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1 Conceito de sílaba: συλλαβή, συν prep. com ou adv. juntamente + λαβή, ação de tomar => “una
uocalis iugata consonanti aut pluribus/ syllabam reddat necesse est. syllabam Graeci uocant,/ ore quod
simul profectae copulant unum sonum: uinculum nam signat ista congregale dictio.” Terenciano Mauro,
De syllabis metris liber v. 15-18 = “Uma vogal unida a uma ou mais consoantes deve exprimir uma
sílaba. Os gregos denominavam sílaba, porque, logo que pronunciadas, [as letras] formam um único som:
de fato, essa pronúncia expressa um laço de união X análises acústicas modernas => picos de energia
acústica na fala = centro de sílaba, cada fração de fala (cada sílaba) = pico de energia.
1.1 Tipos silábicos: conjuntos unitários de fonema => uma vogal (e, de dentro de; a, por) X
agrupamentos de fonemas => vogal precedida (mu, gemido; pro, a favor de), seguida (ab, por; et, e; ex, de
dentro de; in, em) ou precedida e seguida (per através; tot, tantos; sal, sal) por consoantes.
1.2 Estrutura silábica: centro (núcleo) = vogal X margem (ataque e coda) = consoante, embora o
elemento essencial seja somente o núcleo.
3 Pé métrico X metro: o pé métrico é o menor elemento rítmico do verso, formado pela combinação de,
no mínimo, duas sílabas – ex. jambo (cănō), troqueu (ārmă); já o metro consiste num elemento rítmico
maior, formado pela combinação de pés métricos – ex. coriambo, metro formado pela sequência de um
troqueu e um jambo (pērcĭpĭēs).
3.1 Tipos de pés métricos
3.1.1 Pés dissilábicos
3.1.1.1 Espondeu: do grego σπονδείος (relativo a libações), seu nome remete ao ritmo lento usado no
canto das libações, apresentando esquema ll (cōgō).
3.1.1.2 Jambo: do grego ιαμβός, nome de origem controversa; para alguns metricistas, remete a Iambe,
filha de Pã e da ninfa Eco, personagem mitológica que ajudou a distrair, com gracejos, as preocupações
da deusa Deméter (Ceres) com sua filha Perséfone, raptada por Hades; apresenta esquema kl (bŏnīs).
3.1.1.3 Troqueu: do grego τροχαίος (o que corre), seu nome remete ao uso muito frequente em coros, que
se moviam rapidamente, apresentando esquema lk (sēruĕ).
3.1.1.4 Pirríquio: do grego πυρρίχιος, seu nome remete à pírrica (πυρρίχη), baile guerreiro da
Lacedemônia, apresentando esquema kk (ăgĕ).
3.1.2 Pés trissilábicos
3.1.2.1 Anapesto: do grego α̉ ναπαιστος (voltado), seu nome remete ao fato de consistir num dátilo
invertido, apresentando esquema kkl (pĭĕtās).
3.1.2.2 Báquio: do grego Βαχήιος (relativo a Baco), seu nome remete aos cantos em homenagem ao deus
Baco, apresentando esquema kll(răpācēs).
3.1.2.3 Crético: do grego Κρητικός (relativo a Creta), seu nome remete à dança procedente da ilha de
Creta, apresentando esquema lkl (ēxĕūnt). Também conhecido por pé anfímacro, a)mfi/makroj (o que
tem uma longa de ambos os lados).
3.1.2.4 Dátilo: do grego δακτυλος (dedo), seu nome remete à própria constituição do pé em analogia à
anatomia do dedo (uma falange longa e duas falanges breves), apresentando esquema lkk (lītŏră).
3.1.2.5 Tríbraco: do grego τρίβραχυς, seu nome significa três sílabas breves, apresentando esquema kkk
(ănĭmŭs).
3.2 Tipos de metros
3.2.1 Coriambo: do grego χορίαμβος, compõe-se de coreu (χορείος – pé muito empregado na dança,
sinônimo de troqueu) e jambo, apresentando esquema lkkl(pērcĭpĭēs).
3.2.2 Dócmio: do grego δόχμιος (oblíquo), compõe-se de jambo e crético, apresentando esquema
kllkl(pŏlītīssĭmō).
3.2.3 Hypodochmio: do grego – υποδόχμιος (dócmio invertido), compõe-se de jambo e troqueu,
apresentando esquema lklkl (īnnŏcēntĭǣ).
3.2.4 Jônico: do grego ͗Ιωνικός (relativo à Jônia), seu nome remete aos versos cantados nas danças
jônicas. Apresenta-se na poesia em dois tipos a) a maiore, composto de espondeu e pirríquio,
apresentando esquema llkk (cōncēdĕrĕ); b) a minore, composto de pirríquio e espondeu, apresentando
esquema kkll (rĕgĭōnēs).
3.2.5 Proceleusmático: d o g r e g o προκελευσματικός (relativo a tempestade, tumulto, agitação),
possivelmente remete a seu caráter rápido; compõe-se de dois pirríquios, apresentando esquema kkkk
(călĕfăcĭt)
4 O hexâmetro datílico: verso composto de seis dátilos (lkk), que podem ser substituídos por espondeus
(ll), senão no quinto pé, preponderantemente datílico. O último pé corresponde a um espondeu (ll). O
terceiro pé do hexâmetro apresenta geralmente cesura, que pode ocorrer junto com segundas ou terceiras
cesuras em outros pés. A cesura se caracteriza por uma pausa rítmica/sintática ao fim de uma palavra
dentro do pé, contrariamente à diérese, que ocorre entre um pé e outro. Na poesia latina, o hexâmetro é o
metro por excelência da epopeia, mas ainda se verifica na poesia didática, filosófica, bucólica, entre
outros gêneros poéticos.