-
coronavirus.html, acesso em 15 mai. 2020.

CONFERÊNCIA RIO-92 SOBRE O MEIO AMBIENTE DO PLANETA:


DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DOS PAÍSES. Disponível em:
https://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/rio20/a-rio20/conferencia-rio-92-
sobre-o-meio-ambiente-do-planeta-desenvolvimento-sustentavel-dos-paises.aspx. acesso em
16 mai. 2020.

COVID-19 E AS MUDANÇAS FORÇADDAS NOS HÁBITOS DE CONSUMO. Disponível


em: https://www.istoedinheiro.com.br/covid-19-e-as-mudancas-forcadas-nos-habitos-de-
consumo/, acesso em 15 mai. 2020.

COVID-19: O IMPACTO DA PANDEMIA NO MEIO AMBIENTE. Disponível em:


https://pt.euronews.com/2020/04/13/covid-19-o-impacto-da-pandemia-no-meio-ambiente,
acesso em 15 mai. 2020.
12

DA ORDEM SOCIAL CAPÍTULO VI DO MEIO AMBIENTE. Disponível em:


https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_26.06.2019/art_225_.asp.
Acesso em 15. Mai 2020.

ECONOMIA E MEIO AMBIENTE: UMA RELAÇÃO ATUALMENTE CONFLITANTE


EVIDENCIADA PELA PANDEMIA DO CORONAVÍRUS. Disponível em:
https://www.unifal-mg.edu.br/portal/artigo-economia-e-meio-ambiente-uma-relacao-
atualmente-conflitante-evidenciada-pela-pandemia-do-coronavirus/, acesso em 15 mai. 2020.

ENTENDA MEGATENDENCIAS ECOLÓGICAS PARA O MIUNDO PÓS


CORONAVÍRUS. Disponível em:
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/02/26/entenda-os-impactos-do-avanco-do-
coronavirus-na-economia-global-e-brasileira.ghtml, acesso em 15 mai. 2020.

IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO COVID-19: DE ONDE SURGIU E PARA ONDE


VAMOS? Disponível em: https://direitoambiental.com/impactos-socioambientais-do-covid-
19-de-onde-surgiu-e-para-onde-vamos/, acesso em 16 mai. 2020.

O AR ESTÁ MAIS PURO NOS PAÍSES CONFINADOS POR CORONAVÍRUS. Disponível


em: https://exame.abril.com.br/ciencia/o-ar-esta-mais-puro-nos-paises-confinados-por-
coronavirus/, acesso em 15 mai. 2020.

OITO MEGATENDENCIAS ECOLÓGICAS PARA O MUNDO PÓS CORONAVÍRUS.


Disponível em: https://exame.abril.com.br/blog/ideias-renovaveis/oito-megatendencias-
ecologicas-para-o mundo-pos-coronavirus/ , acesso em 15 mai. 2020.

PANDEMIA, MEIO AMBIENTE E A SOCIEDADE. Disponível em:


https://www.oeco.org.br/colunas/colunistas-convidados/pandemia-meio-ambiente-e-a-
sociedade/, acesso em 16 mai. 2020.

PANDEMIA, MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE. Disponível em:


https://www.oeco.org.br/colunas/colunistas-convidados/pandemia-meio-ambiente-e-a-
sociedade/, acesso em 17 mai. 2020.
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PHILIPPI JR., Arlindo. Educação Ambiental e Sustentabilidade. 2. ed rev. e atual. Barueri, SP:
Manole, 2014.

QUAIS OS POSSÍVEIS EFEITOS DO CORONAVÍRUS SOBRE O MEIO AMBIENTE?


Disponível em: https://www.vgresiduos.com.br/blog/quais-possiveis-efeitos-do-coronavirus-
sobre-o-meio-ambiente/, acesso em 15 mai. 2020.

QUAIS POSSÍVEIS EFEITOS DO CORONAVÍRUS SOBRE O MEIO AMBIENTE?


Disponível em: https://www.vgresiduos.com.br/blog/quais-possiveis-efeitos-do-coronavirus-
sobre-o-meio-ambiente/, acesso em 15 mai. 2020.

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