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CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DOS AGREGADOS1

GRADUAÇÃO

Cada aplicação definirá a distribuição granulométrica a ser usada.

LIMPEZA

Deve-se evitar utilizar agregados que contenham um nível elevado de impurezas, tais como
vegetação, argila, pó, etc. O ensaio de equivalente de areia (DNER-ME 054/97) quantifica a
proporção de argila ou pó nas amostras de agregados miúdos.

Agita-se energicamente uma amostra de solo numa proveta contendo uma solução diluída. Após
alguns minutos em repouso, determina-se a relação entre o volume de areia e o de finos que se
separam da areia:

(equivalente em areia)

RESISTÊNCIA À ABRASÃO

O objetivo do ensaio é medir a resistência do material à quebras, degradação e desintegração.


Este ensaio é realizado com agregados graúdos e, quanto mais próximos da superfície do
pavimento, maior deve ser sua resistência à abrasão.

Com esta finalidade, o ensaio conhecido como Abrasão Los Angeles (DNER-ME 035/98 para
pétreos e DNER-ME 222/94 para sintéticos), no qual uma amostra do material é colocada dentro
de um cilindro com esferas de aço no seu interior, e o cilindro posto a girar. A perda de
resistência é dada por:

(m1 é a massa inicial, material retido na # 8 e


m2 é a massa final, material retido na # 12)
FORMA DOS AGREGADOS (DNER-ME 086/94 OU NBR 5564/2014)

Característica importante para avaliar indiretamente o contato entre grãos e a resistência ao


cisalhamento. A forma das partículas (agregados graúdos) é determinada pelo índice de forma
(DNER-ME 086/94); usando uma placa de lamelaridade, onde:

f ≥ 0,5 (condição aceitável)

f = 0 (completamente lamelar)

f = 1 (completamente cúbico)

Alternativamente, pela NBR 5564/2014 (para lastro ferroviário) são medidas as dimensões do
agregado com um paquímetro.

ABSORÇÃO (DNER-ME 081/98)

Avalia a porosidade do agregado graúdo. É a relação entre a massa de água absorvida (após 24
h de imersão) e a massa inicial de material seco.

1
Trecho extraído das notas de aula da disciplina de Pavimentação da Universidade Federal do Paraná,
disponíveis através do site do Departamento de Transportes da mesma instituição.
(Mh é a massa do agregado úmido e Ms é a
massa do agregado seco em estufa)
ADESIVIDADE AO LIGANTE ASFÁLTICO

Quimicamente, o agregado (graúdo ou miúdo) prefere a água ao asfalto. A presença de água em


uma mistura tende a promover seu acúmulo na interface agregado-ligante, resultando na
separação entre o ligante e a superfície do agregado. Assim, agregados:

 Ácidos ou eletronegativos são hidrofílicos, mais suscetíveis à ação da água. Ex.: granitos,
gnaisses, quartzitos.
 Básicos ou eletropositivos: são hidrofóbicos, menos suscetíveis à ação da água. Ex.:
basaltos, calcários.

Diversos ensaios: DNER-ME 078/94, DNER-ME 079/94, Lottman Modificado, etc. Pode-se
adicionar algum produto a fim de melhorar a adesividade, como por exemplo, fíleres ativos (cal
hidratada tipo CH-1 e cimento Portland) ou de aditivos orgânicos melhoradores de adesividade,
denominados AMO.

SANIDADE

Este ensaio simula a degradação química dos agregados graúdos quando expostos às condições
ambientais no pavimento (intemperismo). No ensaio (DNER-ME 089/94), a perda de massa
resultante após atacar quimicamente o agregado não deverá superar 12%.

DENSIDADE OU MASSA ESPECÍFICA

É a relação entre a massa e o volume do agregado. Dependendo da finalidade, pode-se ter:

Massa específica real

Ms é a massa seca do agregado, Vs é o volume da parte sólida


do agregado,
Massa específica aparente seca
Vpi é o volume dos poros impermeáveis,
Vpp é o volume de poros permeáveis,
Vppn volume de poros permeáveis que não são preenchidos
Massa específica efetiva pelo asfalto

Ensaios: (DNER-ME 081/98 para graúdos e DNER-ME 084/95 para miúdos).

CARACTERIZAÇÃO DE SOLOS

RESILIÊNCIA/MÓDULO DE RESILIÊNCIA

É a deformação elástica, recuperável de solos e misturas (asfálticas ou não) sob a ação de cargas
dinâmicas. O módulo resiliente (MR) é obtido no ensaio triaxial dinâmico (que simula as
condições de trabalho destes materiais).
𝑀𝑅 é o módulo resiliente (módulo elástico do ensaio triaxial de carga repetida)
𝜎𝑑 𝜎𝑑 é a tensão desvio, aplicada repetidamente;
𝑀𝑅 =
𝜀𝑅 𝜀𝑅 é a deformação resiliente (correspondente a um número particular de repetição da
tensão desvio).
O ensaio considera a soma ou superposição de efeitos de confinamento e de tráfego
ÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA (ISC) OU CBR (CALIFÓRNIA)

Esse ensaio foi concebido pelo Departamento de Estradas de Rodagem da California (USA) para
avaliar a resistência dos solos. No ensaio de CBR, é medida a resistência à penetração de uma
amostra saturada compactada segundo o método Proctor. Para essa finalidade, um pistão com
seção transversal de 3 pol2 penetra na amostra à uma velocidade de 0,05 pol/min. O valor da
resistência à penetração é computado em porcentagem, sendo que 100% é o valor
correspondente à penetração em uma amostra de brita graduada de elevada qualidade que foi
adotada como padrão de referência.

Ensaio de Capacidade de Suporte CBR (Índice de Suporte Califórnia – ISC)

O ensaio de suporte Califórnia CBR, California Bearing Ratio, é padronizado no Brasil pela norma
ABNT 9895. O ensaio é composto por três etapas:

 compactação do corpo de prova: segundo o método Proctor);


 obtenção da curva de expansão: corpo de prova imerso por 4 dias, medindo-se a
expansão, que é definida como a relação entre o aumento de altura do corpo de prova
(expansão) e a sua altura inicial, expresso em porcentagem;
 medida da resistência à penetração: são anotadas as leituras de pressão para as
penetrações de diferentes profundidades, com velocidade de penetração do pistão
controlada com o auxílio de um cronômetro e acompanhamento dos valores da
penetração registrados no relógio comparador fixado no pistão e com a haste apoiada
no molde.

Curva pressão-penetração obtida:

*sendo o CBR adotado, o maior dentre


os dois valores (CBR1, relativo à
penetração de 2,54mm ou CBR2, relativo
à penetração de 5,08mm).

Os resultados do ensaio, deverão ser apresentados em uma única folha

 curva de compactação (massa específica aparente seca versus teor de umidade):


assinalando-se a massa específica aparente seca máxima e o respectivo teor de
umidade (teor de umidade ótimo);
 curva de expansão versus teor de umidade: destacando-se o valor da expansão
correspondente ao teor de umidade ótimo obtido na curva de compactação;
 curva do CBR ou ISC versus teor de umidade: anotando-se o valor correspondente
ao teor de umidade ótimo (obtido na curva de compactação).

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