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financeiro

Hedge como proteção de riscos


GLOBAL FINANCIAL MANAGEMENT - BUS510 - 2.3
Hedge como proteção de riscos financeiro • 2/13

Hedge como proteção de riscos financeiro


Conteúdo organizado por Daniela Doms em 2018 do livro Handbook of Key
Global Financial Markets, Institutions and Infrastructure, publicado em 2013
por Gerard Caprio Jr. Revisão 2021

Objetivos de Aprendizagem
• Entender as operações de hedge como forma de proteção de riscos
financeiros.

Introdução
As operações de hede se configuram como uma espécie de seguro contra eventuais
perdas e riscos nos investimentos, estas operações são realizadas no mercado futuro e
protegem os investimentos das variações de preços no mercado, através de contratos
de compra e venda de ativos negociados numa data futura, com preço previamente
fixado.
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Hedge como proteção de riscos financeiros

Por meio de operações de compra e venda, as operações de hedge contribuem para


reduzir os riscos de determinados ativos, protegendo os investimentos das variações
que ocorrem nas cotações de mercado. Para Silva Neto (1998, p.28) o hedge é:
(…) uma operação realizada no mercado de derivativos com o objetivo
de proteção quanto à possibilidade de oscilação de um preço, taxa ou
índice. Por meio do hedge, a empresa se vê livre de um risco inerente a sua
atividade econômica principal. O hedger abre mão de possíveis ganhos
futuros para não incorrer em perdas futuras.

Hedgers são os usuários destas operações que ocorrem no mercado futuro, no qual
ocorre um compromisso de compra e venda de determinados ativos em uma data
futura, na qual o preço do ativo negociado é previamente fixado, denominado de
preço futuro. Assaf Neto (2007, p. 249) explica que:
(…) o investidor da ação aposta na elevação de sua cotação no mercado,
adquirindo hoje para a entrega futura por um preço acordado previamente.
O vendedor, por outro lado, acredita na possibilidade de compra da ação
no futuro a um preço inferior, o que permitiria realizar um lucro. Nas
operações de futuro, há um compromisso, formalizado em contrato, de se
comprar ou vender em certa data futura. No mercado à vista, ao contrário,
ocorre a negociação efetiva do bem. Em geral, as operações a futuro são
liquidadas em dinheiro, sem a entrega física do bem negociado, pagando-
se (ou recebendo) a diferença entre o valor fixado de compra e o de venda.

As operações de hedge podem ser entendidas, então, como uma forma de proteção
no mercado futuro de ações, no sentido de uma espécie de resguardo diante das
variações dos preços dos papéis, desta maneira, se há uma perda em decorrência da
queda do preço de uma ação no mercado à vista, esta perda pode ser compensada
no mercado futuro. Se, por exemplo, uma ação é cotada a $ 15,00 no mercado à
vista, e o seu preço no mercado futuro é de $ 15,50, o investidor prevendo que o
seu preço à vista vai cair, poderá vendê-la através de uma contrato futuro, buscando
evitar as perdas do mercado à vista, compensando-a no mercado futuro.
O hedge é, portanto, uma estratégia de proteção contra as possíveis perdas de um
investimento, assegurando que o valor de uma dívida será pago no futuro. Existem
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diversos riscos financeiros que podem ser protegidos através desta estratégia, por
exemplo:

• Risco de Commodities
• Risco de Créditos
• Risco de Câmbio
• Risco de Taxa de Juros
• Risco Patrimonial
• Risco de Volatilidade
• Risco de Volume

Embora a estratégia de hedge contribua para reduzir riscos e eventuais perdas, ela
também custa dinheiro e pode reduzir as chances de recompensa do investidor,
portanto, é necessário que haja um planejamento minucioso nestas operações.
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Saiba Mais
“De acordo com o modelo clássico de Modigliani e Miller (1958), na
ausência de imperfeições de mercado a gestão de risco deve ser incapaz
de gerar valor para as empresas, dado que os acionistas poderiam fazê-
la ao mesmo custo por si só. Mas o que observamos na realidade é a
presença de fricções e uma grande demanda por operações destinadas
a hedge das posições. Estudos realizados nesse contexto sugerem
indiretamente que o hedge possa ser uma estratégia não apenas
protetora como potencializadora do valor da firma. Com isso, muitas
teorias foram sugeridas para justificar o emprego de políticas de hedge
e de modo geral podemos agrupá-las em duas grandes correntes:
uma corrente fundamentada na maximização do valor da firma para
os acionistas e uma baseada na maximização da utilidade pessoal dos
gestores. O primeiro grupo compreende argumentos para o aumento
do valor de uma empresa a partir dos parâmetros de avaliação. O
segundo grupo compreende os motivos que indiretamente podem
aumentar a utilidade de determinados personagens da empresa, em
função das potenciais relações de agência. Assim, se o valor da empresa
for representado pelo valor presente dos fluxos de caixa projetados,
atividades de gestão de riscos que afetem diretamente os fluxos de
caixa projetados ou a taxa de desconto dos fluxos de caixa podem ser
classificadas como pertencentes a este primeiro grupo de motivos para
a relevância da gestão de riscos. Por outro lado, motivos que levem a
administração de exposições a influenciar as atitudes de administradores,
credores ou acionistas e, conseqüentemente, a aumentar a utilidade de
alguns indivíduos, serão classificados no segundo grupo de argumentos
a favor da relevância da gestão de riscos”.
Barreto, 2011, p. 10
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O planejamento da estratégia de hedge deve envolver a avaliação das condições


do mercado, a descrição dos instrumentos de controle dos riscos e o modo como o
investidor encara o risco, analisando os pontos positivos e negativos destas operações,
os riscos de perdas e as trajetórias do mercado.
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Figura 1 – Instrumentos de Hedge e Riscos Cobertos

Fonte: Cultura Mix, Economia, s/d.

A análise dos elementos de risco das operações de hedge deve seguir as seguintes
etapas de planejamento:

• Análise e avaliação de como os preços de mercado para cada variável de elemento


de risco se comportarão;
• Mensuração de como será o impacto da trajetória de preço sobre os resultados;
• Identificação do motivo que apresentará a necessidade de Hedge;
• Descrição dos instrumentos e das quantidades de derivativos que deverão ser
empregados;
• Elaboração de estratégia de atuação e de ação evasiva, caso não sejam confirmadas
as expectativas.
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No Brasil, é o Bano Central que regulamenta a política de hedge, dispondo sobre as


operações de proteção (hedge) contra riscos de variações de taxas de juros, paridade
entre moedas e preços de mercadorias no mercado internacional.

Em Resumo

As operações de hedge são utilizadas para proteger os investimentos contra o risco


da oscilação dos preços dos ativos, promovendo uma espécie de seguro contra as
oscilações que podem gerar prejuízos aos investidores e/ou às empresas em seu lucro
líquido ou fluxo e caixa.

Na ponta da língua
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Referências Bibliográficas
Assaf Neto, Alexandre. Mercado Financeiro. Editora Atlas, 2007.
Cultura Mix, Economia, Como fazer hedge? S/d. Disponível em: <http://economia.
culturamix.com/investimento-2/como-fazer-hedge>
SILVA NETO, Lauro de Araújo. Derivativos: definições, emprego e risco. 2. ed. São
Paulo: Atlas, 1998.
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ATIVIDADES DE AUTOESTUDO

1. Podemos definir hedge como sendo:

a) uma variação na taxa de câmbio.


b) custos denominados na moeda estrangeira
c) um conjunto de estratégias que visam à redução dos riscos dos agentes
econômicos
d) flutuações acentuadas de variáveis de mercado
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2. Um contrato futuro é:

a) uma operação mais sofisticada, por isso as tesourarias de bancos e os gestores


de fundos de investimento são os que mais utilizam.
b) uma modalidade de mercado onde são negociados valores mobiliários, ouro
e ativo financeiro, cuja liquidação física (entrega do ativo pelo vendedor) e
financeira (pagamento do ativo pelo comprador) ocorre, no máximo até o 3º
(terceiro) dia após a negociação.
c) o mercado em que operações com liquidação futura são implementadas,
tornando possível a gestão do risco de preços de diversos ativos.
d) um compromisso acordado no presente, pelas partes, de comprar e vender
um determinado ativo, em uma determinada data no futuro, para a entrega
em um determinado local, a um preço determinado.
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3. Pode-se dizer que o hedge se baseia:

a) no princípio de que os preços de mercado à vista e os preços dos mercados


de futuro tendem a mover-se para cima e para baixo em conjunto.
b) no direito de comprar o objeto em questão da opção, com preço e data
predeterminados, por exemplo, soja, milho, ações, entre outros; e a de venda
(put) de um ativo, até certa data e por determinado preço.
c) em instrumentos financeiros que permitem a transferência do risco de
oscilação de preços entre os participantes do mercado.
d) em uma obrigação, de comprar ou vender um bem, um ativo ou contrato
futuro, com preço e data pré-determinados.
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Livro de referência:

Handbook of Key Global Financial Markets,


Institutions and Infrastructure
by Gerard Caprio Jr. (ed)
Academic Press © 2013

Imagens: Shutterstock

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