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Autor:
Ricardo Campanario
Aula 07
3 de Janeiro de 2021
Ricardo Campanario
Aula 07
Sumário
Gabarito .......................................................................................................................................................... 80
Resumo ........................................................................................................................................................... 81
1 - Considerações Iniciais
Olá pessoal!
Relembrando nosso caminho, note que depois de estudarmos os conceitos básicos da Arquivologia,
dos documentos e dos órgãos de documentação, nas últimas aulas mergulhamos em diversos temas que
tratam do documento no início de suas vidas, a chamada primeira idade.
Agora é hora de caminhar um pouquinho mais para frente. O documento praticamente esgotou as
suas funções administrativas e devemos decidir o que fazer com ele. Será que ele pode ser eliminado? Se
puder, precisa aguardar mais quanto tempo? E, nesse caso, aonde será arquivado? E na hora de eliminar, o
que é preciso fazer? Alguém precisa autorizar e acompanhar o processo?
E se o documento não puder ser eliminado? Como vou saber disso? Nesse caso, como e aonde devo
guardá-lo?
Pois é. Parece que logo após cumprir suas funções administrativas (aquelas para as quais o
documento foi mesmo criado) tudo se acabou e não há mais nada a fazer, a não ser descartar o documento
que já não serve mais para nada. Mas não é bem assim...
Após esse primeiro período abre-se um novo mundo de possibilidades que englobam a análise da
destinação final do documento, seu arquivamento até este momento derradeiro, e os instrumentos e órgãos
que nos auxiliam nesse caminho.
O documento agora está mais "velhinho". Digamos que amadureceu. Cumpriu seu papel enquanto
jovem e agora precisa ser tratado com respeito e dignidade. Há um caminho a ser trilhado e, por mais que
alguém possa não querer - em função de eventuais custos e empregos de recursos vistos como
"desnecessários" - é também uma imposição legal.
Vamos nos aprofundar neste tema. Importante fazer essa introdução para que você se situe no
caminho que estamos percorrendo.
Começaremos falando dos arquivos intermediários e, logo em seguida, vamos entender como
definimos o futuro (ou a destinação final) dos documentos.
Como sempre, ao final da aula trarei mais uma vez termos do DBTA, relacionados ao tema, para
debatermos e reforçarmos alguns conceitos, além de tocar em pequenos pontos que, eventualmente, não
tenham sido enfatizados ao longo da aula.
Relembro que ao longo da aula usaremos conceitos teóricos de estudiosos do tema, seguidos de
explicações e exemplos e, ao final das discussões, geralmente teremos questões específicas sobre o assunto
tratado, ajudando no entendimento e na fixação dos conceitos.
Tento sempre trazer as questões mais recentes disponíveis, mas, às vezes, por razões pedagógicas, é
necessário usar questões um pouco mais antigas para ilustrar alguns pontos específicos ou chamar atenção
de algum conteúdo ou formato de cobrança da banca, especialmente aqueles de maior incidência.
Instagram: https://www.instagram.com/ricardocampanario
2 - Arquivo Intermediário
Até a primeira metade do século XX tínhamos apenas duas idades de arquivos: a administrativa e a
histórica. Dessa forma os documentos passavam diretamente de um estágio a outro, sem que houvesse
qualquer transição entre eles.
Dependendo da existência de espaço na instituição que mantinha a posse dos documentos, eles eram
guardados as vezes por longos períodos em locais e condições inadequadas para a correta preservação.
Quando esse espaço não existia, os documentos eram recolhidos de maneira intempestiva a arquivos
permanentes, mesmo antes de terem cumprido seu papel administrativo por completo, congestionando
esses espaços de custódia definitiva com documentos que ainda cumpriam seu papel primário.
Hoje os arquivos intermediários são de reconhecida importância para toda a comunidade arquivística.
Dessa forma, o principal ganho desse sistema é a significativa economia de recursos material e
humano empregados, assim como a redução de espaço necessário, sobretudo em locais de alto custo por
metro quadrado.
O arquivo intermediário planejado nesse formato tem a vantagem dupla de centralizar e administrar
os documentos que perderam sua utilidade corrente para a instituição. Evita ainda a eliminação sem
controle, permitindo a implantação de uma verdadeira política de conservação de arquivos.
O documento ao ser transferido para o arquivo intermediário preserva a sua classificação, recebida
ainda no arquivo corrente e tudo o que for a ele imputado, como marcas e notações, servirão exclusivamente
para localização e consultas enquanto estiver temporariamente custodiado no arquivo intermediário.
Como o documento permanece sob propriedade da entidade que originalmente a produziu, só a ela
será permitido o acesso aos documentos, exceto no caso da autorização de terceiros.
Considerando que a economia é a razão principal da criação dos arquivos intermediários, os custos
de construção e dos equipamentos utilizados não devem superar em investimento o que é demandado por
arquivos tradicionais.
Veremos esse tema com mais profundidade ao longo do curso, mas detalhes como terrenos afastados
do centro e de valor mais baixo, uso de equipamentos e/ou materiais simples e de custo não elevado devem
ser observados no planejamento e construção do arquivo intermediário.
Em relação à construção, suas linhas gerais devem prever conformidade com o volume estimado da
massa de documentos esperada, instrumentos adequados de segurança e acesso rápido e fácil aos usuários,
sejam eles os administradores, funcionários ou demais demandantes da informação custodiada.
Para o DBTA:
Conjunto de documentos originários de arquivos correntes, com uso pouco frequente, que
aguarda destinação.
Conjunto de documentos originários de arquivos correntes, com uso pouco frequente, que
aguardam em depósito de armazenamento temporário, sua destinação final.
Finalmente, para Ieda Pimenta Bernardes e Hilda Delatorre, os arquivos intermediários são:
Nessa fase, após o cumprimento dos prazos estabelecidos, executa-se a destinação final
procedendo-se à eliminação, coleta de amostragem dos documentos que serão
eliminados ou recolhimento ao arquivo permanente.
Na letra A o examinador usa justamente essa expressão que não mais existe na arquivologia atual: "arquivo
morto". Ao vê-la, saiba que a alternativa está errada. Exemplo semelhante, porém em outro tema, é o
emprego do termo "confidencial" para indicar grau de sigilo de documento (veremos isso mais adiante).
Também não existe. Fique atento!!
A alternativa B fala de arquivo corrente. Esse já estudamos bastante e sabemos que não é lá que os
documentos aguardam o cumprimento de seus prazos de guarda e decisões sobre sua destinação final.
Na letra C, por fim, o examinador usa o termo arquivo "funcional", que sequer é uma nomenclatura oficial
de arquivos. A essa altura não dá mais para ter esse tipo de dúvida.
Encerrado o período de arquivamento na fase corrente, alguns documentos podem ser eliminados
imediatamente, desde que assim estabelecido pela Tabela de Temporalidade da entidade a qual pertence.
No entanto, mesmo entre esses documentos que deverão ser eliminados, uma boa parte deverá ser
conservada por período mais longo em função de razões legais ou administrativas.
Nesse caso, como já vimos, não se justifica a guarda junto aos órgãos produtores, a custos e emprego
geral de recursos muito superiores do que se transferidos a um arquivo intermediário.
Para que tudo isso possa ocorrer, é necessário que os documentos sejam aceitos para a custódia
intermediária somente quando tiverem seus conteúdos, prazos de guarda e data de eliminação e/ou
recolhimento devidamente conhecidos. Só isso permitirá que o correto trabalho seja executado pelo arquivo
intermediário.
Assumindo que tudo isto está ok, caberá ao arquivo intermediário executar algumas de suas
atividades de gestão de documentos que passam pela Classificação, Avaliação e Seleção/Destinação de
documentos, especialmente as duas últimas.
É nesse momento, e utilizando os instrumentos mais importantes que vamos estudar hoje (o Plano
de Classificação e a Tabela de Temporalidade), que os profissionais do arquivo intermediário definem o
destino final dos documentos, ou seja, para onde vão e quando.
Antes de partir para os instrumentos de gestão de documentos, vamos relembrar rapidamente essas
atividades pois já as estudamos:
CLASSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS
Existem alguns métodos de classificação, que devem ser conhecidos. São os métodos de classificação
de Schellenberg. De acordo com o estudioso, há três elementos principais que devem ser considerados nesse
processo de classificação (resultando nos três métodos de classificação): a ação ou atividade a que os
documentos se referem (funcional), a estrutura do órgão que os produz (estrutural ou organizacional) e os
assuntos dos documentos (por assuntos) .
MÉTODOS DE CLASSIFICAÇÃO DE
SCHELLENBERG
FUNCIONAL ASSUNTO
ORGANIZACIONAL
(ações do (estrutura do órgão) (assunto do
documento) documento)
AVALIAÇÃO DE DOCUMENTOS
A tabela de temporalidade traz duas informações críticas para a atividade de avaliação, que estamos
estudando: o prazo de guarda e a destinação final do documento.
O prazo de guarda, em linhas gerais, é basicamente o período que o documento deverá ficar
arquivado nos arquivos corrente e intermediário, cumprindo seus prazos prescricionais e precaucionais
(falaremos disso com mais detalhes um pouco mais adianta). É a informação que diz exatamente quando
aquele determinado documento deve ser eliminado ou recolhido para guarda permanente.
Atenção para não confundir a definição de prazo de guarda com a de prazo de eliminação que,
segundo o DBTA, é o "prazo fixado em tabela de temporalidade ao fim do qual os documentos não
considerados de valor permanente deverão ser eliminados". Veja que o prazo de guarda não prevê a
eliminação obrigatória, como o prazo de eliminação.
Essa diferença costuma ser cobrada em prova. Veremos em algumas questões mais adiante.
Já a destinação final é outra informação trazida também pela tabela de temporalidade que aponta
se o documento, após cumprido seu prazo de guarda, deverá ser eliminado (quando não tem valor histórico)
ou deverá ser permanentemente custodiado (quando, aí sim, possui valor histórico).
- Transferência: envio dos documentos para arquivo intermediário para cumprimento do prazo de
guarda e espera de sua destinação final. A Transferência pode ser permanente (realizada em intervalos
irregulares) ou periódica (seguindo cronograma de intervalos regulares).
- Recolhimento: envio dos documentos para arquivo permanente considerando que já cumpriu seus
prazos de guarda e possui valor secundário, seja ele histórico, probatório ou informativo. O Recolhimento,
por sua vez, pode ser sistemático (de acordo com cronograma), regular (sempre que ultrapassado o limite
de uso primário) ou selvagem (sem qualquer critério).
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TIPOS DE DESTINAÇÃO
Permanente Sistemático
Periódica Regular
Selvagem
Bem, após recordar cada uma dessas três etapas, vamos estudar mais a fundo os instrumentos de
gestão de documentos que são utilizados nesse momento: o Plano de Classificação e a Tabela de
Temporalidade.
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Além disso, permitem uma eliminação criteriosa de documentos desprovidos de valor que justifique
a sua guarda e a preservação dos documentos de guarda permanente.
Por fim, os dois instrumentos permitem a padronização da organização física do acervo e a aplicação
da Teoria das Três Idades (ciclo vital dos documentos). Muitas vezes as bancas perguntam se a Tabela de
Temporalidade se baseia no ciclo vital dos documentos ou na Teoria das Três Idades e a resposta é sim!
Os dois documentos, aliados a sistemas informatizados são requisitos fundamentais para a gestão
documental. Veja a ilustração a seguir, que resumo o que falamos.
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Imagem extraída de "Gestão Documental Aplicada" - Ieda Pimenta Bernardes e Hilda Delatorre.
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Na letra A o examinador tenta confundir o candidato usando o termo plano de "eliminação" no lugar de
"classificação".
A alternativa B traz plano de "destinação" e inventário analítico. O plano de destinação existe. Segundo o
DBTA é o "esquema no qual se fixa a destinação dos documentos". Porém, ambos estão errados e não
respondem a questão colocada. Não se esqueça que a informação sobre a destinação final do documento
vem da Tabela de Temporalidade.
Na letra D a banca usa o mesmo artifício. Agora substitui o plano de "classificação" pelo de "avaliação",
sempre jogando com palavras parecidas e relacionadas, para confundir mesmo. Fique atento!
Por fim, na letra E as duas possibilidades não fazem parte dos instrumentos de gestão de documentos.
Isso afeta a principal função dos arquivos que é disponibilizar a informação correta, no momento
correto para as pessoas corretas, ou seja, perde-se a eficácia do processo.
Diante dessa realidade, a elaboração do Plano de Classificação assume uma importância relevante
como ferramenta de gestão documental, exigindo, para sua elaboração, profundo conhecimento da
estrutura e funcionamento do organismo produtor.
Avançando nos conceitos iniciais, veja qual a definição atribuída a plano de classificação pelo DBTA:
Segundo Ieda Pimenta Bernardes e Hilda Delatorre os principais objetivos e benefícios da classificação
de documentos são:
Vamos agora relembrar rapidamente um pouco do que já estudamos no início do curso sobre o
nascimento dos documentos e sua relação com a organização e com o seu contexto de criação.
Lembre-se que ao longo da função criação (que estudamos no protocolo), o documento é criado no
decorrer do exercício das funções e atividades de um órgão público ou empresa privada.
Tudo isso é importante, nos prepara para os próximos passos e ajuda a revisar boa parte do que já
estudamos por aqui, especialmente nas aulas iniciais.
Indo adiante, o documento em seu contexto original de produção é pleno de significado, pois integra
um conjunto de documentos que possibilita compreender as funções e atividades executadas pelo órgão
produtor. Lembre-se do princípio da Organicidade! De acordo com ele os documentos de arquivo não têm
importância em si mesmos, isolados, ainda que contenham informações aparentemente valiosas.
Sendo assim, o profissional encarregado de realizar a classificação dos documentos deve conhecer
profundamente as funções, atividades e estrutura da empresa para a qual está prestando serviços.
A classificação de um documento de arquivo exige uma rigorosa análise documental que deve partir,
antes de qualquer coisa, da definição do objeto a ser analisado: o documento de arquivo e seu contexto.
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• Já nascem com valor probatório. Primeiro, porque testemunham o exercício de uma função/atividade
e, segundo, porque podem asseguram direitos individuais ou coletivos.
A atividade-meio é a ação, encargo ou serviço que um órgão leva a efeito para auxiliar e viabilizar o
desempenho de suas atribuições específicas e que resulta na produção e acumulação de documentos
comuns nos vários órgãos e entidades, documentos estes de caráter instrumental e acessório.
Já a atividade-fim é a ação, encargo ou serviço que um órgão leva a efeito para o efetivo desempenho
de suas atribuições específicas e que resulta na produção e acumulação de documentos típicos, de caráter
substantivo e essencial para o seu funcionamento.
Exemplos de funções que agrupam as atividades-fim: Cultura, Educação, Meio Ambiente, Saúde,
Segurança Pública, Prestação de Serviços (médico, odontológico, consultoria, consertos...),Exploração de
atividade econômica (fabricação de móveis, restaurantes, supermercados).
Se a atribuição de um setor for transferida para um outro ou, então, se um novo setor for criado e
suas atribuições forem redistribuídas, todos os documentos deverão ser reclassificados para acompanhar a
reestruturação.
Atenção pois esse é um enorme retrabalho que pode ser criado ao longo do processo e que traz
desvantagens ao método estrutural quando comparado ao método funcional.
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Para exemplificar a classificação estrutural, vamos tomar como exemplo uma empresa que atua na
área da construção civil. Ao longo de seu desenvolvimento, a empresa foi organizada em três Diretorias:
Técnica, Comercial e Administrativa-Financeira. Essa foi a primeira divisão interna da empresa.
Com o tempo o trabalho cresceu e uma nova estrutura foi introduzida. As Diretorias foram
subdivididas em Gerências:
Mas, o volume de trabalho cresceu ainda mais, assim como a complexidade na gestão, e as Gerências
precisaram se subdividir em setores de trabalho ainda mais específicos, que constituíram a terceira divisão
interna da empresa.
Pois bem, quando os documentos de uma Diretoria, Gerência ou Setor chegam ao arquivo, é preciso
que eles sejam identificados de acordo com a sua origem (unidade produtora) para que não se misturem
com os documentos de outra Diretoria, Gerência ou Setor.
Por isso, o primeiro passo para se organizar corretamente um arquivo é o estudo da estrutura e do
funcionamento da organização responsável pela produção e acumulação de documentos. Esse estudo das
estruturas, funções e atividades é que permitirá elaborar um Plano de Classificação.
Observe a seguir o plano de classificação da empresa que descrevemos acima, após todas as suas
readequações de estrutura:
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Os exemplos utilizados neste capítulo foram inspirados ou extraídos de "Gestão Documental Aplicada" - Ieda Pimenta Bernardes e Hilda Delatorre.
Identificamos também as funções que se relacionam com a administração interna da empresa. Essas
funções desencadeiam a realização de atividades-meio, pois constituem os instrumentos utilizados pela
organização para atingir os seus fins.
São as atividades auxiliares, comuns a todos os órgãos públicos e empresas privadas, geralmente
identificadas como Orçamento e Finanças, Recursos Humanos, Material e Patrimônio, Comunicação,
Atividades Complementares como transporte, manutenção, portaria, zeladoria, etc.
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Para alcançar esse objetivo, apesar do grande volume de documentos que a organização produz e
recebe, torna-se necessário um Plano de Classificação que indique a família do documento, permitindo o
seu correto arquivamento.
A classificação permite a organização física dos documentos, mas também a sua organização lógica
por meio da atribuição de códigos numéricos de identificação das famílias, ou seja, das funções e atividades
geradoras dos documentos. Observe que no Plano os três primeiros números corresponderão sempre à
unidade produtora dos documentos.
Além de identificar o setor, é preciso identificar também as atividades realizadas pelo setor e os
documentos produzidos em decorrência do exercício dessas atividades.
Bem, de forma geral o que faz um Departamento de Pessoal? Seleciona candidatos, controla a
frequência dos funcionários, promove cursos de treinamento, controla as férias e licenças, expede atestados
e certidões. Dessa forma, essas atividades é que serão responsáveis pela produção dos documentos desse
setor. Tomemos, novamente, o exemplo da Construtora.
Note que, para organizar o documento, é preciso saber qual a atividade responsável por sua
produção. Qual é o documento em questão? Digamos que seja a folha de ponto.
Devemos responder então por quem e para que são produzidas as folhas de ponto. As folhas de ponto
são produzidas pelo setor de Departamento de Pessoal para exercer a atividade de controlar a frequência
dos funcionários. Mas para cumprir essa atividade, apenas as folhas de ponto são produzidas? Evidente que
não.
Vejamos, abaixo, os documentos gerados pela atividade de controlar a frequência dos funcionários.
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Então, podemos afirmar: para arquivar corretamente as folhas de ponto e encontrá-las no arquivo com
rapidez, quando o setor de Departamento de Pessoal solicitá-las, devemos classificar.
Esse é o método estrutural. Percorremos desde as razões da sua existência, características de sua
composição até exemplos práticos da alocação de documentos em sua estrutura proposta.
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O outro método que precisamos conhecer e que contrasta com o que estudamos agora em função das
premissas utilizadas é o Método Funcional. Vejamos a seguir.
MÉTODO FUNCIONAL
Por isso, ela independe da estrutura e de suas mudanças no decorrer do tempo, o que de cara já
confere uma vantagem em comparação ao método estrutural e seus previsíveis retrabalhos após cada
alteração de estrutura da organização.
A classificação funcional é a mais apropriada para órgãos públicos do Poder Executivo. Esses órgãos
sofrem frequentes alterações em sua estrutura, de acordo com as mudanças periódicas e previsíveis do
cenário político. Apesar de mais complexa, a classificação funcional é mais duradoura.
Considerando-se que as estruturas podem mudar com alguma frequência e que as funções e
atividades, em geral, permanecem estáveis, o Plano de Classificação funcional permite atualizações
periódicas sem comprometer os códigos numéricos de classificação atribuídos aos tipos/séries documentais.
Assim como vimos graficamente a confecção da classificação estrutural até chegarmos ao documento
referente a Folha de Ponto, veja a seguir como o mesmo processo acontece via classificação funcional.
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Note que por meio do método funcional chegamos à classificação da mesma Folha de Ponto porém,
seguindo um outro ordenamento lógico, baseado nas funções ou atividades da organização e não em sua
estrutura funcional, como já havíamos observado anteriormente.
Por fim, temos o método por Assunto, não muito utilizado, mas que é necessário conhecer.
Qualquer que seja o método de classificação adotado deve-se evitar a utilização do “assunto” tanto
na identificação da função e da atividade, quanto na identificação do tipo/série documental.
Ainda, um mesmo tipo/série documental poderá ser associado a “assuntos” distintos, o que
ocasionará dificuldades no momento da classificação.
Para cumprir a finalidade pela qual foi criado, o organismo produtor executa inúmeras atribuições.
Essas atribuições apresentam-se distribuídas entre suas diversas unidades internas (Coordenadorias,
Departamentos, Divisões, Centros, Setores).
Como exemplo, no Estado de São Paulo o código de classificação da série documental é composto das
seguintes unidades de informação: órgão produtor, função, subfunção, atividade, série documental.
Função: corresponde ao conjunto das atividades que um órgão público ou empresa privada exerce
para a consecução de seus objetivos. As funções podem ser diretas ou essenciais (atividades-fim) e indiretas
ou auxiliares (atividades-meio).
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A alternativa C é a correta e é o gabarito da questão. Consiste no uso das funções e atividades da instituição,
aplicando-se o método de classificação funcional dos documentos.
Na letra D o examinador "cria" novo critério, de recebimento ou expedição de documentos. Não faz sentido.
Finalmente, na letra E atribui-se a classificação à "pertinência" do conjunto documental. Também não tem
nada a ver com o que estudamos até aqui. Fuja disso.
Exatamente ao nos fazermos essa pergunta nos colocamos diante do grande desafio da avaliação de
documentos.
Existem documentos que não podemos eliminar jamais porque comprovam fatos ou atos
fundamentais para nossa existência civil e para nossa vida pessoal: certidão de nascimento, de casamento,
de óbito, diplomas e certificados, histórico escolar, cédula de identidade, título de eleitor, carteira de
motorista, carteira de trabalho, escrituras de imóveis, cartas, fotografias de família etc.
Ao perder ou eliminar tais documentos, uma pessoa não tem como provar sua existência ou
realizações, e, por isso, não pode exercer os seus direitos.
No entanto, determinados documentos cumprem uma função importante durante um certo tempo e
depois perdem o seu valor original e devem ser eliminados, sob pena de dificultarem o acesso a outros
documentos com valor informativo e probatório relevantes.
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Trata-se de documentos rotineiros que acumulamos em grande volume ao longo de nossa vida: notas
fiscais, contas de água, luz, telefone, gás, carnês de prestações, recibos de pagamento, notas fiscais, extratos
bancários, imposto de renda, convites etc. Por isso, de tempos em tempos, nos sentimos obrigados a realizar
uma “limpeza” nas gavetas e armários.
O grande desafio nesse momento é saber o que podemos e/ou devemos eliminar e quando, sem
prejudicar nenhum de nossos direitos e sem destruir nossas melhores lembranças.
Se você eliminar uma nota fiscal e depois desejar trocar ou consertar uma mercadoria, a loja não
efetuará a troca e nem o conserto. Por quê? Porque a nota fiscal prova que aquela mercadoria de fato foi
adquirida naquela determinada loja e sem essa prova, o seu direito de trocar ou consertar a mercadoria não
poderá ser exercido.
Em função disso, a nota fiscal somente poderá ser eliminada quando se esgotar o prazo de troca
(previsto no Código de Defesa do Consumidor) ou o prazo da garantia (definido no certificado de garantia do
produto).
Se você não conhecer ou não souber como exercer os seus direitos, precisará da colaboração de um
outro profissional que possa orientá-lo. Por isso, na Arquivologia, não decidimos sozinhos sobre os valores
dos documentos.
Nesse sentido, observamos que não é possível e nem desejável que todos os documentos sejam
preservados.
Nas organizações, públicas e privadas, a situação é bastante parecida. Da mesma forma, nos
deparamos com documentos que devem ser preservados e outros que precisam ser eliminados quando seus
valores tiverem se esgotado, para que não prejudiquem o restante do trabalho de gestão documental.
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Por outro lado, outros documentos possuem um valor fiscal que se esgota depois de cinco anos (de
acordo com o Código Tributário Nacional), tais como notas fiscais, comprovantes de pagamento,
comprovantes de recebimento, extratos bancários, etc.
Esses documentos que têm seu prazo de guarda definido no Código Tributário (denomina-se prazo
prescricional o prazo de guarda definido em lei), poderão ser eliminados, após os cinco anos, sem nenhum
prejuízo para a empresa.
O importante é perceber que a guarda do documento decorre do valor que ele possui.
Analisar os valores dos documentos é uma atividade técnica da gestão documental denominada
avaliação.
A AVALIAÇÃO DOCUMENTAL
Importante salientar ainda que a avaliação contribui decisivamente para a racionalização dos arquivos,
para a agilidade e eficiência administrativa, bem como para a preservação do patrimônio documental.
Vale lembrar, como já estudamos, que os valores primários ou imediatos relacionam-se ao motivo que
determinou a produção do documento, considerando seu uso para fins administrativo, jurídico-legal e fiscal.
Assim como a classificação, a avaliação deve ser realizada no momento da produção do documento,
para evitar a produção e acumulação desordenadas.
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A avaliação deve ser realizada dentro de parâmetros técnicos e jurídicos, a fim de se assegurar ao
processo de análise a maior objetividade possível.
Por isso, observa-se, de um lado, a legalidade (a conformidade dos prazos de guarda com a legislação
vigente) e, por outro, a legitimidade (a elaboração multidisciplinar e coletiva de critérios).
Vimos no início desta aula que com o Plano de Classificação garantimos a organização lógica e física
dos documentos, recuperamos as informações em seu contexto original de produção e visualizamos as
funções, subfunções e atividades do organismo produtor.
Por essas razões, o Plano de Classificação precede e orienta a elaboração da Tabela de Temporalidade
de Documentos.
Desta forma torna-se necessário fazer a avaliação de documentos e consolidar os resultados dessa
análise na Tabela de Temporalidade de Documentos, instrumento que autoriza a eliminação de documentos
rotineiros, sem valor para a administração ou para a coletividade e que, ao mesmo tempo, garante a
preservação de documentos com relevante valor informativo e probatório.
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Veja abaixo:
Por ser um instrumento dinâmico de gestão, a Tabela de Temporalidade deve ser atualizada
periodicamente: primeiro, porque com o passar do tempo, é provável que muitos documentos deixem de
existir e outros novos sejam produzidos, segundo, porque a legislação ou as razões administrativas ou
técnicas que justificaram alguns prazos de guarda podem sofrer alterações.
Vamos ver a seguir como é construída uma Tabela de Temporalidade de Documentos e em que tipo
de informação se baseia e regula cada um dos campos disponíveis na tabela.
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Tal análise segue as instruções do Manual "Gestão Documental Aplicada", do Arquivo Público do
Estado de São Paulo, escrito por duas das arquivistas que mais têm nos servido de fonte ao longo desta aula:
Ieda Pimenta Bernardes e Hilda Delatorre.
As informações necessárias para preencher os campos da Tabela de Temporalidade serão obtidas por
meio da avaliação de documentos.
Para compreender melhor o que é avaliação de documentos vamos a seguir analisar cada uma das
seguintes etapas:
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• Valor primário ou imediato (administrativo, fiscal e legal): O valor primário decorre da razão pela
qual o documento foi gerado pela instituição, no exercício de suas atividades, destacando-se os
valores administrativo, fiscal e legal.
• Valor secundário ou mediato (probatórios, informativos, históricos e culturais): Alguns documentos,
mesmo depois de esgotado seu valor primário, continuam tendo relevância probatória, informativa,
cultural ou histórica e, portanto tornam-se importantes fontes de pesquisa, tanto para a
administração quanto para a comunidade.
Esta etapa compreende o estudo dos documentos desde a sua criação até a sua destinação final,
permite identificar os valores e definir o tempo em que o documento deverá permanecer na unidade
produtora (arquivo corrente) e na unidade com atribuições de arquivo (arquivo intermediário ou central),
bem como se a sua destinação será a guarda permanente (arquivo permanente) ou a eliminação.
Com fundamento em legislação específica ou nas demandas administrativas para cada série
documental deverá ser indicado o correspondente prazo de guarda, ou seja, o tempo de permanência de
cada conjunto documental na unidade produtora e na unidade com atribuições de arquivo.
Unidade Produtora: deve ser indicado o número de anos em que o documento deverá permanecer
no arquivo corrente, cumprindo a finalidade para a qual foi produzido.
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O registro da informação que explica o término da VIGÊNCIA deverá ser inserido no campo
OBSERVAÇÕES, veja abaixo:
Unidade com atribuições de Arquivo: deve ser indicado o número de anos em que o documento
deverá permanecer na unidade com atribuições de arquivo cumprindo prazos prescricionais ou
precaucionais (documentos intermediários).
Consideram-se documentos intermediários aqueles com uso pouco frequente que aguardam prazos
de prescrição e precaução nas unidades que tenham atribuições de arquivo.
Os prazos considerados para a definição do tempo de guarda na Unidade com atribuições de arquivo
são os seguintes:
Prazo de Prescrição – intervalo de tempo durante o qual pode-se invocar a tutela do Poder Judiciário
para fazer valer direitos eventualmente violados. O tempo de guarda dos documentos será dilatado sempre
que ocorrer a interrupção ou suspensão da prescrição, em conformidade com a legislação vigente. Veja
exemplo abaixo:
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Prazo de Precaução – intervalo de tempo durante o qual guarda-se o documento por precaução, antes
de eliminá-lo ou encaminhá-lo para guarda permanente. Veja mais um exemplo na sequência:
É importante considerar que estes prazos podem ser interrompidos quando instaurada uma ação
judicial ou por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, passando a se contar o prazo, novamente, a
partir da data da decisão ou resolução do ato que a interrompeu.
Por outro lado, uma simples consulta ao documento não interrompe a contagem do prazo previsto na
unidade com atribuições de arquivo.
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O último passo da avaliação é definir, em razão de seus valores, se a destinação de cada uma das séries
documentais é a eliminação ou a guarda permanente.
Entende-se por destinação a decisão decorrente da avaliação documental, que determina o seu
encaminhamento.
Eliminação: Os documentos destinados à eliminação são aqueles que já cumpriram seus prazos de
guarda na unidade produtora e na unidade com atribuições de arquivo e não apresentam valor secundário
que justifique a sua guarda.
Documentos de guarda temporária são aqueles que, esgotados os prazos de guarda na unidade
produtora ou nas unidades que tenham atribuições de arquivo, podem ser eliminados sem prejuízo para a
==62cfa==
Guarda permanente: Os documentos destinados à guarda permanente são aqueles cujas informações
são consideradas imprescindíveis ao órgão produtor e para a comunidade.
Esses documentos, além do valor administrativo, legal e fiscal, encerram também valor de prova e
servem como fonte para a pesquisa e, portanto, devem ser definitivamente preservados.
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Este campo da Tabela é reservado para o registro dos atos legais e das razões de natureza
administrativa que fundamentaram a indicação dos prazos propostos ou ainda informações relevantes
sobre a produção, guarda ou conteúdo do documento.
Veja a seguir um exemplo completo de Tabela de Temporalidade, com todos os campos que estudamos
ao longo da aula:
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Para o próprio DBTA a prescrição é: "Extinção de prazos para a aquisição ou perda de direitos contidos nos
documentos”, portanto não fundamentado em estimativas de uso.
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Devemos começar esta parte da aula recorrendo ao Decreto 4.073/2002, que regulamenta a Lei 8.159
de 1991, conhecida por Lei Nacional dos Arquivos.
Veja abaixo o texto, na íntegra, do artigo 18, que trata especificamente deste tema:
Capítulo IV
DA GESTÃO DE DOCUMENTOS
Seção I
Art. 18. Em cada órgão e entidade da Administração Pública Federal será constituída
comissão permanente de avaliação de documentos, que terá a responsabilidade de
orientar e realizar o processo de análise, avaliação e seleção da documentação produzida
e acumulada no seu âmbito de atuação, tendo em vista a identificação dos documentos
para guarda permanente e a eliminação dos destituídos de valor.
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Às Comissões de Avaliação cabe, também, propor critérios para orientar a seleção de amostragens dos
documentos destinados à eliminação.
MASSAS DOCUMENTAIS
O grande desafio no momento de avaliar massas documentais acumuladas nos arquivos centrais ou
intermediários, especialmente nos do setor público, é que o critério predominante de arquivamento dos
processos administrativos ainda é o sequencial numérico/cronológico, de acordo com o número recebido
no protocolo no momento da autuação.
Essa prática resulta na mistura de documentos gerados no exercício de funções e atividades distintas,
tornando difícil a recuperação do contexto original da produção.
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É frequente, por isso, a eliminação sem critério ou mesmo o acúmulo de documentos por períodos
indefinidos, sem que ocorra o devido processo de eliminação. Ainda, e igualmente grave, muitas vezes é feita
a reprodução do acervo em outros suportes, sem a prévia identificação e avaliação dos conjuntos
documentais.
O que se busca, nessa visão de curto prazo é a liberação de espaço. Contudo, esse procedimento pode
representar um investimento inútil quando incidir sobre documentos rotineiros, repetitivos, desprovidos de
valor informativo ou probatório, que poderiam ser eliminados, conservando-se deles apenas pequenas
amostragens.
Por isso, a avaliação deve preceder qualquer processo de reprodução de documentos, seja pela
microfilmagem, seja pela digitalização.
Vale lembrar que documentos digitalizados, embora possuam valor legal de acordo com a
Lei 13.874/2019, precisam ter seus originais preservados quando de guarda permanente,
mesmo após a respectiva digitalização ou microfilmagem.
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A partir daqui vamos discutir termos ligados ao Arquivo Intermediário e seus instrumentos, tudo isso
diretamente ligado à Terminologia Arquivística.
Como você já está acostumado, traremos definições do DBTA, pois é muito comum termos ao menos
uma perguntinha de Terminologia Arquivística nas provas de Arquivologia.
ACUMULAÇÃO
Reunião de documentos produzidos e/ou recebidos no curso das atividades de uma entidade
coletiva, pessoa ou família.
Vimos que um dos grandes problemas enfrentados e "resolvidos" pelos instrumentos de gestão
de documentos (o Plano de Classificação e, especialmente, a Tabela de Temporalidade) é a
acumulação de documentos.
Com a aplicação dos prazos de guarda da TTD é possível ao profissional responsável pela gestão
arquivística da instituição realizar a seleção e eliminar os documentos desprovidos de valor
secundário, minimizando o volume documental acumulado.
ARQUIVO INTERMEDIÁRIO
Conjunto de documentos originários de arquivos correntes, com uso pouco frequente, que aguarda
destinação.
ARQUIVO PERMANENTE
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ATIVIDADE-FIM
Falamos bastante das atividades fim e meio (veja abaixo), especialmente no momento em que
discutimos as metodologias para a elaboração de um Plano de Classificação.
ATIVIDADE-MEIO
Atividade que dá apoio à consecução das atividades-fim de uma instituição. Também chamada
atividade mantenedora.
AVALIAÇÃO
Das atividades de gestão de documentos que estudamos nessa aula a avaliação talvez seja a mais
importante delas.
É o "ponto de partida" para o processo de eliminação documental, que nos ajuda a lidar com o
acúmulo de documentos, como vimos acima.
CLASSIFICAÇÃO
A classificação foi outra atividade sobre a qual falamos bastante ao longo da aula. Essas são duas
das três definições constantes no DBTA que se relacionam com o que estudamos hoje.
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A atividade de classificação não só gera o Plano de Classificação como depois, com base nele,
permite que os documentos sejam organizados de forma eficiente visando sua futura localização.
CÓDIGO DE CLASSIFICAÇÃO
Veja que há na própria definição do DBTA uma referência explícita ao código, que é retirado do
Plano de Classificação para ser atribuído ao documento em questão.
CUSTÓDIA
Esse é um termo que temos usado bastante ao longo do curso e que, salvo engano, ainda não
trouxemos aqui para a área de Terminologia.
Nada mais é do que a própria guarda do documento. Exemplo: quando o documento é recolhido
do arquivo intermediário ou do corrente para o permanente, a sua custódia é alterada de um
para o outro.
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DESCARTE
É a conclusão do processo de eliminação. Após a avaliação que, neste caso, indica que o
documento deve ser eliminado após o cumprimento do seu prazo de guarda. Tão logo chegue
esse momento o documento deve ser descartado.
DESTINAÇÃO
Outra palavrinha importante para a prova. Após a avaliação dos documentos com base nos
Planos de Classificação e, especialmente, na Tabela de Temporalidade de Documentos, é a hora
de se tomar a decisão final quanto a destinação do documento, seja ela a guarda permanente ou
a eliminação.
DIGITALIZAÇÃO
Processo de conversão de um documento para o formato digital por meio de dispositivo apropriado,
como um escâner.
Falaremos mais sobre digitalização em aulas mais adiante, mas hoje já vimos que, ao lidar com
massas documentais, caso não tenha inteiro conhecimento do valor e da classificação dos
documentos, o arquivista pode tomar decisões erradas.
Neste caso específico ele pode, inadvertidamente, duplicar os documentos em outros formatos
(cópias digitalizadas, microfilmes, etc.), de forma desnecessária, chegando a investir tempo,
dinheiro e espaço em documento que poderiam , por exemplo, serem simplesmente descartados.
Ato publicado em periódicos oficiais que tem por objetivo anunciar e tornar pública a eliminação.
Este é um documento importante e que você tem que conhecer para a prova.
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ELIMINAÇÃO
Como vimos acima, o ato final de eliminação deve acontecer somente após a publicação do Edital
de Ciência e Eliminação.
LISTAGEM DE ELIMINAÇÃO
Relação de documentos cuja eliminação foi autorizada por autoridade competente. Também
chamada lista de eliminação.
PLANO DE CLASSIFICAÇÃO
PLANO DE DESTINAÇÃO
Esse é o plano que deriva da decisão pós avaliação do documento, ou seja, a etapa que define se
o documento será arquivado de forma permanente ou será eliminado após o cumprimento de
seus prazos de guarda.
PRAZO DE ELIMINAÇÃO
Atenção para não confundir com o prazo se guarda. Embora tenham funções muito parecidas,
são diferentes em relação à definição.
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PRAZO DE GUARDA
É o prazo que tanto estudamos ao longo da aula, presente na Tabela de Temporalidade e que
leva em conta tanto a legislação como as necessidades e o uso interno do documento.
Note que não prevê a obrigatoriedade da eliminação, como o prazo de eliminação que vimos
acima.
PRESCRIÇÃO
Lembre-se que no cálculo dos prazos de guarda são considerados os prazos prescricionais (legais)
e precaucionais (uso e funções administrativas).
RECOLHIMENTO
2 Operação pela qual um conjunto de documentos passa do arquivo intermediário para o arquivo
permanente.
Acontece, por exemplo, quando após a atividade de avaliação conclui-se que o documento possui
valor secundário. Dessa forma não pode ser eliminado e deverá ser recolhido ao arquivo
permanente para guarda definitiva.
RELAÇÃO DE RECOLHIMENTO
É uma relação de documentos de valor secundário e que, por isso, estão custodiados de forma
definitiva em um arquivo permanente. Cuidado para não confundir com a relação de eliminação
que vimos mais acima.
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SELEÇÃO
A seleção ocorre após a avaliação, ou seja, após determinados quais documentos devem ser
eliminados e quais devem ser arquivados de forma definitiva.
TABELA DE TEMPORALIDADE
Instrumento de destinação, aprovado por autoridade competente, que determina prazos e condições
de guarda tendo em vista a transferência, recolhimento, descarte ou eliminação de documentos.
Não podia faltar aqui justamente a definição oficial da Tabela de Temporalidade, talvez o tema
que tenhamos mais estudado ao longo desta aula.
TERMO DE ELIMINAÇÃO
Outro termo importante para a sua prova. É a formalização daquilo que é eliminado. Tudo isso
fica formalmente registrado em um termo de eliminação, para controle e eventual conferência
futura.
TERMO DE RECOLHIMENTO
Mais um instrumento legal que, desta vez, lista e registra os documentos RECOLHIDOS ao arquivo
PERMANENTE em função de seu valor histórico detectado ao longo da atividade de avaliação.
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Preste atenção nos termos em maiúscula pois tudo daqui para baixo cai muito em prova.
TERMO DE TRANSFERÊNCIA
Instrumento legal que define e formaliza a transferência de documentos para o arquivo intermediário
Mais uma vez, um instrumento legal que, agora, lista e registra os documentos TRANSFERIDOS
ao arquivo INTERMEDÁRIO.
TRANSFERÊNCIA
Essa é questão clássica de prova e a atenção deve ficar voltada para o termo "TRANSFERÊNCIA".
VALOR PRIMÁRIO
Valor atribuído a documento em função do interesse que possa ter para a entidade produtora,
levando-se em conta a sua utilidade para fins administrativos, legais e fiscais.
É o valor administrativo, como já vimos. Após esgotado, caso o documento não tenha valor
secundário (veja abaixo), deverá ser eliminado.
VALOR SECUNDÁRIO
Valor atribuído a um documento em função do interesse que possa ter para a entidade produtora e
outros usuários, tendo em vista a sua utilidade para fins diferentes daqueles para os quais foi
originalmente produzido.
É o valor que confere ao documento o direito de ser guardado de forma definitiva, após recolhido
a um arquivo permanente.
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7 - Considerações Finais
Essa é uma aula que abusa de conceitos, explicações e ilustrações de processos, pois hoje fomos a
fundo na constituição de dois instrumentos importantíssimos para a Arquivologia: o Plano de Classificação
de Documentos e a Tabela de Temporalidade de Documentos.
Não tem como não conhecer bem esses dois instrumentos. É importante, inclusive, ser capaz de
identificá-los visualmente. De tudo que estudamos nesta aula, isso é o que tem a maior probabilidade de ser
cobrado.
Além disso, hoje certamente ficou muito clara aquela sensação de ida e vinda sobre a qual sempre
alerto você.
Natural, pois já falamos de classificação e avaliação anteriormente mas, não há como retomar a
conversa sobre esses dois instrumentos, sem relembrar e até mesmo aprofundar a discussão sobre esses
dois processos.
Como falamos na abertura da aula, estamos avançando na "cadeia" de gestão documental. Deixamos
o arquivo corrente (1a fase) e hoje entramos no intermediário. É aqui que se define o que vai acontecer com
cada um dos documentos e, para isso, sua classificação e avaliação são fundamentais. Vimos que é apenas
por meio da identificação dos valores desses documentos que essa decisão é tomada.
Bem, a partir daí vamos avançando cada vez mais. Na próxima aula falaremos do Arquivo
Permanente, ou seja, daqueles documentos que, com base em sua classificação e nos valores secundários
que possuem, acabam tendo como destinação final a custódia permanente, assim indicada na sua respectiva
Tabela de Temporalidade.
Tá vendo como os assuntos estão interligados?! Não tem jeito. É muito provável que na próxima aula
voltemos a falar de temas desta aqui também...
Antes que eu esqueça, falamos também das Comissão Permanentes de Avaliação de Documentos.
Importante saber o que são e quais os seus papéis. Vira e mexe temos uma perguntinha sobre isso.
Por último, no capítulo de Terminologia temos mais uma vez um apanhado de alguns dos termos que
estudamos hoje, da forma como o DBTA os define. Vale dar uma reforçada no conteúdo estudado com as
definições do Dicionário.
Bem, ficamos por aqui. Muito bom estarmos juntos mais uma vez. Nos vemos breve, na próxima aula.
Tchau!
E-mail: ricardo.campanario@gmail.com
Instagram: https://www.instagram.com/ricardocampanario
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QUESTÕES COMENTADAS
ARQUIVO INTERMEDIÁRIO
a) Correntes.
b) Intermediários.
c) Permanentes.
d) Correntes e Intermediários.
e) Intermediários e Permanentes.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. No arquivo corrente ficam os documentos que têm alta frequência de uso,
ainda vigentes e que, portanto, não estão cumprindo prazos precaucionais.
Vimos ao longo da aula que o prazo de precaução é o intervalo de tempo durante o qual guarda-se o
documento por precaução, antes de eliminá-lo ou encaminhá-lo para guarda permanente, diferentemente
do prazo de prescrição que é o intervalo de tempo durante o qual pode-se invocar a tutela do Poder Judiciário
para fazer valer direitos eventualmente violados.
Note que, no caso da precaução, as próximas etapas são ou o recolhimento para arquivo permanente ou a
eliminação, ou seja, esse tempo é mesmo cumprido no arquivo intermediário, onde ficam os documentos
consultados com menor frequência e que ainda não tem destinação final definida, justamente por ainda
estarem aguardando o cumprimento dos prazos precaucionais ou prescricionais, definidos na Tabela de
Temporalidade.
A alternativa C está incorreta. O arquivo permanente é sim a próxima etapa desses documentos e não a
atual. Isso caso tenham valor secundário, caso contrário sua destinação é a eliminação.
A alternativa D está incorreta. Isso porque o examinador traz o arquivo corrente para a resposta. Prazos
precaucionais são cumpridos no arquivo intermediário e não no corrente.
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A alternativa E está incorreta. Isso porque o examinador traz o arquivo permanente para a resposta. Prazos
precaucionais são cumpridos no arquivo intermediário e não no permanente.
O arquivo intermediário guarda os documentos que, mesmo sem tramitação, precisam ser
mantidos por questões legais, fiscais ou administrativas.
a) Certo
b) Errado
Comentários:
a) correntes.
b) de primeira idade.
c) permanentes.
d) de terceira idade.
e) intermediários.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. No arquivo corrente os documentos ainda tem alta frequência de uso e
tramitação, além de ainda estarem vigentes. Não é lá que aguardam a decisão sobre sua destinação final,
mas sim no arquivo intermediário.
A alternativa B está incorreta. O arquivo de primeira idade é o arquivo corrente, repetindo-se portanto a
análise da alternativa A.
A alternativa C está incorreta. No arquivo permanente os documentos já receberam a decisão sobre sua
destinação final. Por possuírem valor secundário, foram recolhidos à guarda permanente.
A alternativa D está incorreta. O arquivo de terceira idade é o arquivo permanente, repetindo-se portanto a
análise da alternativa C.
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O arquivo intermediário armazena, por determinado intervalo de tempo, documentos que ainda
podem ser solicitados pelas unidades organizacionais que os acumularem.
a) Certo
b) Errado
Comentários:
Comentários:
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Vimos ao longo da aula que um dos grandes ganhos
do arquivo intermediário é sua redução de custos. O arquivo intermediário apresenta despesas menores,
economia de recursos material e humano empregados e redução de espaço, sempre quando comparado ao
arquivo corrente.
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A alternativa C está incorreta. Não há qualquer vínculo em relação a eventual "facilitação" do acesso ao
arquivo terciário, o permanente.
A alternativa E está incorreta. Em nenhum dos 3 arquivos: corrente, intermediário e permanente há maior
ou menor condição de se garantir a confidencialidade das informações. Na verdade ela deve ser preservada
em qualquer um dos três arquivos.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. Não necessariamente. Há documentos que são eliminados, por exemplo, logo
após a sua vigência, no próprio arquivo corrente, assim como podem ser imediatamente recolhidos ao
arquivo permanente, caso tenham valor secundário.
A alternativa B está incorreta. Não há esse norma, aliás, ao contrário. Qualquer documento só deve ser
digitalizado ou migrado para outra mídia após passar pela atividade de avaliação, sob pena da realização de
atividade desnecessária: digitalização, cópia ou microfilmagem de documentos sem valor secundário, por
exemplo, prestes a serem eliminados.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Com o passar do tempo e, tecnicamente, com o
cumprimento dos prazos de precaução e de prescrição, os documentos perdem os seus valores primários:
legais, fiscais e administrativos, até que se esgotam. Nesse momento, caso não tenham valor secundário,
deverão ser eliminados, caso contrário serão migrados para a guarda definitiva em arquivo permanente.
A alternativa D está incorreta. Ao contrário. Ao serem transferidos do arquivo corrente para o arquivo
intermediário os documentos mantém a sua classificação original.
A alternativa E está incorreta. Não há nenhuma vinculação entre o suporte e a transferência. Documentos
em qualquer suporte poderão ser transferidos ao arquivo intermediário, desde que haja razão para isso.
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a) arquivo permanente.
b) arquivo intermediário.
c) arquivo público.
d) arquivo municipal.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. No arquivo permanente os documentos já receberam a sua destinação final,
ou seja, possuem guarda permanente.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Essa é uma pergunta que traz basicamente a definição
do arquivo intermediário. Recebe os documentos transferidos do arquivo corrente, com uso pouco
frequente e, lá, aguardam a decisão sobre a destinação final.
A alternativa C está incorreta. Arquivo público não é uma das três idades documentais (corrente,
intermediário e permanente) e está aí apenas para confundir o candidato. Não caia nessa.
A alternativa D está incorreta. Mesma coisa. Arquivo municipal também não é uma das três idades
documentais (corrente, intermediário e permanente) e está aí apenas para confundir.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. A afirmativa está certa. O examinador usa inclusive o termo adequado:
transferência. Ou seja, fala da migração dos documentos dos arquivos correntes para o arquivo
intermediário.
A alternativa B está incorreta. Sim. Os arquivos intermediários devem atender as demandas dos órgãos
depositantes visto que seus documentos ainda tem eventualmente a necessidade de serem consultados
enquanto aguardam o cumprimento dos prazos estabelecidos para a eliminação ou recolhimento definitivo
ao arquivo permanente.
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A alternativa C está incorreta. Esta é mais uma atribuição do arquivo intermediário. Está certa a afirmativa.
A aplicação da tabela de temporalidade e a avaliação dos documentos para decidir sobre sua destinação final
é mesmo atribuição do arquivo intermediário, resultando na eliminação ou recolhimento do documento para
guarda permanente.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Aqui, como a própria alternativa diz, estamos falando
de uma atividade de protocolo e as atividades de protocolo (já estudamos isso!) são todas de arquivo
corrente e não do intermediário. Dessa forma a alternativa é a única falsa e, portanto, é a correta na questão.
a) probatório.
b) histórico.
c) cultural.
d) informativo.
e) primário.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. Valor probatório é um valor secundário. Documentos com esse perfil estão
predominantemente em arquivos permanentes.
A alternativa B está incorreta. Valor histórico é um valor secundário. Documentos com esse perfil também
estão predominantemente em arquivos permanentes.
A alternativa C está incorreta. Da mesma forma, valor cultural é um valor secundário. Documentos com esse
perfil estão predominantemente em arquivos permanentes.
A alternativa D está incorreta. Mais uma vez, valor informativo é um valor secundário. Documentos com
esse perfil também estão predominantemente em arquivos permanentes.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. No arquivo intermediário o documento ainda preserva
o seu valor primário, ou seja, administrativo, fiscal ou legal. Quando esse valor se esgota o documento precisa
ser avaliado para que se saiba se tem ou não valor secundário e, com base nisso, decide-se a respeito de sua
destinação.
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b) de valor probatório, histórico e informativo, que devem ser preservados e destinados à guarda
permanente.
c) procedentes de arquivos correntes, constituindo-se objeto de consultas esporádicas, para efeito
administrativo e legal, que aguardam a sua eliminação ou recolhimento.
d) precedentes de arquivos sigilosos, sem constituir-se objeto de consultas para efeito legal, que aguardam
simplesmente a sua eliminação.
e) procedentes de arquivos correntes, constituindo-se objeto de consultas frequentes e que aguardam a sua
incineração.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. No arquivo intermediário não temos documentos de consulta frequente.
A alternativa B está incorreta. Documentos com esse perfil têm valor secundário e devem estar no arquivo
permanente.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Mais uma vez temos basicamente a definição dos
arquivos intermediários: documentos que provém de arquivos correntes, com consultas esporádicas e que
aguardam decisão sobre a sua destinação.
A alternativa D está incorreta. A presença dos documentos em arquivo intermediário independe de sua
origem de arquivos sigilosos ou de qualquer outro perfil.
A alternativa E está incorreta. Os documentos em arquivo intermediário não são objeto de consultas
frequentes, do contrário deveriam estar ainda nos arquivos correntes.
a) Certo
b) Errado
Comentários:
É a atividade de classificação (baseada no Plano de Classificação) que vai permitir que o profissional atribua
códigos aos documentos e, com base nisso, decida qual o melhor método e formato para a organização de
seus documentos.
a) Certo
b) Errado
Comentários:
a) organização e funcionamento.
b) pessoal.
c) documentação e informação.
d) comunicações.
e) outros assuntos referentes à administração geral.
Comentários:
Essa é uma questão mais difícil, que exige a aplicação dos conhecimentos e tem alguma subjetividade para
chegarmos à resposta correta. Vejamos a seguir.
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A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Considerando que o documento se refere a direitos e
obrigações dos servidores e olhando as alternativas disponíveis, a opção "pessoal" é certamente a que
melhor se encaixa ao enunciado.
Vale lembrar que o Plano de Classificação adotado, como se inicia com a classe administração geral é
certamente um plano funcional, ou seja, com base nas atividades da organização.
Dessa forma, atividades relativas a "pessoal" formam uma subclasse aceitável para o enunciado proposto.
A alternativa C está incorreta. Documentação e informação não aparente ser uma classificação aceitável sob
o ponto de vista funcional.
A alternativa D está incorreta. Comunicações parece ser uma subclasse possível dentro de um plano de
classificação funcional porém, certamente não abrangeria documentos a respeito de direitos e obrigações
de servidores.
A alternativa E está incorreta. Essa seria uma subclasse dentro de administração geral porém, como temos
a subclasse "pessoal", parece mais correto colocar os documentos nesta subclasse e não em "outros
assuntos", que seria uma opção possível caso não existisse a opção da alternativa B.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. A ordenação de documentos sob um mesmo assunto só ocorre após a devida
classificação dos documentos.
A alternativa B está incorreta. A classificação dos documentos independe da ordenação cronológica de seus
antecedentes.
A alternativa C está incorreta. A classificação dos documentos também é independente da checagem de seus
anexos que, embora importante, não tem relação com a atividade de classificação.
A alternativa D está incorreta. Essa é uma etapa da organização de documentos, o que ocorre após a
atividade de classificação.
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A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Essa é mesmo uma das etapas do processo de
classificação, chamada de codificação, ou seja, a aplicação do código correspondente ao assunto de que trata
o documento, identificado na operação de estudo.
a) Era documental.
b) Extensão da atenção documental.
c) Estágio de evolução documental.
d) Natureza do documento.
e) Efetividade documental.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. Era documental não é uma denominação aceitável para a classificação dos
documentos.
A alternativa B está incorreta. Extensão da atenção documental também não é uma denominação aceitável
para a classificação dos documentos.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Esse é um dos nomes corretos atribuídos as conhecidas
classificações de arquivos. Estágios da evolução documental, assim como ciclo vital dos documentos ou
Teoria das 3 Idades são denominações aceitas pela Arquivologia.
A alternativa D está incorreta. Natureza do documento é outra forma de se classificar os documentos, mas
não em relação aos arquivos corrente, intermediário e permanente.
A alternativa E está incorreta. Efetividade documental também não se aplica a questão. Totalmente fora de
contexto.
a) Certo
b) Errado
Comentários:
O inventário analítico segundo o DBTA é "Instrumento de pesquisa que descreve, sumária ou analiticamente,
as unidades de arquivamento de um fundo ou parte dele, cuja apresentação obedece a uma ordenação lógica
que poderá refletir ou não a disposição física dos documentos".
Dessa forma, não é ele que é usado para a classificação de documentos de arquivo.
a) Certo
b) Errado
Comentários:
Comentários:
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Plano de classificação e tabela de temporalidade são
exatamente os dois instrumentos que mais estudamos até agora e que, certamente, são os que mais
aparecem em prova e são aqueles buscados pelos examinadores em suas questões mais genéricas, como
essa.
A alternativa B está incorreta. Manual de gestão e Classificação Decimal Universal não são sequer
instrumentos que possam gerar alguma confusão no candidato.
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A alternativa C está incorreta. Vocabulário controlado e estrutura da organização também são "invenções"
do examinador, apenas para tentar confundir o candidato.
A alternativa D está incorreta. Sistema informatizado de gestão e tesauro também não são os principais
instrumentos utilizados visando a apoiar operações e procedimentos técnicos da gestão arquivística de
documentos eletrônicos ou convencionais.
O tesauro é considerado um instrumento por alguns autores. mas certamente está distante da utilidade do
Plano de Classificação e da Tabela de Temporalidade.
A alternativa E está incorreta. Normas de descrição arquivística e glossário também não são os instrumentos
buscados pela banca na questão colocada.
a) Certo
b) Errado
Comentários:
a) Certo
b) Errado
Comentários:
64
A classificação estrutural representa, de acordo com o organograma, os vários níveis de divisão interna do
organismo produtor: coordenadorias, departamentos, divisões, centros, setores, etc. Nesse cenário, cada
um dentro da estrutura executa determinadas atribuições, ou seja, realmente representa a estrutura
orgânica da entidade.
A alternativa A está incorreta. As justificativas das classificações estão invertidas. A classificação de acordo
com a atividade é a funcional e não a estrutural, enquanto a classificação de acordo com o grupo responsável
por sua produção ou acumulação é a estrutural e não a funcional.
A alternativa B está incorreta. As principais funções da tabela de temporalidade são indicar o correto prazo
de guarda do documento e a sua destinação final, isso justamente após o cumprimento deste prazo de
guarda.
A alternativa D está incorreta. É o oposto. A tabela de temporalidade é na verdade orientada pelo plano de
classificação, que a precede, não o contrário.
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A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Perfeito. Essa é uma bela definição de tabela de
temporalidade: instrumento de gestão, que deriva da atividade de avaliação e que define prazos de guarda
e destinação final dos documentos. Gabarito!
a) código de destinação.
b) tabela de temporalidade.
c) plano de destinação.
d) índice de temporalidade.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. O código de destinação não é nem um instrumento arquivístico e nem deriva
do processo de avaliação.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Essa é mais uma boa definição de tabela de
temporalidade: instrumento arquivístico proveniente do processo de avaliação.
A alternativa C está incorreta. O plano de destinação é o "esquema no qual se fixa a destinação dos
documentos", conforme definição do DBTA. Não é disto que o examinador está falando.
A alternativa D está incorreta. Não existe um "índice" de temporalidade, mas sim a tabela de temporalidade.
É mais uma armadilha do examinador para atingir o candidato. Cuidado com a nomenclatura correta!
a) eliminação.
b) guarda.
c) precaução.
d) prescrição.
e) vigência.
Comentários:
Atenção pois esta é uma questão complexa que pode fazer o candidato se confundir. Fique atento
especialmente com as explicações das alternativas A e B abaixo.
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A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Segundo o DBTA o prazo de eliminação é o "prazo
fixado em tabela de temporalidade ao fim do qual os documentos não considerados de valor permanente
deverão ser eliminados". Note que na própria definição temos a menção clara à eliminação do documento,
que é exatamente o que o examinador procura no enunciado.
A alternativa B está incorreta. Segundo o DBTA o prazo de guarda é "o prazo, definido na tabela de
temporalidade e baseado em estimativas de uso, em que documentos deverão ser mantidos no arquivo
corrente ou no arquivo intermediário, ao fim do qual a destinação é efetivada. Também chamado período
de retenção ou prazo de retenção". Veja que neste caso, encerrado o prazo de guarda há apenas a indicação
da destinação final do documento, que pode ou não ser a eliminação, ao contrário do prazo de eliminação,
que não admite outro desfecho que não seja a própria eliminação.
A alternativa C está incorreta. O prazo de precaução é o "intervalo de tempo durante o qual guarda-se o
documento por precaução, antes de eliminá-lo ou encaminhá-lo para guarda permanente".
A alternativa D está incorreta. Já o prazo de prescrição é o "intervalo de tempo durante o qual pode-se
invocar a tutela do Poder Judiciário para fazer valer direitos eventualmente violados". Vale lembrar que o
tempo de guarda dos documentos será dilatado sempre que ocorrer a interrupção ou suspensão da
prescrição, em conformidade com a legislação vigente.
A alternativa E está incorreta. Por fim, quando utilizamos o termo vigência, na unidade produtora, estamos
nos referindo ao intervalo de tempo durante o qual o documento produz efeitos administrativos e legais
plenos, cumprindo as finalidades que determinaram sua produção. Este intervalo de tempo deverá, sempre
que possível, ser definido em anos e quando não for possível, recomenda-se o uso da palavra "Vigência".
a) Certo
b) Errado
Comentários:
67
Vamos relembrar as definições de valores primários e secundários pois isso cai muito em prova:
a) Certo
b) Errado
Comentários:
a) Certo
b) Errado
68
Comentários:
a) Certo
b) Errado
Comentários:
69
Comentários:
A alternativa A está incorreta. Enquanto o documento estiver vigente ele não estará no arquivo
intermediário, mas sim no corrente.
A alternativa D está incorreta. Não há relação com a existência de valor informativo que, por ser valor
secundário, provavelmente levará o documento à guarda permanente.
a) Certo
b) Errado
Comentários:
70
a) Certo
b) Errado
Comentários:
a) orientar e realizar o processo de análise, avaliação e seleção dos documentos produzidos e acumulados
no seu âmbito de atuação, tendo em vista a identificação dos documentos para guarda permanente e a
eliminação dos destituídos de valor.
b) proporcionar aperfeiçoamento e reciclagem aos técnicos da área de arquivo, garantindo constante
atualização.
c) garantir a guarda e o acesso aos documentos de valor permanente.
d) promover a integração e a modernização dos arquivos em sua esfera de atuação.
Comentários:
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Veja que o artigo 18 do Decreto 4.073/2002 define o
que são as Comissões Permanentes de Avaliação de Documentos. Vejamos:
"Em cada órgão e entidade da Administração Pública Federal será constituída comissão permanente de
avaliação de documentos, que terá a responsabilidade de orientar e realizar o processo de análise, avaliação
e seleção da documentação produzida e acumulada no seu âmbito de atuação, tendo em vista a identificação
dos documentos para guarda permanente e a eliminação dos destituídos de valor."
Esta é exatamente a definição trazida pela banca no enunciado.
A alternativa B está incorreta. A reciclagem e atualização dos técnicos da área de arquivo não é
responsabilidade das Comissões Permanentes de Avaliação de Documentos.
A alternativa C está incorreta. A garantia da guarda e o acesso aos documentos de valor permanente também
não é responsabilidade das Comissões Permanentes de Avaliação de Documentos.
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A alternativa D está incorreta. Por fim, a integração e a modernização dos arquivos em sua esfera de atuação
também não é responsabilidade das Comissões Permanentes de Avaliação de Documentos.
a) Avaliação de Documentos.
b) Classificação de Documentos.
c) Análise de Documentos.
d) Eliminação de Documentos.
e) Seleção de Documentos.
Comentários:
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. É exatamente o que vimos na questão anterior. Veja
que as bancas cobram a definição literal das Comissões Permanentes de Avaliação de Documentos, prevista
no Decreto 4.073/2002. Vale ter isso fresco na memória no dia da prova.
A alternativa B está incorreta. Veja que o examinador traz vários termos parecidos, tentando confundir o
candidato, mas essa é uma questão fácil, que não dá para errar. Não é Comissão Permanente de
Classificação, mas sim de Avaliação de Documentos.
A alternativa C está incorreta. Mesma coisa. Não é Comissão Permanente de Análise, mas sim de Avaliação
de Documentos.
A alternativa D está incorreta. Mais uma vez o mesmo recurso. Não estamos falando de Comissão
Permanente de Eliminação, mas sim de Avaliação de Documentos.
A alternativa E está incorreta. Por fim, a banca insiste na confusão. Não falamos de Comissão Permanente
de Seleção, mas sim de Avaliação de Documentos.
Fique atento com a terminologia para não perder uma questão simples como essa!
33. (FUNRIO/IF-BA/Técnico Arquivo/2014) Os prazos de guarda, estabelecidos com base nos valores
atribuídos aos diversos documentos, são determinados
Comentários:
A alternativa A está incorreta. O Arquivo Nacional não tem qualquer ingerência nesse processo.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Mais uma questão básica. Veja que as Comissões
Permanentes de Avaliação de Documentos são grupos permanentes e multidisciplinares responsáveis pela
elaboração e aplicação, em suas respectivas áreas de atuação, de Planos de Classificação e de Tabelas de
Temporalidade de Documentos.
Dessa forma, são elas também quem definem os prazos de guarda, estabelecidos nas respectivas tabelas de
temporalidade, geradas por elas mesmas.
A alternativa D está incorreta. Nestes casos, até mesmo a autoridade máxima da instituição está submetida
às orientações das Comissões Permanentes de Avaliação de Documentos, órgãos máximos de avaliação
documental em suas respectivas instituições.
A alternativa E está incorreta. O chefe do arquivo também está submetido às orientações das Comissões
Permanentes de Avaliação de Documentos.
a) Incineração de documentos.
b) Restauração de documentos.
c) Movimentação de documentos.
d) Preservação de documentos.
e) Avaliação de documentos.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. O nome correto é Comissão Permanente de Avaliação de Documentos e não
de Incineração de Documentos.
A alternativa B está incorreta. O nome correto é Comissão Permanente de Avaliação de Documentos e não
de Restauração de Documentos.
A alternativa C está incorreta. O nome correto é Comissão Permanente de Avaliação de Documentos e não
de Movimentação de Documentos.
A alternativa D está incorreta. O nome correto é Comissão Permanente de Avaliação de Documentos e não
de Preservação de Documentos.
73
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Note que a banca cobra simplesmente o conhecimento
literal do nome da Comissão. Saber isso já parece um ponto bastante positivo para a prova.
Comentários:
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Mais uma vez o mesmo tipo de questão. Trago
novamente para enfatizar o formato que é cobrado pelas bancas.
A alternativa B está incorreta. O nome correto é Comissão Permanente de Avaliação de Documentos e não
Comissão Interdisciplinar de Arquivo.
A alternativa C está incorreta. O nome correto é Comissão Permanente de Avaliação de Documentos e não
Comissão de Monitoramento Documental.
A alternativa D está incorreta. O nome correto é Comissão Permanente de Avaliação de Documentos e não
Comissão de Protocolo Administrativo.
A alternativa E está incorreta. O nome correto é Comissão Permanente de Avaliação de Documentos e não
Comissão de Seleção e Descarte Documental.
74
Comentários:
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Note que desta vez a banca mistura outros órgãos
existentes porém, mais uma vez, apenas com a intenção de embaralhar a cabeça do candidato. São todas
questões fáceis e que devem ser respondidas rapidamente, salvando tempo para questões mais complexas.
a) Certo
b) Errado
Comentários:
75
a) Certo
b) Errado
Comentários:
Comentários:
A alternativa A está incorreta. A definição dos prazos de guarda consta na Tabela de Temporalidade, como
já vimos, e é sim uma das atribuições das CPADs (Comissões Permanentes de Avaliação de Documentos).
A alternativa B está incorreta. A elaboração dos Planos de Classificação é outra atribuição clássica das CPADs.
A alternativa D está incorreta. Elaborar e realizar alterações nas Tabelas de Temporalidade de Documentos
também cabe as Comissões Permanentes de Avaliação de Documentos.
76
A alternativa E está incorreta. A CPAD também é a responsável por avaliar as listagens de eliminação,
publicar as relações e autorizar os processos de eliminação iniciados pelas unidades administrativas a ela
submetidas no âmbito documental.
a) Arquivo Nacional.
b) SINAR.
c) SIGA.
d) Conarq.
e) Ministério da Justiça.
Comentários:
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Quem aprova as tabelas de temporalidade relativas
às atividades-fim de órgãos da Administração Pública Federal é mesmo o Arquivo Nacional.
A alternativa E está incorreta. Não é o Ministério da Justiça, mas sim o Arquivo Nacional.
a) Certo
b) Errado
Comentários:
77
a) alienação.
b) preempção.
c) prescrição.
d) sub-rogação.
e) consignação.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. Alienação não corresponde a definição trazida pela banca.
A alternativa B está incorreta. Preempção também não corresponde a definição trazida pela banca.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Segundo o DBTA a prescrição é a "extinção de prazos
para a aquisição ou perda de direitos contidos nos documentos", ou seja, em outras palavras o que é trazido
acima pela banca, no enunciado.
A alternativa D está incorreta. Não é sobre sub-rogação que o examinador está falando, mas sim sobre a
prescrição.
A alternativa E está incorreta. Por fim, consignação também não corresponde a definição trazida pela banca.
a) prazo de previsão.
b) prazo de prescrição.
c) prazo de precaução.
d) prazo de predição.
e) prazo documental.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. Prazo de previsão sequer está relacionado com o tema em questão.
78
A alternativa B está incorreta. Prazo de prescrição é o intervalo de tempo durante o qual pode-se invocar a
tutela do Poder Judiciário para fazer valer direitos eventualmente violados. Não corresponde à definição do
enunciado.
A alternativa D está incorreta. Prazo de predição também não tem relação com o tema em questão.
A alternativa E está incorreta. Por último, prazo documental também está fora do escopo estudado.
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GABARITO
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RESUMO
Arquivo Intermediário: conjunto de documentos originários de arquivos correntes, com uso pouco
frequente, que aguarda destinação. Principais características e funções:
81
• Prazo de Prescrição: intervalo de tempo durante o qual pode-se invocar a tutela do Poder
Judiciário para fazer valer direitos eventualmente violados. O tempo de guarda dos
documentos será dilatado sempre que ocorrer a interrupção ou suspensão da prescrição, em
conformidade com a legislação vigente.
• Prazo de Precaução: intervalo de tempo durante o qual guarda-se o documento por precaução,
antes de eliminá-lo ou encaminhá-lo para guarda permanente.
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