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Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
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Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
In casu, a adoção do apelante produziu seus efeitos, que não podem ser apagados.
Demais disso, não se pode excepcionar a questão com a revogação, atribuin-
do-se a culpa pela situação experimentada unicamente à "impossibilidade do
legislador prever todas as situações criadas na vida em sociedade". Afinal, o
que normalmente se espera de um ato de adoção, é que todos os filhos do
núcleo familiar sejam criados como irmãos, sem diferenciação em relação a
consanguinidade. Poderíamos afirmar que houve eventual erro de criação, ou
que a questão também se situa no âmbito da casuística? Uma vez que foge à
normalidade do comportamento social esperado, impossível especificar, assim
como inviável se torna o amparo jurídico pretendido.
Logo, o interesse particular não pode prevalecer sobre a função social da lei. criada para
atender o interesse coletivo da sociedade.
Evitar precedente que admita a revogação da adoção realizada na conformidade com as
disposições do Estatuto da Criança e do Adolescente ( LGL 1990\37 ) , torna-se medida
imperativa.
Nessa ordem de ideias, agiu com escorreito acerto a magistrada ao reconhecer a
impossibilidade jurídica do pedido, que encontra impedimento na legislação que rege a
matéria.
Ante ao exposto, pelo meu voto se nega provimento ao recurso.
JOSÉ PERCIVAL ALBANO NOGUEIRA JÚNIOR, relator.
Art. 5.º da LICC ( LGL 1942\3 ) : "Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a
que ela se dirige e às exigências do bem comum".
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