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Peter Sloterdijk é um dos filósofos mais conhecidos da atualidade, também ativo como
autor de livros e artigos para conceituados jornais e revistas alemães. Ao
lado do colega Rüdiger Safranski, ele apresenta na TV o programa
Das Philosophische Quartett (O quarteto filosófico), onde dá ao público
acesso a temas filosóficos, e filosofa sobre assuntos que movimentam a
opinião pública.
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Eis a entrevista.
Cultura Pop. Na dobra do
óbvio, a emergência de um
mundo complexo O senhor tem um programa de televisão, Das Philosophische Quartett, e
Edição: 545 cada vez mais somos confrontados com a filosofia nos cadernos culturais
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dos jornais e no rádio. Por que essa área do conhecimento anda novamente
tão solicitada?
Revolução 4.0. Novas
fronteiras para a vida e a
educação Não sei se concordo com este seu diagnóstico. Se você pensar no tempo em que autores
Edição: 544
como Albert Camus ou Jean-Paul Sartre estavam vivos e no ápice da sua
Leia mais produtividade – digamos, nas décadas de 1950 e 1960 – nessa época, pode-se afirmar
que a filosofia desempenhava uma função oficial. No momento ela me parece muito,
muito marginalizada. Temos um sistema artístico que floresce com força. Temos uma
cena cultural jovem que tomou dimensões gigantescas, uma cena de cultura de massa.
MAIS LIDOS Na minha percepção, a filosofia só representa aqui um papel decorativo, à margem. É
claro que vez por outra se convidam filósofos, mas geralmente só dentro de uma rubrica
como "extra" ou "o olhar de fora".
Acredito que só faz sentido praticar filosofia hoje reavivando a tradição sofista de poder
participar de qualquer debate. Quer dizer, precisaríamos de mais formação retórica,
Maria Rita Kehl: ‘O pior que precisaríamos reunir nos seres humanos muito mais conhecimento geral de vida, de
pode acontecer é o política, de ciência, de arte. Precisamos voltar a atrair filósofos que sejam decatletas da
incentivo à morte e ao ódio
nos contaminar’ disciplina teórica.
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O senhor também poderia ser conselheiro num tempo de desencanto
político, de esgotamento religioso?
Tudo isso abre uma palheta muito ampla de novas competências. Acho que o espectro
NEWSLETTER das opções profissionais nunca foi tão grande para os filósofos quanto hoje. Eles podem
IHU fazer quase tudo, desde consultoria de gerenciamento até dirigir um banco.
Fique atualizado das Notícias do Mas esse filósofo também precisa saber desenvolver ideias, ou não?
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do IHU
Ele não faz outra coisa. Filósofos são produtores de conceitos, é esse o seu ofício. Eles
vivem numa oficina onde se leva adiante o desenvolvimento de concepções que já
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existem. E essa é a relação interna com a atividade de designer. Pois design jamais
significa inventar algo do zero, mas sim repensar mais uma vez objetos já existentes
Nome
radicalmente – a partir das moléculas, por assim dizer –, de modo que sua aparência
ENVIAR possa se transformar de novo. Embora o princípio da utilização, como tal, pareça ter
chegado ao grau definitivo de desenvolvimento.
" Hoje em dia talvez seja necessário achar conceitos e palavras totalmente
novos. No momento ocorre muita coisa no mundo – catástrofes como a de
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"Filósofos são produtores de conceitos", diz Peter Sloterdijk - Instituto Humanitas Unisinos - IHU 13/02/2021 20'45
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