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Aula 08

Arquivologia p/ Concursos - Curso


Regular (Com Videoaulas) 2021

Autor:
Ricardo Campanario
Aula 08

3 de Janeiro de 2021
Ricardo Campanario
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Sumário

Arquivo Permanente & Pesquisa .................................................................................................................. 3

1 - Considerações Iniciais ........................................................................................................................... 3

2 - Arquivos Permanentes .......................................................................................................................... 5

3 - Arranjo ..................................................................................................................................................... 9

3.1 - Introdução e conceitos .................................................................................................................. 9

3.2 - Fundos de arquivo........................................................................................................................


404730 11

4 - Descrição............................................................................................................................................... 16

5 - Instrumentos de Pesquisa .................................................................................................................. 20

5.1 - Guia................................................................................................................................................. 21

5.2 - Inventário ....................................................................................................................................... 21

5.3 - Catálogo ........................................................................................................................................ 22

5.4 - Catálogo Seletivo ......................................................................................................................... 23

5.5 - Índice .............................................................................................................................................. 23

5.6 - Edição de fontes ........................................................................................................................... 24

5.7 - Tabela de equivalência ou concordância ................................................................................. 24

6 - Normatização ....................................................................................................................................... 27

6.1 - ISAD (G).......................................................................................................................................... 28

6.2 - NOBRADE...................................................................................................................................... 32

7 - Políticas Públicas dos Arquivos Permanentes - Referência ........................................................... 39

7.1 - Atividades culturais / educacionais ........................................................................................... 39

7.2 - Serviços editoriais ......................................................................................................................... 40


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8 - Terminologia Arquivística Aplicada .................................................................................................. 42

9 - Considerações Finais .......................................................................................................................... 51

Questões Comentadas ................................................................................................................................. 52

Gabarito .......................................................................................................................................................... 80

Resumo ........................................................................................................................................................... 81

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ARQUIVO PERMANENTE & PESQUISA

1 - Considerações Iniciais

Olá pessoal!

Estamos avançando em nosso curso regular de Arquivologia. Hoje falaremos dos Arquivos
Permanentes e dos seus instrumentos de pesquisa.

Antes de aprofundarmos um pouco mais o tema, insisto em dar a você a noção geral da estrutura
do nosso curso. Procurei para este aula criar a ilustração abaixo, para que você se localize ao longo de
nossa conversa:

Introdução - Gestão de Gestão Legislação


Conceitos & Documentos Arquivística Arquivística
Princípios & 3 Idades Digital

Note que já passamos por toda a fase introdutória proposta (e que cai demais, lembre-se do Raio-X)
e hoje e na próxima aula fechamos o segundo quadro acima, ou seja, a conversa sobre a Teoria das 3
Idades, ao tratarmos do Arquivo Permanente.

Hoje falaremos bastante de Arranjo, Descrição e Referência e, na próxima aula de Preservação,


Conservação e Restauração dos Documentos.

É claro que, como já vimos inúmeras vezes, a Arquivologia tem inúmeras idas e vindas entre seus
tópicos e, por conta disso, certamente ainda falaremos bastante dos temas dos dois primeiros quadros.

Mas você também vai perceber que nossa conversa rapidamente migrará para a gestão digital dos
documentos, para as novas diretrizes de acesso aos documentos e para os novos perfis exigidos do
profissional arquivista.

Tudo isso vem sendo construído nos últimos anos em função de significativas mudanças legislativas
que também debateremos neste último terço do curso.

Bem, vamos lá. Hoje entraremos a fundo em três das principais atividades do Arquivo Permanente:
o Arranjo, a Descrição e a Referência. A última das atividades do arquivo permanente, a Conservação,
veremos mais adiante.
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Você deve lembrar que já falamos tanto de Arranjo como de Descrição ao longo das aulas e, desta
forma, é natural que eu traga de volta alguns conceitos para refrescarmos a memória antes de irmos mais a
fundo.

Em seguida conheceremos em detalhes os instrumentos de pesquisa mais importantes, ou seja,


aquelas ferramentas que ajudam os demandantes da informação ou dos documentos a encontrá-los, tema
que imediatamente esbarra na normatização da atividade de descrição, que também veremos com mais
atenção, especialmente as normas ISAD(G) e a brasileira NOBRADE.

Por fim falaremos de políticas públicas dos arquivos permanentes, aqui representando a atividade
de Referência, típica de arquivos permanentes. Lá veremos como os arquivos podem se aproximar da
sociedade levando a ela informações e trazendo os interessados para dentro de suas instalações.

Ao final da aula, como sempre, trarei mais uma vez termos do DBTA, relacionados a aula. Assim
debatemos e reforçamos alguns conceitos, além de tocar em pequenos pontos que, eventualmente, não
tenham sido enfatizados ao longo da aula.

Definições literais, especialmente do DBTA, são sempre cobradas em provas de Arquivologia e, do


jeito que estamos fazendo, a cada uma de nossas aulas você estuda um pouquinho da íntegra do DBTA. No
final, ou pertinho da prova, basta uma revisão geral e você estará pronto para encarar a banca!

Relembro que ao longo da aula usaremos conceitos teóricos de estudiosos do tema, seguidos de
explicações e exemplos e, ao final das discussões, geralmente teremos questões específicas sobre o
assunto tratado, ajudando no entendimento e na fixação dos conceitos.

Tento sempre trazer as questões mais recentes disponíveis, mas, às vezes, por razões pedagógicas,
é necessário usar questões um pouco mais antigas para ilustrar alguns pontos específicos ou chamar
atenção de algum conteúdo ou formato de cobrança da banca, especialmente aqueles de maior incidência.

Abaixo seguem meus contatos para dúvidas e sugestões.

Vamos em frente!

Instagram: https://www.instagram.com/ricardocampanario

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2 - Arquivos Permanentes

Os arquivos permanentes são a consequência final de um programa de gestão de documentos pois


a função arquivística é considerada um todo indivisível ao longo de todo o ciclo vital do documento.

Dessa forma o arquivo permanente faz parte de todo esse ciclo. Podemos considerar que é sua
"última etapa", após o documento transitar pelas demais idades do ciclo vital.

Sabemos que o destino dos arquivos é passar por uma lenta evolução que os afasta cada vez mais
de seu objetivo primitivo, ou seja, a razão principal para a qual ele foi criado.

Sendo assim, com o passar dos anos, embora o documento perca o seu valor administrativo, ele
pode ganhar importância como documento histórico.

Uma forma fácil de resolver o problema seria separar os documentos em dois arquivos: o velho
(histórico) e o administrativo, mas não podemos fazer isso pois na realidade são todos simplesmente
documentos em processo de transformação.

Durante as três fases dos arquivos (corrente, intermediária e permanente) há uma série de tarefas e
atividades relativas ao processo de gestão documental que precisam ser desempenhadas e hoje vamos
tratar das atividades do arquivo permanente.

Segundo Marilena Leite Paes:

A função de um arquivo permanente é reunir, conservar, arranjar, descrever e facilitar a


consulta dos documentos oficiais, de uso não corrente, ou seja, concentrar sob sua
custódia, conservar e tornar acessíveis documentos não correntes, que possam tornar-se
úteis para fins administrativos, pesquisas históricas e outros fins.

Ainda de acordo com a pesquisadora, o principal objetivo da reunião dos arquivos em um órgão
central é torná-los acessíveis e colocar à disposição dos usuários a experiência do passado, tanto quanto
ela se reflita em um documento.

Cada conjunto de documento é reservatório da experiência humana, que só poderá ser


adequadamente utilizada se estiver racionalmente arranjada e conservada, ambas atividades típicas dos
arquivos permanentes.

Buscando algumas outras definições do termo, para o DBTA o arquivo permanente é o:

Conjunto de documentos preservados em caráter definitivo em função de seu valor.

Já para o DTA, a definição apresenta pequena variação. Vejamos:

Conjunto de documentos custodiados em caráter definitivo em função de seu valor.

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Já a Lei Nacional dos Arquivos (Lei 8.159/1991), em seus artigos 8o e 10o, define que:

Art. 8º - Os documentos públicos são identificados como correntes, intermediários e


permanentes.

§ 3º - Consideram-se permanentes os conjuntos de documentos de valor histórico,


probatório e informativo que devem ser definitivamente preservados.

Art. 10º - Os documentos de valor permanente são inalienáveis e imprescritíveis.

Dentro desse contexto, no arquivo permanente são mantidos os conjuntos documentais


que foram considerados de guarda definitiva em função de seus valores secundários,
que podem ser legais, probatórios, científicos, históricos, culturais ou informativos,
como já estudamos.

As principais atividades do arquivo permanente são: arranjo, descrição, conservação e referência


(políticas de acesso e uso).

Hoje trataremos de todas, exceto de conservação, que estudaremos na próxima aula.

(IBFC/CM Araraquara-SP/Analista Informação/2018) A idade em relação ao ciclo de vida documental


onde o documento tem valor secundário, ou seja, não podem ser eliminados/descartados de forma
alguma em decorrência de seu valor probatório e/ou informativo para o Estado ou sociedade. Assinale a
alternativa correta.
a) primeira idade, arquivo secundário
b) terceira idade, arquivo histórico
c) segunda idade, arquivo de custódia
d) terceira idade, arquivo permanente
e) primeira idade, arquivo probatório
Comentário:
Boa questão para reforçarmos o conceito estudado.
A alternativa D é a correta e é o gabarito da questão.
Note que o examinador traz já no enunciado a principal característica dos arquivos permanentes, ou seja, o
fato de custodiar documentos de valor secundário. São aqueles documentos de valor probatório ou
informativo e que não podem ser eliminados. Ele está falando exatamente do arquivo permanente.
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A segunda chave para resolver a questão refere-se ao ciclo de vida dos documentos. Como vimos até
mesmo na Lei 8.159/91, os documentos públicos são divididos em três grupos: os correntes, os
intermediários e os permanentes. Essas são exatamente as três idades documentais: primeira, segunda e
terceira idade, respectivamente.
Dessa forma estamos falando da terceira idade e do arquivo permanente.
Nas demais alternativas temos erros evidentes, que nos ajudam a responder à questão, mesmo que por
exclusão.
Na alternativa A a banca fala em primeira idade. Já vimos que estamos falando da terceira. Além disso, traz
o arquivo "secundário", que sequer é um dos tipos de arquivos que estamos estudando.
Na letra B o examinador traz a terceira idade, o que está correto, mas se equivoca ao trocar o arquivo
permanente pelo arquivo "histórico".
Na alternativa C temos dois erros. Não estamos falando da segunda idade do ciclo de vida dos documentos
e muito menos de arquivo de "custódia". Fuja dessa!
Finalmente, na letra E o examinador fala de primeira idade e arquivo "probatório". Ambos errados.

(CESPE/PGE PE/Assistente de Procuradoria/2019) A respeito de princípios e conceitos arquivísticos,


julgue o item a seguir.
Documento de arquivo de valor primário pertence ao arquivo permanente.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
A afirmativa está ERRADA.
Mais uma boa questão para que você veja que as bancas cobram a simples correspondência entre o valor
documental e o seu respectivo arquivo.

Lembre-se sempre:
Valor Primário (administrativo) - arquivos corrente ou intermediário
Valor Secundário (probatório, informativo, etc.) - arquivo permanente
Outra cobrança muito comum é a que se refere as relações abaixo, que você também não pode esquecer
para sua prova:
PRIMEIRA IDADE -> ARQUIVO CORRENTE
SEGUNDA IDADE -> ARQUIVO INTERMEDIÁRIO
TERCEIRA IDADE -> ARQUIVO PERMANENTE

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Dessa forma, a afirmativa do enunciado está errada pois documento de valor primário (aquele que tem alta
frequência de uso em função do seu valor administrativo) é documento dos arquivos corrente ou
intermediário, mas nunca do permanente.

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3 - Arranjo

3.1 - Introdução e conceitos

Entrando nas principais atividades do Arquivo Permanente, vamos iniciar pelo arranjo, que pode ser
considerada uma operação tanto intelectual como material.

O arranjo nada mais é do que a ordenação dos conjuntos documentais remanescentes das
eliminações (lembra-se de como elas ocorrem, correto? Se não se lembra volte na aulas em que estudamos
as Tabelas de Temporalidade e o processo de eliminação!), obedecendo a critérios que respeitem sempre o
caráter orgânico dos conjuntos, tanto interna como externamente.

Note que agora estamos falando também dos princípios da Organicidade e da Proveniência, que
estudamos lá no início do curso. Ao se deparar com isso, a essa altura, você já precisa ter esses conceitos
solidificados. Voltaremos ao tema já já.

Para T. R. Schellemberg, arranjo é o:

Processo de agrupamento dos documentos singulares em unidades significativas e o


agrupamento, em relação significativa de tais unidades entre si.

Esta definição é um pouco confusa mas note que, de novo, fala-se aqui da organicidade, ou seja, a
relação natural dos documentos de um arquivo, entre si e entre as atividades da entidade produtora.
Relembre algumas definições do princípio da Organicidade:

Organicidade é a qualidade segundo a qual os arquivos espelham a estrutura, as funções


e as atividades da entidade produtora/acumuladora em suas relações internas e externas.

Para o DBTA a organicidade é relação natural entre documentos de um arquivo em


decorrência das atividades da entidade produtora.

Dessa forma, o princípio da Organicidade nada mais é do que a relação que é naturalmente
estabelecida entre os documentos que são produzidos por uma mesma entidade produtora e isso é crítico
para estudar e entender a atividade de arranjo, que ocorre dentro dos arquivos permanentes.

Para aprofundarmos ainda mais o entendimento do termo arranjo, vamos ver como o DBTA o
define:

Sequência de operações intelectuais e físicas que visam à organização dos documentos de


um arquivo ou coleção, de acordo com um plano ou quadro previamente estabelecido.

Perceba então que o próprio Dicionário define como uma atividade intelectual (análise do
documento quanto a sua forma, origem funcional e conteúdo) ou física (organização dos papéis nas
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galerias ou estantes, empacotamento, colocação de etiquetas, etc.), de acordo com plano previamente
estabelecido, que é justamente o plano que deve seguir os princípios da Organicidade e da Proveniência,
como vimos acima.

No arquivo permanente o arquivista não se interessa apenas pelo arranjo dos papéis de
determinado setor, mas se ocupa da ordenação de todos os documentos sob sua guarda e que provém de
múltiplos órgãos, onde foram manipulados por inúmeros funcionários ou interessados.

Ao tratar essa documentação, agora de uso não corrente, o arquivista deverá obedecer a
Proveniência dos documentos, princípio básico da Arquivologia, segundo o qual devem ser mantidos
reunidos, num mesmo fundo, todos os documentos provenientes de uma mesma fonte geradora de
arquivo.

Vejamos o que já estudamos sobre o princípio da Proveniência no início do curso:

Para o DBTA é um princípio básico da arquivologia segundo o qual o arquivo produzido


por uma entidade coletiva, pessoa ou família não deve ser misturado aos de outras
entidades produtoras. Também chamado princípio do respeito aos fundos.

Já para Heloisa Bellotto “o princípio da Proveniência fixa a identidade do documento


relativamente ao seu produtor. Por esse princípio, os arquivos devem ser organizados
obedecendo à competência e as atividades da instituição ou pessoa legitimamente
responsável por sua produção, acumulação ou guarda de documentos. Arquivos
originários de uma instituição ou de uma pessoa devem manter a individualidade, dentro
de seu contexto orgânico de produção não devendo ser mesclados, no arquivo, a outros
de origem distinta”.

Note que o mais importante em tudo isso é que os arquivos devem respeitar a sua origem ao longo
da atividade de arranjo, ou seja, devem respeitar o lugar de onde vêm, a sua proveniência, assim como a
relação que têm com as atividades da instituição, a sua organicidade.

Para finalizar, a atividade de arranjo está também diretamente ligada a mais um princípio, o do
Respeito a Ordem Original ou da Ordem Primitiva.

Para o DBTA, o princípio do Respeito a Ordem Original é o princípio segundo o qual o arquivo
deveria conservar o arranjo dado pela entidade coletiva, pessoa ou família que o produziu, ou seja, ele
deve ser alocado em seu lugar original, respeitando o fundo de onde provém, além de respeitar o fluxo
natural orgânico em que o documento foi produzido.

Veja então, antes de avançarmos, que a atividade de arranjo é regida basicamente por
três grandes princípios da Arquivologia: o da Proveniência, o da Organicidade e o do
Respeito à Ordem Original. Importante lembrar disso para a prova.

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Proveniência: não deve ser


misturado aos de outras
entidades produtoras

ARRANJO

Organicidade: deve observar a


Respeito a Ordem Original: deve
relação natural entre os
conservar o arranjo dado pela
documentos e entre as
entidade coletiva, pessoa ou
atividades da entidade
família que o produziu
produtora

3.2 - Fundos de arquivo

Voltando ao princípio da proveniência, uma das dificuldades encontradas na sua aplicação refere-se
à determinação das unidades administrativas que irão se constituir em fundos de arquivo pois é
indispensável que a ordenação de arquivos permanentes se faça por fundos.

Fundo é o:

Conjunto de documentos produzidos e/ou acumulados por determinada entidade


pública ou privada, pessoa ou família, no exercício de suas funções e atividades,
guardando entre si relações orgânicas, e que são preservados como prova ou testemunho
legal e/ou cultural, não devendo ser mesclados à documentação de outro conjunto,
gerado por outra instituição, mesmo que este, por qualquer razão, lhe seja afim.

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Além de ser necessário saber o que são os fundos, já que toda a atividade de arranjo se baseia
neles, é importante saber também que a escolha desses fundos deverá ser estabelecida de acordo com as
circunstâncias e conveniências, obedecendo a dois critérios:

Estrutural - documentos provenientes de uma mesma fonte geradora de arquivos

Funcional - documentos provenientes de mais de uma fonte geradora de arquivos,


reunidos pela semelhança de suas atividades, mantido, porém, o princípio da
proveniência.

Temos ainda os chamados:

Fundo Aberto - sua acumulação é contínua, uma vez que os documentos de valor
permanente passam a integrá-lo pouco a pouco, à medida que vencem os estágios
anteriores de vigência e validade administrativa e jurídica.

Fundo Fechado - a entidade produtora/acumuladora já encerrou suas atividades ou as


teve tão substancialmente modificadas que justificam um encerramento do fundo e
abertura de outro.

Por fim, importante falarmos sobre a dispersão e a reintegração de fundos no arquivo permanente:

DISPERSÃO DE FUNDOS

A dispersão de um fundo deve sempre ser encarada como uma exceção. A regra é que o fundo
nunca deve ser disperso.

Ela ocorre quando se retiram documentos de uma série, ou retiram-se séries de um fundo ou
mesmo fundos inteiros de um arquivo, com o objetivo de compor séries e fundos de outro arquivo.

Essas situações verificam-se basicamente em quatro ocasiões:

Sequestro e confisco de documentos - no caso de guerras e/ou conflitos.

Separação territorial - quando municípios, estados ou países se apossam de documentos


mais antigos do que os limites acordados entre as partes, que envolvem os documentos
mais recentes, possivelmente pós separação e que, de fato, são críticos para a
administração do novo território.

Obediência a determinações superiores - são ocorrências pontuais e circunstanciais, de


caráter público.

Acatamento de determinações legais - correspondem a situações específicas, do


momento e caso em questão.

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DISPERSÃO DE FUNDOS

Sequestro ou Separação Determinações Determinações


Confisco Territorial Superiores Legais

REINTEGRAÇÃO DE FUNDOS

É exatamente o movimento inverso do que vimos acima. A reintegração de fundos, segundo o DBTA
é a:

Recondução de arquivos e/ou documentos ao fundo ou arquivo a que pertencem.

Lembre-se que cada documento, em sua fase permanente de vida, deve ficar junto com os que
tiveram o mesmo meio de produção/tramitação/acumulação.

Em nenhuma hipótese é justificável a sua dispersão para proteção, melhor tratamento técnico ou
por outras razões que atendam às necessidades do historiador ou qualquer interessado.

(IADES/Hemocentro-DF/Analista de Arquivologia/2017) Assinale a alternativa que corresponde ao


princípio segundo o qual o arquivo deveria conservar o arranjo dado pela entidade coletiva, pessoa ou
família que o produziu.
a) Proveniência.
b) Ordem primitiva.
c) Pertinência.
d) Reversibilidade.
e) Respeito aos fundos
Comentário:

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Lembre-se sempre dos principais princípios que estão ligados à atividade de arranjo, executada no arquivo
permanente. São eles os princípios da proveniência, da organicidade e do respeito a ordem original
também conhecido como o princípio da ordem primitiva. E, voltando ao enunciado, fica fácil de matar a
questão. O examinador fala em conservar o arranjo dado pela entidade coletiva, pessoa ou família que o
produziu, ou seja, está se referindo ao respeito à ordem original ou ordem primitiva.
A alternativa B é a correta e é o gabarito da questão.
Na alternativa A a banca fala no princípio da proveniência, que também é um dos princípios ligados ao
arranjo. E, não à toa, ele já é logo o primeiro, tentando induzir o candidato ao erro. Cuidado. Leia o
enunciado com cuidado e todas as alternativas. A proveniência, como vimos, refere-se à manutenção do
documento junto aos demais que foram produzidos pela mesma entidade. Não confunda os conceitos. Não
é disso que o examinador está falando.
As letras C e D trazem sim princípios da Arquivologia, mas não aqueles diretamente relacionados a
atividade de arranjo.
Por fim, na alternativa E o examinador lista o princípio do respeito aos fundos e aqui, importante saber que
esse é o princípio da proveniência, portanto também relacionado ao arranjo, mas não exatamente o que a
banca busca com a definição do enunciado.

Atenção pois esta relação entre os princípios da Arquivologia e as atividades executadas no arranjo é
bastante exigida em prova!

(CESPE/Área 10/Oficial Área Inteligência/2018) Acerca de princípios e de conceitos arquivísticos, julgue o


item que se segue.
Os arquivos de um órgão público existente há mais de cem anos fazem parte de um fundo aberto.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
A afirmativa está CORRETA.
Lembre-se do que estudamos sobre fundos abertos e fechados
Fundo Aberto - sua acumulação é contínua, uma vez que os documentos de valor permanente passam a
integrá-lo pouco a pouco, à medida que vencem os estágios anteriores de vigência e validade
administrativa e jurídico.
Fundo Fechado - a entidade produtora/acumuladora já encerrou suas atividades ou as teve tão
substancialmente modificadas que justificam um encerramento do fundo e abertura de outro.
Dessa forma, retornando ao enunciado, mesmo que o órgão público exista há mais de cem anos, porém
não exista nenhuma menção de que deixou de existir atualmente ou que algum de seus fundos tenha sido
encerrado, ele é um fundo aberto. Afirmativa correta!
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Cuidado para não se confundir. O examinador faz a menção aos 100 anos de existência para criar no
candidato a impressão de que o fundo é muito antigo e não existe mais. Não caia nessa!

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4 - Descrição

Outra atividade importante do arquivo permanente e que vamos abordar nessa aula é a descrição.

Para iniciarmos a discussão, vamos ver como o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística
define o termo:

Conjunto de procedimentos que leva em conta os elementos formais e de conteúdo dos


documentos para elaboração de instrumentos de pesquisa.

Para o DTA temos definição bastante semelhante. Vejamos:

Conjunto de procedimentos que, a partir de elementos formais e de conteúdo, permitem


a identificação de documentos e a elaboração de instrumentos de pesquisa.

Veja que nos dois casos são citados os "conjuntos de procedimentos", a utilização dos "elementos
formais e de conteúdo" dos documentos e a "elaboração de instrumentos de pesquisa".

Tudo isso para propiciar e, sobretudo, facilitar o acesso ao documento ou a informação buscada
pelo interessado. É isso que você precisa saber e memorizar para a prova.

Para que o arquivo permanente cumpra de forma plena a função de atender ao público, ou seja,
possa disponibilizar aos usuários o conteúdo do seu acervo de forma rápida e prática, é preciso proceder à
descrição dos documentos, resultando daí os chamados instrumentos de pesquisa, que iremos estudar em
detalhe um pouco mais adiante.

A elaboração criteriosa, rigorosa e precisa da descrição é tarefa primordial do arquivista dos


arquivos de terceira idade.

Dessa forma, podemos considerar que a descrição é uma atividade típica dos arquivos
permanentes. Reforçando essa tese, segundo uma de nossas principais fontes, a professora Heloísa
Bellotto "ela não cabe nos arquivos correntes, onde seu correspondente é o estabelecimento dos códigos
dos planos de classificação".

Prossegue a professora: "tampouco a descrição faz sentido no âmbito dos arquivos intermediários,
onde a frequência de utilização secundária é quase nula".

Note que, para Bellotto, a descrição não só é uma atividade típica dos arquivos permanentes como
acontece só na terceira idade do ciclo de vida dos documentos.
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Como já vimos em aulas anteriores, essa não é uma interpretação unânime de toda a comunidade
arquivística. Não há um consenso em relação a quais estágios do ciclo vital são permeados pela função
Descrição. A maioria dos estudiosos cita a terceira idade/arquivo permanente, como a própria Heloisa
Bellotto, mas não todos.

Dentro da perspectiva da arquivística integrada, por exemplo, aquele ponto de vista que aborda a
atividade de gestão documental desde a produção do documento até seu recolhimento permanente ou
eliminação, a descrição começa no processo de Classificação, continua na Avaliação e se aprofunda em
instrumentos de busca mais específicos, se espalhando pelos três ciclos vitais documentais.

Veja que mesmo os que defendem que a descrição ocorre apenas no arquivo permanente, não
negam que essas atividades estejam presentes ao longo de toda a cadeia, apenas não as consideram como,
tipicamente, atividades de descrição.

A própria ISAD(G) que estudaremos a seguir, admite que "processos relacionados à


descrição podem começar na ou antes da produção dos documentos e continuam
durante sua vida.", ou seja, estendem-se ao longo de todas as idades documentais.

Ainda nesta direção, a NOBRADE - Norma Brasileira de Descrição Arquivística, diz logo
na definição de seu âmbito e objetivos que "Embora voltada preferencialmente para a
descrição de documentos em fase permanente, pode também ser aplicada à descrição
em fases corrente e intermediária."

Assim, fique atento a esta particularidade caso venha a ser cobrada em prova e entenda o contexto
da questão ou a fonte que está sendo utilizada.

Em linhas gerais a descrição é uma atividade típica do arquivo permanente porém, de acordo com
fontes importantes da arquivística nacional e internacional, seus procedimentos podem ser encontrados
também nos arquivos corrente e intermediário. Fique atento à fonte que serve de referência a questão!

Avançando um pouco na discussão, vimos que o principal resultado da descrição é a elaboração de


instrumentos de pesquisa que facilitem o acesso aos documentos, ou seja, o desenvolvimento de guias,
inventários, catálogos, catálogos seletivos, índices e edições de fontes, o que também veremos já já.

A elaboração desses instrumentos é função permanente nos arquivos de custódia e desempenhada


por seus arquivistas especializados, cuja qualidade do trabalho transparece na precisão dos instrumentos
de pesquisa que são elaborados e na medida em que seu trabalho satisfaz ao pesquisador.

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Vamos aprofundar agora a discussão sobre os instrumentos de pesquisa, mas antes vamos exercitar
o tema recém discutido.

(CVEST IFPE/IF PE/Arquivista/2017) Podemos afirmar que o objetivo da descrição arquivística é


a) analisar os documentos desde a fase corrente e utilizar instrumentos que controlem a passagem para as
fases posteriores.
b) identificar e explicar o contexto e o conteúdo de documentos de arquivo, com a finalidade de promover
o acesso aos mesmos.
c) compor instrumentos que orientem quanto ao tempo de manutenção dos documentos no arquivo
permanente.
d) coletar informações necessárias à definição de políticas de preservação e conservação de documentos
históricos.
e) elaborar instrumentos que descrevam o trâmite dos documentos dentro da instituição e sua destinação
final.
Comentário:
Boa questão para reforçarmos a definição de descrição.
A alternativa B é a correta e é o gabarito da questão.
Lembre-se sempre que a descrição é o conjunto de procedimentos que leva em conta os elementos
formais e de conteúdo dos documentos para elaboração de instrumentos de pesquisa, com o objetivo de
facilitar o acesso ao documento e a informação para o interessado.
Veja que com essa definição do DBTA, sabendo que a descrição gera instrumentos de pesquisa com base
na forma e conteúdo dos documentos, com o objetivo de facilitar o seu acesso, fica fácil de matar a
questão, certo?
Na alternativa A a banca traz atividades que não fazem parte da gestão documental, especialmente o
controle da passagem entre as fases.
Na letra C, o examinador traz o termo "instrumento" - justamente para confundir o candidato que a esta
altura tem na cabeça os "instrumentos de pesquisa" -, mas depois diz que esses instrumentos "orientam
quanto ao tempo de manutenção no arquivo permanente". Aí não. Aí ele está falando da Tabela de
Temporalidade, um instrumento de gestão de documentos e não um instrumento de pesquisa. Fique
atento!
Na alternativa D a banca fala em coleta de informações necessárias às políticas de preservação e
conservação. Essas atividades estão ligadas ao arquivo permanente e falaremos dela em aula a seguir, mas
não estão diretamente relacionadas à descrição.

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Por fim, na letra E o examinador fala novamente na "elaboração de instrumentos", usando o mesmo
artifício da alternativa C, porém cita instrumentos que descrevem o trâmite documental e não o seu
conteúdo ou forma. Também não pode estar correto.

(CESPE/SEDF/Analista de Gestão Educacional - Arquivologia/2017) De acordo com as normas brasileiras


de descrição arquivística e com a norma internacional para a descrição de funções, julgue o item a seguir.
A descrição de funções é um elemento importante na organização dos documentos, principalmente
como ferramenta de recuperação e análise de documentos.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
A afirmativa está CORRETA.
Mesmo que ainda não tenhamos estudado as normas as quais a banca se refere no enunciado (faremos
isso ainda nesta aula), já é possível responder à questão.
Vimos até aqui que a descrição tem como principal função a elaboração de instrumentos de pesquisa que,
por sua vez, existem para facilitar o acesso a informação e aos documentos buscados por historiadores ou
outros interessados, correto?
Dessa forma, nada mais certo do que considerá-la "um elemento importante na organização dos
documentos, principalmente como ferramenta de recuperação e análise de documentos", exatamente o
que diz o enunciado. Gabarito!

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5 - Instrumentos de Pesquisa

O processo de descrição consiste no desenvolvimento de instrumentos de pesquisa que


possibilitem a identificação, o rastreamento, a localização e a utilização dos dados, informações ou
documentos buscados.

Como os arquivos não podem conceder livre acesso a cada um dos interessados em pesquisar seus
acervos é necessário que, por meio dos instrumentos de pesquisa, os interessados tenham acesso ao seu
potencial de informação.

Segundo Baudot:

"A massa de informações contidas em um arquivo só tem utilidade quando instrumentos


de pesquisa que permitam o acesso a ela são difundidos entre os usuários."

Dessa forma, providenciado a arranjo da documentação a descrição passa a ser atividade


operacional obrigatória. Apenas dessa forma os arquivos podem atingir o seu objetivo mais nobre que é a
disseminação da informação aos potenciais interessados.

Instrumentos de pesquisa são essencialmente obras de referência que identificam,


resumem e localizam em diferentes graus e amplitudes, os fundos, as séries
documentais e as unidades documentais existentes em um arquivo permanente.

Há instrumentos de pesquisa genéricos e globalizantes, como os guias. Há os parciais, que são


detalhados e específicos, tratando de parcelas do acervo, como os inventários, catálogos, catálogos
seletivos e índices. E, por fim, temos também a publicação de documentos na íntegra, a chamada "edição
de fontes".

Genéricos e globalizantes Ex: Guias

Parciais (detalhados e
Ex: Inventários, Catálogos, catálogos seletivos,
especícos, tratando de
e índices
parcelas do acervo)
Publicação de documentos
EX: Edição de fontes
na íntegra

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Temos ainda os instrumentos de uso exclusivamente interno. Embora não sejam tão cobrados
como os que já vimos, precisamos conhecê-los, até para saber diferenciá-los quando a banca tenta
estabelecer confusão entre eles.

Os instrumentos de uso interno orientam e subsidiam o trabalho do arquivista quanto ao arranjo e


à descrição dos documentos. Temos entre esses instrumentos as listagens que acompanham os
recolhimentos de documentos, organograma dos órgãos, quadros gerais de fundos, grupos e séries,
tabelas de temporalidade, fichários de controle, entre outros.

Não é raro o examinador misturar instrumentos externos e internos em questões sobre o tema.
Fique atento pois, na imensa maioria das vezes, a questão refere-se a instrumentos de uso externo, ou
seja, o usuário interessado na informação.

Antes de entrar em cada um dos instrumentos de pesquisa, vale lembrar que eles também devem
constituir uma espécie de família hierárquica, na qual o guia ocupa o vértice da hierarquia. Veremos a
razão mais a frente.

5.1 - Guia

O guia é, preferencialmente, o primeiro instrumento de pesquisa a ser produzido por um arquivo.


Ele é a porta de entrada da instituição e permite um mapeamento panorâmico do acervo.

No guia deverão constar todos os dados básicos necessários para orientar os interessados, desde as
informações práticas — tais como o endereço da instituição, os telefones, o horário de atendimento etc. —
até as informações específicas sobre o acervo, como por exemplo os fundos e as coleções que ele possui,
seu nível de organização, as condições físicas e jurídicas do acesso, as possibilidades de reprodução de
documentos etc.

O guia também deve conter uma pequena introdução que apresente o histórico da instituição e
explique o processo pelo qual seu acervo foi formado.

Através do guia, o pesquisador poderá programar sua visita, sabendo exatamente quais são as
condições de consulta, quais conjuntos documentais são pertinentes para seus interesses de pesquisa e
quais são as condições de acesso. Ele será o primeiro instrumento solicitado por qualquer consulente
familiarizado com os procedimentos técnicos do arquivo.

Para o DBTA, o guia é:

Instrumento de pesquisa que oferece informações gerais sobre fundos e coleções


existentes em um ou mais arquivos.

5.2 - Inventário

Os inventários são, pela ordem hierárquica dos níveis da classificação, os instrumentos de pesquisa
que se seguem ao guia. Eles buscam oferecer um quadro sumário de um ou mais fundos ou coleções.

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O objetivo é descrever as atividades de cada titular, as séries integrantes, o volume de documentos,


as datas-limite e os critérios de classificação e de ordenação.

Ao contrário do guia, os inventários devem, necessariamente, abordar conjuntos documentais com


algum nível de organização do ponto de vista da classificação arquivística. A descrição das séries
documentais de cada fundo é uma atividade fundamental para permitir o pleno acesso aos documentos de
um arquivo.

Uma boa descrição de cada fundo arquivístico permite que o pesquisador consiga detectar,
preliminarmente, a possível existência e a localização de documentos de seu interesse. O acesso a um
documento individual e específico ocorrerá mediante o conhecimento dos critérios de classificação e de
ordenação interna das séries.

Os inventários, por se referirem a conjuntos documentais classificados, têm, ao contrário do guia,


uma vida útil mais longa.

No entanto, suas informações deverão ser reavaliadas sempre que novas inclusões documentais
forem feitas (no caso de fundos abertos), ou novos sistemas de ordenação e de acesso (com o incremento
da informática, por exemplo) forem executados. Pelo fato de o inventário ser basicamente um instrumento
para a pesquisa especializada, a elaboração de edições sofisticadas não compensa o investimento.

Para o DBTA, o inventário é:

Instrumento de pesquisa que descreve, sumária ou analiticamente, as unidades de


arquivamento de um fundo ou parte dele, cuja apresentação obedece a uma ordenação
lógica que poderá refletir ou não a disposição física dos documentos.

5.3 - Catálogo

O catálogo é o instrumento que descreve unitariamente as peças documentais de uma série ou


mais séries, ou ainda de um conjunto de documentos, respeitada ou não a ordem de classificação.

No catálogo, por ser a representação descritiva de documento por documento, as sequências dos
dados necessários à identificação e ao resumo são as mesmas que as do inventário.

O fundamental do catálogo é que ele se atenha à compreensão dos documentos dentro de suas
relações orgânicas com as atividades que os produziram.

Só é possível elaborar catálogos de séries que já estejam organizadas e, preferencialmente,


inventariadas.

Na introdução do catálogo, deverão constar, além dos dados gerais da série (ou séries), levantados
por ocasião da confecção do inventário, as seguintes informações: explicação sobre a importância do
catálogo, contextualização da série dentro do fundo e indicação dos critérios para a ordenação de
documentos.

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Para o DBTA, o catálogo é:

Instrumento de pesquisa organizado segundo critérios temáticos, cronológicos,


onomásticos ou toponímicos, reunindo a descrição individualizada de documentos
pertencentes a um ou mais fundos, de forma sumária ou analítica.

5.4 - Catálogo Seletivo

O catálogo seletivo, por sua vez, é o instrumento de pesquisa que traz uma relação seletiva de
documentos pertencentes a um ou mais fundos e no qual cada peça integrante de uma unidade de
arquivamento é descrita minuciosamente.

O que difere o catálogo seletivo do catálogo ou mesmo do inventário é que, nestes dois últimos,
após escolhido o fundo, não há seleção de documentos, enquanto no catálogo seletivo, há.

Dessa forma, os catálogos seletivos transcendem a dimensão arquivística dos catálogos


convencionais e dos inventários ao escolher documentos que atendam a critérios temáticos,
independentemente de sua posição no plano de classificação, podendo, inclusive, reunir documentos de
fundos e arquivos distintos.

O DBTA não traz definição para o catálogo seletivo porém, para o DTA, sua definição é:

Catálogo que toma por unidade documentos previamente selecionados, pertencentes a


um ou mais fundos ou arquivos, segundo um critério temático.

5.5 - Índice

O índice aponta nomes, lugares ou assuntos em ordem alfabética e remete o usuário às respectivas
notações de localização.

Índices têm como objetivo permitir uma rápida localização das unidades documentais que atendam
a critérios específicos, tanto de uma única série como de diferentes fundos.

Na confecção de índices, deve-se tomar muito cuidado com a escolha dos termos a serem
utilizados. Em tais tarefas a utilização de vocabulários controlados e tesauros é imperativa.

Dessa forma os índices podem ser utilizados como parte complementar de inventários e catálogos
analíticos ou mesmo ter personalidade própria, indexando diretamente os documentos.

Quando tem "personalidade própria" e são utilizados como instrumentos de pesquisa autônomos,
procuram decompor os documentos em descritores, que podem ser temáticos, cronológicos, onomásticos,
geográficos etc.

Entretanto, a forma mais comum de ocorrência dos índices é sua integração dentro de outros
instrumentos de pesquisa, visando garantir possibilidades variadas de acesso aos documentos em questão.

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Os instrumentos de pesquisa muito extensos, como os catálogos de conjuntos documentais


volumosos, geralmente são complementados por algum tipo de índice.

Para o DBTA o índice é

Relação sistemática de nomes de pessoas, lugares, assuntos ou datas contidos em


documentos ou em instrumentos de pesquisa, acompanhados das referências para sua
localização.

5.6 - Edição de fontes

A edição de fontes documentais ou textos históricos segundo Heloisa Bellotto "compreende a


publicação de um instrumento de pesquisa no qual os documentos não recebem resumos indicativos e/ou
informativos, como nos anteriormente citados, figurando o texto integral."

Portanto, nada mais é do que a publicação de textos de documentos na íntegra.

5.7 - Tabela de equivalência ou concordância

Instrumento de caráter puramente auxiliar, que dá a equivalência de antigas notações para as


novas que tenham sido adotadas, em decorrência de alterações no sistema de arranjo.

Vamos exercitar um pouco esse conceitos que acabamos de estudar?

(ACEP/Pref. Aracati-CE/Técnico Arquivo/2019) Os Instrumentos de pesquisa são ferramentas utilizadas


para descrever um arquivo, ou parte dele, identificando, resumindo e localizando os fundos, as séries
e/ou as unidades documentais existentes em um arquivo permanente, além de ter a função de orientar a
consulta e de determinar com exatidão quais são e onde estão os documentos com a finalidade de
controle e de acesso ao acervo. Aquele instrumento de pesquisa que é, preferencialmente, o primeiro a
ser produzido por um arquivo é
a) índice.
b) guia.
c) inventário.
d) folder.
Comentário:

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Ótima questão para reforçarmos um ponto bastante cobrado entre os instrumentos de pesquisa, ou seja,
qual é aquele que costuma ser produzido em primeiro lugar.
A alternativa B é a correta e é o gabarito da questão.
Vimos isso quando falamos do Guia, lembra? O guia é, preferencialmente, o primeiro instrumento de
pesquisa a ser produzido por um arquivo. Ele é a porta de entrada da instituição e permite um
mapeamento panorâmico do acervo.
Os instrumentos de pesquisa devem constituir uma espécie de família hierárquica, na qual o guia ocupa o
vértice da hierarquia, justamente por executar esse papel.
Na alternativa A o examinador fala de índice. Vimos que o índice é, segundo o DBTA, a relação sistemática
de nomes de pessoas, lugares, assuntos ou datas contidos em documentos ou em instrumentos de
pesquisa, acompanhados das referências para sua localização. E, nessa situação, certamente não é o
primeiro a ser produzido por uma instituição arquivística.
Na letra C a banca traz o inventário. Para o DBTA é o instrumento de pesquisa que descreve, sumária ou
analiticamente, as unidades de arquivamento de um fundo ou parte dele, cuja apresentação obedece a
uma ordenação lógica que poderá refletir ou não a disposição física dos documentos. Note que ele já está
um degrau abaixo do Guia.
Os inventários são, pela ordem hierárquica dos níveis da classificação, os instrumentos de pesquisa que se
seguem ao guia. Eles buscam oferecer um quadro sumário de um ou mais fundos ou coleções.
Ao contrário do guia, os inventários devem, necessariamente, abordar conjuntos documentais com algum
nível de organização do ponto de vista da classificação arquivística. A descrição das séries documentais de
cada fundo é uma atividade fundamental para permitir o pleno acesso aos documentos de um arquivo.
Por fim, na alternativa D a banca fala em "folder", que sequer é um instrumento de pesquisa. Aqui não dá
nem para ficar em dúvida!

(CESPE/MPOG/Arquivista/2015) A respeito das funções arquivísticas de descrição e de classificação de


documentos, julgue o item subsecutivo.
Os instrumentos de pesquisa, resultados da descrição, podem ser elaborados de forma genérica e parcial
ou a partir da publicação de documentos na íntegra.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
A afirmativa está CORRETA.
Veja que a banca fala sobre a produção de instrumentos de pesquisa em formato "genérico" e "parcial" ou
a partir da publicação da íntegra de um documento.
Está correto. Lembre-se sempre que há um instrumento que nada mais é do que a publicação na íntegra da
informação contida no documento. É a Edição de Fontes. Relembre o que Heloísa Bellotto fala sobre ela:
"compreende a publicação de um instrumento de pesquisa no qual os documentos não recebem resumos
indicativos e/ou informativos, como nos anteriormente citados, figurando o texto integral".

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Por outro lado, temos os instrumentos considerados genéricos como os Guias e os parciais como os
inventários, catálogos, repertórios e índices. Relembre abaixo:

Genéricos e globalizantes Ex: Guias

Parciais (detalhados e
especícos, tratando de parcelas Ex: Inventários, catálogos, repertórios e índices
do acervo)

Publicação de documentos na
EX: Edição de fontes
íntegra

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6 - Normatização

Bem, avançando na discussão sobre os temas relacionados ao arquivo permanente, chegamos à


normatização.

Como já sabemos, a normatização está diretamente ligada a atividade de descrição, que é uma das
principais atividades executadas na terceira idade do ciclo documental, ou seja, no arquivo permanente. E
é um assunto que cai com razoável frequência em provas.

Relembrando um pouco do que já estudamos, a normatização surge com o intuito de


garantir que a descrição documental dos documentos de arquivo seja consistente,
apropriada e intuitiva. Para isso faz-se necessário ter algumas regras que a padronize,
ou seja, normas específicas voltadas para este processo.

Esse processo contribui para que todas as organizações que trabalham com arquivos possam
realizar suas atividades de tratamento técnico dos acervos documentais com a maior eficácia possível,
economia de recursos, ampliando o potencial dos instrumentos de pesquisa gerados, simplificando o
acesso aos usuários e viabilizando o intercâmbio entre as diferentes instituições arquivísticas.

Entre as principais normas arquivísticas internacionais de descrição estão a ISAD(G), a ISAAR(CPF),


a ISDF e a ISDIAH. Já estudamos todas em aula anterior. Hoje vamos aprofundar apenas a ISAD(G). Caso
tenha dúvidas em relação as demais, volte a respectiva aula!

Já em relação ao Brasil, temos a NOBRADE (Norma Brasileira de Descrição Arquivística), que adapta
as normas internacionais à realidade brasileira.

Antes de entrarmos um pouco mais a fundo na ISAD(G) e na NOBRADE (que são as duas mais
cobradas), relembre este esquema que já foi estudado em aula anterior. Se não estiver confortável com os
conceitos volte a aula respectiva pois esse é um assunto que já encerramos, especialmente para as normas
sobre as quais não falaremos hoje.

NORMAS INTERNACIONAIS
DE DESCRIÇÃO ARQUIVÍSTICA

ISAD (G) ISAAR (CPF)


ISDF
ISDIAH

Normas gerais Entidades


Funções de
de descrição coletivas, Instituições
entidades
arquivística pessoas e arquivísticas
coletivas
famílias

CONTEXTO/ ACERVOS
PRODUÇÃO /
PRODUÇÃO / ARQUIVÍSTICOS
CONTEÚDO MANUTENÇÃO
MANUTENÇÃO

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6.1 - ISAD (G)

Segundo Andre Ancona Lopez:

A norma ISAD (G) propõe padronizar a descrição arquivística a partir de uma


estruturação multinível, isto é, do geral ao particular, inserindo cada item da descrição
na estrutura geral do fundo de arquivo em uma relação hierárquica.

Ainda, do ponto de vista da teoria arquivística, o mais importante na ISAD(G) é justamente o


respeito que ela apresenta aos princípios da proveniência e da organicidade.

OBJETIVOS

A ISAD tem como principal objetivo estabelecer diretrizes gerais para a preparação de descrições
arquivísticas, podendo ser usada juntamente com as normativas nacionais de diversos outros países. Além
disso, tem como outros objetivos:

• assegurar a criação de descrições consistentes, apropriadas e autoexplicativas.


• facilitar a recuperação e a troca de informação sobre documentos arquivísticos.
• possibilitar o compartilhamento de dados.
• tornar possível a integração de descrições de diferentes arquivos num sistema unificado de
informação.

REGRAS E PRINCÍPIOS

No primeiro nível (fundo) a descrição deve dar informações do fundo como um todo. Nos níveis
seguintes deve-se dar informação sobre as partes descritas. As descrições resultantes se mostrarão em
uma relação hierárquica da parte até o todo, indo do nível mais amplo (fundo) até o mais específico.

Esta é a regra mais importante da norma. Note que ela avança sempre do geral para o
particular, ou seja, do fundo para as partes descritas. Isso precisa estar claro no dia da
prova pois tem alta incidência em questões.

Além da regra mais importante, que diz que a descrição deve ir sempre do geral para o particular, a
ISAD possui outras três regras que devem ser conhecidas:

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- Informação relevante para o nível de descrição: deve-se fornecer informação apropriada apenas
para o nível que está sendo descrito. Se a descrição é de um fundo não se deve fornecer informações
específicas de processos ou dossiês que constituem esse fundo, mas só do fundo.

- Relação entre descrições: as descrições devem sempre ser relacionadas a que estiver mais
próxima e acima.

- Não repetição da informação: informação já dada em um nível superior (e isso deve ser feito
quando ela for comum aos níveis inferiores), não deve ser repetida em cada um dos níveis abaixo.

COMPOSIÇÃO

A ISAD (G) define 26 elementos que podem ser combinados para constituir a descrição de uma
entidade arquivística (sendo que 6 deles são obrigatórios - abaixo estão grifados em vermelho) e as regras
estão organizadas em 7 áreas de informação descritiva.

São elas, incluindo cada um dos 26 elementos, com atenção para os obrigatórios:

1. Área de identificação (identifica a unidade de descrição)

- Código de referência - identifica de maneira específica a unidade de descrição e


estabelece uma ligação com a descrição que a representa.
- Título – nomeia a unidade de descrição.
- Data – identifica e registra a(s) data(s) da unidade de descrição.
- Nível de descrição – identifica o nível de organização da unidade de descrição.
- Dimensão e suporte – Identifica e registra a dimensão física/lógica e o suporte da
unidade de descrição.

2. Área de contextualização (informa a origem e custódia da unidade de descrição)

- Nome dos produtores - identifica os produtores da unidade de descrição.


- História administrativa / Bibliografia – Fornece uma história administrativa ou dados
biográficos do(s) produtor(es) da unidade de descrição, para contextualizar o acervo e
torná-lo mais compreensível.
- História arquivística – Fornece informação sobre a história da unidade de descrição que
seja significativa para sua autenticidade, integridade e interpretação.
- Procedência – Identifica a origem imediata de aquisição ou transferência da unidade de
descrição.

3. Área de conteúdo e estrutura (informa sobre o assunto e organização da unidade de


descrição)

- Âmbito e conteúdo - Capacita os usuários a avaliarem a potencial relevância da unidade


de descrição.
- Avaliação, eliminação e temporalidade – Fornece informação sobre qualquer ação
relativa à avaliação, seleção e eliminação.

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- Incorporações – Informa o usuário sobre acréscimos previstos à unidade de descrição.


- Sistema de arranjo – Fornece informação sobre a estrutura interna, ordem e/ou sistema
de arranjo da unidade de descrição.

4. Área de condições de acesso e de uso (informa sobre a acessibilidade da unidade de


descrição)

- Condições de acesso - Fornece informação sobre o estatuto legal ou outros


regulamentos que restrinjam ou afetem o acesso à unidade de descrição.
- Condições de reprodução – Identifica quaisquer restrições quanto à reprodução da
unidade de descrição.
- Idioma – Identifica o(s) idioma(s), escrita(s) e sistemas de símbolos utilizados na unidade
de descrição.
- Características físicas e requisitos técnicos – Fornece informação sobre quaisquer
características físicas ou requisitos técnicos importantes que afetem o uso da unidade de
descrição.
- Instrumentos de pesquisa – Identificar os instrumentos de pesquisa relativos à unidade
de descrição.

5. Área de fontes relacionadas (informa sobre fontes com uma relação importante com
a unidade de descrição)

- Existência e localização dos originais - Indica a existência, localização, disponibilidade


e/ou destruição dos originais quando a unidade de descrição consiste de cópias.
- Existência e localização de cópias – Indica a existência, localização e disponibilidade de
cópias da unidade de descrição.
- Unidades de descrição relacionadas – Identifica unidades de descrição relacionadas.
- Nota sobre publicação – Identifica quaisquer publicações que sejam sobre ou baseadas
no uso, estudo ou análise da unidade de descrição.

6. Área de notas (qualquer outra informação que não possa ser incluída em nenhuma
das outras áreas)

- Notas - Fornece informação que não possa ser incluída em qualquer das outras áreas.

7. Área de controle da descrição (informa sobre como, quando e por quem a descrição
arquivística foi elaborada)

- Nota do arquivista - Explica como a descrição foi preparada e por quem.


- Regras ou convenções – Identifica as convenções em que a descrição é baseada.
- Datas das descrições – Indica quando esta descrição foi preparada e/ou revisada.

Note que os cinco elementos da área de identificação são obrigatórios, assim como a indicação do
produtor, que está na área de contextualização.

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A utilização dos demais 20 elementos é facultativa.

Em relação a ISAD(G) é muito importante saber que ela possui 26 elementos espalhados
por 7 áreas (é bom saber quais são elas) e 6 deles são obrigatórios (também importante
lembrar quais são no momento em que a banca os citar).

(FEPESE/MPE-SC/Analista Arquivologia/2014) No âmbito da descrição arquivística, a ISAD(G) aponta


elementos considerados essenciais para o intercâmbio internacional de informação descritiva.
Em relação ao tema, é correto afirmar:
a) o controle de vocábulo é elemento precedente para o registro da informação.
b) o código de referência e o título estão entre os elementos.
c) o intercâmbio de materiais arquivísticos é um elemento.
d) os elementos estão sujeitos às regras para o registro de autoridade arquivística.
e) a incorporação de elementos depende de determinações internacionais.
Comentário:
Questão importante para vermos que a banca cobra, neste caso, o conhecimento dos elementos tidos
como obrigatórios na norma ISAD(G).
A alternativa B é a correta e é o gabarito da questão.
Acabamos de ver isso na aula, lembra? A ISAD(G) possui 7 áreas de informação descritiva, composta por 26
elementos sendo que dos 26, apenas 6 são considerados obrigatórios. São eles:
- Código de referência
- Título
- Data
- Nível de descrição
- Dimensão e suporte
- Nome do produtos
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Sabendo quais são os elementos você já conseguiria matar a questão pois encontraria dois deles juntos, na
alternativa B, o código de referência e o título.
Na alternativa A o examinador traz "controle de vocábulo" como elemento. Note que você só conseguiria
descartar essa alternativa sabendo quais são os elementos ou ao menos lembrando que este não é um dos
26!
Na letra C a banca diz que "intercâmbio de materiais" é um elemento. Mesmo cenário. É necessário ter um
mínimo de conhecimento do universo dos 26 elementos para poder descartar esta também.
Na alternativa D fala-se em "regras para o registro da autoridade arquivística". As regras para o registro de
autoridade arquivística estão constantes em outra norma: a ISAAR(CPF).
A ISAAR(CPF) fornece regras gerais para o estabelecimento de registros de autoridade arquivística que
descrevem entidades coletivas, pessoas e famílias que podem ser citadas como produtores nas descrições
de documentos de arquivos, como vimos em aula do início do curso.
Por fim, na letra E o examinador traz a informação que "a incorporação de elementos depende de
determinações internacionais. Também não está correto. A incorporação de elementos, além dos
essenciais, já está prevista e pode acontecer sempre que o arquivista julgar necessário usar algum dos
elementos da ISAD(G) além dos 6 considerados essenciais.

6.2 - NOBRADE

Segundo o Conarq - Conselho Nacional de Arquivos, a NOBRADE é:

Norma que estabelece diretivas para a descrição no Brasil de documentos arquivísticos,


compatíveis com as normas internacionais em vigor ISAD(G) e ISAAR(CPF), e tem em
vista facilitar o acesso e o intercâmbio de informações em âmbito nacional e
internacional.

Embora voltada preferencialmente para a descrição de documentos em fase permanente, pode


também ser aplicada à descrição em fases corrente e intermediária.

Essa observação é bastante importante pois é trazida justamente pela NOBRADE e


contrasta com aquele posicionamento que já estudamos da professora Heloisa Bellotto a
respeito da presença da descrição apenas no arquivo permanente.

Para que não se confunda considere que a descrição é atividade típica de arquivo permanente, mas
pode ser encontrada nas demais idades documentais. E atenção à fonte que a banca está usando na
questão!

OBJETIVOS

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Ainda segundo o Conarq, a NOBRADE tem por objetivo:

Estruturar a informação a partir de elementos de descrição comuns, buscando interferir o


mínimo possível na forma final em que as descrições são apresentadas.

Cabe a cada entidade custodiadora e a seus profissionais a decisão acerca dos recursos utilizados
para a descrição, bem como o formato final de seus instrumentos de pesquisa, sendo apenas
imprescindível a presença dos elementos de descrição obrigatórios.

Veja que a NOBRADE procura, portanto, padronizar sem "engessar" demasiadamente a instituição
arquivística, dando a ela espaço para que possa incorporar suas particularidades e contexto ao longo da
atividade de descrição.

O único ponto em que a norma é inflexível é em relação a utilização dos 7 elementos obrigatórios.

Tente memorizar as diferenças entre a ISAD(G) e a NOBRADE. Isso tem boa possibilidade
de ser tema de questão de prova quando falamos de normatização:

Enquanto a ISAD(G) tem 7 áreas de informação e 26 elementos, sendo 6 obrigatórios, a


NOBRADE tem 8 áreas de informação e 28 elementos, sendo 7 obrigatórios.

REGRAS E PRINCÍPIOS

A NOBRADE tem como pressupostos básicos o respeito aos fundos e a descrição multinível,
adotando exatamente os mesmos princípios expressos na ISAD(G):

• Descrição do geral para o particular – com o objetivo de representar o contexto e a


estrutura hierárquica do fundo e suas partes componentes.
• Informação relevante para o nível de descrição – com o objetivo de representar com rigor o
contexto e o conteúdo da unidade de descrição.
• Relação entre descrições – com o objetivo de explicitar a posição da unidade de descrição
na hierarquia.
• Não repetição da informação – com o objetivo de evitar redundância de informação em
descrições hierarquicamente relacionadas.

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REGRAS E PRINCÍPIOS
ISAD(G) & NOBRADE

Descrição do Informação
Relação entre Não repetição da
geral para o relevante para o
descrições informação
particular nível de descrição

COMPOSIÇÃO

A NOBRADE define 28 elementos que podem ser combinados para constituir a descrição de uma
entidade arquivística (sendo que 7 deles são obrigatórios - abaixo estão grifados em vermelho) e as regras
estão organizadas em 8 áreas de informação descritiva.

São elas, incluindo cada um dos 28 elementos, com atenção para os obrigatórios (em vermelho):

1. Área de identificação (registra informação essencial para identificar a unidade de


descrição)

- Código de referência - identifica a unidade de descrição.


- Título – identifica nominalmente a unidade de descrição.
- Data – identifica a(s) data(s) da unidade de descrição.
- Nível de descrição – identifica o nível da unidade de descrição em relação as demais.
- Dimensão e suporte – Identifica as dimensões física/lógica e o suporte da unidade de
descrição.

2. Área de contextualização (registra informação sobre a proveniência e custódia da


unidade de descrição)

- Nome dos produtores - identifica os produtores da unidade de descrição.


- História administrativa / Bibliografia – Oferece informações referenciais sistematizadas
da trajetória do(s) produtor(es), da sua criação ou nascimento até a sua extinção ou
falecimento.
- História arquivística – Oferece informações referenciais sistematizadas sobre a história
da produção e acumulação da unidade de descrição, bem como sobre a sua custódia.
- Procedência – Identifica a origem imediata de aquisição ou transferência da unidade de
descrição.

3. Área de conteúdo e estrutura (registra informação sobre o assunto e a organização


da unidade de descrição)

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- Âmbito e conteúdo - Fornece aos usuários informações relevantes ou complementares


ao Título da unidade de descrição.
- Avaliação, eliminação e temporalidade – Fornece informação sobre qualquer ação
relativa à avaliação, seleção e eliminação.
- Incorporações – Informa o usuário sobre acréscimos previstos à unidade de descrição.
- Sistema de arranjo – Fornece informação sobre a estrutura interna, ordem e/ou sistema
de arranjo da unidade de descrição.

4. Área de condições de acesso e de uso (registra informação sobre o acesso à unidade


de descrição)

- Condições de acesso - Fornece informação sobre as condições de acesso à unidade de


descrição e, existindo restrições, em que estatuto legal ou outros regulamentos se
baseiam.
- Condições de reprodução – Identifica quaisquer restrições quanto à reprodução da
unidade de descrição.
- Idioma – Identifica o(s) idioma(s), escrita(s) e sistemas de símbolos utilizados na unidade
de descrição.
- Características físicas e requisitos técnicos – Fornece informação sobre quaisquer
características físicas ou requisitos técnicos importantes que afetem o uso da unidade de
descrição.
- Instrumentos de pesquisa – Identifica os instrumentos de pesquisa relativos à unidade
de descrição.

5. Área de fontes relacionadas (registra informação sobre outras fontes que têm
importante relação com a unidade de descrição)

- Existência e localização dos originais - Indica a existência, localização, disponibilidade


e/ou destruição dos originais quando a unidade de descrição consiste de cópias.
- Existência e localização de cópias – Indica a existência, localização e disponibilidade de
cópias da unidade de descrição.
- Unidades de descrição relacionadas – Identifica a existência unidades de descrição
relacionadas.
- Nota sobre publicação – Identifica publicações sobre a unidade de descrição ou
elaboradas com base no seu uso, estudo e análise, bem como as que a referenciem,
transcrevam ou reproduzam.

6. Área de notas (registra informação sobre o estado de conservação e/ou qualquer


outra informação sobre a unidade de descrição que não tenha lugar nas áreas
anteriores)

- Notas sobre conservação - Fornece informações sobre o estado de conservação da


unidade de descrição, visando orientar ações preventivas ou reparadoras.
- Notas Gerais - Fornece informação que não possa ser incluída em nenhuma das outras
áreas ou que se destine a completar informações que já tenham sido fornecidas.

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7. Área de controle da descrição (registra informação sobre como, quando e por quem a
descrição foi elaborada)

- Nota do arquivista - fornece informação sobre a elaboração da descrição.


- Regras ou convenções – Identifica as normas e convenções em que a descrição é
baseada.
- Datas das descrições – Indica quando esta descrição foi preparada e/ou revisada.

8. Área de pontos de acesso e descrição de assuntos (registra os termos selecionados


para localização e recuperação da unidade de descrição)

- Pontos de acesso e identificação de assuntos - Registra os procedimentos para


recuperação do conteúdo de determinados elementos de descrição, por meio da geração
e elaboração de índices baseados em entradas autorizadas e no controle do vocabulário
adotado.

Perceba que a comparação entre a ISAD(G) e a NOBRADE não é tão difícil quanto parece, pois são
muito parecidas.

Até a área 5 há total coincidência entre a ISAD(G) e a NOBRADE, tanto em relação as áreas quanto
em relação aos seus elementos e objetivos. São idênticas.

Na área 6 a NOBRADE traz a primeira novidade. Cria o elemento "notas sobre conservação", que
não existe na ISAD(G) e rebatiza o elemento "notas" da ISAD(G) como "notas gerais", mantendo seu
objetivo.

A área 7 é novamente idêntica para as duas normas.

A partir daí a norma brasileira acrescenta mais uma área, de número 8. É a área de pontos de
acesso e descrição de assuntos, que não possui estrutura semelhante na ISAD(G). Essa é basicamente a
única diferença entre a composição das áreas das 2 normas.

Por fim, há ainda outra diferença significativa que precisa ser memorizada: a NOBRADE tem 7
elementos obrigatórios ao invés dos 6 da ISAD(G). O elemento adicional são as "condições de acesso" na
área 4, sinalizado na caixa de destaque acima.

Temos, portanto, pouquíssimas diferenças entre as duas normas e é isso que você
precisa saber. Novo elemento na área 6, uma nova área (8) - com seu novo elemento - e
um novo elemento obrigatório, as "condições de acesso", da área 4.

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Além disso, importante ter alguma intimidade com a nomenclatura dos elementos e das áreas
(incluindo aí os seus objetivos) pois é comum a banca pedir a avaliação de elementos ou de áreas e colocar
entre eles termos ou definições que não se encaixam com o que trazem ISAD(G) e NOBRADE.

Geralmente são questões simples e fáceis de matar, desde que você minimamente conheça a lista
de áreas e elementos. Fique atento!

NOBRADE ISAD (G)

Áreas de Informação Áreas de Informação


8 7
Elementos de Descrição Elementos de Descrição
28 26
Elementos Obrigatórios Elementos Obrigatórios
7 6

(NC-UFPR/FOZPREV/Analista Previdenciário Arquivologia/2018) A Norma Brasileira de Descrição


Arquivística (NOBRADE) tem por objetivo estruturar a informação a partir de elementos de descrição
comuns, buscando interferir o mínimo possível na forma final em que as descrições são apresentadas.
Levando em consideração a estrutura e o uso da NOBRADE no que se refere ao registro das áreas,
assinale a alternativa correta.
a) Área de contextualização: registra informação sobre a proveniência e custódia da unidade de descrição.
b) Área de identificação: registra informação sobre o assunto e a organização da unidade de descrição.
c) Área de conteúdo e estrutura: registra informação essencial para identificar a unidade de descrição.
d) Área de controle da descrição: registra os termos selecionados para localização e recuperação da
unidade de descrição.
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e) Área de notas: registra informação sobre outras fontes que têm importante relação com a unidade de
descrição.
Comentário:
Veja que na questão a banca cobra o conhecimento dos objetivos das áreas da NOBRADE. Como eu disse:
questão bastante simples e rápida, desde que você conheça as áreas e seus objetivos.
A alternativa A é a correta e é o gabarito da questão.
Vimos agora mesmo que a área de contextualização tem como objetivo registrar informação sobre a
proveniência e custódia da unidade de descrição. É exatamente o que a alternativa traz para o candidato.
Gabarito!
Na letra B examinador traz o objetivo da área de conteúdo e estrutura e não de identificação. E ele usará
esse recurso ao longo de todas as alternativas. Veja adiante.
Na alternativa C a banca traz o objetivo da área de identificação e não de conteúdo e estrutura.
Na letra D ao invés da área de controle e descrição, que é a proposta, o examinador traz o objetivo da área
de pontos de acesso e descrição de assuntos, justamente aquela área que só a NOBRADE possui, quando
comparada com a ISAD(G).
Por último, na E o examinador traz o objetivo da área de fontes relacionadas e não da área de notas,
conforme diz a alternativa.

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7 - Políticas Públicas dos Arquivos Permanentes - Referência

Sabemos que os arquivos públicos existem com o principal objetivo de recolher, custodiar,
preservar e organizar fundos documentais originados na área governamental, disponibilizando essa
informação para administradores, historiadores, cidadãos e demais interessados.

Existe porém uma outra atividade, talvez secundária, que é porém a que melhor pode desenhar o
seu papel social, conferindo-lhe um papel na sociedade e concretizando a real dimensão popular e cultural
que reforça o seu primeiro objetivo.

Estamos falando das políticas públicas de difusão (ou atividade de Referência) implementadas
pelas instituições arquivísticas. Dentro delas temos compreendidos os serviços editoriais, de difusão
cultural e de assistência educativa que os arquivos prestam à sociedade de maneira geral.

Vimos lá no início da aula que as principais atividades do arquivo permanente são: arranjo,
descrição, conservação e referência (políticas de acesso e uso). Pronto. Agora estamos falando desta
última.

O arquivo é algo como a "consciência histórica" da administração e também pode e deve exercer o
mesmo papel em relação a sociedade. E há algumas formas de fazer isso, que é o que nos importa sob o
ponto de vista de matérias cobradas em concurso. Vamos a elas.

Os arquivos têm duas formas de promover essas atividades: de fora para dentro, atraindo o
público para as suas instalações ou de dentro para fora, levando para o público parte de seu conteúdo,
valores e pensamentos.

Dessa forma são dois grandes caminhos que os arquivos podem percorrer nesse sentido: as
atividades culturais / educacionais e os serviços editoriais.

7.1 - Atividades culturais / educacionais

No Brasil as atividades culturais que as instituições arquivísticas promovem são principalmente:

• visitas guiadas
• palestras/aulas
• debates
• lançamentos de obras
• concursos
• patrocínios de:
o simpósios
o congressos
o jornadas
o reuniões

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Importante frisar que tais atividades não se referem apenas a profissão e à prática arquivística e/ou
histórica, mas podem também se relacionar a outros campos da cultura.

Por meio desses eventos os arquivos trazem para dentro de suas instalações físicas os mais
variados interessados, sejam eles os próprios frequentadores (historiadores, administradores e cidadão
interessados) ou, o mais importante, novos públicos como estudantes e demais cidadãos que não
conhecem o arquivo e não criariam nenhuma relação com o órgão sem esse tipo de iniciativa.

Em relação as atividades educacionais, hoje considera-se que o arquivo pode atuar em dois
formatos:

• Contato direto do aluno com a fonte primária documental, ou seja, trazê-lo para dentro da
instituição arquivística.
• Seleção de documentos para pesquisa de acordo com o conteúdo programático escolar. Dessa
vez a relação pode se estabelecer tanto dentro da instituição arquivística como no próprio
ambiente de ensino.

7.2 - Serviços editoriais

Já as publicações são o canal de comunicação com o exterior pois levam não só à comunidade, mas
também à própria administração e à academia informações sobre o acervo documental, as atividades e os
programas dos arquivos.

Por meio das publicações os arquivos podem atrair novos usuários e fazê-los compreender o que
eles representam para a sociedade.

Nesse contexto, perceba que, além dos instrumentos de pesquisa que acabamos de estudar, os
arquivos têm em sua produção editorial outra grande possibilidade de permitir ao usuário o acesso as suas
informações, ao seu acervo a as suas atividades do dia a dia.

As principais publicações que podem ser aqui listadas são:

• manuais
• edições de textos
• monografias
• edições comemorativas
• folders promocionais ou explicativos

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(CESPE/DPU/Arquivista/2016) A respeito de ações culturais e educativas e da difusão nos arquivos


permanentes, julgue o próximo item.
Visitas guiadas, aulas de história no arquivo, realização de concursos são ações de difusão nos arquivos
permanentes.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
A afirmativa está CORRETA.
Questão que aborda modalidades de atividades relacionadas as atividades culturais/educacionais dos
arquivos. Como vimos ao longo da aula, as principais são:
- visitas guiadas
- palestras/aulas
- debates
- lançamentos de obras
- concursos
- patrocínios de simpósios, congressos, jornadas e reuniões
Portanto, questão correta!

(CESPE/DPU/Arquivista/2016) A respeito de ações culturais e educativas e da difusão nos arquivos


permanentes, julgue o próximo item.
A aproximação estudante-documento pode ser abordada por meio de dois ângulos: o contato direto do
estudante com as fontes primárias e a seleção de documentos para o ensino de história.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
A afirmativa está CORRETA.
Esta questão aborda exatamente o tema que acabamos de estudar.
Quando tratamos da difusão por meio da atividade educacional, o movimento pode acontecer de duas
formas:
- Contato direto do aluno com a fonte primária documental, ou seja, trazê-lo para dentro da instituição
arquivística.
- Seleção de documentos para pesquisa de acordo com o conteúdo programático escolar. Dessa vez a
relação pode se estabelecer tanto dentro da instituição arquivística como no próprio ambiente de ensino.
É exatamente o que traz o enunciado! Questão correta.

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8 - Terminologia Arquivística Aplicada

Bem, estamos chegando ao final de mais uma aula.

A partir daqui vamos discutir temas diretamente ligados à Terminologia Arquivística.

Como também já é de costume, vamos trazer definições do DBTA, pois é sempre comum termos ao
menos uma pergunta de Terminologia Arquivística nas provas de Arquivologia.

Vamos aos termos!

ACESSO

Possibilidade de consulta a documentos e informações.

Esse é exatamente o objetivo final e principal de qualquer arquivo, ou seja, possibilitar e


disponibilizar ao interessado o acesso as informações e documentos de seu acervo. Tal atividade
acontece, prioritariamente, no arquivo permanente.

ARQUIVO PERMANENTE

Conjunto de documentos preservados em caráter definitivo em função de seu valor.

Definição do DBTA do que mais estudamos nesta aula. Note que vincula a preservação dos
documentos ao valor detectado, neste caso, o valor secundário.

ARRANJO

Sequência de operações intelectuais e físicas que visam à organização dos documentos de um


arquivo ou coleção, de acordo com um plano ou quadro previamente estabelecido.

Uma das principais atividades do arquivo permanente, conforme estudamos. Está diretamente
relacionado aos princípios da Organicidade, Proveniência e Respeito a Ordem Original. Veja que
o dicionário faz referência às atividades intelectuais (classificação dos documentos) e físicas
(organização em estantes, arquivos, etc.).

ARRANJO ESTRUTURAL

Arranjo que tem por eixo a estrutura administrativa da entidade produtora do arquivo.

Vimos isso ao estudarmos os tipos de fundos, lembra? Quando os fundos são arranjados de
maneira estrutural significa que são provenientes de uma mesma fonte geradora de arquivos.

ARRANJO FUNCIONAL

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Arranjo que tem por eixo as funções desempenhadas pela entidade produtora do arquivo.

Ao contrário, o fundo quando arranjado de maneira funcional, provém de mais de uma fonte
geradora de arquivos, reunidos por semelhança de suas atividades, mantido, porém, o princípio
da proveniência.

CATÁLOGO

Instrumento de pesquisa organizado segundo critérios temáticos, cronológicos, onomásticos ou


toponímicos, reunindo a descrição individualizada de documentos pertencentes a um ou mais
fundos, de forma sumária ou analítica.

Um dos instrumentos de pesquisa estudados, como vimos, descreve as peças de maneira


UNITÁRIA, se atendo a compreensão dos documentos dentro de suas relações orgânicas com as
atividades que os produziram.

CÓDIGO DE REFERÊNCIA

Código elaborado de acordo com a Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística –


ISAD(G), destinado a identificar qualquer unidade de descrição.

Recurso utilizado, de acordo com a norma internacional ISAD(G), para efetuar a descrição de
documentos.

CUSTÓDIA

Responsabilidade jurídica de guarda e proteção de arquivos, independentemente de vínculo


de propriedade.

Função típica do arquivo permanente.

DESCRIÇÃO

Conjunto de procedimentos que leva em conta os elementos formais e de conteúdo dos


documentos para elaboração de instrumentos de pesquisa.

Vimos ao longo da aula que a descrição, assim como o arranjo, é uma das atividades típicas do
arquivo permanente. Como estudamos também, tem como principal resultado a elaboração de
instrumentos de pesquisa que facilitem o acesso aos documentos, ou seja, o desenvolvimento
de guias, inventários, catálogos, catálogos seletivos, índices e edições de fontes.

DESCRIÇÃO MULTINÍVEL

Descrição que, levando em consideração a estrutura de organização de um acervo, permite a


recuperação das informações dos documentos que o integram em diferentes níveis, do mais
genérico ao mais específico, estabelecendo relações verticais e horizontais entre eles.
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Um dos tipos de descrição. Não entramos nesse tipo de detalhe pela pequena probabilidade de
cobrança em provas, mas vale ler a definição.

ELEMENTO DE DESCRIÇÃO

Categoria de informação utilizada na descrição normalizada de documentos.

São os elementos que estudamos especialmente na ISAD(G) e na NOBRADE, está lembrado?


Esta diferença entre elas é importante saber: enquanto a ISAD(G) tem 7 áreas de informação e
26 elementos, sendo 6 obrigatórios, a NOBRADE tem 8 áreas de informação e 28 elementos,
sendo 7 obrigatórios.

FUNDO

Conjunto de documentos de uma mesma proveniência. Termo que equivale a arquivo.

O conceito de fundo é muito cobrado quando se fala em arranjo. Importante saber também que
é um termo equivalente a "arquivo".

FUNDO ABERTO

Fundo ao qual podem ser acrescentados novos documentos em função do fato de a entidade
produtora continuar em atividade.

O fundo aberto é aquele que admite acumulação contínua, sem interrupção.

FUNDO FECHADO

Fundo que, não recebe acréscimos de documentos, em função de a entidade produtora não se
encontrar mais em atividade.

O fundo fechado, por sua vez, é aquele cuja entidade produtora/acumuladora já encerrou suas
atividades ou as teve tão substancialmente modificadas que justificam um encerramento do
fundo e abertura de outro.

GUIA

Instrumento de pesquisa que oferece informações gerais sobre fundos e coleções existentes em um
ou mais arquivos.

Vimos na aula que o Guia é o primeiro instrumento de pesquisa que geralmente é produzido por
um arquivo. Isso o diferencia dos demais e é bom guardar para o dia da prova!

INCORPORAÇÃO

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Adição de documentos a um fundo ou coleção já sob custódia. Também chamada acréscimo de


acervo.

Como o fundo continua recebendo documentos, certamente estamos falando de um fundo


aberto. Atenção para não confundir com a reintegração, que se dá quando os documentos são
reconduzidos a um fundo ou arquivo ao qual já pertenceram. A reintegração é o oposto da
dispersão, mas não é exatamente a incorporação, discutida nesse momento. Cuidado!

ÍNDICE

Relação sistemática de nomes de pessoas, lugares, assuntos ou datas contidos em documentos


ou em instrumentos de pesquisa, acompanhados das referências para sua localização.

O índice é mais um instrumento de pesquisa e tem como objetivo permitir uma rápida
localização das unidades documentais que atendam a critérios específicos, tanto de uma única
série como de diferentes fundos.

INSTRUMENTO DE PESQUISA

Meio que permite a identificação, localização ou consulta a documentos ou a informações neles


contidas. Expressão normalmente empregada em arquivos permanentes.

Resultado final da atividade de descrição documental. Os principais são (isso você precisa
saber!): Guia, Inventário, Catálogo, Catálogo Seletivo (anteriormente chamado de Repertório),
Índice e Edição de Fontes. A Tabela de Equivalência e Concordância, que vimos na aula, é
trazida como um instrumento por alguns arquivistas mas não está entre os 6 instrumentos
clássicos, que são os listados anteriormente.

INVENTÁRIO

Instrumento de pesquisa que descreve, sumária ou analiticamente, as unidades de arquivamento de


um fundo ou parte dele, cuja apresentação obedece a uma ordenação lógica que poderá refletir ou
não a disposição física dos documentos.

Mais um instrumento de pesquisa. Na ordem hierárquica estabelecida entre eles, é bom saber
que ele vem depois do Guia.

LISTAGEM DESCRITIVA DO ACERVO

Relação elaborada com o objetivo de controlar a entrada de documentos em arquivos


intermediários e em arquivos permanentes.

Trago este termo aqui porque muitas vezes as bancas usam termos como esses para confundir o
candidato em relação aos instrumentos de pesquisa. Listagens de acervo, listagens de
eliminação, tabelas de temporalidade e outros são instrumentos que auxiliam a instituição em
seu trabalho de gestão documental, mas não são instrumentos de pesquisa.
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METADADOS

Dados estruturados e codificados, que descrevem e permitem acessar, gerenciar, compreender


e/ou preservar outros dados ao longo do tempo.

Não estudamos exatamente os metadados, mas como tem alguma relação com a atividade de
descrição é bom conhecer sua definição.

NÍVEL DE ARRANJO

Posição dos documentos em uma estrutura hierarquizada de arranjo.

Dentro da estrutura adotada, qual a posição de cada um dos documentos.

NÍVEL DE DESCRIÇÃO

Posição da unidade de descrição na hierarquia do fundo ou coleção.

Lembre-se que de acordo com a ISAD(G), a descrição deve sempre ser feita sempre do nível mais
amplo (fundo) até o mais específico.

NOTAÇÃO

Código de identificação que permite a ordenação ou localização das unidades de arquivamento.


Também chamado cota. Se em vigor e formulado de acordo com a Norma Geral Internacional de
Descrição Arquivística – ISAD(G), equivale a código de referência.

Termo bastante relacionado à atividade de descrição arquivística. Utilizado no auxílio da


atividade de arquivamento. Os índices ou as tabelas de equivalência auxiliam no entendimento
das diferentes notações adotadas pela instituição.

PALAVRA-CHAVE

Palavra ou grupo de palavras retiradas do título ou do texto de um documento e que indicam


seu conteúdo, facilitando a recuperação da informação.

Termo muito utilizado na atividade de descrição documental.

PONTO DE ACESSO

Elemento de informação, termo ou código que, presente em unidades de descrição, serve à


pesquisa, identificação ou localização de documentos.

Outro termo diretamente ligado à descrição documental. Vale ficar atento pois pode aparecer.

PROCESSAMENTO TÉCNICO
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Expressão utilizada para indicar as atividades de identificação, classificação, arranjo, descrição e


conservação de arquivos. Também chamado processamento arquivístico, tratamento arquivístico
ou tratamento técnico.

Note que as atividades de arranjo, descrição e conservação, todas típicas do arquivo


permanente, estão compreendidas no termo "processamento técnico".

QUADRO DE ARRANJO

Esquema estabelecido para o arranjo dos documentos de um arquivo, a partir do estudo das
estruturas, funções ou atividades da entidade produtora e da análise do acervo. Expressão adotada
em arquivos permanentes.

Veja que a própria definição do DBTA frisa que é uma expressão adotada em arquivos
permanentes. Nada mais é do que o próprio arranjo, esquematizado.

RECOLHIMENTO

1 Entrada de documentos públicos em arquivos permanentes, com competência formalmente


estabelecida.
2 Operação pela qual um conjunto de documentos passa do arquivo intermediário para o arquivo
permanente.

Esse é um termo importantíssimo para os arquivos permanentes. É o termo que significa a


entrada do documento no arquivo permanente, esteja ele vindo do arquivo intermediário ou de
qualquer outro lugar. Quando o documento ingressa no arquivo permanente ele é RECOLHIDO.
Atenção pois a pegadinha clássica das bancas é usar o termo TRANSFERIDO, que se aplica
apenas quando o documento sai do arquivo corrente e vai para o intermediário. Quando o
destino é o arquivo permanente, não se esqueça, o documento é RECOLHIDO!

REINTEGRAÇÃO

Recondução de arquivos e/ou documentos ao fundo ou arquivo a que pertencem.

Como já vimos um pouco mais acima, cuidado para não confundir com incorporação. A
reintegração só ocorre quando o documento volta ao fundo ao qual já pertencia e saiu por
qualquer razão.

SALA DE CONSULTAS

Área de um arquivo destinada à consulta. Também chamada sala de leitura ou sala de pesquisa.

Muito comum encontrarmos locais como esses em arquivos permanentes, especialmente os


grandes arquivos federais, estaduais, municipais ou de grandes instituições.

SALA DOS INSTRUMENTOS DE PESQUISA


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Área geralmente próxima à sala de consultas, na qual os instrumentos de pesquisa estão disponíveis
para os usuários.

Complementa os recursos que são oferecidos aos interessados na busca por documentos.

SERVIÇO DE REFERÊNCIA

Conjunto de atividades destinadas a orientar o usuário quanto aos documentos relativos ao tema
de seu interesse, aos instrumentos de pesquisa disponíveis e às condições de acesso e de
reprodução.

Mais um item que complementa o rol de ferramentas oferecidas ao usuário de arquivos


permanentes.

SERVIÇO EDUCATIVO

Conjunto de atividades pedagógicas realizadas com o objetivo de divulgar o acervo e iniciar o


público na sua utilização.

Mais do que relacionado aos arquivos permanentes, relaciona-se com o tema Políticas Públicas
dos arquivos permanentes (ou atividade de Referência), que estudamos no fim da aula. É uma
das frentes dessa iniciativa.

SISTEMA DE ARRANJO

Conjunto de procedimentos técnicos combinados que norteiam a organização dos documentos,


tendo em vista a recuperação da informação de um ou mais fundos e/ou coleções.

Também é basicamente a própria atividade de arranjo, típica dos arquivos permanentes.

TABELA DE EQUIVALÊNCIA

Instrumento que estabelece uma correspondência entre notações diferentes.

Vimos anteriormente que é o instrumento de pesquisa auxiliar que facilita a busca esclarecendo
a correspondência atual de notações antigas. Não está na lista dos instrumentos de pesquisa
clássicos.

TERMO DE RECOLHIMENTO

Instrumento legal que define e formaliza o recolhimento de documentos ao arquivo permanente.

Lembra que acabamos de falar de recolhimento do documento para o arquivo permanente? O


termo de recolhimento é o que formaliza essa movimentação.

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VALOR PERMANENTE

Valor probatório ou valor informativo que justifica a guarda permanente de um documento


em um arquivo. Também chamado valor arquivístico ou valor histórico.

Abrange os valores probatório e informativo. Atenção pois, para o DBTA, não é o mesmo que
valor secundário, que veremos abaixo.

VALOR SECUNDÁRIO

Valor atribuído a um documento em função do interesse que possa ter para a entidade produtora e
outros usuários, tendo em vista a sua utilidade para fins diferentes daqueles para os quais foi
originalmente produzido.

O que define o valor secundário é o interesse que o documento gera a outras pessoas,
diferentes daquelas para as quais foi produzido.

(FCC/MPU/Analista Documentação Arquivologia/2007) O esquema segundo o qual se organizam os


arquivos permanentes é conhecido como
a) notação binária.
b) reintegração.
c) quadro de arranjo.
d) termo de encerramento.
e) sucessão arquivística.
Comentário:
Note que a banca traz uma definição e pergunta qual o termo correspondente. Conforme acabamos de
estudar em Terminologia, o examinador está falando do "quadro de arranjo".
A alternativa C é a correta e é o gabarito da questão.
Veja a definição de quadro de arranjo para o DBTA: Esquema estabelecido para o arranjo dos documentos
de um arquivo, a partir do estudo das estruturas, funções ou atividades da entidade produtora e da análise
do acervo. Expressão adotada em arquivos permanentes. Ou seja, em outras palavras, o mesmo que é
proposto pelo enunciado.

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Nas demais alternativas o examinador traz outros termos com definições completamente diferentes. É
aquilo que costumo dizer: matar uma questão dessa não é difícil, ela não é complexa, mas você precisa ter
um mínimo de conhecimento dos verbetes do DBTA. Por isso em todas as aulas fazemos um pouco desse
exercício!

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9 - Considerações Finais

Este é o final de mais uma aula.

Hoje falamos intensamente de arquivo permanente, especialmente sobre as atividades de arranjo e


descrição.

As relações das atividades de arranjo com os princípios da Proveniência, da Organicidade e do


Respeito a Ordem Original, assim como a intensa proximidade da atividade de descrição com os
instrumentos de pesquisa são, genericamente, os pontos mais importantes que você precisa absorver
desta aula.

Vimos ainda, agora de maneira mais profunda, a normatização, que impacta diretamente a
atividade de descrição documental. ISAD(G) e NOBRADE, suas áreas, funções, elementos e, sobretudo, suas
diferenças, são os tópicos mais cobrados em provas. Fique atento.

Ao final passamos pela atividade de referência, que inclui a difusão, fruto de políticas públicas
implementadas nas instituições arquivísticas. Importante notar que podem ocorrer tanto de fora para
dentro (ações culturais e educacionais) como de dentro para fora, por meio da produção editorial.

Próxima aula praticamente fecharemos a discussão sobre os arquivos permanentes investindo


bastante tempo para falar sobre as atividades de conservação, preservação e recuperação de documentos.
É um tema extenso e muito técnico, por isso resolvi quebrar a aula em duas etapas. Ficaria muito longa de
uma vez só...

Prepare-se pois estamos chegando ao fim de nosso segundo grande ciclo, as três idades
documentais, que se encerram com nosso estudo do arquivo permanente. Feito isso caminhamos para o
fim do curso, restando ainda nos dedicar a gestão arquivística digital e ao estudo mais profundo da
legislação que envolve tudo que estamos vendo

Vamos em frente!

Nos vemos breve, na próxima aula. Tchau!

Ricardo Campanario

E-mail: ricardo.campanario@gmail.com

Instagram: https://www.instagram.com/ricardocampanario

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QUESTÕES COMENTADAS

ARQUIVOS PERMANENTES

1. (CEBRASPE/CGM João Pessoa-PB/Técnico Municipal de Controle Interno/2018) Acerca do


gerenciamento da informação e da gestão de documentos, julgue o item a seguir.

Os documentos existentes no arquivo permanente podem retornar aos arquivos correntes.

a) Certo
b) Errado

Comentários:

A afirmativa está ERRADA.


Os documentos só são enviados ao arquivo permanente quando possuem valor secundário, que podem ser
legais, probatórios, científicos, históricos, culturais ou informativos, como já estudamos. Dessa forma,
passam a ser custodiados de maneira definitiva e não podem mais ser eliminados. Assim, não se esqueça,
documentos após serem recolhidos ao arquivo permanente não poderão mais ser eliminados.

2. (CEBRASPE/Área 10/Oficial Técnico de Inteligência/2018) A respeito da análise tipológica de


documentos e do arranjo em arquivos permanentes, julgue o item que se segue.

Os documentos dos arquivos permanentes devem ser organizados por fundos, ficando a cargo da
função descrição o levantamento dos assuntos e de outras informações contidas nos
documentos.

a) Certo
b) Errado

Comentários:

A afirmativa está CORRETA.


Perfeito. Lembre-se que o arranjo respeita sempre os princípios da organicidade, da proveniência e do
respeito a ordem original. Tudo isso, especialmente os dois primeiros, baseiam-se nos fundos documentais
aos quais o documento pertence.

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Ao ser arquivado de maneira permanente o documento deve ficar junto dos demais documentos que
provém do mesmo local (princípio da proveniência) e deve respeitar todas as relações criadas com os
demais documentos em decorrência das atividades da entidade produtora (princípio da organicidade).
Por fim, é a atividade de descrição que possibilita o levantamento das informações do documento que
possibilitam a sua inserção no fundo correto.
Dessa forma, os documentos permanentes devem sim ser organizados em fundos após passarem pela
atividade de descrição. Tais características possibilitam um acesso mais fácil aos documentos além de
contribuir com a organização/preservação dos mesmos.

3. (CEBRASPE/IPHAN/Auxiliar Institucional/2018) Acerca da gestão arquivística, julgue o item a


seguir.

O arquivo permanente é destinado à guarda de documentos que perderam seu valor


administrativo, mas que ainda possuem valor legal ou histórico.

a) Certo
b) Errado

Comentários:

A afirmativa está CORRETA.


Exatamente o que vimos na aula.
Sabemos que o destino dos arquivos é passar por uma lenta evolução que os afasta cada vez mais de seu
objetivo primitivo, ou seja, a razão principal para a qual ele foi criado. Com o passar dos anos, embora o
documento perca o seu valor administrativo, ele pode ganhar importância como documento histórico.
Dentro desse contexto, no arquivo permanente são mantidos os conjuntos documentais que foram
considerados de guarda definitiva em função de seus valores secundários, que podem ser legais,
probatórios, científicos, históricos, culturais ou informativos, como já estudamos. E, a partir daí, não
podem mais ser eliminados, como vimos em questão anterior.

4. (CEBRASPE/IPHAN/Auxiliar Institucional/2018) De acordo com a Lei n.º 8.159/1991, que dispõe


sobre a política nacional de arquivos públicos e privados e dá outras providências, julgue o item
que se segue.

Os arquivos permanentes devem ser preservados apenas se ficar constatado o seu uso específico,
imediato ou remoto.

a) Certo
b) Errado

Comentários:

A afirmativa está ERRADA.

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Não é isso que diz a lei. O parágrafo 3o. do artigo 8o. da Lei Nacional dos Arquivos diz que "consideram-se
permanentes os conjuntos de documentos de valor histórico, probatório e informativo que devem ser
definitivamente preservados". Note que a lei não impõe qualquer condição para a sua preservação,
determinando que basta a sua condição de permanente (presença de valor secundário) para que seja
definitivamente preservado.

5. (IBFC/CM Araraquara-SP/Analista Informação/2018) A idade em relação ao ciclo de vida


documental onde o documento tem valor secundário, ou seja, não podem ser
eliminados/descartados de forma alguma em decorrência de seu valor probatório e/ou
informativo para o Estado ou sociedade. Assinale a alternativa correta.

a) primeira idade, arquivo secundário


b) terceira idade, arquivo histórico
c) segunda idade, arquivo de custódia
d) terceira idade, arquivo permanente
e) primeira idade, arquivo probatório

Comentários:

A alternativa A está incorreta. Temos dois problemas aqui: a presença de valor secundário leva o
documento à terceira idade documental, onde está o arquivo permanente e não a primeira idade, onde
temos o arquivo corrente. Além disso, embora o valor seja secundário, a denominação correta do arquivo é
permanente e não secundário.

A alternativa B está incorreta. Aqui o examinador traz a idade documental correta: terceira idade, porém
erra novamente no nome do arquivo. Atenção, pois, formalmente, não existem arquivos "histórico",
"secundário", "probatório", etc. As bancas fazem muito esse tipo de jogo. O nome correto é arquivo
"permanente" quando se fala de valor secundário, especialmente quando a banca compara essas
denominações com a denominação correta "permanente".

Você vai ver abaixo em outra questão que, as vezes e dependendo do contexto, é necessário aceitar outra
definição, mas não no caso dessa questão, cujo erro principal é exatamente esse.

A alternativa C está incorreta. Novamente os mesmos problemas. Erro na idade documental: o correto é
terceira idade e não segunda e erro no nome do arquivo: o correto é permanente no lugar de "de
custódia".

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Nesta questão o examinador traz o conceito de
arquivo permanente e testa os conhecimentos do candidato em relação à Teoria das Três Idades. O arquivo
permanente é o arquivo relativo a Terceira Idade documental. Isso já estudamos bastante e, a essa altura,
não dá mais para errar.

A alternativa E está incorreta. Mesmo padrão de erro das anteriores. Erro na idade documental: o correto
é terceira idade e não primeira e erro no nome do arquivo: o correto é permanente no lugar de
"probatório".
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6. (CESPE/SEDF/Técnico de Gestão Educacional/2017) Julgue o próximo item, relativo ao


gerenciamento da informação e à gestão de documentos.

Um documento que passou pela atividade de recolhimento não pode mais ser eliminado.

a) Certo
b) Errado

Comentários:

A afirmativa está CORRETA.


Aqui a chave da questão é conhecer o termo "recolhimento".
Esse é um termo importantíssimo para os arquivos permanentes. É o termo que representa a entrada do
documento no arquivo permanente, esteja ele vindo do arquivo intermediário ou de qualquer outro lugar.
Quando o documento ingressa no arquivo permanente ele é RECOLHIDO. Atenção, pois, a pegadinha
clássica das bancas é usar o termo TRANSFERIDO, que se aplica apenas quando o documento sai do arquivo
corrente e vai para o intermediário.
Quando o destino é o arquivo permanente, não se esqueça, o documento é recolhido.
Neste caso, como o documento foi recolhido, ele ingressou no arquivo permanente e já vimos que, após
ingressar no arquivo permanente, o documento não pode mais ser eliminado. Assim, afirmativa correta!

7. (CVEST/IF PE/Arquivista/2017) Os arquivos permanentes são aqueles que custodiam os


documentos no seu último ciclo de vida, aqueles que perderam sua serventia administrativa, mas
que pelo seu valor secundário não podem ser destruídos. No contexto arquivístico, esse tipo de
arquivo também é conhecido como:

a) Arquivo público.
b) Arquivo morto.
c) Arquivo Intermediário.
d) Arquivo patrimonial.
e) Arquivo histórico.

Comentários:

A alternativa A está incorreta. Arquivo público não define o ciclo de vida documental, podendo ser
corrente, intermediário ou permanente.

A alternativa B está incorreta. Arquivo morto não é mais uma terminologia comumente usada na
Arquivologia.

A alternativa C está incorreta. Arquivo intermediário representa a segunda idade documental e não a
terceira, na qual se encontra o arquivo permanente.

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A alternativa D está incorreta. Arquivo patrimonial não é uma definição correta para arquivo de terceira
idade ou sinônimo de arquivo permanente.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Essa é a questão que eu me referia acima. É sempre
muito importante perceber o contexto da questão. Quando a comparação é feita entre diversas
denominações e o termo "permanente", é evidente que o correto é o último. Nesse caso o examinador
lista diversas denominações e busca aquela que mantém relação com o arquivo permanente, no caso, o
arquivo "histórico".

8. (CVEST/IF PE/Arquivista/2017) Assinale as atividades inerentes ao arquivo permanente.

a) Avaliação e Arranjo
b) Descrição e Arranjo
c) Difusão e transferência
d) Reprodução e Classificação
e) Arquivamento e análise

Comentários:

A alternativa A está incorreta. Avaliação não é uma atividade do arquivo permanente.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Vimos ao longo da aula que as atividades do
arquivo permanente são: arranjo, descrição, conservação e referência (políticas de acesso e uso). Dessa
forma, duas delas estão nesta alternativa, o gabarito da questão.

A alternativa C está incorreta. Embora difusão possa ser entendida como uma atividade de referência
(fazendo parte, portanto, do arquivo permanente), transferência não pode ser. Transferência nada mais é
do que o termo que significa a movimentação de documentos do arquivo corrente para o arquivo
intermediário, estando definitivamente distante do arquivo permanente.

A alternativa D está incorreta. Nem reprodução e nem classificação são atividades do arquivo permanente.

A alternativa E está incorreta. Embora a arquivamento seja uma ação que, classicamente, ocorra no
arquivo permanente, nem ele e nem a análise são consideradas atividades "típicas" de arquivo permanente
que, como já vimos são: arranjo, descrição, conservação e referência (políticas de acesso e uso).

9. (IESES/BahiaGás/Técnico de Processo Organizacional/2016) Assinale a alternativa


correspondente ao tipo de arquivo, em que são armazenados os documentos que perderam todo
valor de natureza administrativa, que se conservam em razão de seu valor histórico ou
documental e que constituem os meios de conhecer o passado e sua evolução.

a) Arquivos permanentes ou de terceira idade.


b) Arquivos intermediários ou de segunda idade.
c) Arquivos técnicos e familiares.
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d) Arquivos especiais.
e) Arquivos correntes ou de primeira idade.

Comentários:

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Já vimos que em questões desse tipo devemos
buscar duas coisas: a idade correta do ciclo de vida documental (terceira idade) e a denominação correta
do arquivo que faz parte dessa idade (arquivo permanente).

A alternativa B está incorreta. Veja que o examinador o tempo todo joga com idades documentais e nomes
de arquivo incorretos. Aqui traz a segunda idade e arquivo intermediário. Errado. Estamos falando de
terceira idade e arquivo permanente.

A alternativa C está incorreta. Nesta a banca sequer traz uma idade documental ou um dos três arquivos
que representam cada uma das três idades.

A alternativa D está incorreta. Arquivos especiais também nada têm a ver com o tema. Essa é uma
classificação dos arquivos de acordo com a natureza dos seus documentos, tema que estudamos logo no
início do curso.

A alternativa E está incorreta. Aqui a banca concentra-se na primeira idade documental. Errado. Estamos
falando da terceira idade.

ARRANJO

10. (CONSULPLAN/TRF 2a Região/Apoio Especializado Arquivologia/2017) “É a operação ao mesmo


tempo intelectual e material: deve-se organizar os documentos uns em relação aos outros; as
séries, umas em relação às outras; os fundos, uns em relação aos outros; dar número de
identificação aos documentos…” (Bellotto, 2007.)

No trecho anterior a autora está tratando sobre que tipo de operação arquivística?

a) Arranjo.
b) Avaliação.
c) Descrição
d) Recolhimento.
Comentários:

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A maior dica da questão está na referência a
atividade ao mesmo tempo "intelectual" e "material". Vimos isso na definição de arranjo que se reflete na
análise do documento (intelectual) e sua organização física em estantes e galerias (operação material ou
física). Essa é exatamente a definição de arranjo.

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A alternativa B está incorreta. A avaliação, segundo o DBTA é o processo de análise de documentos de


arquivo, que estabelece os prazos de guarda e a destinação, de acordo com os valores que lhes são
atribuídos.

A alternativa C está incorreta. Já a descrição, de acordo com o mesmo DBTA, é o conjunto de


procedimentos que leva em conta os elementos formais e de conteúdo dos documentos para elaboração
de instrumentos de pesquisa.

A alternativa D está incorreta. Por último, recolhimento, como já vimos, corresponde a entrada de
documentos públicos em arquivos permanentes, com competência formalmente estabelecida.

11. (PR4 UFRJ/UFRJ/Técnico Arquivo Geral/2016) A atividade de Arranjo é entendida na literatura


arquivística, na ordenação dos documentos em fundos, como a ordenação das séries dentro dos
fundos e, se necessário, dos itens documentais dentro das séries. Esta atividade é desenvolvida
no:

a) Arquivo Permanente.
b) Arquivo Corrente.
c) Arquivo Intermediário.
d) Arquivo Administrativo.
e) Arquivo Setorial.

Comentários:

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A atividade de arranjo, assim como a descrição, é
tida como atividade típica de arquivo permanente.

A alternativa B está incorreta. Não há atividade de arranjo no arquivo corrente. No arquivo corrente o
documento é classificado e tal classificação deve ser seguida no arquivo permanente.

A alternativa C está incorreta. Também não há atividade de arranjo no arquivo permanente.

A alternativa D está incorreta. Arquivo "administrativo" sequer é um arquivo que represente alguma idade
documental e que pudesse nos levar a alguma confusão na questão.

A alternativa E está incorreta. O mesmo se aplica a arquivo "setorial", que é na verdade uma classificação
dos arquivos quanto a sua extensão.

12. (CEBRASPE/CGM João Pessoa-PB/Técnico Municipal de Controle Interno/2018) Acerca de


conceitos relativos à arquivologia, julgue o item que se segue.

Na organização de arquivos permanentes, o processo que consiste na ordenação estrutural ou


funcional dos documentos em fundos é denominado arranjo.
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a) Certo
b) Errado

Comentários:

A afirmativa está CORRETA.


Vimos que a definição de arranjo é a ordenação dos conjuntos documentais remanescentes das
eliminações, obedecendo a critérios que respeitem sempre o caráter orgânico dos conjuntos, tanto interna
como externamente.
Para o DBTA é a sequência de operações intelectuais e físicas que visam à organização dos documentos de
um arquivo ou coleção, de acordo com um plano ou quadro previamente estabelecido.
Para completar, tudo isso ocorre exatamente no arquivo permanente, como afirma o examinador.
Ou seja, em outras palavras, é o que a banca traz em seu enunciado.

13. (CEBRASPE/DPU/Arquivista/2016) A respeito das teorias e dos princípios de arquivologia, julgue


o item a seguir.

A teoria dos fundos é o embasamento teórico do arranjo e da ordenação dos conjuntos


documentais nos arquivos permanentes.

a) Certo
b) Errado

Comentários:

A afirmativa está CORRETA.


Vimos que o arranjo, em essência, respeita três grandes princípios da Arquivologia: Proveniência,
Organicidade e Respeito à Ordem Original.
Para o DBTA, o princípio do Respeito a Ordem Original é o princípio segundo o qual o arquivo deveria
conservar o arranjo dado pela entidade coletiva, pessoa ou família que o produziu, ou seja, ele deve ser
alocado em seu lugar original, respeitando o fundo de onde provém, além de respeitar o fluxo natural
orgânico em que o documento foi produzido.
Dessa forma é correto considerar que a teoria dos fundos é o embasamento teórico do arranjo e da
ordenação dos conjuntos documentais nos arquivos permanentes.

14. (CEBRASPE/DPU/Arquivista/2016) A respeito da teoria e da prática de arranjo em arquivos


permanentes, julgue o item que se segue.

O arranjo do fundo de arquivo é definido externamente pela proveniência e, internamente, pelo


princípio da ordem original.

a) Certo

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b) Errado

Comentários:

A afirmativa está CORRETA.


Assim como na questão anterior, vimos que o arranjo respeita três grandes princípios da Arquivologia:
Proveniência, Organicidade e Respeito a Ordem Original.
Nesse caso a banca fala que o arranjo do fundo de arquivo é definido externamente pela proveniência e,
internamente, pelo princípio da ordem original e é isso mesmo.
A proveniência define o fundo no qual o arquivo será definitivamente custodiado e o princípio da ordem
original, ou seja, o respeito à classificação e ao arranjo já recebidos anteriormente por esse documento
devem ser preservados.

15. (CEBRASPE/DPU/Arquivista/2016) A respeito da teoria e da prática de arranjo em arquivos


permanentes, julgue o item que se segue.

O primeiro princípio arquivístico aplicado para definir o arranjo de um arquivo permanente é o


da territorialidade.

a) Certo
b) Errado

Comentários:

A afirmativa está ERRADA.


Sabemos que o arranjo, em essência, respeita a três grandes princípios da Arquivologia: Proveniência,
Organicidade e Respeito a Ordem Original.

Não há menção ao princípio da Territorialidade.

O princípio da Territorialidade alega que o documento deve sempre ficar o mais próximo possível do local
onde foi produzido, exceção feita aos documentos derivados de operações militares ou representações
diplomáticas, justamente pelas suas particularidades geográficas.

Essa não é uma das características originalmente seguidas pelo arranjo.

DESCRIÇÃO

16. (IDECAN/CBM DF/Oficial Bombeiro Militar Arquivologia/2017) “O processo da descrição consiste


na elaboração de instrumentos de pesquisa que possibilitem a identificação, o rastreamento, a
localização e a utilização dos dados.” (Bellotto, 2007, p. 179.)

Referente à descrição de documentos, assinale a alternativa INCORRETA.


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a) Os instrumentos de pesquisa proporcionam a difusão dos arquivos de custódia.


b) A descrição de acervos de valor primário é uma tarefa típica de arquivo semiativo.
c) Os instrumentos de pesquisa são imprescindíveis para os processos historiográficos.
d) O software ICA-AToM, do Conselho Internacional de Arquivos, viabiliza a disseminação de acervos de
guarda permanente.
Comentários:
Note que a banca busca a alternativa INCORRETA.
A alternativa A está incorreta pois a afirmação é verdadeira. Os instrumentos de pesquisa possibilitam a
identificação, o rastreamento, a localização e a utilização dos dados, informações ou documentos buscados
e, de fato, proporcionam a difusão dos arquivos sob custódia.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Uma confusão de termos fora do lugar. A descrição
aplica-se especialmente a arquivos permanentes, ou seja, a documentos de valor secundário, ao contrário
do que diz a alternativa, portanto, equivocada.

A alternativa C está incorreta. Sim os processos historiográficos dependem dos instrumentos de pesquisa
para o acesso correto e eficiente das informações e documentos buscados na atividade de pesquisa.

A alternativa D está incorreta. O ICA-AtoM é um software livre criado por iniciativa do Conselho
Internacional de Arquivos (CIA) para descrição de documentos arquivísticos.

Ele foi desenvolvido com o objetivo de proporcionar uma ferramenta gratuita e de fácil manejo às
entidades custodiadoras espalhadas pelo mundo, visando à divulgação e disponibilização de seus acervos
na internet.

Dessa forma a afirmativa também é correta.

17. (CEBRASPE/SEDF/Analista de Gestão Educacional Arquivologia/2017) Julgue o item a seguir,


relativo às funções arquivísticas de difusão, descrição e preservação documental.

A descrição documental tem por finalidade criar critérios para definir os tipos de documentos
que devem ser mantidos nos arquivos correntes, intermediários e permanentes.

a) Certo
b) Errado

Comentários:

A afirmativa está ERRADA.


Segundo o DBTA a descrição é o conjunto de procedimentos que leva em conta os elementos formais e de
conteúdo dos documentos para elaboração de instrumentos de pesquisa.

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Ela não tem como finalidade criar critérios para definir os tipos de documentos que devem ser mantidos
nos arquivos correntes, intermediários e permanentes. Na verdade a descrição segue os critérios
estabelecidos pela normatização nacional e internacional de processo descritivo.
A atividade que cria critérios para a definição dos tipos de documentos que devem ser mantidas em cada
um dos arquivos é a classificação, que não ocorre nos arquivos permanentes.

INSTRUMENTOS DE PESQUISA

18. (FCC/TRT 11a Região/Analista Judiciário Arquivologia/2017) Atenção: Os instrumentos de


pesquisa, nos arquivos permanentes, variam conforme a unidade que se toma como referência no
processo descritivo. Com base nessa afirmação, responda à questão.

O instrumento de pesquisa que toma por unidade de referência o acervo de uma instituição é o

a) guia.
b) inventário.
c) catálogo.
d) catálogo seletivo.
e) índice.

Comentários:

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O guia é, preferencialmente, o primeiro instrumento


de pesquisa a ser produzido por um arquivo. Ele é a porta de entrada da instituição e permite um
mapeamento panorâmico do acervo.

No guia deverão constar todos os dados básicos necessários para orientar os interessados, desde as
informações práticas — tais como o endereço da instituição, os telefones, o horário de atendimento etc. —
até as informações específicas sobre o acervo, como, por exemplo, os fundos e as coleções que ele possui,
seu nível de organização, as condições físicas e jurídicas do acesso, as possibilidades de reprodução de
documentos etc.

A alternativa B está incorreta. O inventário é, pela ordem hierárquica dos níveis da classificação, o
instrumento de pesquisa que se segue ao guia. Busca oferecer um quadro sumário de um ou mais fundos
ou coleções. Não tem o acervo completo da instituição como referência.

A alternativa C está incorreta. O catálogo é o instrumento que descreve unitariamente as peças


documentais de uma série ou mais séries, ou ainda de um conjunto de documentos, respeitada ou não a
ordem de classificação. Portanto também não tem o acervo completo como referência.

A alternativa D está incorreta. O catálogo seletivo, por sua vez, é o instrumento de pesquisa que traz uma
relação seletiva de documentos pertencentes a um ou mais fundos e no qual cada peça integrante de uma

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unidade de arquivamento é descrita minuciosamente. Também não tem o acervo completo como
referência.

A alternativa E está incorreta. Por último, o índice aponta nomes, lugares ou assuntos em ordem alfabética
e remete o usuário às respectivas notações de localização. Também não é o instrumento buscado pelo
examinador.

19. (VUNESP/Perf. Mun. Presidente Prudente-SP/Arquivista/2016) O nome do instrumento de


pesquisa que tem por finalidade propiciar visão geral dos serviços de arquivo, permitindo ao
pesquisador conhecer seus recursos, a natureza e o interesse dos fundos custodiados, entre outras
informações, é

a) catálogo.
b) guia.
c) repertório.
d) inventário.
e) índice.
Comentários:

A alternativa A está incorreta. O catálogo é o instrumento que descreve unitariamente as peças


documentais de uma série ou mais séries, ou ainda de um conjunto de documentos, respeitada ou não a
ordem de classificação. Portanto também não tem o acervo completo como referência.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Como já vimos, o guia é, preferencialmente, o


primeiro instrumento de pesquisa a ser produzido por um arquivo. Ele é a porta de entrada da instituição e
permite um mapeamento panorâmico do acervo, permitindo ao pesquisador conhecer seus recursos, a
natureza e o interesse dos fundos custodiados, entre outras informações.

A alternativa C está incorreta. Repertório, segundo o DBTA é o instrumento de pesquisa no qual são
descritos pormenorizadamente documentos, pertencentes a um ou mais fundos e/ou coleções,
selecionados segundo critérios previamente definidos. É o chamado catálogo seletivo.

A alternativa D está incorreta. O inventário é, pela ordem hierárquica dos níveis da classificação, o
instrumento de pesquisa que se segue ao guia. Busca oferecer um quadro sumário de um ou mais fundos
ou coleções. Não tem o acervo completo da instituição como referência.

A alternativa E está incorreta. Por último, o índice aponta nomes, lugares ou assuntos em ordem alfabética
e remete o usuário às respectivas notações de localização. Também não é o instrumento buscado pelo
examinador.

20. (FCC/TRT 11a Região/Analista Judiciário Arquivologia/2017) Atenção: Os instrumentos de


pesquisa, nos arquivos permanentes, variam conforme a unidade que se toma como referência no
processo descritivo. Com base nessa afirmação, responda à questão.

O instrumento de pesquisa que toma por unidade de referência a série documental é o


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a) índice.
b) guia.
c) catálogo.
d) catálogo seletivo.
e) inventário.
Comentários:

A alternativa A está incorreta. O índice aponta nomes, lugares ou assuntos em ordem alfabética e remete
o usuário às respectivas notações de localização. Não tem a série documental como unidade de referência.

A alternativa B está incorreta. O guia tem o acervo completo da instituição como unidade de referência.

A alternativa C está incorreta. O catálogo é o instrumento que descreve unitariamente as peças


documentais de uma série ou mais séries, ou ainda de um conjunto de documentos, respeitada ou não a
ordem de classificação. Dessa forma tem as peças descritas (ou os itens) como unidades de referência e
não as séries.

A alternativa D está incorreta. Já o catálogo seletivo, por sua vez, é o instrumento de pesquisa que traz
uma relação seletiva de documentos pertencentes a um ou mais fundos e no qual cada peça integrante de
uma unidade de arquivamento é descrita minuciosamente. Baseia-se em um ou mais documentos
selecionados de um ou mais fundos, não tendo dessa forma as séries como unidades de referência.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. O inventário tem como objetivo descrever as
atividades de cada titular, as séries integrantes, o volume de documentos, as datas-limite e os critérios de
classificação e de ordenação.

21. (FCC/TRT 11a Região/Analista Judiciário Arquivologia/2017) Atenção: Os instrumentos de


pesquisa, nos arquivos permanentes, variam conforme a unidade que se toma como referência no
processo descritivo. Com base nessa afirmação, responda à questão.

O instrumento de pesquisa que toma por unidade de referência o item documental é o

a) inventário.
b) guia.
c) catálogo.
d) catálogo seletivo.
e) índice.
Comentários:

A alternativa A está incorreta. O inventário tem como objetivo descrever as atividades de cada titular, as
séries integrantes, o volume de documentos, as datas-limite e os critérios de classificação e de ordenação.
As séries são seus elementos de referência.

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A alternativa B está incorreta. Os guias têm sempre o acervo completo da instituição como referência. São,
preferencialmente, o primeiro instrumento de pesquisa a ser produzido por um arquivo. Ele é a porta de
entrada da instituição e permite um mapeamento panorâmico do acervo, permitindo ao pesquisador
conhecer seus recursos, a natureza e o interesse dos fundos custodiados, entre outras informações.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. O catálogo é o instrumento que descreve


unitariamente as peças documentais de uma série ou mais séries, ou ainda de um conjunto de
documentos, respeitada ou não a ordem de classificação. Dessa forma tem as peças descritas (ou os itens)
como unidades de referência.

A alternativa D está incorreta. O catálogo seletivo, por sua vez, é o instrumento de pesquisa que traz uma
relação seletiva de documentos pertencentes a um ou mais fundos e no qual cada peça integrante de uma
unidade de arquivamento é descrita minuciosamente. Baseia-se em um ou mais documentos selecionados
de um ou mais fundos e os tem como referência.

A alternativa E está incorreta. O índice aponta nomes, lugares ou assuntos em ordem alfabética e remete o
usuário às respectivas notações de localização. Também não é o instrumento buscado pelo examinador.

22. (CEBRASPE/SEDF/Técnico de Gestão Educacional/2017) Julgue o próximo item, relativo ao


gerenciamento da informação e à gestão de documentos.

O inventário, instrumento que descreve a documentação a ser descartada e auxilia a realização do


processo de avaliação para reduzir a massa documental produzida, é utilizado para preservar
apenas a documentação essencial e indispensável para a entidade produtora.

a) Certo
b) Errado

Comentários:

A afirmativa está ERRADA.


Como já estudamos, os inventários são instrumentos de pesquisa que descrevem, sumária ou
analiticamente, as unidades de arquivamento de um fundo ou parte dele, cuja apresentação obedece a
uma ordenação lógica que poderá refletir ou não a disposição física dos documentos.
Dessa forma, os inventários nada têm a ver com a "descrição de documentos a serem descartados" e nem
com o processo de avaliação documental.

23. (CONSULPLAN/TRF 2a Região/Analista Judiciário Arquivologia/2017) “De acordo com Bellotto


(2007), o _______________ é o instrumento mais abrangente numa linguagem que pode atingir o
grande público. O _______________ remete o leitor às respectivas notações de localização em
uma ou mais unidades de arquivos. O _______________ é o instrumento que descreve
unitariamente as peças documentais de uma ou mais séries. Já o _______________ descreve
conjuntos documentais ou partes de um fundo.” Acerca dos instrumentos de pesquisa, assinale a
alternativa que completa correta e sequencialmente a afirmativa anterior.

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a) guia / índice / catálogo / inventário


b) inventário / catálogo / índice / guia
c) guia / inventário / índice / catálogo
d) catálogo / inventário / guia / índice
Comentários:
Antes de avaliarmos as alternativas, vamos avaliar a frase trazida pelo examinador. Note que ele começa
com "o instrumento mais abrangente numa linguagem que pode atingir o grande público". Esse
instrumento é o guia, o que já nos dá um bom direcionamento na questão.
Em seguida a banca traz a definição "remete o leitor às respectivas notações de localização em uma ou
mais unidades de arquivos". Como já vimos ao longo da aula, esse instrumento é o índice, que aponta
nomes, lugares ou assuntos em ordem alfabética e remete o usuário às respectivas notações de
localização.
Avançando o enunciado fala em "instrumento que descreve unitariamente as peças documentais de uma
ou mais séries". Desta feita está falando do catálogo.
Por último a questão traz instrumento que "descreve conjuntos documentais ou partes de um fundo". Está
falando exatamente do inventário que são, pela ordem hierárquica dos níveis da classificação, os
instrumentos de pesquisa que se seguem ao guia. Eles buscam oferecer um quadro sumário de um ou mais
fundos ou coleções.

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

As demais alternativas apresentam sequências que não correspondem as definições apresentadas pela
banca.

24. (IADES/Hemocentro DF/Analista Arquivologia/2017) A respeito do instrumento de pesquisa


mais abrangente e popular, assinale a alternativa correta.

a) Inventário.
b) Guia.
c) Índice.
d) Catálogo.
e) Edição de fontes.
Comentários:

A alternativa A está incorreta. O inventário tem como objetivo descrever as atividades de cada titular, as
séries integrantes, o volume de documentos, as datas-limite e os critérios de classificação e de ordenação.
As séries são seus elementos de referência.

Os inventários são, pela ordem hierárquica dos níveis da classificação, os instrumentos de pesquisa que se
seguem ao guia. Eles buscam oferecer um quadro sumário de um ou mais fundos ou coleções.

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A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Vimos bastante até aqui que o instrumento de
pesquisa mais abrangente e popular é o guia. Insisto neste tipo de questão para que você note como as
diferentes bancas cobram este tema.

Apenas reforçando, o guia é, preferencialmente, o primeiro instrumento de pesquisa a ser produzido por
um arquivo. Ele é a porta de entrada da instituição e permite um mapeamento panorâmico do acervo.

No guia deverão constar todos os dados básicos necessários para orientar os interessados, desde as
informações práticas — tais como o endereço da instituição, os telefones, o horário de atendimento etc. —
até as informações específicas sobre o acervo, como por exemplo os fundos e as coleções que ele possui,
seu nível de organização, as condições físicas e jurídicas do acesso, as possibilidades de reprodução de
documentos etc.

A alternativa C está incorreta. O índice aponta nomes, lugares ou assuntos em ordem alfabética e remete o
usuário às respectivas notações de localização. Também não é o instrumento buscado pelo examinador.
Definitivamente não é o instrumento de pesquisa mais abrangente e popular.

A alternativa D está incorreta. O catálogo é o instrumento que descreve unitariamente as peças


documentais de uma série ou mais séries, ou ainda de um conjunto de documentos, respeitada ou não a
ordem de classificação. Dessa forma tem as peças descritas (ou os itens) como unidades de referência.
Também não é o instrumento de pesquisa mais popular entre os disponíveis.

A alternativa E está incorreta. Por último, a edição de fontes compreende a publicação de um instrumento
de pesquisa no qual os documentos não recebem resumos indicativos e/ou informativos, como nos
anteriormente citados, figurando o texto integral, conforme relata a professora Heloísa Bellotto. Também
não é o instrumento buscado pela banca.

25. (IADES/Hemocentro DF/Analista Arquivologia/2017) Instrumento de pesquisa organizado


segundo critérios temáticos, cronológicos, onomásticos ou toponímicos, reunindo a descrição
individualizada de documentos pertencentes a um ou mais fundos, de forma sumária ou analítica.

Essas informações correspondem à definição de

a) guia.
b) catálogo.
c) inventário.
d) repertório.
e) inventário topográfico.
Comentários:

A alternativa A está incorreta. Como a questão está cobrando definição literal do DBTA, vamos ver o que
ele diz sobre o guia: Instrumento de pesquisa que oferece informações gerais sobre fundos e coleções
existentes em um ou mais arquivos.

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A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Essa é exatamente a definição prevista para
catálogo pelo DBTA. Vejamos: Instrumento de pesquisa organizado segundo critérios temáticos,
cronológicos, onomásticos ou toponímicos, reunindo a descrição individualizada de documentos
pertencentes a um ou mais fundos, de forma sumária ou analítica.

A alternativa C está incorreta. Para o DBTA Inventário é o instrumento de pesquisa que descreve, sumária
ou analiticamente, as unidades de arquivamento de um fundo ou parte dele, cuja apresentação obedece a
uma ordenação lógica que poderá refletir ou não a disposição física dos documentos.

A alternativa D está incorreta. Para o DBTA repertório é o Instrumento de pesquisa no qual são descritos
pormenorizadamente documentos, pertencente a um ou mais fundos e/ou coleções, selecionados segundo
critérios previamente definidos.

A alternativa E está incorreta. Por último, para o DBTA o Inventário Topográfico é o instrumento de
controle ou gestão de depósito destinado a indicar a localização física das unidades de arquivamento nos
depósitos.

26. (CEBRASPE/DPU/Arquivista/2016) No que se refere a instrumentos de pesquisa, julgue o item


seguinte.

Se for necessário elaborar um instrumento mais abrangente e com linguagem adequada para
atingir o grande público, a opção será feita pelo instrumento denominado guia.

a) Certo
b) Errado

Comentários:

A afirmativa está CORRETA.

Apenas para enfatizar, vimos que o guia é, preferencialmente, o primeiro instrumento de pesquisa a ser
produzido por um arquivo. Ele é a porta de entrada da instituição e permite um mapeamento panorâmico
do acervo.

Tem como características ser abrangente e ter linguagem adequada para atingir o grande público.

NORMATIZAÇÃO

27. (IADES/Hemocentro DF/Analista Arquivologia/2017) Com base na Norma Geral Internacional


de Descrição Arquivística – ISAD(g), assinale a alternativa que indica elementos de descrição da
área de conteúdo e estrutura.

Essas informações correspondem à definição de

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a) Avaliação, eliminação e temporalidade.


b) História arquivística e procedência.
c) Condições de acesso e idioma.
d) Título e nível de descrição.
e) Existência e localização dos originais ou de cópias.
Comentários:
Antes de avaliar as alternativas vamos rever a área de conteúdo e estrutura da ISAD(G):

Área de conteúdo e estrutura (informa sobre o assunto e organização da unidade de descrição). Composta
pelos seguintes elementos:

- Âmbito e conteúdo - Capacita os usuários a avaliarem a potencial relevância da unidade de descrição.

- Avaliação, eliminação e temporalidade – Fornece informação sobre qualquer ação relativa à avaliação,
seleção e eliminação.

- Incorporações – Informa o usuário sobre acréscimos previstos à unidade de descrição.

- Sistema de arranjo – Fornece informação sobre a estrutura interna, ordem e/ou sistema de arranjo da
unidade de descrição.

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. É a única alternativa que possui elementos da área
de conteúdo e estrutura da ISAD(G).

A alternativa B está incorreta. História arquivística e procedência pertencem a área de contextualização da


ISAD(G).

A alternativa C está incorreta. Condições de acesso e idioma pertencem a área de condições de acesso e de
uso da ISAD(G).

A alternativa D está incorreta. Título e nível de descrição pertencem a área de identificação da ISAD(G).

A alternativa E está incorreta. Existência e localização dos originais ou de cópias pertencem a área de
fontes relacionadas da ISAD(G).

28. (COVEST/UFPE/Arquivista/2017) O campo da ISAD(G) que permite a descrição sobre o


fornecimento de informação sobre a história da unidade de descrição que seja significativa para
sua autenticidade, integridade e interpretação é:

a) história administrativa/biografia.
b) história arquivística.
c) incorporações.
d) nota do arquivista.
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e) procedência.
Comentários:

A alternativa A está incorreta. O elemento história administrativa/biografia tem como função fornecer
uma história administrativa ou dados biográficos do(s) produtor(es) da unidade de descrição, para
contextualizar o acervo e torná-lo mais compreensível. Faz parte da área de contextualização da ISAD (G).

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. O enunciado descreve exatamente a função do


elemento História Arquivística, da área de contextualização da ISAD(G).

A alternativa C está incorreta. A função de incorporações é informar o usuário sobre acréscimos previstos à
unidade de descrição. É um elemento da área de conteúdo e estrutura da ISAD(G).

A alternativa D está incorreta. A função da nota do arquivista é explicar como a descrição foi preparada e
por quem. Faz parte da área de controle da descrição da ISAD(G).
==62cfa==

A alternativa E está incorreta. Por último, a função da procedência é identificar a origem imediata de
aquisição ou transferência da unidade de descrição. É elemento da área de contextualização da ISAD(G).

29. (CEBRASPE/IFF/Arquivista/2018) A Norma Brasileira de Descrição Arquivística (NOBRADE)


prevê a existência de oito áreas, que compreendem vinte e oito elementos de descrição, sendo
sete deles obrigatórios. Entre esses sete elementos obrigatórios, está(ão)

a) Avaliação, eliminação e temporalidade.


b) História arquivística e procedência.
c) Condições de acesso e idioma.
d) Título e nível de descrição.
e) Existência e localização dos originais ou de cópias.
Comentários:
Antes de ir para as alternativas, vale sempre lembrar que a NOBRADE possui 8 áreas de informação, 28
elementos de descrição e, destes, 7 são obrigatórios. São eles: código de referência, título, data, nível de
descrição, dimensão e suporte, nome dos produtores e condições de acesso. Lembrando isso na prova fica
bastante simples de matar a questão.

A alternativa A está incorreta. Avaliação, eliminação e temporalidade são elementos não obrigatórios da
área de conteúdo e estrutura.

A alternativa B está incorreta. História arquivística e procedência são elementos não obrigatórios da área
de contextualização.

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A alternativa C está incorreta. Embora "condições de acesso" faça parte do rol de elementos de descrição
obrigatórios da NOBRADE, idioma não faz. Ambos fazem parte da área de condições de acesso e uso da
NOBRADE.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Título e nível de descrição são ambos elementos de
descrição obrigatórios e fazem parte da área de identificação da NOBRADE.

A alternativa E está incorreta. Ambos são elementos de descrição não obrigatórios da área de fontes
relacionadas da NOBRADE.

30. (CONSULPLAN/TRF 2a Região/Analista Judiciário Arquivologia/2017) Acerca da Normalização


da Descrição Arquivística, relacione adequadamente as siglas aos seus respectivos conceitos.

1. ISDF.
2. NOBRADE.
3. ISAAR-CPF.
4. ISDIAH.

( ) Norma que dá diretivas para a preparação de registros de autoridade arquivística que


forneçam descrições de entidades (entidades coletivas, pessoas e famílias) relacionadas à
produção e manutenção de arquivos.

( ) Norma que determina o tipo de informação que pode ser incluída em descrições de funções e
fornece orientação sobre como tais descrições podem ser desenvolvidas em um sistema
arquivístico de informação.

( ) Norma que determina o tipo de informação que pode ser incluída em descrições de
instituições com acervo arquivístico e fornece orientação sobre como tais descrições podem
ser desenvolvidas em um sistema de descrição arquivística.

( ) Norma que estabelece diretivas para a descrição no Brasil de documentos arquivísticos,


compatíveis com as normas internacionais em vigor e tem em vista facilitar o acesso e o
intercâmbio de informações em âmbito nacional e internacional.

A sequência está correta em

a) 2, 3, 1, 4.
b) 3, 1, 4, 2.
c) 4, 2, 3, 1.
d) 3, 4, 1, 2.
Comentários:
Antes de buscar a alternativa correta, vamos analisar cada um dos itens:

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Norma que dá diretivas para a preparação de registros de autoridade arquivística que forneçam
descrições de entidades (entidades coletivas, pessoas e famílias) relacionadas à produção e
manutenção de arquivos - toda vez que se fala em norma relacionada à produção de arquivos, o
examinador está à busca da ISAAR-CPF. Não se esqueça: Produção = ISAAR-CPF

Norma que determina o tipo de informação que pode ser incluída em descrições de funções e fornece
orientação sobre como tais descrições podem ser desenvolvidas em um sistema arquivístico de
informação - já quando a banca fala em descrição de funções, não titubeie: está falando da ISDF. Use o
"F" de ISDF para lembrar: ISDF = Funções.

Norma que determina o tipo de informação que pode ser incluída em descrições de instituições com
acervo arquivístico e fornece orientação sobre como tais descrições podem ser desenvolvidas em um
sistema de descrição arquivística - Agora o examinador fala em acervo. Falou em acervo a norma
procurada é a ISDIAH. Não se assuste. É simples assim mesmo. Você só precisa memorizar essas
correspondência: Acervo = ISDIAH.

Norma que estabelece diretivas para a descrição no Brasil de documentos arquivísticos, compatíveis
com as normas internacionais em vigor e tem em vista facilitar o acesso e o intercâmbio de informações
em âmbito nacional e internacional - Por fim, o examinador traz a norma que estabelece as diretivas
para a descrição no Brasil. Todos sabemos que a norma nacional que adapta as normas internacionais à
realidade arquivística brasileira é a NOBRADE.

Dessa forma temos: 3-1-4-2.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

As demais alternativas apresentam sequências numéricas que não correspondem ao retratado pela banca.

31. (IADES/ALEGO/Analista Legislativo/2019) A Norma Brasileira de Descrição Arquivística


estabelece 28 elementos de descrição, sendo sete obrigatórios. Assinale a alternativa que indica
um deles.

a) História administrativa
b) História arquivística
c) Código de referência
d) Âmbito e conteúdo
e) Procedência
Comentários:

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A alternativa A está incorreta. História administrativa é um elemento descritivo não obrigatório da


NOBRADE, da área de contextualização.

A alternativa B está incorreta. História arquivística é um elemento descritivo não obrigatório da NOBRADE,
também da área de contextualização.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. A NOBRADE tem 8 áreas de informação e 28


elementos, sendo 7 obrigatórios. São eles: Código de referência, Título, Data, Nível de descrição, Dimensão
e suporte, Nome dos produtores e Condições de acesso.

De todas as alternativas disponíveis, Código de referência é o único elemento obrigatório da NOBRADE.

A alternativa D está incorreta. Âmbito e conteúdo é um elemento descritivo não obrigatório da NOBRADE,
da área de conteúdo e estrutura.

A alternativa E está incorreta. Procedência é um elemento descritivo não obrigatório da NOBRADE,


também da área de contextualização.

32. (ACEP/Pref. Aracati-CE/Técnico Arquivo/2019) A Norma Brasileira de Descrição Arquivística


(NOBRADE) apresenta seis principais níveis de descrição, que são:

a) nível 0 = acervo da entidade custodiadora; nível 1 = fundo ou coleção; nível 2 = seção; nível 3 = série;
nível 4 = dossiê ou processo; nível 5 = item documental.
b) nível 0 = fundo ou coleção; nível 1 = acervo da entidade custodiadora; nível 2 = seção; nível 3 = série;
nível 4 = dossiê ou processo; nível 5 = item documental.
c) nível 0 = acervo da entidade custodiadora; nível 1 = fundo ou coleção; nível 2 = seção; nível 3 = dossiê ou
processo; nível 4 = série; nível 5 = item documental.
d) nível 0 = fundo ou coleção; nível 1 = acervo da entidade custodiadora; nível 2 = seção; nível 3 = dossiê ou
processo; nível 4 = item documental; nível 5 = série.
Comentários:
Não estudamos isso na teoria e por isso é bom trazer esta questão. Pouco provável cair pergunta nessa
linha, porém é bom conhecer.

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Os 6 níveis são exatamente os listados na


alternativa A: nível 0 = acervo da entidade custodiadora; nível 1 = fundo ou coleção; nível 2 = seção; nível 3
= série; nível 4 = dossiê ou processo; nível 5 = item documental.

Veja que, como estudamos, os níveis vão do geral para o particular, ou do maior para o menor (do acervo
ao item).

As demais alternativas apresentam sequência que não representam corretamente os seis principais níveis
de descrição.

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33. (IADES/Hemocentro-DF/Arquivologia/2017) Com base na Norma Geral Internacional de


Descrição Arquivística – ISAD(g), assinale a alternativa que indica elementos de descrição da área
de conteúdo e estrutura.

a) Avaliação, eliminação e temporalidade.


b) História arquivística e procedência.
c) Condições de acesso e idioma.
d) Título e nível de descrição.
e) Existência e localização dos originais ou de cópias.
Comentários:

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A área de conteúdo e estrutura, que tem como
função registrar informação sobre o assunto e a organização da unidade de descrição, é composta pelos
seguintes elementos e respectivas funções:

Âmbito e conteúdo - Fornece aos usuários informações relevantes ou complementares ao Título da


unidade de descrição.

Avaliação, eliminação e temporalidade – Fornece informação sobre qualquer ação relativa à avaliação,
seleção e eliminação.

Incorporações – Informa o usuário sobre acréscimos previstos à unidade de descrição.

Sistema de arranjo – Fornece informação sobre a estrutura interna, ordem e/ou sistema de arranjo da
unidade de descrição.

A alternativa B está incorreta. História arquivística e procedência são elementos da área de


contextualização.

A alternativa C está incorreta. Condições de acesso e idioma são elementos da área de condições de acesso
e de uso.

A alternativa D está incorreta. Título e nível de descrição são elementos da área de identificação. Ambos
obrigatórios.

A alternativa E está incorreta. Existência e localização dos originais ou de cópias são elementos não
obrigatórios da área de fontes relacionadas da ISAD(G).

34. (CEBRASPE/TJ AM/Analista Judiciário Arquivologia/2019) De acordo com as normas nacionais


e internacionais de arquivo, julgue o item subsequente. Considere que a sigla NOBRADE, sempre
que utilizada, refere-se à Norma Brasileira de Descrição Arquivística.

A NOBRADE prevê a existência de oito áreas e de vinte e oito elementos de descrição, o que está
em consonância com as normas internacionais.

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a) Certo
b) Errado

Comentários:

A afirmativa está ERRADA.

A NOBRADE de fato prevê 8 áreas de informação e 28 elementos de descrição, sendo que destes, 7 são
elementos obrigatórios porém, não pode-se dizer que está em total consonância com as normas
internacionais, visto que a ISAD(G) possui 7 áreas de informação e 26 elementos de descrição, sendo que
destes, 6 são elementos obrigatórios. Essa diferença é importante conhecer, pois têm boa probabilidade de
cair em prova.
POLÍTICAS PÚBLICAS DOS ARQUIVOS PERMANENTES - REFERÊNCIA

35. (IADES/Hemocentro DF/Analista Arquivologia/2017) “As atividades culturais que algumas


instituições arquivísticas brasileiras já promovem têm sido principalmente palestras, debates,
lançamento de obras e concursos.” (Bellotto, 2007.)
São consideradas ações culturais e educativas nos arquivos de guarda permanente, EXCETO:

a) Visitação inclusive a locais não abertos aos consulentes.


b) Avaliação de documentos em bases de dados de amplo acesso.
c) Manipulação de documentos dentro dos arquivos pelos visitantes.
d) Organização de exposições nos arquivos com documentos originais.
Comentários:

A alternativa A está incorreta. A visitação, mesmo que a locais não abertos a consulentes, é uma das
atividades culturais típicas promovidas pelas instituições arquivísticas.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. A avaliação de documentos é uma atividade interna
da instituição arquivística e nada tem a ver com as atividades culturais e/ou educacionais promovidas em
seus arquivos permanentes.

A alternativa C está incorreta. A manipulação de documentos dentro dos arquivos pelos visitantes é outra
atividade comum em busca da difusão dos conteúdos do acervos arquivísticos. Um ponto importante aqui
é a dicotomia criada entre a difusão (inclusive e especialmente o manuseio de documentos) e as atividades
de preservação e conservação de documentos que veremos na próxima aula. A primeira pode prejudicar a
segunda caso não seja feita com toda a técnica recomendada!

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A alternativa D está incorreta. A organização e realização de exposições também é atividade


cultural/educativa típica dos arquivos permanentes de variadas instituições arquivísticas.

36. (CEBRASPE/DPU/Arquivista/2016) Acerca de gestão de documentos aplicada aos arquivos


governamentais, julgue o item seguinte.

Difusão é função típica do arquivo intermediário.

a) Certo
b) Errado

Comentários:

A afirmativa está ERRADA.

Vimos que as principais atividades do arquivo permanente são: arranjo, descrição, conservação e
referência (políticas de acesso e uso). A difusão é uma atividade diretamente ligada a atividade de
referência pois trata-se de iniciativas para a divulgação e propagação dos conteúdos custodiados pela
instituição arquivística. Desta forma, a afirmativa está errada pois a difusão é ligada ao arquivo
permanente e não intermediário.

37. (CEBRASPE/DPU/Arquivista/2016) A respeito de ações culturais e educativas e da difusão nos


arquivos permanentes, julgue o próximo item.

A aproximação estudante-documento pode ser abordada por meio de dois ângulos: o contato
direto do estudante com as fontes primárias e a seleção de documentos para o ensino de história.

a) Certo
b) Errado

Comentários:

A afirmativa está CORRETA.

Vimos ao longo da aula que em relação as atividades educacionais, hoje considera-se que o arquivo pode
atuar em dois formatos:

• Contato direto do aluno com a fonte primária documental, ou seja, trazê-lo para dentro da
instituição arquivística.
• Seleção de documentos para pesquisa de acordo com o conteúdo programático escolar. Dessa
vez a relação pode se estabelecer tanto dentro da instituição arquivística como no próprio
ambiente de ensino.

38. (CEBRASPE/DPU/Arquivista/2016) A respeito de ações culturais e educativas e da difusão nos


arquivos permanentes, julgue o próximo item.

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Visitas guiadas, aulas de história no arquivo, realização de concursos são ações de difusão nos
arquivos permanentes.

a) Certo
b) Errado

Comentários:

A afirmativa está CORRETA.


Vimos também ao longo da aula quais são as principais atividades de difusão de arquivos permanentes:

• visitas guiadas
• palestras/aulas
• debates
• lançamentos de obras
• concursos
• patrocínios de:
o simpósios
o congressos
o jornadas
o reuniões

39. (CEBRASPE/DPU/Arquivista/2016) A respeito de ações culturais e educativas e da difusão nos


arquivos permanentes, julgue o próximo item.
Ações culturais, educativas e de difusão são, originariamente, desenvolvidas nos arquivos
correntes.

a) Certo
b) Errado

Comentários:

A afirmativa está ERRADA.


Vimos em relação a este tema que a atividade de difusão de forma genérica, assim como as ações culturais
e educativas é desenvolvida especialmente no arquivo permanente e não no arquivo corrente.

40. (CESGRANRIO/UNIRIO/Assistente de Administração/2016) Alguns documentos têm valor


temporário, e outros têm valor permanente e jamais devem ser eliminados. Esses documentos são
recolhidos a um arquivo conhecido como permanente ou histórico, o qual possui atividades
específicas, dentre as quais se destaca uma, que implica estabelecer uma política de acesso aos
documentos, conhecida como

a) destinação
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b) arranjo
c) referência
d) conservação
e) descrição e publicação
Comentários:

A alternativa A está incorreta. Destinação não é atividade específica do arquivo permanente. Cuidado para
não confundir com descrição em uma leitura rápida.

A alternativa B está incorreta. O arranjo é sim atividade típica do arquivo permanente, porém não é a que
implica em estabelecer uma política de acesso aos documentos.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Referência é justamente o nome pelo qual a
atividade de difusão e promoção do conhecimento do conteúdo e acervo arquivístico é conhecida.

Estamos falando das políticas públicas de difusão (ou atividade de Referência) implementadas pelas
instituições arquivísticas. Dentro delas temos compreendidos os serviços editoriais, de difusão cultural e
de assistência educativa que os arquivos prestam à sociedade de maneira geral.

A referência é atividade típica do arquivo permanente, assim como o arranjo, a descrição e a preservação /
conservação, que veremos na próxima aula.

A alternativa D está incorreta. A conservação é atividade típica do arquivo permanente, porém também
não é a que implica em estabelecer uma política de acesso aos documentos.

A alternativa E está incorreta. A descrição é atividade típica de arquivo permanente, mas não a
responsável pelo estabelecimento de política de acesso aos documentos.

TERMINOLOGIA ARQUIVÍSTICA APLICADA

41. (ACEP/Pref. Aracati-CE/Técnico Arquivo/2019) Terminologia é um conjunto de designações e


conceitos particulares de determinada ciência, arte ou prática. Sobre a terminologia arquivística, a
definição do instrumento de pesquisa no qual são descritos, pormenorizadamente, documentos
previamente selecionados, pertencentes a um ou mais fundos, podendo ser elaborado segundo
um critério temático, cronológico, onomástico ou geográfico é atribuída a qual termo?

a) Repertório.
b) Inventário Analítico.
c) Inventário Sumário.
d) Índice.
Comentários:

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A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Segundo o DBTA esta é exatamente a definição de
repertório.

A alternativa B está incorreta. O inventário é o meio que permite a identificação, localização ou consulta a
documentos ou a informações neles contidas. Não é o instrumento de pesquisa buscado pela banca.

A alternativa C está incorreta. Da mesma forma, não é do inventário sumário que o examinador está
falando.

A alternativa D está incorreta. O índice aponta nomes, lugares ou assuntos em ordem alfabética e remete
o usuário às respectivas notações de localização. Também não é o instrumento buscado pelo examinador.

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GABARITO

1. ERRADA 20. E 39. ERRADA


2. CORRETA 21. C 40. C
3. CORRETA 22. ERRADA 41. A
4. ERRADA 23. A
5. D 24. B
6. CORRETA 25. B
7. E 26. CORRETA
8. B 27. A
9. A 28. B
10. A 29. D
11. A 30. B
12. CORRETA 31. C
13. CORRETA 32. A
14. CORRETA 33. A
15. ERRADA 34. ERRADA
16. B 35. B
17. ERRADA 36. ERRADA
18. A 37. CORRETA
19. B 38. CORRETA

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RESUMO
 Arquivos Permanentes: Conjunto de documentos preservados em caráter definitivo em função de seu
valor.

• Principais atividades: arranjo, descrição, conservação e referência.


• Documentos de valor permanente são inalienáveis e imprescritíveis.
• Guarda definitiva em função de seus valores secundários, que podem ser legais,
probatórios, científicos, históricos, culturais ou informativos.

 Arranjo: sequência de operações intelectuais e físicas que visam à organização dos documentos de um
arquivo ou coleção, de acordo com um plano ou quadro previamente estabelecido.

• Operação intelectual (análise do documento) e material/física (organização dos


documentos).
• Proveniência: não deve ser misturado aos de outras entidades produtoras.
• Organicidade: deve observar a relação natural entre os documentos e entre as atividades da
entidade produtora.
• Respeito a Ordem Original: deve conservar o arranjo dado pela entidade coletiva, pessoa ou
família que o produziu.

 Fundos de arquivo: conjunto de documentos produzidos e/ou acumulados por determinada


entidade pública ou privada, pessoa ou família, no exercício de suas funções e atividades,
guardando entre si relações orgânicas, e que são preservados como prova ou testemunho legal
e/ou cultural, não devendo ser mesclados a documentação de outro conjunto, gerado por outra
instituição, mesmo que este, por qualquer razão, lhe seja afim. Podem ser:

• Abertos: acumulação contínua e sem interrupção ou impedimento.


• Fechados: entidade produtora/acumuladora já encerrou suas atividades ou as teve tão
substancialmente modificadas que justificam um encerramento do fundo e abertura de
outro.

• Dispersão de fundos: ocorre quando se retiram documentos de uma série, ou retiram-se


séries de um fundo ou mesmo fundos inteiros de um arquivo, com o objetivo de compor
séries e fundos de outro arquivo. Ocorre nas situações de:
o Sequestro e confisco de documentos.
o Separação territorial.
o Obediência a determinações superiores.
o Acatamento de determinações legais.
• Reintegração de fundos: recondução de arquivos e/ou documentos ao fundo ou arquivo a
que pertencem.

 Descrição: conjunto de procedimentos que leva em conta os elementos formais e de conteúdo dos
documentos para elaboração de instrumentos de pesquisa.

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 Instrumentos de pesquisa: obras de referência que identificam, resumem e localizam em


diferentes graus e amplitudes, os fundos, as séries documentais e as unidades documentais
existentes em um arquivo permanente.

• Genéricos e globalizantes
o Guia: oferece informações gerais sobre fundos e coleções existentes em um ou mais
arquivos.
• Parciais:
o Inventários: descreve, sumária ou analiticamente, as unidades de arquivamento de
um fundo ou parte dele, cuja apresentação obedece a uma ordenação lógica que
poderá refletir ou não a disposição física dos documentos.
o Catálogos: organizado segundo critérios temáticos, cronológicos, onomásticos ou
toponímicos, reunindo a descrição individualizada de documentos pertencentes a
um ou mais fundos, de forma sumária ou analítica.
o Catálogos Seletivos: catálogo que toma por unidade documentos previamente
selecionados, pertencentes a um ou mais fundos ou arquivos, segundo um critério
temático.
o Índices: Relação sistemática de nomes de pessoas, lugares, assuntos ou datas
contidos em documentos ou em instrumentos de pesquisa, acompanhados das
referências para sua localização.
• Publicação de documentos na íntegra:
o Edição de fontes: publicação de textos de documentos na íntegra.

 Normatização: surge com o intuito de garantir que a descrição documental dos documentos de
arquivo seja consistente, apropriada e intuitiva, faz-se necessário ter algumas regras que a
padronize, ou seja, normas específicas voltadas para este processo.
• ISAD(G): norma geral internacional de descrição arquivística. Estabelece diretrizes gerais
para a preparação de descrições arquivísticas, que tem como objetivo principal identificar e
explicar o contexto e o conteúdo de documentos de arquivo a fim de promover o acesso aos
mesmos.
o 26 elementos que podem ser combinados para constituir a descrição de uma
entidade arquivística (sendo que 6 deles são obrigatórios), Os elementos estão
organizadas em 7 áreas de informação descritiva.
• ISAAR(CPF): norma internacional de registro de autoridade arquivística para entidades
coletivas, pessoas e famílias. Dá diretivas para a preparação de registros de autoridade
arquivística que forneçam descrições de entidades (entidades coletivas, pessoas e famílias)
relacionadas à produção e manutenção de arquivos. promove a preparação de descrições
consistentes, apropriadas e autoexplicativas de entidades coletivas, pessoas e famílias que
produzem documentos.
• ISDIAH: norma internacional para descrição de instituições com acervo arquivístico.
Apresenta regras gerais para a normalização de descrições de instituições com acervos
arquivísticos.
• ISDF: norma internacional para descrição de funções. Dá diretivas para a preparação de
descrições de funções de entidades coletivas associadas à produção e manutenção de
arquivos.

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• NOBRADE: Norma Brasileira de Descrição Arquivística. Seu principal objetivo é adaptar as


normas internacionais de descrição arquivística à realidade brasileira. Estabelece diretivas
para a descrição no Brasil de documentos arquivísticos, compatíveis com as normas
internacionais em vigor ISAD(G) e ISAAR(CPF), e tem em vista facilitar o acesso e o
intercâmbio de informações em âmbito nacional e internacional.
o 8 áreas de informação e 28 elementos, sendo 7 obrigatórios.

 Políticas públicas dos arquivos permanentes (Referência): políticas de difusão implementadas pelas
instituições arquivísticas. Dentro delas temos compreendidos os serviços editoriais, de difusão cultural e
de assistência educativa que os arquivos prestam à sociedade de maneira geral.

 Atividades culturais / educacionais: eventos que trazem para dentro de suas instalações físicas
os mais variados interessados sejam eles os próprios frequentadores (historiadores,
administradores e cidadão interessados) ou, o mais importante, novos públicos como estudantes e
demais cidadãos. As principais atividades são visitas guiadas, palestras, aulas, debates, concursos e
atividades com alunos dentro e fora do arquivo.

 Serviços editoriais: publicações que levam não só à comunidade, mas também à própria
administração e à academia informações sobre o acervo documental, as atividades e os programas
dos arquivos (manuais, monografias, edições de textos ou comemorativas, folders, etc.).

 Terminologia Arquivística: volte à lista da aula e confira as principais definições e os comentários de


acordo com o contexto estudado nesta aula!

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