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EVOLUÇÃO

DA MAÇONARIA OPERATIVA PARA A MAÇONARIA ESPECULATIVA


A história da maçonaria vem sendo contada no mundo profano desde sua origem, mas a
maçonaria tem sua história verdadeira conhecida por quem dela participa.

A maçonaria evoluiu de forma significativa e crescente nestes séculos de sua existência, como um
organismo vivo e evolutivo, no entanto, sem perder a consciência de seu propósito original. Ao
longo de sua existência a maçonaria passou de Operativa para Especulativa.

Não se pode contar a história de sua transição sem considerar o contexto histórico, político e os
aspectos socioeconômicos que foram decisivos nessa mudança.

A mudança da Maçonaria Operativa pra Especulativa não ocorreu por um simples processo de
evolução interna dentro da Maçonaria, que teria então evoluído para Especulativa.

Não foi um movimento interno, impulsionado pelos membros “aceitos”, que assumiram a
liderança da instituição e promoveram seu desenvolvimento por uma via mais intelectual e
elitista. Na verdade, foi um movimento estritamente externo e independente da própria
Maçonaria.

A Maçonaria, sendo antiga e ocidental, teve logicamente origem no Velho Mundo: a Europa.
Documentos históricos como a “Carta de Bolonha” (Século XIII), o “Poema Regius” (Século XIV),
os Manuscritos de “Cooke” e “Estrasburgo” (Século XV) e alguns outros confirmam essa ideia,
apresentando a Maçonaria Operativa, com suas cerimônias e Antigos Costumes, antes mesmo do
descobrimento do Novo Mundo. Assim sendo, nada mais natural do que as primeiras Grandes
Lojas terem surgido na Europa, nas primeiras décadas do Século XVIII.

Sendo o documento mais antigo citado, a “Carta de Bolonha” evidencia que, já no século XIII,
maçons especulativos conviviam com os operativos. Quando do surgimento da primeira Grande
Loja, na Inglaterra de 1717, das quatro Lojas fundadoras, três eram compostas
predominantemente por maçons operativos. Durante quase todo o século XVIII, Lojas Operativas
conviveram com Lojas Especulativas em boa parte da Europa. Isso significa que, por pelo menos
500 anos, meio milênio, os maçons operativos conviveram com os especulativos, sendo os
operativos maioria.

O que extinguiu a Maçonaria Operativa não foi a existência da Especulativa, nem mesmo um
processo de evolução cultural. O que pôs fim à Maçonaria Operativa foi a Revolução Industrial. A
mudança no processo produtivo, originada pelas invenções de máquinas e impulsionada pelo
surgimento das indústrias, pôs fim à era de produção manual baseada nas guildas.
O trabalho estritamente manual foi substituído pelo trabalho de controle de máquinas. A iniciativa
inglesa rapidamente se espalhou pela Europa, promovendo um êxodo rural e o abandono dos
ofícios artesanais e manuais para atender a demanda por mão-de-obra industrial.

Ao fim do século XVIII, o maçom operativo não teve outra escolha a não ser se tornar operário
fabril e trabalhar uma média de 80 horas por semana.

Muitos dos países europeus, preocupados em consolidar o novo modelo econômico, chegaram a
adotar leis proibindo a Maçonaria Operativa. Esse foi o caso do famoso Ministro Turgot, da França,
que determinou que:
“Proíbem-se todos os mestres e companheiros, operários e aprendizes do direito de formar associações,
ou mesmo assembleias entre eles, sob qualquer pretexto. Em consequência, suprimimos todas as
confrarias que possam ter sido estabelecidas tanto pelos mestres dos corpos e comunidades, como pelos
companheiros e operários, das artes e ofícios”. Fonte: Recueil Général des Anciennes Lois Françaises
(1774-1776).

Leis como essa foram o tiro de misericórdia para as poucas Lojas Operativas que ainda tentavam
sobreviver aos primeiros anos da Revolução Industrial. Dessa forma, a Maçonaria Operativa
desapareceu de vez, ficando a Maçonaria Especulativa como única e legítima herdeira de sua
essência, responsável por preservar e passar adiante seus ensinamentos.

Com o tempo, evolução do conhecimento, maior esclarecimento acessível à faixas sociais mais
simples, o nivelamento do raciocínio levou a uma postura mais acessível e democrática dentro da
sociedade e da visão dos membros da maçonaria.

A maçonaria deixou de ser considerada “secreta” para passar para ser considerada “discreta”. Seus
membros são conhecidos socialmente, suas lojas e dias de reunião são sabidas ao mundo profano.

A maçonaria cresceu como uma entidade “viva”, com pensamentos fraternos ao mundo profano
inclusive. Sendo umas das maiores entidades filantrópicas.

Ao longo da história a maçonaria foi fundamental na evolução das condições sociais, culturais,
políticas e humanas. Grandes maçons estiveram presentes em toda as nações, na melhoria social,
tecnológica, cultural, politica, etc.

E até hoje em dia a maçonaria se posiciona ativa e abrangente. Os maçons não são perfeitos, mas a
maçonaria prega a busca pelo perfeito equilíbrio. Respeitando todos os credos, com um credo
ativo no Supremo Arquiteto do Universo.

Um maçom é irmão de outro maçom, sem distinção de credo, cor, idade, posição social, política e
nacionalidade. Um maçom cresce em sua loja por mérito maçônico. “Malhando em Pedra Bruta” o
maçom faz de sua jornada, um caminhar de cultura e vida. Crescendo a si, e aos seus irmãos
maçônicos.

Um maçom jamais abandona outro irmão maçom em sua necessidade, mas a maçonaria jamais
abandona seus valores mais sagrados e morais para proteger quem os corrompe. Um maçom está,
acima de tudo, de pé e à ordem para os valores sagrados da maçonaria.

Erivelto Luís de Souza

A:.M:. – CIM: 21063

Loja Maçônica Caminhos da Liberdade – 263 - GOMG

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