Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
XXI
FICHA TÉCNICA
INTERGERACIONALIDADE,
REDES DE APOIO E PRESTAÇÃO DE
CUIDADOS AO IDOSO DO SÉC. XXI
ENTIDADE PROMOTORA
Santa Casa da Misericórdia de Mértola
EQUIPA TÉCNICA
Santa Casa da Misericórdia de Mértola
IFH - Instituto de Formação para o Desenvolvimento Humano
AUTORIA
Cristina Coelho
GESTÃO E COORDENAÇÃO
Emília Colaço (Santa Casa da Misericórdia de Mértola)
José Silva e Sousa e Cláudia Miguel (IFH)
CONSULTORES
Cristina Coelho
Marta Simões
Ana Assunção
PRODUÇÃO VÍDEO
IFH - Instituto de Formação para o Desenvolvimento Humano
EDIÇÃO
IFH - Instituto de Formação para o Desenvolvimento Humano
MANUAIS TÉCNICOS
“CUIDAR DO IDOSO COM DEMÊNCIA”
CONCEPÇÃO
Cristina Coelho
DESIGN, PRODUÇÃO GRÁFICA, PAGINAÇÃO Produção apoiada pelo Programa Operacional de Emprego, Formação e
E REVISÃO Desenvolvimento Social (POEFDS)
IFH / PSSdesigners
Medida: 4.2. Desenvolvimento e Modernização das Estruturas e Serviços
de Apoio ao Emprego.
2
PREFÁCIO
Nos países tidos como mais desenvolvidos assistimos, presentemente, a um fenómeno curioso: o envelhe-
cimento da população idosa.
Como consequência, o sector da prestação de cuidados a idosos sofreu um incremento de actividade, mul-
tiplicando-se os serviços disponibilizados e diversificando-se o tipo de oferta dos mesmos.
A nível nacional é importante apostar no desenvolvimento de redes sociais de apoio, eficazes e eficientes,
em contexto institucional e a nível familiar.
Para que tal se verifique, é através da formação qualificada que se poderão dotar os seus intervenientes,
profissionais ou cuidadores, das competências necessárias para lidar com as problemáticas inerentes ao
aumento da esperança média de vida e à crescente dependência dos nossos idosos, potenciando e facilitan-
do o envolvimento dos familiares na tarefa.
Neste sentido, e tendo já uma vasta experiência neste ramo de actividade, não só em termos formativos
como também na intervenção diária em estruturas de prestação de cuidados, a Santa Casa da Misericórdia
de Mértola propôs-se desenvolver o projecto “INTERGERACIONALIDADE, REDES DE APOIO E
PRESTAÇÃO DE CUIDADOS AO IDOSO DO SÉC. XXI”, constituído por manuais técnicos do formador e
do formando e vídeos sobre a mesma temática a utilizar de forma integrada.
Temas:
• A alimentação do idoso
• Cuidar do idoso com demência
• Animação intergeracional
• Construção de uma rede de cuidados: Intervenção com a família e o meio social do idoso
Pretende-se, como tal, colmatar, as dificuldades que os cuidadores, profissionais de saúde ou familiares, sen-
tem diariamente, potenciando, em última consequência, o atraso da institucionalização dos idosos e con-
tribuindo para o aumento da sua qualidade de vida.
3
ÍNDICE
ÍNDICE
2. A DEMÊNCIA - DEFINIÇÃO,
FUNCIONAMENTO E RISCO PÁG. 19
Planificação, Orientação metodológica e
Actividades formativas
Avaliação
Enunciados
5. A PRESTAÇÃO DE CUIDADOS AO
IDOSO COM DEMÊNCIA PÁG. 41
Planificação, Orientação metodológica e
Actividades formativas
Avaliação
Enunciados
ANEXO 1. TEXTOS DE
APROFUNDAMENTO TEMÁTICO PÁG. 71
4
OBJECTIVOS GERAIS
OBJECTIVOS GERAIS
Este manual deve constituir um auxiliar para o formador responsável pela informação ou formação de fami-
liares e profissionais na área da geriatria, em que seja focada especificamente a temática da demência,
esclarecendo as possíveis causas, sintomatologia e processo evolutivo, e promovendo a implementação de
comportamentos adequados à prestação de cuidados a esta população.
• Ser idoso
• A demência - definição, funcionamento e risco
• Reconhecer a demência
• Distúrbios comportamentais
• A prestação de cuidados ao idoso com demência
• A institucionalização do idoso com demência
• Fornecer um conjunto de actividades e exercícios de avaliação e respectivas soluções que o formador pode
usar para conferir um carácter mais prático à formação.
• Indicar bibliografia aconselhada para que o formador se possa preparar e domine uma variedade de recur-
sos possíveis a indicar aos formandos, consoante as suas necessidades de aprofundamento dos temas.
Ao estruturar este guia para o formador, tentou-se ter em consideração o ritmo ternário da formação, estando
o planeamento modular concebido de modo a sequenciar a recolha, tratamento e aplicação da informação a
abordar.
5
PRÉ-REQUISITOS
DO FORMANDO
PRÉ-REQUISITOS DO FORMANDO
Os formandos devem estar ligados à prestação de cuidados a idosos com demência, quer enquanto
cuidadores formais ou informais, quer enquanto profissionais que desenvolvam um trabalho de formação ou
informação com estes, ou com a comunidade.
6
PERFIL DO FORMADOR
PERFIL DO FORMADOR
Apresentamos, em linhas gerais, um perfil para os formadores que trabalhem na área da prestação de
cuidados a idosos com demência.
Em termos pedagógicos:
• Capacidade para motivar e incentivar os formandos, para que estes invistam e trabalhem os conteúdos
propostos, facilitando a sua apreensão.
• Competência para demonstrar procedimentos, desenvolvendo e conduzindo a prática na formação através
de situações ilustrativas, dinamizando e facilitando o processo de aprendizagem.
• Domínio de estratégias pedagógicas devidamente adequadas às temáticas abordadas e à promoção do
transfer destas para a prática diária dos formandos.
• Capacidade para proceder à avaliação da formação e do formando, desenvolvendo, com estes uma rotina
de auto-avaliação às práticas em contexto real.
Em termos técnicos:
7
DESENVOLVIMENTO
PLANO GERAL DE
DE TEMAS
1. SER IDOSO
2. A DEMÊNCIA - DEFINIÇÃO,
FUNCIONAMENTO E RISCO
3. RECONHECER A DEMÊNCIA
4. DISTÚRBIOS COMPORTAMENTAIS
8
DESENVOLVIMENTO
PLANO GERAL DE
DE TEMAS
TEMAS OBJECTIVOS GERAIS
Criação de rotinas - higiene, apresentação pes- • Explicar a importância da criação de rotinas para
soal, cuidados de eliminação e medicação a prestação de cuidados;
A alimentação
• Executar as tarefas inerentes às rotinas diárias;
A preparação do meio
• Especificar os cuidados a ter na preparação do
meio.
O envolvimento da rede social de apoio do idoso • Descrever a importância da rede social de apoio
no processo de institucionalização no processo de institucionalização do idoso com
demência;
9
Salienta-se que as planificações apresentadas de
seguida são modulares e flexíveis, pretendendo
servir como auxiliares ao formador na estruturação
das suas sessões. Este deverá ajustá-las me-
diante o objectivo da acção (informar ou formar), o
público-alvo (técnicos ou cuidadores informais) e o
tempo disponível, considerando o modelo de ritmo
ternário da formação. Os exercícios e actividades
apresentadas foram desenhados considerando
um grupo de doze formandos, devendo ser
adaptados caso este número difira.
10
SER IDOSO 1
1
1. SER IDOSO
PLANIFICAÇÃO
• Definir os conceitos relacionados com a da ter- • Explica o significado de, pelo menos, sete dos
ceira idade, relacionando-os correctamente; conceitos relacionados com a terceira idade,
segundo o manual do formando, aplicando-os em
exemplos;
12
1. SER IDOSO
ITINERÁRIO DE ACTIVIDADES MATERIAL TEMPO
13
1. SER IDOSO
ENUNCIADOS
Apresenta-se o enunciado da Ficha de avaliação e
do exercício "When I'm Sixty-four".
15
1. SER IDOSO
FICHA DE AVALIAÇÃO
SER IDOSO
A presente Ficha de Avaliação destina-se a verificar a aprendizagem dos conteúdos abordados ao longo do
primeiro capítulo deste manual.
a) A D. Antónia diz que o melhor que lhe aconteceu foi o marido perder o emprego e ela ter de 1) Esperança
ir trabalhar fora de casa. Conseguiram superar a crise e fez muitas amigas! média de vida
c) O Sr. Luís teve de reformar-se aos 45 anos: quando começaram os tremores das mãos 3) Geriatria
deixou de conseguir trabalhar como relojoeiro.
d) A Dona Ana fez 66 anos e reformou-se. Agora, com o que recebe da Segurança Social, já 4) Gerontologia
pode ter um pequeno negócio ao pé de casa, porque diz que "ainda tem genica!"
e) O Sr. António costuma rir-se com os amigos dizendo que "segundo os que estudam, dos 5) Deficiência
meus 88 anos já devo 16 à cova!". E quer aumentar a dívida!
f) A Sr. Amélia já quase não vê. O filho está à procura de um cuidador para ficar com a mãe 6) Incapacidade
enquanto ele trabalha.
g) A D. Ana gosta muito da menina Júlia "que está a formar-se enfermeira. Anda a estudar as 7) Desvantagem
nossas doenças para tratar dos velhinhos!"
h) Por perder a visão, a D. Amélia pensou sair do clube do bordados da sua paróquia, mas 8) Velhice óptima
ficou pela companhia.
i) Apesar de assistir aos jogos, os 85 anos do Sr. Zeferino já não o deixem treinar a sua equipa. 9) Velhice jovem
"Estes ossos!"
j) O Dr. João está a fazer um estudo sobre o impacto psicológico da reforma, nos homens, na 10) Velhice idosa
sociedade portuguesa.
3. Distinga "velhice jovem" de "velhice idosa", referindo, pelo menos, quatro diferenças a nível físico,
psíquico e emocional, através de exemplos.
5. Corrija as falsas.
7. Segundo Ruipérez e Llorente (1998), quais as áreas de vida afectadas em consequência das
doenças geriátricas? Exemplifique.
16
1. SER IDOSO
ENUNCIADOS
When I get older losing my hair many years from Quando envelhecer perdendo o meu cabelo daqui a
now muitos anos
I could be handy mending a fuse when your lights Posso ser prestável a mudar um fusível quando as
have gone tuas luzes avariarem
You can knit a sweater by the fireside, Tu podes tricotar uma camisola à lareira,
Sunday mornings, go for a ride Domingos de manhã, ir passear,
Doing the garden, digging the weeds, who could ask Jardinando, a arrancar ervas daninhas, quem pode
for more? desejar mais?
Will you still need me, will you still feed me, when Vais sentir a minha falta, vais alimentar-me, quando
I'm sixty-four? eu tiver sessenta e quatro?
Every summer we could rent a cottage in the Isle of Todos os verões podemos arrendar uma casinha
White, na Isle of White,
If it's not too dear Se não for demasiado caro
We shall skrimp and save, grandchildren at your Vamos economizar e poupar, netos sentados ao teu
knees, colo,
Vera, Chuck, and Dave Vera, Chuck, and Dave
Send me a postcard, drop me a line stating point of Envia-me um postal, escreve-me umas linhas com
view o teu ponto de vista
Indicate precisely what you mean to say, Indicando precisamente o que queres dizer,
Yours sincerely, wasting away Teu sinceramente, definhando,
Give me an answer, fill in a form, mine forevermore Dá-me uma resposta, preenche uma ficha, minha
para sempre
Will you still need me, will you still feed me, when Vais sentir a minha falta, vais alimentar-me, quando
I'm sixty-four? eu tiver sessenta e quatro?
A partir da análise da letra de "When I'm sixty-four", um dos grandes êxitos dos The Beatles, identifique as
principais mudanças de vida na terceira idade, focando reforma e condição física, no geral.
17
18
A DEMÊNCIA - DEFINIÇÃO, FUNCIONAMENTO E RISCO 2
2
2. A DEMÊNCIA - DEFINIÇÃO,
FUNCIONAMENTO
E RISCO
PLANIFICAÇÃO
• Indicar os principais factores de risco para a • Define "factor de risco", correctamente, segundo
demência. o manual do formando;
20
2. A DEMÊNCIA - DEFINIÇÃO,
FUNCIONAMENTO
E RISCO
ITINERÁRIO DE ACTIVIDADES MATERIAL TEMPO
Método interrogativo 3
Método expositivo 6 Apresentação: diapositivo: 2.7 3 min.
Videoprojector; Computador portátil 10 min.
21
2. A DEMÊNCIA - DEFINIÇÃO,
FUNCIONAMENTO
E RISCO
Método expositivo 3
O formador nomeia as funções cognitivas com-
plexas e explica o modo como diferentes tipos de
informação activada por um estímulo circulam e se
cruzam no cérebro. Recorre a diapositivos (2.4-2.5).
22
2. A DEMÊNCIA - DEFINIÇÃO,
FUNCIONAMENTO
E RISCO
FICHA DE AVALIAÇÃO
A presente Ficha de avaliação destina-se a verificar a aprendizagem dos conteúdos abordados ao longo do
segundo capítulo deste manual.
1. Quais os três critérios adoptados por Nunes (2005) para definir demência?
3. O que é a Área de Broca? De que forma o seu estudo contribuiu para o avanço da ciência médica?
4. Qual a característica essencial que distingue o funcionamento cerebral dos restantes orgãos do
corpo humano?
6. O Sr. António teve um AVC. Ainda em recuperação, a esposa mostrou-se muito preocupada porque
ele não conseguia nomear os objectos, embora os soubesse manusear correctamente. Quando questionada
pelo médico, referiu não ter encontrado mudanças em qualquer outro aspecto funcional do marido. Pode
dizer-se que esta alteração está relacionada com demência? Justifique.
7. Apesar de serem amigas e terem ambas 55 anos, a D. Ana e a D. Margarida não podiam ter estilos
de vida mais distintos. Conhecem-se desde meninas, mas enquanto a D. Ana prosseguiu os estudos, con-
cluiu o seu curso e trabalha como secretária de direcção numa grande empresa, a D. Margarida casou cedo
e dedicou a sua vida aos seis filhos, que adora, e que o emprego de cozinheira no restaurante da sua rua
permitiu acompanhar proximamente. O laço entre as duas estreitou-se quando se apoiaram mutuamente
enfrentando os casos de demência dos pais.
23
24
RECONHECER A DEMÊNCIA 3
3
3. RECONHECER
A DEMÊNCIA
PLANIFICAÇÃO
• Identificar os sintomas gerais da síndrome • Define Síndrome, de acordo com Barreto (2005);
demencial;
• Listar as patologias demenciais mais comuns na • Define "processo demencial", segundo o manual
3ª idade, classificando-as segundo a causalidade do formando, salientando o seu cariz evolutivo;
e reversibilidade;
26
3. RECONHECER
A DEMÊNCIA
ITINERÁRIO DE ACTIVIDADES MATERIAL TEMPO
27
3. RECONHECER
A DEMÊNCIA
Método expositivo 3
O formador define processo demencial, salientando AVALIAÇÃO
os critérios. Usa quadro e marcadores. Sugere-se a avaliação através da Ficha de avalia-
ção que se apresenta de seguida.
Método interrogativo 4
O formador pergunta ao grupo que doenças co-
nhecem que possam ser classificadas como ENUNCIADOS
demência, apontando-as no quadro. Apresenta-se o enunciado do estudo de caso
"Médico por 40 minutos" e da Ficha de avaliação.
Método expositivo 4
Partindo da informação recolhida, o formador apre-
senta e explica a classificação abreviada das
patologias demenciais segundo as suas causas e o
carácter de reversibilidade. Recorre a diapositivos
(3.7 - 3.11).
Método expositivo 5
O formador apresenta dados sobre a incidência e
prevalência das demências em Portugal.
Método activo 1
Médico por 40 minutos (estudo de caso)
Os formandos são divididos por grupos (de 3 a 4
pessoas) e é distribuído o enunciado do exercício,
feita a leitura conjunta e disponibilizado o tempo
para trabalhar (15 minutos). Cada grupo apresenta
28
3. RECONHECER
A DEMÊNCIA
FICHA DE AVALIAÇÃO
RECONHECER A DEMÊNCIA
A presente Ficha de avaliação destina-se a verificar a aprendizagem dos conteúdos abordados ao longo do
terceiro capítulo deste manual.
a. A Doença de Alzheimer;
b. A demência associada a doença vascular;
c. A demência associada ao VIH;
d. A demência neoplásica (associada a tumores no SNC);
e. A demência associada à Sífilis;
f. A Doença de Parkinson;
4. Defina Síndrome.
5. A D. Joana, sua conhecida de longa data, encontrou-o na fila do hipermercado. Visivelmente cansada,
aproveitou para responder ao seu cumprimento com um pequeno relato dos seus problemas: a mãe, senhora
de idade avançada, viúva há três anos, começou agora a fazer muitas coisas estranhas, que a deixam
exausta. Já não dá conta da lida da casa como antigamente, engana-se frequentemente nos trocos quando
vai às compras, esquece-se das contas para pagar e, há dois dias, perdeu-se no seu bairro, onde mora
desde sempre. Quando a D. Joana a encontrou estava visivelmente perturbada e não percebeu o que lhe
tinha acontecido.
a. Você ouve o desabafo e tenta ajudar esta filha preocupada. O que faz?
b. Refira-se à importância da avaliação correcta da demência, usando o caso da mãe da D. Joana como
exemplo.
29
3. RECONHECER
A DEMÊNCIA
FICHA DE AVALIAÇÃO
6. Dos seguintes estádios demenciais: Demência Ligeira; Demência Moderada ou Demência Severa.
Escolha para cada frase, escolha para cada frase o que mais se adequa.
b) O Sr. Albino adora conversar. Geralmente encadeia as suas histórias umas nas
outras, não chegando a acabar nenhuma e ficando a tarde toda a entreter os ami-
gos.
c) O Sr. Álvaro ainda se acalma com a voz da esposa, embora às vezes se mostre
desconfiado antes de a ouvir falar. A alteração mais recente na sua casa foi a reti-
rada dos espelhos e fotos, com os quais se enfurecia.
e) A menina Violeta diz que já não tem paciência para manter o penteado. Com os
gestos lentificados, aborrece-se com os ganchos e não se aperfeiçoa no apanhado
de que se orgulhou durante anos.
g) A D. Alda passou a cuidar permanentemente da sua mãe desde que ela deixou
de ser capaz de se alimentar, mesmo com instruções ou demonstrando os movi-
mentos.
h) A Sra. Patrocínia, nos períodos menos apáticos, diz frases desconexas e incom-
pletas. Nunca sabe onde está, desconfiando até do marido, que, de vez em quan-
do, já não reconhece.
30
3. RECONHECER
A DEMÊNCIA
ENUNCIADOS
Tarefa 2: prepare, com o seu grupo, um dos casos para a apresentação final.
Caso 2: A D. Henriqueta
É uma Sra. de 80 anos, bem disposta, muito alegre e amiga da irmã com quem vive. Confia tanto nela que
a encarregou de fazer todas as escolhas por si: a roupa, a comida, os passeios e até o encadeamento das
actividades diárias. Acha piada aos cartões coloridos que a irmã espalhou pela casa, mas, às vezes, já não
percebe para que servem. Não dá muita confiança a estranhos, chegando mesmo a cortar conversa com
os vizinhos que conhece há anos.
Caso 3: A D. Gertrudes
Continuou com o seu negócio mesmo depois de se reformar. Senhora activa, habituada a lidar com o públi-
co, diz que não tem paciência para ficar em casa a coser meias aos 82 anos. Mesmo quando a D.
Gertrudes se esquece da sua encomenda ou se engana nos trocos (o que tem acontecido mais frequente-
mente) as clientes sorriem e gostam de a ver activa. E a idade tem destas coisas.
31
32
DISTÚRBIOS COMPORTAMENTAIS 4
4
COMPORTAMENTAIS
4. DISTÚRBIOS
PLANIFICAÇÃO
• Indicar a forma de actuação do cuidador perante • Descreve o comportamento e atitudes gerais que
as manifestações típicas dos distúrbios comporta- o cuidador deverá ter perante as manifestações de
mentais. cada tipo de distúrbio comportamental, dando pelo
menos um exemplo para cada caso;
34
COMPORTAMENTAIS
4. DISTÚRBIOS
ITINERÁRIO DE ACTIVIDADES MATERIAL TEMPO
35
COMPORTAMENTAIS
4. DISTÚRBIOS
36
COMPORTAMENTAIS
4. DISTÚRBIOS
FICHA DE AVALIAÇÃO
DISTÚRBIOS COMPORTAMENTAIS
A presente Ficha de avaliação destina-se a verificar a aprendizagem dos conteúdos abordados ao longo do
quarto capítulo deste manual.
3. Dê exemplos de, pelo menos, uma manifestação típica de cada distúrbio comportamental.
a. Ao acompanhar o doente na execução das tarefas, o cuidador deve corrigi-lo sempre quando ele se
engana, voltando a ensiná-lo. ____
b. Sempre que o idoso demenciado completar com sucesso uma tarefa, o cuidador deverá elogiá-lo
claramente. ____
c. O cuidador deverá levar o idoso a passear, visitando parentes e amigos. ____
d. Deve ser permitido ao doente realizar as actividades que mais gostava, mesmo que deixe de o con-
seguir com sucesso. ____
e. É benéfico ver álbuns de fotos antigos, repetindo ao idoso demenciado o nome das pessoas e os
episódios retratados. ___
f. Não deve deixar-se o idoso enfurecer-se, sendo preferível agarrá-lo e obrigá-lo a sentar-se antes que
isso aconteça. ____
5. Corrija as falsas.
37
COMPORTAMENTAIS
4. DISTÚRBIOS
ENUNCIADOS
Parte II
Continuando a reunião, é-lhe solicitado que fale sobre o comportamento do cuidador perante as manifes-
tações comportamentais. Utilizando a mesma metodologia, elabore, com o seu grupo, uma lista dos pro-
cedimentos do cuidador e comente-a com os seus colegas.
D. Felisberta bordadeira
"Nos seus sessenta anos de bordadeira, nunca tal lhe havia acontecido!". A filha da D. Felisberta estava
realmente preocupada e muito ansiosa aquando deste relato. Contou que a mãe se orgulhava de nunca
ter deixado mal uma cliente, de sempre ter cumprido os prazos e não ter qualquer reclamação desde que
começara a bordar aos quinze anos. Exímia na perfeição, gostava de inovar nos desenhos e nos traba-
lhos executados. "E agora isto! Arranjei-lhe a cliente, dei-lhe o desenho… primeiro foi porque não tinha li-
nhas, depois porque os óculos não estavam bons... de seguida andou o desenho desaparecido durante 1
semana até eu o ir desencantar na gaveta dos lenços e echarpes…". A filha, triste e angustiada, continuou
a queixa com a apresentação de um rol de esquecimentos e desinteresses. "Dantes não parava um mi-
nuto, sempre faladora, a brincar com todos. Agora não se pode! Arrasta-se pela casa, não cumpre com as
encomendas que lhe trago, não se interessa pelos desenhos novos que lhe arranjo… nem come, nem se
arranja, diz sempre que está cansada, não dorme durante a noite e deixa-se ficar frente à televisão a ver
novelas, que sempre detestou! Não a consigo fazer sair, seja para passear, seja para ir às compras… e
em casa também não ajuda, diz que faz e depois deixa tudo a meio. Já não sei o que lhe faça! Por favor,
dêem-lhe uns calmantes a ver se isto passa!"
O Ti Manel Sapateiro
Morador em Alfama há 74 anos "desde que estes dois viram a cara da minha mãe!" costuma dizer com um
sorriso, o Ti Manel Sapateiro, como é conhecido, percorre becos e vielas diariamente, com a descon-
tracção de quem está em casa. Ultimamente anda aborrecido com os senhores da câmara, que têm anda-
do a mudar as ruas e a fazer tantas obras que há sítios quase irreconhecíveis. Na semana passada deu
uma volta enorme para conseguir chegar a casa do amigo e, quando comentou o caso com ele, zangado,
ele não o conseguiu perceber e lembrou-o de um atalho que não lhe tinha ocorrido. "Nem parece meu! Não
há quem conheça este bairro como eu!". Já o filho do Sr. Manuel mostra-se mais preocupado. Diz que já
não é a primeira vez que vê o pai "atarantado" na rua e que já chegou a segui-lo para ver se ele chega
bem à loja. "Fica com ar de quem está num sítio novo e fartou-se dás as culpas a uma obra que foi só de
arranjar o passeio, nem mudou nada… Não sei… Desde que ele quis ir abrir o negócio ao domingo porque
insistia que era dia de trabalho…não sei, passa-se qualquer coisa, anda desorientado. Eu ofereci-lhe um
calendário para ele por lá na loja… mas é muito estranho vê-lo assim a perder-se nos dias. E já nem as
encomendas ele resolve como dantes, agora troca os dias."
38
COMPORTAMENTAIS
4. DISTÚRBIOS
constantemente de lhe assegurar que não roubei nada, ou acabar por discutir com ela para lhe explicar
que os senhores que estão na televisão não são meus cúmplices em qualquer maquinação para ficar com
a casa… ando mesmo cansada! Acha sempre que está a ser perseguida! Até tive de esconder as
fotografias todas no meu quarto! Faço questão de lhe mostrar a carteira quando saio de casa para ela ver
que não levo nada de seu e de estar o tempo que for preciso para que perceba que o que diz não faz sen-
tido! Mas não é só disto… o outro dia acordou-me a meio da noite, aos gritos, porque tinha a cama cheia
de aranhas! Assim, qualquer dia, estou eu maluca!"
Sr. António
Ao Sr. António foi diagnosticada Doença de Alzheimer. A juntar às manifestações típicas do início da
doença, nas últimas semanas tem andado mais agitado, não conseguindo dormir. A esposa começou a
dar-lhe um chá de tília ao jantar o que surtiu efeito, uma vez que passou a deitar-se logo uma hora depois,
por volta das 21h. no entanto, continua a acordar de madrugada, sem conseguir adormecer, mesmo que
repita a mezinha. "O que vale é que continua a fazer umas sestitas durante o dia! Eu tento não o pertur-
bar com nada, quando o vejo a descansar!" diz a D. Maria, também ela visivelmente cansada pelas noites
não dormidas a cuidar do marido. "Ele agora anda mais esquecido, nem consegue parar um minuto a fazer
o que quer que seja, já não se concentra… ao Domingo costumamos ir à missa e aquilo faz-lhe bem, ele
depois descansa melhor à tarde. Mas eu ando… assim que o apanho a dormir depois do jantar aproveito
para fazer as coisitas de casa e acabo por não dormir muito porque ele depois acorda-me de madrugada.
Precisava de umas vitaminas, ou assim… para ver se tenho mais força, até ele voltar a dormir mais…"
Sra. D. Quitéria
"Ó Sr. Dr.! Faça lá qualquer coisa à minha senhora porque isto assim não pode ser!", é o apelo do esposo
dedicado, visivelmente embaraçado com a situação. "Então agora com setenta anos é que lhe deu para
isto? Ainda se fosse quando éramos novos…o que eu às vezes penei para ter qualquer coisinha, sabe
Deus… agora? Agora tarde piaste, como diz o povo!". No seu desabafo, o Sr. Andrade lá acaba por con-
tar que a sua esposa o tem procurado "assim, sem grandes vergonhas" e que tentou, por várias vezes
despir-se ao pé dele, "em pleno dia, Sr. Doutor! É verdade que estava quentinho na sala, porque eu sou
muito friorento e tenho sempre o aquecimento ligado, mas quando a vejo a arrancar o casaco, a camiso-
la, a blusa e a pegar na camisola interior… o que eu agradeci o nosso filho ter acabado de sair para não
ver a mãe naqueles propósitos! E à noite, no quarto? Beija-me e abraça-me e… bem, deve pensar que
somos dois gaiatos outra vez!". Continuando a conversa, o Sr. Andrade lá acaba por confessar que a sua
maior preocupação é que os episódios diurnos se repitam, uma vez que "só desde o Natal já foram sete
vezes, e duas delas com visitas em casa! Eu chamei-lhe a atenção, mas ela não descansou enquanto não
arrancou tudo de cima!". Pede uma solução para não passar vergonhas. Mas só para isso "porque, bom,
quero dizer, nós também ainda somos vivos… e sempre lembramos tempos em que tivemos das nossas
aventuras…que eu ainda gosto de dar carinho à minha senhora!".
39
COMPORTAMENTAIS
4. DISTÚRBIOS
ENUNCIADOS
Sr. Adalberto
A esposa procurou ajuda no dia seguinte a ter fechado o marido na sala para ele se acalmar. "Olhe que
partiu uma série de coisas! E eu, cá de fora a chamar: ó Adalberto! Ó Bertinho! Acalma-te, homem, que
não é caso para tanto!". Conta que lhe levou o lanche ("pão de leite com manteiga e queijo e um café de
cafeteira bem quentinho") e que o marido recomeçou com as afirmações que o queriam matar, acabou por
atirar o tabuleiro ao chão e mostrou-se tão alterado que ela, depois de o tentar abraçar e conter, saiu da
sala a correr quando ele atirou uma cadeira ao ar. "É que nunca o vi naquele estado! E agora que ele já
não me falava em traições há tanto tempo, que já se tinha convencido que não havia mais ninguém… já
não sei o que mais faça! Guardei as fotografias todas, mesmo as nossas, que ele já olhava com ar descon-
fiado para as últimas que tirou. Já não falo com ninguém na rua quando acho que ele pode estar a ver.
Tenho sempre de andar com ele para que não se perca e já quase não o deixo sair de casa por causa
disso… não tenho um minuto de descanso. Nem de noite, que ele acorda de madrugada e anda pela casa,
para a frente e para trás, e só adormece outra vez depois das 6h30, quando acabamos de comer a meren-
dita ". A sra. continua a sua queixa, com ar visivelmente abatido e cansado. "No outro dia, ficou todo ataran-
tado com a roupa: abriu a minha metade do armário e fui dar com ele irritado por não saber o que vestir e
a dizer que eu lhe tinha escondido a roupa toda para ele não poder fugir quando o viessem buscar. É que
é um desgaste! Lá lhe mostrei outra vez o armário dele e voltei a explicar onde estão as coisas. E olhe que
pus lá tudo para ele ter a certeza que não lhe estou a esconder nada. E por falar em esconder, então não
é que fui dar com ele a meter o bilhete de identidade dentro do sapato? Disse que era para não o perder…
ou para eu não lho tirar… tive de o fazer pôr tudo na gaveta dos documentos, onde ele próprio tinha
guardado os nossos papéis importantes. Isto não há quem aguente!".
40
A PRESTAÇÃO DE CUIDADOS 5
AO IDOSO COM DEMÊNCIA
CUIDAR DO IDOSO COM DEMÊNCIA
MANUAL DO FORMADOR
5
DE CUIDADOS AO IDOSO COM
5. A PRESTAÇÃO
DEMÊNCIA
PLANIFICAÇÃO
• Reconhecer a influência do tipo de linguagem • Indica cinco cuidados essenciais a nível da lin-
verbal e não-verbal utilizada pelo cuidador numa guagem verbal e não-verbal, exemplificando;
interacção com o doente;
• Executar as tarefas inerentes às rotinas diárias; • Identifica os aspectos essenciais na criação das
rotinas diárias do idoso com demência (banho,
higiene oral, barba, mãos, pés e unhas, pele, cabe-
los, vestuário, cuidados de eliminação, medicação
e alimentação), descrevendo-os;
42
DE CUIDADOS AO IDOSO COM
5. A PRESTAÇÃO
DEMÊNCIA
ITINERÁRIO DE ACTIVIDADES MATERIAL TEMPO
DEMÊNCIA
44
DE CUIDADOS AO IDOSO COM
5. A PRESTAÇÃO
DEMÊNCIA
e propondo-se alternativas. Caberá ao formador con- Método activo 5
duzir a discussão de modo a integrar os conteúdos "Eu, cuidador…" (parte I e II)
temáticos expostos e os comentários dos forman- O formador solicita às duplas formadas que pre-
dos aquando do jogo "A tabuada da comunicação", parem uma simulação relativa à rotina que abor-
realizando uma síntese final. daram no exercício anterior, contemplando os vários
cuidados abordados na sua dramatização. É pedido
O material necessário para a dramatização deve aos colegas que comentem no final, corrigindo ou
estar preparado com antecedência: alguns cestos completando alguma informação caso pensem ser
de arrumação com meias e lenços, um suporte e necessário, intervindo o formador no mesmo sentido.
cabides com dois pares de calças de elásticos na
cintura, duas camisolas e dois pullovers. Método demonstrativo 1
"Eu, cuidador…" (parte II)
Método interrogativo 4 Na continuação da dinâmica anterior, num terceiro
O formador questiona os formandos quanto ao tipo momento, será dada a oportunidade a todos de
de rotinas possíveis e a importância do seu esta- experimentarem o papel de cuidador, em cada roti-
belecimento na vida diária do idoso demenciado. Os na, pressupondo-se o idoso num estado demencial
registos são feitos no quadro. já avançado. Este deverá colaborar quando se sen-
tir seguro e à-vontade, correspondendo ao tipo de
Método expositivo 6 linguagem do cuidador de acordo com o explorado
Partindo dos contributos dos formandos, o formador em exercícios anteriores. Caso os procedimentos
desenvolve a ideia da criação de rotinas para o não tenham ainda ficado completamente clarifica-
dia-a-dia do idoso demenciado, apresenta os exem- dos, o formador deverá fazer a demonstração ini-
plos mais comuns e salienta as vantagens deste cial, explicando-os pormenorizadamente, e só
procedimento. Recorre a diapositivos (5.6 - 5.7). depois deverá permitir ao grupo que os executem, a
fim de garantir o seu ensaio correcto.
Método activo 4
"D. Dolores, Senhora Professora" É necessário preparar antecipadamente o material
Os formandos deverão trabalhar em dupla. necessário à demonstração e execução das rotinas.
Distribuídos os enunciados, são lidos em voz alta e Apresenta-se, seguidamente, uma lista com o míni-
solicita-se que analisem o caso e preparem o modo mo necessário:
de implementação de uma rotina, explicando de que 1. Banho e higiene oral - no wc, garantir a pre-
forma deveria esta ser executada. sença de champô, amaciador e gel para bebé,
de esponjas ou panos, dos chinelos e tapetes
Num segundo momento, o formador deverá integrar antiderrapantes (para dentro e fora da banheira
o resultado dos trabalhos, registando em flipchart os ou base do chuveiro), termómetro, toalhas,
procedimentos definidos de modo a construir um touca para cabelo e banco de apoio.
plano de cuidados diário para aquele idoso. No final, 2. Barba e cabelos - continuando no wc, são
será promovida a discussão de grupo, cabendo ao necessários lâminas adaptadas ou máquina de
cuidador salientar os pontos que a ajustar no plano e barbear, toalhas, pente ou escova e espelho.
guiar as intervenções dos formandos nesse sentido. 3. Pele, mãos, pés e unhas - ainda no wc, é
necessário um estojo de manicure, uma toalha e
Método expositivo 7 um creme hidratante.
Partindo das conclusões dos trabalhos dos forman- 4. Vestuário - num quarto, com o roupeiro
dos, o formador irá apresentar um resumo do que adaptado a um idoso com demência, uma muda
poderá ser cada rotina, salientando exemplos e de roupa interior, um par meias de algodão, um
pormenores de cuidados em todas. Recorre ao par de calças com elásticos, uma camisola e um
videograma (capítulo "Criação de rotinas") aprovei- pullover. (os tamanhos deverão ser suficiente-
tando a estrutura modular deste para parar a trans- mente grandes para que os formandos os con-
missão de imagens no final de cada tema, comple- sigam vestir por cima da sua própria roupa).
tando a informação, clarificando questões dos for- 5. Cuidados de eliminação e medicação - no wc,
mandos e integrando a informação. guiando o formando para despir as calças e uri-
nar e efectuando os registos num caderno de
apontamentos; na cozinha, contando com uma
bandeja preparada com jarro ou garrafa de
água, copo, prato com o comprimido (o modo
mais vulvar de apresentação dos medicamen-
tos) e guardanapo.
45
DE CUIDADOS AO IDOSO COM
5. A PRESTAÇÃO
DEMÊNCIA
Método expositivo 8
Partindo da análise das sugestões dos formandos, o
formador apresenta os cuidados gerais a ter na
preparação do meio para o doente, recorrendo a
diapositivos (5.8 e 5.9).
Método activo 6
"Caça ao risco!"
O formador distribui os formandos por grupos (de 3
a 4 pessoas) e propõe um jogo. Atribuindo, a cada,
o mesmo conjunto de imagens variadas (que
preparou previamente, recolhendo em revistas de
decoração ou na internet), explica que a tarefa con-
siste em analisar os diferentes interiores de casas,
de acordo com o exposto sobre a adequação do
meio para o idoso demenciado, identificando os
riscos presentes e propondo alternativas. Os grupos
dispõem de quinze minutos para jogar, ou seja,
detectar as falhas de segurança. No final destes, o
porta-voz deverá indicar os riscos encontrados e as
soluções respectivas, ficando o formador respon-
sável pelo apuramento da pontuação das equipas.
Método expositivo 9
O formador sistematiza os contributos de grupo
resultantes do método activo anterior, salientando
as ideias-chave da adequação do meio para um
idoso com demência. Utiliza o videograma (capítulo
"Preparação do meio") para sistematizar a infor-
mação.
46
DE CUIDADOS AO IDOSO COM
5. A PRESTAÇÃO
DEMÊNCIA
FICHA DE AVALIAÇÃO
A presente Ficha de avaliação destina-se a verificar a aprendizagem dos conteúdos abordados ao longo do
quinto capítulo deste manual.
2. Em que áreas poderão surgir dificuldades pela prestação de cuidados a um idoso com demência? Dê
exemplos para cada uma delas.
6. Classifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmações. Corrija as falsas.
a. Definir rotinas para um idoso demenciado serve apenas para lhe transmitir segurança.
b. Por ser calmante, o banho deve ser dado sempre que o idoso se agitar.
c. Para cada rotina, o cuidador deve garantir que todos os elementos necessários estão reunidos antes
de a iniciar e de envolver o idoso.
d. Devem ser retirados ao idoso, logo que diagnosticada a demência, todos os acessórios de vestuário
e jóias, para que não se confunda com eles.
e. O momento do banho pode servir para vigiar a existência de feridas, irritações, assaduras ou outros
elementos estranhos na pele, cabelo, mãos, pés e unhas.
f. O vestuário de um idoso com demência deve obedecer a características especiais.
g. Deverá ser permitido ao idoso que coma o que quer, quando e como quer.
47
DE CUIDADOS AO IDOSO COM
5. A PRESTAÇÃO
DEMÊNCIA
ENUNCIADOS
Caso 1: Manuel
O filho do Sr. Engenheiro, como era conhecido, não baixou os braços quando soube o prognóstico do pai.
Consultou os melhores especialistas, contratou um cuidador formal com formação na área e procurou na
internet tudo o que havia sobre o assunto, devorando cada palavra com determinação. "Já que é com isto
que temos de lidar, meu pai, pelo menos vamos dar-lhe luta!" costumava dizer ao senhor, apertando o
braço por cima dos seus ombros. Descobriu associações e grupos de apoio, solicitou os seus subsídios,
consultou o advogado, com o pai, para tratarem dos negócios e dos haveres da família. "A minha mãe tem
mais com que se preocupar! E assim é tudo feito como o velhote quer, mesmo que já não consiga dizer.".
Está a tentar convencer a mãe a mudar a casa: "Temos de simplificar! Há demasiadas caixas e caixinhas,
bonecos, fotografias e sei lá mais o quê espalhado pelos móveis! E como finalmente arranjei um livro que
fala disto, sei que vamos ter de mudar a arrumação do quarto e das roupas e dos objectos mais pessoais
do meu pai, enfim, de tudo! Não vai ser muito fácil convencer a minha mãe… mas estaremos cá para isso!
E muito mais!"
Caso 2: Maria
Nunca lhe tinha feito tão bem ir ao encontro da sua igreja, como naquele dia. "Entrei com o peso de quem
não sabe o que fazer da vida e no meio do serviço, vi a luz" pensou, sorrindo. "Ainda bem que falei com
aquela senhora!". Sente que, desde que o seu pai adoeceu, nunca mais teve um momento de paz. Agora,
finalmente com o diagnóstico feito e sem perspectivas de melhoras, estava a interrogar-se sobre as alter-
nativas a deixá-lo num lar. A ideia soava-lhe a abandono e achava que deveria fazer mais por ele, mas não
podendo deixar o seu emprego nem sendo viável a contratação de alguém para a função, não estava a
ver soluções. Desconhecia a associação de aquela senhora acabara de lhe falar e ficou interessada nos
apoios que lhe poderiam prestar. "Talvez as camas articuladas… ou mesmo algum acordo para subsídios
para as fraldas ou…" pensava entusiasmada com a ideia. "Mas isso será mais lá para a frente! Agora o
que vai ser óptimo é mesmo o centro de dia! E tenho de ir falar com a assistente social: deve haver algum
apoio para este tipo de situações…"
Caso 3: João
João continua apaixonado pela sua esposa passados quarenta anos de casados. Casal muito unido, mal
queriam acreditar quando o médico finalmente lhes falou da Doença de Alzheimer. "Isto agora já se sabe!"
dissera ele, convicto que explicava as dúvidas do mundo. As primeiras adaptações não foram complicadas:
muitos esquecimentos, bom-humor para não desmoralizar, precauções para cumprir horários e manter o
dia-a-dia da sua amada o mais variado possível, aproveitando cada minuto. "Mas agora… não sei o que
lhe faça! Há momentos em que já não parece ela e não suporto vê-la a ir-se assim! Os nossos filhos, coita-
dos, lá têm a vidinha deles e não podem agora estar com grandes coisas: vão vindo aos fins-de-semana
ver a mãe. Mas, de vez em quando, ela já os troca…e eles também não sabem como hão-de estar.".
Visivelmente perturbado, não perde a sua esposa de vista enquanto troca esta meia-dúzia de palavras com
o enfermeiro do Centro de Saúde. Emociona-se e acaba por concluir "enquanto eu for conseguindo, estarei
sempre à sua beira… mas às vezes já me faltam as forças. E até a coragem! E depois, a família, claro que
também não está para isto, não é?...se ao menos eu tivesse alguém que me percebesse …"
Caso 4: Celeste
O marido tem Doença de Alzheimer há 6 anos. Desde o início que Celeste foi a sua cuidadora e nunca
ninguém ouviu uma palavra de desagrado da sua boca até há seis meses atrás. "Eu dou em doida! Fui
criticada pela minha cunhada por o ter passado a levar até ao Centro de Dia!!! Se isto se admite! Fala
48
DE CUIDADOS AO IDOSO COM
5. A PRESTAÇÃO
DEMÊNCIA
quem não sabe!" é o desabafo sentido com a psicóloga que a acompanha. "Nem ela sonha o que é não
dormir descansada com medo que ele faça alguma! Eu também não imaginava que fosse assim! Bendita
a hora quem que descobri a vossa associação, porque já não aguentava mais…" continuando a consulta,
confessa que quase se sentiu culpada por "ter ido comprar umas roupitas novas, no outro dia" e que o
próprio filho a censurou: "como é que você consegue ter cabeça para isso?, disse ele… e aquilo ficou a
ecoar-me na cabeça até que a irmã, depois de descobrir, lhe deu um valente raspanete e lhe disse que ele
não sabia a sorte que o pai tinha por eu o tratar como trato! E que eu também precisava de estar bem para
conseguir aguentar tanta coisa. Moça de fibra, a minha filha! Tenho muito orgulho nela. Claro que foi ela
que vos descobriu, quando me viu a chorar pelos cantos e me convenceu que era mesmo a melhor
solução. E tem estado sempre ali! Bem diferente do resto da família, que se diziam sempre tão próximos,
tão próximos e que agora, das raras vezes em que o vêem só sabem é criticar! Só ela é que me vale!".
49
DE CUIDADOS AO IDOSO COM
5. A PRESTAÇÃO
DEMÊNCIA
ENUNCIADOS
Propõe-se que cumpra uma tarefa, assumindo determinado tipo de comportamento, variando a sua postura
corporal, o tom de voz, a expressão facial, o olhar ou a atitude, criando assim diferentes personagens que
transmitam a mesma informação, mas uma mensagem diferente.
1x2=2
2x2=4
3x2=6
4x2=8
5 x 2 = 10
6 x 2 = 12
7 x 2 = 14
8 x 2 = 16
9 x 2 = 18
10 x 2 = 20
Pretende-se que simule algumas situações de curta duração, a partir das descrições das personagens apre-
sentadas, ilustrando os cuidados com a linguagem verbal e não-verbal. Estas serão posteriormente comen-
tadas, por si e pelos seus colegas, com o intuito de se identificarem os pontos críticos e encontrar alternati-
vas.
Lembre-se: apenas quem representa saberá o que o cuidador está a sentir naquele momento e porquê. E,
como grande actor que é, cabe-lhe transmiti-lo ao seu público!
Personagens
O Idoso
Sr. António
O Sr. António tem uma patologia demencial já avançada. São frequentes as deambulações, a repetição de
sons e acções e tem alguns episódios de perseguição. Perde-se frequentemente e não consegue realizar
sozinho as suas actividades de vida diárias, tendo de ser constantemente ajudado. A capacidade de retenção
de informação é muito reduzida, pelo que as suas conversas são fragmentadas. Continua, no entanto, a
responder claramente ao ambiente que o rodeia.
50
DE CUIDADOS AO IDOSO COM
5. A PRESTAÇÃO
DEMÊNCIA
Cuidadores
Situação 1: D. Josefa
Filha mais velha do casal, desde que o pai enviuvou que recaiu sobre si a responsabilidade de olhar por ele.
Nos estádios iniciais da doença, teve algumas dificuldades de actuação por desconhecimento e falta de infor-
mação. Actualmente, mesmo com o apoio que tem tido por parte da médica que acompanha o caso e que
muito a ensinou, continua a não estar à-vontade com o seu papel de cuidadora, principalmente nas tarefas
que impliquem maior invasão da sua privacidade. Hoje, está a tentar vestir o seu pai para sair: resolveu ir vi-
sitar o irmão, que já não vê há duas semanas.
51
DE CUIDADOS AO IDOSO COM
5. A PRESTAÇÃO
DEMÊNCIA
ENUNCIADOS
Tarefa
A partir da descrição da Dona Dolores, assuma o papel de cuidador e trabalhe com os seus parceiros para
organizar os seguintes procedimentos na vida desta professora:
Explique de que forma deveriam ser implementados e saliente os cuidados essenciais a ter no processo.
Se ajudar, imagine como decorreria a situação e faça esse relato.
Lembre-se que deverão ser contemplados os vários cuidados abordados inerentes à rotina e que dispõe
de um máximo de 15 min para a representar.
Tarefa 2
Assista atentamente às representações dos seus colegas e comente, no final, completando informação,
caso seja necessário, e salientando os elementos mais positivos.
Tarefa 3
Agora é a sua vez de ser experimentar! Siga os exemplos e orientações já dadas e… seja um bom
cuidador!
O "idoso" deverá simular um estado demencial já avançado, devendo colaborar quando se sentir seguro
e à-vontade e correspondendo ao tipo de linguagem do cuidador de acordo com o explorado em exercí-
cios anteriores.
52
DE CUIDADOS AO IDOSO COM
5. A PRESTAÇÃO
DEMÊNCIA
JOGO PEDAGÓGICO: CAÇA AO RISCO!
Venha experimentar a aventura e o perigo, a emoção e o sucesso! Venha jogar connosco o…Caça ao risco!
Tarefa 1
Em grupo, analise o conjunto de imagens que lhe foi entregue pelo formador. Suponha que representam
casas de idosos demenciados e que é necessário adaptá-las ao seu habitante.
Tarefa 2
Com o seu grupo, deverá apresentar a "sua caçada" aos colegas, explicando as opções tomadas.
53
54
A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO IDOSO 6
COM DEMÊNCIA
CUIDAR DO IDOSO COM DEMÊNCIA
MANUAL DO FORMADOR
6
6. A INSTITUCIONALIZAÇÃO
DO IDOSO COM DEMÊNCIA
PLANIFICAÇÃO
• Reconhecer os cuidados para um bom acolhi- • Escolhe uma instituição para a prestação de
mento institucional e integração do doente; cuidados ao idoso, identificando os elementos cor-
respondentes às necessidades inerentes à patolo-
gia demencial;
• Indicar aspectos legais a ter em conta no caso de • Reconhece três consequências legais da inca-
um idoso com demência. pacidade deliberativa e de raciocínio do idoso
demenciado, exemplificando e apontando uma
alternativa;
56
6. A INSTITUCIONALIZAÇÃO
DO IDOSO COM DEMÊNCIA
ITINERÁRIO DE ACTIVIDADES MATERIAL TEMPO
57
6. A INSTITUCIONALIZAÇÃO
DO IDOSO COM DEMÊNCIA
58
6. A INSTITUCIONALIZAÇÃO
DO IDOSO COM DEMÊNCIA
pode assumir ao longo da institucionalização, regis- ou da imposição dos desejos familiares sobrepondo-
tando as palavras-chave no quadro. -se aos do doente.
59
6. A INSTITUCIONALIZAÇÃO
DO IDOSO COM DEMÊNCIA
FICHA DE AVALIAÇÃO
A presente Ficha de avaliação destina-se a verificar a aprendizagem dos conteúdos abordados ao longo do
sexto capítulo deste manual.
2. Relativamente aos tipos de reacção do idoso à institucionalização definidos por Ruipérez e Llorente (1998):
3. Distinga o tipo de serviços disponibilizados por cada organização, a nível da institucionalização, segundo
as características dos cuidados prestados e o regime de permanência do idoso.
4. De cada vez que Ana visita o pai, congratula-se por ter optado por aquela instituição. Tinha tido uma muito
má experiência com o último cuidador que passara pela sua casa: apresentara-se como tendo tido formação
na área, tinha-lhe fornecido dados falsos quanto à sua qualificação e aos trabalhos anteriores e depressa
começou a querer sondar o pai relativamente aos valores que este ainda possuía. "Escapei de um golpe bem
armado e o meu pai tem os cuidados necessários e apropriados aqui! Fiz bem em ter chegado mais cedo
aquela tarde!".
a. A história de Ana é conhecida de quem cuida de terceiros. Refira os cuidados a ter ao contratar um
cuidador.
b. Em termos institucionais, para além das competências dos técnicos, que outros requisitos deverão ser
observados quando se pretende seleccionar uma instituição?
c. Poderá o familiar contribuir para a integração do idoso no lar? Justifique.
60
6. A INSTITUCIONALIZAÇÃO
DO IDOSO COM DEMÊNCIA
ENUNCIADOS
Partindo dos relatos constantes na coluna da direita, estabeleça a correspondência com os tipos de reacção
do idoso à institucionalização. Dispõe de quinze minutos para trabalhar com o seu grupo.
Sr. António: "Ofereço sempre um sorriso e faço questão de saudar todos diariamente. Agora
que aqui estou, só tenho o apoio estritamente necessário, cumpro as rotinas e procedimen-
tos, ajudo os outros e parece que os anos vão pesando menos."
Sr. Jacinto: "Agora que aqui estou, vou recuperar as horas de sono perdidas a criar os filhos
e trabalhar! Gosto de ficar no meu quarto, a pensar na vida, sozinho. Não tenho muito para
conversar e nem saberia o que dizer a esses outros que aí andam."
Sr. Asdrúbal: "Agora que aqui estou, sei que preciso da ajuda delas, mas não gosto dos
modos! São brutas e acham que é tudo como querem, desagradam-me e faço questão que
o saibam! Não estão habituadas a pessoas que perguntem porquê, ou que lhes saibam
dizer o que fazem mal. E não querem que me zangue, imagine-se!"
Sr. Manuel: "Os técnicos são muito bons para mim! Agora que aqui estou, para além de
nunca ter fome, andou tudo para trás: vou tendo cada vez mais acidentes e era tão raro!
Eles, coitados, dizem-me que me hei-de habituar, esforçam-se par que me sinta em casa…
e vai resultando, até mudar outra coisa qualquer!"
Sr. José: "Agora que aqui estou, eles têm é de me servir! Nem querem perder dois segun-
dos a ouvir uma pessoa até ao fim, e mostram má vontade aos pedidos."
Sr. Mário: "Agora que aqui estou, não paro, mesmo que queiram que descanse! Nem tomo
sempre os remédios, para o corpo não se habituar. E eu é que sei o que faço!"
Sr. Alberto: "Agora que aqui estou, todos falam muito comigo quando me esqueço das roti-
nas ou quando não faço as coisas que eles querem. Às vezes fico só no quarto, às escuras,
a olhar para ontem, outras ando por aí a meter-me com todos."
61
6. A INSTITUCIONALIZAÇÃO
DO IDOSO COM DEMÊNCIA
ENUNCIADOS
Sendo o cuidador primário, uma vez que a sua saúde estava a debilitar-se, você decidiu contratar alguém
para repartir consigo a rotina diária, permitindo-lhe algum tempo livre e descanso, que têm sido escassos.
Colocou o anúncio, teve muitas respostas e está prestes a iniciar as entrevistas aos candidatos.
Cuidador, procura-se!
Nos próximos cinco minutos prepare uma lista com os tópicos a abordar e… vamos a entrevista!
Imagine que é co-proprietário de uma instituição destinada ao acolhimento de idosos, que só recentemente
iniciou funções.
Está reunido com os seus sócios a programar a vossa campanha publicitária. Surgiu a oportunidade de pu-
blicar um pequeno texto (também de carácter promocional) numa revista direccionada às famílias de idosos
demenciados, pretendem anunciar a vossa instituição como inovadora nesta área e completamente pensa-
da para este tipo de população.
Sabendo que estão a competir com três outros candidatos e que apenas um artigo será publicado, redija o
que achar mais apropriado para a divulgação da vossa instituição e imagine as imagens que o acompanham,
preparando uma pequena apresentação para o grupo.
62
6. A INSTITUCIONALIZAÇÃO
DO IDOSO COM DEMÊNCIA
ESTUDO DE CASO: EU, O AVÔ ANTÓNIO… E ELES!
O avô António tem setenta anos, esposa, três filhos, quatro netos e Doença de Alzheimer em estado
avançado. Dada a frequência e grau dos distúrbios comportamentais, sobretudo a perseguição à Avó, a
cuidadora primária, com repetição constantemente do seu nome e a deambulação pela casa, saindo para
a rua sem qualquer precaução, a família optou finalmente pela institucionalização. Decisão difícil, mas
unanime, atendendo ao enfraquecimento da sua esposa e à deterioração da saúde física e mental desta.
O Avô António foi admitido no início de Junho, altura em que informaram a família que, no período de
adaptação, as visitas poderiam ser difíceis e penosas. No primeiro fim-de-semana, todos compareceram,
bem como aos festejos do S. Pedro, no final desse mês. Na comemoração do aniversário da instituição, a
meio de Agosto, já só estiveram dois filhos e um dos netos.
Em Novembro, num almoço de família, a Avó queixou-se que o marido estava "a piorar a olhos vistos", e
que não conseguiam que aderisse a qualquer actividade que fizessem, "passando cada vez mais tempo
frente à televisão", que "as visitas são cada vez piores porque ele só quer que o tiremos dali e não aceita
a despedida". Acha que é "essa a razão de não aparecer mais ninguém na visita". Disse também que,
nessa semana, tinham tido dificuldades "em tirá-lo da sala enquanto os senhores que foram arranjar os
móveis lá estiveram, porque ele só estava a pegar nas ferramentas e a trocar tudo de sítio, a querer fazer
alguma coisa, assim como cá em casa andava sempre de volta dos pequenos arranjos. Ficou muito triste
quando o repreenderam e empurraram para o pátio, onde estavam no atelier de cantares. Os senhores até
foram compreensivos, lá os do lar é que já estão cansados com o Avô…". O seu desabafo terminou com
um suspiro acompanhado de um "não sei se durará muito mais tempo", com os olhos cheios de lágrimas.
Você é um dos netos do Avô António e está a ouvir : o que faria? Que medidas poderia tomar, junto da sua
família e da instituição?
63
6. A INSTITUCIONALIZAÇÃO
DO IDOSO COM DEMÊNCIA
ENUNCIADOS
Considere a hipótese (que esperamos longínqua!) de algum dia poder querer expressar a sua vontade e não
conseguir.
Com este pensamento, nos próximos dez minutos, redija um esboço do seu testamento vital.
64
SOLUÇÕES
SOLUÇÕES
S
SOLUÇÕES
SOLUÇÕES
66
SOLUÇÕES
assim nomeada devido ao médico que a ela se dedicou 4. Segundo Barreto (2005), é um conjunto, mais ou
primeiro. Este estudo foi inovador por ser estabelecida a menos homogéneo de sintomas e sinais que pode ter
relação entre uma patologia e uma lesão cerebral loca- diversas causas e, portanto, abranger vários tipos de
lizada, replicada em outros doentes. Ou seja, abriu pers- doenças.
pectivas para estudos futuros em termos de metodologia
(a possibilidade de comparação interpessoal) e de 5.
mapeamento cerebral (a atribuição de funções a zonas a. A resposta deve ser no sentido de encaminhar a D.
cerebrais), o que possibilitou também o avanço em ter- Joana para uma consulta médica de despiste de
mos de hipóteses de intervenção médica, prevenção, demência, sem, no entanto, a afligir mais ou a fazer
reabilitação e todo o desenvolvimento de tecnologias de sentir culpada do que quer que seja. A empatia de-
estudo. verá ser valorizada.
4. O facto de as funções cerebrais complexas depen- b. Deve ser referida a questão do despiste de outras
derem do bom desempenho dos neurónios em termos da patologias, a importância da obtenção de um
transmissão de informação, sendo elas resultado da diagnóstico certo, da realização de um prognóstico e
conjunção da actividade de várias zonas - daí a dificul- de um plano de intervenção adequado, contemplan-
dade de atribuição a uma zona específica. do a doente, a equipa médica e os familiares, princi-
palmente os cuidadores.
5. Atenção, memória, orientação, iniciativa, linguagem,
cálculo, abstracção/raciocínio lógico. 6. Demência ligeira: a, d e j. Demência moderada: b, e, f
e i. Demência Severa: c, g e h.
6. Não. O Sr. António apresenta uma perturbação da lin-
guagem semelhante à do doente descrito por Broca,
aparentemente conservando todas as outras funções CAPÍTULO 4
intactas. Deste modo, tudo indica tratar-se de um sinal DISTÚRBIOS COMPORTAMENTAIS
focal, uma lesão confinada a uma zona restrita do cére-
bro, com efeitos muito pontuais. 1. Relacionados com o ambiente - níveis de temperatu-
ra, luminosidade ou barulho, a concentração de muitas
7.1 Característica cuja presença indica uma maior proba- pessoas num espaço pequeno ou os espaços vazios, as
bilidade de incidência da doença. sombras ou ruídos ambíguos.
Relacionados com os cuidados - o tom de voz, o tipo
7.2 Os factores de risco gerais identificados para a de gestos ou a expressão facial de quem rodeia o doente.
demência são: idade, factores genéticos predisposi- Relacionados com o paciente - fome, sede, frio, calor,
cionais, baixa escolarização e ocupação profissional dor, presença de fezes ou urina na roupa, cansaço por
indiferenciada. Considerando que os pais de ambas tive- estar na mesma posição ou no mesmo sítio há muito
ram a doença (predisposição genética) e têm a mesma tempo, irritações cutâneas, presença de elementos
idade, aquilo que mais as distingue é o nível de escolari- estranhos (alfinetes ou insectos) nos seus pertences.
dade e o tipo de ocupação profissional, encontrando-se
numa posição desfavorecida para o desenvolvimento da 2. Depressão e apatia; Agitação verbal e motora;
deste tipo de patologias a D. Margarida. Sintomas psicóticos; Distúrbios do comportamento se-
xual; Desorientação espacial e temporal; Distúrbios do
sono.
CAPÍTULO 3
RECONHECER A DEMÊNCIA 3. Depressão e apatia - desinteresse geral (quando um
grande jogador de sueca deixa de fazer o jogo habitual
1. Chama-se processo demencial à evolução do quadro com os parceiros de há anos);
clínico demencial, desde os estádios mais incipientes até Agitação verbal e motora - inquietação, deambulação e
ao culminar da doença. agressão;
Sintomas psicóticos - desconfiança, delírio e aluci-
2. Demência primária manifesta-se exclusiva ou preferen- nações, ideias de perseguição, de roubo, de conspiração;
cialmente como síndrome demencial, o que é típico das Distúrbios do comportamento sexual - desinibição,
doenças neurodegenerativas. As restantes representam exposição de genitais, masturbação;
menos de 10% dos casos diagnosticados, manifestando- Desorientação espacial e temporal - perder-se em sítios
-se geralmente nas fases iniciais por serem preveníveis familiares, trocar os dias da semana, a estação do ano;
ou curáveis. Distúrbios do sono - insónia, despertar mais cedo que o
habitual;
3. Não reversíveis e não preveníveis ou degenerativas -
a e f; 4. Verdadeiras: c, d e e. Falsas: a, b e f.
Não reversíveis, preveníveis - b e c;
Reversíveis - d e e;
67
SOLUÇÕES
SOLUÇÕES
68
SOLUÇÕES
alguns técnicos aquando da prestação de cuidados de emergência) ou se possibilita a regularidade das vi-
higiene; sitas. A taxa de ocupação dos cuidadores também é
• o sofrimento causado pela identificação com as pro- importante, bem como a sua formação específica. No
blemáticas de outros utentes, e a procura do isolamento regulamento e contrato da instituição estarão discrim-
para evitar este confronto com a sua própria realidade; inados os serviços disponibilizados e condições de
• a crença de que a institucionalização representa o aban- acesso.
dono da família e amigos, o desinteresse destes ou c. Sim. Poderá, para além de continuar as visitas,
mesmo uma traição a si por ser "velho"; inteirar-se do Plano de actividades da instituição e
• o aumento do medo da dependência, da solidão, da dor procurar maneiras de salientar as capacidades espe-
e da morte. ciais ou gostos particulares do seu familiar, propondo,
aos técnicos, que incluam determinados detalhes
2. Deverá ser referido: que os privilegiem nas suas programações.
a. Colaboração; Negação; Raiva e Hostilidade;
Rebeldia; Exigência e Pedido; Isolamento e
Introversão; Dependência e R egressão.
b. A primeira é usual como primeira etapa de adapta-
ção, evidenciando-se pela despreocupação do idoso
perante os sintomas ou avisos dos cuidadores,
menosprezando as informações ou conselhos
destes. Existe uma alegria injustificada, desinteresse
ou isolamento perante os pares. A segunda é a ten-
tativa de o idoso dominar alguns aspectos da sua
vida, como o tempo de repouso e a toma de me-
dicação. Enquanto que a rebeldia é uma forma cons-
ciente de actuar, a negação é uma fuga perante pro-
blemas reais, numa tentativa de não ter de se con-
frontar com eles.
c. Um idoso que tenha uma reacção de colaboração
é, essencialmente, um idoso que se diz feliz, que
aceita esta alteração da sua vida e que a entende
como natural.
4.
a. Verificar o tipo de experiência deste; o conheci-
mento específico sobre a patologia do idoso; as refe-
rências apresentadas (confirmando colocações
profissionais anteriores). Deverá também ser tido em
atenção se existe empatia entre o idoso e o candida-
to e se este demonstra disponibilidade e flexibilidade.
Finalmente colocam-se questões inerentes às
condições de contratação oferecidas.
b. Qualquer instituição deverá estar legalizada e
cumprir os requisitos do Ministério da Solidariedade
Social. Ao analisar as instalações deverão observar-
-se as condições de segurança (escadas, iluminação,
tipos de piso e outras abordadas no capítulo 5), o tipo
de alojamento (tamanho dos quartos, número de ocu-
pantes e distribuição), os métodos de limpeza, as
condições de climatização, os espaços disponíveis
(se tem jardim, se tem áreas amplas para convívio).
A localização da instituição também deverá ser tida
em conta (se é facilmente acessível em situações de
69
70
APROFUNDAMENTO
TEXTOS DE
TEMÁTICO
TEXTOS DE APROFUNDAMENTO TEMÁTICO
t
APROFUNDAMENTO
TEXTOS DE
TEMÁTICO
O texto apresentado em seguida foi retirado de: O abuso pode ser de natureza física, emocional ou
Figueiredo, D. (2004). Cuidados familiares: cuidar e financeira, podendo envolver negligência inten-
ser cuidado na família. In Sousa, L., Figueiredo, D. cional ou não intencional. Embora se possam
& Cerqueira, M. Envelhecer em família - Os cuida- destacar algumas razões responsáveis pela situa-
dos familiares na velhice (p. 77 - 79). Porto: AMBAR ção de maus tratos, tais coma a ganância e a
- Ideias no Papel, S.A. ambição, existe alguma evidência empírica que
permite estabelecer uma associação entre o peso
Relação entre cuidador e receptor de cuidados das fontes de stress a que os cuidadores estão
expostos e a violência sobre o idoso. Algumas
A relação entre o idoso e a pessoa que cuida dele é investigações têm evidenciado que o risco de
alimentada tanto pela vivência comum das duas abuso é mais elevado quando os cuidadores provi-
pessoas (infancia ou vida conjugal), coma pela denciam níveis elevados de cuidados (definidos em
história individual de cada uma. No entanto, os termos de horas de prestação de cuidados por dia
cuidados pessoais prestados ao idoso vão exigir e o numero de anos de duração dessa prestação) e
profundas reconstruções no relacionamento, já que quando as vítimas têm maiores níveis de incapaci-
a relação de dependencia implica uma nova per- dade funcional. Contudo, estes resultados têm sido
cepção de si e do outro para todos os elementos do mitigados por outros estudos que revelam que os
grupo familiar, atingindo, em particular, o cuidador e idosos, vítimas de maus tratos e abuso por parte
o idoso. dos seus cuidadores, não são nem mais incapazes
A dependência, nessa relação, assume diferentes nem requerem mais cuidados dos que os idosos
significados para ambos: para o idoso, inscreve-se que não sofrem de violência por parte dos presta-
na sua incapacidade para realizar determinadas dores de cuidados.
actividades básicas da vida diária; para o cuidador, Actualmente, considera-se que a qualidade da
radica na necessidade de realizar pelo idoso activi- relação prévia entre o cuidador e o idoso, as per-
dades até aí desempenhados pelo mesmo. Essa cepções do cuidador relativamente às dificuldades
relação de dependência é, para ambos, complexa, e as estratégias de coping por ele accionadas são
já que se alteram as relações de poder. factores que explicam a razão pela qual alguns
Na verdade, a relação de dependência vai interferir cuidadores cometem actos de violência e de abuso
numa esfera muito pessoal do idoso: a sua intimi- e outros não. Apesar do reconhecimento geral de
dade. Consequentemente, gera-se uma relação de que a prestação de cuidados a um familiar idoso
constrangimento, tanto por parte do idoso, que perde pode ser levada a cabo desprovida de qualquer
a sua privacidade, coma pelo próprio cuidador, que afeição, alguns autores salientam que a ausência
pode ter de assumir as tarefas de natureza estrita- de satisfações pode e deve ser encarada como
mente intimas com o familiar dependente. indicador de uma frágil e abusiva relação (Nolan,
Grant e Keady, 1996).
Se o cuidador for o conjúge, essa relação poderá
assumir contornos menos embaraçosos, pois será
redefinida a partir de uma relação de intimidade pre-
viamente existente. Já para os filhos, essa relação
terá de ser construída. Por exemplo, quando a
relação se processa entre pai e filha, os constrangi-
mentos poderão ser altamente complexos, pois, na
sociedade actual, a exposição do corpo é ainda alvo
de algum preconceito. Permitir tocar, principalmente
nos órgaos genitais de outro, representa algo incó-
modo numa cultura em que a sexualidade é alvo de
preconceitos e controlada por fortes princípios
morais e conservadores. Daí que, expor o corpo e
ser tocado pelo conjúge seja menos penoso do que
por filhas ou noras (Mendes, 1998).
É ainda oportuno salientar que, por vezes, ocorre
urn autêntico colapso na relação entre o cuidador e
o idoso, podendo gerar situações de abuso e maus
tratos, que vão desde a violência física e agressões
verbais ate ao uso indevido dos bens do idoso.
72
APROFUNDAMENTO
TEXTOS DE
TEMÁTICO
O texto apresentado em seguida foi retirado de: Em simultâneo, os contextos da família e idoso
Sousa, L. (2004). O recurso aos apoios formais: a caracterizam-se por favorecer maior dependência
família, o idoso e os cuidado(re)s formais. In Sousa, emocional e menor dependência física, o respeito
L., Figueiredo, D. & Cerqueira, M. Envelhecer pela autonomia do idoso, ou a capacidade do idoso
em família - Os cuidados familiares na velhice afirmar a sua autodeterminação são, em geral,
(p. 88 - 90). Porto: AMBAR - Ideias no Papel, S.A. superiores; por oposição,aqueles que unem os
idosos aos profissionais, são de dependência física
A relação entre familias e profissionais e perda de autonomia, pois os técnicos tendem a
assumir uma postura "imperialista", (Jenkins, 1991)
A conjugação de diferentes factores e contextos na deduzindo a sua cultura como superior.
relacão de cada um dos dois sistemas executivos
(familiares e profissionais) corn o idoso, por quem O que foi referido não invalida que entre as função
são simultâneamente responsáveis, resulta na dis- da família e dos sistemas de apoio haja
tinção das respectivas funções (figura I). Permite, sobreposição e interpenetração, o que seria de
ao mesmo tempo, a compreensão da especificidade esperar, pois, junto do elemento comum (o idoso),
funcional (Relvas, 1996). partilham finalidades idênticas ou, pelo menos,
complementares: o bem-estar físico e emocional do
O factor tempo apresenta-se coma um dos funda-
idoso. Contudo, a análise diferencial permite perce-
mentais: a relação do idoso com os serviços e seus
ber alguns mal-entendidos que se geram nesta
profissionais é limitada ao final da vida, mas
relação.Nas circunstâncias atrás descritas, é natu-
prolonga-se, por norma, até ao momento da morte;
ral que os familiares sintam que os profissionais
a relação com a família é vitalícia e resulta da
são pouco atenciosos e carinhosos, pois repartem
gestão de relações ao longo de toda uma vida.
a sua acção por varios utentes e tratam todos de
Outra dimensão prende-se corn a exclusividade ou igual modo. É, igualmente, lógico que os profissio-
individualização da relação. Este factor pesa mais nais sintam as famílias como insistentes e demasia-
do lado da família; por muito que os profissionais do exigentes, uma vez que se centram no seu famí-
conheçam, teoricamente, os processos de desen- liar, enquanto os profissionais têm de atender um
volvimento individuais e familiares, perdem para a conjunto de outros pacientes. Apesar de parecer
família no que respeita ao conhecimento daquela contraditório, este contexto, fomenta que os pro-
pessoa. Porém, em alguns casos, os profissionais fissionais percebam as famílias, frequentemente,
podem mesmo conhecer melhor aquele sujeito, na como pouco colaborantes, pois enquanto os técni-
fase da velhice, do que os familiares (se estes se cos se centram exclusivamente ern aspectos de
afastarem). cuidados e tratamentos de saúde, a família está
preocupada corn um conjunto de outras circunstân-
Os familiares têm uma relação individual corn o seu
cias da sua vida e do idoso.
ente querido de uma vida, reconhecem as suas
expressões, identificam os seus humores, prevêm
as suas reacções... Por outro lado, esta pessoa não
e a única que os profissionais atendem; e mais uma.
Contudo, os profissionais têm tendência a assumir Familia Profissionais
que sabem mais sobre o idoso do que a família, Factores
deduzindo que os seus conhecimentos profissionais Relação vitalícia Tempo Relação limitada
ou os anos de prática lhes garantem uma percepção
Maior Exclusividade/ Menor
mais precisa dos problemas e necessidades. Individualização
Urn outro factor diz respeito ao número e variedade
Funções
de contextos em que cada uma das relações (profis- Controlo afectivo Socialização Generalização
sionais-idoso e idoso-família) têm probabilidade de
ocorrer. Obviamente, esse número é mais restrito Quase exclusiva Prestação
do lado dos serviços; aí o idoso situa-se num con- de cuidados
texto específico de apoio, cuidados e/ou tratamen- (In)depedência Depedência
Contextos
tos. Na família, os contextos são muito mais fle- Variabilidade Restrição
xíveis e menos restritos, tanto em número como nas
finalidades, mesmo quando se trata de prestar Adaptado de ReIvas, 1996: 142.
cuidados a um idoso dependente.
Figura I - A relação entre familias e profissionais
73
74
DIAPOSITIVOS
DIAPOSITIVOS
d
DIAPOSITIVOS
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
76
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
77
DIAPOSITIVOS
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
78
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
79
DIAPOSITIVOS
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
80
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
81
DIAPOSITIVOS
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
82
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
83
DIAPOSITIVOS
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
84
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
85 85
DIAPOSITIVOS
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
86
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
87
DIAPOSITIVOS
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
88
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
89
DIAPOSITIVOS
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
90
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
91
DIAPOSITIVOS
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
92
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
93
DIAPOSITIVOS
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
94
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
95
DIAPOSITIVOS
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
96
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
97
DIAPOSITIVOS
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
98
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
99
DIAPOSITIVOS
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
100
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
101
DIAPOSITIVOS
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
102
DIAPOSITIVOS
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
103
104
INFORMAÇÃO ÚTIL
OUTRA INFORMAÇÃO ÚTIL
i
BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA ACONSELHADA
http://www.viver.org
http://www.projectotio.net
http://www.medicosdeportugal.iol.pt/action/2/cnt_id/838/
http://www.alzheimerportugal.org/clientSite/
http://www.parkinson.pt
106
OUTROS AUXILIARES
COMPLEMENTARES
DIDÁCTICOS
OUTROS AUXILIARES
DIDÁCTICOS COMPLEMENTARES
Videograma
Cuidar do idoso com demência
Manual do formando
Cuidar do idoso com demência
107
CONTACTOS ÚTEIS
CONTACTOS ÚTEIS
Alzheimer Europe
http://www.alzheimer-europe.org/
SPAVC
Sociedade Portuguesa de AVC
Rua Afonso Baldaia, 57
4150-017 Porto
Tel.: 226168681/2
Telemóvel: 936168681/2
Fax: 226168683
E-mail geral: info@spavc.org
E-mail da Direcção: dir@spavc.org
E-mail do secretariado: secretariado@spavc.org
http://www.spavc.org/
109
ENTIDADE PROMOTORA
ENTIDADE PARCEIRA