Você está na página 1de 10

Aquecimento global é o aumento da temperatura média dos oceanos e do ar perto

da superfície da Terra que se tem verificado nas décadas mais recentes e que
possivelmente continuará durante o século XXI. O fenô meno se manifesta como um
problema na temperatura sobre as á reas populosas do Hemisfério Norte, entre
Círculo Polar Á rtico e Tró pico de Câ ncer. O clima marítimo do Hemisfério Sul é
mais está vel; embora o aumento do nível médio do mar também o atinge. O clima
marítimo depende da temperatura dos oceanos nos Tró picos; e este estará em
equilíbrio com a velocidade de evaporaçã o da á gua, com a radiaçã o solar que
atinge a Terra e o Efeito Estufa (Albedo).

Se o aumento da temperatura média se deve a causas naturais ou antropogênicas


(provocadas pelo homem) ainda é objeto de algum debate entre os cientistas,
embora muitos meteorologistas e climató logos tenham recentemente afirmado
publicamente que consideram provado que a açã o humana realmente está
influenciando na ocorrência do fenô meno. O Painel Intergovernamental sobre
Mudanças Climá ticas (IPCC), estabelecido pelas Naçõ es Unidas e pela Organizaçã o
Meteoroló gica Mundial em 1988, no seu relató rio mais recente[1] diz que grande
parte do aquecimento observado durante os ú ltimos 50 anos se deve muito
provavelmente a um aumento do efeito estufa, causado pelo aumento nas
concentraçõ es de gases estufa de origem antropogênica (incluindo, para além do
aumento de gases estufa, outras alteraçõ es como, por exemplo, as devidas a um
maior uso de á guas subterrâ neas e de solo para a agricultura industrial e a um
maior consumo energético e poluiçã o). A maioria da comunidade cientifica crê que
este este é um fenó meno com causas antropogénicas.[2]

Comparaçã o de 10 curvas procurando estimar a variaçã o de temperatura na Terra


nos ú ltimos 2000 anos. O IPCC faz notar que os valores anteriores a 1860 sã o
muito incertos porque os dados referentes ao Hemisfério Sul sã o insuficientes. A
curva a vermelho, a mais recente, indica uma temperatura actual semelhante à que
ocorreu na Europa no período quente da Idade Média.

Fenô menos naturais tais como variaçã o solar combinados com vulcõ es
provavelmente levaram a um leve efeito de aquecimento de épocas pré-industriais
até 1950, mas um efeito de resfriamento a partir dessa data. [3][4] Essas conclusõ es
bá sicas foram endorsadas por pelo menos 30 sociedades e comunidades
científicas, incluindo todas as academias científicas nacionais dos principais países
industrializados. A Associaçã o Americana de Geologistas de Petró leo,[5][6] e alguns
poucos cientistas individuais nã o concordam em partes. [5] Mangini publicou
resultados em que o aumento da radiaçã o solar faz parte do aquecimento global
das ú ltimas décadas.[7][8]

Modelos climá ticos referenciados pelo IPCC projetam que as temperaturas globais
de superfície provavelmente aumentarã o no intervalo entre 1,1 e 6,4 °C entre 1990
e 2100.[1] A variaçã o dos valores reflete no uso de diferentes cená rios de futura
emissã o de gases estufa e resultados de modelos com diferenças na sensibilidade
climá tica. Apesar de que a maioria dos estudos tem seu foco no período de até o
ano 2100, espera-se que o aquecimento e o aumento no nível do mar continuem
por mais de um milênio, mesmo que os níveis de gases estufa se estabilizem. [1] Isso
reflete na grande capacidade calorífica dos oceanos.

Um aumento nas temperaturas globais pode, em contrapartida, causar outras


alteraçõ es, incluindo aumento no nível do mar e em padrõ es de precipitaçã o
resultando em enchentes e secas.[9] Podem também haver alteraçõ es nas
frequências e intensidades de eventos de temperaturas extremas, apesar de ser
difícil de relacionar eventos específicos ao aquecimento global. Outros eventos
podem incluir alteraçõ es na disponibilidade agrícola, recuo glacial, vazã o reduzida
em rios durante o verã o, extinçã o de espécies e aumento em vetores de doenças.

Incertezas científicas restantes incluem o exato grau da alteraçã o climá tica


prevista para o futuro, e como essas alteraçõ es irã o variar de regiã o em regiã o ao
redor do globo. Existe um debate político e pú blico para se decidir que açã o se
deve tomar para reduzir ou reverter aquecimento futuro ou para adaptar à s suas
conseqü ências esperadas. A maioria dos governos nacionais assinou e ratificou o
Protocolo de Quioto, que visa o combate à emissã o de gases estufa.

Terminologia

O termo "aquecimento global" é um exemplo específico de mudança climá tica à


escala global. O termo "mudança climá tica" também pode se referir ao esfriamento
global. No uso comum, o termo se refere ao aquecimento ocorrido nas décadas
recentes e subentende-se uma influência humana.[10] A Convençã o Quadro das
Naçõ es Unidas para Mudança do Clima (UNFCCC) usa o termo "mudança climá tica"
para mudanças causadas pelo Homem, e "variabilidade climá tica" para outras
mudanças.[11] O termo "alteraçã o climá tica antropogênica" é por vezes usado
quando se fala em mudanças causadas pelo Homem.

Evidências do aquecimento global

A principal evidência do aquecimento global vem das medidas de temperatura de


estaçõ es meteoroló gicas em todo o globo desde 1860. Os dados com a correçã o dos
efeitos de "ilhas urbanas" mostra que o aumento médio da temperatura foi de 0.6 ±
0.2 °C durante o século XX. Os maiores aumentos foram em dois períodos: 1910 a
1945 e 1976 a 2000.[12] De 1945 a 1976, houve um arrefecimento que fez com que
temporariamente a comunidade científica suspeitasse que estava a ocorrer um
arrefecimento global.[13]

O aquecimento verificado nã o foi globalmente uniforme. Durante as ú ltimas


décadas, foi em geral superior entre as latitudes de 40°N e 70°N, embora em
algumas á reas, como a do Oceano Atlâ ntico Norte, tenha havido um arrefecimento.
[14]
É muito prová vel que os continentes tenham aquecido mais do que os oceanos.
[12]
Há , no entanto que referir que alguns estudos parecem indicar que a variaçã o
em irradiaçã o solar pode ter contribuído em cerca de 45–50% para o aquecimento
global ocorrido entre 1900 e 2000.

Evidências secundá rias sã o obtidas através da observaçã o das variaçõ es da


cobertura de neve das montanhas e de á reas geladas, do aumento do nível global
das mares, do aumento das precipitaçõ es, da cobertura de nuvens, do El Niñ o e
outros eventos extremos de mau tempo durante o século XX.

Por exemplo, dados de satélite mostram uma diminuiçã o de 10% na á rea que é
coberta por neve desde os anos 1960. A á rea da cobertura de gelo no hemisfério
norte na primavera e verã o também diminuiu em cerca de 10% a 15% desde 1950
e houve retraçã o os glaciais e da cobertura de neve das montanhas em regiõ es nã o
polares durante todo o século XX.[12] No entanto, a retraçã o dos glaciais na Europa
já ocorre desde a era Napoleô nica e, no Hemisfério Sul, durante os ú ltimos 35 anos,
o derretimento apenas aconteceu em cerca de 2% da Antá rtida; nos restantes 98%,
houve um esfriamento e a IPPC estima que a massa da neve deverá aumentar
durante este século. Durante as décadas de 1930 e 1940, em que a temperatura de
toda a regiã o á rtica era superior à de hoje, a retraçã o dos glaciais na Groelâ ndia era
maior do que a atual. A diminuiçã o da á rea dos glaciais ocorrida nos ú ltimos 40
anos, deu-se essencialmente no Á rtico, na Rú ssia e na América do Norte; na Eurá sia
(no conjunto Europa e Á sia), houve de fato um aumento da á rea dos glaciais, que se
pensa ser devido a um aumento de precipitaçã o.[15]

Estudos divulgados em abril de 2004 procuraram demonstrar que a maior


intensidade das tempestades estava relacionada com o aumento da temperatura
da superfície da faixa tropical do Atlâ ntico. Esses fatores teriam sido responsá veis,
em grande parte, pela violenta temporada de furacõ es registrada nos Estados
Unidos, México e países do Caribe. No entanto, enquanto, por exemplo, no período
de quarto-século de 1945-1969, em que ocorreu um ligeiro aquecimento global,
houve 80 furacõ es principais no Atlâ ntico, no período de 1970-1994, quando o
globo se submetia a uma tendência de aquecimento, houve apenas 38 furacõ es
principais. O que indica que a atividade dos furacõ es nã o segue necessariamente as
tendências médias globais da temperatura.[16]

Determinaçã o da temperatura global à superfície

A determinaçã o da temperatura global à superfície é feita a partir de dados


recolhidos em terra, sobretudo em estaçõ es de mediçã o de temperatura em
cidades, e nos oceanos, recolhidos por navios. É feita uma seleçã o das estaçõ es a
considerar, que sã o as que se consideram mais confiá veis, e é feita uma correçã o
no caso de estas se encontrarem perto de urbanizaçõ es. As tendências de todas as
seçõ es sã o entã o combinadas para se chegar a uma temperatura global.

Variaçã o de temperatura na Terra de 1860 até 2004.

O globo é dividido em seçõ es de 5º latitude/5º longitude e é calculada uma média


pesada da temperatura mensal média das estaçõ es escolhidas em cada seçã o. As
seçõ es para as quais nã o existem dados sã o deixadas em branco, sem as estimar a
partir das seçõ es vizinhas, e nã o entram nos cá lculos. A média obtida é entã o
comparada com a referência para o período de 1961-1990, obtendo-se o valor da
anomalia para cada mês. A partir desses valores é entã o calculada uma média
pesada correspondente à anomalia anual média global para cada Hemisfério e, a
partir destas, a anomalia global.[17]

Desde janeiro de 1979, os satélites da NOAA passaram a medir a temperatura da


troposfera inferior (de 1000m a 8000m de altitude) através da monitorizaçã o das
emissõ es de microondas por parte das moléculas de oxigénio na atmosfera. O seu
comprimento de onda está diretamente relacionado com a temperatura (estima-se
uma precisã o de medida da ordem dos 0.01 °C). Estas mediçõ es indicam um
aquecimento de menos de 0.1 °C, desde 1979, em vez dos 0.4 °C obtidos a partir
dos dados à superfície.

É de notar que os dois conjuntos de dados nã o divergem na América do Norte,


Europa Ocidental e Austrá lia, onde se pensa que os dados das estaçõ es sã o
registrados e mantidos de um modo mais fiá vel. É apenas fora destas grandes
á reas que os dados divergem: onde os dados de satélite mostram uma tendência de
evoluçã o quase neutra, os dados das estaçõ es à superfície mostram um
aquecimento significativo (Dentro da mesma regiã o tropical, enquanto os dados
das estaçõ es na Malá sia e Indonésia mostram um aquecimento, as de Darwin e da
ilha de Willis, nã o.)

Existe controvérsia relativamente à explicaçã o desta divergência. Enquanto alguns


pensam que existem erros graves nos dados recolhidos à superfície, e no critério
de selecçã o das estaçõ es a considerar, outros põ em a hipó tese de existir um
processo atmosférico desconhecido que explique uma divergência em certas
partes do globo entre as duas temperaturas.
Por sua vez, Bjarne Andresen,[18] professor do Niels Bohr Institute da Universidade
de Copenhaga, defende que é irrelevante considerar uma ú nica temperatura global
para um sistema tã o complicado como o clima da Terra. O que é relevante é o
cará cter heterogéneo do clima e só faz sentido falar de uma temperatura no caso
de um sistema homogéneo. Para ele, falar de uma temperatura global do planeta é
tã o inú til como falar no «nú mero de telefone médio» de uma lista telefó nica.

Causas possíveis

Ver artigo principal: Causas do aquecimento global

O sistema climá tico terrestre muda em resposta a variaçõ es em fatores externos


incluindo variaçõ es na sua ó rbita em torno do Sol,[19][20][21] erupçõ es vulcâ nicas,[22] e
concentraçõ es atmosféricas de gases do efeito estufa. As causas detalhadas do
aquecimento recente continuam sendo uma á rea ativa de pesquisa, mas o consenso
científico[23][24] identifica os níveis aumentados de gases estufa devido à atividade
humana como a principal causa do aquecimento observado desde o início da era
industrial. Essa atribuiçã o é mais clara nos ú ltimos 50 anos, para os quais estã o
disponíveis os dados mais detalhados. Contrastando com o consenso científico,
outras hipó teses foram avançadas para explicar a maior parte do aumento
observado na temperatura global. Uma dessas hipó teses é que o aquecimento é
resultado principalmente da variaçã o na atividade solar.[7][8][25][26][27][28][29][30]

Nenhum dos efeitos produzidos pelos fatores condicionantes é instantâ neo. Devido
à inércia térmica dos oceanos terrestres e à lenta resposta de outros efeitos
indiretos, o clima atual da Terra nã o está em equilíbrio com o condicionamento
que lhe é imposto. Estudos de compromisso climá tico indicam que ainda que os
gases estufa se estabilizassem nos níveis do ano 2000, um aquecimento adicional
de aproximadamente 0,5 °C ainda ocorreria.[31]

Consequências

Devido aos efeitos potenciais sobre a saú de humana, economia e meio ambiente o
aquecimento global tem sido fonte de grande preocupaçã o. Importantes mudanças
ambientais têm sido observadas e foram ligadas ao aquecimento global. Os
exemplos de evidências secundá rias citadas abaixo (diminuiçã o da cobertura de
gelo, aumento do nível do mar, mudanças dos padrõ es climá ticos) sã o exemplos
das conseqü ências do aquecimento global que podem influenciar nã o somente as
atividades humanas mas também os ecossistemas. Aumento da temperatura global
permite que um ecossistema mude; algumas espécies podem ser forçadas a sair
dos seus há bitats (possibilidade de extinçã o) devido a mudanças nas condiçõ es
enquanto outras podem espalhar-se, invadindo outros ecossistemas.

Entretanto, o aquecimento global também pode ter efeitos positivos, uma vez que
aumentos de temperaturas e aumento de concentraçõ es de CO2 podem aprimorar
a produtividade do ecossistema. Observaçõ es de satélites mostram que a
produtividade do hemisfério Norte aumentou desde 1982. Por outro lado é fato de
que o total da quantidade de biomassa produzida nã o é necessariamente muito
boa, uma vez que a biodiversidade pode no silêncio diminuir ainda mais um
pequeno nú mero de espécies que esteja florescendo.

O aquecimento da superfície favorecerá um aumento da evaporaçã o nos oceanos o


que fará com que haja na atmosfera mais vapor de á gua (o gá s de estufa mais
importante, sobretudo porque existe em grande quantidade na nossa atmosfera).
Isso poderá fazer com que aumente cada vez mais o efeito de estufa e com que o
aquecimento da superfície seja reforçado. Podemos, nesse caso, esperar um
aquecimento médio de 4 a 6 °C na superfície. Mas mais umidade (vapor de á gua)
no ar pode também significar uma presença de mais nuvens na atmosfera o que se
pensa que, em média, poderá causar um efeito de arrefecimento.

As nuvens têm de fato um papel importante no equilíbrio energético porque


controlam a energia que entra e que sai do sistema. Podem arrefecer a Terra, ao
refletirem a luz solar para o espaço, e podem aquecê-la por absorçã o da radiaçã o
infravermelha radiada pela superfície, de um modo aná logo ao dos gases
associados ao «efeito de estufa». O efeito dominante depende de muitos fatores,
nomeadamente da altitude e do tamanho das nuvens e das suas gotículas.

Por outro lado, o aumento da evaporaçã o poderá provocar pesados aguaceiros e


mais erosã o. Muitas pessoas pensam que isto poderá causar resultados mais
extremos no clima, com um progressivo aquecimento global.

O aquecimento global também pode apresentar efeitos menos ó bvios. A Corrente


do Atlâ ntico Norte, por exemplo, é provocada por diferenças de temperatura entre
os mares. E aparentemente ela está diminuindo à medida que a temperatura média
global aumenta. Isso significa que á reas como a Escandiná via e a Inglaterra que sã o
aquecidas pela corrente poderã o apresentar climas mais frios a respeito do
aumento do aquecimento global.

O aumento no nú mero de mortos, desabrigados e perdas econô micas previstas


devido ao clima severo atribuído ao aquecimento global pode ser piorado pelas
densidades crescentes de populaçã o em á reas afetadas, apesar de ser previsto que
as regiõ es temperadas tenham alguns benefícios menores, tais como poucas
mortes devido à exposiçã o ao frio. Um sumá rio dos prová veis efeitos e
conhecimentos atuais pode ser encontrado no relató rio feito para o "Terceiro
Relató rio de Balanço do IPCC" pelo Grupo de Trabalho 2. Já o resumo do mais
recente, "Quarto Relató rio de Balanço do IPCC", informa que há evidências
observá veis de um aumento no nú mero de ciclones tropicais no Atlâ ntico Norte
desde por volta de 1970, em relaçã o com o aumento da temperatura da superfície
do mar, mas que a detecçã o de tendências a longo prazo é difícil pela qualidade dos
registros antes das observaçõ e rotineiras dos satélites. O resumo também diz que
nã o há uma tendência clara do nú mero de ciclones tropicais no mundo.[44]

Efeitos adicionais antecipados incluem aumento do nível do mar de 110 a 770


milímetros entre 1990 e 2100, repercussõ es na agricultura, possível desaceleraçã o
da circulaçã o termoalina, reduçõ es na camada de ozô nio, aumento na intensidade e
freqü ência de furacõ es, baixa do pH do oceano e propagaçã o de doenças como
malá ria e dengue. Um estudo prevê que 18% a 35% de 1103 espécies de plantas e
animais serã o extintas até 2050, baseado nas projeçõ es do clima no futuro.[45]

Aumento do nível médio das á guas do mar

Nível dos Oceanos.

Uma outra causa de grande preocupaçã o é o aumento do nível médio das á guas do
mar. O nível dos mares está aumentando em 0.01 a 0.025 metros por década o que
pode fazer com que no futuro algumas ilhas de países insulares no Oceano Pacífico
fiquem debaixo de á gua. O aquecimento global provoca subida dos mares
principalmente por causa da expansã o térmica da á gua dos oceanos. O segundo
fator mais importante é o derretimento de calotas polares e camadas de gelo sobre
as montanhas, que sã o muito mais afetados pelas mudanças climá ticas do que as
camadas de gelo da Gronelâ ndia e Antá rtica, que nã o se espera que contribuam
significativamente para o aumento do nível do mar nas pró ximas décadas, por
estarem em climas frios, com baixas taxas de precipitaçã o e derretimento. Alguns
cientistas estã o preocupados que no futuro, a camada de gelo polar e os glaciares
derretam significativamente. Se isso acontecesse, poderia haver um aumento do
nível das á guas, em muitos metros. No entanto, os cientistas nã o esperam um
maior derretimento nos pró ximos 100 anos e prevê-se um aumento do nível das
á guas entre 14 e 43 cm até o fim deste século.(Fontes: IPCC para os dados e as
publicaçõ es da grande imprensa para as percepçõ es gerais de que as mudanças
climá ticas).

Foi preciso ter em conta muitos fatores para se chegar a uma estimativa do
aumento do nível do mar no passado. Mas diferentes investigadores, usando
métodos diferentes, acabaram por confirmar o mesmo resultado. O cá lculo que
levou à conclusã o nã o foi simples de fazer. Na Escandiná via, por exemplo, as
medidas realizadas parecem indicar que o nível das á guas do mar está a descer
cerca de 4 milímetros por ano. No norte das Ilhas Britâ nicas, o nível das á guas do
mar está também a descer, enquanto no sul se está a elevar. Isso deve-se ao fato da
Fennoscandia (o conjunto da Escandiná via, da Finlâ ndia e da Dinamarca) estar
ainda a subir, depois de ter sido pressionada por glaciares de grande massa
durante a ú ltima era glacial [5]. Demora muito tempo a subir porque é só muito
lentamente que o magma consegue fluir para debaixo dela; e esse magma tem que
vir de algum lado pró ximo, como os Países Baixos e o sul das Ilhas Britâ nicas, que
se estã o lentamente a afundar. Em Bangkok, por causa do grande incremento na
extraçã o de á gua para uso doméstico, o solo está a afundar-se e os dados parecem
indicar que o nível das á guas do mar subiu cerca de 1 metro nos ú ltimos 30 anos.

Introduçã o 

Todos os dias acompanhamos na televisã o, nos jornais e revistas


as catá strofes climá ticas e as mudanças que estã o ocorrendo,
rapidamente, no clima mundial. Nunca se viu mudanças tã o
rá pidas e com efeitos devastadores como tem ocorrido nos
ú ltimos anos.

A Europa tem sido castigada por ondas de calor de até 40 graus


centígrados, ciclones atingem o Brasil (principalmente a costa sul
e sudeste), o nú mero de desertos aumenta a cada dia, fortes
furacõ es causam mortes e destruiçã o em vá rias regiõ es do planeta
e as calotas polares estã o derretendo (fator que pode ocasionar o
avanço dos oceanos sobre cidades litorâ neas). O que pode estar
provocando tudo isso? Os cientistas sã o unâ nimes em afirmar que
o aquecimento global está relacionado a todos estes
acontecimentos. 

Pesquisadores do clima mundial afirmam que este aquecimento


global está ocorrendo em funçã o do aumento da emissã o de gases
poluentes, principalmente, derivados da queima de combustíveis
fó sseis (gasolina, diesel, etc), na atmosfera. Estes gases (ozô nio,
dió xido de carbono, metano, ó xido nitroso e  monó xido de
carbono) formam uma camada de poluentes, de difícil dispersã o,
causando o famoso efeito estufa. Este fenô meno ocorre, pois, estes
gases absorvem grande parte da radiaçã o infra-vermelha emitida
pela Terra, dificultando a dispersã o do calor.

O desmatamento e a queimada de florestas e matas também


colabora para este processo. Os raios do Sol atingem o solo e
irradiam calor na atmosfera. Como esta camada de poluentes
dificulta a dispersã o do calor, o resultado é o aumento da
temperatura global. Embora este fenô meno ocorra de forma mais
evidente nas grandes cidades, já se verifica suas conseqü ências em
nível global.   

 Derretimento de gelo nas calotas polares:


uma das consequências do aquecimento global.
Conseqü ências do aquecimento global 

-         Aumento do nível dos oceanos: com o aumento da


temperatura no mundo, está em curso o derretimento das calotas
polares. Ao aumentar o nível da á guas dos oceanos, podem
ocorrer, futuramente, a submersã o de muitas cidades litorâ neas;
-         Crescimento e surgimento de desertos: o aumento da
temperatura provoca a morte de vá rias espécies animais e
vegetais, desequilibrando vá rios ecossistemas. Somado ao
desmatamento que vem ocorrendo, principalmente em florestas
de países tropicais (Brasil, países africanos), a tendência é
aumentar cada vez mais as regiõ es desérticas do planeta Terra;
-         Aumento de furacõ es, tufõ es e ciclones: o aumento da
temperatura faz com que ocorra maior evaporaçã o das á guas dos
oceanos, potencializando estes tipos de catá strofes climá ticas;
-         Ondas de calor: regiõ es de temperaturas amenas tem sofrido
com as ondas de calor. No verã o europeu, por exemplo, tem se
verificado uma intensa onda de calor, provocando até mesmo
mortes de idosos e crianças. 

Protocolo de Kyoto

Este protocolo é um acordo internacional que visa a reduçã o da


emissã o dos poluentes que aumentam o efeito estufa no planeta.
Entrou em vigor em 16 fevereiro de 2005. O principal objetivo é
que ocorra a diminuiçã o da temperatura global nos pró ximos
anos. Infelizmente os Estados Unidos, país que mais emite
poluentes no mundo, nã o aceitou o acordo, pois afirmou que ele
prejudicaria o desenvolvimento industrial do país.

Conferência de Bali 

Realizada entre os dias 3 e 14 de dezembro de 2007, na ilha de


Bali (Indonésia), a Conferência da ONU sobre Mudança Climá tica
terminou com um avanço positivo. Apó s 11 dias de debates e
negociaçõ es. os Estados Unidos concordaram com a posiçã o
defendida pelos países mais pobres. Foi estabelecido um
cronograma de negociaçõ es e acordos para troca de informaçõ es
sobre as mudanças climá ticas, entre os 190 países participantes.
As bases definidas substituirã o o Protocolo de Kyoto, que vence
em 2012.

Conferência de Copenhague - COP-15

A 15ª Conferência das Naçõ es Unidas sobre Mudança do Clima foi


realizada entre os dias 7 e 18 de dezembro de 2009, na cidade de
Copenhague (Dinamarca). A Conferência Climá tica reuniu os
líderes de centenas de países do mundo, com o objetivo de
tomarem medidas para evitar as mudanças climá ticas e o
aquecimento global. A conferência terminou com um sentimento
geral de fracasso, pois poucas medidas prá ticas foram tomadas.
Isto ocorreu, pois houve conflitos de interesses entre os países
ricos, principalmente Estados Unidos e Uniã o Européia, e os que
estã o em processo de desenvolvimento (principalmente Brasil,
Índia, China e Á frica do Sul).  

De ú ltima hora, um documento, sem valor jurídico, foi elaborado


visando à reduçã o de gases do efeito estufa em até 80% até o ano
de 2050. Houve também a intençã o de liberaçã o de até 100
bilhõ es de dó lares para serem investidos em meio ambiente, até o
ano de 2020. Os países também deverã o fazer mediçõ es de gases
do efeito estufa a cada dois anos, emitindo relató rios para a
comunidade internacional.

Você também pode gostar