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Doenças do TGI

Superior
PROFA ALANE BEZERRA
ALANE.BEZERRA@PROFESSOR.UNIFAMETRO.EDU.BR
DOENÇAS DO ❖ GASTRITE
ESTÔMAGO ❖ ÚLCERA PÉPTICA
INFLAMAÇÃO DA
GASTRITE MUCOSA DO
ESTÔMAGO
GASTRITE

- SIMPLES (ingestão de
Gastrite aguda álcool, drogas e
enfermidades infecciosas.

- CORROSIVA (ingestão
de ácido ou álcali).
Rápido início da
inflamação e - TÓXICA (salicilatos,
dos sintomas. barbitúricos).
GASTRITE

Gastrite crônica - SUPERFICIAL (desconforto


epigástrico, anorexia, pirose,
empachamento).
- ATRÓFICA (indisposição
Pode ocorrer durante gástrica, hematêmese e pode
meses ou décadas, haver dor ou não).
com redução e
exacerbação dos - HIPERTRÓFICA (dispepsia, pirose,
sintomas. hipoalbuminemia, edema,
hipersecreção gástrica).
TERAPIA NUTRICIONAL

o Objetivos:
o Recuperar o estado nutricional.
o Favorecer o trabalho gástrico, reduzindo a secreção
gástrica e evitando o progresso das lesões e a hemorragia.
o Promover esvaziamento adequado do estômago para
regeneração do revestimento mucoso.
o Evitar ou minimizar os efeitos colaterais e as interações.
o Proporcionar hidratação adequada do paciente.
TERAPIA NUTRICIONAL

GASTRITE AGUDA
SIMPLES E
DIETA
AGUDA ZERO
CORROSIVA
TERAPIA NUTRICIONAL

Gastrite aguda Gastrite crônica


VET 20-25 Kcal/kg/dia – 20-25 Kcal/kg/dia –
emagrecimento emagrecimento
25-30 Kcal/kg/dia – manutenção 25-30 Kcal/kg/dia – manutenção
30-35 Kcal/kg/dia – recuperação 30-35 Kcal/kg/dia – recuperação
Carboidratos Normo-hipoglicídica Normoglicídica, ↓ dissacarídeos

Proteínas Normo-Hiperproteica: 0,8-1,2g/kg Normo-Hiperproteica: 0,8-1,4g/kg

Lipídios Normo a hipolipídica Normolipídica, ↓ saturados

Vitaminas e Minerais DRIs


TERAPIA NUTRICIONAL

Gastrite aguda Gastrite crônica


Purinas Sem caldos concentrados

Consistência Líquida completa a pastosa* Pastosa a branda*

Fracionamento/Volume Aumentado/Diminuído Normal/Normal

Alimentos flatulentos, Isenta


ricos em enxofre ou de
difícil digestibilidade
RESULTA DA
DESESTRUTURAÇÃO DOS
MECANISMOS DE
ÚLCERA REPARO E DEFESA

PÉPTICA NORMAIS DA MUCOSA.


ÚLCERA PÉPTICA
- AGUDA OU CRÔNICA / Helicobacter pylori

Porção do TGI (antro do estômago, duodeno e esôfago)

Complicações: perfuração, hemorragia, infecção,


divertículos e obstrução pilórica.

Úlcera gástrica: alimentação pode causar dor;


Úlcera duodenal: alimentação alivia a dor;
ÚLCERA PÉPTICA

o CAUSAS PRIMÁRIAS:
- Infecções de H. pylori, uso de
aspirina e de outros AINEs;
- Estresse ou Uso excessivo de
álcool ou de TABACO: agrava
a úlcera.

Diminui a secreção de bicarbonato, o


fluxo do sangue da mucosa, aumenta
a inflamação e a secreção ácida,
reduz efetividade dos fármacos.
TERAPIA NUTRICIONAL

 Objetivos:
 Recuperar e proteger a mucosa gastrintestinal
 Facilitar a digestão
 Aliviar a dor
 Recuperar/manter o estado nutricional
 Promover repouso fisiológico do estômago
TERAPIA NUTRICIONAL
Fase aguda Fase de recuperação Fase pós-ulcerosa

Carboidratos Normoglicídica, ↓ dissacarídeos/ 50-60% do VET


Proteínas Normo a Hiperproteica: 1- Normo a Hiperproteica: 1- Normoproteica
1,2g/kg 1,5g/kg
Lipídios Normolipídica, ↓ saturado 25-30% do VET
Líquidos Normal a Hiper: 1-1,5ml/kcal
Consistência Líquida completa-pastosa Branda-normal Normal
Fracionamento Aumentado/ Diminuído Normal/Normal Normal/ Normal
/ Volume
Temperatura Evitar alimentos muito quentes (↑ a secreção ácida)
Purinas Isenta (excitantes da mucosa GTI, ↑ a secreção ácida e provoca dispepsia)
TERAPIA NUTRICIONAL

Vitamina C Resposta imunológica e cicatrização. ↑ absorção de Fe não heme.


Tiamina Metabolismo de CHO, função neural e na digestão.

Folato Maturação normal de hemácias e funcionamento normal do TGI.


B12 Liberada após a digestão das proteínas (pepsina) no alimento
Ferro Formação de hemoglobina. Anemia!!!
Zinco Sistema imunitário, como resposta ao estresse oxidativo, e cicatrização.
Selênio Reduzir complicações infecciosas e melhorar a cicatrização.
Magnésio Necessário para liberação e utilização de energia e afeta metabolismo do K,
Ca e vit D.
TERAPIA NUTRICIONAL
Danos à barreira
Refrigerante à
mucosa gástrica: Alimentos muito
base de cola¹,
¹Aumentam a quentes¹,³
nicotina4
secreção
gástrica;
² Causam
irritação a
Infusos Condimentos
mucosa gástrica,
concentrados¹,2 picantes1,2
dispepsia,
eritema e lesão
gástrica;
³ Reduz o tempo
Pimenta
de esvaziamento Bebidas
vermelha e
gástrico. alcoólica1
4 Diminui a PEEI
páprica¹,²
TERAPIA NUTRICIONAL
Danos à barreira Distensão
Caldos excessiva do
mucosa gástrica:
concentrados estômago ou
¹Aumentam a em purina¹,²
secreção duodeno³
gástrica;
² Causam
irritação a
Pimenta chilli e Alimentos ricos
mucosa gástrica,
mostarda² em gordura³
dispepsia,
eritema e lesão
gástrica;
³ Reduz o tempo
de esvaziamento Carboidratos
Pimenta preta¹,²
gástrico. concentrados³
4 Diminui a PEEI
TERAPIA NUTRICIONAL

 Respeitar a tolerância do paciente quanto às frutas ácidas:


observar dispepsia!
 Evitar: bebidas alcoólicas (cerveja, vinho*), café (reduz a pressão
do EEI; descafeinado aumenta também o HCl), chocolate
(xantinas), chá verde, refrigerantes a base de cola (aumento do
HCl), bebidas carbonadas (distensão abdominal), cigarro, pimenta
vermelha (capsaicina), pimenta preta (?), alimentos flatulentos e
ricos em enxofre.
Grupos de alimentos Alimentos permitidos Alimentos controlados Alimentos proibidos
Laticínios Leite, queijos magros, Queijos gordos -
iogurte, leite fermentado (mascarpone, cream
cheese, gorgonzola)
Oleaginosas Linhaça, castanha do - -
pará, nozes
Óleos e Azeites Óleos vegetais, azeite de - Frituras
oliva
Frutas Maçã, mamão, melão, Laranja, abacaxi, acerola, Limão
banana maracujá
Hortaliças Folhosas verde-escuras, Brócolis, couve-flor, Pimentas (preta, do reino,
cenoura, beterraba, repolho, pepino, cebola, malagueta, chili)
vagem, espinafre, couve, pimentão
rabanete, abobrinha, alho-
poró
Leguminosas Caldo de feijão, lentilha, Feijão -
soja, grão-de-bico
Carnes Magras (bovina, suína, Carnes gordas, vísceras e -
frango, peixes) embutidos
Grupos de alimentos Alimentos permitidos Alimentos controlados Alimentos proibidos
Doces - Doces concentrados Chocolate
Bebidas Sucos naturais Sucos de frutas ácidas Café, Chá-mate, Chá
preto, bebidas
gaseificadas (sabor cola).
Outros - Temperos industrializados, Mostarda em grãos
condimentos (ketchup,
maionese, mostarda)
TERAPIA NUTRICIONAL

 Procurar fazer refeições em ambiente tranquilo, comendo


devagar e mastigando bem os alimentos.
 Preferir: alimentos ricos em fibras (age como tampão, reduz a
concentração de ácidos no estômago e diminui o tempo de
trânsito intestinal).
 Probióticos (Lactobacilos): tratamento e/ou prevenção da
colonização da H. pylori.
 Mirtilo: capaz de erradicar a H. pylori.
 Açafrão: capaz de inibir a adesão da H. pylori ao estômago.
TERAPIA NUTRICIONAL

 Verificar estado nutricional de vitamina B12, ferro e cálcio


 Alimentos ricos em proteínas estimulam a secreção de
gastrina, ácido e pepsina
 O ph do alimento tem pouca importância terapêutica,
exceto para pacientes com lesões na boca ou no
esôfago.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 MUSSOI, T. D. Nutrição: Guia Prático. 1ª edição. Rio de


Janeiro, Editora Guanabara Koogan, p. 207-210, 2017.
 OLIVEIRA, A. M.; SILVA, F. M. Dietoterapia nas doenças do
adulto. 1ª edição. Rio de Janeiro, Editora Rubio, p. 115-
118, 2018.
 ROSS, A. C. Nutrição Moderna na Saúde e na Doença. 11ª
edição. Barueri, Editora Manole, p. 1022-1053, 2016.

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