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CBA RI

Finanças Internacionais
Apresentação

• Objetivos
– Fornecer uma visão do ambiente financeiro internacional
– Discutir as particularidades da Gestão Financeira Internacional
– Apresentar intrumentos de Gestão Financeira Fnternacional

• Avaliação
– Três testes (descarta a pior nota) – 30%
– Uma prova final – 70%

• Bibliografia
– Eiteman, Stonehill e Moffett – Administração Financeira
Internacional
O Ambiente Financeiro Internacional
O Mercado de Câmbio
Introdução aos Derivativos Financeiros
Hedge Cambial
Custo e Estrutura de Capital
Orçamento de Capital
A Atuação Internacional

• A Empresa Multinacional
– Possui operações em diversos países do mundo
– O controle pode pertencer a acionistas em diversos países do
mundo
– Buscam vantagens competitivas específicas nos diferentes
mercados: mão-de-obra, impostos, logística etc.

• Finanças Internacionais
– Não tratam apenas da gestão financeira de empresas
multinacionais
– Empresas locais expostas a transações internacionais:
importação/exportação, remessa de lucros, questões legais etc.
Por que estudar Finanças Internacionais?

• Riscos Específicos
– Risco cambial
– Risco político

• Imperfeições de Mercado

• Ampliação da Fronteira de Oportunidades


Riscos

• Risco Cambial
– Associado a variações na taxa de câmbio
– Impacto no valor dos ativos, passivos, receitas, capital de giro
• Risco Político
– Associado a instabilidade política
– Macrorisco Político: associado a um país ou região específicos;
afetam todas as firmas multinacionais que atual no país/região
• Expropriação – definição do preço justo
• Barreiras à entrada/saída de capitais
• Disputas étnicas (social, tribal, religiosa)
– Microrisco político: afeta uma firma ou segmento específicos
• Conflito de interesses
• Corrupção (www.transparency.org)
Microrisco Político

Fonte: www.transparency.org
Imperfeições de Mercado

• São barreiras que impedem a livre movimentação de


bens, serviços e capitais entre os países

• Vantagens tributárias

• Barreiras comerciais

• Impedimentos legais (societários)


Ampliação da Fronteira de Oportunidades

• Economias de escala

• Aumento de eficiência

• Diversificação do risco

• Vantagens comparativas
Teoria das Vantagens Comparativas (D. Ricardo)
País A País B Total
Alocação dos fatores de produção
Alimentos 40.000 40.000 80.000
Tecidos 20.000 20.000 40.000
Produção por unidade de entrada
Alimentos 5 Kg/un. 15 Kg/un.
Tecidos 3 m/un. 4 m/un.
Produção total
Alimentos 200.000 600.000 800.000
Tecidos 60.000 80.000 140.000
Consumo
Alimentos 200.000 600.000 800.000
Tecido 60.000 80.000 140.000
Teoria das Vantagens Comparativas (D. Ricardo)

Custo de Oportunidade País A País B

Alimentos 0,60 m/Kg 0,27 m/Kg


Tecidos 1,67 Kg/m 3,75 m/Kg

Vantagem comparativa

• Na ausência de restrições ou impedimentos ao comércio, A deve se


especializar na produção de tecidos e B na produção de alimentos
• Suponha que A desloque 20.000 unidades de produção para a
produção de tecidos e B deloque 10.000 unidades para a produção
de alimentos
• Suponha também que A e B concordem em trocar 2,50 Kg de
alimentos por 1m de tecido
Teoria das Vantagens Comparativas (D. Ricardo)
País A País B Total
Alocação dos fatores de produção
Alimentos 20.000 50.000 70.000
Tecidos 40.000 10.000 50.000
Produção por unidade de entrada
Alimentos 5 Kg/un. 15 Kg/un.
Tecidos 3 m/un. 4 m/un.
Produção total
Alimentos 100.000 750.000 850.000
Tecidos 120.000 40.000 160.000
Consumo
Alimentos 225.000 625.000 850.000
Tecido 70.000 90.000 160.000
Breve história do Sistema Monetário Internacional

• Padrão ouro – de 1870 até o início da Primeira Guerra


– A emissão de papel-moeda pelos bancos centrais era lastreada
por suas reservas de ouro
– Havia livre convertibilidade entre papel-moeda e ouro
– O comércio de ouro era livre entre os países e entre os cidadãos
– Cada país definia a taxa de conversão de sua moeda em ouro
– As taxas de câmbio eram definidas a partir desta taxa de
conversão

US$ 1  10 oz de ouro
£ 1 = 25/10 US$
£ 1  25 oz de ouro
Breve história do Sistema Monetário Internacional

• Padrão ouro – de 1870 até o início da Primeira Guerra


– Desequilíbrios nas taxas de câmbio eram automaticamente
corrigidos através do fluxo de ouro

£ 5/oz Fr 2/1 £ Fr 10/oz

Fr 1,8/1 £

£ 1.000 Fr 1.800

£ 1.000 - 200 oz 200 oz – Fr 2.000


Breve história do Sistema Monetário Internacional

• Período entre Guerras – 1915 a 1944


– Fim do padrão ouro com o início da Primeira Guerra
– Fim da livre convertibilidade entre papel-moeda e ouro
– Restrições à exportação de ouro
– Flutuação das taxas de câmbio, desequilíbrio da balança de
pagamentos e atuação de especuladores
– A Grande Depressão (1929) com redução signicativa do
comércio mundial
– Introdução do padrão ouro modificado em 1934
– Após a Segunda Guerra, o dólar surge como moeda dominante
substituindo o ouro como padrão de conversão
Breve história do Sistema Monetário Internacional

• O Acordo de Bretton Woods - 1944


– Criação do FMI e do BIRD (Banco Mundial)
– Adoção do dólar como padrão mundial
– Limitação das flutuações cambiais
• Câmbio Fixo – 1945 a 1973
– Durante o período de reconstrução, nas décadas de 1950 e
1960, o sistema funcionou bem
– A grande demanda por dólares forçava déficits em conta-
corrente sucessivos nos EUA – Paradoxo de Triffin
– Os EUA abandonam o sistema de conversão em 1973
• Câmbio Livre – 1973 aos dias atuais
Principais regimes cambiais
Regime Descrição
• A moeda de um outro país circula livremente como único meio
Exchange Arrangements with No
de troca
Separate Legal Tender
• O país é membro de um bloco econômico ou monetário que
utiliza uma moeda comum (Euro)
• Conversão livre da moeda local para outra moeda de referência
(geralmente US$)
Currency Board
• Restrições à política monetária
• Ex.: Argentina
• A taxa de câmbio da moeda local é fixa em relação à moeda de
Câmbio fixo referência
• Ex.: China
• A taxa de câmbio da moeda pode variar dentro de uma faixa em
Câmbio fixo em bandas
relação à moeda de referência
horizontais (pegged rate within
• Ex.: Brasil em janeiro de 1999
horizontal bands)
Principais regimes cambiais
Regime Descrição
• A taxa de câmbio da moeda local é ajustada periodicamente em
Crawling peg pequenas quantidades em relação à moeda de referência
• Ex.: Brasil de 1994 a janeiro de 1999
• A moeda local pode flutuar livremente, ao redor de uma
pequena faixa, em relação à moeda de referência
Exchange rates within crawling
• A faixa de variação é ajustada periodicamente em valores pré-
bands
determinados ou em resposta a variações de indicadores
conhecidos
• A autoridade monetária intervem ativamente no mercado de
Câmbio administrado sem
câmbio sem anunciar a tendência desejada
tendência pré-anunciada

• A taxa de câmbio é determinada pelo mercado


Câmbio livre • A autoridade monetária atua para reduzir flutuações indesejadas
• Ex.: Países desenvolvidos, Brasil

Fonte: site do FMI (http://www.imf.org/external/np/mfd/er/2004/eng/0604.htm) consultado em 8/11/2010


Ataques especulativos

• São apostas sistemáticas contra uma determinada


moeda

• Funcionam bem principalmente contra economias


fracas, com déficits externos e câmbio fixo ou controlado

• As concequências de um ataque especulativo bem


sucedido são catastróficas: queda significativa das
reservas externas, “calote” da dívida pública, alta das
taxas de juros, falta de financiamento externos entre
outras
Como funciona um ataque especulativo
1 – Escolha um alvo (país)

2 – Divulgue suas vulnerabilidades


6 – Caia fora!

5 – Espere a bomba explodir 3 – Alavanque-se contra a moeda local

4 – Provoque o “efeito manada”


Como funciona um ataque especulativo
1. Escolha um alvo (país)
• É necessário que a economia apresente vulnerabilidades (déficits em cc, baixo
nível de reservas em moeda forte etc.)
• É importante que apresente grande volume de remessas para o exterior (juros,
dividendos), o que implica uma grande dívida externa ou um grande volume de
investimento externo
• É desejável que o câmbio seja fixo ou administrado

2. Divulgue suas vulnerabilidades


• É necessário criar um clima de desconfiança, principalmentre para os credores e
investidores
• Mesmo que essas fraquezas já existam há muito tempo
• É importante mostrar que o alvo é a “bola da vez”
Como funciona um ataque especulativo
3. Alavanque-se contra a moeda local
• Alavancar significa utilizar recursos de terceiros ao invés de recursos próprios
para montar uma posição
• Por exemplo, se você quiser apostar contra o drham emirati, você toma um
empréstimo denominado em dhrams em um banco local e compra uma moeda
forte (o dolar, por exemplo) a vista
• Com a entrada em cena dos derivativos, você simplesmente realiza uma
operação a termo contra a moeda local (mais sobre esse assunto mais adiante)

4. Provoque o “efeito manada”


• Tente trazer outros investidores com você – quanto mais investidores assumirem
a mesma posição, melhor
• Ao mesmo tempo, reforce a sua posição contra a moeda local
• A inveja é uma arma poderosa – ninguém vai querer que você ganhe sozinho!
Como funciona um ataque especulativo
5. Espere a bomba explodir
• Tentando defender a sua moeda, a autoridade monetária local tomará uma
posição contrária à sua, possivelmente aumentando as taxas de juros locais e/ou
vendendo as suas reservas
• No entanto, as reservas cambiais do país não durarão para sempreX
• Neste momento, mesmo aqueles que acreditavam na moeda local tentarão
desesperadamente reverter suas posições, aumentando mais ainda a pressão
• Não se esqueça de deixar o seu advogado de sobreavisoX

6. Caia fora!
• Quando as reservas acabarem ou o FMI entrar em cena, é hora de pensar em
sair
• Não tenha muita pressa, porém – até que algo seja feito, muita aguá irá rolarX
• Neste momento, provavelmente o país-alvo alterará o seu regime cambial ou
receberá algum socorro do FMI, o que apenas aumentará a sua agonia
• Reverta as suas posições e saia de férias
• Ah! Mantenha o seu advogado de sobreaviso!
Alguns exemplos recentes – Crise da Ásia

• Rápido desenvolvimento da região a partir da década de


1990
• Bancos e empresas tinham acesso a crédito farto em
US$, ¥ e €, causando uma bolha de crédito e
consequente valorização das moedas locais, como o
baht tailandês
• A entrada de divisas somada ao câmbio fixo, provocou
uma apreciação na taxa real de câmbio e déficits
nominais em conta-corrente
• Consequências: rápida diminuição das reservas
cambiais, desvalorização do baht e rápido contágio na
região e na AL
Alguns exemplos recentes – Crise da Rússia

• Alto endividamento tanto por parte do governo como das


empresas privadas
• Falta de investimentos
• Com a crise da Ásia, houve um forte declínio nos preços
das commodities, carro-chefe das exportações russas
• Reversão do superavit em deficit
• A Russia adotava câmbio fixo em bandas
• Medo de uma desvalorização da moeda chinesa e
consequente redução nas exportações russas
• Redução das reservas cambiais e consequente
flutuação do rublo
Alguns exemplos recentes – Crise da Brasileira

• Câmbio administrado
• Política de combate à inflação através de juros altos
• Capital estrangeiro especulativo
• Deficit em conta corrente
• Em janeiro de 1999, após forte ataque ao real, o
governo muda o regime cambial para o de “bandas
exógenas”
• Após a taxa de câmbio colar na banda superior, o
governo finalmente adota o regime de câmbio flutuante
juntamente com um aumento da taxa básica de juros
para tentar restringir a saída de dólares
O Ambiente Financeiro Internacional
O Mercado de Câmbio
Introdução aos Derivativos Financeiros
Hedge Cambial
Custo e Estrutura de Capital
Orçamento de Capital
Fatores determinantes da taxa de câmbio

• Abordagem do Balanço de Pagamentos

• Condições de Paridade
Balanço de Pagamentos

• É o registro de todas as operações que envolvem


remessa e recebimentos de divisas

• É dividido em 4 grandes grupos


− Transações Correntes – são registradas as exportações e
importações de bens e serviços e as transferências unilaterais
− Conta de Capital e Financeira – são registradas as operações
financeiras e de investimento
− Erros e Omissões – este grupo registra, de forma indireta,
transações não informadas ou classificadas erradamente
Balanço de Pagamentos – janeiro a maio de 2010
(US$ bilhões)
Transações Correntes -18,7
Balança Comercial 5,6
Exportações 72,1
Importações 66,5
Serviços e Rendas -25,8
Exportações 15,1
Importações -41,0
Transferências Unilaterais 1,5
Conta de Capital e Financeira 34,4
Capital 0,4
Investimento Direto 3,5
Brasileiro -7,9
Estrangeiro 11,4
Investimento em Carteira 19,8
Outros Investimentos 10,8
Erros e Omissões -1,5
Resultado 14,2
Taxa de câmbio e Balanço de Pagamentos

• O resultado do Balanço de Pagamentos representa o


superávit (déficit) das transações internacionais

• O superávit (déficit) é acrescentado (subtraído) das


reservas do país

• Déficits recorrentes representam consumo de reservas


Taxa de câmbio e Balanço de Pagamentos
• Equação básica

     
  
 

− FXB – Variação das reservas cambiais


− X – Exportações
− I – Importações
− CI – Entrada de capitais
− CO – Saída de capitais
− FI – Entrada de investimentos
− FO – Saída de investimentos
Taxa de câmbio e Balanço de Pagamentos
• Câmbio fixo
− Com a taxa de câmbio fixada, o resultado da balança de
pagamentos é compensada pelas variações nas reservas em
moeda estrangeira
− Déficits recorrentes forçam uma diminuição das reservas e,
consequentemente, colocam pressão na taxa de câmbio
• Câmbio livre
− Os movimentos de compra e venda de moeda farão a taxa de
câmbio variar, fazendo com que a equação anterior se ajuste
automaticamente
Taxa de câmbio e condições de paridade
• São condições que relacionam taxas de câmbio (spot e
futuras) e taxas de juros de duas moedas

• Supõem ausência de custos de transação

• Taxas de câmbio/juros for a dos valores de paridade


indicam possibilidade de arbitragem
Taxa de câmbio e condições de paridade
• Contratos futuros
− Contratos firmados entre duas partes, onde uma das partes
promete vender e a outra promete comprar um determinado
ativo por um preço pré-definido em uma data pré-definida

• Exemplo:
− O contrato futuro de dólar americano, com vencimento em
fevereiro de 2011, fechou hoje (3/12) cotado a R$1.699,000 por
U$1.000
Taxa de câmbio e condições de paridade
Taxa de câmbio e condições de paridade
• Covered Interest Arbitrage (CIA)
1. Toma emprestado em moeda local
2. Converte para moeda estrangeira
3. Aplica moeda estrangeira e vende contrato futuro
4. No vencimento entrega moeda estrangeira + rendimentos e
recebe taxa futura
5. Paga empréstimo em moeda local
• Condições de equilíbrio

1   /

1   /
Taxa de câmbio e condições de paridade

SR$/US$ = 1,70
R$ 1.700.000 US$ 1.000.000

iUS$ = 0,5% aa

R$ 1.743.953

FR$/US$ = 1,728
R$ 1.730.157 US$ 1.001.248
Outras teorias para a formação da taxa de câmbio
• Paridade do Poder de Compra (PPP)
− Ausência de custos de transação
− Lei do Preço Único é válida

• Bens idênticos devem ter o mesmo preço,


independentemente de onde estão sendo negociados



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