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1 – O que é exigido pelos indutivistas para que se possa passar das afirmações singulares às
afirmações universais?
São exigidas três condições básicas para que se possa generalizar as afirmações singulares, sob
a perspectiva indutivistas:
Deduções logicamente válidas são aquelas que levam a uma conclusão logicamente verdadeira
derivadas de premissas verdadeiras ou não. Como exemplo, temos as frases abaixo:
No exemplo acima, a afirmação III respeita as afirmações I e II, pois, se todo livro de filosofia é
chato e este é um livro de filosofia, logicamente ele também é chato. Logo, é considerada uma
dedução logicamente válida. Isso não diz respeito à veracidade das afirmações I e II, mas diz
respeito tão somente à lógica da conclusão derivada dessas afirmações. Portanto, é possível que
haja uma dedução logicamente válida a partir de premissas verdadeiras e a partir premissas de
falsas.
Objetividade, sob a perspectiva do indutivismo, vem do fato de que ele deriva da observação e
do raciocínio indutivo, que são objetivos. Ou seja, as proposições observadas podem ser
averiguadas por qualquer observador, visto que não dependem do gosto, da opinião e da
vontade do observador inicial. Da mesma forma, as derivações a partir das proposições de
observação também são objetivas, visto que uma determinada afirmação atende ou não as
proposições, independentemente de qualquer questão subjetiva.
Subjetividade, por sua vez, seria o oposto. Ou seja, levar em conta fatores subjetivos, que
dependem do desejo, do sentimento, ou de características pessoais do observador para chegar
a uma proposição.
As conjecturas especulativas são inferências que servem de base para as teorias científicas. Sob
a perspectiva falsificacionista, elas têm papel fundamental na expansão do conhecimento
científico, tendo em vista que, quanto maior for a quantidade de teorias conjecturadas
confrontadas à realidade, e quanto mais especulativas elas forem, maiores serão as
possibilidades de se obter avanços relevantes na ciência. Caso elas se provem falsas, serão
prontamente eliminadas por testes e observações, não apresentando risco à produção do
conhecimento científico.
O falsificacionista sabe que não é possível chegar a leis universais a partir de observações
singulares. Entretanto, ele as utiliza como premissas para chegar à falsidade de leis e teorias
universais. Por exemplo, se for possível demonstrar, sem dúvida alguma, que um raio de luz
passando próximo ao sol é desviado num percurso encurvado, pode-se concluir que a luz não
necessariamente viaja em linha reta. Ou seja, pode-se utilizar observações singulares para
demonstrar a falsidade de afirmações universais.
4 – Qual a diferença entre afirmar que a ciência começa com problemas ou que ela começa
com a observação?
Ao afirmar que a ciência começa com problemas, os falsificacionistas desejam mostrar que o
progresso científico é obtido a partir de problemas associados à dificuldade de explicar
determinados aspectos do universo. Ou seja, a partir de um problema, cientistas propõem
hipóteses falsificáveis como soluções. Tais hipóteses são então analisadas e criticadas, algumas
são eliminadas, outras permanecem. Caso nenhuma funcione, o problema é novamente
analisado para que sejam feitas novas conjecturas a fim de solucioná-lo.
A afirmativa de que a ciência começa com a observação, por sua vez, é a defendida pelos
inducionistas. Nela, acredita-se que é preciso realizar uma série de observações para que se
possa inferir uma conclusão lógica.
É possível confundir as duas visões, visto que pode-se questionar se os problemas a partir dos
quais as hipóteses são feitas não seriam eles mesmos observações. Entretanto, as visões são
distintas, pois as observações do primeiro caso são problemáticas sob a perspectiva de alguma
teoria, enquanto que no segundo as afirmações derivam das observações.