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Resumo

Marcia Tiburi aborda em seu texto “Potência de pensamento: por uma filosofia
política da leitura” publicado em 2016, o papel essencial do livro na construção da
subjetividade e senso crítico do indivíduo em uma sociedade onde ocorre uma
desvalorização da leitura. Inicialmente, ela diferencia ignorância filosófica de
ignorância prepotente em relação ao poder dos livros, onde a primeira permite a
busca pelo conhecimento e a segunda, ao invalidar o desejo por ele, transforma
respostas prontas em verdades. Nesse contexto, a autora apresenta a educação
como responsável por converter ignorância em conhecimento e argumenta que os
meios mais acessíveis para o conhecimento são os livros.

Em seguida, Tiburi mostra a ignorância relacionada a questão política e ressalta o


papel do livro na formação da sociedade democrática devido sua importante função
de transmitir conhecimentos e informações. E considera que o clima de
embrutecimento vivenciado na sociedade é provocado pela ausência de
pensamento reflexivo, que se relaciona com os meios de comunicação por esses
fornecerem informações sem incentivar a reflexão, associando também essa
questão na vida das pessoas com a falta de diálogo, acreditando, assim, ser
essencial instituir uma cultura de compreensão. À vista disso, a filósofa apresenta a
experiência de ler como a responsável por ensinar as pessoas a interpretarem e
levantarem questionamentos que auxiliam no diálogo, salientando que a leitura de
um livro pode ser o começo do ato de pensar.

Segundo a autora, o livro também é um meio de comunicação que protege a cultura


conectando pessoas e épocas, e ela descreve os meios de comunicação como
instrumentos de subjetivação. Logo, os livros atingem a percepção e moldam a
subjetividade do indivíduo. E se apresentam como um conceito capaz de se adequar
a uma nova realidade podendo ser realizado de diferentes maneiras, como na forma
de e-book. Desse modo, um livro sempre estimula o ato de pensar, pois é um objeto
de contemplação. A autora explica que a leitura de um texto permite a criação de
outro, mesmo que seja feito apenas com pensamentos, dessa maneira, defende que
a leitura desenvolve uma relação que é sempre “intersubjetiva”. Diante dessas
afirmações, a escritora finaliza, defendendo a importância do livro ao expor como a
experiência dele proporciona a oportunidade de transformar o sentido de si próprio.

Texto disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/potencia-de-pensamento-


por-uma-filosofia-politica-da-leitura/.

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